EntreContos

Detox Literário.

Iberê (Renata Rothstein)

Mais um dia chegava ao fim, naquele distante Brasil. Tão distante, quanto belo e sofrido. 

Na terra das chuvas o pouco era sempre muito, pra bem, ou pra mal.

Misto de cor, dor e beleza, que fugia a qualquer compreensão. 

Até mesmo os destinos, mais que noutro lugar qualquer, pareciam seguir um roteiro escrito por mãos sábias e um tanto cruéis, invariavelmente misteriosas.

Iberê trazia no rosto as marcas do tempo, da vida, assim como o solo dos caminhos ficam sulcados pelas muitas águas ou pelas muitas secas, rugas precoces que contavam histórias de força, de luta e superação.

De perdas, muitas – mas o sangue guerreiro de seus antepassados, os sobreviventes mundurukus, correria até o fim em suas veias, quisesse ele, ou não.

 

Veios abertos
Sulcos da terra
Almas e armas
Árvores, tantas
Vida em chamas
O incompreensível
Valas e vítimas
Lágrimas e velas
Mais um dia…
Terra de chuvas
Caminho do fim…

 

Olhou as mãos sujas de terra – uma terra pobre e úmida. Terra estéril, como os próprios seios de sua mãe de criação foram, outrora.

As unhas sujas nos longos dedos já habituados ao ofício que era considerado por muitos em sua vila como maldição.

Chegavam a aconselhar que procurasse o pajé, que com uma reza daria jeito nos dedos tortos, duros e anestesiados.

Mas depois que deixou a tribo nunca deu ouvidos a nada, era mesmo o mundo e a vida, a pajelança que ele precisava.

Todos em Araxá tinham medo dele, viravam o rosto e acreditavam que fingindo não ver, não seriam tão facilmente atingidos pela má influência da simples presença dele.

Iberê sabia muito do que dizia, calava muito mais do que devia. Já não sentia nada. 

Não sentia mais, apenas fazia o trabalho que devia ser feito: era a ordem chegar, e Iberê ia lá a galope, cumprir.

Por enquanto seguia a vida, naqueles tempos sombrios, vivenciando a morte, todo santo dia.

Coveiro, o único em toda a região que não tinha medo de pegar os corpos sem vida, vítimas da doença desconhecida para os ribeirinhos, mas que vinha matando.

Matando muito, pensou, mais do que ordem de grileiro, incêndio ou tromba d’água.

“Tem que aguentar”, o lema para toda adversidade.

Naquele dia enterrou mais de vinte corpos sem nome, sexo, idade.

As famílias não podiam se aproximar, mas Iberê ouvia o choro – e era um choro sentido, incontido, vindo de índio, de negro, de branco.

Choro de gente é tudo igual, sabia.

Dor é rasgo no coração que estraçalha a alma, e não faz distinção de nada: credo, raça, cor. 

É somente dor.

Terminava o serviço e olhava para as valas, pensando em todos aqueles que há pouco caminhavam sobre a terra, e sorriam, amavam, choravam. 

E agora jaziam, restos que em breve seriam pó, como a terra arenosa que lhes cobria os corpos. 

Olhou para o céu que ia tomando lindos tons violáceos e alaranjados, aos poucos se misturando com aquela fumaça amarela, vinda do meio da floresta.

O desmatamento, a ganância, o absurdo avanço do crime, tornado banal.

Observou, indiferente, a revoada de tucanos que gritavam num frenesi que não fazia mais sentido para o homem.

Anahi…o plano. Não esquecia, nunca.

O serviço daquele dia estava encerrado. Agora só na manhã seguinte.

Desejou que houvesse menos trabalho, não por medo de cavar, que isso ele nunca teve, mas porque a dor de tanta gente já estava lhe magoando o coração; logo ele, que endurecera tanto, que já não conseguia chorar.

Tornou a olhar para o céu, de pé sobre uma cova, a pá na mão, olhar de quem tudo compreende e tudo aceita, mas nada sabe.

Os pássaros, a algazarra da liberdade de quem pode voar…

Certa vez ouviu um grupo de turistas gritar e aplaudir, extasiado, a beleza que era aquele momento.

Meneou a cabeça, franziu o cenho, continuou imerso nas lembranças. 

Isso foi na época em que encetou trabalho como guia turístico no Rio Pedreira, famoso pela beleza, mas também pela quantidade de piranhas, que atacavam sem dó quem entrasse sem medo no rio.

Muitos ribeirinhos eram mordidos de vez em quando, confundindo a dita cuja com pacu, durante as pescarias.

Piranha quando sentia cheiro de sangue ou quando estava pronta para pôr ovos era garantia de ataque violento.

Sorriu um sorriso de canto de boca, lembrando do desespero de um turistinha metido à besta que resolveu nadar com os peixes e saiu todo arrebentado de dentada.

O sangue que escorria das pernas do homem acendeu seus olhos, percebeu que tinha um prazer estranho e especial em ver bicho – principalmente homem – sangrar.

