Priscila encosta-se a uma parede de seu quarto. Abaixa a cabeça. Não consegue mais encarar o namorado. Sente-se completamente infantil e ridícula. Aos poucos, ainda recostada na parede, vai escorregando até o chão, ao lado de sua cama, quando algumas gotas começam a percorrer as linhas suaves de sua face.
Rafael ajoelha-se ao lado dela e a abraça carinhosamente.
— Hei… Qual o motivo desse choro? — pergunta.
— Me perdoa… Me perdoa, Rafa? — Priscila apoia a cabeça no ombro de seu namorado.
— Perdoar o quê? Todo mundo às vezes tem que botar para fora os seus problemas… — Rafael ameniza. — É supernormal! Tudo bem que você me deu o maior susto, mas quem é que nunca se sentiu inseguro na vida? Hm…?
— Não é isso… — ela tenta explicar, mas desiste.
— Boba… — o namorado diz em seu ouvido. — Você é tudo o que alguém pode querer nesta vida… Você é uma luz! Uma linda luz que brilha no horizonte, como um farol. É você quem me guia nos dias de tempestade… Nos dias em que eu é que estou inseguro!
Rafael retira com uma mão as louras mechas da frente do rosto da jovem e com a outra, apoiada em seu queixo, levanta a cabeça de Priscila, olhando-a nos olhos.
— Você é o meu porto seguro! — completa, seguido de um beijo na testa.
— Você é muito bom comigo, Rafa… Obrigada. — Priscila soluça. — Mas eu ainda não sei o que fazer…
— Como assim?
— Eu não posso… Não posso duvidar de você. — fala, desgostosa de si mesma.
Rafael levanta-se e fica a observar as feições da namorada, que muda seu tom de voz:
— Toda essa história foi por causa da Raquel! Ela vai se ver comigo… O tempo todo me jogando contra você… Ela vai ver só! — diz, enxugando as incessantes lágrimas. — Ah, se vai!
— Calma Priscila! Por que essa raiva toda? Essa Raquel não era a sua melhor amiga?
— Você disse bem: era a minha amiga! — fala agora decidida, ao pegar o travesseiro de cima da cama, ao seu lado.
— Calma! O que aconteceu entre vocês? — Rafael tenta entender o motivo que fizera Priscila ficar tão nervosa.
— “Calma”? Se você soubesse… — chega a rir de raiva, abraçando o travesseiro. — Eu fui obrigada a expulsar ela daqui; senão eu não sei do que eu seria capaz!
— O que ela lhe disse? — pergunta.
— Olha, Rafa, eu não quero lembrar nada do que essa mulherzinha me disse! Não quero nem lembrar que já fui amiga dela. O melhor que eu posso fazer é esquecer isso tudo… — diz, esfregando os olhos com as mãos.
Priscila continua a se martirizar, enquanto deita no colo de Rafael, ainda abraçada ao travesseiro:
— A gente nunca brigou e por causa dela… Hoje isso quase aconteceu. Sinceramente, eu espero que você me perdoe; que esqueça também do dia de hoje, porque eu juro que nunca mais vou deixar que qualquer pessoa se meta entre a gente. É uma promessa!
Rafael fica em silêncio após Priscila terminar seu juramento; apenas a observá-la, o que causa certa inquietação em sua namorada, que acaba por lhe perguntar:
— O que foi?
Ele permanece calado.
Priscila levanta-se, dá algumas voltas pelo quarto, e seu namorado continua em silêncio. Está incomodada. Alguma coisa chama sua atenção, sugando momentaneamente seu olhar para a janela. Um passarinho insone pousa no parapeito, trazendo de volta a voz de Rafael.
— Olha! Um periquito!
— É um Agapornis, seu idiota! Também conhecido como “o pássaro do amor”… — Priscila, agora já voltando ao estado normal, joga seu travesseiro em cima do rapaz, que o agarra e revida.
— Quer briga, é? — brinca Rafael, após devolver a travesseirada recebida. — Pois esse aí está mais para morcego do que para um pássaro do amor! Não tem um ditado que diz isso? “Em briga de marido e mulher…”
— “… ninguém mete o travesseiro!” — Priscila acerta-lhe o rosto, de surpresa.
O namorado levanta-se e ameaça restitui-la na mesma moeda:
— Ok… Então é guerra! Segura essa!
