I. O Passado
Dan ignorou o letreiro, ajeitou a Pulsar no cinto, recostou-se à mesa do bar e apontou sobre os ombros do autômato.
— Eu quero aquela!
A figura alta, desajeitada, portando um cinto com três armas e vestindo trajes de cowboy, aguardou. Sacudiu a areia do chapéu sem se importar com o chão. As lentes artificiais zuniram, realizando cálculos precisos.
— O senhor deseja a garrafa lacrada?
— Com certeza!
— Lamento informá-lo, senhor, mas ela está ali desde que o Espelunca Espacial abriu, há mais de um século. Devo protegê-la a todo custo.
— Isso explica as faíscas em suas juntas.
— Correto, senhor.
Dan não gostava de ser contrariado, ainda mais por um maquinário antigo. Virou-se, jogando um punhado de amendoins na boca. Reptilianos jogavam cartas, octópodes se embebedavam e as algas do imenso aquário, hipnotizadas pelo neon, realizavam mitose. Nojento; mas inofensivas. O elemento mais perigoso se encontrava ao fundo, envolto em escuridão – Dan reconheceria aquelas botas antigravitacionais em qualquer lugar. O caçador de recompensas cochilava. Tinha de sair com a relíquia antes que o caos se instaurasse. Retirou a Pulsar do cinto e apontou para o autômato. Um azul cintilante irradiou sua face.
— Sabe o que é isso, companheiro?
— Não, senhor.
— É a Pulsar, minha segunda melhor amiga neste e em qualquer universo. Sabe o que ela faz?
— Não, senhor.
— Nem eu. Sabe por quê? Nunca precisei usá-la. – Mentiu. — Mas garanto que, com um nome desses, o estrago deve ser fenomenal. Agora me passa aquela garrafa, vai.
Dan encostou o dedo no gatilho. A luminosidade atraiu olhares indesejados. Prestou atenção ao tilintar característico de botas magnéticas, seguido por um som bastante conhecido – o engatilhar de uma espingarda térmica. O caçador havia acordado.
— Quer saber? Que se dane!
Pulou sobre o desajeitado autômato e arremessou um punhado de garrafas baratas nos reptilianos. Foi o estopim para a troca de acusações entre as espécies. Os lagartos sacaram suas pistolas arcaicas e começaram a atirar – somente os saurianos perguntavam primeiro. Os octópodes saíram do estado de torpor proporcionado pela especiaria da casa e pularam sobre os indivíduos. Dan aproveitou a confusão e agarrou a garrafa antiga, de um líquido cintilante, surpreendendo a lata velha que o encarava sem reação. Por um breve momento, sentiu pena.
— Você quer uma aventura de verdade, amigo?
— Depende.
— Vem comigo! Vou te tirar dessa pocilga.
O autômato pareceu chateado, mas se interessou pela proposta. Dan retirou do bolso uma pequena esfera negra e a jogou próximo à entrada.
— Assim que ver um clarão, corre!
Uma forte ventania abriu as portas do Espelunca Espacial, no exato momento em que um sol em miniatura explodia em um amarelo exuberante. Uma majestosa carruagem os aguardava.
— O que é isso?
— É Viranda. Minha primeira e melhor amiga neste e em qualquer universo.
A nave tecnorgânica, de três vértices e grandes veias pulsantes, flutuava a poucos metros do chão. A enorme esfera em seu interior, uma pérola do oceano espacial, só se abria a um toque específico. Dan retirou a luva e encostou os dedos na estrutura líquida. A esfera vibrou como um diapasão. Uma voz feminina se fez ouvir.
— OLÁ, QUERIDO. ENCONTROU O QUE PROCURAVA?
Lá dentro, o caçador desviava de tiros, cadeiras, garrafas e líquidos estranhos projetados por apêndices.
— Encontrei, mas precisamos sair daqui!
— QUEM É ESSE?
— Um novo amigo. Abre logo!
— SÓ SE PEDIR COM JEITO.
— Anda!
— NÃO SOU SUA ESCRAVA. SOU SUA ESPOSA.
