11 de dezembro de 2016 (Gustavo Aquino)
Os domingos pertencem ao fim da linha, aos cauris virados, à chuva que chove a cântaros, o ocaso da vida. Incorporamos. Ela girou seu riscado, rebentou riso-treva, pariu materno escárnio. … Continuar lendo
Beterraba (Leonardo Jardim)
Chegou ao seu apartamento de decoração minimalista e localização privilegiada. Retirou o terno Armani e vestiu um pijama confortável. Dirigiu-se à cozinha – decidira dispensar a empregada naquele dia. Entre … Continuar lendo
Reconhecimento (Fabio Baptista)
Dentro da minha casa, ninguém vai usar essa merda, disse Mauro, arrancando o brinco e um pedaço da orelha de Rafael. Não fez mais que obrigação, disse Mauro, ao ver … Continuar lendo
O bilhete (Davenir Viganon)
Chico, encontrou um homem, bem vestido e idêntico a ele. Chamava-se Francsico. Nada disseram. Apenas entregou um cartão e foi embora. No cartão dizia: “06-17-22-30-37-50, sorteio:1892.“ Chico, certa vez, foi … Continuar lendo
Lá, ao entardecer… (Thiago de Melo)
Ela se sentou distante, a antiga cumplicidade dera lugar a um vazio entorpecido. – Lembro de quando nos conhecemos nesse píer. – Éramos apenas crianças. – E nunca houve amor … Continuar lendo
Atemporal (Bia Machado)
O primeiro voluntário de uma viagem ao passado recebeu muitas homenagens em seu retorno. Perguntaram-lhe se tinha valido a pena, o que tinha visto de mais impressionante, para quais lugares … Continuar lendo
Super-Homem (Gustavo Araujo)
“Se você se concentrar com vontade, ele vai se mexer.” O pai sentou-se no sofá para assistir ao noticiário enquanto o menino se voltava para o bonequinho de plástico, um … Continuar lendo
Replay (Victor Miranda)
Por que você teve que partir tão cedo? Hoje faríamos mais um ano juntos, então eu tive outra crise. A bebida me anestesia, mas o nosso vídeo de aniversário, apesar … Continuar lendo
Marcela (Felipe Teodoro)
— Qual teu preço? — Ele pergunta depois de encostar o carro. Ela encara o homem. Acha que conhece o tipo. Tem grana, um casamento fodido e só quer um … Continuar lendo
Partida (Rocamadour)
Abriu as mãos e sentiu-se traída ao perceber que o inseto havia fugido. Então era assim? Era dessa maneira que lhe correspondia os cuidados dispensados ao longo dos últimos dias? … Continuar lendo
A Música Silenciosa (Laís Helena)
Capa e vestido se agitavam em uma dança silenciosa. A música tocava nas mentes dos dançarinos. — Sabe, a gente podia fazer essa música tocar de verdade — a moça … Continuar lendo
A última carta (Lee Rodrigues)
Se ganhasse mais um momento contigo, não haveria espanto ou temor, talvez eu não conseguisse falar uma só palavra, porque só de pensar um nó trava a minha garganta, apenas … Continuar lendo
O Resto de Mim (Andreza Araujo)
O fogo se aproximava ferozmente, destruindo tudo o que havia entre nós. Não consegui fugir, pois minhas raízes estavam cravadas nas entranhas da terra. Minhas folhas sacudiram com a fumaça … Continuar lendo
Com Licença Poética (Lídia Duarte)
Namorados, quem diria! Ela sempre teve um comportamento destoante, lera tanto Nietzsche e Schopenhauer que desacreditara no amor. Questionava-se com frequência porque não terminava o relacionamento; a presença dele era … Continuar lendo
Ancestralidade (Edson Carvalho)
Cícero tinha um brilho novo no olhar. O brilho das manhãs após noites longas. Do peito desaguava um rio de mágoa tão antiga quanto as rugas secas de sua pele … Continuar lendo
Ciclos (André Luiz)
Acordei sobressaltado, saindo de um longo e belíssimo sonho, em que eu a tinha novamente no peito. Porém, ao me lembrar dos anos que haviam passado, e de que eu … Continuar lendo
Imaginando (Givago Thimoti)
Nos seus braços, ela estava feliz, segura. Pela pista de dança, ele a conduzia com tamanho cuidado, que parecia que a sua vida dependia disso. Ela estava linda. Sua pele … Continuar lendo
Flores (Anorkinda neide)
O buquê manejado em mãos solícitas. O dedo aperta a campainha. Segundos de espera. Terá decorrido um minuto? Aquela demora lhe faz suar frio, as mãos tremem e as pálpebras … Continuar lendo
Decepção (Simoni Dário)
No dia de natal, a confidência: papai Noel não existe. Já tinha percebido que gostava demais da presença dela, era linda, ruiva e inteligente. Acreditava em tudo o que ela … Continuar lendo
A Rosa do Nome (Evelyn Postali)
