EntreContos

Detox Literário.

O Peso da Bagagem (Anna)

Edgar passou os olhos uma última vez pelo vagão, mal notando a confusão de corpos, fumaça e sangue. Respirou fundo e fez uma prece silenciosa, pedindo perdão a um Deus no qual nunca acreditou. Apontou a arma para a cabeça da criança, que o olhava com horror. Então atirou.

O trem com destino a Klondike, no noroeste do Canadá, serpenteava ruidosamente em direção à estação. Engolfado pelo frio, Edgar aprumou-se e puxou para mais perto de si a abarrotada mala de viagem. A bagagem excessivamente pesada, que começava a maltratar as costas cansadas do homem de meia idade, deixava escapar partes de roupas íntimas e de uma calça de flanela, indicando que possivelmente fora arrumada às pressas.

A fumaça envolveu os aventureiros que se lançavam tardiamente à corrida do ouro que assolara a região nos últimos anos. A descoberta do minério em 1896 gerara um frenesi desenfreado, atraindo todo tipo de golpista, garimpeiro, assassino, prostituta, desempregado, sonhador e quem quer que ansiasse deixar para trás pecados e arrependimentos e embarcar numa nova vida no desconhecido. Edgar se encaixava em mais de uma categoria.

Afastando a fumaça do rosto, apresentou o cartão de embarque, olhou novamente ao redor, desconfiado de um grupo de homens que conversavam baixo a média distância, e embarcou. Após procurar por alguns minutos por um vagão menos lotado, e avaliando com cuidado os integrantes, entrou no penúltimo, composto por um padre franzino de olhos irritadiços que folheava rapidamente um livro, um homem alto de aspecto desgrenhado, que fumava um longo cigarro e baforava a fumaça de maneira grosseira, e uma mulher fortemente maquiada, com longos cabelos loiros mal cuidados que evocavam incômodas lembranças em Edgar.

Meneando a cabeça de forma mecânica, o homem entrou na cabine e fechou a porta. O grupo estava engajado numa acalorada discussão sobre as oportunidades da cidade mineradora de Klondike.

– Meu primo chegou mais cedo, tem uns 2 anos – resmungou um deles, em uma voz rouca em meio a duas baforadas, enquanto Edgar empurrava seus pertences no bagageiro. – Me chamo William… – acrescentou, olhando indagador para Edgar.

Mal humorado e começando a se arrepender da escolha do vagão, Edgar nada respondeu, mas apontou para o nome escrito em prata em sua maleta de mão.

– Cê até que tem mesmo cara de Edgar, viu? Essa aqui é Anna, e aquele lá é o Padre John. Nós tá vindo tudo de São Francisco – o homem parecia esperar uma resposta informativa, o que não aconteceu. Dando de ombros, seguiu sua ladainha. – Esse aí num tá pra conversa. Como eu tava dizendo, meu primo Micah chegou tem uns dois anos, veio lá de Seattle. Tava cheio de dívida, se meteu num esquema de jogo que no fim era coordenado pelo delegado. Teve que sair fugido, chegou em Klondike, ficou rico, ein? Tá com uma mina com um monte de empregado e abriu três bordéis na estação. Me disse que vai me dar trabalho lá.

O homem falava rapidamente, parando apenas entre uma tragada e outra baforada, o que parecia incomodar o padre, que continuava a procurar algo em suas anotações. Só agora Edgar notou que o religioso se agarrava a uma mala pequena, para a qual olhava com preocupação a intervalos curtos, e então retomava sua leitura apressada.

– Apenas blasfemos e prostitutas, ladrões e vagabundos! – bradou o que pareceu a Edgar um slogan que, a julgar pela troca irônica de olhares dos dois outros integrantes, vinha sendo repetido há algum tempo naquele vagão. – Hão de ser purificados pela fúria de Deus. Um antro de luxúria e ganância.

– Sodoma e gomorra, meu padre. Ainda bem que a vossa santidade estará lá, pois terei muitos pecados a confessar – foi a primeira vez que a mulher falou desde a chegada de Edgar. Sua voz era carregada de sarcasmo e sensualidade, quase um sussurro provocador escapando dos lábios de uma sedutora experiente. Edgar percebeu os cortes, picadas e escoriações nos braços e as unhas com pintura descascada, bem como as pupilas exageradamente dilatadas. A mulher notou o olhar e retribuiu com um sorriso provocador. – Vejo que terei boa companhia – piscou um olho.

– Não estou indo para lá para absolver putas e delinquentes! A missão que recebi de Deus é mais importante que resgatar esse lixo humano das entranhas do inferno – o homem pareceu folhear ainda mais febrilmente o livro, e se agarrou com mais força à maleta, apertando-a de tal modo que seu fecho se abriu levemente, deixando escapar um odor difícil de definir. Edgar teve a impressão de ter sentido aquele odor no passado, mas não conseguia se lembrar onde nem quando.

A mulher apenas riu e cruzou as pernas de modo provocador. O trem sofreu um solavanco, e por alguns minutos reinou o silêncio, quebrado apenas pelos muxoxos entediados de Anna, as baforadas espalhafatosas de nicotina barata, e o folheamento alucinante de páginas, entrecortado por olhadas rápidas para a mala. Observando mais atentamente, Edgar percebeu se tratar de um antigo livro sagrado, tão desgastado que sua capa estava praticamente incompreensível. Algo sobre um rei persa era parcialmente legível, assim como uma grande cruz e símbolos que Edgar desconhecia.

