EntreContos

Detox Literário.

Olhos (Luis Guilherme)

Desenhando corações no bafo da janela, Renata bufava, amargurada. A garota detestava aquelas viagens intermináveis dos encontros familiares.  Todo fim de semana prolongado, seus pais insistiam em se meter por 6 ou 7 horas num trem até a casa da vó Nena. Não podiam pegar um avião, pra variar? “Tradição, minha filha. Um dia você vai entender, e vai dar continuidade.”

Não entendia muito bem – e nem ligava –  para o significado da palavra. Mas, afinal, o que uma menina de 12 anos podia decidir?

Entrara emburrada em seu vagão, acompanhada do inseparável fone de ouvido. Pelo menos, dessa vez, conseguira um vagão separado dos primos barulhentos. Era uma menina quieta, e não gostava muito das crianças de sua idade. Já sabia muito mais sobre a vida que eles. Dessa vez, dividia a cabine apenas com a Jana, sua priminha cega.

A garota também parecia quieta, e as duas quase nunca haviam conversado. Seus pais, imaginando que pudessem fazer uma amizade, haviam deixado Renata cuidando da prima. Assumiu a função com certo orgulho, pois já era madura para cuidar de uma criança de 9 anos. Mal sabia que os pais ficariam o tempo todo espiando pela janelinha.

Dessa vez, a viagem tinha um significado diferente. A vó Nena acabara de falecer, e toda a família, espalhada pelo Brasil, se dirigia aos confins de Minas Gerais para o velório. Os pais tiveram uma longa conversa com Renata, explicando sobre a vida, a morte e o amor. A menina não chorou na hora, mas ainda sentia aquela dor aguda no peito. Dessa vez, bufava de angústia, e não de tédio.

– Pode chorar, se quiser – entreouviu a voz fina, em meio ao som alto do fone.

A contragosto, removeu o acessório.

– Falou comigo, Jana?

– Achei que só tivesse a gente no vagão – a menina olhou em volta, em dúvida. Renata teria considerado uma provocação, mas soube pela expressão da menina que era apenas inocência.

– É, não tem mais ninguém aqui. Seus pais me deixaram cuidando de você. Já sou 3 anos mais velha que você, e em março faço 13 anos.

– Nossa, quando eu tiver 13 anos, acho que também não vou chorar quando alguém morrer – os olhos da garota lacrimejaram, e Renata percebeu, pela primeira vez, as olheiras em seu rosto e os olhos vermelhos, de íris dum estranho azul esbranquiçado.

Desviou rapidamente o olhar. Sentiu as próprias lágrimas escorrerem. Podia chorar livremente perto da prima. Como ela soubera o que sentia, se não podia vê-la?

– Vai se sentir melhor assim. Tenho chorado bastante, também. Foi a vovó que me falou sobre as nuvens, sobre o sol, sobre os pássaros. Ela falou que as nuvens são como o algodão. Como tá o céu hoje? Tem muitas nuvens? – a garota falava num ritmo irrefreável.

– É… sei lá, tá bonito – respondeu, oscilante. – Você já nasceu sem enxergar, né?

– Sim. Mamãe falou que é genético, não sei bem o que significa. Mas e as nuvens?

A teimosia incomodou Renata. Será que a menina não percebeu que ela tentava fugir do assunto? Crianças são realmente irritantes.

– Bom, as nuvens são bonitas. Tem muitas delas, hoje. O sol tá forte, e isso deixa as nuvens ainda mais brancas, e o céu muito azul, sabe?

Falara sem pensar. Claro que a prima não sabia nada sobre branco ou azul. Sentiu o rosto corar, e um aperto no estômago que já não tinha relação com a avó.

– Ah, dizem que meus olhos também são azuis, e que sou muito bonita. Talvez o céu seja tão bonito quanto meus olhos, então – a resposta de Jana foi surpreendente. Uma sombra de sorriso chegou mesmo a percorrer o rosto de Renata.

– Você fica muito melhor sorrindo. É o que a vovó sempre dizia. “A Renata precisa sorrir mais, ela é uma menina tão linda”. Foi a vó que me ensino tudo sobre as cores, também. Sobre como o vermelho é quente, o branco é brilhante…

Um pouco irritada, Renata interrompeu a tempestade de palavras e perguntou, desconfiada:

– Como você sabe que eu sorri? – fitou aqueles olhos profundos, desconfiada.

– Acho que você dá muita atenção ao que os olhos dizem, Re. Tem coisas que não pode ser vistas com os olhos. Tem pessoas que se tornam importantes em nossa vida. E essas pessoas preenchem nossos sentidos, como se fossem cores…

O trem sofreu um solavanco, interrompendo as palavras da menina. Renata olhava atônita para a prima, incapaz de responder. Um baque no vagão ao lado seguido de um grito e o choro de um menino interromperam a conversa. As duas correram até a porta e se juntaram aos muitos rostos que apareciam às portas das cabines.

Minutos depois, quando o primo Caique já havia recebido os cuidados adequados de seus pais e o barulho de choro e risadas se acalmara, as duas já estavam novamente sentadas em seus lugares, quietas.