Os olhos do autômato o encararam, numa expressão de dúvida.
— É uma longa história. Envolve um planeta desconhecido, uma rainha, sua filha, e um cara que tocou onde não devia. Fica pra outra hora… Por favor, Viranda!
— AGORA SIM!
A esfera se dividiu. O caçador se desvencilhou dos octópodes e segurou um lagarto pelo pescoço. A ventania não o intimidou. Jogou o pobre réptil no solo batido e acompanhou a trajetória do veículo. Dan, apreciando o que o destino lhe reservava, jogou-se na confortável poltrona gelatinosa, materializada assim que a esfera se fechou.
— Ufa! Essa era a última!
— O senhor não vai abrir?
Viranda se adiantou.
— ELE NUNCA ABRE, APENAS COLECIONA. UMA OBSESSÃO, EU DIRIA.
— Correção! Um legado.
Dan analisou os quatro braços do autômato, danificados pela ação do tempo.
— Você precisa de um nome.
— Preciso voltar.
— Não seja tolo. O seu dever é proteger a garrafa, certo? Enquanto a garrafa estiver comigo, você deverá manter-se por perto. Use a lógica! Agora, vamos ver… que tal “Bloody Mary”?
— VOCÊ VAI MESMO NOMEAR UM SERVIÇAL COM NOME DE VODKA?
— E daí? Ele pode ser o que quiser, até uma dançarina vitruviana. Agora, seja boazinha. – Cutucou seu novo amigo. – Daqui temos uma visão privilegiada. Abra a panorâmica, por favor.
Já se encontravam em pleno espaço profundo. A parede branca se desfez, revelando um enorme tapete de estrelas radiantes. Logo abaixo, a atmosfera arenosa do planeta sem nome os encarava com seriedade. Acima, a nebulosa Nirvana banhava o interior de seus olhos com cores infindáveis. Uma visão sublime que buscava há anos, sem sucesso. Sentiu-se atraído pelo forte impulso de transgressão.
— Impressionante, não acha?
— Sim, senhor.
— Chega desses formalismos. Me chame de “chapa”.
— Chapa?
— Claro, meu chapa!
Deu-lhe um tapinha nas costas.
— QUERIDO…
O painel escureceu de repente. Uma nave de guerra militar, semelhante a um enorme tridente enferrujado, eclipsou a visão.
— Merda! Podemos desviar?
— NÃO. EU LHE AVISEI ANTES: A GRAVIDADE NESTE PLANETA É MUITO MAIS FORTE. MAS VOCÊ É TEIMOSO!
— “Eu lhe avisei, eu lhe avisei”… Criatura irritante.
— EU OUVI, HEIN!
— Então?
— TEMOS DE VOLTAR.
— Ah, claro, sem problemas. Pra onde eu acabei de tirar sarro com a cara dos reptilianos, octópodes e algas. Nem vão se importar. Aliás, as algas não. Devem estar hipnotizadas até agora…
— É A ÚNICA SAÍDA, DOCINHO.
Bloody Mary levantou um dos braços, pedindo a palavra. Dan fez uma cara de paisagem. Vendo que não houve contradição, prosseguiu.
— Se me permitem uma sugestão… O bar foi construído em cima de um Bunker. Pode ser um bom esconderijo.
— De que tamanho é?
— Cabe uma nave inteira.
— Serve.
— NÃO ESTOU A FIM.
— Como assim?
— A AREIA VAI ESTRAGAR MINHA PELE. JÁ FIQUEI TODA ARRANHADA SÓ DE BUSCAR VOCÊ NAQUELE FIM DE MUNDO.
— Eu mereço… Se o caçador começar a atirar, não vai ser pior?
— TALVEZ.
Dan respirou fundo.
— Querida, se você fizer o que sugerimos, prometo que – dependendo do resultado – lhe dou aquele banho de óleo que tanto gosta.
— PROMETE?
— Claro!
Bloody Mary interveio.
— Isso não seria uma conversa imprópria, em minha presença?