Aquele sentimento ruim dentro do peito, que Coaraci não conseguia tirar, que talvez fosse praga, ou coisa pior, seria sua companhia, até o fim dos seus dias sobre a terra.

Uma raiva de ser diferente, de ser visto como semente da discórdia, de ter vindo ao mundo à custa da vida da mãe.

Solitário em meio à escuridão absoluta e sem prestar muito de sua atenção aos ruídos noturnos tão seus conhecidos, Iberê chegou à casa de palafita, isolada de tudo.

Era época da seca e a canoa não estava sendo usada. Isso já era um alívio para o homem.

Abriu a porta, fez um ritual de limpeza e proteção aprendido há muito tempo, com seus antepassados.

Assim que cruzasse o corpo Jurupari não poderia mais entrar na casa, nem enviar nenhum de seus emissários das trevas para lhe fazer mal.

Na parede, um retrato desfocado da mãe, Iramaia, que ele nunca conhecera.  A mãe de criação, a avó materna, dizia que seu pai era um yanci, que encantado com a

formosura da jovem índia, deitara-se com ela na beira do rio, sob a luz da lua cheia.

Daquela relação proibida era ele, Iberê, o resultado.

Quando a barriga de Iramaia começou a crescer, o conselho dos antigos do clã se reuniu, para decidir o que fazer.

Iramaia deveria, seguindo os costumes, casar com o primo, filho da irmã de seu pai.

Casamento com yanci, homem branco, naquele tempo não era aceito pelos clãs, e resolveram encontrar o homem branco para fazer justiça à honra de uma wako, que tinha sido arruinada.

No entanto o homem desaparecera, sem deixar vestígios.

A moça permaneceria na oca, isolada, até o nascimento da criança, que seria então entregue aos avós, para ser criada como filha.

Quanto à desafortunada mulher, passaria o resto de seus dias sozinha, como punição pela ousadia de deitar com um homem, e branco – segundo ela dizia – sem a licença do casamento.

Iramaia passara a gravidez muito triste, definhando a olhos vistos, enquanto a barriga crescia, alheia às condições físicas e psicológicas da moça.

Numa noite de calor insuportável, em que a chuva caía torrencialmente de um lado da aldeia, e do outro lado o céu era estrelado e a lua cheia brilhava, protetora e provocante, Iramaia sentia as dores agudas do parto.

Suava, febril e delirante, segurando os gritos, enquanto olhava por uma fresta para Yaci, a Lua, que fizera com que ela se apaixonasse imensamente pelo yanci que deixara-lhe, como recordação, a criança  que agora devia nascer.

A parteira, anciã com dom de pegar a barriga, fazia tanto ou mais esforço que Iramaia, enquanto as mulheres mais velhas faziam suas rezas, pedindo a Yaci que ajudasse e a criança visse logo a luz.

Um grito mais forte, quase como um uivo varou a madrugada, e Iberê veio ao mundo.

A jovem, já sem forças, só pode acariciar a cabeça do filho, sussurrar seu nome entre lágrimas, e morrer.

A parteira, olhos aterrados, examinou a criança – constatou: “O curumim é filho de bicho.” 

O tal homem branco enganou a todos. Era bicho. O Yorixiriamori, o deus-ave cantor, que disfarçado de yanci encantou Iramaia, e partiu.”

O último suspiro de Iramaia veio no mesmo instante do primeiro choro de Iberê.

A avó, aquela que seria a mãe, pegou o menino nos braços, saiu da oca e o apresentou à Yaci, dizendo:

“Oh, Yaci, que olha por todos nós que aqui embaixo temos que aguentar, me ajuda a levar esse menino até a idade grande, sob a tua proteção. Que nada do pai bicho possa aflorar, e que do meu camb possa jorrar o leite que fará dele um homem etê, e que seu pai, o Yorixiriamori, caia no eçaraia, até que sejam chegados os dias.”

E assim se fez. 

A avó de Iberê o trouxe ao seio, magro e quase sem leite, até quando pode.

Só deixou de amamentar o menino quando ele próprio decidiu.

Após a primeira iniciação o pequeno curumim, ares de guerreiro, havia dito à mãe que já era tempo de sair do peito.

Contava com a idade de cinco anos e avó sentiu-se aliviada. Era árduo o trabalho na tribo, além de amamentar com dificuldades o neto-deus-bicho, e ajudar com as outras crianças, como é o costume.

Iberê lembrava de sua história. Anahi…

Pensou nos anos de luta, no trabalho, nas pajelanças a que fora submetido, todas com o intuito de lançar para fora dele o mal que estava arraigado em seu corpo, desde o instante de sua concepção.

O pajé lançara mão de vários sortilégios, Iberê enfrentou dias e noites ao relento, conheceu seus bons espíritos, guerreou com seus demônios.

E venceu um a um, guerreiro dos bons, como era tradição na sua tribo.

Um dia, cansado da vida dura, de ser olhado com medo, de ver seus primos e primas sendo prometidos em casamento, enquanto a ele cabia sempre – e só – a função de guerreiro, de provedor, de protetor, resolveu partir.

