EntreContos

Detox Literário.

Variante Amarela (Rubem Cabral)

 

Hoje trouxe um filhote de capivara para mamãe. Capturei-o com uma armadilha, perto do lago pantanoso ao sul da fazendinha onde vivemos. Uma região selvagem, com nuvens de mosquitos, cheia de cobras, jacarés e galhos partidos escondidos sob o lodo, aguardando um pé incauto para inoculá-lo com tétano. Felizmente, não houve incidentes; eu conheço bem a região onde cresci.

Era verão, e às duas da tarde o sol tudo crestava. Minha pele ardia, apesar da loção SPF100 que eu havia passado logo cedo. Loção de prazo há muito vencido, é claro. Só tínhamos mais três frascos no estoque e não haveria mais então. Talvez nunca mais. Não era nenhum passeio ser albino num país tropical abençoado por Deus…

Sentia um pouco de fome; tinha duas espigas de milho e umas batatas doces assadas, dentro da mochila. Saudades do meu curto tempo de fartura, das porcarias da comida industrializada, dos tempos dos salgadinhos de milho e do chocolate. Não deveria mais existir chocolate em lugar algum do mundo: derretia e estragava fácil sem refrigeração, era complicado de produzir. Não era essencial.

Ah, eu daria tudo por um bolo de brigadeiro bem molhadinho!

O filhotão guinchava na gaiola. Estava vivo, naturalmente, pois mamãe só comia carne de animais que ela abatesse. Não foi sempre assim; há quatro meses ela era só uma doce senhora de cabelos meio grisalhos, famosa pelos melhores biscoitos de polvilho de Vila Reinício. Antes do Evento das Variantes fora pesquisadora na Fiocruz e preferiria moussaka vegetariana a um belo churrasco. Fora magra e dura, alta e forte. E agora…

Contudo, a vida era mesmo assim: ela exigia e você se adaptava. Se ficasse diabético, cortaria os doces ou os dedos gangrenados anos mais tarde. Se alguém continuasse a ingerir muito sal, apesar da pressão alta, o sal por certo ajudaria na mumificação do cadáver!

Assim é a vida, assim foi, assim será.

 

***

 

Limpei os pés no capacho e destranquei a porta.

— Filho? Ai, tenho muita fome! Rápido, rápido! – ela gorgolejou de longe.

Abri a porta de seu quarto. A mãe engordara desde semana passada. Ocupava toda a cama kingsize e transbordava molemente pelas laterais. Havia um odor novo de fermentação, de abacaxi apodrecido. Ela já não mudava tão substancialmente, feito nos primeiros meses. Continuava com dois grandes tentáculos no centro do seu corpanzil que, ao invés de ventosas de polvo, eram cobertos de apêndices muito finos e minúsculos, dando-lhes a textura duma toalha macia ou do interior do estômago de um bovino. Cinco garras cônicas em suas extremidades faziam as vezes de dedos. Sua boca, que repousava dentre os tentáculos, era um poço mole e coroado de dentes triangulares serrilhados, em quatro linhas concêntricas, e a língua tripartida saía a todo momento, experimentando o ar. Seus inúmeros olhos afloravam aqui e acolá sobre a pele mostarda manchada, sem um padrão uniforme de distribuição. Eram amarelos e gentis.

— Vou me aproximar, mantenha o controle, ok? Estique os tentáculos que eu vou segurar o filhote perto da senhora. Não tente me tocar, tá? Calma, calma…

Notei lágrimas citrinas gelatinosas se formando em alguns olhos, porém eu sabia que era preciso dizer o que disse. Mês passado ela quase me quebrou o antebraço por causa de um cabrito que eu consegui roubar em Arraial Esperança.

Um tentáculo segurou as patas traseiras do animal enquanto o outro membro agarrou-o pelo pescoço. Ergueu-o acima da bocarra e subia e descia o pobre de encontro a seus dentes, como um gato que brinca com a comida. A capivarinha começou a defecar, porém ela não se importou.

— Ah, não me entenda mal, filho. EU SINTO! – sua voz soava encharcada, se isso era possível. — Eu sinto tantas coisas novas! O azedo do medo, escuto o coraçãozinho saltando, as variações de calor no infravermelho, percebo o campo bioelétrico pulsando loucamente. Isso é como o molho de um assado.

Infravermelho, bioelétrico!? Sempre uma cientista”, pensei. Seu corpo inteiro experimentava espasmos de antecipação. Os dentes finalmente alcançaram a barriga da capivara, e um vibrante ruído de sucção, conforme o sangue e carne eram brutalmente aspirados e separados dos ossos e pele, fez-se ouvir. Não era algo agradável de se testemunhar, tampouco fora uma morte rápida e indolor, mas eu havia feito o que a vida me ensinara: adaptação.

 

***

 

Puxei uma cadeira e sentei-me, à uma distância segura.

— Tem medo de mim, Floquinho? – ela perguntou.

— Sério que eu preciso pedir outra vez pra senhora não me chamar assim?

— Fausto é melhor? – ela provocou.

— Felipe, mãe! Felipe! Ninguém mais sabe do meu nome de registro! Não bastasse a senhora ter inventado esse apelido ridículo, ainda me deu o nome dum personagem dum romance que só você leu!

A conversa era velha, decerto já havíamos falado do mesmo tópico centenas de vezes. Contudo, os entrevados não têm muitas fontes de informação num mundo sem tevê, e não era fácil para ela ser criativa. Estávamos reduzidos, então, a remoer picuinhas requentadas…

— Ora, não há mais cartórios e certidões de nascimento, queridinho. Você pode usar o nome que quiser: Enzo, João Gabriel – não entendi o porquê daqueles nomes em especial. — E eu, eu só queria te preparar pro bullying que ia acontecer de qualquer forma. E daí que você é pálido, ou tem o cabelo loiro tão claro? Se eu já te chamasse de Branquinho, Floquinho de Neve… Você já ia se acostumando!

— Como se isso houvesse adiantado alguma coisa! Me chamavam na escola de Branca de Neve, Maizena… Gasparzinho! Um inferno: Maizena no colégio e Cabelinho de Milho em casa, ou Floquinho, ou…

— Você não respondeu minha pergunta.