De pé, no vazio daquele aposento de pedra, Emile Rosaire ouviu o peso da porta e a tranca. Vergonha. Foi despojado das vestes lentamente. Indecisão. Deixou as mãos ásperas e … Continuar lendo
Tupã, pichador (Sérgio Ferrai)
A bota apertou a bochecha do mendigo que dormitava na calçada em frente à construção do edifício. – Está sonhando, dorme sujo? Acorda, vagabundo. – Vociferou o dono da bota. … Continuar lendo
Ventos uivantes já não sopram mais (Victória Cardoso)
Depois do último suspiro, silêncio. O tom alvo da sua pele se mesclava com o rubro do sangue. Documentos ardiam na lareira ao lado, queimando um passado que durante anos … Continuar lendo
O Banquete (Iolanda Pinheiro)
Planejou o jantar a semana toda. Ele chegou antes de hora e comeu a cozinheira. Quatrocentos camarões assistiram à cena sem acreditar em seus olhinhos pretos. Estavam congelados, mas não … Continuar lendo
Doces lembranças (Renato Silva)
Calça xadrez se despediu dos cachinhos rubros. O trem partiu e nunca mais a viu. Os anos correram, as pernas cresceram, mas o lacinho nos cabelos e o cheiro alaranjado … Continuar lendo
Livros, amores e assassinatos em série (Anderson Henrique)
Jurei que a mataria se fosse embora. Cumpri a promessa com uma espátula em meu primeiro livro, “A aflição do canalha”. Morreu como se não entendesse meus motivos. Sufoquei-a com … Continuar lendo
Vaca Fu (Virgílio Gabriel)
Nas planícies do Himalaia, em um pasto afastado dos olhos humanos, Mimosa Lee defende os animaizinhos locais das investidas do perverso Yeti. A sua técnica lendária de Kung Fu, temida … Continuar lendo
Crack! (Pedro Luna)
Panelas amassadas. Lixo no chão. Goteiras. Baratas atrás do armário. Geladeira vazia. Roupas furadas. Sem ventilador. Sem televisão. Privada entupida. Espelhos rachados. Uma parede. Um retrato. Duas pessoas. Duas promessas. … Continuar lendo
Um assassinato no escuro (Gustavo Henrique)
Era 7:00 da manhã e havia um velho batendo em sua porta com força, ela não queria abrir mas ele insistia… ela não abriu e então ele parou e o … Continuar lendo
Bela (Catarina Cunha)
Hoje é meu aniversário. Mamãe me enfeitou de vestido branco com moranguinhos desenhados. O laço de fita nos cabelos me deixou bem mocinha com os sapatos emprestados da Cinderela. Meu … Continuar lendo
Seu Próprio Deus Ex Machina (Fil Felix)
Foi um gesto de afirmação. Ah, se foi. Seguido por um clarão imenso, sem zoom ins ou outs, sem longa-metragens: 16 mm. Tudo muito rápido, a cidade inteira num borrão … Continuar lendo
Cravo (Cláudia Roberta Angst)
Nunca se viram, nem de longe, nem de perto. Apenas trocaram fotos e silêncios. Ela sempre muito gentil. Ele, um enigma. Marcaram um encontro na pracinha. Ali, em frente à … Continuar lendo
Vida e morte do homem só (Juliano Gadelha)
Nasceu no âmago do amor familiar. Cresceu percebendo-se diferente. Os outros não faziam sentido. Tolos, erráticos, insensíveis, cruéis. Protegeu-se em relações superficiais. Ainda assim, laços foram rompidos bruscamente. Desistiu. Seus … Continuar lendo
Vida (Tom Lima)
Ela acompanhava com olhos amarelos o tortuoso voo de aprendiz. Pupilas como duas linhas negras compensando a luz da manhã. Observando. Esperando. Corpo tenso. Está preparada para o complexo ato … Continuar lendo
Regime (Estela Menezes)
Vivia sorrindo. Não importa o que ele fizesse ou dissesse, ela contente, um brilho só. Num exame de rotina, o médico desconfiou de um caso raro de felicidade mórbida. E … Continuar lendo
Anseio (Amanda Gomez)
~Voar ~ Deve ser a sensação mais incrível do mundo! Se eu pudesse voar, iria o mais alto que minhas asas pudessem me levar. Que maravilha deve ser voar. Se … Continuar lendo
O Engodo dos Caniços (Fátima Heluany)
Os meninos descobriram os peixes, depois do verde, na água contida do açude. Estavam à espera: por isso bastava o roçar dos anzóis nas águas clamantes e o peso dos … Continuar lendo
Veias Parnasianas (Sandra Datti)
A vida de Theo, um soneto aparado em pedras marmóreas na incansável busca pela perfeição. Tudo em seu lugar, com seu ritmo próprio, alucinado por fecundas e ricas rimas. Seu … Continuar lendo
Vou estar fazendo (Rafael Sollberg)
Tal qual um operador de telemarketing, Michel vivia de gerundismo. Não por outra razão, jamais conseguiu concluir algo que havia proposto.