Renata pensava sobre a conversa interrompida. Sentia um misto desconhecido de sensações. Olhava com curiosidade para a prima, que cantarolava algo distraidamente: parecia sorrir, apesar do rosto cansado e marcado pelos dias de luto.

Algo naquela criança a atraía. Sabendo que nascera cega, sempre pensara nela como uma menina triste e quieta. Como podia encarar a vida de forma tão alegre e otimista? Sem falar no carinho que a menina demonstrava por ela, que agora se sentia um pouco envergonhada de lembrar que havia tentado de todas as formas convencer os pais a não deixarem as duas viajarem juntas.

O trem sacolejava tranquilamente enquanto a tarde caía, apresentando os primeiros sinais da noite. O sol, já em posição de poente, tingia de vermelho o horizonte, transformando-se gradativamente num alaranjado vivo. Renata observava a paisagem com a testa encostada na janela. Sempre gostara do pôr-do-sol, e agora imaginava como seria não poder vê-lo.

– Hmm, Jana?

– Oi, Re – seguiu o chamado com a cabeça, sorrindo convidativa.

– O pôr-do-sol tá lindo hoje. Senta aqui comigo – completou a frase com batidas de leve no espaço vazio em seu banco. A prima deslocou-se com leveza, acomodando-se com a ajuda da outra. – Existe uma linha fininha, que contorna a curva do planeta, sabe? É difícil de explicar. Essa linha é o horizonte. O sol meio que se desloca lentamente, bem lentamente, e aos poucos vai desaparecendo pela linha do horizonte, sumindo cada vez mais. As cores são lindas. É como uma grande pintura, como se o horizonte aos poucos fosse abraçando o sol, uma linda cena de amor.

Jana ouvia tudo com os olhos marejados. Aos poucos, timidamente, abraçou a prima, envolvendo-a com força em seus braços. Chorava com os olhos fechados, a cabeça apoiada contra o peito de Renata. Esta também chorava silenciosamente, os olhos ainda voltados ao horizonte, acompanhando a marcha final do astro.

Sentia crescer algo dentro de si. Algo naquele abraço, naquelas duas vidas se encontrando e entrelaçando. Sorriu novamente, um sorriso salgado de lágrimas, e beijou a cabeça da prima. Seguiram abraçadas em silêncio, e o sol logo foi totalmente engolido, dando lugar à escuridão pontilhada de infinitas estrelas.

Os vínculos que se criam quando se abre os olhos do coração são indestrutíveis, e onde quer que vovó Nena estivesse, ela sorria, sabendo que aquelas duas almas jamais voltariam a caminhar sozinhas.

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22 comentários em “Olhos (Luis Guilherme)

  1. Andrea Gonzalez
    18 de junho de 2019

    Emocionante, lindo! Tocante!

  2. Leandro Soares Barreiros
    15 de junho de 2019

    Resumo:Durante uma vigem para o enterro de sua avó, menina de 12 anos descobre a importância de se relacionar com outras pessoas e de se permitir admirar o mundo.

    Protagonista/Herói: Renata – Nota: 1,5 de 2.

    Renata foi apresentada de maneira competente. Como em outro texto do desafio, resiste a uma viagem familiar por preferir ficar sozinha (a viagem de avião que sugere no início, bem como a reclamação da duração da viagem por terra indica que seu incômodo é passar tempo com a família).

    Outros indícios também são apresentados ao longo da história: não queria ficar junto da prima, é uma menina que sorri pouco, projeta sua tristeza para outras pessoas (imaginou que a prima também seria tristonha).

    Seu desenvolvimento também é competente. Diante da alegria da prima que não consegue enxergar o mundo, percebe que ela mesma não o faz por mesquinharia. Toma como responsabilidade, então, perceber o mundo, aproveitá-lo e, a sua maneira, explicá-lo para sua prima, superando sua resistência inicial de querer ficar sozinha.

    É uma volta completa bem competente, mas não há uma grande exploração do problema, nem um aprofundamento mais complexo das razões de ser da personagem. Ainda assim, um resultado bom.

    Antagonista/vilão: Assassino –Nota: 1 de 2.

    Algumas histórias têm suas forças antagônicas mais sutis do que outras. Ao tentar identificar aquilo que faz oposição aos protagonistas acabei me enviando a uma série de artigos sobre discussão literária que fogem, e muito, a minha competência.
    De todo modo, há quem acredite que o protagonista possa ser também o antagonista e há quem acredite que não: é sempre um fator externo do mundo representado por alguma coisa que faz a força antagônica, nunca o conflito moral do personagem.

    Em alguns contos do E.C. fui incapaz de encontrar o fator externo. Talvez por falta de espaço para desenvolver a trama. Alguém poderia falar, por exemplo, que aqui a morte cumpre papel antagonista, mas não é o caso. A morte da avó foi apenas o incidente inicial para início da jornada.

    Eis que textos profundamente baseados no desenvolvimento moral interno dos personagens parecem para mim oferecer antagonismo/protagonismo na mesma pessoa.

    Renata é, portanto, sua antagonista, pois é ela quem resiste ao próprio desenvolvimento, sendo que não temos fatores externos que representem essa transformação.