É travada então uma divertida guerrilha, onde a única e macia munição é disputada com enorme avidez por ambos os lados, que em perfeitos e alternados movimentos, formam uma linda, porém descompassada, sonata. Rafael é quem dita o ritmo do atual descompasso.
Como um maestro a reger sua orquestra, ele ergue os braços em movimentos circulares. No entanto, ao invés de uma batuta, Rafael retém em suas mãos um travesseiro. Um enorme e rechonchudo travesseiro que, em proficientes movimentos ao redor de seu corpo, tenta esconder de sua namorada. Mas Priscila é insistente e faz de tudo para conseguir a posse do importante objeto.
Após sucessivas e frustradas tentativas Priscila, finalmente, consegue roubar de seu namorado a tão enaltecida almofada. Com a posse da valorosa relíquia, é constatada por ela a necessidade de se preservar sua nobre e recente aquisição. Priscila então parte em fuga desesperada através do campo de batalha, e o atravessa velozmente até encontrar uma insuperável barreira: a porta de seu quarto. Desprovida de uma chave mágica, capaz de tirá-la de tal situação, Priscila tenta voltar para seu antigo posto, quando percebe estar encurralada pelo inimigo…
Rafael aproxima-se cuidadosamente, pois sabe que qualquer erro de cálculo pode ser fatal em uma guerra, e certifica-se de estar totalmente com a vantagem. Constatado o fato, visto que a chave da porta encontrava-se sobre a escrivaninha da namorada, do outro lado do campo, ele avança firmemente em direção a oponente que, a par de sua frágil situação, estende a bandeira branca. Rafael baixa sua guarda, cometendo uma falha irremediável, logo aproveitada pelo outro lado.
Priscila, em um espetacular movimento de tropas, consegue fugir ao cerco do inimigo e refugiar-se com a posse interina de sua munição em outra localidade, logo descoberta e visada pelo exército oponente. O novo campo de batalha agora se define em uma única palavra: fofo.
A cama de Priscila, antes território neutro, neste momento torna-se o lugar onde será encenado o desfecho de tal epopeia. Ambos os lados se reencontram e, frente a frente, a batalha final tem seu início…
Após momentos intermináveis, quando ainda persistia a esperança de posse da única munição existente, é escutado um estrondoso ruído, um estouro. O paiol responsável pela guarda da munição se parte em dois e ambos os exércitos caem devido ao impacto fulminante causado pela explosão de tão preciosa carga. Aos poucos, os soldados vão recobrando seus sentidos e é quando percebem estarem com suas causas perdidas.
Uma chuva de penas cai sobre os corpos de Rafael e Priscila, estendidos sobre a cama na tentativa de recobrarem o fôlego perdido durante o reconfortante período de descontração. O quarto inteiro de Priscila é decorado pelas leves prisioneiras de seu travesseiro que, agora em liberdade, formam uma suave, porém densa, neblina.
As pálpebras não se fecham por longos e curiosos momentos e o fôlego parece faltar ainda mais na medida em que o tempo passa. Os olhos caminham juntos pelos corpos ali deitados, percorrendo as mesmas trilhas que as lentas gotas de suor deixaram como rastro sobre as epidermes ainda desnudas de um súbito e desejado toque. Os poros dilatam-se em inúmeras ratoeiras, aprisionando novamente algumas das já infinitas penas, que obedecem sutilmente ao persuasivo chamado dos corpos.
Priscila entende, assim como Rafael, que o momento é propício a uma ação um pouco mais agressiva, profunda. O brilho nos olhos adquire um novo sentido, uma nova conotação… Um atrativo convite. Os sons misturam-se aos movimentos, dando um novo tom, uma nova forma para os atuais acontecimentos.
Pela lisa pele de Priscila deslizam mãos em suaves e descobridoras manobras, que circulam lentamente através de seu corpo como a aguardar por algo recíproco, porém inesperado. A surpresa se faz presente pelo caminhar decidido da jovem, através dos já ultrapassados obstáculos que demarcavam o comboio de botões da camisa de Rafael, logo desnudo da mesma.
Com o sutil esvoaçar dos angelicais trajes pelo nebuloso espaço de seu quarto, Priscila ergue-se apoiada em sua cintura por Rafael e, já sobre o mesmo, dita as regras da nova batalha. Com as mãos por cima das do namorado, guia-o firmemente pelas incontáveis curvas de seu corpo, detendo-o quando não mais consegue reprimir seus próprios impulsos.