— Qual pergunta?

— Se você tem medo de mim.

Houve um silêncio desconfortável.

— Tenho e não tenho – escondi o rosto com as mãos. — Quando a gente conversa, feito agora, vejo que você ainda é você. A doida que batizou o filho com um nome mofado e diferente, que quis me proteger, que salvou nós dois quando o mundo desceu pelo ralo das variantes. Mas quando lembro de você, sedenta de sangue, tentando roubar o cabrito dos meus braços, e eu tendo que literalmente jogar o bicho em cima de você… A porra dum frenesi alimentar, mãe, que nem piranhas e tubarões dos documentários antigos! Havia espinhos aflorando dos tentáculos, os olhos ‘tavam saltados feito limões! E se você perder o controle outra vez?

— Não vai acontecer. Foi no início, e cada dia que passa eu estou mais forte, domino mais essa mente primitiva. Antes eu estava perdida, num tipo de limbo esquisito. Como pesquisadora, eu nunca soube de nada, nada dessa nova variante. A cinza, a verde e a vermelha, todas as outras que afetaram as pessoas, eram só bestas irracionais devoradoras de gente. Talvez essa amarela necessitasse de mais tempo para emergir, dum período de latência, de incubação. Ora, se todo mundo foi exposto aos patógenos depois dos inteligentes bombardeios da força aérea durante a pandemia, então, se estamos vivos e bem depois de quinze anos, deveríamos ser naturalmente imunes à praga.

— E agora parece que não.

— Sim – ela suspirou. — Mudando de assunto, lembrei que eu precisava comentar algo contigo, algo que eu suspeitava e que confirmei ainda há pouco.

— O que é?

— Capivaras são coprófagas, sabia? Comem as próprias fezes, pois não digerem tudo na primeira vez que ingerem celulose. Acho que diferenciam as fezes com uma passagem pelo trato digestivo das outras com duas ou mais passagens pelo odor ou cor.

— Não tô entendendo nada. Mãe, você tem essa mania irritante de sacar assuntos aleatórios da cartola…

— Hoje não senti nojo algum quando a capivara defecou sobre minha boca. Pareceu-me natural, normal como beber água. Foi a segunda capivara que comi, não?

— Sim.

— Eu tenho em mim flashes, memórias e sensações dos bichos que consumi desde a metamorfose. Nada muito complexo: o gosto de capim, a delícia que é rolar na lama, ou pastar no fundo do lago… Cabrito, porco, capivara. Eu não sou só eu, não mais; sou “nós”. Nada morreu de verdade e, de alguma forma, eles vivem em mim agora.

— Mais uma de suas teorias malucas. Feito aquela, da praga das variantes ser arma de guerra biológica, que saiu do controle. Ok, digamos que você está certa. E daí?

— Daí que eu era uma cientista, Felipe. Eu quero entender essa criatura.

— Bacana, mãe, mas há urgências muito maiores pra resolver.

— Eu sei, me desculpe.

— Por exemplo, em muito breve as pessoas da vila suspeitarão da sua ausência, e vamos ter que fugir, sabe? Até fiz uns biscoitos de polvilho anteontem pra vender na vila e disfarçar, porque já estavam me cobrando. Falei que você esteve doente, mas não tem jeito! Um dia vão aparecer de surpresa ou nos espionar à distância. E não tenho a mais pálida ideia sobre como transportar você. Deve ter agora uns trezentos quilos ou mais, não passa pela porta ou janela, não há como colocá-la na carroça.

— Eu já pensei sobre isso. Longamente, na realidade.

— Sei.

— Ora, se cedo ou tarde me descobrirão de qualquer forma, se não podemos fugir juntos e como você não aceita deixar-me pra trás ou me matar, só há uma solução!

— Qual solução?

— Você fará 23 anos em duas semanas. Então, convide a vila à nossa casa pro aniversário, pra que eu possa mostrar que não sou perigosa, que posso até ser útil e, quem sabe, preservar as memórias das pessoas recém-falecidas, para não deixar suas mentes morrerem. Isso! Que posso ser um repositório de mentes se eles quiserem!

Levantei-me, contei até dez, bufei e, enfim, me controlei para não gritar: — Mas, mas… Hahahaha! Isso é uma ideia grotesca, é loucura! Aparecer de sopetão na frente dessa gente? Devorar pessoas falecidas pra preservar memórias?  SÉRIO?! Quer criar um culto maluco com um tipo de canibalismo consensual na mistura? Jamais, mas nunca mesmo vão aceitar uma coisa assim! No momento em que te verem vão atacar com todas as armas à mão, vão atear fogo à nossa casa e vão me enforcar por não te denunciar ou eliminar, feito a Lei Antivariante obriga.

— E farão o mesmo se me descobrirem de outra forma. Amadureça a ideia, Floqui… Desculpa! Fazemos assim: convide a vila, mate um porco e asse. Saia discretamente no meio da festa, suba a colina e observe tudo com binóculos. Ninguém mais faz festas, todos  se interessarão por comida de graça, parecerá que estamos esbanjando. Se não der certo, se reagirem mal quando me virem, você fugirá, salvará sua vida. Eu estou mesmo condenada, meu amor, desde o dia em que adoeci da variante.

— Mas não tem como… Não tem…

— Pense, mas pense com carinho.

 

***

 

Acabei por ceder aos apelos de mamãe. Convidei umas cinquenta pessoas da vila. Matei um porco capado ontem, cortei em pedaços e deixei em salmoura com ervas aromáticas. Degolei cinco galinhas gordas também. Fritei dez quilos de batatas em banha, cozinhei braçadas de espigas de milho. Enfim, haveria comida em fartura.

Mamãe auxiliou-me com receitas e conselhos. Ainda ajudou-me a demolir a janela de seu quarto e parte da parede do mesmo, que era voltado para os fundos da casa.  Improvisei uma cortina costurando alguns lençóis, para cobrir o vão que abrimos.