O trem então parou novamente, numa estação tão envolta em neblina que era impossível enxergar qualquer coisa além de vultos se deslocando na plataforma. Edgar se moveu desconfortável e endireitando-se em alerta. No interior do casaco, a mão direita repousava sobre uma pistola.

Após alguns minutos, a porta do vagão voltou a se abrir, e uma mulher entrou desengonçada puxando uma surrada mala em uma mão, enquanto arrastava uma criança pela outra. O menino, que devia ter entre 7 e 10 anos, resmungava algo sobre frio e fome. Edgar, ainda com o dedo no gatilho, notou uma série de reações percorrer o vagão: o padre olhou para mãe e filho com desprezo, Anna encarou a criança com incontida tristeza, um sentimento penoso rompendo por um instante a pretensa confiança e superioridade da mulher, enquanto um olhar estranhamente voraz, visível por trás de uma cortina de fumaça por um instante fugaz, lhe causou arrepios. Ele, no entanto, conseguiu conter suas emoções e nada transpareceu.

– Entra e senta, Michael. A gente come quando chegar. Eu te dei o último pedaço de pão não tem nem meia hora, te falei que era pra comer devagar.

– Tá com fome, menino? Eu tenho um sanduíche aqui, viu? Toma aqui – Edgar queria gritar para o menino que não chegasse perto daquele homem, mas o garoto já havia corrido até ele.

A mulher se apresentou como Emma, mas nada falou sobre seu filho. Ao invés disso, resmungou algo sobre uma nova vida longe do ex-marido, embora ninguém tenha perguntado, e se sentou ao lado de Anna, onde foi seguida pelo menino. Apesar de faminto, o garoto deve ter decidido guardar o sanduíche para mais tarde, e se limitou a olhar pela janela e balançar a cabeça ao som do chacoalhar do trem.

O grupo seguiu numa conversa da qual Edgar preferiu não participar, e que foi totalmente ignorada pelo padre, enquanto o menino cutucava um buraco na cortina. Por volta de meia hora mais tarde, falaram sobre suas motivações para uma mudança tão drástica de vida. Com exceção talvez de William, que parecia gostar de uma platéia para quem pudesse fazer longos monólogos, os demais pareciam pouco inclinados a falar sobre seu passado, dando respostas escorregadias e pouco diretas. Edgar não estranhou e muito menos se importou, uma vez que ele próprio se sentia pouco tentado a compartilhar o que quer que fosse com aqueles estranhos.

O trem seguiu por horas, atravessando a escuridão de uma noite de nevasca sem estrelas. Edgar sentia um crescente incômodo. Aquele cheiro peculiar agora escapava com mais intensidade da bolsa entreaberta. Algo nele lhe causava arrepios, enquanto tentava decifrar a fonte de tal odor. Sem dúvida, não provinha de nada saudável ou vivo, mas cheirava estranhamente a carne crua ou sangue misturado com pólvora e areia. O cheiro lhe causava um estranho torpor, uma sensação de náusea e cansaço. Justamente quando se perguntava se ninguém mais estava sentindo, Anna esbravejou, deixando de lado o costumeiro ar provocador.

– Caralho, padre, que merda você tá carregando nessa pasta? Esse cheiro doce tá me dando ânsia. Nem essa fumaceira tá conseguindo disfarçar.

– Do que ‘cê tá falando? Esse negócio tem um cheiro estranho de lençóis lavados e suor – respondeu William, com o olhar estranhamente desfocado e um filete de baba começando a escorrer de sua boca.

Emma nada falou, mas parecia esconder um sorriso enviesado, enquanto agarrava o filho num abraço que parecia desconfortável. Antes que Padre John pudesse responder, no entanto, o trem reduziu sua velocidade, aproximando-se da estação seguinte. A mulher levantou-se de chofre e saiu puxando o garoto pelo braço, sem nem mesmo pegar sua bagagem. Estupefatos, os demais integrantes viram duas silhuetas atravessarem correndo a plataforma em direção à frente do trem, até sumirem de vista. Um silêncio modorrento pairou na cabine, onde os remanescentes pareciam incapazes de reagir, mesmo diante da súbita partida.

O padre, entretanto, procurava ainda mais avidamente por páginas específicas de seu livro, e começava a murmurar coisas numa língua desconhecida, que evocava uma estranha sensação de pertencer a um antigo mundo morto. Somando-se ao cheiro nauseabundo, soava como mantra hipnótico.

O trem voltou a se locomover, e os solavancos da partida pareceram despertar levemente os presentes. O cheiro cada vez mais intenso, a súbita partida de Emma, e o estranho comportamento de John tiveram efeito tonificante em Edgar, que se lançou sobre o padre e tentou tirar a mala de suas mãos para ver o que havia dentro. Pego de surpresa, o franzino padre derrubou o livro de suas mãos, que parou aberto no chão, ao mesmo tempo em que Anna e William se juntaram à briga.

Vencido, se largou na cadeira e tentou recuperar a bíblia, mas foi interrompido por William, que a pegou e exclamou: “isso né uma bíblia cristã não, viu? Tem uma monte de desenho bizarro aqui de criança e bebê sendo… puta merda, tão sendo sacrificado.”

Nesse instante, todos olharam para o padre que continuava cabisbaixo, e limitou-se a murmurar: “vocês estão se metendo em algo que não entendem, e vai acabar muito ruim pra todos, seus hereges malditos.”