    Ao contrário da apresentação inicial do que Renata é, não temos um aprofundamento sobre porque ela resiste a si mesma. Em linhas gerais, acredito que sejam coisas da idade, mas tento que fazer uma diferenciação entre antagonista e protagonista para fins de nota, sinto que conheci melhor a Renata que é do que a Renata que resiste. Tivemos ênfase na resistência, mas não nas suas causas. Talvez um aprofundamento maior nesse campo levasse a um embate moral mais tenso.

    Mudança de Valor – Nota 2 de 3.

    A mudança de valor é exatamente o que o nome sugere. A transição entre acontecimentos positivos e negativos que acontecem durante a história, gerando tensão no leitor.

    Nessa história, acredito que a mudança de valor derive principalmente da vontade de Renata de interagir com outras pessoas. Seu desejo de isolamento e seu desejo de aproximação. Tal conflito permeia a história, as vezes de maneira óbvia (ao se narrar que ela não queria passar tempo com os parentes) e outras não tão óbvias (a singela predisposição de suspeita de que sua prima cega estaria sendo irônica).
    Nessa disputa, temos um final feliz, saindo de um aspecto negativo (não quero ficar com ninguém), para um positivo (ela e a prima seriam luz entre si).

    O que a história queria, o que a história fez: 2 de 3.

    Bom, vamos lá, lembrando que essa parte é, acima de tudo, palpite meu.

    A maior preocupação do autor é estabelecer um desenvolvimento moral para Renata. Ela, então, deve sair de um ponto A para um ponto B no que diz respeito a sua personalidade.

    Há um espaço curto para tanto, mas o autor demonstra competência na tarefa.
    Não pesquei muitas metáforas na narrativa, mas entendi uma relação entre o pôr do sol (a morte da avó e a morte de quem Renata era) e o desenvolvimento da personagem (a chegada das estrelas belas).

    No que se propõe, portanto, o texto é bem feliz.

    Síntese: Uma curta história sobre o desenvolvimento moral de uma criança. Temos uma personagem bem apresentada, mas com a origem de seus conflitos obscurecidas para ganho na dinâmica da narrativa. Um conto agradável.

    Nota final: 3,3

  3. Fabio Baptista
    15 de junho de 2019

    —————————
    RESUMO
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    Menina viaja de trem até a casa da avó que havia falecido.
    No caminho, conversa com a prima cega e com ela cria laços de amizade.

    (É só isso, mas ficou legal pra caralho).

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    ANOTAÇÕES AUXILIARES
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    – Renata (aborrescente?) entediada com a viagem até a casa da avó.
    – menina de 12 anos (quase)
    – durante a viagem os pais deixam Renata cuidando de Jana, a priminha cega
    – eita, vó Nena morreu 😦
    – em meio a uma conversa sobre valores da vida, um solavanco e um grito de criança
    – ah, não aconteceu nada, o moleque só caiu
    – a descrição do horizonte ficou muito boa

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    TÉCNICA
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    Muito boa, o narrador conta a história com um certo distanciamento que faz o final ganhar força emotiva.
    Alguns apontamentos:

    – íris dum
    >>> isso gerou uma cacofonia meio carnavalesca

    – Foi a vó que me ensino tudo
    >>> ensinou

    – perguntou, *desconfiada*: Como você sabe que eu sorri? – fitou aqueles olhos profundos, *desconfiada*.
    >>> melhor evitar essas repetições

    – Tem coisas que não pode ser vistas
    >>> podem

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    TRAMA
    —————————
    É uma história extremamente simples (apesar de não ter achado necessariamente infanto-juvenil), mas com uma força enorme.
    O ruim da mistura de temas desse desafio foi tipo… todo conto eu meio que fico esperando chegar o terror. Tipo: “Pqp, a menina cega vai matar a outra e arrancar os olhos dela, meu Deus…”.
    Quando chegou o final, a emoção veio com tudo. Só não leva o mais impactante por conta do ótimo “do tamanho do infinito”.

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    SALDO FINAL
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    História simples, bonita e bem contada.

    NOTA: 4,5

  4. rsollberg
    14 de junho de 2019

    Olhos (Rejana)

    Resumo: A história do surgimento da amizade entre Renata e sua prima Jana. Uma viagem de despedida de um ente querido, criando a aproximação das duas.

    O conto é leve e despretensioso, porém bastante sensível.
    Todo pintado por cores de nostalgia, ele trabalha muito bem com a simplicidade da trama para costurar a amizade das personagens. Somos transportados para dentro da cabine, acompanhando de perto a relação das primas, sob a perspectiva de uma jovem e todas as peculiaridades de sua idade. Apesar de curto, identificamos as etapas da aproximação e o amadurecimento rápido. A deficiência visual de Jana gera uma segunda camada para a história , agregando valor ao enredo. O desfecho cumpre bem seu papel, mantendo o tom de todo o conto, é singelo e bonito.

    Frase destaque: “O trem sacolejava tranquilamente enquanto a tarde caía, apresentando os primeiros sinais da noite. O sol, já em posição de poente, tingia de vermelho o horizonte, transformando-se gradativamente num alaranjado vivo. Renata observava a paisagem com a testa encostada na janela. Sempre gostara do pôr-do-sol, e agora imaginava como seria não poder vê-lo.”