Os olhos se encontram novamente, mas agora parece ser pela primeira vez. Nessa troca de olhares reveladores, o proibido é avistado e gentilmente acessado. Despidos pelo inebriante momento de todo o falso pudor, cedem algo extremamente prestigioso um para o outro. A beleza da liberdade. A rara beleza de poderem caminhar pela mesma trilha ao mesmo tempo, com os mesmos passos e as mesmas ambições. Desfrutarem em um mesmo instante de um mesmo sentimento, uma mesma arte, um mesmo fruto. Transformarem o momento em eternidade e percorrê-la infinitas vezes, de infinitas maneiras.
As penas continuam a despencar suavemente pelo quarto, assim como a realidade parece distanciar-se do mesmo. A luz é apagada com um leve sopro vincular e, do monte que as roupas em um canto formaram, as estrelas são puxadas de um bolso qualquer. O visual distinto dos demais é deslumbrado aprofundando-se cada vez mais no desconhecido caos dos sentidos. O subconsciente então desperta, adquirindo conhecimento em meio ao êxtase.
Mentes e corpos, unidos, refletem agora a luz da Lua existente apenas na parte interior das pálpebras dos amantes, e soltam-se no ar como as penas, glorificando as recentes descobertas, pairando ao mesmo tempo em que desvendam todos seus segredos e razões, folguedos e lamentações.
Com o toque dos epitélios o calor da chama é friamente despertado, derretendo as faíscas de um paradoxo carnal, reluzindo como ouro bruto em uma mina espacial; acordando o universo inteiro com as sombrias projeções na parede de um quarto sideral inteiramente em movimento, na plenitude permitida somente ao mais áureo dos momentos…
Rafael e Priscila são um só.
* * *
— Mais uma vez? — ela sonda o rapaz, embaixo do corpo dela.
Ele tremia ainda.
— Preciso de um tempo.
Ela morde o pescoço dele, deixando outra marca vermelha, antes de tombar para o lado.
O quarto era bem amplo e aconchegante, de modo algum remetendo ao que se destinava. De incrível bom gosto. Quente e acolhedor.
Da cama era possível enxergar o mar, dando a impressão de se estar boiando sobre São Conrado. Tudo isso ajudado pelo ressoar sutil do colchão d’água de onde se admiravam, refletidos no enorme espelho no teto.
Passava das três da manhã quando os dois foram juntos para a sauna, após mais um embate, desta vez no chuveiro.
— Você fez o que eu te disse? — pergunta a moça, ajeitando-se na toalha já estendida sobre a arquibancada de madeira.
— Fiz. — o rapaz pinga algumas gotas de essência entre as pedras fumegantes, que de pronto perfumam o ar da pequena saleta.
— E aí? Como foi? — indaga, dando espaço para que ele deitasse entre suas pernas. — Ela mentiu para você de novo, não mentiu?
— Foi exatamente como você disse que iria ser.
Ela sabia que este assunto o incomodava. E se deliciava com isso.
— Exatamente como ele me disse que iria ser… — ela enfatiza. — Então você viu os dois?
— Vi…
Ele estava monossilábico. Ela insiste:
— O que você fez?
O rapaz percebe a excitação ultrapassar a voz da jovem ao ter seu encharcado rosto pressionado entre um par de coxas suadas e agora trêmulas.
— Isso não é da sua conta… — ele fala com dificuldade.
— Poxa… Não vai me contar? — ela aperta ainda mais as pernas.
— Não.
Também não precisa…
Com a ponta dos pés, por dentro da toalha que cobria o rapaz, a moça alcança seu objetivo, num movimento inesperado.
— Para, Raquel! — ele ordena, desvencilhando-se dela ao sentar-se na bancada, a uma distância que a excitada jovem não o alcançasse.
Ela esperava por este momento desde que soubera a respeito do que vinha acontecendo entre os outros dois. Ajeita-se novamente na toalha, esticando os braços sobre a bancada superior, que utiliza como encosto, enquanto, indiferente a tudo, abre as pernas lentamente, olhando na direção do rapaz.
Olhos negros.
— Volta pra cá, Rafa! Vem…
Olhos que adquirem então um tom alaranjado. Cor de fogo.