– Acho que está na hora de começar a se explicar, padre – a voz rouca e solene de Edgar ressoou pelo recinto. Após um longo silêncio, prosseguiu – bom, se você vai fazer voto de silêncio, então melhor abrirmos essa maleta.

Tudo se seguiu num rompante confuso. O padre levantou-se de um salto, tentando aparar a mala das mãos de Edgar, que, surpreso, derrubou-a num baque surdo. A mala abriu-se, e de dentro dela rolou um pequeno corpo enegrecido e enrugado, um pequeno bebê, morto e envolto num líquido negro como obisidiana. E então, todos ajoelharam-se com as mãos cobrindo o nariz.

– Nãaaao! Seus tolos! Condenaram a todos nós! – as palavras saíram da boca escancarada de John num rompante abafado, como se o próprio ar de seus pulmões se recusasse a aceitar o odor que agora dominava o local.

Edgar caiu de cócoras, tampando o nariz e tentando precariamente evitar o vômito. Um cheiro de cavalos trotando, areia e pó, pólvora, sangue, choro. O odor se misturava a seus outros sentidos, e ele podia sentir seu sabor, ouvir seu lamento, o som dos tiros, o implorar dos inocentes, o riso dos sádicos. Podia sentir o toque da arma em suas mãos, o trotar dos cavalos e a areia desértica raspando seu rosto. Sentia coisas que não deveriam existir. Via cores como um caleidoscópio, cores que nunca vira. Não havia nomes para elas, eram impossíveis. Sentia sabores pútridos, incompreensíveis. Sentia o toque da culpa, via os olhos aterrorizados, sentia o sabor do medo e do remorso. Sua cabeça girava de forma alucinada, viajando pelo desconhecido numa velocidade vertiginosa. Então, tudo se apagou.

Ao seu redor, o caos havia se instaurado. Tomada pela culpa e remorso, Anna provava o sabor do abandono, sentia seu útero retorcer-se, mãos pequeninas tocarem seu rosto,  um líquido ácido penetrar suas veias. Sentia o cheiro do veneno, uma podridão âmbar percorrendo seu corpo,  o odor de gritos de uma menina implorando para não ser abandonada. Sentia o toque do dinheiro queimar suas mãos, a visão incapaz de compreender a extensão de seu corpo, o cheiro do horror de ter trocado sua garotinha por ópio. Incapaz de se segurar, vomitou, e começou a cortar os próprios punhos com as unhas, num rompante de força maligna que fez jorrar um sangue em tons escarlates por toda a cabine. Deitou-se no chão e entrou em trabalho de parto, dando à luz criaturas malignas e cruéis, que puxaram seus órgãos de dentro para fora.

William se viu em total escuridão, um barulho ensurdecedor de gritos de dor e desespero. Mãos pequenas tentavam arrancar seus olhos e ele podia sentir o sabor de vida sendo destruída na infância. Cores tão negras que queimavam seus olhos dançavam e tremeluziam em suas pupilas, e ele terminou de arrancar os próprios olhos. De nada adiantou, pois ainda conseguia sentir o cheiro do ódio, o sabor daquela escuridão infinita, sentia crescer dentro de si o horror da impotência, da violência que destrói a pureza infantil. Tentou falar, implorar, mentir, mas a voz perdeu-se numa mente destruída. O odor tétrico transformou-se numa erosão de fluídos corporais quando seus órgãos internos se desfizeram e escorreram pela sua virilha.

Padre John levantou-se, cego, segurando uma antiga runa persa numa mão e um crucifixo de pedra afiada na outra. Berrava a ponto de sentir o sabor do sangue, um misto de palavras e sons incompreensíveis.

– Maldito! Você devia estar morto! – gritava, sem saber exatamente onde estava o pequeno corpo de seu filho bastardo. – Deus, guiai-me! Matei-o como ordenaste-me em sonho, pois a santidade de meu juramento não podia ser destruída por um erro carnal. Segui vossos conselhos e executei-o conforme vossa vontade – o homem berrava em direção ao alto, como se esperasse encontrar auxílio de um Deus que nunca esteve ao seu lado. E seguiu bradando, alucinado, passagens desconexas do velho mandamento:

– Em Êxodo 12:29 dizeis: “à meia-noite, o Senhor feriu todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se sentava no trono, até o primogênito do cativo que estava atrás da mó, e todo primogênito dos animais”. Em Gênesis 7:23 ordenais, e seguindo vossa vontade “todo ser vivente que estava sobre a face da terra foi destruído”, incluindo bebês e crianças.

As palavras morreram em seus lábios, enquanto um pavor primal tomou conta do homem, que sentia o infinito explodir em seus sentidos, degustou o pavor do inferno, sentiu o toque da blasfêmia, aquele cheiro de enxofre impregnado em suas narinas. Desesperado, enfiou o crucifixo em seus olhos, ansioso por deixar de ver a fúria de um Deus que traíra. Agonizou infinitamente, esparramado em uma poça de seu próprio sangue e fezes.

Edgar agora se encontrava novamente num vagão, mas o vagão de outro trem, dessa vez atravessando o deserto de Nevada. O cofre havia sido arrombado, estavam todos mortos. O banqueiro  jazia ao lado da esposa, de longos cabelos loiros, ambos de olhos abertos inexpressivos. A arma em punhos, envolto pela fumaça dos disparos e tomado por súbito arrependimento, Edgar notou que uma criança se escondia atrás do porta casacos. Tentou fazer um sinal para que ela ficasse em silêncio, mas Matthew já tinha percebido.