Foi interrompido pelo aumento repentino de velocidade. Estavam em queda. O “rosto” perfurou a atmosfera, deixando para trás monstruosas células cancerígenas. A esfoliação lhe caia bem. Dan, além da cara de enjoo, mal conseguia tampar a boca. Cartilagens se materializaram ao seu redor. Estariam bem protegidos.
Logo atrás, o ameaçador tridente os acompanhava. As nuvens de tempestade se encarregariam de ocultá-los. Deram um rasante sobre inúmeras construções piramidais, erguidas há milhares de anos por um povo antigo. O velho bar se encontrava logo adiante, com um visual despojado e retrofuturista, cheio de peças mecânicas espalhadas como ornamentos, destoando completamente do cenário ancestral.
A parada foi tão repentina que Dan não conseguiu mais se segurar. A inércia ainda atuava. Bloody Mary não perdeu a chance de constatar o óbvio.
— Agora compreendo porque o senhor não bebe.
A nave permaneceu flutuando a poucos metros do local. No quesito velocidade, ninguém batia os tecnorgânicos. Desceram. Dan escorou-se na porta. Um pedaço de vidro passou rente à sua orelha direita. A briga ainda continuava, aparentemente, sem nenhum motivo.
— Há outra entrada?
— Somente pelos fundos.
— Ok, então.
Mas antes que Dan pudesse sacar seu pequeno revólver plasmático, sentiu os pelos do braço ouriçar. O rugido colossal de uma besta estremeceu até o reptiliano mais valente, que não largava sua trinca de ouro por nada. Bloody Mary não parecia surpreso. Uma imensa tartaruga mecânica, carregando o bar em suas costas, surgiu sob seus pés. Apoiaram-se nas protuberâncias. As formações naturais mais pareciam torres de controle, surgindo de ambos os lados. O tremor durou tempo suficiente para que os baderneiros entendessem que deviam ter deixado o bar há muito tempo. A poeira abaixou. Após alguns minutos de histeria coletiva, Dan pôde finalmente compreender o que era aquilo tudo.
— Com mil cracas espaciais! Porra, Blood Mary! Você podia ter avisado que o maldito BUNKER era um ser VIVO!
— Autômato, na verdade.
— Como vamos entrar nessa coisa?
— Eu disse. Pelos fundos.
— Pelos f… Ok, então.
No primeiro passo do gigante, perderam o equilíbrio. Assim que se levantaram, puderam acompanhar a aterrisagem seca e abrupta do tridente espacial de seu perseguidor. As três pontas da nave fincaram o chão, atravessando inúmeras camadas da crosta desnuda da tartaruga mecânica. Como a nave não se desmanchava? Dan ajeitou o cinto (Aquela tecnologia, afinal, valeria a pena).
Foram derrubados novamente pelo moroso passo da criatura. Dan reconheceu a silhueta atrás da misteriosa sombra de casaco marrom, pele escamosa e botas antigravitacionais… Era Viranda, atravessada pela nave inimiga, em três partes cuidadosamente escolhidas. Blood Mary parecia nervoso.
Dan pôs-se de pé. Franziu o cenho, apertou os olhos e cuspiu no chão. Sacou a Pulsar em um único movimento e mirou a face alheia.
— Ei! Sabe o que é isso, companheiro?
O caçador não se moveu. Continuou.
— É a Pulsar, minha segunda melhor amiga neste e em qualquer universo. Sabe o que ela faz?
A luminosidade o fez recuar, de forma involuntária. Bloddy Mary se afastou, enquanto ouvia o mesmo discurso anterior. Agora era pra valer.
— Nunca precisei usá-la. Mas garanto que, com um nome desses, o estrago deve ser fenomenal…
Dan, furioso e seguro de si, apertou o gatilho.
II. O Futuro
Há cem anos-luz dali, em seu planeta natal, um homem decidido finalmente colocava a última peça sobre um enorme esquife de gelo, num memorial reservado aos seus familiares e amigos, junto às outras centenas de relíquias engarrafadas. Adentrou a câmara funerária uma última vez.
— Pai… Finalmente recuperei o que era seu.