Estava apaixonado por uma jovem que já tinha casamento marcado com um primo, a doce Anahi.

Sabia que jamais poderia ser marido de ninguém, mas ainda assim procurou os anciões, que de imediato negaram seu pedido, dizendo que sua missão era outra.

Nesse dia saiu da aldeia, jurando não mais voltar.

Sentia no peito a revolta pelo preço a pagar por um destino que não fora escolhido por ele, e que poderia muito bem – quem sabe? – ser crendice, nada mais.

Os dias e noites iam se passando, sem grandes novidades.

Era a mata, as águas, as chuvas, as terras, pobres e necessitadas, assim como seu povo.

A vida.

Um dia voltava do trabalho extenuado, deprimido pelas cenas que vira, e resolveu se aproximar um pouco da aldeia, quase sem querer, seguindo um fluxo de intuição que brotava num canto quase esquecido de sua alma.

Iberê tinha sede de vingança.

Queria se vingar de todos que impediram que fosse feliz, da forma que desejava.

Pensava nos comentários que ouvia: “Filho de bicho”, “o novo yorIxiriamori, aquele que encantava as mulheres e fugia”, “o demônio que enterrava pessoas por diversão”, coisas assim.

O tumulto de lembranças crescia em sua cabeça, enquanto sentia o peito expandindo, as costas alargando, o osso no centro do peito se expandindo, enquanto estruturas tomavam forma e sentia a plenitude de ser chegado o momento da libertação, tão vivida durante as pajelanças.

Finalmente ergueu os braços para o céu e abriu suas asas, de um multicolorido intenso, só comparado ao mais belo arco-íris.

Contraiu e expandiu os novos membros, preparados para voo.

Então, ele era mesmo o homem-bicho, como seu pai, como todos os que vieram antes de seu pai foram, um dia. 

Sentiu e tornou-se o mais belo índio que já foi visto em todos os tempos, nas terras, céus e infernos criados por Monã. 

O único. Já não era Iberê, era também yorixiriamori, o deus-ave-cantor, aquele que seduzia as mulheres com seu canto, com seu encanto.

E depois fugia. 

Foi assim então, com sua mãe?

Tudo fazia sentido. Seduziria Anahi, deixando um filho dele em seu ventre. 

Assim sua missão de filho de bicho seria cumprida. Não se foge ao destino.

Melhor, mataria a mulher, e esperaria escondido para matar aquele a quem ela estava prometida.

Fugiria depois para as matas, e jamais voltaria a ser visto.

Aproximou-se do rio, cantando a canção mais divinal e sedutora cantada por um ser vivente. 

Sentada às margens estava Anahi, os pés dentro d’água, pensativa.

Olhou em volta, buscando a origem do som.

Então avistou Iberê, e dele vinha todo magnetismo que a enfeitiçou e a fez esquecer de tudo.

A noite havia caído, e sob a luz de Yaci os dois entregaram-se à paixão com sofreguidão, sem medo.

Era, então, chegado o momento.

Iberê beijou a jovem, e uma lágrima desceu pelo seu rosto, transformado.

As mãos fortes, deslizando pela face da jovem, pararam no pescoço – apertando, cada vez mais forte…

Anahi não sentia medo. Estava pronta.

Amanhecia e os homens da tribo tinham sido alertados do sumiço da jovem, e vinham à sua procura, armados e preparados para combater e resgatar Anahi.

Iberê afrouxou a pressão no pescoço de Anahi, beijando a face lívida da moça.

Levantou-se, e assim todos os homens da tribo viram o índio-pássaro, com mais de dois metros de altura, forte e radiante, rei absoluto da situação.

Ante o olhar aterrado dos homens, estendeu a mão para Anahi, envolveu a amada com suas imensas asas e voou por cima dos homens, para além da aldeia, pelas matas e terras de chuvas, para um sem tempo e espaço infinitos, em direção às estrelas, sob as bênçãos de Yaci.

Iberê cumprira, enfim, sua missão.

E até hoje o povo ribeirinho da Vila Amazonas conta com medo e admiração a história de amor entre o terrível homem-pássaro, com a jovem índia Anahi.

Dizem que tiveram três filhos, todos homens pássaros, e vivem na mais alta árvore, no meio da floresta.

Comentam ainda que chegará o dia em que seus filhos cantarão e seduzirão outras mulheres, assim como tem sido, desde que Monã criara esse mundo, na distante terra das chuvas, num lugar qualquer da Amazônia.

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17 comentários em “Iberê (Renata Rothstein)

  1. marcoaureliothom
    27 de junho de 2020

    Olá autor(a)!

    Antes de expor minha opinião acerca da sua obra gostaria de esclarecer qual critério utilizo, que vale para todos.

    Os contos começam com 5 (nota máxima) e de acordo com os critérios abaixo vão perdendo 1 ponto:

    1) Implicarei com a gramática se houver erros gritantes, não vou implicar com vírgulas ou mínimos erros de digitação.