Por volta do meio-dia, as pessoas começaram a chegar. O Pastor Marcelo e suas filhas gêmeas. “Seu” Rui, o agricultor mais incansável que já conheci; um homem baixo e largo, tostado por trabalhar de sol a sol. Dona Manuela, mancando com dificuldade por só ter uma perna; a única sobrevivente conhecida do ataque das variantes vermelhas ao noroeste fluminense. Amigos de amigos, gente que eu só conhecia “de vista”.

Havia montado mesas longas erguidas sobre cavaletes e bancos compridos, visto não haver cadeiras para tanta gente. Rui trouxera um violão e estava afinando o instrumento.

— Vou buscar minha mãe. Ela tem uma surpresa; volto já! – eu disse.

Saí em direção aos fundos da casa, deixara a carroça preparada, cheia de roupas e de comida não perecível. Quando subi a colina, saquei o binóculo e observei.

Todos comiam avidamente e pareciam muito felizes e conversadores. Vi quando a cortina que improvisamos foi aberta e mamãe esgueirou-se, lentamente, em direção à multidão. Àquela distância era impossível escutá-la ou aos convidados.

A ideia que tudo talvez fosse um ardil, uma armadilha de mamãe, atraindo tolas ovelhas diretamente ao covil do lobo. Isso não deixou de me passar pela cabeça, e me dava calafrios.

Como esperado, ao a avistarem as pessoas correram em todas as direções: formigas durante uma tempestade. Mamãe erguia os tentáculos – talvez fazendo um sinal de não agressão – e falava alguma coisa. Ninguém havia alguma vez sabido duma variante falante e inteligente. Provavelmente reconheceriam suas palavras. Talvez houvesse mesmo uma chance.

E então, lentamente, ainda que a uma distância segura, os convidados retornavam e a escutavam. Não houve violência, nem da parte deles ou dela. Chamavam uns aos outros e voltavam aos poucos.

Mamãe ergueu-se, uns três metros acima do solo – não sabia que ela podia fazer algo assim – e, para minha enorme vergonha, gritou: — Volta, Floquinho!

Rindo e chorando, sem acreditar ainda, eu desci a colina. E a festa continuou, e os convidados me abraçaram, e alguns me censuraram por duvidar de suas atitudes pacíficas, de suas capacidades de lidar com o diverso. E mamãe girava no meio do quintal, os tentáculos e demais vilosidades ondulando feito água-viva a sabor das marés enquanto “Seu” Rui tocava algo alegre.

E Dona Manuela trouxe-me um bolo de brigadeiro! Ora, mas como souberam que era meu favorito? Que maravilha! Como era possível? Não havia mais chocolate no mundo, não?

E acenderam então 23 velas pequenas. Aproximei-me para apagá-las e havia algo escrito em creme branco sobre a cobertura marrom brilhante, com a caligrafia de mamãe: Fausto, ela não comeu só o cabrito naquele dia.

Ficaria lívido, se eu pudesse. Olhei os convidados, à procura de explicação. Ninguém, fora mamãe, sabia do meu nome de registro. Eu era o Felipe, porra. Felipe! Ou Floquinho, merda! Quando observei o bolo de novo, notei que era de milho, e que não havia nada escrito. Que fora talvez uma ilusão, alucinação causada pelo calor, um desejo antigo de chocolate que era, afinal, irrealizável mesmo.

Soprei as velas enquanto as pessoas cantavam e batiam palmas. “E pro Felipe nada? Tudo! Então como é que é?”.

E mamãe enrolou seus tentáculos ao redor de minha cintura – tão gentis, tão mornos e macios! E disse: — Viu, seu bobo?! Agora poderemos viver todos juntos! Pra sempre!

No entanto, algo frio, triste e terrível crescia naquele preciso instante em meu âmago, feito cancro. E essa dúvida escura, que me corroía qualquer alegria real, tomou e controlou meus pensamentos quando percebi que, de alguma forma, eu sabia também da alegria de rolar na lama, ou do pastar no fundo de um lago, ou do sabor adocicado de minha própria carne.

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23 comentários em “Variante Amarela (Rubem Cabral)

  1. Cirineu Pereira
    15 de junho de 2019

    Resumo
    Após algum tipo de desastre denominado “variante amarela”, os os sobreviventes levam a vida como podem, entre eles, Fausto (ou Felipe, como prefere ser chamado), vive recluso em área rural, na qual esconde sua mãe, que atingida pela variante amarela transformou-se numa espécie de polvo, enorme, mórbida e sempre faminta de presas vivas. Um dia, por ocasião do aniversário de Felipe, a mãe propõe que deem uma festa e deixem as pessoas conhecerem sua nova natureza.

    Aplicação do idioma
    Bom domínio do idioma, linguagem clara, sem erros gramaticais.

    Técnica
    Boa técnica em que o autor utiliza a verve narrativa para delinear o personagem narrador. Fatos, descrições, o tempo, o espaço, lembranças e ponderações do personagem são inseridas com naturalidade na construção de uma leitura prazerosa.

    Título
    O título poderia ser melhor, pois além de remeter os menos atentos ao antigo modelo da Volkswagen (Variant), não me parece o mais apropriado, já que o fenômeno citado já decorrera há algum tempo e não é abordado em maiores detalhes. Em suma, o título é pouco atrativo, ainda que válido.

    Introdução
    Abertura profissional, sem meandros, apresentações ou descrições desnecessárias. “Pé na estrada, para onde, te conto no caminho”.

    Enredo
    Bastante criativo e complexo, mas sem se perder em excessos científicos ou fantasiosos. Ali estão as pessoas comuns com problemas e defeitos comuns e mesmo a mãe, transfigurada numa criatura monstruosa, continua mãe, com artimanhas de mãe.

    Conflito
    Bom conflito. Afinal, quem abandona uma mãe, enferma ou metamorfoseada num polvo carnívoro? Quem deixa de protegê-la dos preconceitos do mundo, ou ao mundo e a si mesmo dos perigos que ela possa representar?

    Ritmo
    Ótimo ritmo. O autor se mostra muito competente e imaginativo ao migrar naturalmente do cotidiano, usado para inserir o contexto, ao conflito naturalmente gerado, ou acentuado, com a ideia da festa.