Antes de lacrar o túmulo, devido a corrente de ar, um polímero semitransparente caiu do bolso do falecido. Dan leu a escrita precisa e sorriu.
— “Mas a conta fica…”.
III. O Presente
“O prato frio é uma vingança que se come quente”, dizia a máxima estelar…
Bloody Mary estava absorto. Não sabia por quanto tempo estivera ali, parado, olhando para a porta do Espelunca Espacial. Mas assim que uma figura alta, desajeitada, portando um cinto com três armas e vestindo trajes de cowboy entrou, soube, naquele instante, o que aconteceria a seguir. Não entendia como. Apenas sabia.
Dan ignorou o letreiro, ajeitou a Pulsar no cinto, recostou-se à mesa do bar e apontou sobre os ombros do autômato.
— Eu quero aquela!
Ainda em dúvida, tentando refazer seus últimos passos, o autômato agarrou a garrafa laranja, de um líquido cintilante, e a entregou nas mãos alheias, sem cerimônia.
— Obrigado, companheiro! Geralmente preciso ameaçar antes. Como posso chamá-lo?
— Bloody Mary.
— Gostei do nome. Nos vemos por aí!
Largou o chapéu e foi embora, deixando uma pequena pepita de ouro em cima do balcão. Bloody Mary a pegou, passou pelos reptilianos que recém iniciavam a canastra definitiva e se dirigiu aos fundos, onde uma sombra distante cochilava. Chutou seus pés.
— Aqui está seu pagamento.
O homem levantou o chapéu, ajeitou a máscara e abriu a válvula de oxigênio. Uma leve gargalhada escapou pelas grades do inalador. Sorveu o uísque em um único gole.
— Ele enganou você direitinho, não foi?
Bloody Mary ficou paralisado. Sua mente procurava entender o que acontecia. O caçador de recompensas puxou uma cadeira e lhe ofereceu assento.
— Deixa eu desenhar pra você. De quem você acha que ele tirou essa pepita?
— Não sei.
— De mim! E como se isso não bastasse, ainda teve a coragem de roubar minha nave. Ele usou a Pulsar, não foi?
— Como você sabe?
— A Pulsar, meu ingênuo anfitrião, tem o poder de alterar o espaço-tempo. Só pude confirmar isso tarde demais. O problema é que o deslocamento de energia causa amnésia temporária a quem for exposto ao seu raio de ação. Sim, o tempo é rebobinado. Somente o portador não sofre as consequências. O tempo volta, mas os efeitos colaterais permanecem.
— Então, foi isso o que aconteceu?
— Você tem sorte de ainda estar inteiro… O trabuco realmente funciona! Até agora só tinha ouvido boatos e teorias malucas. – Ajeitou o aparato e coçou o nariz. — Droga de máscara regenerativa!
— Pensando bem, a culpa é sua. Você matou a esposa dele!
— Ah, isso é verdade. Chame de “incentivo”. Ele deve ter rebobinado até o início desta manhã. Você ficou parado ali, durante horas, fazendo inveja à mobília. Tive que me virar com seu estoque de emergência. – Coçou o queixo. — Aquela maldita rajada me deixou neste estado lamentável. Nem meu rosto eu sinto mais! Escute o que lhe digo! Os humanos são uma raça bastante perigosa.
— Mas ele não parecia uma má pessoa.
— É disso que estou falando! Não percebe? Ele o usou! Onde está a relíquia da casa?
O silêncio veio em resposta.
— Afinal, qual era seu verdadeiro interesse naquele sujeito?
A conversa morreu ali. Um curto-circuito nas letras externas enfumaçou o hall de entrada, fato ignorado por todos, exceto as algas. Ficaram durante vários minutos apreciando o vazio contemplativo. O caçador entornou a garrafa, ignorando as queimaduras. Fez um brinde.
— Aos meus amigos imbecis, mas, principalmente, à minha falta de sorte!
Pelo menos ainda tinha a pepita de ouro. Bloody Mary foi o primeiro a quebrar a monotonia.