Olá.
Pensei que fosse mais um estória sobre animais; uma pena que o agapornis não passou de um mero “enfeite”. Acho que você perdeu muito tempo com descrições eróticas e poderia ter ido mais a fundo na estória. Apesar de tudo acho que a última parte salvou o conto, mesmo assim, não me instigou muito a vontade de rever esses personagens.
Boa sorte
☬ O Agapornis Insone
☫ Lovebird
ஒ Físico: O texto está muito bem escrito e o estilo denota a personalidade forte do autor. De fato, senti-me um pouco cansado durante a leitura, principalmente na parte da briga do travesseiro. Acredito que o autor ainda não encontrou o ponto de equilíbrio na narrativa.
ண Intelecto: A estória não foi feita para impressionar. O assunto abordado é muito complexo, mas as coisas estão transcorrendo de forma bem simples. Não sei dizer se isso é bom ou ruim. Os personagens ainda estão rasos. Como algumas subtramas não foram reveladas, nem o interior verdadeiro dos personagens, não tem como dizer se a estória está bem desenvolvida.
ஜ Alma: É difícil encaixar o conto no tema do desafio. O foco maior é a traição e a intriga. E parece que é algo que o casal protagonista não está acostumado. No meu ponto de vista, isso caracteriza uma quebra da rotina. O conflito é intenso demais para a nossa realidade para ser algo cotidiano. Um casal de swingers, no entanto, não possui esse problema. Entendeu a diferença? No caso, o texto tem um gancho muito bom. Ficamos curiosos, apesar da estória não se uma trama mirabolante e complexa demais, hahaha.
௰ Egocentrismo: Como a leitura foi um pouco travada, e o tema não é o meu favorito, não consegui gostar muito do conto. Mas admirei muito o estilo forte e bem definido.
Ω Final: Texto com personalidade própria, bem escrito, mas com narrativa um pouco travada. A estória trata de um assunto complexo sob um ponto simples e romântico. Não se encaixa completamente no tema e possui ganchos poderosos.
Conto esmeradamente bem-escrito. Mas, a história não me causou um impacto arrebatador. Li um cotidiano de infidelidade, escrito, é verdade, com perfeição técnica, porém sem grandes surpresas. A guerra de travesseiros, fazendo uma alusão a uma batalha campal, tem pontos de excelência e exageros de prolixidade. Em suma, achei que faltou algo…
Parabéns pelo trabalho.
Uma coisa me incomodou bastante: o conto inicia com muitos diálogos e depois eles somem. Isso me deu a impressão de ler dois contos distintos. Talvez se houvesse uma quebra, como na segunda parte… mas também gostei muito quando a segunda parte começou, dando a impressão que estamos lendo a mesma cena, mas, conforme vai mudando o cenário, vamos percebendo que são momentos distintos e essa troca me agradou bastante. Outra coisa: Priscila é apresentada como uma mulher muito doce no começo, até imaginei que uma adolescente, mas depois começa a usar termos e a falar de uma forma que não condiz com o que foi apresentado no começo, essa troca também me desagradou.
Boa sorte!
Emoção: 1-2 – Não me cativou. Estava gostando até o início da guerra dos travesseiros, mas depois ficou cansativo, extenso demais, enrolado demais.
Enredo: 1-2 – Muito simples e clichê, porém acredito que tenha feito um esforço para fugir disso, o que pra mim não parece ter dado certo.
Construção das personagens: 1-2 – Podia ser melhor. Os diálogos, pra mim, não ficaram muito naturais, deixou a coisa meio artificial.
Criatividade: 1-2 – Para mim, não houve criatividade no desenvolvimento, mas uma tentativa que não deu certo. Desculpe se pareço repetitiva. E quanto ao título, não achei que o nome do pássaro faça jus a ele como forma de captar o cerne do enredo.
Adequação ao tema proposto: 0-1 – Não está adequado ao tema, foi apenas uma cena, um momento, não dá a ideia do que acontece ou possa vir a acontecer no dia a dia desse casal.
Eu, pelo menos, não sei mais nada além do que acompanhei nessas duas cenas, a do Rafa com a Priscila e a mais curta, do Rafa com a Raquel. E aí?
Gramática: 1-1 – Nada de mais, vi algumas vírgulas faltando, coisa a ser corrigida em uma revisão simples.