– Mate a testemunha, Edgar. Mate a testemunha ou sua dívida não será considerada paga – sorriu, maligno.

Uma lenta batida de coração, um momento de indecisão, um gosto amargo na boca. Edgar passou os olhos uma última vez pelo vagão, mal notando a confusão de corpos, fumaça e sangue. Respirou fundo e fez uma prece silenciosa, pedindo perdão a um Deus no qual nunca acreditou. Apontou a arma para a cabeça da criança, que o olhava com horror. Então atirou.

E acordou, a memória se desfazendo de sua mente e a realidade se formando novamente. Estava deitado no chão do vagão, neve caindo fora da janela, lavado de sangue e fezes que não poderia dizer se eram seus ou dos companheiros de vagão que jaziam ao redor. Levantou os olhos e viu Michael e sua mãe Emma. Ambos o encaravam com um olhar de escárnio que não podia ser humano. Acima, pairava o filho bastardo de um padre com sua própria irmã, flutuando em aura maligna, emanando aquele odor tétrico que destruía aos poucos os sentidos de Edgar. O sabor podre daquele cheiro amargava a boca do homem, que enegrecera, assim como seus olhos.

Não entendia como Emma e o filho estavam ali, nem porque o olhavam e riam. Olhou para o lado, onde deveria estar a mala de viagem da mulher, que havia sido abandonada ali. Não havia mala de viagem, nunca houvera. Sacou sua arma, apontou para a própria cabeça. Hesitou. Amaldiçoou mentalmente um Deus no qual nunca acreditara. Apontou a arma para a cabeça do ser flutuante, que o olhava com desdém. Então atirou. Nada aconteceu. O feto soltou uma última gargalhada sem alegria, e o odor que atingiu os sentidos de Edgar queimava em ondas malignas.

O trem começou a frear em pequenos solavancos conforme se aproximava da estação de Klondike, a neve intensa bloqueando completamente os primeiros raios de luz do amanhecer.

Sobre Fabio Baptista

14 comentários em “O Peso da Bagagem (Anna)

  1. claudiaangst
    8 de maio de 2024

    Oi, Anna, tudo bem?

    O pseudônimo e a viagem de trem em fizeram relacionar a trama ao livro que estou relendo: Anna Kariênina. Claro que as coincidências terminam por aí.

    O conto aborda a temática proposta pelo certame. Há uma viagem e também roubo – inclusive de vidas.

    Terror não é muito o meu forte, mas aqui a tensão e o suspense contribuíram para a captura da minha atenção.

    O bebê morto descoberto também seja uma métafora ao passado podre (já em decomposição) do passado dos personagens ali reunidos naquela viagem. Parece que apenas os inocentes não foram poupados (as duas crianças – o bebê e o menino Michael). Se é que o menino morreu mesmo… Aliás, concluí que o pequeno cadáver seria usado para um ritual macabro. Também parece haver um clima apocalíptico – “Um cheiro de cavalos trotando, areia e pó, pólvora, sangue, choro.”

    Fiquei na dúvida se Emma e o filho eram reais ou fantasmas… E qual era a missão do padre? Sei que devem ter dicas espalhadas pela trama, mas não consegui ligar os pontos.

    A linguagem empregada é simples, clara, mas com uma boa dose de sinestesia (recurso estilístico = palavras e expressões associadas a diferentes sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato) para gerar um efeito discursivo). 

    Cuidado com a repetição de palavras e expressões, o vocabulário da Língua Portuguesa é vasto, explore sem moderação.

    Sodoma e gomorra > Sodoma e Gomorra

    e se sentou ao lado de Anna, onde foi seguida pelo menino. > e se sentou ao lado de Anna, sendo seguida pelo menino.

    platéia > plateia

    Enfim, perdoe-me por não alcançar o entendimento do enredo por completo.

    Boa sorte!

  2. Queli
    27 de abril de 2024

    A história é interessante, e, apesar de bem escrita, peca pelo excesso de palavras/frases repetidas.

    Acredito que seria possível deixar o texto mais fluido, mais incisivo e mais claro, organizando melhor as ideias, reestruturando frases e eliminando as redundâncias.

    Mas adorei o enredo!

  3. Mauro Dillmann
    26 de abril de 2024

    O conto é narrado em terceira pessoa e bastante descritivo.

    Uma literatura juvenil, um texto para ser apreciado por adolescentes. Digo isso tanto pelo enredo quanto pela linguagem, pelas escolhas das palavras.

    O personagem Edgar e o conteúdo da mala são o ponto alto do conto.  

    Está bem escrito, mas com passagens muito adjetivadas. O excesso de adjetivos cansa o leitor. Não vou citar exemplos, a cada parágrafo existem muitos adjetivos. Deixo uma sugestão: experimente cortar quase todos os adjetivos e leia o conto em voz alta. Vai fluir.

    Além disso, há uma repetição de palavras e expressões. O texto poderia ser enxugado, assim ficaria mais limpo e direto, proporcionando ao leitor, uma leitura mais prazerosa.

    Na minha percepção, existem muitos personagens. Não há problema, quando todos são bem construídos.

    Um detalhe: platéia não tem acento, pois é paroxítona com ditongo aberto.

    Parabéns !