A Feiticeira – Clássico (Anton Tchekhov)
Era quase meia-noite. Deitado em um imenso leito, na casa do sacristão, o chantre Saveli Guikine não dormia, se bem que tivesse o hábito de dormir cedo, como as galinhas. … Continuar lendo
Regulamento Desafio de Micro Contos 2017
Conforme antecipado, aqui está: o segundo desafio de Micro Contos do EC, para começar 2017 com tudo! I – Do Texto e do Envio 1) A participação no Desafio de Micro Contos … Continuar lendo
Como Proust pode mudar sua vida – Alain de Botton – Resenha (Gustavo Araujo)
“Ao lermos a nova obra-prima de um homem brilhante, ficamos felizes em descobrir reflexões nossas que havíamos menosprezado, alegrias e tristezas que havíamos reprimido, todo um mundo de sentimentos que … Continuar lendo
Sombras – Conto (Thiago Lopes)
A mão grande cobria a minha. Eu caminhava, olhando para meus sapatos rigorosamente engraxados. E lá em cima, o rosto duro de bronze, os bigodes cobrindo a boca num sulco … Continuar lendo
Por trás dos sonhos – Conto (Miquéias Dell’Orti)
Não considere este pedaço de papel estúpido. Não o considere. É só mais um trecho de rabiscos desesperados, palavras de alguém no limite da sanidade, sabe? Sa-ni-da-de. Aquela linha que … Continuar lendo
Entre por sua própria conta e risco; mas a conta fica – Conto (Victor O. de Faria)
I. O Passado Dan ignorou o letreiro, ajeitou a Pulsar no cinto, recostou-se à mesa do bar e apontou sobre os ombros do autômato. — Eu quero aquela! A figura … Continuar lendo
Obrigada pelo fogo – Clássico (Scott Fitzgerald)
Aos 40 anos, a sra. Hanson era uma mulher bonita, mas um tanto apagada, que vendia espartilhos e cintas em viagens de negócios fora de Chicago. Por muitos anos seu … Continuar lendo
Canis Lupus – Conto (Eduardo Selga)
Abraça os joelhos com força, sentada na cama, sem nenhuma outra viva alma (os irmãozinhos dormem noutro quarto, lá embaixo), o cobertor por cima do medo. Se pudesse, escorreria. Ou, … Continuar lendo
Metamorfose institucional – Conto (Davenir Viganon)
Certa manhã, ao despertar de sonhos intranquilos o país acordou metamorfoseado numa republiqueta monstruosa.
Sabugo – Conto (Cilas Medi)
De milho. Sim, ele sabe, arrastando para o lado direito, com a mesma mão de direção, o suor. Mais sabugos, deles, dos milhos que gastou quase um grande, milhão, para … Continuar lendo
São Paulo em Chamas – Conto (Carlos Henrique Gomes)
Eu estava a caminho da Galeria do Rock para buscar meu disco novo: The Book of Souls, do Iron Maiden em vinil importado, meu sonho de consumo. Juntei dinheiro e … Continuar lendo
Ilusões Irresistíveis: o fabuloso mundo dos concursos literários – Artigo (Gustavo Araujo)
O caminho é conhecido: ao se deparar com a triste realidade do mercado de livros no Brasil, o autor desconhecido ou independente enxerga nos concursos literários sua tábua de salvação. … Continuar lendo
Presépio – Clássico (Carlos Drummond de Andrade)
Dasdores (assim se chamavam as moças daquele tempo) sentia-se dividida entre a Missa do Galo e o presépio. Se fosse à igreja, o presépio não ficaria armado antes de meia-noite … Continuar lendo
Era uma vez o amor – Conto (Helio Sena)
Era uma vez um rapaz, chamava-se João, João tem demais no mundo, é uma loucura, ele era só mais uma nessa multidão, quem sabe, talvez não. Um dia João casou-se … Continuar lendo
Tempestade – Conto (Carlos Daniel)
Ontem meu respirar foi lento, profundo e demorado. Cada gota vinda ds imensidão negra acima de mim torturava minha pele enquanto meus olhos descansavam por um breve momento. Tanto caos … Continuar lendo
Querido Papai Noel – Crônica (Catarinha Cunha)
Querido Papai Noel, Suzete pendurou a meia-arrastão na janela prendendo cartão decorado com purpurina e preenchido com letra caprichada: Querido Papai Noel, Este ano eu fui … Continuar lendo
Tatua, tatuagem – Conto (Rita Prates)
Lá vem ela faceira descendo a ladeira. Corpo escultural, pernas longas e bem delineadas, coxas grossas e firmes, vistas com prazer através de saias curtas, curtíssimas, que mostram todas as … Continuar lendo
Angest – Conto (F. Velista)
As leituras recebidas eram confusas. Por uma fração de segundo os autômatos chegaram a cogitar falha no equipamento. Não fosse a consciência dos Sete acerca da perfeição inerente à programação … Continuar lendo
O Outro – Clássico (Jorge Luis Borges)