    Clímax
    Bom desfecho, porém clímax nem tão bom. Parece que ali se perdeu a oportunidade para se inserir ou maximizar o horror. A assimilação de Felipe e dos convidados pela mãe monstro, unindo-os numa só consciência, fica subentendida ou sugerida (se é que realmente entendi). Porém ao invés de horrorizado ao tomar ciência dos fatos , Felipe me parece apenas consternado.

    Personagens
    Personagens ótimos. Felipe é construído por si mesmo enquanto narrador, bem como pela forma como a mãe o trata. Da mesma forma, a mãe é indiretamente narrada, mesmo quando das descrições físicas necessárias à narrativa de seus atos. Os coadjuvantes igualmente bons enquanto tipos bastante populares.

    Tempo
    A história não é contextualizada no tempo, mas isso é claramente propositado – como se a variante amarela pudesse ocorrer na próxima semana ou no ano que vem. De resto, marcações precisas não se fazem necessárias, um dia qualquer e outro, o do aniversário do protagonista, data do evento principal.

    Espaço
    Não obstante a inserção de personagens e elementos que me remeteram a área mais rural (ainda que Curitiba esteja cheia de capivaras), senti falta de contextualização geográfica mais completa que “noroeste fluminense” e que me auxiliassem a visualizar melhor os cenários.

    Valor agregado
    O dilema amor e risco na relação entre mãe e filho deixa gancho para aprofundamento e incitação de questões éticas. Assim como a possibilidade de se ter a própria consciência devorada e aprisionada numa consciência coletiva é uma ideia que afronta egos e incitaria reflexões. Porém, ao meu ver, o autor perdeu ambas as oportunidades e o conto ficou resumido ao entretenimento.

    Adequação ao Tema
    É um conto de horror, ainda que o autor, tão hábil em tecer ao narrar, não tenha sido eficiente em transmitir as sensações inerentes ao gênero.

  2. Gustavo Azure
    15 de junho de 2019

    RESUMO Um garoto albino e sua mãe transfigurada em um monstro devido à Variante Amarela. Ele tem medo que os vizinhos descubram sobre ela e matem os dois, mas, no dia do aniversário dele, as coisas se mostram um pouco diferente do esperado.
    CONSIDERAÇÕES A sutileza como a atual condição do mundo, ou daquele lugar, foi bem aplicada através da conversa entre mãe e filho. Abordou elementos clichês da ficção científica de uma forma muito interessante, fazendo ser algo criativo. Lembrou-me vagamente Para Além da Fronteira Áquila (episódio de Love Death and Robots). Conto bem escrito e bem articulado. Parabéns!
    NOTA 4,7

  3. Gustavo Azure
    15 de junho de 2019

    RESUMO Um garoto e sua mãe transfigurada em um monstro devido à Variante Amarela.
    CONSIDERAÇÕES A sutileza como a atual condição do mundo, ou daquele lugar, foi bem aplicada através da conversa entre mãe e filho. Abordou elementos clichês da ficção científica de uma forma muito interessante, fazendo ser algo criativo. Lembrou-me vagamente Para Além da Fronteira Áquila (episódio de Love Death and Robots). Conto bem escrito e bem articulado. Parabéns!

  4. Estela Goulart
    15 de junho de 2019

    Resumo: Fausto/Felipe/Floquinho é um menino (ao menos foi isso que entendi) que mora com sua mãe, uma espécie de monstro com tentáculos e mil olhos. Ele busca alimentos para ela e ambos planejam uma festa de aniversário para o menino (23 anos). Nessa festa, todos veem a mulher-monstro.

    Qual era a sua intenção? Qual era a ideia da história? Desculpa se não entendi, na verdade, fiquei pensando no que tinha lido. Pode ser uma coisa minha, algo aleatório, e por isso peço desculpa novamente. Bem, a escrita está leve, fluida, imaginei direitinho a mulher-monstro com sua descrição. Está bom de ler. O problema mesmo foi a ideia e o enredo.

  5. Ana Carolina Machado
    15 de junho de 2019

    Oiiii. Um conto sobre um garoto albino chamado Fausto/Felipe que vive em um mundo pós apocalipse em que não existe mais chocolate e no qual a mãe dele sofreu mutação por causa do evento das variantes. Nessa nova realidade ele tenta se adaptar e dá animais vivos para a mãe se alimentar e tem o temor do que ocorrerá quando as pessoas da vila descobrirem sobre a nova condição da mãe, principalmente porque sabe que uma fuga seria praticamente impossível devido ao peso da mãe. A mãe dele oferece uma solução: convidar todos para a festa de aniversário dele e nessa ocasião ela tenta mostra que não é perigosa. No fim ele aceita e organiza tudo com comida em fartura. Os convidados a aceitam e todos festejam junto, tem até um bolo de brigadeiro e Fausto acha que conseguiu o final feliz, mas nesse momento vem a reviravolta e por uma mensagem no bolo(que na verdade era de milho) sabemos que a mãe o devorou junto com o cabrito. No fim ele aparentemente teve o final feliz com todos podendo viverem juntos, mas no fundo ele sabia o que tinha acontecido e sentia a sensação dos outros bichos que foram devorados também e até o gosto da carne dele. Tudo junto em um tipo de consciencia coletiva. Achei bem interessante a ambientação e fiquei curiosa para saber mais sobre o evento das variantes, acho que poderia ter falado um pouco mais no conto sobre isso. E a reviravolta no final foi surpreendente, pois o Fausto teve o final feliz, mas ele meio que não era real, apesar do conceito de realidade ser relativo para cada pessoa. Fiquei pensando será que os outros seres devorados também ficaram em uma realidade alternativa sem perceber que tinham sido devorados? Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.

  6. Priscila Pereira
    14 de junho de 2019

    Variante Amarela (The Yellow Kid)

    Resumo: Vemos um mundo pós apocalíptico onde a maior parte da população é devastada por variantes, que são bombas biológicas que os transforma em monstros. Vemos um rapaz albino que trata de sua mãe que foi afetada pela variante amarela e se transformou em um mostro, mas com capacidade de se comunicar.