  4. Thales Soares
    21 de abril de 2024

    Não vou utilizar meu modelo padrão de comentários para tecer minha crítica a respeito deste conto (separando tudo em tópicos: Escrita, Tema, Enredo, Conclusão). Primeiro, porque estou com preguiça. Segundo, porque estou com tantas coisas na cabeça, que eu quero partir direto para a parte onde eu comento o enredo!

    Achei que a primeira frase do conto foi um grande acerto do autor, mostrando já de cara o Edgar dando uma despirocada, e MATANDO UMA CRIANÇA!!!! (se eu estivesse numa rede social agora, eu estaria fodido por digitar isso em letras maiúsculas… naqueles ambientes têm que seguir o politicamente correto, e digitar m4t4nd0 cri@nç@s, para não ser cancelado… mas como estamos no EC, aqui vale tudo nessa porra!!). Esse início me lembrou muito os episódios de Breaking Bad, onde começava com o Walter White metendo a pica também, e do nada cortava para o passado, onde ele estava na maior calmaria. Essa tática é muito boa, principalmente quando o início da história vai ser propositalmente lento, para apresentar ao leitor/espectador os personagens e plot da história. Com esse recurso, minha atenção foi fisgada desde o início, e eu fiquei lendo empolgado, pois o autor me fez a promessa de que o caldo ia ferver em algum momento… caso contrário, talvez eu tivesse ficado com tédio no início, na dúvida se as coisas melhorariam ou não.

    Agora quero falar sobre a imagem de capa de o título do conto, pois foram as primeiras coisas que vi antes de começar a ler. Achei ambos muito bem escolhidos. A imagem me lembrou aquelas ilustrações doidas do livro “O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares”, por ser branco e preto e trazer uma vibe misteriosa. E com esse título, “O Peso da Bagagem”, achei que a história traria talvez alguma discussão sobre gravitação, envolvendo ficção científica. Se fosse esse o caso, achei que ela seguiria por uma linha no estilo Twilight Zone, o que seria muitíssimo interessante! Me enganei totalmente, porém, foi tão bom quanto! A história me pareceu seguir para um terror… algo que lembrou um horror cósmico na verdade, mesmo não usando figuras características do universo Lovecraftiano, e tratando sobre uma figura mais demoníaca. Mas eu adorei o vilão, que era o feto morto… pera, quero falar sobre isso mais tarde… vamos por partes, para eu não me perder no raciocínio aqui (eu escrevo esses comentários sem fazer rascunho, vão meio que no improviso mesmo).

    Agora, vamos falar sobre a ambientação da história. Tudo acontece dentro de um trem. Eu amo histórias de trem!!!! Não sei explicar o porquê, mas viagens de trem são charmosas, e sempre possuem um aspecto enigmático. Aliás, já temos o encaixe do tema aqui: viagem. Se enquadrou muito bem, e eu acho que era até necessário alguém no desafio tratar sobre viagem de trem, e que bom que o tema foi abordado de forma tão cuidadosa e divertida. Viagens de trem são sempre muito insanas quando estamos na literatura ou na cultura pop. Temos como exemplo o Trem Infinito, do Demon Slayer, o Infinity Train, do Cartoon Network (ei… espera aí um pouquinho… eles tem o mesmo nome!!!), o Expresso Polar, aquele filme com o Tom Hanks, que tem aquela direção de arte bizarra, que entra no vale da estranheza, e temos várias histórias sobre mistérios e assassinatos em trens, como o Assassinato no Expresso do Oriente, e até aquele filme com o Brad Pitt, o Trem Bala. Enfim, o que quero dizer é que eu amo histórias em trens! Eu mesmo sempre quis escrever uma, e este conto reviveu esse desejo dentro do meu coração.

    Droga, meu comentário está enorme, e eu ainda nem comecei a falar direito sobre o conto!

    Enfim… vamos logo para a trama então. Os personagens são apresentados todos logo no início, e de forma bem interessante. Conhecemos o mal humorado Edgar, o Padre, a Loira, o fumante, e depois chegam a mulher e o filho dela (desculpe, sou péssimo com nomes). Seis personagens (se eu não esqueci de nenhum), mas todos eles são mostrados muito bem, e eu gostei bastante das falas e interações entre eles. De início, todos parecem ser uns lazarentos. E no final, é revelado que eles realmente são uns lazarentos. Pelo que eu entendi, eles foram terrivelmente punidos por pecados que cometeram, principalmente o padre satanista, que quebrou seu voto de celibato. Li que um dos nossos amigos comentaristas citou a referência da Cafeteria do Sandman, e eu também ia citar isso! Me lembrei da mesma situação na parte em que a história começou a ferver!

    No entanto, antes de as coisas começarem a ficar realmente insanas, o trem faz uma parada, e a mulher e o filho dela, Matheus, descem. Para ser bem sincero, essa parte me deixou confuso. Eu não entendi o que isso representou na história. Por que eles deixaram a bagagem? Tudo bem que, no final, revelou que essa bagagem na realidade nunca existiu. Aliás, aqui entra a parte em que, para mim, foi o único ponto fraco do conto. O final. A mulher e o filho dela retornam para o trem, mas agora de forma fantasmagórica, junto com o feto do padre! Aí eles começam a rir e ficar encarando Edgar, todo ensanguentado e cagado, com pose de malvadões. Edgar tenta matar eles, mas não dá, porque são fantasmas. Então o trem chega em Klondike e…… a história acaba. A história acabou de verdade? Ou foi o limite de palavras do autor que chegou ao fim? Pois senti que faltou alguma coisa aqui. Talvez eu que não tenha conseguido interpretar direito as pistas deixadas ao longo da história. Eu até tentei ler de novo desde a parte em que a mulher saiu do trem junto com a criança, pois acho que essa é a chave de tudo… mas confesso que sou lerdão demais para entender certas coisas.