    Anotações: Algumas repetições próximas poderiam ser suprimidas, seja por sinônimos, seja por uma reestruturação simples das frases, como exemplos: “os olhos da garota lacrimejaram, e Renata percebeu, pela primeira vez, as olheiras em seu rosto e os olhos vermelhos, de íris dum estranho azul esbranquiçado.Desviou rapidamente o olhar. Sentiu as próprias lágrimas escorrerem.” E “Essa linha é o horizonte. O sol meio que se desloca lentamente, bem lentamente, e aos poucos vai desaparecendo pela linha do horizonte, sumindo cada vez mais. As cores são lindas. É como uma grande pintura, como se o horizonte aos poucos fosse abraçando o sol, uma linda cena de amor.
    Jana ouvia tudo com os olhos marejados. Aos poucos, timidamente, abraçou a prima, envolvendo-a com força em seus braços. Chorava com os olhos fechados, a cabeça apoiada contra o peito de Renata. Esta também chorava silenciosamente, os olhos ainda voltados ao horizonte, acompanhando a marcha final do astro.”

    Revisão: “Tem coisas que não pode ser vistas com os olhos” – que não podem..

  5. Catarina Cunha
    14 de junho de 2019

    O que entendi: Duas primas se encontram num vagão de trem rumo ao enterro da avó. A mais velha se sente sábia e entediada pela longa viagem . A menor é cega e sofre com a perda da avó, que sempre descrevia o mundo que a neta não podia ver. Durante a viagem a cega demonstra mais sabedoria do que ela. A maior se rende e descreve o pôr-do-sol para a prima. Surge uma grande amizade.

    Técnica: Um pequeno e profundo retrato do cotidiano bem executado.

    Criatividade: O interessante aqui está no sentimento despertado nas personagens. A quebra de paradigmas e a dor do crescimento.

    Impacto: Pequeno, mas gostoso de ler. Não sei se é um conto infanto/juvenil, mas com certeza não é de terror.

    Destaque: “ – Ah, dizem que meus olhos também são azuis, e que sou muito bonita. Talvez o céu seja tão bonito quanto meus olhos, então –“ Uma mistura de poesia e amor próprio.

    Sugestão: Dar mais corda ao diálogo das primas: imaginação x razão. Você é bom (boa) nisso.

  6. Daniel Reis
    13 de junho de 2019

    Resumo:Renata, uma garota de 12 anos, vai de trem ver a avó que acabou de falecer. Com ela, a prima Jana, cega, de 9 anos. Vão conversando sobre a tristeza e Renata descreve as paisagens para a prima cega. O trem sofre um baque, mas não é nada. Pelo que se depreende, o relacionamento delas se torna mais sólido com a perda da avó.
    Premissa: infantil psicológico. A amizade que existe entre primos e a dor da despedida de um parente que morreu.
    Técnica: a narrativa se restringe ao diálogo das duas, uma tentando fazer a outra enxergar as coisas. Mas a condução da história não chega a um ponto muito distante, concentrando-se no impacto da cegueira da prima mais nova e na tentativa da mais velha fazê-la “enxergar”
    Voz Narrativa: algumas frases são inverossímeis na fala de uma menina de 9 anos, como “– Acho que você dá muita atenção ao que os olhos dizem, Re. Tem coisas que não pode ser vistas com os olhos. Tem pessoas que se tornam importantes em nossa vida. E essas pessoas preenchem nossos sentidos, como se fossem cores…”. Também o encerramento ficou, a meu ver, excessivo no açúcar. O principal ponto a melhorar, a meu ver, é que pouco ou quase nada acontece durante a narrativa – e o que acontece, como o baque do trem, não é nada.

  7. Gustavo Araujo
    13 de junho de 2019

    Resumo: família viaja de trem para o velório da avó. Duas primas são colocadas em separado, num vagão apartado dos demais. Uma delas é cega, mas tem a habilidade de perceber emoções. A primeira,, no início reticente, acaba cedendo aos sentimentos de inocência da segunda, inclusive explicando a ela detalhes sobre cores e sobre o por do sol.

    Impressões: gostei do conto. É um ótimo registro do universo infanto-juvenil, com os receios, os desejos de solidão e o arrependimento que o marcam. A relação entre Re e Jana é construída com sensibilidade e delicadeza, revelando que o(a) autor(a) tem muito potencial para escrever textos dessa natureza. A explicação das cores é, na verdade, o ponto alto da pequena trama, o que afasta definitivamente o fantasma da pieguice que, por vezes, contamina narrativas dessa espécie. Claro que o texto exige certa suspensão de descrença, exige que relevemos certos buracos na história – como o fato das primas pouco se conhecerem, ou de um trem percorrendo o interior de Minas Gerais –, mas esses são detalhes que perdem importância quando a trama se destina às crianças. Em suma, um ótimo conto, com escrita consistente, isenta de erros, e que transmite uma bela mensagem, sem parecer apelativo. Parabéns e boa sorte no desafio.