O fato ocorreu no mês de fevereiro de 1969, ao norte de Boston, em Cambridge. Não o escrevi imediatamente, porque meu primeiro propósito foi esquecê-lo para não perder a razão. … Continuar lendo
Ranking – Dez/2016
Encerrado o desafio “X-Punk”, é hora de conferir como ficaram nossos rankings. Para começar, vamos ver o resultado final do nosso “Ranking 2016″, que considera todos os certames iniciados no … Continuar lendo
Aconteceu em uma campina – Conto (Neusa Fontolan)
Conheci Tobias em uma festa, não importa qual. Meu nome? Pode me chamar de Fabio… Desde o inicio percebemos a enorme empatia, com pouco tempo de conversa já nos considerávamos … Continuar lendo
Resultados do Desafio X-Punk
Caros EntreContistas, Um dos desafios mais exigentes que já tivemos por estas bandas. Quarenta contos inscritos e apenas três desclassificados, abordando as diversas faces do universo punk, em suas versões cyber, steam, bio, … Continuar lendo
Uísque, rainha e um punhado de colhões (Rafael Sollberg)
O estupro coletivo acontecia em todos os cantos do lugar. Sem gritos, lágrimas ou qualquer resistência. Apenas a violência pura dos anos de castidade forçada. No centro da nave espacial, … Continuar lendo
Avaliação – X-Punk
Caros participantes e amigos, Agradecemos mais uma vez a presença de todos por aqui. No total, 40 (quarenta) contos inscritos, demonstrando toda a diversidade dos estilos Punk. Às regras da … Continuar lendo
Alice (Pedro Teixeira)
I-O MESSIAS HÍBRIDO Quando avistei Eduardo Sangaletti, perguntei a mim mesmo se era verdade o que ele dizia sobre a transformação. Não havia nenhum traço alien em sua figura barbuda. … Continuar lendo
O Híbrido – Olhos biônicos não choram (Thiago de Melo)
“O inferno está vazio. Todos os demônios estão aqui”. (A Tempestade – William Shakespeare) – Fui encontrado agonizando em meio a diversos outros corpos. O último borrão de luz … Continuar lendo
A Mecânica do Coração (Bia Machado)
Com a capital da Província de São Paulo em polvorosa por causa da Revolução que finalmente tinha tomado as ruas, decidi que era hora de voltar ao Solar dos Rouxinóis. … Continuar lendo
CTRL-X (Daniel Reis)
CTRL-X (Narcopunk) Nanocomprimidos nucleares revestidos (50 mg). A embalagem pode incluir entre 28 e 31 unidades, de acordo com o mês de referência para distribuição do lote. COMPOSIÇÃO Cada … Continuar lendo
Indignação (Pedro Luna)
De vez em quando, Lorenzo parava o que estava fazendo para contemplar a chuva. Ficava imóvel, de queixo erguido, fitando as nuvens vermelhas no alto e recebendo as gotas no … Continuar lendo
As Fronteiras de Topázio (Fil Felix)
A Corte Interseccionista de Terra Nova estava cheia: humanos e androides ocupando todos os assentos do lugar, enquanto uma multidão se concentrava do lado de fora, erguendo placas e proclamando … Continuar lendo
Assassinato no Lula Molusco (Leonardo Jardim)
Acordei muito tarde naquele dia. O despertador instalado no meu implante ótico não tocou, não sabia bem o motivo. Desde que troquei para a nova versão bioquímica, essa joça não … Continuar lendo
Crias Áridas (Wender Lemes)
– Então… vocês são filhos do deserto? – o soldado de olhos azuis nos perguntou, logo antes de sua gargalhada contaminar seus companheiros no armazém. Mantínhamos a expressão séria, mas … Continuar lendo
O Gatilho de Borges (Gustavo Araujo)
Caminhava de cabeça baixa, a mão segurando o chapéu contra a chuva fina, quase alheio às pessoas que cruzavam em várias direções. Trazia a pasta de trabalho junto ao peito, … Continuar lendo
Eu Quero é Ficar Sedado (Fátima Heluany)
Zav corria descalço pela grama úmida. A chuva cessara, e o azul do céu era cortado por um arco íris. O vento balançava os galhos das árvores e desmanchava os … Continuar lendo
Por um fio de memória (Anorkinda Neide)
Por um tempo um tanto curto ousei acreditar no futuro. Sabem, aquela fé de que tudo seria melhor, mais bonito, mais fraterno, mais justo, blábláblá. Ainda bem que foi por … Continuar lendo
Os sonhos não morrem (Waldo Gomes)
“- Não sabemos bem o que o aconteceu, estávamos tranquilos, trabalhando normalmente; Aí do nada veio essa explosão surda que chamou o prédio inteiro pra dançar, dança rápida, um passo … Continuar lendo
Chips (Cilas Medi)
Um leve ruído que fez, o comparsa deu-lhe um cascudo, no sombrio entrar daquele local, escuro e com bastante possibilidade de serem descoberto, já que o laboratório continha tudo fora … Continuar lendo
