Assassinatos nas Trilhas do Xadrez (Luis Guilherme)
Dia 1 – Peças brancas Hughes Town amanhecera outra vez encoberta pela neblina — falso prenúncio da monotonia de mais um dia moroso na pequena cidade mineradora. Amortecido pelo tédio … Continuar lendo
Papoulas Vermelhas (Luis Guilherme)
Destroços Atravessando o antigo campo de batalha, Joaquim testemunhava uma França dividida entre passado recente da Segunda Grande Guerra e tentativa de futuro, de reconstrução. Algo que, em muito, assemelhava-se … Continuar lendo
Nuvens (Luis Guilherme)
– Tatá…? – Que foi, Naná? A menina demorou um pouco, organizando as ideias. As costas deitadas na grama macia do parque, olhava para o céu com uma gravidade de … Continuar lendo
Herança (Luis Guilherme)
Enxugando as lágrimas com as costas das mãos, Marisa olha uma última vez para o filho de dez anos. Aponta a adaga para o pescoço do menino e respira fundo. … Continuar lendo
Perspectiva (Luís Guilherme)
O homem acorda num sobressalto, com a impressão de estar sendo observado. Agora, ouve uma voz ecoar no quarto escuro. Um timbre sombrio, como uma mistura de gemidos estranhos, ruídos … Continuar lendo
Toc-toc (Luis Guilherme)
21 de agosto de 2024. Fazia cinco dias desde que a porta apareceu. Vermelha, cor de sangue. Provocante. Sempre a chamá-lo, sussurrando imoralidades. Carlos enfiava os dedos com força nos … Continuar lendo
Thales Soares
Uma minibiografia escrita por Luis Guilherme Banzi Florido Eu conheço o Thales há muito tempo, uns 20 anos ou mais. Na primeira vez em que o encontrei, quando tínhamos … Continuar lendo
Curió (Luis Guilherme, Gustavo Araujo e Renato Silva)
– Qué dizê então que essas água nunca se mistura, vô? – Cê num tem zóio, Curió? – o avô bafejou resposta e fumaça de cachimbo num muxoxo mal-humorado. – … Continuar lendo
Miragem (Fabio D’Oliveira, Luis Guilherme e Bruna Francielle)
I. Taque-taque. Quando tinha nove anos, ainda pequenino, uma professora perguntara o som favorito de cada aluno da turma. Essa foi a resposta dele: taque-taque. — Por quê, Miguel? — … Continuar lendo
O Peso da Bagagem (Luis Guilherme)
Edgar passou os olhos uma última vez pelo vagão, mal notando a confusão de corpos, fumaça e sangue. Respirou fundo e fez uma prece silenciosa, pedindo perdão a um Deus … Continuar lendo
A Gota que Desafiou a Lua (Luis Guilherme)
Apoiando os cotovelos no batente, Raissa observava a chuva através da janela, suspirando. O bafo quente da respiração embaçava o vidro. Segurava firmemente as lágrimas, enquanto vislumbrava a luz da … Continuar lendo
Humanidade (Luis Guilherme)
Caminhava cabisbaixo pelo centro da cidade desolada, o sobretudo azul-marinho protegendo o corpo encolhido de frio e chuva. Mesmo o capacete, item obrigatório no ar ácido da metrópole, não … Continuar lendo
Olhos (Luis Guilherme)
Desenhando corações no bafo da janela, Renata bufava, amargurada. A garota detestava aquelas viagens intermináveis dos encontros familiares. Todo fim de semana prolongado, seus pais insistiam em se meter por … Continuar lendo
Fim, Nomes e Descobertas (Luis Guilherme)
Apoiou os cotovelos sobre a cerca, contemplando aquela imensidão colorida. Apenas seus suspiros ritmavam o silêncio, enquanto o dourado do sol finalizava sua trajetória, escondendo-se às costas do Pico … Continuar lendo
O livro sagrado dos Etiléios (Luis Guilherme Florido)
O livro sagrado dos Etiléios Assim eu vi, assim eu ouvi, e assim deixei registrado – por Hératos, o primeiro dos Etiléios. I – Humanos Onomatopeia de … Continuar lendo
A árvore da vida (Luis Guilherme Florido)
Nascimento A árvore da vida inúmeros frutos, abriga em seus ramos. Quando um apodrece e à morte entrega seu néctar, dá lugar a novas existências num ciclo infindável de … Continuar lendo
Felidae (Luis Guilherme)
Dei uma tragada profunda no cigarro, observando a lua pela janela de meu escritório e relembrando os acontecimentos da noite. Tenho passado muitas horas aqui ultimamente, debruçado por períodos intermináveis … Continuar lendo
Uma fábula em rimas: o tesouro da Cobra Vanderléia (Luis Guilherme Florido)
À entrada se entreolhavam, temerosos, ponderavam: “é uma loucura! Sim, mas a glória é segura. ” E a dupla estarrecida, encarava, indecisa, o colosso à sua frente. – E agora, … Continuar lendo
Um recorte sobre bestialidade: mestre, fera e regresso (Luis Guilherme)
Exausto, chegou à entrada do túnel acompanhado de seu servo. Juntos, javali e homem respiraram longamente. “Floresta inóspita do inferno” – resmungou mentalmente, rabugento. Nas últimas doze ou treze horas, … Continuar lendo
Medo de escuro (Luis Guilherme)
Apocalipse zumbi é foda. Afora o cheiro pútrido e o som de carne sendo rasgada e mastigada, Pierre estava imerso em total escuridão. Respirando silenciosamente, lutava para segurar o vômito. … Continuar lendo
Náusea e vômito (Luis Guilherme)
Náusea e vômito O conto que dá origem a uma nova categoria do Punk: o Glitter Punk Seguem as buscas por homem desaparecido no interior de Aniorama. Jovem de … Continuar lendo
Faminta (Luis Guilherme)
O jantar de sexta era sagrado pra Juliana. Um hábito que servia de motivação para aguentar (“sobreviver”) a semana frustrante: emprego medíocre (“Essa velha megera e essa gente feia o … Continuar lendo
Emancipação (Luis Guilherme e Leonardo Jardim)
A assembleia mal chegara ao fim e um murmurinho já se espalhava pelo amplo salão de eventos do Condomínio Veranópolis. Em meio ao burburinho disforme, balbúrdia geral na qual mergulhara … Continuar lendo
E Tudo Acaba Onde Começou (Jowilton Amaral e Luis Guilherme)
Despertei com barulho de passos. “Ele tá dando sua caminhada da madrugada”, pensei. Levantei-me a contragosto. Dormir no meio da sala e num colchão no chão me deixava de mau … Continuar lendo