    2) Após uma primeira leitura procuro ver se o conto faz sentido. Se for exageradamente onírico ou surrealista, sem pé nem cabeça, lamento, mas este ponto você não vai levar.

    3) Em seguida me pergunto se o conto foi capaz de despertar alguma emoção, qualquer que seja ela. Mesmo os “reprovados” no critério anterior podem faturar 1 ponto aqui, por ter causado alguma emoção.

    4) Na sequência analisarei o conjunto da obra nos quesitos criatividade, fluidez narrativa, pontos positivos e negativos, etc.

    5) Finalmente o ponto da excepcionalidade, que só darei para aqueles que realmente me surpreenderem.

    Dito isso vamos ao comentário:

    RESUMO:
    Índio cuja mãe morreu durante o parto, por ser filho de pai branco, é discriminado pela aldeia e tem como ocupação a profissão de coveiro. Impedido de se casar com quem supostamente seria seu grande amor, Anahi, por esta estar de casamento marcado com seu primo, vinga-se transformando-se em pássaro e levando a moça embora.

    CONSIDERAÇÕES:
    Gosto de personagens sofridos, ao estilo Jó, embora o seu tenha sofrido menos do que eu gostaria.
    O conto mistura fantasia e realidade, foge ao lugar comum de alguns contos que limitaram-se a descrever fatos, daí o seu ter ganho pontos pela criatividade.
    A ideia do homem-pássaro me fez lembrar na novela Saramandaia. 🙂
    Independentemente da avaliação, aproveito para parabenizar-lhe pela obra e desejo sucesso na classificação final.

    Boa Sorte!

  2. Daniel Reis
    27 de junho de 2020

    12. Iberê (Aiyra Tibiriçá)
    Resumo: Discriminado na tribo por ser filho de branco com índia, mãe a qual nunca conheceu, Iberê foi criado pela avó e preterido pelas lideranças para se casar com a índia que amava. Torna-se coveiro na cidade dos brancos, até que um dia resolve vingar-se, seduzindo a amada; talvez até matando-a. Surge a lenda do homem-pássaro, levando-a consigo e tendo com ela três filhos, que cumprirão o destino que teve e de seu pai – seduzir índias da tribo.
    Comentário: sobre a PREMISSA, o texto é adequadamente situado no universo do desafio e envolve os mitos locais e aspectos sociais da tribo. A TÉCNICA foi utilizada com domínio notável da narrativa, construção e diálogos. Apenas o que prejudicou o EFEITO NO LEITOR foram as motivações e meios – se era pra se vingar, por que ele se arrependeu? Como índio, estaria mais suscetível à peste que assolava a comunidade dos brancos, mas ao contrário, parecia imune – seria já um “ser” mítico? Mas são questões pequenas, que não invalidam o valor do conjunto da obra. Parabéns.

  3. Amanda Gomez
    27 de junho de 2020

    Resumo 📝 A história de Iberê. Um índio mestiço que viveu a rejeição desde sempre. A mãe morreu no parto e ele foi criado como um párea. Diz a lenda que ele é filho do Deus índio pássaro que seduz mulheres e vai embora. No fim ele descobre quem é.

    Gostei 😁👍 gostei do conto. A narrativa é muito agradável um tom poético que acrescenta bastante a narrativa. Acho que o autor conseguiu construir bem a história.. passo a passo de como ela seria contada. Pelo começo real bem dias atuais eu fiquei surpresa pelo autor optar realmente pelo folclore. Me surpreendeu pois eu imaginei que iria pra outro lado. Foi positivo.

    Não gostei🙄👎 Nada em específico. Mas como eu não esperava que de fato seria um conto fantasia demorei um pouco a entender que de fato ele virará um pássaro e que a lenda é tudo real. Ou não é? Entende? Fiquei nessa dúvida.
    Destaque📌Olhou as mãos sujas de terra – uma terra pobre e úmida. Terra estéril, como os próprios seios de sua mãe de criação foram, outrora.

    Conclusão = Um texto bem escrito, criativo que surpreende ao final.

    Boa sorte!

  4. Regina Ruth Rincon Caires
    26 de junho de 2020

    Iberê (Aiyra Tibiriçá)

    Resumo:

    A história do coveiro/índio Coraci (Iberê), de sua mãe Iramaia (que morreu no parto), da avó materna (que criou o menino), e de Anahi (paixão de Coraci/Iberê). Realidade e fantasia.

    Comentários:

    Texto real e fantástico, muito criativo. A narrativa é perfeita, fluente, prende a atenção do leitor. O autor usa linguagem poética refinada. Cada palavra carrega mais que do que está escrito, há muito a ser lido nas entrelinhas. Existem pérolas ao longo da narrativa:

    “Terra estéril, como os próprios seios de sua mãe de criação foram, outrora.”

    “Dor é rasgo no coração que estraçalha a alma, e não faz distinção de nada: credo, raça, cor.”

    “Tornou a olhar para o céu, de pé sobre uma cova, a pá na mão, olhar de quem tudo compreende e tudo aceita, mas nada sabe.”