Meia aliche, meia quatro queijos (Zé Ronaldo)
— E, aí, sabem que dia é hoje? — perguntou uma criatura que se assemelhava a uma planta, se não fosse toda metálica. — Num me diga que sou eu … Continuar lendo
Ideology (Bruna Francielle)
Não tinha certeza do que eram aqueles rabiscos no canto esquerdo, em cima. Se olhasse para o quadro ligeiramente de lado, pareceriam aviões, se olhasse de frente, poderiam ser mariposas. … Continuar lendo
O Sonho de Yago (Ricardo de Lohem)
No final do século 10101 – 21 em binário – o mundo mudou. Neste novo mundo tudo se pode ser. Ou quase tudo. E tudo se pode curar. Ou quase … Continuar lendo
Voz do sopro (Vitor Leite)
Fugir. Sim isso, estava decidido, acabou! chega! e nem olhou para trás. Mochila às costas e partiu. Não posso contar nada da viagem até que parou num monte sobre um … Continuar lendo
Esperança Negra (Priscila Pereira)
Logo no início da Nova Era todos os humanos foram cadastrados, catalogados, seus óvulos ou espermatozoides foram coletados e seus órgãos reprodutores foram esterilizados. Com o avanço da biotecnologia e … Continuar lendo
A Flautista (Marco Piscies)
Rheinland-Pfalz, Alemanha. 1953 A temperatura caía junto com a noite. Empoleirada ao relento no terraço de um dos prédios da base militar alemã, Libby não conseguia controlar a tremedeira. Sentia … Continuar lendo
Náusea e vômito (Luis Guilherme)
Náusea e vômito O conto que dá origem a uma nova categoria do Punk: o Glitter Punk Seguem as buscas por homem desaparecido no interior de Aniorama. Jovem de … Continuar lendo
Lupércio e o Príncipe Encantado (Eduardo Selga)
I Há uma voz doce flutuando na metrópole onde não existe dia. Fala alto, mas não é um grito nos ouvidos: instalada em diversos zepelins estacionados nos céus da cidade … Continuar lendo
Café (Catarina Cunha)
Antes de pensar o dia perguntei-me se haveria outra noite suficiente para alimentar todas as bocas estelares. A mudez solar sepultou todos os meus pensamentos óbvios na cova rasa da … Continuar lendo
Despertos (Claudia Roberta Angst)
Nós somos do tecido de que são feitos os sonhos. – William Shakespeare Corria em direção a um penhasco gigantesco. O vento batia em seu rosto e Marlon podia … Continuar lendo
O Homem da Federação (Jowilton Amaral)
Poção dos Anjos parecia abandonada quando um homem montado num cavalo tordilho trotou sobre a terra mortiça da avenida da cidade. As casas de madeiras amareladas pela poeira, misturadas ao … Continuar lendo
Sozinho no Fim do Mundo, Eu Chorei Lágrimas de Vapor (Fabio Baptista)
Conheci Suzana na fatídica viagem que fiz a Oslo, tantos anos atrás. Estávamos a bordo de um dirigível LZ-129, um colosso de madeira que, à época, era a expressão máxima … Continuar lendo
Biscoitos de Queijo (Paula Giannini)
Ingredientes 250 gramas de manteiga 1 ovo 2 ½ xícaras(chá) de farinha de trigo 1 ½ xícaras(chá)de maisena 1 colher(sopa) de fermento químico 1 xícara(chá) de queijo parmesão ralado Dia … Continuar lendo
O Catador “Tunado” (Rubem Cabral)
Rio de Janeiro, 01 de setembro de 2038. Aquele velho sonho recorrente: no rosto da filha recém-nascida se desenhava, quadro a quadro, um belo sorriso banguela. Saudoso, Cleverson percebeu o … Continuar lendo
Esfera 8 (Evelyn Postali)
Esfera 8. Período 2-9, 3090 Mesmo distante, o som das armas lasers do lado de fora aponta: a força-tarefa corporativo-governamental consegue transpor a cortina de segurança em um dos laboratórios … Continuar lendo
Traição das Máquinas (Olisomar Pires)
Nas paredes do pequeno quarto do hotel, as marcas de tiros nunca eram consertadas. “Pra quê? aparecerão outras”, dizia o senhorio e então, elas ficavam. Infelizmente não eram datadas, um … Continuar lendo
Filho do Sol (Victor O. de Faria)
Era uma mãe dedicada… Mas agora, segurando uma tesoura banhada em sangue de outrem, já não sabia quem era. Yosef Hamashia, perplexo com as manchas que se multiplicavam em seu … Continuar lendo
O Silêncio das Deusas Desnudas (Evandro Furtado)
Heath sempre foi um sujeito centrado, daqueles que se detém sobre algum aspecto particular da vida e nele se prende por um longo tempo. A primeira vez que nos encontramos, … Continuar lendo
Distante Encontro (Tatiane Mara)