    Olá, Autor(a), Eu não entendi muito bem o final, se puder me explicar melhor depois… Imagino que a mãe tenha comido o filho junto com o cabrito e ele permanece vivo no interior dela, onde não tem consciência de que está morto, ou não está, não sei bem… A mãe provavelmente devorou toda a vila também. Bem, não vi muito terror, mais um mistério… Achei interessante e instigante, embora não tenha gostado de não entender muito bem. Achei muito inteligente a sua ideia. Bem escrita e envolvente. Parabéns e Até mais!!

  7. Sarah
    14 de junho de 2019

    Um rapaz leva para a mãe um animal que caçou perto de casa. Ela é uma criatura bem diferente que possui tentáculos, ventosas, dentes pontudos e vários olhos.
    O filho tem uma conversa com ela e é convencido de que o melhor é que as pessoas mais próximas vejam a forma real da mãe do rapaz.
    Decidem dar uma festa e ela se revela aos vizinhos e amigos das redondezas. Estes a aceitam bem, e no final dá a entender que Felipe se tornará uma criatura diferente como a mãe.

    O conto começou muito bem com a descrição do local onde se situava a fazendinha. De repente me deparo com duas palavras que não fazia ideia do significado. Não é ruim variar o vocabulário, mas o problema é quando as palavras são tão desconhecidas que temos de ir procurar o significado, ou deixar passar e tentar compreender pelo contexto. Isso traz aquela sensação de que o autor podia ter dito a mesma coisa com palavras mais simples. Por favor, não quero ofender ninguém, estamos aqui para apontar os pontos positivos e negativos das histórias uns dos outros, por isso que estou tentando frizar tanto esse detalhe.
    As descrições tanto da criatura que se tornou a mãe do garoto, quanto dos cenários é excelente. Mas, no trecho em que ela aparece pela primeira vez, novamente uma palavra que não entendi, mais precisamente na hora de contar como estavam alinhados os dentes dela.
    Achei muito interessante essa pequena discussão do Felipe com a mãe. A pergunta sobre ele ter medo dela e a resposta mostrando que parte dele sentia medo do que ela havia se tornado e outra parte sentia que ela ainda era a mesma pessoa.
    Não compreendi muito bem essa parte da arma biológica, guerra e tudo o mais, mas também não achei necessário entender tudo nos mínimos detalhes para gostar da história.
    Achei o plano de se mostrar para a vila uma ideia terrível! O Felipe precisava mesmo colocar um pouco de juiízo ou bom senso na mente da mãe dele, mas achei tocante que ela pensasse primeiro no filho, ao sugerir que ele fugisse caso tudo saísse mau com o plano deles.
    Fiquei curiosa e aflita para descobrir como seria o final desse conto!
    Fiquei muito feliz por tudo dar certo no final, porém, a última frase, o último acontecimento me deixou um pouco confusa. Ele revela que o Felipe se tornaria uma criatura como a mãe dele? Foi o que concuí.
    A história foi emocionante, teve um toque de suspense e dúvida onde ficamos torcendo para que dê tudo certo para a criatura que se tornou a mãe do Felipe e o próprio rapaz. Ver tudo do ponto de vista dele também é muito legal para entender como ele se sentia em relação ao que estava acontecendo.
    Seria bom definir melhor o tempo onde se passa a história, concluí que era um futuro distópico onde tinham voltado a usar transportes como carroças por conta dessa tal arma biológica. E um outro detalhe é que não acho que seu conto se encaixa em infantojuvenil e nem terror. No início, imaginei que o Felipe fosse um adolescente, mas na verdade ele já é adulto.
    Mesmo assim, um conto criativo.

  8. Antonio Stegues Batista
    13 de junho de 2019

    Gostei bastante desse conto. É parecido com aqueles contos inusitados do Philip K. Dick e Ray Bradbury. Ficção Científica com terror. Bem escrito, bom enredo, tudo mais. Que tudo! Excelente ideia.

  9. Luis Guilherme Banzi Florido
    12 de junho de 2019

    Bom dia! Tudo bem?

    Resumo: numa espécie de mundo pós apocaliptico, causado por um tipo de doença (as variantes), que criaram mutações canibais. Um menino e sua mãe sobreviveram, mas ela sofreu um outro tipo de mutação, mantendo sua lucidez. A história conta sobre a ideia de mãe de se revelar para os habitantes da cidade. Ao fim, descobrimos que o menino foi devorado pela mãe.

    Comentário:

    Gostei do conto. A história é realmente bem interessante. Gosto bastante da temática fim do mundo, e sua ideia foi criativa, num cenário já bastante desgastado, devido ao excesso de histórias nesse tema.

    Gostei da ideia das variantes, a forma como você construiu a coisa toda. Pelo visto, quando a doença surgiu (15 anos atrás), boa parte da população foi dizimada. Os que sobreviveram a essa primeira onda, parecem ter arrumado um jeito de continuar vivendo e mantiveram uma espécie de sociedade (fiquei com essa impressão pelo fato de o menino ter vendido biscoito de polvilho na vila).

    Gostei de como essa novo mundo se formou em minha cabeça. Seu conto foi bastante visual e bem ambientado, em precisar usar longas descrições ou explicar demais os acontecimentos. Bom trabalho!

    O final foi um pouco difícil de entender. A compreensão a que cheguei é que o rapaz foi devorado pela mãe quando levou a cabrita, e que todo o resto não aconteceu de fato. Pelo visto, mesmo após morrer devorado, a mente do menino foi mantida na criatura que é a mãe, assim como tudo que ela come. Então, ela criou um mundo feliz para que a mente dele habitasse, junto com as mentes de todos os habitantes da cidade, que ela parece também ter devorado.

    Gostei bastante da ideia (se realmente for isso hahaha).

    A única ressalva que faço é que não tenho certeza se consideraria o conto como terror. Não fico me apegando muito a isso, é mais um apontamento que faço. Por mais que a história traga uma situação meio estranha, não sei se o conto chegou a causar alguma sensação que remeta ao terror. Enfim, isso é opinião pessoal.