  8. Tikkun Olam
    12 de junho de 2019

    Olhos – Rejana

    O início é o que cativa. O meio é o que sustenta. O final é o que surpreende. O título é o que resume. O estilo é o que ilumina. O tema é o que guia. E com esses elementos, junto com meu ego, analiso esse texto, humildemente. Não sou dono da verdade, apenas um leitor. Posso causar dor, posso causar alegria, como todo ser humano.

    – Resumo: A vó Nena faleceu. Toda a família se reuniu para viajar ao interior de Minas Gerais para seu funeral. Renata, uma menina de doze anos bem orgulhosa com sua suposta maturidade, viaja junto de sua prima cega, Jana. Forma-se, então, um vínculo poderoso entre ela, com trocas de sabedorias e carinhos.

    – Início: Leveza. O conto, apesar da premissa que une a família ser um pouco pesada, é bem leve. O foco permanece na Renata, que é uma menina um tanto petulante e orgulhosa. O fundo da história, porém, me pareceu muito maduro e complexo para uma criança. E sem o fator energético, o conto pode não agradar os jovens.

    – Meio: Maturidade. É uma história sobre amadurecimento e vínculos. O problema é que as crianças, de 12 e 9 anos, conversam como sábios transcendentais. Os sentimentos de Renata, refletindo sobre as palavras de Jana, são direcionados de forma forçada. Uma criança da idade dela, impetuosa e orgulhosa, dificilmente lidaria com aquelas informações dessa forma. Seria melhor uma pessoa de idade estar no lugar de Jana.

    – Final: Bonito. Uma história supostamente leve, mas carregada de ensinamentos. O final é exatamente aquilo que esperava.

    – Título: Excelente. Esse título fala muito sobre a história. Fala até mais que alguns parágrafos.

    – Estilo: Dedicado. O autor escreve muito bem. Sabe desenvolver uma história de forma profissional. Toda a narrativa é carregada de naturalidade e doçura.

    – Tema: Não sei. Um conto pesado para crianças, que não possuem um poder de abstração tão grande. E muito leve para jovens, que exigem certa energia no entretenimento atual. Não se encaixe tanto em nenhuma das duas áreas, talvez.

    – Conceito: Ouro.

  9. Leo Jardim
    11 de junho de 2019

    🗒 Resumo: duas primas dividem um vagão numa viagem ao velório da avó. Renata, uma pré adolescente fechada e sem saco pra nada, e Jane, uma menina que nasceu cega, conversam e se descobrem cada vez mais unidas nessa viagem emocional.

    📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): a trama é extremamente simples, mas isso não chega a ser um defeito, pois está claro desde o inicio que o foco do conto não será na história contada, mas nos personagens.

    Se considerarmos que toda boa trama deve modificar seus personagens, dá pra dizer que esta está de acordo, pois, apesar de um recorte muito curto da vida das meninas, mostra justamente essa mudança. A Renata inicia o texto distante e pouco simpática e termina próxima e emotiva. Para isso, sendo necessário ver na prima cega o otimismo que lhe faltava. Talvez, analisando friamente, isso aconteceu muito rápido. Mas ainda assim, funcionou bem.

    📝 Técnica (⭐⭐⭐⭐▫): o texto é escrito num alto patamar técnico, daqueles que, mesmo que não se destaquem por si só, se tornam transparentes, fazendo com que o conto se passe como um filme na mente do leitor. As letras somem e vemos apenas imagens. Esse é o patamar que vale, na minha avaliação, quatro estrelas e meia.

    🎯 Tema (⭐⭐): apesar de um tema quase adulto, acredito que o texto se enquadre no tema infanto-juvenil [✔].

    💡 Criatividade (⭐⭐▫): o texto se baseia num clichê meio comum de textos adolescentes: menina vive no seu mundinho deslocado do mundo real e percebe que está errada. Mas o faz com personagens marcantes e cheios de identidade.

    🎭 Impacto (⭐⭐⭐⭐▫): estou aqui, horas após ler o texto, ainda impressionado com a facilidade com que o autor conseguiu construir duas personagens fascinantes em tão pouco espaço (apesar do uso leve do clichê). E, como me importei muito com elas, fiquei extremamente feliz com o final esperançoso. Uma imagem linda se formou em minha mente e um sorriso nos meus lábios. Um texto muito bonito. Parabéns!

  10. Marco Aurélio Saraiva
    10 de junho de 2019

    Renata e Jana, primas distantes que mal se falam, criam uma forte amizade quando viajando de trem para o enterro da avó. Renata aprende a ver o mundo dos olhos de Jana, que é cega, e Jana, por sua vez, demonstra entender muito mais do mundo do que deveria para uma criança de 9 anos.

    O conto é bem escrito. É leve, e tem uma atmosfera doce de inocência e nostalgia. Gostei das lições, como a frase final (“Os vínculos que se criam quando se abrem os olhos do coração são indestrutíveis”) ou de como, no final, foi descoberto o real motivo da tradição de viajar de trem em família: para reforçar estes laços de amizade que, fosse de outra forma, não seria possível em uma viagem de 30 minutos de avião.