Levantei-me às 04 horas da manhã. Nem preciso do relógio-parente me cutucando os ouvidos com suas melodias terríveis. Deve estar em algum canto nesse canto onde moro, cheio de quinquilharias … Continuar lendo
Regulamento Desafio “X Punk”
I – Das Disposições Gerais e da Inscrição 1) A participação no Desafio “X Punk” do EntreContos é totalmente gratuita. O Desafio é voltado a ESCRITORES que orgulhosamente sejam também LEITORES. 2) … Continuar lendo
A Redenção do Anjo Caído – Fabio Baptista – Resenha (Gustavo Araujo)
“A dádiva da mente brilhante sempre vem acompanhada pela maldição do rápido enfastiamento com tudo e com todos.” Lúcifer, derrotado no início dos Tempos, enfim percebe a onisciência de Deus … Continuar lendo
Para Sempre – Conto (Luis Guilherme Florido)
Para sempre Uma releitura de “A Pequena Sereia” Era uma vida muito solitária. Cada dia arrastava-se doloroso e infinito, marcado pela vastidão da casa sem vida. O velho relógio … Continuar lendo
A Galinha Preta (Tarsis Magellan)
O velho Caldeira fora um tipo formidável de empregado. Mas, então, a idade avançada lhe permitia apenas vigiar a Fazendinha dos Trevos. Era um velho solitário. E raramente os Hayden, … Continuar lendo
A Caleche – Clássico (Nikolai Gogol)
A cidadezinha de B. animou-se muito quando nela se aboletou o regimento de cavalaria ***. Antes disso, pasmava num tédio mortal. Quando, por acaso, passamos por esta cidade e olhamos … Continuar lendo
Sussurro ao pé do ouvido – Conto (Neusa Fontolan)
— Deixa-me explicar, senhora… As fadas são os seres mais egoístas do meu mundo, não dão nada para ninguém e muito menos a um humano. As fadas não são capazes … Continuar lendo
Mastigando Humanos: pra degustar ou digerir? – Resenha (Fil Felix)
Mastigando Humanos é um livro do brasileiro Santiago Nazarian publicado originalmente em 2006 pela Editora Record e que aborda questões existenciais através do surreal, nonsense e absurdo, ao lado de … Continuar lendo
A Dona – Conto (Rodrigues)
O japonês era cego. Há um tempo, contratara alguém para auxiliá-lo: um enfermeiro paraplégico e bem baixinho. Passavam os dias na inércia vespertina do condomínio. Era muito tempo de sol … Continuar lendo
A Espada de Esaú – Conto (Óscar Fernandes)
A tarde gastava-se, morna e indolente, sem pressas de dar lugar à noite. O sol como que dormitava, refastelado bem no centro de um distante prado de água e fogo, … Continuar lendo
Aves Tristes – Poesia (Francisco Ferreira)
Rebrilham nesta lua um empréstimo de saudades e tristezas tolas, tolas. Toscas correntes que trancam nossos peitos em amores de porvir e devir num derredor de ais não ditos, insuspíraveis … Continuar lendo
Perigo nas Linhas de Código – Resenha (Gustavo Araujo)
O universo literário policial tem sido dominado por homens há muito tempo. Por isso, é quase redentor perceber que mulheres estão se dedicando a essa vertente, como é o caso … Continuar lendo
Ofício de Ossos – Crônica (Catarina Cunha)
Esmeraldina botou no mundo doze criaturas, oito se criaram, quatro Deus levou ainda anjos. E só não gerou mais porque o marido Cícero, coveiro da cidade, morreu de uma síncope. … Continuar lendo
Porco no rolete – Conto (Paula Giannini)
Atendeu ao telefone. Do outro lado, a voz cavernosa dizia algo ininteligível. Certamente, se tratava de um engano, ou então, algo para que não estava com a menor paciência, um … Continuar lendo
Sequestro – Conto (Tamires de Carvalho)
Interior, sabe como é: Só tem ocorrência de roubo de galinha, briga de casal. Quando muito, vez ou outra, aparecia algum “projeto de traficante”. Mas nada que fosse muito difícil … Continuar lendo
O Outro Espelho – Conto (F. Velista)
No inicio da segunda semana de teotlec, um vento quente sufocava o amanhecer avermelhado de Aztlán. Na janela de sua quitinete, no nonagésimo terceiro andar da arcologia esférica que ocupava … Continuar lendo
Farenheit 451 – Resenha (Davenir Viganon)
Uma distopia clássica da Ficção Científica, escrita no pós-2ªGM (1953). Um manifesto contra o autoritarismo para além de sua face política e também uma bela obra da literatura que se … Continuar lendo
A Loteria – Clássico (Shirley Jackson)
A manhã de 27 de junho estava límpida e ensolarada, com o calor refrescante de um dia em pleno verão; as flores desabrochavam em profusão, e a grama era de … Continuar lendo
Homenagem ao Palhaço – Poesia (Gardel Dias)