    Bom trabalho! Parabéns e boa sorte!

  10. Davenir Viganon
    10 de junho de 2019

    Fausto/Felipe é um menino albino que vive num mundo pós-apocaliptico, e tenta ajudar sua mãe que sobreviveu mas teve mutações bizarras. Ela quer se reintegrar na Vila que vivem em segredo de sua condição e pede para o filho fazer uma festa com muita comida enquanto ele observa de longe para caso tudo der errado, poder fugir. Fausto/Felipe faz tudo que a mãe pede e as pessoas da vila acabam aceitando ela. Quando o menino volta e vai saborear o bolo favorito, ele sente os tentáculos da mãe agarrarem-no para devorá-lo.
    Conto muito criativo, com um monstro muito bem feito. Estava com um tom leve e então o final me fez cair os butia do bolso e me surpreendeu bastante. História muito boa! Adorei o conto! Parabéns!

  11. Evandro Furtado
    6 de junho de 2019

    A história de um garoto que vive em uma espécie de mundo pós-apocalíptico onde a mãe, tomada por uma doença estranha, transformou-se em um monstro lovecraftiano.

    A história é pra lá de interessante e prende o leitor do início ao fim. De forma geral, é muito fluida e toma a atenção. A construção em direção à reviravolta final é brilhante, e quando chega, é realmente inesperada.

  12. Shay Soares
    2 de junho de 2019

    Um garoto tem a mãe vítima de uma mutação genética que a transformou em um monstro. Ele tenta mantê-la viva em segredo.

    O conto traz uma história nada convencional e apesar do “problema” (vírus que atacou a humanidade) o texto se concentra mais nas questões menores dos personagens, tipo: minha mãe é uma monstra, mas eu queria mesmo é aquele bolo de chocolate. Achei ótimo!

    Há alguns erros de pontuação e algumas construções de frases que ficaram estranhas. O conto também deixa um pouco confuso o que está acontecendo, primeiro pensei que o garoto estava sem chocolate há quatro meses (e aí entendo que aquilo é um evento recente) depois fala de quinze anos.

    Acabei ficando na dúvida também sobre a idade do garoto, inicialmente eu o havia imaginado com uns treze anos, dado que ele chama “mamãe” e outros vários comportamentos imaturos, eis minha surpresa com os 23 rsrs

    Também fiquei tentando imaginar o tamanho do quarto, tinha uma cama king size e ainda dava para puxar uma cadeira à distância :O Acabou desconstruindo o cenário que eu havia criado a partir do “fazendinha” logo no primeiro parágrafo e fiquei na dúvida sobre como era todo o lugar.

    Enfim, eu pensei mesmo que ela ia comer todo mundo kkkk o final foi inesperado mesmo!

  13. Paulo Luís
    2 de junho de 2019

    Olá, The Yellow Kid, boa sorte no desafio. Eis minhas (não)impressões sobre seu conto.

    Resumo: Sinceramente, não entendi bulhufas desse conto. Do que quis falar esse autor? De um filhote de capivara albino que convive com a mãe em um pântano, e que gosta de bolo de brigadeiro?

    Gramática: Pelo menos a leitura não sofre de imbróglios gramáticos. A leitura flui bem, quem dera que o sentido do conto tivesse este mesmo valor! O que fica sofrível são as frases de efeitos para dar um tom de humor ao texto? Entre tantas vão aqui duas pérolas que destaquei: (tentáculos no centro do seu corpanzil que, ao invés de ventosas de polvo, eram cobertos de apêndices muito finos e minúsculos, dando-lhes a textura duma toalha macia ou do interior do estômago de um bovino.)
    (Havia um odor novo de fermentação, de abacaxi apodrecido.)

    Tema/Enredo: Uma colega, também comentarista, citou este conto no grupo entrecontos com uma feliz exclamação: “Fechei minhas leituras no desafio com chave de ouro ao ler o belíssimo “Variante Amarela”. (seria uma amiga não oculta?) Corri pra ele, a fim de aliviar minhas angústias anteriores, pois vinha de uns tantos sofrimentos, em vista de outros, (alguns) contos complicados, que acabara de ler. Pronto, foi a gota d’água que faltava para eu morrer afogado até as tampas, com este complicadíssimo Variante Amarela. Em verdade, morri de inveja da colega, que dele entendeu tudo tão bem em seu tão alto senso de compreensão. É um enredo surreal? Sobre alienígenas em um campo insólito? Um terror familiar? São germes cadavéricos? Uma fauna de animais exóticos? Ou será sobre o apocalíptico e escatológico fim dos tempos? Vai ver que o próprio protagonista da história está com a razão, não em relação a mãe, mas com relação ao próprio autor (a), como dito nesta sentença: (Não tô entendendo nada. Mãe, você tem essa mania irritante de sacar assuntos aleatórios da cartola…) Como disse no resumo: nada entendi das pretensões do autor. Percebi que o autor, (a) quis dizer muito, mas eu não entendi nada. E como nada entendi, nada irei comentar. É como dizem alguns dos nossos comentaristas do entre contos, expert em leitura crítica: este deve ser o tipo de leitura para não deixar ninguém confortável ao tentar interpretá-lo. A nota vai ficar por conta do esforço do autor em tentar dizer o que não disse.

  14. Sidney Muniz (@SidneyMuniz_)
    27 de maio de 2019

    Resumo: Variante Amarela (The Yellow Kid)

    Sim, um conto daqueles de tirar o fôlego, li inventando vozes (sim, li em voz alta, pois não resisti!) Acho que é do Fábio, mas pode ser de tantos, que pena, não pode ser meu. Conto esplêndido, imaginação fértil, narrativa madura, vocabulário perfeito… tudo ótimo! O conto narra a história de um tempo em que algo aconteceu, uma espécie de epidemia, uma mutação, e a mãe de Fausto teria se transformado em algo bizarro, porém a inteligência ainda era uma de suas virtudes… mas há muitas coisas por vir, e ao final nada é o que parece, ou tudo é. Um excelente conto, me enganando, me surpreendendo e deixando aquele gosto ao final de algo completo e aberto. Curti demais! Obrigado ao autor(a).

