EntreContos

Detox Literário.

Retrato de Afrodite enquanto jovem (Bia Machado)

A coisa mais colorida nesse apartamento é a pintura que Simone fez de minha avó. Eu gosto de ficar em frente a ele, olhando para o “Retrato de Afrodite Enquanto Jovem”, esse é o nome do quadro que fica em uma parede da sala. Eu sei dessa história em todos os detalhes, de tanto o meu pai contá-la e outros mais que vez em quando passam por aqui e ao olharem para a pintura só se lembram de coisas boas, daquelas que eu daria todas as minhas coisas preciosas para ter vivido também.

Minha avó ainda era jovem quando Simone a encontrou vivendo nas ruas. Levou-a para casa, cuidou dela. Por um tempo a mulher tentou achar os responsáveis, mas sem sucesso. Depois de algumas semanas, na verdade, já não queria mais encontrar. 

Levou-a para consultas. E assim conheceu Rafa, o responsável por tratar vovó, e se apaixonou por ele. O Rafa é um cara muito legal. Com certeza a Simone se apaixonaria perdidamente. Todo mundo se apaixona, e são diversos os motivos. É um humano bonito demais, em nossos passeios nunca encontrei outro tão bonito. A Simone deve ter sido bonita, também, mas infelizmente não a conheci. 

Meu pai contava, enquanto o Rafa era razão, a Simone era pura emoção. Era ilustradora de livros infantis. Vivia com a roupa manchada de tinta, o quarto hoje usado como escritório pelo Rafa era o ateliê da jovem durante o tempo vivido por ela no apartamento. As telas e desenhos da pintora estão até hoje lá, ocupando as paredes, além dos livros ilustrados por ela guardados na estante, e muitas vezes eu vejo meu humano com um olhar vago na direção daquilo tudo, perdido nas lembranças deixadas pela esposa.

É a verdade, infelizmente a Simone morreu, dizem que foram pouco mais de dez anos de casamento com o Rafael e filhos só os de quatro patas mesmo: minha avó, Afrodite e meu pai, Sam. Segundo meu pai foi tudo muito rápido, em um tempo quando muitos humanos morreram por uma doença desconhecida, em poucas semanas o Rafa ficou só naquele apartamento, sem querer saber mais de nada. Chorando sem parar.

Quando o Rafa aceitou viajar para fazer um tal de doutorado e precisaria ficar fora por uns dois anos, meu pai ficou com a Eliete, a humana que limpa o apartamento, cozinha e cuida da organização de tudo pra ele até hoje. Ela também mora aqui no prédio. Foi no apartamento dela que eu nasci, porque meu pai também se apaixonou à primeira vista pela minha mãe, que morava lá. 

Eu nem tinha desmamado quando mamãe faleceu, por isso não me lembro muito bem dela. Quando o Rafa voltou, eu e papai fomos para o apartamento dele, por sugestão de Eliete. Ela disse que faria bem a ele, também porque na época ela visitaria os netos, depois de um longo tempo sem poder vê-los por precaução, foi mais de um ano de espera até terem certeza que a terrível doença já não significava perigo algum.

Eu achei o Rafa bem do jeito como meu pai o descreveu: bonito, mas além disso também muito carinhoso, gostava de conversar com a gente, gostava de cantar quando ouvia algumas músicas, embora chorasse às vezes e precisasse parar. Mas eu e o meu pai estávamos lá e a gente lambia muito o pé dele tentando ajudar.

Com toda a tristeza sentida pelo Rafa, eu me pergunto até hoje como ele foi capaz de me consolar quando meu pai se foi. Faz uns dois anos, por aí, se eu calculei bem o tempo à maneira humana. Na verdade, isso não importa muito. O tempo todo vivido por mim, e eu acredito não será muito para um humano, mas para mim será o suficiente, eu vou me lembrar de tudo o que meu pai me contou, do que vi, ouvi e, mais ainda, senti.

Segundo o Rafa, ele vai fazer o possível para eu viver além do que o meu pai e até minha avó Afrodite viveram. Outro dia perguntaram a ele o motivo e ele respondeu que era por querer que eu fosse seu último animal de estimação. Não queria mais sofrer quando outro se fosse.

Hoje a Eliete veio cedo limpar o apartamento. Foi a primeira a dar os parabéns ao Rafa pelos cinquenta anos que está completando. Eu nem consigo imaginar quanto de tempo é cinquenta anos, claro que nunca saberei, então só tenho comigo que é muito, muito, muito tempo. Trouxe a ele um presente, um embrulho bonito. O Rafa ficou olhando pra ela, disse que só a Eliete pra pensar em dar presente a um velho de cinquenta anos como ele. Ela disse que ele parecia ter parado no tempo e ainda estava como o cara trintão recém-casado que se mudara pra lá com a linda esposa e a cachorra a tiracolo.

“Eu adotei vocês, depois de vinte anos você não entendeu ainda?” ela perguntou ao Rafa, enquanto o esperava desembrulhar o presente e via-o abrir um sorriso daqueles dados só de vez em quando, quando se esquecia um pouco da Simone. A essa hora, eu já subira no sofá e estava ao lado dele, só esperando.

Era um álbum montado com fotos dele, da Simone, da minha avó, do meu pai, da minha mãe e de mim também. Vinte anos de recordações.

“Mas espere, cadê você aqui, Eliete?”, ele perguntou. “Como assim?”, a mulher ficou sem jeito. “Você não pode ficar de fora desse álbum, pelo amor de Deus!”, disse o Rafa, fazendo uma expressão zangada, perguntando a ela: “Então você vem aqui, diz que me adotou faz vinte anos e não coloca uma foto sequer sua aqui? Nem o Stan entendeu essa!”