    Admirável é a capacidade do autor de lidar com a fantasia. A descrição é tão perfeita que o leitor pode “ver” Coraci/Iberê se metamorfoseando em grande pássaro e carregando Anahi pelos ares. Impressionante, lindo!

    Quanto ao título, o personagem Iberê tem o sentido de “rio que se arrasta” ou “rio rasteiro”, e também pode ser ave. Falando do pseudônimo, Aiyra significa “filha”, e Tabajara, além de ser um povo indígena, significa “o senhor da nossa aldeia”. Seria isso?

    Parabéns, Aiyra Tibiriçá!

    Boa sorte no desafio!

    Abraços…

  5. Tereza Cristina S. Santos
    22 de junho de 2020

    O conto trata de Iberê, um índio que trabalhava como coveiro da cidade de Araxá, filho de homem branco, sua mãe morreu no parto e foi criado pela avó. Como seu pai era branco, foi amaldiçoado pela tribo e denominado filho de bicho. Apaixonado por Anahi, não pode se casar com ela, por que já estava de casamento marcado com o primo. Iberê decidiu se vingar das pessoas que impediram sua felicidade, se transforma no índio pássaro seduz Anahi e a leva em seus braços para o céu.
    O texto é bem estruturado, possui início, meio e fim.O autor consegue desenvolver as idéias com coerência.O texto desperta a curiosidade do leitor. O argumento do texto está dentro do tema proposto.

  6. Fabio D'Oliveira
    22 de junho de 2020

    Resumo: Mestiço, rejeitado dos dois mundos, Iberê vive deprimido com seu destino imposto por outros, até se libertar e ser quem realmente é.

    Olá, Aiyra.

    Eu gostei muito da forma como escreve: poesia na medida certa, com várias reflexões no decorrer da narrativa, tudo bem natural e coeso. Gostei mesmo. O que não me agradou tanto foi a organização estrutural do conto. Não me perdi em nenhum momento, mas os parágrafos pequenos não ficaram legais, ainda mais quando temos três parágrafos que acompanham o mesmo raciocínio. Isso atrapalha a leitura, em geral, sem falar que empobrece e enfeia o texto. Gosto de parágrafos pequenos quando eles possuem um impacto. De resto, a leitura é muito mais agradável quando são construídos seguindo um raciocínio direcionado. Fica muito mais harmonioso. Por exemplo: a sequência que mostra Iberê como um coveiro, por exemplo, poderia ser transcrevida inteiramente em três parágrafos. Talvez, dessa forma, a leitura poderia ficar mais fácil e menos cansativa.

    Sobre o enredo e o tema, tenho só elogios, de verdade. Gostei muito como você brincou com a situação. Ao mesmo tempo em que aborda situações pertinentes do meio social atual, como a pandemia e a depressão, manteve-se focado no tema, que se aproveita muito bem do folclore local. Fez isso com propriedade. Sobre a história, se tivesse uma organização melhor, seria melhor aproveitada, com certeza, mas também gostei bastante dela. Adorei a pluralidade do final, a forma como você cria uma situação que pode ser interpretada como real ou ilusório (não sei se foi sua intenção, se não foi, está de parabéns: fez isso de forma subconsciente, o que mostra seu incrível potencial). Ao mesmo tempo que toda a revolta de Iberê, ao assumir sua forma de homem-monstro, pode ser interpretada como realista, que realmente aconteceu, a construção textual deixa abertura para interpretá-lo como algo simbólico. Ao se libertar, assumir quem ele é de verdade, ele se vê como homem-pássaro, seduz mulheres, faz o que sempre quis, até roubar seu amor na base da brutalidade. A sede de sangue pode ser a raiva e violência que reside dentro dele, pela rejeição, pela falta de liberdade, vontade de fazer sangrar aqueles que lhe negaram a vida. Por isso ele gosta de cenas violentas. Esse pensamento esteve presente com ele desde muito tempo, talvez relacionado à sua criação, destinado a ser guerreiro da tribo. E isso também pode vir de sua natureza animal, considerando que tudo aconteceu de verdade. Eu gosto dessas brincadeiras, da forma como podemos extrair interpretações. Eu achei bem amarrado, quanto a isso, e com uma organização melhor, facilitaria para outros leitores perceberem o mesmo que eu,

    Parabéns pelo trabalho! Muita felicidade na sua vida.

  7. pedropaulosd
    21 de junho de 2020

    RESUMO: Ibarê nunca entendeu onde deveria estar. Como coveiro, guia de turismo ou expatriado da tribo, a sensação de não pertencimento de injustiça sempre o perseguiu. Ao rapaz foi negado poder ter uma vida normal e até mesmo viver um amor plenamente. Por isso, decidiu se vingar e cedeu à sua ascendência divina, metamorfoseando-se e dando procedência à lenda da qual faz parte.