    Avaliação: (Para os contos da Série A-B não considerarei o título, as notas serão divididas por 5 para encontrarmos a média. Porém teremos uma ordem de peso para avaliação caso tenha empates… Categoria/ Enredo / Narrativa / Personagens / Gramática.

    Terror: de 1 a 5 – Nota: 5 (Não que seja terror, não que não seja, há uma passagem esplêndida, descrições fantásticas vindas de uma imaginação forte. Merece o 5)

    Gramática – de 1 a 5 – Nota 5 (Dizer o que?)

    Narrativa – de 1 a 5 – Nota 5,0 (Ler esse conto foi um prazer, viagem intensa)

    Enredo – de 1 a 5 – Nota 5,0 (Um dos melhore que já vi aqui)

    Personagens – de 1 a 5 – Nota 5 (Ah… fodaaaaaaa!!!)

    Total: 25,0 / 5 = 5

  15. angst447
    21 de maio de 2019

    RESUMO:
    Uma cientista, mãe de Fausto-Felipe-Floquinho, sofre uma mutação causada pela variante amarela. Transformada em um monstro, misto de polvo com sei-lá-o-que, devora cabritos e capivaras como aperitivos. O filho, Fausto-Felipe-Floquinho, que parece ser albino, procura alimentá-la e mantê-la longe dos olhares curiosos. A mãe tem a ideia de fazer uma festa para comemorar os 23 anos do Fausto- Fel.. (ah, você já sabe quem) e assim revelar sua nova aparência a todos os outros. A princípio, todos se assustam e fogem, mas voltam e escutam a cientista. O aniversariante tem uma revelação ao soprar as velinhas do seu bolo – a mãe não tinha só comido o cabrito outro dia – Ou seja, teria ela comido o próprio filho? Esta é uma dúvida que corrói o garoto. Estariam todos dentro da Grande Mãe?

    AVALIAÇÃO:
    Um conto infantil? Acho que não. Um conto de terror? Parece que sim, mas mesclado com pura FC. Isso me faz pensar em um autor específico, mas deixemos essa hipótese de lado.
    O conto está bem escrito e percebe-se que o autor esmerou-se nas descrições, principalmente da mamãe-monstro. Podemos visualizar a cientista na sua pior forma, com todas as alterações provocadas pela tal variante amarela.
    Não encontrei falhas de revisão que chamassem a atenção.
    O ritmo não é propriamente ágil, dada a extensão de passagens descritivas, mas a leitura flui bem.
    Há a presença de um toque de humor que tira o peso do terror proposto. Isso é bom para o leitor, não sei se tanto para o autor. Eu gostei muito do diálogo entre mãe e filho. Terror leve, eu gosto.
    Boa sorte para você. Sigamos para a próxima etapa.

  16. Elisa Ribeiro
    18 de maio de 2019

    No conto, narrado em primeira pessoa pelo jovem Fausto/Felipe, acompanhamos a lida do jovem com sua mãe, uma cientista que se metamorfoseou em monstro após uma epidemia (?). A transformação da mãe é mantida em segredo na cidade onde vivem, mas a mãe propõe ao filho um plano, a ser executado no dia do aniversário do filho, para revelar seu aspecto aos habitantes da cidade.

    Um enredo bem surpreendente, que mistura um monte de coisas e parece falar da aceitação das diferenças e da necessidade de adaptação para sobreviver num mundo em mudanças. Algumas coisas, entretanto, me parecerem insuficientemente amarradas. Por exemplo, o conto aparentemente se passa em um futuro distópico, sem alimentos industrializados ou televisão, mas essa situação pouco ou nenhum impacto tem na história.

    Apesar do monstro, não achei seu conto lá muito de terror: nem aterrorizante, nem nojento. Categorizaria mais como estranho ou FC do que terror. Também não diria que seja um conto infanto-juvenil, talvez com um protagonista mais jovem desse para caracterizar nesse gênero.

    O texto está muito bem escrito e revisado e a leitura foi muito agradável. Gostei demais da hipótese do reservatório de mentes, da preservação das memórias dos mortos. Um bom argumento para o próximo desafio de FC. O desfecho, também achei-o bem interessante, o filho voltando às entranhas da mãe, constituindo-a, inclusive com as suas próprias memórias, mas também herdeiro das memórias dela. Muito louco, isso!

    Um trabalho interessante, que me divertiu ao fugir do comum.

    Parabéns e sucesso! Um abraço.

  17. Fernanda Caleffi Barbetta
    16 de maio de 2019

    Diversas pragas atingem o país e vão matando pessoas e modificando suas vidas. Após 15 anos sem que nada ocorresse, uma variante amarela assola o lugar e a mãe de Felipe, uma cientista, se transforma em uma criatura enorme, uma espécie de polvo de vários olhos e dentes afiados. Temendo que a cidade descubra sobre a sua existência e impossibilitada de sair da cidade, a criatura decide aparecer para a vizinhança, os convidando para a festa de aniversário de Felipe, em sua casa. O filho ficaria à distância para fugir caso não aceitassem a existência da criatura. Assam um porco, galinhas batatas e chamam a vizinhança, que aparece em peso. Quando a mãe surge aos convidados, eles têm uma primeira reação de fuga, mas logo retornam para ouvir o que ela tem a dizer. Flutuando no jardim, ela acaba sendo aceita por todos. Na hora do bolo, Felipe percebe que na verdade há algum tempo ele havia sido engolido pela mãe e que ela o guardava dentro dela com as suas lembranças de tempos melhores.