Aquela mania de dizer coisas sobre mim que não eram verdade me irritava às vezes, mas era mania do Rafael, ele sempre vivia dizendo que eu tinha dito, feito, sentido algo que às vezes era coisa dele, na verdade. Transformara a coisa em uma mania e eu deveria desistir de me irritar, o que decidi fazer a partir daquele momento.

“A gente vai dar um jeito nisso e é agora!” declarou o Rafa, levantando e indo atrás do celular dele. Voltou para a sala e levou a Eliete pra frente da pintura da minha avó, se posicionando ao lado da Eliete. “Vem, Stan!” e, claro, ele não precisava me chamar duas vezes!

Enquanto a Eliete arrumava a pouca bagunça da semana, eu acompanhava meu humano na tarefa de imprimir a foto e colocá-la no meio das outras do álbum. Lá estávamos os três, sorrindo diante do quadro da avó Afrodite. Um dia, depois de ter bebido um pouco além da conta, o Rafa desembestou a contar o motivo dos nomes dados aos animais de estimação deles. 

O meu nome era por causa do Stan Lee. O Sam era por causa do filme Ghost, a Simone chorava toda vez que assistia àquele filme, mas via sempre a reprise, por causa do Patrick Swayze. E o nome Afrodite tinha sido dado por Simone dias antes de conhecer seu marido e ela disse que talvez por ter dado o nome da deusa do amor é que a cachorra tinha sido a responsável pelo encontro deles e o amor à primeira vista. O meu humano confidenciou: enquanto ela viveu, concordara inteiramente com ela, apesar de saber ser tudo uma fantasia, mas claro, uma grande e linda coincidência. Depois da partida de Simone, ele finalmente se convenceu, Simone tinha toda a razão.

“Já faz oito anos. É muito tempo”, disse Rafael, olhando novamente as fotos do álbum. Encostei meu focinho no pé dele, um sinal cujo significado era “Quero meu passeio no calçadão da praia agora”.

“Está bem, vamos”. Eliete disse que quando ele voltasse o almoço já estaria pronto.

Eu sinceramente não sei quanto tempo ainda tenho de vida, mas espero morrer bem velhinho. Eu também quero que o Rafa fique bem, bem, bem velhinho antes de ir embora. Mas também não quero que ele fique sozinho até o final. A Eliete não vai durar muito tempo, eu acho, ela já se tornou bisavó esses dias. E eu sei que ela não enxerga nada se tirar aqueles óculos que ela usa. Nesse dia eu decidi que ia dar uma mãozinha, ou uma patinha, na verdade, pra tentar fazer com que o Rafael conhecesse uma humana que fosse tão maravilhosa como me disseram que a Simone era.

Depois de algum tempo, uma mulher muito bonita disse “Oi, Rafael, que bom te ver”, se aproximando da gente no calçadão. “Oi, Teresa! Há quanto tempo! Bom, isso é bom, não é? A gente só se vê quando a Milly fica doentinha e você precisa levá-la ao consultório. Sinal de que ela não teve nada nesses meses.”

“É, vendo por esse lado, não ver você por um bom tempo é ótimo”, disse a humana, rindo. “A Milly está ótima, e agora que notei, ela parece muito com o seu cachorrinho.” Aquilo me deixou de orelhas em pé. Seria verdade aquilo ou era só algo dito para terem o que conversar?

“É mesmo, agora que reparei nisso”, concordou Rafa. “E como você consegue ter a rotina que tem e ainda passear no calçadão?” ele perguntou.

“Uma juíza precisa tomar sol e fazer exercícios regularmente também, não é mesmo?”

“É claro, com certeza. Todos precisam. O Stan me lembra disso sempre.”

“Vamos combinar de levar os dois para passear juntos? Assim eu não preciso ficar esperando o dia da consulta da Milly pra gente se encontrar”. Ei, de cara eu estava gostando daquela humana. Além de bonita e parecer inteligente, ainda tinha uma cachorrinha parecida comigo? Quando o Rafa concordou com a ideia, eu dei uns pulos pra ver se ele percebia que eu apoiava totalmente aquilo.

“Ei, parece que o Stan gostou da ideia. Valeu pelo apoio, Stan”, agradeceu a Teresa, me dando um afago.

Os dois se despediram, eu ganhei mais um afago da Teresa e quando voltamos para o apartamento, como a Eliete disse o almoço já estava pronto, embora não fossem ainda nem onze horas, mas como tinha um almoço marcado na casa da filha, ela precisava sair mais cedo.

Enquanto o Rafa beliscava um pouco da comida, parecia perdido em pensamentos e vez em quando sorria. Eu esperava que fosse por causa da Teresa. Quem sabe eu não seria o último animal de estimação dele, afinal? Talvez eu tivesse saído à minha avó Afrodite, afinal. Logo eu teria certeza disso.

O Rafa me deu o bife que ele não quis comer e, do nada, me perguntou: “A Teresa é bonita, não é, Stan?”

Lati duas vezes e abanei o rabo. Eu faço isso sempre que quero dizer “sim, concordo plenamente, Rafa”.

