O que leva as pessoas a para as academias? Digo as academias que exercitam o corpo, não as instituições de ensino. Para mim a maioria vai por motivos puramente estéticos. A melhora na saúde, vamos combinar, não passa de um bônus. Apenas os muito velhos e casos médicos específicos são fáceis de entender os motivos para além da estética.
Enquanto penso nisso estou num daqueles aparelhos em que fico sentado puxando uma barra como se estivesse remando um barco. Observo as pessoas ocupando os outros aparelhos. As mulheres velhas não me chamam a atenção. Exceto uma que mostra uma disposição e alegria excepcionais para tudo que faz ali, sorrindo e cumprimentando todos. Será que ela só encontra felicidade aqui? Muitos não encontram sequer um lugar de felicidade quando ficam velhos. Não deixa de ser um pouco deprimente vir num local desses apenas ter com que conversar rapidamente. As únicas conversas depois de uma noite solitária. Claro que só imagino essas coisas dela. Sequer sei o seu nome, e sinceramente, nem quero saber. Apenas fico refletindo nela o que não quero para minha velhice.
A única coisa que me interessa na academia é emagrecer. Traçar uma das várias gostosas que desfilam coxas, bundas e peitos durinhos, ou em processo de enrijecimento, não está nos planos. Planos realistas, não nas fantasias. Quero também um corpo esteticamente melhor para depois, quem sabe, pleitear traçar uma das gostosas de coxas, bunda e peitos durinhos. Mas do mesmo jeito que ter saúde, é secundário também. Na verdade prefiro essas que não sejam malhadas demais. Olho para várias andando na academia e penso que não precisam vir para cá se matar nesses aparelhos ou ficar pulando incessantemente na aula de jump. Já são lindas com o corpo que tem. Acho muitas mulheres fora do padrão imposto bonitas. Mas elas não estão ali para agradar meu gosto amplo em matéria de corpo feminino.
Devo admitir que, enquanto eu ostentar uma barriga proporcional aos meus 117 quilos ou não for algum tipo de um amigo gay, a minha opinião é menos que irrelevante. Seja como for eu já não peso mais 117 quilos. Não depois de três meses na academia. Desde lá consegui perder alguma coisa. Nada que me dê ainda confiança para flertar com qualquer uma das gostosas que desfilam naquele ambiente.
Agora que já acabei de fingir ser um remador vem a derradeira atividade antes de terminar meus exercícios de hoje. Não gosto de pensar em nada enquanto faço abdominais. Só deixo o colchonete no chão e faço logo sem pensar muito. Se pensar não faço abdominais, na verdade, sequer levantar da cama mais cedo para vir aqui. Esses abdominais valem só pela perda de calorias porque gomos que certamente estão embaixo da banha vão demorar a vir a tona.
São quinze movimentos em três séries. Depois de terminar a primeira, faço o de sempre. Olho o relógio esperando os trinta segundos para descansar e partir para a segunda. Eis que naquele momento, deitado no colchonete, entra na minha perspectiva uma bunda maravilhosa enquanto sua dona concluía uma série de agachamento. Ergo as sobrancelhas tentando esticar o pescoço para olhar o relógio. A dona da bunda me retribui com um olhar severo, enquanto colocava as mãos na cintura. Percebi na hora que ela entendeu tudo errado.
– perdeu alguma coisa?
– perdi dez quilos. Respondi de supetão.
Volto para a segunda série de abdominais relembrando o porquê prefiro as menos malhadas.
Caramba! Li comentários tão diferentes um do outro sobre o conto que não consigo formar um consenso sobre o que acharam dele. Nada além de algo negativo tendo em vista que não passou, mas como a minha expectativa era 0 e elas foram correspondidas, ok.
Nada, camarada. Eu ri horrores com teu conto. É um trabalho bom. Não seja tão duro consigo mesmo.
Grande abraço e continue escrevendo.
Que isso, Davenir! Essas coisas acontecem. Vi-me na mesma situação com meus contos, enquanto alguns me chamaram de pretensioso, outro encontraram arte na minha obra.
Eu considero isso bom, em geral. Você poderá fazer uma autoavaliação com essa quantidade de comentários controversos. E não se esqueça de uma coisa. Um leitor, em geral, fala mais sobre ele mesmo do que sobre o texto e seu autor.
Olá.
Texto bem humorado, mas tá mais para crônico do que um conto, propriamente dito. Não me inspirou muito vontade de ver uma continuação, apesar de agradável de se ler.
Mesmo assim, boa sorte no desafio.