    COMENTÁRIO: O ponto alto do conto é a adaptação que faz do folclore local, mostrando um conhecimento no mínimo suficiente para fazer da leitura verossímil e intrigante. Por outro lado, achei que o desenvolvimento da estória ficou comprometido pelo estilo quase de versos do conto, ainda que haja uma estória com início, meio e fim. Achei que elementos importantes ficaram diluídos ao longo da leitura, tirando o foco e obrigando a parar para voltar. Esse tipo de retorno pode ser positivo, mas aqui foi um pouco cansativo, talvez porque em certos pontos o conto não é, propositadamente, linear. Apesar disso, toda a mística do enredo se apresenta perfeitamente, fazendo do conto uma investida acertada neste desafio.

    Boa sorte.

  8. angst447
    21 de junho de 2020

    RESUMO:
    Iberê, filho de índia com suposto homem branco, sente-se marginalizado por todos desde o seu nascimento. No entanto, descobre que seu pai era um Yorixiriamori, um deus-pássaro que com seu belo canto, encantava as mulheres e despertava a inveja e raiva entre os homens. Revoltado, larga a tribo e vai para a cidade, onde se torna um coveiro, mas continua sendo marginalizado por ser diferente. Resolve se vingar de todos enquanto se lembrava dos comentários que ouvia: “filho de bicho”, “o novo yorIxiriamori, aquele que encantava as mulheres e fugia”, “o demônio que enterrava pessoas por diversão”. Descobriu-se também um Yorixiriamori, rapta a sua amada Anahi e foge na forma do lendário pássaro.
    ……………………………………………………………………………………….

    AVALIAÇÃO:

    * T – Título: Simples, nome do protagonista.
    * A – Adequação ao Tema: O conto aborda a mitologia amazônica, portanto, cumpre com o requisito exigido pelo desafio.
    ………………………………………………………………………………………..
    * F – Falhas de revisão: Só percebi alguns “pode”(Presente) no lugar de “pÔde” (no Pretérito Perfeito).
    * O – Observações: O conto ganha cores especiais ao abordar uma lenda indígena, trazendo À tona, mitos da cultura amazônica. São muitas as referências encontradas na narrativa, o que valoriza o texto, mesclando aspectos da realidade atual (acredito que Iberê enterrava corpos de vítimas do covid-19) e lendas antigas. Frases bastante curtas e isoladas, sem criar parágrafos em blocos. Há mais poesia do que prosa, mais fantasia do que realismo, criou-se uma lenda sobre outra lenda.
    * G – Gerador (ou não) de impacto: a beleza das imagens criadas causam um impacto positivo. O final não chega a surpreender, mas funciona bem.
    * O – Outros Pontos a Considerar: O protagonista sofre uma interessante transformação, de um homem marginalizado pelo seu aspecto trevoso e origem sombria para um ser alado, multicolorido e livre. Sua realidade vai da terra (profundeza das covas que cava) ao infinito do céu (em seu voo de liberdade)

    Parabéns pela sua participação!

  9. Gustavo Araujo
    19 de junho de 2020

    Resumo: Iberê, um índio emigrado de sua velha tribo, por ter sido concebido de forma contrária aos costumes, recorda seus dias na mata — que o tornaram uma espécie de lenda — enquanto luta para sobreviver na cidade, trabalhando em inúmeros empregos.

    Impressões: o conto é muito bem escrito, revelando um autor que conhece da matéria e, principalmente, alguém preocupado com a verossimilhança, com a rica cultura indígena amazonense. Aqui a realidade cruel da cidade, em que vive Iberê, é permeada pelas lembranças que o protagonista tem de sua infância, da maneira espúria como foi concebido – a união entre um branco e uma índia – e, por fim, como se tornou uma espécie de deus-pássaro pronto a disseminar suas sementes por outras gerações, com Anahi como principal ponto de desejo.

    A par da riqueza cultural, o conto oferece várias interpretações. A começar pela que parece mais nua, com a realidade de um índio aculturado e que hoje parece trabalhar como coveiro, possivelmente enterrando vítimas da Covid-19. Isso se segue para as reminiscências que por sua vez levam aos questionamentos: valeu a pena tornar-se um pária entre os seus? Ou isso tudo ocorreu porque os seus, isto é, os demais índios, não o aceitaram por ser diferente, por ser impuro? Seria então este conto uma estocada na ausência de empatia que acomete brancos ou índios, um soco na nossa cara com a marca da intolerância? De fato, há muito o que extrair dessas linhas, o que é ótimo. No entanto, devo dizer que como leitor o excesso de informações me cansou um tanto, como os nomes e as reviravoltas na trama. Mas, de todo modo, o saldo é positivo. Creio que este conto agradará os leitores que anseiam por abordagens da nossa cultura nativa. Parabéns ao autor e boa sorte no desafio.