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53 comentários em “Retrato de Afrodite enquanto jovem (Bia Machado)

  1. angst447
    17 de abril de 2020

    Um conto fofo sobre o envelhecimento humano e canino. O título é interessante e não entrega o conteúdo da trama. Os personagens cativam pela delicadeza de seus sentimentos, embora eu tenha me perdido um pouco entre os nomes. Não fosse a imagem, nem imaginaria que se tratasse de um narrador canino, pelo menos não no começo da trama. O melhor de tudo é a abordagem leve do tema, mesmo se referindo brevemente ao momento difícil que todos nós passamos. E um final com esperança! Parabéns, Bia!

    • Bia Machado
      20 de abril de 2020

      Obrigada, Claudia! Esse tanto de personagem: eu, pensando que dava para escrever uma novela e achando que tinha todo o tempo do mundo hahahhaa

  2. iolandinhapinheiro
    16 de abril de 2020

    Olá, querida Bia!

    Gostei do seu conto, menina. Tudo que tem cachorro no meio já me transforma em uma criança sentimental. Gostei do título. Existe um livro que obviamente vc conhece chamado Retrato do Artista Quando Jovem, primeira obra literária do famoso James Joyce. Fiquei com isso na cabeça e como a Afrodite estava retratada num quadro, também pensei na tela O Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli. Aquilo tudo se misturou em minha cabeça e eu nem me toquei que a imagem do texto era uma cadela.

    Logo depois vc trata de apresentar o Stan, o Sam, a Afrodite, a Simone, o Rafa, a Eliete, a Tereza, a Milly. Ufa! Eram muitos personagens mas cada um com uma função na trama, cada um com a sua importância. Então, tudo bem para mim.

    Histórias de amor entre cachorros e humanos sempre são maravilhosas, especialmente prazerosas quando não há sofrimento dos animais como esta sua.

    Até o Rafael, com saudades perpétuas da Simone, ainda teve um prenúncio de happy end no conto.

    Seu texto é o tipo de história que traz um frescor na vida da gente, porque é fofo e feliz. Obrigada.

    Beijos.

    • Bia Machado
      16 de abril de 2020

      Oi, Iolandinha, obrigada por sua leitura e comentário! Você sabe que aqui somos da turma dos gatos, mas como gostei de narrar o conto como um cãozinho, viu? Deu até vontade de ter um, dois… Quem sabe um dia… O que me deu vontade de largar o outro texto de lado e escrever esse na correria foi por talvez querer um momento de fofura naquele dia… Foi uma sensação muito boa essa! Farei mais vezes, rs. ^^

    • Bia Machado
      16 de abril de 2020

      P.S.: Até hoje me lembro do Elvis… ❤

      • iolandinhapinheiro
        16 de abril de 2020

        Jamais esquecerei meu Petit. Elvis representa o Petit e o Ralph.

  3. M. A. Thompson
    11 de abril de 2020

    Olá autor(a)!

    Antes de expor minha opinião acerca da sua obra gostaria de esclarecer qual critério utilizo, que vale para todos.

    Os contos começam com 5 (nota máxima) e de acordo com os critérios abaixo vão perdendo 1 ponto:

    1) Implicarei com a gramática se houver erros gritantes, não vou implicar com vírgulas ou mínimos erros de digitação.

    2) Após uma primeira leitura procuro ver se o conto faz sentido. Se for exageradamente onírico ou surrealista, sem pé nem cabeça, lamento, mas este ponto você não vai levar.

    3) Em seguida me pergunto se o conto foi capaz de despertar alguma emoção, qualquer que seja ela. Mesmo os “reprovados” no critério anterior podem faturar 1 ponto aqui, por ter causado alguma emoção.

    4) Na sequência analisarei o conjunto da obra nos quesitos criatividade, fluidez narrativa, pontos positivos e negativos, etc.

    5) Finalmente o ponto da excepcionalidade, que só darei para aqueles que realmente me surpreenderem. Aqui, haverá fração.

    Dito isso vamos ao comentário:

    TÍTULO/AUTOR: 3. Retrato de Afrodite enquanto jovem (Stanley)

    RESUMO: Uma história de amor na visão do filhote de um cão perpetudado em um retrato.

    CONSIDERAÇÕES: Quando comecei a ler sobre a tal avó vendo a figura do quadro do cachorro não precisei de muito para perceber que a adotada era uma cadela e o Rafa o veterinário.

    Acho que se a imagem fosse outra eu não teria feito essa correlação tal rapidamente.

    A história me agradeou, achei criativa e inesperada, com várias histórias em uma. A história do Rafa que perde a amada e já no finalzinho surge a esperança de um recomeço, a história do cão que narra a história do quadro que tem a própria história, a da cadela adotada que serviu para unir o casal e não podemos esquecer as possibilidades de formação de um casal canino conforme rolarem os encontros do Rafa com a Teresa.

    NOTA: 5.0

    Independentemente da avaliação aproveito para parabenizar-lhe pela obra e desejo sucesso na classificação.

    Boa Sorte!

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Olá, Thompson, obrigada pela leitura, avaliação e comentário. Sobre descobrir rápido que a avó era a do cachorrinho, beleza, era só um suspense inicial mesmo, já era para descobrir logo mesmo rs.

  4. Daniel Reis
    10 de abril de 2020

    3. Retrato de Afrodite enquanto jovem (Stanley)
    Tema: O relacionamento cão/dono em um mundo revirado pela pandemia.
    Resumo: Stan é o cachorro de Rafa, um veterinário que ficou viúvo de Simone. Ele é o narrador da história, que parte do quadro de sua avó/cachorra para contar como a vida do seu dono e da falecida dona de seu pai e sua avó se transformou em tempos de pandemia. No final, Rafa tem um novo horizonte de relacionamento, aos 50 anos.
    Técnica: a ideia de deixar a narrativa com Stan, o cão, foi bem interessante. A ideia, em si, é bem romântica, quase uma sessão da tarde, apesar do cenário dramático da doença que está nos cercando. O autor tem senso de oportunidade e, principalmente, fôlego e sensibilidade para tratar do assunto nesse momento.
    Emoção: apesar da narrativa clara e criativa, a história me pareceu um pouco “Marley e Eu” demais para o meu gosto. Não sou o público-alvo, mas o conto tem méritos, sim.