    Aliás, toda essa questão do trem que vai pra Klondike, na época da corrida do ouro nas Américas, eu achei uma ambientação muito legal! Eu gosto dessas histórias antigas, onde não tem smartphone ou tecnologia alguma.

    E por último, acho que devo falar sobre a escrita. Eu realmente adorei a forma como a história foi narrada. Descrições vívidas, com uma leitura fluida, e uma ótima escolha de palavras, principalmente quando ocorre o ponto de virada da trama, ao encontrarem o feto morto, e o verdadeiro terror começa. A propósito, eu gosto de histórias com fetos… eu mesmo utilizei um personagem que era um feto no meu conto A Paixão do Demônio. Ele se chamava Porrinha. Construções de frase como:

    “O odor tétrico transformou-se numa erosão de fluídos corporais quando seus órgãos internos se desfizeram e escorreram pela sua virilha.”

    Eu achei excelente, porque dá pra imaginar bem a cena, e é bizarro!

    Só de ver a palavra tétrico, já dá uma sensação de horror cósmico! Por isso comentei, no início, que o conto tem essa pegada de horror cósmico, pois ele coloca os personagens diante de um adversário com poderes imensuráveis, e não dá para combater. Dessa forma, cada um apenas sofre as consequências horríveis por sua curiosidade em descobrir o que o padra estava escondendo. Essa tipo de conhecimento amaldiçoado, com verdades que nenhum humano pode saber, senão alcançam a loucura absoluta, são marcas características desse gênero.

    Enfim… para encerrar, gostaria de dizer que eu gostei muito deste conto pois ele se encaixa perfeitamente no meu gosto pessoal! Só não digo que parece que fui eu que escrevi pois eu não conseguiria criar descrições tão bem produzidas quanto as que apareceram aqui. Mas toda essa questão de aventura, com um ar misterioso, e um clima fantástico dentro do trem, é o tipo de coisas que eu costumo apreciar bastante! Como meus comentários são inteiramente baseados no meu gosto pessoal, eu costumo meter chinelada nos contos que não se encaixam comigo, e exaltar aqueles contos que são a minha cara, como foi o caso deste.

  5. Priscila Pereira
    20 de abril de 2024

    Olá, Anna! Tudo bem?

    Vou deixar minhas impressões sobre seu conto, lembrando que é a minha opinião e não a verdade absoluta. (Obviamente)

    Nossa, que viagem!! Você escreveu sob os efeitos de alucinógenos, não foi? 😂😂😂😂😂 Tô zuando!!!

    Achei bem legal o conto! Eu não gosto de terror, mas não vou levar isso em consideração, porque achei seu conto muito interessante, muito bem escrito. As descrições estão fantásticas, quase conseguimos sentir (eca) tudo que os personagens sentiram.

    O enredo é bem pensado e bem executado. Todos os personagens estão bem caracterizados e tem o psicológico bem traçado.

    Toda a atmosfera do conto é bem legal, bem enevoada e meio insólita. O clima de tensão e horror estão presentes e foram muito bem distribuídos no conto. É um conto bem sensorial, o que acho muito legal mesmo.

    Os pecados sendo revelados e punidos dá um má ideia do que o padre pretendia fazer com o bebê morto. E ele ter sido pego (involuntariamente) no ritual que estava planejado para os outros (pq imaginei que ele pretendia fazer o que aconteceu no trem na cidade e exterminar todos, menos ele, é claro) foi uma ótima sacada! Dando o castigo que ele merecia também!

    Enfim, gostei bastante do conto! Parabéns!

    Boa sorte no desafio!

    Até mais!

  6. Angelo Rodrigues
    19 de abril de 2024

    Olá, Anna.

    Um ótimo conto, cheio de imagens interessantes.

    Busca levar ao leitor uma série de impressões demoníacas do objeto central do discurso, que é a irrevelada – ainda – mala do padre John.

    O trecho vai se construindo nesse sentido, buscando aumentar a tensão entorno do que nela pode haver. O sujeito do texto é a mala e seu conteúdo.

    Algumas observações:

    Lá pelo início, temos o texto “– Não estou indo para lá para absolver putas e delinquentes! A missão que recebi de Deus é mais importante que resgatar esse lixo humano das entranhas do inferno – o homem pareceu folhear ainda mais febrilmente o livro, e se agarrou com mais força à maleta, apertando-a de tal modo que seu fecho se abriu levemente, deixando escapar um odor difícil de definir. Edgar teve a impressão de ter sentido aquele odor no passado, mas não conseguia se lembrar onde nem quando.”, que parece indicar uma missão. A leitura terminada, não fica claro qual a missão a que se atribuía o padre.

    Nesse trecho, não fica claro quem é o homem do qual o narrador fala, se John ou se William: “– Tá com fome, menino? Eu tenho um sanduíche aqui, viu? Toma aqui – Edgar queria gritar para o menino que não chegasse perto daquele homem, mas o garoto já havia corrido até ele.”