    O conto é obviamente infantil, mas eu me pergunto qual o conceito de “infantil” que o autor utilizou. Meu conceito de “conto infantil” é o de “um conto criado para ser lido por crianças”. Claramente, porém, a linguagem utilizada aqui não é voltada para os olhos de crianças. Percebi isso em todos os contos infantis que li até agora: os autores parecem entender “conto infantil” como “um conto com uma temática infantil e protanigonizado por personagens infantes”. Como isso parece ser algo que todos estão assumindo como o certo, não vou tirar pontos da minha avaliação nem nada; só acho curiosa essa abordagem.

    A trama … bem, não há trama, né? O conto é o relato de um breve momento na vida das duas personagens. Um trecho da viagem de trem, sem clímax, sem reviravolta ou conflito. Há um pequeno arco de evolução onde Renata muda um pouco: ela passa a dar mais valor à prima cega. Mas, além disso, é apenas um relato rápido, como um conto “visto pela metade”. Isso pode ser bom mas, no geral, ao meu ver, tende para o lado negativo. Eu sinto que estou lendo uma narrativa sem propósito e sem ambição.

  11. Ricardo Gnecco Falco
    10 de junho de 2019

    Olá ReJana; tudo bem?
    O seu conto é o décimo quarto trabalho que eu estou lendo e avaliando.

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    O QUE ACHEI DO SEU TEXTO
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    Que merda… 😮

    Não, não estou falando do seu texto! (rs!) Muito pelo contrário… Acima escrevi apenas a expressão que não consegui evitar dizer em voz alta, ao finalizar a leitura de seu conto e me sentir… completamente…

    Impotente.

    Sabe um peixe que foi fisgado pelo anzol e, sendo puxado para cima por uma linha antes invisível vai se dando conta de que não tem (mais) escapatória…?

    Pois é…

    Foi assim que me senti ao terminar de ler o seu texto. Já sabia que (mesmo faltando ainda alguns poucos trabalhos para ler/avaliar) estava diante de meu texto preferido, na série B deste Certame. 😦

    Aí, exclamei: “Que merda!”… Pois, então, soube que não conseguiria avaliar racionalmente o seu texto, como um bom avaliador deve(ria) sempre fazer…

    😦

    E, soma-se a isso o fato de eu ter percebido a maneira marota com que você decidiu (racionalmente) criar a trama e as personagens… Então visualizei a imagem descrita lá no início de minha “análise” (a do tal pescador experiente que conseguiu me fisgar por ter escolhido, com sabedoria, a melhor dentre as iscas existentes: a emoção).
    Resultando, então, na chula expressão de quem sabe que irá (ou melhor, já foi) para a panela…

    Mas, como diria outro sábio: “Quem me dera ser um peixe… Para em teu límpido aquário mééérgulhar…” 🙂

    Pois, neste ‘aquário literário’ do seu conto, as bóóórbulhas também são de amor, e a luz da Lua (da música) transformou-se (aqui) em Sol; num Sol poente, mágico e retumbante, vibrando em um abraço que foi muito além do abraço trocado entre a protagonista Renata e sua priminha cega, a Jana.

    Sua história me abraçou de tal modo que, feliz (pela emoção) e triste (consciente da escolha racional feita pelo/a pescador/a) ao mesmo tempo, nem desejo mais resistir
    à carretilha… Já salto logo desse aquário rumo à panela em formato de 5.

    E ponto. 😉

    Parabéns pelo trabalho! E boa sorte no Desafio! 🙂

    Bem, pra finalizar… As regras do Certame exigem que eu faça um resuminho do trabalho avaliado, para comprovar minha leitura. Então vamos lá:

    ——————————
    RESUMO DA HISTÓRIA
    ——————————

    Após o falecimento da matriarca, familiares distantes partem rumo ao velório e, durante viagem de trem, duas primas recebem a oportunidade perfeita para estreitarem seus laços; o que fazem com perfeição.

  12. Fil Felix
    4 de junho de 2019

    Uma criança, que sempre viaja com os pais para a casa da avó, dessa vez está indo para seu funeral. No caminho senta ao lado da prima mais nova, que é cega, e as duas passam a viagem conversando e criando um novo laço de amizade.

    É um conto muito bonito, com uma mensagem bonita ao final e cenas também bonitas, como o pôr do sol. Mas não senti um clímax. Claro que não precisa necessariamente de uma reviravolta ou algo do tipo, mas senti a leitura um tanto açucarada demais. As metáforas são interessantes, principalmente em relação às cores, de como a menina cega as relaciona ao seu mundo, talvez se tivesse explorado um pouco mais essa questão, viajando numa fantasia infantil, desse um tchan a mais (no meu ponto de vista). Para outro leitor, porém, pode representar o belo nascimento de uma amizade verdadeira.

  13. Sidney Muniz (@SidneyMuniz_)
    3 de junho de 2019

    Resumo: Olhos (Rejana)

    Um bom conto, bem suave, curto, despretensioso. Uma história de uma amizade que nasce, entre duas primas, enquanto viajam de ter, uma delas é cega de nascença, a outra aprende a enxergar a verdadeira beleza dela durante essa viagem, uma curta mas proveitosa jornada, vale a pena!