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Oi, Daniel, obrigada pelo comentário, nunca tive vontade de ler ou assistir Marley e Eu, mas já vi “Sempre ao seu lado”, rs. O conto nasceu por causa da imagem. Encontrei-a no Pinterest, comecei a traçar o enredo e em 3 horas estava escrito, com todos os errinhos que eu peguei só depois de postar, haha. Mas eu gostei, não costumo escrever coisas nesse estilo, foi na verdade uma forma de “descansar a cabeça” de tanta coisa que estamos passando…

  5. Jorge Miranda
    10 de abril de 2020

    O conto tem toda a sua ação vista pelos olhos de um cachorro (Stan), vemos a descrição da vida de seus donos, bem como da avó, pai e mãe do personagem principal.
    Gostei muito deste conto. Ele apresenta uma narrativa simples e cativante (sou suspeito aqui já que adoro cachorro, tenho duas cadelas, por sinal). Você construiu um texto que não é cansativo e que, a mim, foi muito prazeroso ler. Achei muito legal o nome que você deu aos cães e gostei do final. Poderia aqui dizer que o conto tem uma pegada muito sentimental e que isso atrapalharia o enredo, mas gostei da simplicidade dele.
    Parabéns pelo belo trabalho. Atribuo-lhe a nota 4,0

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Oi, Jorge, obrigada por seu comentário e avaliação, muito gentil. Engraçado, eu tenho gatos aqui em casa, uns 12 por sinal (alguns só agregados, turistas, aparecem de vez em quando, rs). Eu criei o conto por causa da imagem que encontrei, bati o olho nela e comecei a desenvolver a história, pensei: “por que não?”, mas eu ia enviar outro…

  6. Valéria Vianna
    9 de abril de 2020

    A saga de uma família de cachorros contada pelo integrante mais novo do bando, misturada à história dos seus donos. Preocupado com a tristeza do seu protetor, desde a morte da esposa (responsável pelo resgate da cadela retratada no quadro que dá título ao conto, bisavó do cão narrador), decide dar uma força para que ele encontre um novo amor em sua vida.

    Nota: 4,5

    A ideia da passagem do tempo e de um possível futuro pelos olhos de um cachorro soa bem simpático. Mas me parece que acaba fugindo um pouco do tema. Acaba sendo mais um conto sobre as lembranças e expectativas de um cachorrinho do que sobre o envelhecer propriamente dito. O que não tira o valor do conto.

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Oi, Valéria, obrigada pela leitura, comentário e avaliação. Eu ia enviar outro conto, mas caí de amores por essa imagem e eu, que tenho mais de dez gatos me vi doida para escrever um conto dessa forma. Eu acreditei que nem todos fossem “levar” o enredo com base no tema, acredite se quiser, eu fiz o possível para ele se encaixar nesse envelhecer, sempre fui muito curiosa com essa coisa da idade dos cães e gatos, o quanto correspondem à idade dos humanos… Eu sinceramente pensei que ele pudesse se encaixar na temática, mas é isso, eu gostei de escrevê-lo. Pela primeira vez, fui um cachorro, rs. 😉

  7. Fernanda Caleffi Barbetta
    9 de abril de 2020

    Retrato de Afrodite enquanto jovem

    Resumo
    O conto é narrado por um cãozinho que fala sobre seu dono, a esposa falecida, além de relatar sobre sua própria avó, o primeiro animal de estimação do casal, que é retratada em um quadro na sala. No final, o cão fica contente ao perceber que o solitário dono está prestes a encontrar um companheira.

    Comentário

    Muito boa a sua ideia de falar da história do cãozinho e do relacionamento da família dele com a família de humanos.
    Na minha opinião, os primeiros parágrafos estão muito confusos. Talvez a sua ideia tenha sido manter certo suspense com relação ao fato do narrador ser um cão e a Afrodite ser uma cadela, mas faltaram informações que tornassem o texto mais fluido e compreensível. Por exemplo, quando coloca “Eu sei dessa história”, não foi citada nenhuma história anteriormente.

    “de tanto o meu pai contá-la e outros mais que (de) vez em quando passam por aqui e ao olharem para a pintura só se lembram de coisas boas, daquelas que eu daria todas as minhas coisas preciosas para ter vivido também” – este trecho ficou confuso, talvez pela falta de pontuação.
    Por um tempo a mulher (que mulher?) tentou achar os responsáveis (precisa deixar mais claro responsáveis por o que. Pode parecer óbvio mas precisa ser dito, na minha opinião ficou estranho.

    A partir do quinto parágrafo, a história flui bem. Você conseguiu reunir em um único conto o amor entre humanos e seus animais de estimação, o amor entre seres da mesma família, o amor romântico entre os casais e o amor entre empregado e empregador, o que tornou seu conto muito bonito.