    As presenças de Emma e filho não ganham relevância na trama. Eles entram, são ouvidos e pouco falam, e vão embora deixado a mala que a mãe trazia consigo. Não há relevância para o desenvolvimento da história. Mais adiante eles retornam como parte do delírio de Edgar.

    Neste trecho “O cheiro cada vez mais intenso, a súbita partida de Emma, e o estranho comportamento de John tiveram efeito tonificante em Edgar, que se lançou sobre o padre e tentou tirar a mala de suas mãos para ver o que havia dentro.”, a trama finalmente se desata. Edgar procura desvendar o mistério. Creio que os motivos apontados não são relevantes, não todos. A súbita partida da mulher, por exemplo, não explica a ação de Edgar. O comportamento de John, talvez, mas o cheiro sim, este poderia ter forte influência sobre Edgar, como mostrado mais adiante no texto.

    No trecho “Vencido, se largou na cadeira e tentou recuperar a bíblia, mas foi interrompido por William, que a pegou e exclamou:”, parece faltar o sujeito. Entendi que deveria ser “Vencido, John se largou na cadeira…”.

    Com o advento da abertura da mala e exposição do que lá havia, todos mergulharam em suas memórias ruins, reminiscências danosas encobertas com o tempo.

    Ao padre coube revelar – ou não – a identidade do corpo morto, quando o narrador o chama de “filho bastardo” do padre. Era mesmo um filho bastardo ou seria apenas uma imprecação?

    O conto toma o rumo do místico, ao final, onde horrores se apresentam ao leitor.

    Não sou muito de envolver com textos pouco telúricos, mas gosto das imagens imponderáveis que os autores constroem quando buscam montar cenas de forte impacto teatral. Essas apresentadas pelo autor são legais, e buscam levar ao leitor algo extremo. Há palavras que ajudam nesse tipo de construção, tais como sangue, fezes, risadas sem alegria etc. Todas foram usadas. E quando juntas, mais ajudam na formação de uma imagem poderosa.

    Uma das maneiras de se terminar um conto de extremos, é pela morte do protagonista, quando nada parece precisar de outra explicação que não o desespero ou a loucura que o tomou. Foi assim que se deu.

    Ótimo conto, parabéns. Boa sorte no desafio.

  7. Antonio Stegues Batista
    19 de abril de 2024

    Alguns leitores não gostam de contos com mais de 3 personagens, não sei se é alguma dificuldade de memorizar os nomes, de saber quem é quem. Esses nunca leram Stephen King, alguns de seus contos tem mais de 10 personagens. Alguns escritores famosos ambientaram suas histórias fora do país de origem, como por exemplo Agatha Christie em seu livro, Assassinato no Expresso Oriente. É até instigante romper com nossos limites, mas é necessário alguns cuidados, principalmente mostrar algo do lugar, a paisagem, a cultura, o modo de viver para dar autenticidade. Então, você ambientou seu conto no Canadá e pouco mostrou dele, a não ser a citação da corrida do ouro entre 1896 e 1899.
    Acho que abreviar você, para “cê”, ficou meio estranho numa história ambientada fora do Brasil, porque a forma “cê” é mais utilizada pelos belo-horizontinos, ou seja, é um modo de falar dos brasileiros.
    Algumas palavras repetidas muito juntas num mesmo parágrafo, principalmente a palavra “que”, além de outras arcaicas.
    Gostei da parte quando o conteúdo da mala é exposto, provoca evocações ruins nos passageiros, despertando o mal que cada um carrega em seu íntimo. É um conto de terror muito bom.

  8. Emanuel Maurin
    18 de abril de 2024

    Anna, seu conto é uma viagem horripilante que esta em caminho da cidade do ouro. Tá lotado de personagens atormentados. A história é rica em detalhes sensoriais e cria uma atmosfera de suspense e horror. Teve uma hora que foi foda: deu nojo. As revelações sobre os personagens são impactantes, adicionando profundidade à história. Tudo passa muito depressa, igual filme acelerado. Essa narrativa corrida, deixa a transição um pouco abrupta entre as cenas. Tem muita informação ao mesmo tempo. Mas o conto me ganhou. Achei tudo original. É uma boa trama e o final é de matar.

  9. Regina Ruth Rincon Caires
    18 de abril de 2024

    Êxodo 12:29 – “E aconteceu, à meia-noite, que o Senhor feriu a todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se sentava em seu trono, até ao primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais.”

    Acredito que o conto é construído e totalmente orientado por essa passagem bíblica. Confesso que pouco sei (ou nada sei) das Sagradas Escrituras, mas tenho uma certeza “bambeada” de que o autor deste texto é “abundantemente religioso”. Fiquei pesquisando, queria saber o que significava a citação bíblica. Pouco entendi, mas envolve os sermões que abrangem os povos de Egito e Israel, e versam sobre suas sagradas pregações e venerados desígnios de Deus. O mar de sangue e morte que ocorre durante todo o conto, soa para mim, como um castigo aos impuros, aos pecadores. Ou uma “purificação”. Parece que há uma significância nesse destaque ao “sangue” e na imolação do filho primogênito (???). Teor sinistro. Para mim, imensamente sinistro.

    Quanto à construção da narrativa, há um cuidado extremo de relatar tudo sofregamente. É tudo feito no galope. E essa “carreira” dá certa aflição durante a leitura. Tudo descrito de maneira sinistra, basta observar o ambiente mórbido. Tudo cinza para o negro, esfumaçado. Basta observar a soturnidade das descrições narradas nos últimos parágrafos. Sensações sufocantes.