No deslumbre das águas ali eu me via Do caudaloso Rio, misterioso por demais Nos brados destas sertanistas cantorias Em meio aos tamanhos nobres matagais Nas correntezas da vida, imensas … Continuar lendo
A Narrativa Panfletária: Entre o Inconveniente e a Necessidade – Artigo (Eduardo Selga)
Convidado pela professora Jurema Oliveira a ministrar uma oficina de contos na II Feira Literária Brasil-África de Vitória — FLIBAV —, ocorrida na Universidade Federal do Espírito Santo nos … Continuar lendo
O inimigo de papai – Conto (Helio Sena)
Papai sempre chega do serviço às 6:30. Ele nunca se atrasa. E sempre traz um doce no bolso da camisa. Um docinho de banana ou de goiaba que ele ganha … Continuar lendo
É óbvio, não? – Conto (Neusa Fontolan)
Sentado em cima de uma lápide, ele batia furiosamente nas teclas de uma maquina de escrever, espalhadas por toda sua volta, estava muitas folhas de papel amassado. Um rapaz se … Continuar lendo
Ranking – OUT/2016
Encerrado o desafio “Cemitérios (Retrô)”, é hora de conferir como ficaram nossos rankings. Para começar, o “Ranking 2016“, que vai considerar todos os certames iniciados no ano corrente e no … Continuar lendo
Mil Folhas – Conto (Rubem Cabral)
A casa precisa ser arrumada e a geladeira está um horror: cheia e vazia. Cheia de legumes murchos, vazia de qualquer coisa boa de se comer. Não há uma fruta … Continuar lendo
Jeito de matar lagartas – Clássico (Antônio Carlos Viana)
As lagartas nunca foram tantas como naquele ano. Elas chegavam anunciando o verão. Diziam que, quando eram muitas, o verão seria muito quente e os cajus, mais doces. Eram lagartas … Continuar lendo
Daniel Reis
Daniel Reis nasceu em Curitiba, Paraná, em 1973, mas só foi ver neve aos três anos de idade – e, mesmo assim, apenas pela janela, porque estava muito resfriado naquele … Continuar lendo
Resultados do Desafio Retrô Cemitérios
Caros participantes, amigos e curiosos de sempre. Um Desafio à altura dos três anos de Entre Contos. Uma disputa apertada, em que o vencedor foi definido apenas no último voto! … Continuar lendo
Avaliação – Desafio Retrô Cemitérios
Caros participantes e amigos, Agradecemos mais uma vez a presença de todos por aqui. No total 46 (quarenta e seis) textos inscritos para o certame que comemora três anos de Entre Contos, … Continuar lendo
Não use droga, ruim (Maria Santino)
Yolandy desceu da moto nem aí para a calcinha que aparecia por debaixo da saia minúscula. Riu para o China, o motorista e amigo há pouco reencontrado, e bateu de … Continuar lendo
O lugar que o vento e a luz esqueceram (Marcia Saito)
As pedaladas causavam ruídos ritmados com as engrenagens e correias que impulsionavam a bicicleta a circundar a rua que descia suave por seu manto cinza. Tão logo alcançou a calçada, … Continuar lendo
Ficções (Gustavo Araujo)
Acompanhava o cortejo de longe. O caixão pequeno, enfeitado com crisântemos, era conduzido por formas arqueadas, que se deslocavam a passos lentos e concatenados. As expressões fechadas eram cobertas por … Continuar lendo
O Jardim das Almas Perdidas (Amanda Gomez)
A sensação era como se eu estivesse submersa em um mar gelado e, aos poucos, meus ossos iam transformando-se em gelo. Olhei fascinada para uma gota de suor escorrendo no … Continuar lendo
Canteiros no Planalto Central (Bia Machado)
“Quem morou aqui? Ele deve ter sido um jardineiro muito preocupado, Que arrancou as lágrimas e cultivou boa colheita. E estamos tão surpresos! Estamos paralisados e aturdidos… Um jardineiro assim … Continuar lendo
Uma Prece para Maria (Iolanda Pinheiro)
O fim da tarde se aproximava sonolento, e os últimos visitantes caminhavam entre as sepulturas, produzindo um som crocante do atrito dos seus sapatos com o piso de dolomitas. Em … Continuar lendo
Colóquio Noturno (Thiago Amaral)
O grupo penetrava no cemitério em silêncio, enquanto o vento se esfregava em seus corpos, causando calafrios. Davi andava ao lado de Mônica, com quem estivera transando há algumas semanas. … Continuar lendo
O Pelotão (Marcelo Nunes)
Sábado, 23 de julho de 1904. Dia da última etapa do Tour de France, após mais de 2200 km percorridos por estradas e montanhas onde em raros momentos os olhos … Continuar lendo
Flutuando na Poeira (Fátima Heluany)
Eu sei que estou morto. Uma existência fria e metálica. Cada passo, uma encruzilhada, num susto perdido tentando estabelecer o contato entre o que eu fora e o que eu … Continuar lendo