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Oi, Fernanda, sobre os parágrafos confusos, tem certa razão de ser, escrevi tudo isso em 3 horas, correndo, enviei faltando uns 20 minutos, aí já viu. Na verdade não quis fazer suspense, só um pouquinho, assim, no começo, mas a imagem já meio que entrega a coisa, então era para descobrir logo mesmo, rs. Sobre a história citada no começo, é a da avó, mas você colocou certo, ficou muito confuso o início para dar a entender isso ao leitor. No caso da palavra mulher, era apenas para não repetir o nome da Simone, “Minha avó ainda era jovem quando Simone a encontrou vivendo nas ruas. Levou-a para casa, cuidou dela. Por um tempo a mulher tentou achar os responsáveis…” Enfim, a correria que não me deixou revisar para tentar sanar essas coisas. Assumo tudo isso aí. Obrigada pela leitura atenta e pelo comentário.

  8. Amanda Gomez
    9 de abril de 2020

    Olá,

    Resumo 📝 Um cachorrinho conta a história da vida do seu dono humano e dos seus pais. Com amor, Staney tenta dar alegria a Rafa que perdeu sua amada e vive sozinho desde então. Depois do mundo ter passado por algum tipo de colapso.

    Gostei 😁👍 Ter um narrador fora do padrão foi uma boa surpresa, nos dá uma visão diferente dos acontecimentos. Achei que foi uma boa sacada do autor nos contar essa história aos olhos do cão. Colocar elementos atuais, como a possível causa da morte de Simone ser o que estamos vivendo hoje. Gostei também da forma sutil como as relações foram expostas, o ir e vir dos cachorros até Rafa estar bem novamente para assumir os cuidados. O final foi esperançoso, apesar de não considerar cinquenta uma idade de ‘’velho’’ mostrou que nunca é tarde para recomeçar.

    Não gostei🙄👎 Ao mesmo tempo em que a simplicidade combina com o texto, ela o deixou muito linear, não empolga.

    Destaque📌 “Eu achei o Rafa bem do jeito como meu pai o descreveu: bonito, mas além disso também muito carinhoso, gostava de conversar com a gente, gostava de cantar quando ouvia algumas músicas, embora chorasse às vezes e precisasse parar. Mas eu e o meu pai estávamos lá e a gente lambia muito o pé dele tentando ajudar.”

    Conclusão = 🙂 Um conto singelo, atual com uma mensagem agridoce de esperança.

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Obrigada pela leitura e comentário, contos desse estilo não são o meu forte, mas eu gostei de escrever… Ficou linear porque faltou um conflito, mas no pouco tempo que eu tinha pra escrever, foi sem conflito mesmo, rsss…

  9. Fabio
    7 de abril de 2020

    RETRATO DE AFRODITE ENQUANTO JOVEM (STANLEY)

    Resumo: Retrato de Afrodite é na verdade um quadro que Stan (o cachorro) contempla enquanto lembra de fotos de sua vida. Entre um cenário e outros ocorreram perdas que deixaram seu dono triste e a espera de alguém na sua vida.

    Comentário: Retratar a vida de um cão é algo que eu não imaginei que fosse ser feito neste certame. Mas o tema é bem abrangente, dá pra falar de qualquer coisa. O que me admirou neste texto foram os acontecimentos bem descritos. No início, não sabia que seria a história de um cão. Depois me situei com a chegada da palavra humana. Tiveram um final bem feliz. Gostei muito do conto.

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Oi, Fabio, agradeço pela leitura e pelo comentário. Gostei do seu resumo, rs.

  10. Elisa Ribeiro
    3 de abril de 2020

    A história do humano Rafa, um veterinário cinquentão, narrada por seu cão Stan desde o casamento com Simone, passando pela dor da viuvez seguida da solidão remanescente, até o possível começo de um novo relacionamento com Tereza.

    Um enredo de amor humano e canino, com jeitão de sessão da tarde, receita certa para agradar. A escolha do foco narrativo no jovem cãozinho Stan deu a narrativa uma tonalidade infanto-juvenil que contribuiu para valorizar o conto.

    O que diferencia sua história é a positividade dela. Todos os personagens são adoravelmente bons e belos e, a despeito da melancolia de Rafa, o final feliz o salva. Aliás, o melancolia açucarada do personagem é o tempero perfeito para o final levemente aberto apontando para um casamento duplo. Uma graça. Histórias assim acontecem e talvez estejamos precisando contá-las com mais frequência em tempos tão sombrios como os atuais.

    Uma outra coisa que senti durante a leitura do seu conto foi uma qualidade muito visual, meio cinematográfica, sobretudo na descrição das interações entre o cão e as pessoas. Isso me fez supor certa autoria, a confirmar.

    Parabéns pelo trabalho. Desejo sucesso no desafio e em tudo mais.

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Oi, Elisa, fiquei curiosa com sua suposição rs. Sobre esse tipo de história, eu não costumo escrever coisas assim tão leves (apesar de tudo achei leve), mas admito que me senti muito bem, apesar de escrever na correria, terminar em cima da hora de enviar, mas escrevê-lo me fez bem. Obrigada por suas palavras!

  11. Fernando Cyrino
    2 de abril de 2020

    Ei, Stanley, que historinha mais bonita. Ficou bem interessante a narrativa, vista pelo lado canino, da história da família. Parabéns. Caso pudesse lhe dar uma dica (e sinto que os comentários funcionam nesse sentido), lhe diria que o tanto de personagens no conto fez com que a compreensão dele, pelo menos por minha parte, ficasse em alguns momentos um pouco presa. Dando como se fora uns pequenos trancos. Nada sério, mas achei que precisava te dizer isto. Meu abraço de parabéns pela maneira que encontrou para nos contar a rica história da sua família.