    Texto bem escrito, e percebe-se que o autor tem uma capacidade tremenda para sustentar os personagens num enredo que cumpre a pregação.

    Interessante, a história é ambientada no ano de 1896, na Corrida do Ouro do Klondike. E gostei do que aprendi nas minhas pesquisas:

    “ Charles Chaplin, considerado um dos maiores gênios do cinema, produziu e atuou esta obra-prima do cinema, que homenageia a corrida do ouro do Klondike (1896-1899).

    Este evento histórico causou uma migração em massa de garimpeiros de todos os tipos, dos Estados Unidos para o Alasca, em busca de ouro.

    Em “The Gold Rush”, o vagabundo mais amado do mundo é mais um americano que vai se aventurar como garimpeiro nos depósitos de ouro do Alasca, e encara diversos tipos de desafios.

    Em sua genialidade, o autor – diretor – protagonista Chaplin representa, de maneira suave, mas com grande dose de realidade, as dificuldades enfrentadas por milhares de pessoas que seguiram na jornada pelas montanhas geladas.”

    E mais…

     “A Corrida do Ouro do Klondike, também chamada de Corrida do Ouro do Yukon, ou Corrida do Ouro do Alaska e de a Última Grande Corrida do Ouro, foi uma migração estimada de 100 mil garimpeiros para a região do Klondike e do Yukon no noroeste do Canadá entre 1896 e 1899. O ouro foi descoberto lá em 16 de agosto 1896 e, quando a notícia chegou às cidades de Seattle e San Francisco, no ano seguinte, provocou uma debandada de garimpeiros. A viagem revelou-se demasiada difícil para muitos, e apenas entre 30.000 e 40.000 chegaram ao destino final. Alguns de tornaram ricos, mas a maioria não. A Corrida do Ouro do Klondike terminou em 1899, após o ouro se esgotar. Tal corrida foi imortalizada por fotografias, livros e filmes.”

    Parabéns pelo trabalho, Anna (perseverante e disciplinada)!

    Boa sorte no desafio!

    Abraço…

    • Anna
      18 de abril de 2024

      Olá, Regina! Obrigado pelo comentário!

      Geralmente, não respondo sobre o enredo do conto durante o desafio, mas só queria fazer uma ressalva. Na verdade, o conto não tem intenção de ser religioso, e nem se baseia na bíblia ou em trechos específicos dela. É só o padre que é um maluco degenerado que usa a bíblia pra justificar uma atrocidade que cometeu heheheh

      • Regina Ruth Rincon Caires
        18 de abril de 2024

        Errei feio. Peço desculpa. Abraço…

      • Anna
        18 de abril de 2024

        Imagina! Eu adoro seus comentários, e não to reclamando, nem nada. Só quis responder por ser um assunto sensível, e pros colegas mais religiosos do grupo não se chatearem achando que eu interpretei a bíblia do meu jeito kkkkkkk

        Mas fica tranquila, seus comentários são ótimos ❤

  10. Kelly Hatanaka
    18 de abril de 2024

    Costumo avaliar os contos com base nos seguintes quesitos: Tema, valendo 1 ponto, Escrita, valendo 2, Enredo, valendo 3 e Impacto, valendo 4. Abaixo, meus comentários.

    Tema
    Atende o tema. Toda a história se passa durante uma viagem de trem até Klondike. A viagem é motivada pela necessidade que os personagens têm de uma nova vida ou de novas oportunidades.

    Escrita
    Muito boa, cria tensão e expectativa com muita competência.

    Enredo
    Durante uma viagem de trem, os passageiros são confrontados por seus fantasmas do passado através de uma entidade sobrenatural, filho de um padre com sua própria irmã. A história é boa e parte de uma ótima premissa. Os personagens são bem definidos e o clima de tensão permeia todo o conto. Porém, senti que tem muita coisa sobrando e alguns elementos sem explicação. Qual era a missão do padre? O que ele planejava fazer com o bebê morto em Klondike? Quem eram Emma e Michael? Por que eles saíram correndo do trem e como voltaram?

    Impacto
    Achei especialmente interessante o momento em que cada personagem confrontou seu passado. Lembrou-me a cena da cafeteria de Sandman. Gostei de ver o passado doloroso de cada um deles e o desespero ao sentir intensamente o que fizeram. Porém, a sensação de que ficou muito ainda a ser dito, como falei em Enredo, prejudicou o impacto.

  11. Vladimir Ferrari
    18 de abril de 2024

    Bem, uma viagem em todos os sentidos. Algumas coisas no texto, no entanto, se fazem notar. A repetição de palavras, por exemplo e algumas expressões estranhas (NA MINHA OPINIÃO), como “frenesi desenfreado”. A narrativa segue tão rápida em acontecimentos como o próprio trem. Entendi que talvez, se mais diálogos houvessem, a atmosfera de imagens confusas seria mais suave. É claro que isso é apenas uma sugestão, pois o terror conforme proposto, é mesmo mais descritivo. É interessante observar que há passado em todos os personagens.
    A ação fica concentrada, apesar disso, não entendi o enveredar pelo passado de cada um dos personagens como digressão. É uma premissa interessante. Sucesso.

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Informação

Publicado em 18 de abril de 2024 por em Viagem / Roubo.