  10. Gabriela
    16 de junho de 2020

    Iberê é um índio que trabalha como coveiro na cidade.
    Sua história entretanto se revela aos poucos.
    Ele nasceu na aldeia, filho de homem branco.
    Sua mãe morreu no parto, foi criado pela avó.
    Por ser filho de homem branco, foi amaldiçoado pela tribo e chamado de filho de bicho.
    Não pode casar apesar de ter se enamorado de Anahi.
    Por esses motivos, por se sentir excluído, saiu da aldeia e foi para a cidade.
    Um dia no entanto resolve voltar e se vingar.
    Incorpora seu papel de deus-ave, seduz Anahi e a mata.
    Se transforma finalmente no deus-ave e leva Anahi em seus braços.

    Uma lenda indígena contada com detalhes de nomes e características peculiares. Fiquei curiosa por saber se a lenda existe mesmo, pela riqueza de dados e detalhes.
    Tentei diagnosticar sua doença, com deformidades nos dedos e arriscaria hanseníase, bem comum na região Norte, e também conjecturei se os enterros citados seriam de COVID 19.
    Segui a leitura do conto com interesse, e me surpreendi com o final.

  11. antoniosbatista
    16 de junho de 2020

    Eu quis dizer, primeira pessoa em vez de terceira pessoa. Primeira pessoa seria o personagem que narra a história.

  12. antoniosbatista
    16 de junho de 2020

    Resumo= Índio nascido de índia com Yorixiriamori, deus-cantor, detestado e ignorado pelos membros da tribo desde criança, decide deixar a aldeia e ir morar na cidade, onde trabalha como guia turístico e até, coveiro. Um dia resolve voltar para a aldeia e se transformar naquilo que sempre foi, o deus-pássaro cantor. Ele rapta a mulher que amava e voa para o céu.

    Comentário= O conto baseado na lenda está bem escrito, embora algumas conexões frasais, as divagações do personagem e intercalação temporal, pareçam obscuras, mas é o estilo da autora tudo é bem simples e coerente. Fiquei admirado com a profusão de ideias da autora, a criatividade para adaptar um conto de uma lenda indígena. Gostei do estilo de escrita, do argumento, mas acho que deveria usar, ” para o bem e, para o mal”, em vez de, “pro bem, pro mal”. Penso que a narração deve ser considerada como uma linguagem formal, deixando a informalidade para os diálogos, onde se pode usar gírias e pro-pra-, etc. A não ser quando a narração é em terceira pessoa, onde o narrador/personagem, conta a história e conversa com o leitor. Boa sorte Aiyra.