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Oi, Fernando! Obrigada pela leitura e pelo comentário, esse tanto de personagem é a mania de querer fazer caber tudo o que eu pensei ali, haha. Está excessivo mesmo, esses personagens todos ficariam mais bem acomodados em um texto maior… Que bom que gostei, pela primeira vez fui um cachorro e eu gostei disso, rss…

  12. Cilas Medi
    1 de abril de 2020

    Olá Stanley.
    Pois é, cachorros e donos que adoram animais. Um relato singelo de um animal que pensa, portanto, racional. E sabe o que quer fazer para agradar e ser agradado.
    Ocasiões e o dia a dia com as agruras da doença e morte, superados. Dentro desse conceito e condição, a presença de estimação alegra o ambiente e descontrai as aflições.
    Um ato de amor, escrito com simplicidade e delicadeza.
    Parabéns!
    Sorte no desafio.

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Obrigada por sua leitura e comentário, Cilas. Que bom que a história te agradou. 😉

  13. Priscila Pereira
    31 de março de 2020

    Resumo: Um cãozinho conta a história de seu pai e de sua avó, que se entrelaça com a história de seu dono.

    Olá, Stanley!
    Que fofo o seu conto! Muito boa ideia colocar o envelhecer sob o ponto de vista de um cachorro! Os personagens são bem delineados, convincentes e reais.O conto é muito bem escrito e revisado e gostoso de ler.
    Achei interessante o cachorro contar sobre a esposa de seu dono e manifestar o desejo de tê-la conhecido… é no mínimo inusitado… fiquei imaginando se isso seria possível… kkkkk
    Ótimo conto! Parabéns e boa sorte!

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Oi, Priscila, obrigada pela leitura e comentário, que bom que gostou. Essa é a primeira vez que narro uma história como um cachorro e foi bem legal, eu gostei.

  14. britoroque
    31 de março de 2020

    Esse conto é praticamente uma peça. O cara errou de gênero. Tem diálogo demais.

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Não, querido, o cara aqui é uma professora e sabe qual é a estrutura de um texto teatral. Tem diálogos demais? Eu gosto de diálogos, então está ótimo.

  15. Angelo Rodrigues
    28 de março de 2020

    Retrato de Afrodite enquanto jovem (Stanley)

    Resumo: Relato sobre a passagem do tempo – envelhecimento – visto por um cachorro. Sua dona, o casamento com Rafa, a morte, a continuação da vida com talvez um novo amor chegando.

    Comentários: Conto legal. Fala da história de uma família de cachorros vivendo dentro de outra família, de humanos, e a possível visão que o narrador teria acerca do comportamento de seus donos.
    O conto, embora engrene após o terceiro ou quarto parágrafo, deixa a desejar nos parágrafos iniciais quando não é explícito de quem se fala, quem fala.
    Culmina com a frase:
    “Minha avó ainda era jovem quando Simone a encontrou vivendo nas ruas.”, que vista à primeira leitura, confunde mais que explica. Não sabendo que a narrativa é de um cachorro, fica a impressão de que Simone encontrou a “avó” vivendo nas ruas quando ainda jovem. Na verdade essa avó era uma cachorra e não um humano.
    Imagino que a parte inicial do conto deva ser revista, explicitando que a narrativa é de um animal e não de um humano. Depois que peguei isso o conto seguiu bem, mas me confundiu logo no início.
    O conto segue bem.
    Parabéns e boa sorte no desafio.

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Oi, Angelo, muito obrigada pela leitura e comentário, ajudou bastante. Escrevi o conto correndo, em três horas, pra enviar, faltando uma meia hora, por aí. Na correria, já viu. Vou rever com base nos seus apontamentos.

  16. Pedro Paulo
    26 de março de 2020

    Li duas crônicas antes de chegar a este e quase dou mérito pelo formato correto, mas acaba não fazendo sentido recompensar por isso, pois é um desafio de contos, afinal. No que diz respeito à técnica, celebro dois aspectos: a escrita é boa e flui bem, com as informações sendo bem distribuídas sem ter necessitado de grandes exposições para tanto. Dessa forma, logo os personagens ficam apresentados e simpáticos ao interesse do leitor. O maior mérito foi conseguir manter a relação das personagens nos termos que se dão, uma vez que o narrador é um cachorro. Aprecio o cuidado que teve ao descrever a maneira como ele vê e interage com o humano. Apesar de ter elevado as capacidades cognitivas do animal, manteve certo realismo ao nos dizer a relação entre homem e cachorro.

    Tematicamente, acho que o conto peca, pois o tema “envelhecer” é marginal. É mais presente no conto uma noção clara do passar do tempo, pessoas e cachorros marcando o passar dos anos. Apesar disso, embora a idade de Rafa tenha sido aludida e os pais de Stan tenham marcado a cronologia no formato de uma geração de cachorros passada, não vejo como se o tema envelhecer tivesse centralizado o enredo. Em certo momento, confesso ter pensado que lia outra crônica, mas é justamente o desfecho que me deu entendimento de que tipo de história eu lia: tratava-se de uma superação, de um homem deixando o luto para trás para acolher novos amores. Um homem e seu cachorro, de papel consciente e ativo naquilo. Para mim, isso fechou o conto muito bem, dando sentido a um enredo de personagens cativantes.

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Olá, grata por sua leitura e comentários. Dependendo da forma como se narra, conto e crônica possuem uma linha bem tênue… Te confesso que achei que meu texto estava adequado ao tema, só não de forma gritante, mas estava, rs… Mas foi boa a experiência de escrevê-lo, apesar da correria que foi. 😉

  17. Rafael Penha
    25 de março de 2020

    Ola, autor

    Infelizmente, não gostei do conto. Apesar de bem escrito, e com clareza cristalina, achei a história pouco atraente.