    Comentário
    Nossa, quanta criatividade. Gostei do conto, muito bem escrito e criativo. O textpo está bastante gostoso de ler e bem divertido. Adorei a história do Fausto e do Felipe, muito bom.
    Fui surpreendida pelo fato dele ter sido devorado pela mãe. Só senti falta de alguns indícios que nos levassem a suspeitar disso, algo que unisse o final ao restante do texto, que o tornasse mais coeso, que tornasse o fato dele estar dentro da mãe mais verossímil e plausível.
    Poucos comentários com relação á gramática:
    os olhos ‘tavam saltados feito limões! (falou a outra aspa)
    No momento em que te verem (virem)
    A ideia que tudo talvez fosse um ardil, uma armadilha de mamãe, atraindo tolas ovelhas diretamente ao covil do lobo. Isso não deixou de me passar pela cabeça, e me dava calafrios. (usar vírgulas juntando os dois períodos ficaria melhor. Do jeito que está, o primeiro período ficou solto)

  18. Fheluany Nogueira
    15 de maio de 2019

    O Evento das Variantes trouxe um apocalipse para o mundo como o conhecemos, exigindo dos sobreviventes um forte poder de adaptação. Um rapaz, albino esconde a mãe dos habitantes da vila e procura alimentá-la — era uma nova variante, amarela. As outras “que afetaram as pessoas, eram só bestas irracionais devoradoras de gente”, mas esta tem “flashes, memórias e sensações dos bichos” que consumira: “Nada morreu de verdade e, de alguma forma, eles vivem em mim agora.”

    Para ser aceita pelas pessoas da vila, a mãe-monstro sugere ao filho que organize uma festa de aniversário para ele e convide todos para que pudessem interagir e perdessem o medo. O rapaz teme que seja uma armadilha, mas acaba cedendo. Tudo acontece como o monstro previra, até a hora do bolo, quando ele lê no bolo de brigadeiro, com a letra da mãe, que ele também já fora comido. Esta informação e mais as sensações percebidas pelo albino, levam-no a crer que ele e mais todos que estavam ali conviviam dentro da variante.

    Fiquei sem fôlego ao final do conto. Que experiência! Texto bem escrito, narrativa bem desenvolvida, com múltiplas interpretações, uma longa cena de suspense, construção crível das personagens e uma virada surpreendente. Um thriller de suspense, medo e ação, muito criativo e original. E, até finalizou a história deixando um gancho para um próximo conto. Quem sabe vem uma série por aí: V.A.?
    Abraços e sucesso no desafio. Parabéns!

  19. George Armado
    15 de maio de 2019

    Sinopse: um jovem albino vive no interior. Ele cuida de sua mãe, que está num estranho estado. O garoto sente dúvidas e tremores em relação a própria mãe. Certo dia após mais uma discussão infrutífera, ela propõe algo que o garoto acha perigoso para ela e para a vizinhança: uma festa.

    Comentário: particularmente eu gostei do protagonista albino, embora não tenha entendido nada da história e nem como ela se adequa ao certame. Não é terror porque sorri com as situações ridículas apresentadas, e nem infantil por ser muito nojento, escroto mesmo! Jamais daria um conto desse para o meu filho ler.

    A Árvore que Divide o Mundo – NOTA: 1,0
    Amarga Travessia – NOTA: 5,0
    Aquilo – NOTA: 4,5
    Capitão Ventania – NOTA: 4,0
    Demasiado Humano – NOTA: 4,5
    Lobo Mau, A Garota da Capa Vermelha e os 3 Malvados – NOTA: 1,9
    Magnum Opus – NOTA: 4,0
    O Fim de Miss Bathory – NOTA: 5,0
    O Jardim da Infância – NOTA: 5,0
    O Ônibus, a Estrada e o Menino – NOTA: 3,5
    O Parque – NOTA: 1,0
    Penumbra – NOTA: 1,5
    Prisão de Carne – NOTA: 3,5
    Rato Rei – NOTA: 3,0
    Seus olhos – NOTA: 4,0
    Troca-troca Estelar – NOTA: 5,0
    Variante Amarela – NOTA: 1,0
    Vim, Vi e Perdi – NOTA: 1,0
    ——————————–
    Melhor técnica: Aquilo
    Conto mais criativo: Amarga Travessia
    Conto mais impactante: O Jardim da Infância
    Melhor conto: Troca-Troca Estelar
    ——————————–

  20. Emanuel Maurin
    12 de maio de 2019

    The Yellow Kid, paz e bem.

    O conto fala de um menino que caçou uma capivara viva para sua mãe, que teve uma alguma mutação, que a deixou como um polvo. E ela comia animais vivos. O garoto tinha medo da mãe e não chegava perto. Por fim a mãe sugeriu uma festa e que o menino chamasse várias pessoas da vila.

    Deu medo de ler, está bem estruturado, não encontrei erros e a narrativa flui bem.
    Boa sorte!

  21. neusafontolan
    8 de maio de 2019

    Muito bom.
    Gostei mesmo.
    parabéns

  22. C. G. Lopes
    7 de maio de 2019

    RESUMO:
    Felipe ou Fausto ou Floquinho alimenta sua mãe regularmente com o que encontra; um cabrito, uma capivara… Sua Mãe foi vítima da variante amarela e se transformou num imenso monstro com tentáculos, garras e um apetite colossal. Apesar de monstra, a mãe, tem consciência e lucidez, conversa, argumenta, faz planos… Pede perdão pelo incidente em que machucou o filho, tomada pela fome insaciável. Por conta disso, Felipe tem medo. A mãe monstra tem uma ideia: chamar toda a aldeia e mostrar a todos os vizinhos o que ela se tornou. O filho fica arredio, mas concorda. E assim é feito, a aldeia comparece a uma festa, o rapaz se esconde e a mãe se apresenta. Depois do susto inicial ela aparentemente consegue se entender com os vizinhos, o garoto sai do seu esconderijo e ganha até um bolo. No bolo a mensagem enigmática; “Fausto, ela não comeu só o cabrito naquele dia”.

    CONSIDERAÇÕES
    Quanta imaginação! Que argumento bacana para ser desenvolvido. Quero uma parceria, agora! Rs Parabéns ao autor (a)! É daqueles textos que a gente lê e tem vontade de ter escrito.
    Ficaram algumas dúvidas e questões de como o rapaz continuava agindo, caçando e alimentando a sua mãe? E também , o que aconteceu aos vizinhos! Foram devorados? Me pareceu que sim! Fantastico! Maravilhoso! Adorei! Não sei se deu para perceber mas amei!

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Publicado às 1 de maio de 2019 por em Liga 2019 - Rodada 2, Série A e marcado .
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