    Foi a vó que me ensino tudo sobre as cores, também. – ensinou – mas pode ser proposital.
    Tem coisas que não pode ser vistas com os olhos. – Podem… também pode ser proposital

    Avaliação: (Para os contos da Série A-B não considerarei o título, as notas serão divididas por 5 para encontrarmos a média. Porém teremos uma ordem de peso para avaliação caso tenha empates… Categoria/ Enredo / Narrativa / Personagens / Gramática.

    Infantil/infanto: de 1 a 5 –5,0 (Bom conto)

    Gramática – de 1 a 5 – Nota 4,5 (Muito boa, como não entendi se os deslizes eram propositais ou não, tirarei apenas meio ponto da avaliação, iria tirar 1 se tivesse certeza… hehe)

    Narrativa – de 1 a 5 – Nota 5 (Ótima)

    Enredo – de 1 a 5 – Nota: 4,0 (Simples, mas belo.)

    Personagens – de 1 a 5 – Nota 5,0 (Excelentes.)

    Total: 23,5 / 5 = 4,7

  14. Pedro Paulo
    28 de maio de 2019

    RESUMO: A vó Nena faleceu e toda a família parte para o seu velório, no interior de Minas. A viagem é a trem e se reúnem em um vagão duas primas, Renata e Jane, mais nova e cega. Ambas conversam sobre a avó, sobre sentimentos e sobre as cores do mundo lá fora, expostas pela janela do trem. É assim que criam um vínculo promissor.

    COMENTÁRIO: O conto é, basicamente, um ponto de amadurecimento da protagonista, Renata, cujo entendimento arrogante – tipicamente adolescente – sobre si mesma é confrontado com a inocência sábia de sua prima, cuja posição diferente de ser uma pessoa cega contribui para que Renata passe a ver a situação que se encontra com menos indiferença e mais compaixão.

    Trata-se de algo típico e bastante identificável, um drama relativo à adolescência e com uma boa mensagem por detrás. Felizmente, a autora soube escrever dentro desta proposta, caprichando em diálogos verossímeis e ricos, expressivos de duas personagens diferentes em que fica evidente a pequena transformação pela que passam ali. Ao fim, concorda-se com o que Nena – onde quer que ela esteja – disse sobre almas que nunca mais caminhariam sozinhas. Parece que dali saiu um laço em que ambas crescerão juntas.

  15. Regina Ruth Rincon Caires
    26 de maio de 2019

    Olhos (Rejana)

    Resumo:

    Renata viaja de trem para ir ao enterro da avó, essa rota era passeio costumeiro da família. Junto com ela, na mesma cabine, estava a prima que era cega, Jana. Durante a viagem, pensando sobre as dificuldades que a prima enfrentava diariamente com a cegueira, Renata se aproximou da prima e uma amizade bonita aconteceu. Vovó Nena, de algum lugar, estaria sorrindo com isso.

    Comentário:

    Uma história infanto/juvenil tocante. O enredo tem tom melancólico, descreve uma passagem que envolve consternação, um momento de avaliação. Caráter intimista. Alguns deslizes de concordância. O texto tem uma estrutura lógica, a leitura discorre fluente, serena. Nas entrelinhas, sem pieguice, circulam princípios de bem-conviver, de generosidade, de caridade. Um texto interessante.

    Parabéns, Rejana!

    Boa sorte no desafio!

    Abraços…

  16. Paula Giannini
    19 de maio de 2019

    Olá, EntreContista,

    Tudo bem?

    Resumo:

    Duas primas em viagem para o velório da avó, aproximam-se e descobrem a amizade e o amor durante o trajeto.

    Meu ponto de vista:

    Um belo conto infanto-juvenil, com temas pertinentes para a idade. Família, inclusão social, morte, amizade. Classificaria este texto como um conto de formação, podendo funcionar, não só como porta de entrada para a literatura, assim como trabalhar no pequeno leitor as questões pertinentes ao tema e que, por vezes, são custosas para os jovens corações.

    Com uma narrativa agradável, terna e bem construída o(a) autor(a) conquistou a leitora, criando empatia por ambas as personagens.

    Uma dúvida ficou apenas… Se há no Brasil uma viagem de trem tão longa. A imagem a que fui remetida foi a de um trem na Europa. Há trens, sim, no Brasil, em Curitiba há o que vai até Paranaguá, em Minas, até em São Paulo, mas são viagens curtas e turísticas. Passeios temáticos… A Maria fumaça já foi muito popular por aqui, porém, ficou a dúvida.

    Parabéns pelo trabalho cativante.

    Beijos
    Paula Giannini

  17. Rubem Cabral
    14 de maio de 2019

    Olá, Rejana.

    Resumo da história: Renata viaja de trem com a prima mais nova, Jana, que é cega, para irem ao enterro da avó. Durante a viagem Renata se aproxima da prima, pois ambas estão tristes e até então não eram muito próximas. Como a cegueira de Jana é de nascença, alguns conceitos como cores não podem ser percebidas com facilidade, mas a prima se esforça. Ambas terminam mais próximas e mais amigas.

    Prós: conto escrito com clareza, leveza e que aborda de forma delicada a questão da cegueira e da amizade.

    Contras: não há uma trama propriamente dita: há a viagem, mas não há um desenvolvimento maior, um conflito. Alguns pequenos erros de revisão.

    Boa sorte no desafio!