    Também há uma profusão de nomes e personagens que entram e saem que dá uma certa confusão, talvez, seja até a ideia a ser passada, já que é o ponto de vista de um cão, mas não funcionou pra mim, me senti perdido.

    Também achei que a história poderia ser mais curta, muita coisa ali realmente está sobrando, o que deixou o enredo enfadonho em muitas partes.

    Grande abraço.

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      OK, Rafael, grata pela leitura e comentário.

  18. Gustavo Araujo (@Gus_Writer)
    25 de março de 2020

    Resumo: a vida do veterinário Rafael pelos olhos de seu fiel amigo,o cão Stan.

    Impressões: o conto é uma fábula, dessas que conversam bem com o público infanto-juvenil, sem descuidar dos adultos. Por uma narrativa simples e sem rebuscamento, acompanhamos a história de Stan, desde sua avó Afrodite, misturando-se com a história de seu dono, o Rafa. Há um que de inocência em cada linha, com o cachorro se expressando à maneira como as crianças fazem (daí o apelo infanto-juvenil a que me referi no início). Isso torna a narativa leve, mas também superficial, já que não há muito espaço para as digressões filosóficas que o tema da velhice oferece. De todo modo, o conto é simpático. A parte final, em que Stan age para que o Rafa encontre e se apaixone por Teresa me lembrou do início da animação dos Dálmatas, da Disney, em que Pongo e Pepita se acertam para fazer o Rogério e a Anita se aproximarem… Longo tempo se vai, rs. Enfim, o texto é desses que nos deixam contentes, o que não é pouco nestes dias sombrios que estamos vivendo. Parabéns e boa sorte no desafio.

    Nota: 3,5

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Obrigada pela leitura e comentário, Gustavo. Realmente, são tempos sombrios.

  19. antoniosbatista
    25 de março de 2020

    Resumo: O conto é a história de Rafael e Simone, e seus animais de estimação, contada por um cão chamado Stan. Quando Simone morre, Stan torce para que Rafael se case novamente.

    Comentário: Achei um bom conto. O que dá valor a ele é o modo como é escrito. As frases são bem construídas de acordo com o limite de compreensão de um cão, vamos dizer assim. Raciocínio na proporção de um cão e não humano, o que a torna perfeita, no faz de conta de um animal irracional que “conta uma história”.Uma narrativa perfeita na visão e compreensão de um cão.Não achei nada absurdo. Só fiquei em dúvida com a frase; “saber mais de nada”. Boa sorte.

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Oi, Antonio, muito grata por sua leitura e comentário. 😉

  20. Luciana Merley
    24 de março de 2020

    Olá, autor.
    Um conto canino (rsrs) em que o animal relata as experiências humanas pelo seu olhar. A ligação íntima entre as gerações de Stam e a história das vidas de seus donos.

    AVALIAÇÃO: Utilizo os seguintes critérios: Técnica + CRI (Coesão, Ritmo e Impacto) sendo que, desses, o impacto é subjetivo e é geralmente o que definirá se o conto me conquistou ou não.

    Técnica – Um conto com uma linguagem muito leve e fluída, sem rebuscamentos desnecessários ou digressões. Acho que peca por informar literalmente que o narrador é um animal, logo, dizer “meu humano” parece um pouco forçado e certamente entenderíamos isso pelas cenas, pelo ângulo de visualização da história e pelas reações. Eu me sentiria mais contemplada se tivesse descoberto sozinha.

    CRI – O texto é coeso, tem ritmo leve combinando com a narrativa e causa um impacto agradável, principalmente pela delicadeza e originalidade.

    Parabéns, gostei muito.

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Olá, Luciana, gostei muito do seu método de avaliação, bem mais prático que o escolhido por mim pra fazer minhas avaliações, rs. Agradeço por sua leitura e comentário. E te parabenizo por seu conto, gostei bastante!

  21. Julia Mascaro Alvim
    24 de março de 2020

    Há no apartamento o Retrato de Afrodite Enquanto Jovem representando a avó do narrador Stan. O quadro foi pintado por Simone que encontrara sua avó nas ruas e a recolhera. Levou-a para consultas e conheceu Rafa e se apaixonaram. Em algum tempo Simone morreu e Rafa ficou só. Quando Rafa foi fazer um doutorado, meu pai ficou com Eliete que limpa o apartamento. lá eu nasci.Quando Rafa voltou eu e papai fomos pro apartamento dele. Quando Rafa fez cinquenta anos ele quis montar um álbum de fotos com todos os considerados da família. Decorrido algum tempo, Rafa me levou a passear e reencontrou Tereza que achou muito bonita. Ela também tinha um cão e esse foi o motivo de aproximação.

    Achei um pouco difícil entender a narrativa.
    interessante pelo olhar de um cão. Senti falta de uma relação mais definida do quadro mencionado no conto com os fatos acontecidos.
    nota 03

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Ok, grata pela leitura e comentário.

  22. Marco Aurélio Saraiva
    24 de março de 2020

    Stan é o cão de Rafa e nos conta a história de Rafa e sua falecida esposa, da própria avó e pai, e de como tem acompanhando Rafa no seu processo de velhice (e também Eliete, que se tornou uma espécie de mãe para os dois). No final, Stan dá uma força para que Rafa supere a morte da esposa e se interesse por Teresa, uma juíza.