Trecho destacado: “É travada então uma divertida guerrilha, onde a única e macia munição é disputada com enorme avidez por ambos os lados, que em perfeitos e alternados movimentos, formam uma linda, porém descompassada, sonata. Rafael é quem dita o ritmo do atual descompasso.”
Que bonita toda a primeira parte do conto!
Como o agapornis na janela, nós observamos a intimidade do casal, num gostoso relato. Parabéns!
Mas, claro, precisava-se da segunda parte e vc trouxe o ‘drama’,a ‘intriga’ de uma forma muito elaborada,e muito eficiente. Parabens, novamente.
Espero pela continuação só para ver Priscila e Rafael juntos, novamente, como um só!
hehehe
Abração
Ah…vou ter que descontar pontos, pois não achei esta delícia toda ae descrita, inserida necessariamente no tema cotidiano… 😦
Achei o conto um pouco extenso para a ideia proposta. A trama, embora longe de ser original – um triângulo amoroso com as naturais traições – foi bem desenvolvida. Há momentos bastante inspirados, como as descrições das atitudes de Priscila e Rafael, enquanto conversam, na primeira parte do texto. A guerra dos travesseiros, porém, ficou um pouco arrastada e a analogia com uma guerra de verdade, que no início pareceu bem sacada, terminou resvalando para o exagero. Contudo, gostei da transição descrita para o Rafael – num momento com Priscila e depois, com Raquel. Isso ocorre quase de modo imperceptível, quer dizer, a cena parece a mesma, mas a companhia termina variando.
Enfim, não é o tipo de texto que me agrada, mas estou seguro que seria interessante para uma plateia mais jovem, já que trata de ciúmes, traição e amor. Um enredo típico de telenovela, escrito com habilidade mas que também padece dos defeitos dos folhetins televisivos.
Nota: 6
Olá,
O começo do conto me deixou pensando que seria algo numa pegada “malhação”, mas felizmente o talento do(a) autor(a) apareceu. A descrição da gurra com o travesseiro e depois do sexo foi primorosa. A trama está lá, pouca informação e muita subjetividade, isso parece ser apenas a ponta do iceberg. Os personagens tem suas nuances, cada um tem sua personalidade. O diálogo no começo não soou muito natural, o que é contraditório pela qualidade do restante do conto.
O final é a coroação da ansiedade de ler a segunda parte, onde espero que tudo seja explicado. Parabéns.
Boa sorte!
Nota: 8
Achei o início diferente da reta final. Parece-me que as personagens ficaram mais adultas depois de um certo tempo. O conto começou com o diálogo e a “briga” entre Rafael e Priscila, com diálogos que figuram um relacionamento de jovens adolescentes. Algumas partes são interessantes, a narrativa procura conduzir de uma maneira mais poética, retratar uma brincadeira num plano de sensibilidade maior do que o real e etc. Achei um tanto interessante gostoso de ler. Esse parágrafo foi o que melhor caracterizou essa forma de linguagem ao longo da minha leitura:
“Uma chuva de penas cai sobre os corpos de Rafael e Priscila, estendidos sobre a cama na tentativa de recobrarem o fôlego perdido durante o reconfortante período de descontração. O quarto inteiro de Priscila é decorado pelas leves prisioneiras de seu travesseiro que, agora em liberdade, formam uma suave, porém densa, neblina”.
No entanto, outras partes já pareceram forçadas demais. Num todo, a narrativa da primeira parte é melhor, mas a segunda parte, mais objetiva, ainda que movida por um clichê, pareceu mais interessante. Fiquei com vontade de ler mais.
Parabéns pelo trabalho e boa sorte no desafio.
Difícil comentar, rs.
Embora eu não goste do gênero, e não tenha achado a melhor história do desafio, me senti muito envolvido pelo conto. É uma história em parte tipo “bobinha-bonitinha”, em parte novelão, com direito até a um super-gancho no final. Então, sim, eu admito, gostei muito! Foi bem escrita, bem desenvolvida. Meu feedback é tentar desenvolver melhor os diálogos, eles estão soando um pouco forçados. No mais é isso. Pela curiosidade por saber o que vai acontecer em seguida, pelo envolvimento que tive na história, vou dar nota 8. #TeAguardoNaFase2
A primeira parte desse conto foi muito bem feita. Descrições de alto nível e elegantes para tratar do assunto sem ser vulgar. A segunda parte, que explica a primeira, ficou um pouquinho confusa, tive que reler embora ainda pareça que há uma pequena ponta solta. Totalmente adequado ao tema.
hmmm, uma história de traição e dissimulações onde não se consegue empatia com nenhuma das personagens. Uma narrativa um pouco afogada em adjetivos que não me cativou.