— Como é possível estar casado com uma nave?
— Ah, meu amigo. Prefiro não saber a parte prática. Isso é bizarro demais, até pra mim.
Logo ao lado, um reptiliano completou o jogo e comemorou cuspindo… na mesa errada. O líquido gosmento caiu sobre a garrafa, provocando uma reação química. O caçador se levantou, agarrou o cuspidor pelo pescoço e o lançou sobre os octópodes. Os reptilianos sacaram suas armas e uma nova confusão teve início; a terceira do dia.
Bloody Mary se afastou. Se pudesse suspirar, o teria feito. Desviou de algumas balas, de uma cadeira quebrada e de duas algas roxas, voltando ao seu posto, onde podia lavar os copos em paz e manter o caixa em dia. Afinal, mesmo que poucos soubessem, ele próprio era o gerente daquela pocilga. Fazia-se de sonso apenas para garantir seu meio de vida, e porventura, ganhar respeito. Vislumbrar o espaço sideral e quase tocar Nirvana compensava o esforço. Aquela teria sido uma boa chance de deixar tudo para trás. Mas quem cuidaria de sua pobre tartaruga?
Recolheu o chapéu deixado sobre o balcão e o encaixou perfeitamente sobre a cabeça. Por hora, estava satisfeito. Se bem que, com todos aqueles enfeites e penduricalhos, ao olhar-se no último espelho inteiro, parecia algo à mais – uma dançarina vitruviana.
Lá fora, o slogan em neon brilhava, anunciando o fim de mais uma semana atribulada nas terras áridas do fim do mundo, iluminando, de forma plena, a verdadeira e inegável relíquia de tempos imemoriais – seu velho e aconchegante bar.
Agradeço a leitura! A nave foi baseada num dos primeiros contos que escrevi pra cá, “Amor Proibido”, e tratava da mesma relação homem-máquina (este texto foi deletado pois não cumpri as regras de comentário dos desafios). Tem um pouco de Douglas Adams, sim. No entanto, me baseei mais naquelas aventuras pulp anos 60-70, onde os marcianos sempre eram lagartos. Só adicionei uma pitada de diversidade e loucura.
Essa era a resposta para o Miqueias, ali embaixo. O WordPress é imprevisível como chuvas de verão.
Que loucura esse conto! Só fiquei boiando quanto ao pagamento de Bloody Mary ao caçador. Porque ele tinha que pagar a ele? E ele diz que essa pepita já pertencia a ele, quando foi tirada?
Gostei do conto, meus parabéns.
O robô contratou o caçador para uma aventura, mas ele exagerou na dose. Isso ficou subentendido, pois a interpretação é livre (podia ser algum outro serviço). Quanto à pepita de ouro, foi roubada junto com a nave tridente, quando o protagonista volta no tempo – essa parte só foi mencionada no diálogo do caçador, não foi descrita. Sim, é um texto bem doido. Escrevi apenas por diversão mesmo, na virada de ano. Agradeço a leitura!
Pô… muito bom. Percebi várias referências aí. Só que podem ser somente uma interpretação de minha perspectiva (o que é legal, visto que a mesma história pode trazer sentimentos e lembranças diferentes conforme cada leitor).
Achei o universo do conto muito parecido com o de Douglas Adams no “Guia do Mochileiro das Galáxias”. Também me lembrei de Discworld, do Terry Pratchett, quando Dan descobriu que o Bunker era um automato tartaruga (não tem muito a ver, mas a tartaruga me fez lembrar disso na hora). Fora outras inúmeras referências sci-fi.
A busca pela relíquia e o uso do pulsar como um dobrador do tempo/espaço encaixaram direitinho no enredo, e a relação o protagonista com a tecnorgânica mais o humor, sempre presente, fecharam com a fórmula.
Só fiquei um pouco confuso nas cenas de ação… a da partida com a nave e o retorno ao bar, por exemplo. Talvez elas tenham sido rápidas demais para minha mente acompanhar kkk.
Ah.. e a nave tecnorgânica, por acaso, tem alguma relação com o Warlock da Marvel?