Noite do dia
Vida sem espaço para a imaginação, onde só cabe a poesia. Sou casa, o teu espaço, desarrumado, baralhado, transformado em nós. Sou vazio preenchido, boca beijada, olhos desejosos dos teus. Não sou corpo sou fogo, sou pele e mãos, uma boca sôfrega ou um sexo só. Uma cama sem limites, uma casa a arder.
Um descanso.
Como os dias que acabam sempre seguido de outro, são os teus beijos. Ris na tua pele sem fim no escuro da noite. Agarro-te como se chegássemos ao fim do mundo e rebolamos na nossa procura como se saltássemos para o infinito. Presente, o teu corpo em mim, no teu cheiro no toque das peles.
Tão longe o mundo rodopia enquanto dois corpos ardem, combustão mutua, como mãe geradora de vida, tudo acaba com um ai, suspiro último, chamas devastadoras e um fechar de olhos qual guerreiro ferido de morte.
Acaba o mundo.
Dois corpos ressuscitam, agarrados, pele na pele a ganhar força para alimentar a vontade que acaba no querer e aí começa.
Diferente e incomum. A estrutura não lembra poesia, mas traz todo o sentimento embutido, de forma eficaz, rápida e rasteira.
que gostoso de ler isso!
o formato também é muito bom, foge do comum,
Wow! Desde que foi postado este texto, eu li, devorei e fiquei com vontade de comentar, mas daí veio o desafio de contos e tive que esperar…
Uma prosa riquíssima vc nos trouxe, Vitor, muito obrigada por este encanto, este enlevo que proporciona esta leitura.
O final foi fabuloso, num looping tão verdadeiro, como é bom quando a poesia traduz fielmente o real, nos trazendo aquela expressão aos lábios: É bem isso mesmo! 🙂
Parabéns
Abração
‘
Que ótima essa pequena morte. Gostei bastante sobretudo do empréstimo de sentido (cama/casa/mundo…). As epígrafes formam também um sentido:
Noite do dia.
Um descanso.
Acaba o mundo
Parabéns pelas palavras crepitantes. Abraço
Bela descrição. Bem construído naquilo que diz e no que deixa por imaginar. As imagens são vívidas, mas as sugestões são ainda mais. Parabéns.
Que volúpia! 😀
Um dos meus preferidos até aqui, Vitor.
Parabéns!
Meu Deus! Eu cheguei a ver as cenas aqui. Muito bom mesmo. Parabéns Vitor.