    Tenho notado essa tendência de todo desafio ter um conto onde o narrador é um cão. A maioria destes contos tenta manter a surpresa e revelar que o tempo todo quem narrava era o cachorro e não um humano, mas o seu conto foi diferente por admitir logo de cara – logo na imagem, na verdade – de que sim, este conto seria narrado por um animal de estimação.

    O conto é bem inocente e leve… talvez inocente demais e leve demais. Não há muitos conflitos interessantes nem muita coisa pra se ver – Rafa teve dificuldades na vida como qualquer um, está passando pela fase dos cinquenta e tentando superar uma perda, e Stan tenta ajudá-lo. O conto tem um tom de nostalgia como era de se esperar em um desafio sobre envelhecimento, mas também positivista a ponto de ser até meio … entendiante a leitura. Eu acho. Não sei se tédio é a palavra certa, mas é como se eu estivesse lendo um livro infantil, sabe? Quando parece que o autor evita ao máximo entrar em detalhes que talvez sejam “tenebrosos demais” ou “incômodos demais”, mas que são justamente os detalhes que tornariam a leitura mais interessante ou mais realista. Isso tudo, porém, pode ser só questão de gosto pessoal da minha parte.

    Sua escrita é boa: simples, direta, com alguns problemas de fluência em algumas raras pontuações um pouco mal posicionadas mas, em geral, fácil de ler e carrega o leitor até o final.

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Oi, Marco, grata pela leitura e comentário. Eu ia enviar outro conto. Faltando umas 3 horas pra encerrar o prazo, vi essa imagem e a história veio toda na cabeça. Resolvi escrever, até prevendo que não agradaria a todos, porque realmente esse tipo de conto não é muito comum por aqui… Sobre livros infantis, eu gosto. Sou professora, né? Até escrevi dois livrinhos infantis… É isso. Valeu! 😉

      • Marco Aurélio Saraiva
        15 de abril de 2020

        Pois é! Eu tenho que trabalhar melhor a minha imparcialidade… ou não. Hahahahaha. Não sei o que é melhor: abraçar a diversidade do EC e juntar o meu gosto pessoal à avaliação, ou tentar ser o mais imparcial possível. Vou pensar a respeito, hehehe.

        Abração!

    • Bia Machado
      15 de abril de 2020

      Sei bem como é. Se deixar, eu dou razão à emoção. Ao ler o seu conto, por exemplo, se eu fosse levar em questão apenas o meu gosto pessoal, seria apenas 2, mas isso seria justo? Por isso criei meus critérios que acredito serem bem técnicos mesmo (Enredo, Personagens, Parágrafo Inicial e Final), cada um valendo uma pontuação. Depois é só somar e a consciência fica tranquila, sendo que antes de enviar as notas eu sempre vejo se merece uns decimais a mais, rs… Mas é claro que coloco alguma observação pessoal, embora ela não deva influenciar, já que decidi levar a coisa com base na técnica mesmo. Por isso, acho que a opção da imparcialidade deve ser a escolhida, haha.

      • Marco Aurélio Saraiva
        15 de abril de 2020

        Manterei isso em mente para os próximos! =)

  23. Regina Ruth Rincon Caires
    24 de março de 2020

    Retrato de Afrodite enquanto jovem (Stanley)

    Resumo:

    É a história narrada pelo cão Stanley (Stan), filho de Sam, neto de Afrodite. A família canina teve uma convivência com a família dos humanos, Rafael (Rafa) e Simone, e com Eliete (ajudante humana da família). Stan conhecia toda a história da família humana através de longas conversas que teve com seu pai-cachorro, Sam. Afrodite foi eternizada no quadro pintado por Simone. Simone faleceu precocemente, Rafa sofreu muito. Ele, veterinário, depois de 20 anos de viuvez, começa um romance com uma velha amiga (Teresa). Stan fica feliz porque a nova namorada de Rafa tem também uma bela cachorrinha (Milly). E todos foram felizes para sempre. Que bom!

    Comentário:

    Dentro do tema proposto pelo desafio, temos aqui um conto que mostra o envelhecimento de pessoas e envelhecimento de cães. É uma narrativa que leva, paralelamente, os amores humanos e a afetividade animal. Muito interessante. O autor coloca como personagem e narrador o neto de Afrodite, a cadelinha retratada no quadro que dá título ao texto. De maneira inteligente, o cãozinho narrador Stanley nos coloca diante de todos os personagens da trama, traça os perfis psicológicos de cada um dentro de avaliação humana. Surpreendente.

    Texto bem escrito, trama perfeita, propicia leitura fluente, tranquila. Não observei qualquer deslize. Tudo certinho. O autor consegue prender a atenção do leitor.

    Leitura muito agradável.

    Parabéns, Stanley!

    Boa sorte no desafio!

    Abraços…

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      A senhora é muito gentil, dona Regina, obrigada pela leitura e comentário. ^^

  24. Felipe Rodrigues
    23 de março de 2020

    Narra as memórias de um cachorrinho e sua família de humanos atrelada aos seus antepassados caninos. O cão, assim como a sua avó Afrodite, termina a história de mabeira a unir novamente um casal.

    Um texto simples, bem escrito, sem erros, mas que acabou não me ganhando nem pela sensibiiidade e nem pelas histórias. Achei o conto um pouco plano demais, teleguiado, ao final temos a sensação de ter lido um relato jornalístico e descritivo. Bem contado, mas apenas isso.

    • Bia Machado
      14 de abril de 2020

      Ok, Felipe, obrigada.

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Publicado às 22 de março de 2020 por em Envelhecer, Envelhecer - Grupo 1 e marcado .
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