TÍTULO maravilhoso. O pássaro aparece uma vez só, mas justifica toda a história. (2/2). Cotidiano intenso esse, hein? O TEMA tá valendo (2/2). O FLUXO começou chatinho com diálogos fracos, mas foi crescendo e adquirindo forma e estilo (1,5/2). A TRAMA é simples e envolvente. Achei longa a cena da guerra de travesseiros em relação ao restante do conto (1,5/2). Quanto ao FINAL, como dizer isso? Como é um desafio em 2 capítulos, acredito que você colocou os dois juntos. O 1º com a Priscila (até os ***) e o segundo com a Raquel. Matou o gancho .(0/2) = 7
Um texto que contém uma boa mistura de coisas normais com toques poéticos. O início não agradou tanto, mas o desenvolvimento, cheio de metáforas, prendeu a atenção. Não sou muito fã do tempo presente, mas foi bem utilizado aqui.
O conto é muito bem escrito, dá pra notar que você tem domínio da escrita. O texto está bem dentro do tema e acredito que você conseguiu criar um ótimo cenário para manter o leitor interessado para o próximo. Você também sabe conduzir a história e ela esa muito bem construída. Parabéns.
No entando o conto não me agradou, eu não sou muito fã desse tipo de texto. A parte da briga de travesseiro eu achei um tanto chata (perdoe).
O texto não está ruim, só não é do meu gosto, mas eu agredito que vai agradar.
Abraços.
Num conto off que comentei hoje, eu disse que o autor exagerou no “contar”.
Nesse conto aqui ocorreu o contrário – o autor exagerou no “mostrar”.
É preciso ter um equilíbrio, uma percepção de quando se deve fazer a história correr (contar) e quando se deve entrar no detalhe para envolver o leitor na cena. Muito “contar” deixa o texto frio, não cria apego aos personagens. Muito “mostrar”, porém, deixa o texto arrastado… e infelizmente o negócio aqui ficou assim.
A cena da guerra de travesseiros é “interminável”… não fosse texto do desafio e eu teria feito uma “leitura dinâmica” ali, até aparecer alguma outra coisa.
Não vi falhas gramaticais e os diálogos são verossímeis. Pontos positivos do texto, infelizmente ofuscados pelo que comentei acima.
NOTA: 6
Olá, Lovebird.
Então, infelizmente não gostei do conto… Achei que narração frequentemente funciona quase como uma muleta, apenas reforçando o que não seria necessário se dizer:
“— Hei… Qual o motivo desse choro? — pergunta.” (uma pergunta não precisa de tal complemento).
“— Calma! O que aconteceu entre vocês? — Rafael tenta entender o motivo que fizera Priscila ficar tão nervosa.” (Já estava claro que Priscila estava nervosa e a pergunta já explicita que Rafael quer entender o motivo).
Os diálogos estão ruins, digo, não soam naturais, parecem recitados e não falados pelos personagens.
Enfim, o enredo “bobinho” de traição e guerra de travesseiros (descrita como batalha real), não me atraiu. O texto, contudo, está gramaticalmente bem escrito.
Enredo: 2,0 (0-6)
Escrita: 3 (0-4)
Abraços.
Olá, Lovebird!
Seu trinado é gracioso, repleto de amavios, mas peca em ser instrumento de única nota: o triângulo amoroso entre Raquel, Priscila e Rafael. Talvez até surja algo inovador em seu conto na 2ª fase do desafio, algo que realmente me prenda a atenção… Por enquanto, apesar de bem escrito (nota-se o domínio claro tanto de técnica quanto de linguagem elaborada!), o texto aporta num fato exclusivo, nada de um cotidiano extraordinário.
Nota 6
O tema do conto achei que foge do desafio de Cotidiano. Além disso, achei o enredo pouco original, assim como os diálogos. No entanto, a gramática está boa e o desenrolar da narrativa na parte final também.