  18. Antonio Stegues Batista
    13 de maio de 2019

    OLHOS – é a história de Renata e Jana, que são primas e viajam de trem para assistir o funeral da avó. Durante a viagem, as duas meninas criam um vínculo de amizade.

    Achei o conto bem escrito, com uma história e uma narrativa bem simples. Uma história infanto/juvenil da vida de duas garotas. Não traz nenhuma revelação surpreendente, original, apenas uma mensagem de otimismo na figura de Jana, a menina que é cega, mas que tem uma vida normal. Não há muito o que falar desse conto que é simples demais, não tem drama, (a não ser o da avó que morreu) suspense, eventos surpreendentes, nada que impressione o leitor, eu pelo menos, não fiquei impressionado. Para uma competição como essa, o simples é uma má escolha. Porém, o autor(a), sabe escrever, cria frases corretas e lógicas, ações e diálogos perfeitos, só foi infeliz na escolha do enredo.
    Boa sorte no próximo tema.

  19. C. G. Lopes
    9 de maio de 2019

    RESUMO:
    Renata detestava aquelas viagens de trem longas e enfadonhas que se repetiam a cada final de semana prolongado. Esta, tinha um significado maior; a vó Nena acabara de falecer e toda família se dirigia aos confins de Minas para o velório. Foi dada a Renata a missão de cuidar de sua prima Jana, uma menina de 9 anos e cega. Durante a viagem, no mesmo vagão, Renata e Jana descobrem afinidades. Jana é bem falante e provoca a prima com perguntas desconcertantes. Enquanto Renata descreve o por do sol para Jana, ela se arrepende de ter tentado evitar o encontro das duas, por que uma força maior agia agora e as duas sabiam de alguma forma que seriam amigas para sempre.

    CONSIDERAÇÕES
    Um conto sobre amizade, esse sentimento que dá um pouco de sentido a vida, escrito com delicadeza e simplicidade consegue nos prender e comover. Parabéns!

  20. Fernando Cyrino.
    9 de maio de 2019

    A viagem de duas meninas, primas, em um trem para Minas Gerais, rumo ao velório da avó. Uma é cega e três anos mais nova. A mais velha começa a se impressionar com a intuição e a madurez da prima cega. No início a garota mais velha se sentia um pouco incomodada com a parente deficiente, mas tal sentimento vai mudando, até que, ao final as duas estão irmanadas. Gostei do início, a menina fazendo corações com o bafo no vidro da janela do vagão do trem. Talvez o verbo bufar tenha ficado muito forte, mas trata-se de mera questão de escolha, não é mesmo? Você me traz um enredo bem simples e linear. A viagem de duas garotas, que são primas, para um velório. A relação que vai se fazendo as descobertas entre as duas, sendo que uma delas é cega. Uma história juvenil tranquila e gostosa de se ler. Senti que você, talvez por ter tido pouco tempo, não investiu o tempo devido à revisão da sua história. Pena. Após o desafio, com certeza, valerá a pena gastar um tempo burilando a sua obra. Deixo-lhe alguns exemplos. Há outros: “para” o significado: esse para está sobrando. Que me ensino tudo: que me ensinou tudo. Não pode ser vistas; Não podem. Quando se abre; quando se abrem… Um conto gostoso, leve e que faz bem aos olhos.

  21. neusafontolan
    7 de maio de 2019

    Que lindo!
    Nada como uma grande amizade para se poder enxergar com o coração.
    Amei.
    Parabéns

  22. Angelo Rodrigues
    5 de maio de 2019

    Resumo:
    [Conto edificante com viés ferroviário e pôr do sol alaranjado.]
    Primas viajam no mesmo trem, uma ao lado da outra. Uma é cega e a outra é cega para o que a cega sente. O trem dá um solavanco, mas tudo bem, a viagem segue. Elas olham o pôr do sol e se tornam amigas para sempre, porque seria isso que a vovó Nena diria se estivesse viva.

    Comentários:
    Cara Rejana,
    O conto está bem escrito, sem problemas de construção ou lógica.
    Tem um problema: não há terror nem tampouco algo de infantil. Apenas as duas personagens são infantas, o que não torna o conto outra coisa que não um conto bem escrito que fala de afeto entre adolescentes.
    Recomendaria ao autor trabalhar, no viés infantil ou terror, algo que o caracterizasse como tal. O conto deixa ao leitor a sensação de que algo poderá acontecer, por exemplo, quando o trem deu um solavanco, parecendo que ali algo de inusitado viesse a acontecer, mas nada aconteceu, salvo a continuidade da viagem.
    Havia espaço suficiente para desenvolver algo mais afinado com a proposta do certame, mas o autor optou por interromper o conto deixando-o terminar sem a surpresa do evento demandado pela proposta previamente acertada.
    Li seguidas vezes na esperança de que eu houvesse perdido “aquele” ponto que viraria o jogo na direção do que foi combinado, mas, falha minha ou não, não vi esse ponto aparecer. Parecendo-me exatamente isso, o autor quis que o conto fosse como o apresentou.
    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.

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Publicado às 1 de maio de 2019 por em Liga 2019 - Rodada 2, Série B e marcado .
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