Bicho, confesso que ri em algumas passagens do conto. O cotidiano, tema central do desafio, ao meu ver, está bem representado aqui. Porém, na minha opinião, faltou explorar mais o enredo. O certame já estava com um número restrito em termos de texto e você, autor, limitou-o ainda mais com suas 573 palavras. Faltou, faltou…
Não obstante, parabéns!
Se tu riu já valeu o tempo usado pra escrever.
No mais eu fiz pra ser curto mesmo.
Poxa, autor(a) o conto é tão curtinho, dava para explorar melhor o mundo da academia. Até porque achei a ideia bastante legal, diferente, mas o conto acaba deixando a desejar. A única coisa que fiquei curiosa para saber é o motivo do personagem principal não considerar a saúde uma prioridade, achei isso estranho (rs).
Boa sorte!
Dava pra explorar mais, mas a ideia era fazer curto mesmo.
O personagem não acha saúde prioridade porque deseja apenas mudar esteticamente.
Emoção: 0-2 – Se o intuito era divertir (estou muito incerta quanto ao real motivo desse texto, na verdade), não conseguiu. Fiz a leitura sem sentir nada pelo texto. Não gostei.
Enredo: 1-2 – Enredo simples demais, sem qualquer conflito. Apenas uma narração de um momento, sem nada que empolgue.
Construção das personagens: 1-2 – O narrador não foi construído de forma interessante, faltou desenvolvimento.Não há nada nele que tenha me cativado.
Criatividade: 0-2 – Não foi o forte aqui. Podia ser melhor, embora deva ser um grande desafio extrair algo interessante de um conto baseado em um instante dentro de uma academia, mas me parece que o autor não se esforçou muito mesmo para isso…
Adequação ao tema proposto: 1-1 – Sim, está adequado, embora aqui “cotidiano” tenha sido confundido um pouco com “monotonia”.
Gramática: 1-1 – Algumas palavras faltando, logo no início temos “O que leva as pessoas a para as academias?” Faltou um “irem” antes do “para”? Ou sobrou a preposição “a” antes do “para”? A pontuação também precisa melhorar. No entanto, só darei zero nesse item para contos que estiverem sofríveis nesse aspecto, o que não tem sido o caso da maioria. Podia ter revisado mais, creio que essas falhas se referem mais a pressa mesmo.
Trecho destacado: “Não deixa de ser um pouco deprimente vir num local desses apenas (para) ter com que(m) conversar rapidamente. As únicas conversas depois de uma noite solitária.”
(Coloquei entre parênteses o que me pareceu ter faltado. Na verdade, peço que me perdoe pela sinceridade, mas eu não destacaria nada no seu conto, se não tivesse prometido que faria isso com todos os que lesse…
☬ Dez Quilos
☫ Cabeça de Gordo
ஒ Físico: Sinceramente, o autor precisa melhorar muito. Nota-se que ele escreve bem, pela narrativa e estética do texto. Talvez seja o talento falando alto. No entanto, a habilidade está bem precária. O autor precisa, antes de qualquer coisa, prestar muita atenção na construção de frases. E procurar refinar o texto depois de sua finalização. Seja menor ansioso!
ண Intelecto: A estória não é impressionante, pouco menos inteligente. O autor realmente não se esforçou muito na hora de construir as situações. O texto exala negativismo. Isso não é ruim quando acompanhado de algumas reflexões filosóficas, mas quando é simplesmente jogado no ar, não ajuda em nada.
ஜ Alma: Encaixa-se no tema perfeitamente. É a rotina de uma academia. E o olhar negativo de um homem obeso realmente mostra bem uma das realidades desse tipo de lugar. Se o texto viesse acompanhado com reflexões mais inteligentes, com certeza se destacaria mais! Agora, no entanto, o conto não tem poder de atração para uma continuação.
௰ Egocentrismo: Não gostei muito do texto. A narrativa bruta não ajudou na leitura e o pessimismo burro não me convenceu.
Ω Final: O autor parece ter talento, mas precisa praticar bastante para ativar seu poder inato. A estória exala tanta negatividade burra que vai agradar apenas os pessimistas. Está dentro do tema do desafio, no entanto, não tem poder de atração para uma continuação.
Haha
Achei bonitinho!
É uma crônica, mas isso nada importa aqui… É um texto leve e cotidiano.
Uma delícia de ler!
Parabéns por ele.
Abração
Bastante divertido e irônico o conto/crônica. Quem já frequentou academia sabe que o ambiente prima pela vaidade e pelo exibicionismo. Por isso, a visão sarcástica de quem está lá “só” para perder peso mostra-se bem oportuna e inteligente. Contudo, apesar de simpático, receio que o texto não seja suficientemente marcante. Não está mal escrito – ao contrário – e na verdade cumpre o objetivo a que se propôs, mas para mim um texto precisa ir fundo e não navegar na superfície segura, ainda que irônica, que resulta de uma observação linear e unilateral.