Batuque e Reza (Fil Felix)
Xiqueópolis sempre foi esta cidade litorânea excêntrica e odara. Onde o tempo e realidade se tornam um grande termo abstrato e colorido, sem início ou fim. E desde o primeiro … Continuar lendo
Faminta (Luis Guilherme)
O jantar de sexta era sagrado pra Juliana. Um hábito que servia de motivação para aguentar (“sobreviver”) a semana frustrante: emprego medíocre (“Essa velha megera e essa gente feia o … Continuar lendo
O Espeleólogo (Paula Giannini)
“No mundo inteiro, mais de 500 mil famílias vivem em cemitérios. No Camboja, centenas vivem entre túmulos, lutando contra a pobreza e a desigualdade” Agência Fides Quando crescesse, queria … Continuar lendo
A capela de telhas amarelas (Maria Flora)
A conversa entre dois homens perturbava o imponente silêncio daquele amplo espaço verde. – Mas que ideia é essa, senhor Giuseppe? Giuseppe inchou as bochechas em sua irritação. Em sua … Continuar lendo
Até prova em contrário (Simoni Dário)
Coisas estranhas vinham acontecendo na vida de Marquinhos desde aquele dia. A morte da mãe fora boba e repentina. Mal súbito, dizia o doutor, o coração dela parou de trabalhar … Continuar lendo
Recorte do cotidiano (Pétrya Bischoff)
As mãos trêmulas, couro grosso de uma vida de labuta, sustentam o terço de encardidas pérolas, outrora brancas. Em movimento de prece silenciosa, os lábios ressequidos conjuram nomes santos e … Continuar lendo
O Segredo de Fênix (Ricardo Falco)
Eu poderia estar agora delirando, falando sobre seres sobrenaturais, poderes ocultos, rituais místicos, sociedades perdidas, cemitérios clandestinos, ou demais temas fascinantes por sua morbidez. Porém, preferi narrar para vocês o … Continuar lendo
Na praia (Pedro Luna)
Acostumados a acordar antes do sol e a acompanhar os pais nas jangadas, os três meninos ignoravam o vento frio do início da manhã e andavam lado a lado, seguindo … Continuar lendo
“Sem Título” (Gustavo Aquino)
Regido pela sinfonia de algum funk carioca, entornei o conteúdo do copo em uma única golada. Voltei o recipiente sobre a mesa e, ignorando a ninfeta que rebolava em meu … Continuar lendo
Belinha (Anderson Henrique)
Por causa de Belinha que eu fui. Vê se moleque nessa idade tem motivo para entrar em cemitério meia-noite? Meia-noite, cabra! Cêdemais pra chamar de dia, tardemais pra não chamar … Continuar lendo
Lembrem-se dos Esquecidos (Gilson Raimundo)
O voo de Brasília até o pequeno sítio ao norte da Serra das Andorinhas foi tranquilo. Após quarenta anos do termino da guerrilha, mais um cemitério clandestino havia sido descoberto, … Continuar lendo
Miudinha (Anorkinda Neide)
– Shh… não faça barulho. – Larga de ser besta, eles não ouvem mais nada, não. – Não sei. Talvez ouçam tudo e mais um pouco. – Você diz, pensamentos? … Continuar lendo
Negrinho, a Fada Madrinha e o Cemitério sem Flores (Fabio Baptista)
Era uma vez, um menino chamado Negrinho. Não era esse o nome dele, mas era assim que todo mundo chamava. Negrinho queria ganhar um presente de Natal. Na verdade, ele … Continuar lendo
O Cemitério sem Fim – Os Que Perseguem Suas Caudas AKA O Cemitério sem Saída II (Ricardo de Lohem)
Uma Microtetralogia PROSPERO Os cemitérios são as cidades dos que não mais existem. Odeio esses antros de finitude, só vim neste para o enterro de William. Depois de caminhar … Continuar lendo
Por quem crescem as raízes (Phillip Klem)
Mila caminhava ao lado do irmão para longe do burburinho de conversas e prantos. Era uma tarde ensolarada, porém agradável. Havia um leve cheiro de grama cortada preenchendo o ar … Continuar lendo
Simetria (Pedro Teixeira)
Eu não sou o culpado. Tal afirmação vai contra todas as evidências, sei disso, e nem é minha intenção convencer alguém com este relato: ele é apenas uma tentativa desesperada … Continuar lendo
Hibisco para todos (Catarina Cunha)
Há anos adquiri o hábito de passear nas alamedas do cemitério depois do almoço, lendo as lápides, imaginando a vida daquelas pessoas e sempre terminando meu passeio no túmulo 1672, … Continuar lendo
As vidas do cemitério (Vitor Leite)
Já não tenho paciência para preencher mais formulários, tanta papelada, tanta pergunta e depois o emprego acaba por ser para alguém que desde início já estava escolhido. – Querido, não … Continuar lendo