Nota: 5,5
Olá,
Achei bastante curioso ler um conto sobre cotidiano de academia sendo que trabalho em uma, haha.
O conto é bem curto e direto, mostra o nosso gordo querendo emagrecer para ter saúde (secundariamente) e poder traçar as gostosas. Não encontrei nada que gerasse a empolgação para ler a segunda parte, talvez esse tenha sido o pecado do conto que é promissor. Não que a história seja ruim, mas podia dar mais. A tirada do personagem no final foi ótima. Parabéns.
Boa sorte!
Nota: 7
Hilário. Uma reflexão pertinente. Tenho uma ligeira impressão de que sei quem é o autor deste conto. Meu espírito de academia, num modo geral, não é muito distinto deste personagem.
Parabéns pelo trabalho e boa sorte no desafio.
Não gostei.
Até criei expectativas no início, pensando que seria uma história fantástica no cotidiano de uma academia (seria muito original e me fisgaria logo de cara, pois gosto de academia tanto quanto o protagonista), mas no fim era apenas uma mini-narrativa com direito a piadinha no final. Talvez no fim a intenção do autor ou da autora tenha sido apenas essa, a de um texto curto de humor. Infelizmente, esta não é minha praia e, mesmo que eu desconsiderasse meus gostos pessoais para te avaliar, achei as sacadas de humor muito apelativas, sem graça alguma. Minha nota é 4.
Um conto mal escrito, com muitos erros de português e expressões chulas desnecessárias. A única coisa que se salvou foi a piada final, mas é muito pouco.
além dos tropeços de linguagem, as divagações do gordinho na academia se estendem demais para acabar numa piadinha constrangida. É super cotidiano, creio, mas não comove nem surpreende. Seria, no entanto, uma boa crônica.
TÍTULO de peso beirando o óbvio (1/2). O pseudônimo e a ilustração estragou a surpresa. O TEMA pegou bem usando a forma de crônica do cotidiano.(2/2). Alguns erros gramaticais atrapalharam um pouco o FLUXO, mas gostei do estilo (1,5/2). A TRAMA deixou a desejar pela falta de ação (1/2), muito bem compensado pelo excelente FINAL com gancho (2/2). 7,5
Curto, bem humorado e direto ao ponto. Tem algumas coisinhas para revisar, mas o autor conseguiu criar empatia no personagem em poucas linhas, e isso é ótimo.
O ínicio do texto deu uma derrapada. Tem um erro de revisão logo na primeira frase e na primeira reflexão do personagem, achei um tanto desinteressante, mas em seguida o texto, na minha opinião, ficou bem interessante. Só achei ele um pouco curto para o limite de 2000. Resumindo, gostei bastante do texto e gostaria de ler o resto.
Abraços.
Um texto que está mais com cara de crônica.
Comecei a fazer academia mês passado e me identifiquei mais do que gostaria com esse personagem kkkkkkkkk
Algumas passagens (como a bunda no final) são até divertidas, mas no geral nem escrita nem história oferecem muitos atrativos, tampouco o final pareceu um gancho para uma parte 2.
NOTA: 7
Olá, Cabeça de gordo.
Então, não gostei do conto. Penso que o tema teria potencial de algo engraçado ou até triste e patético (no bom sentido), mas não resultou em algo acima do regular.
A escrita está fraca: há muitos erros de revisão, desde a primeira frase do conto. Pessoalmente, considero de muita importância o parágrafo de abertura e, se não fosse o desafio, esbarrar com um erro logo assim tão no início, certamente desanimaria a continuar. É preciso mais capricho e menos pressa.
Enredo: 3 (0-6)
Escrita: 1,5 (0-4)
Abraços.
Olá, Cabeça de Gordo!
Pelo que percebi, a intenção do conto era narrar as peripécias do personagem num tom jocoso, mais leve, para adquirir condicionamento físico e seus futuros benefícios. Todavia, algumas frases deixaram o texto confuso. Reescrevo esta, como exemplo:
“Não deixa de ser um pouco deprimente vir num local desses apenas ter com que conversar rapidamente.”
Além de confuso, a narrativa focou mais na descrição dos amavios femininos sendo cobiçados pelo personagem…
Nota 4
Erros de pontuação por todo o texto e a concatenação das ideias pecou em alguns trechos. Nos dias de hoje, acho difícil digerir um texto com preconceitos e estereotipos como este. Não gostei da sensação que o protagonista me despertou.