  13. Anderson Do Prado Silva
    12 de junho de 2020

    Entre Contos – Avaliação – Iberê
    Resumo (curto, porque prefiro me estender na crítica): O texto narra uma “lenda” indígena. O protagonista, que empresta título ao conto, rememora sua vida e, depois, vive sua transformação em uma espécie de ser alado.
    Título:
    ( ) surpreende
    ( x ) não surpreende: o título não surpreende no contexto de um desafio que tem como tema a Amazônia. No entanto, desconsiderado o contexto, o título surpreende muito, além de possuir uma belíssima sonoridade.
    Abertura:
    ( x ) surpreende: “Mais um dia chegava ao fim” não surpreende. Porém, como a abertura compreende mais do que as primeiras palavras, abarcando, também, as primeiras linhas e parágrafos (no contexto de um conto), o que vem depois de “Mais um dia chegava ao fim” surpreende muito: “naquele distante Brasil. Tão distante, quanto belo e sofrido.” Levado assim a um lugar tão distante, porém também belo e sofrido, o leitor certamente quer seguir adiante na leitura.
    ( ) não surpreende
    Desenvolvimento (fluidez narrativa):
    ( ) texto fluido
    ( x ) poderia ser melhor: o texto possui alguma dificuldade para fluir. Essa dificuldade decorre de vários fatores, alguns dos quais terei até dificuldade para listar. O primeiro dificultador são as sucessivas reminiscências do protagonista. O segundo, decorre justamente do que possivelmente deveria ser uma qualidade, mas se tornou um defeito: aparentemente, o autor realizou pesquisas para escrever o texto. Porém, no espaço exíguo de um conto, o autor não conseguiu apresentar o conteúdo dessas pesquisas ao leitor, o que obriga o leitor a enveredar também por pesquisas – e o efeito disso é que o autor perde pontos com o leitor “preguiçoso” (e, em um desafio, não se pode permitir perder pontos). O terceiro dificultador está na estrutura escolhida pelo autor: parágrafos (quase todos) formados por uma única frase. Em literatura, inovar em termos de estrutura costuma conduzir à genialidade (tenha-se como exemplo o recente “O peso do pássaro morto”, da Aline Bei, ou os já clássicos “Saramagos”). No entanto, essas opções estéticas podem não cair bem em um desafio literário em que os julgadores não são críticos profissionais, ou melhor, não sabem (vários não sabem) conceder mérito literário para subversões estilísticas – nesse sentido, o autor se arriscou, o que não deixa de ser, em si, meritoso.
    Encerramento:
    ( x ) surpreende: o “capítulo” final, em que o protagonista se torna uma “lenda”, um “deus ou “monstro” (não sei bem, porque não pesquisei) surpreende. Não sei se é porque eu não pesquisei, mas eu não estava esperando que o texto teria esse fim “místico”. Pensei que trataria das mazelas dos povos nativos amazônicos.
    ( ) não surpreende
    Gramática:
    ( x ) não identifiquei erros dignos de nota: o autor possui bom domínio da língua. Eu faria as seguintes correções:
    Inseriria vírgula nos seguintes locais:
    “Na terra das chuvas[,] o pouco era sempre muito, pra bem, ou pra mal.”
    “Naquele dia[,] enterrou mais de vinte corpos sem nome, sexo, idade.”
    “Assim que cruzasse o corpo[,] Jurupari não poderia mais entrar na casa”
    “No entanto[,] o homem desaparecera”
    Eu trocaria a vírgula por ponto final no seguinte local:
    “Iberê trazia no rosto as marcas do tempo, da vida[.] [A]ssim como o solo dos caminhos ficam sulcados pelas muitas águas ou pelas muitas secas, rugas precoces que contavam histórias de força, de luta e superação.”
    Há um parágrafo mal posicionado aqui:
    “Na parede, um retrato desfocado da mãe, Iramaia, que ele nunca conhecera. A mãe de criação, a avó materna, dizia que seu pai era um yanci, que encantado com a [ ] formosura da jovem índia, deitara-se com ela na beira do rio, sob a luz da lua cheia.”
    ( ) possíveis erros gramaticais
    Enredo:
    ( x ) surpreende: o enredo é uma viagem pelo “mitológico”, “fantasia” ou “fantástico” (provavelmente, o primeiro – não sei precisar, porque não pesquisei)
    ( ) não surpreende
    Linguagem:
    ( x ) surpreende: o autor possui amor pelo poético, o que se percebe não apenas pela linguagem, mas também pela estrutura. O texto está recheado de poesia.
    ( ) não surpreende
    Estrutura:
    ( x ) surpreende: os parágrafos (quase todos) possuem uma única frase. Alguns possuem uma única palavra. Confesso ao autor que valorizo isso em termos de crítica literária, porém não seria um “texto” que eu escolheria ter na minha estante, porque seria uma leitura que me casaria – frases curtas exigem que se esteja permanentemente construindo “cenários” e “sentimentos”, já que o próprio autor não os constrói todos (o que também ocorre na poesia).
    ( ) não surpreende
    Estilo:
    ( x ) surpreende: o autor possui estilo próprio (o que é bem raro de se encontrar), estilo que se nota pelo uso de linguagem poética e pela estruturação do texto em parágrafos de frases únicas.
    ( ) não surpreende
    Excertos dignos de nota:
    ( x ) sim: vou decepcionar o autor. Como o texto possui muitos excertos meritosos (por causa do emprego da poesia e da aparente pesquisa que o autor empreendeu sobre, acho, lendas indígenas), que eu vou deixar de fazer transcrições exaustivas e enfadonhas aqui.
    ( ) não
    Inteligência:
    ( x ) desafia a inteligência: o texto até desafia a inteligência, na medida em que revela que o autor empreendeu pesquisas para escrevê-lo. Porém, como o autor não trouxe o teor de suas pesquisas para dentro do texto (não apresentou, digamos assim, maiores “explicações”), o resultado é que o leitor “preguiçoso” vai se cansar e descartar o texto sem fazer as competentes pesquisas.
    ( ) não desafia a inteligência
    Criatividade:
    ( x ) surpreende: fiquei na dúvida aqui. É que abordar temas indígenas em um desafio sobre Amazônia não é exatamente surpreendente. Porém, o autor foi criativo na linguagem e na estrutura.
    ( ) não surpreende
    Abordagem do tema amazônico:
    ( ) aborda
    ( x ) tangencia: a Amazônia é uma floresta tropical. Porém, quem protagoniza o texto são os povos e costumes indígenas. Assim, entendo que o texto apenas tangencia o tema Amazônia. Até porque índios e povos tradicionais há em toda a América.
    ( ) não aborda e, portanto, deve ser eliminado
    Avaliação final: O autor possui pleno domínio da língua e possui estilo próprio (prosa poética e estrutura de parágrafos de frases únicas). Porém, ao menos esse texto, poderia ser mais fluido e atraente. Não sei se o autor precisa melhorar suas técnicas narrativas ou se a técnica ficou, neste texto, obscurecida pela estrutura e pelo excesso de pesquisa que não foi trazida e “explicada/apresentada” dentro do texto.
    Anderson do Prado Silva

  14. Janis Silva
    12 de junho de 2020

    *Leia sobre lendas, folclore. Um escritor sempre se enriquece, dessa forma 😉

  15. Janis Silva
    12 de junho de 2020

    Emanuel,
    Obrigado por suas (des)considerações, porém, pelo bem da minha escassa saúde mental nas condições atuais, devo fazer algumas observações.
    Vejamos:
    Para começar, seu resumo é péssimo.Copie e cole, foi.
    A doença misteriosa só é misteriosa no conto. Hã?
    Sobre você não ter entendido – não entendeu mesmo!, e agradeço aqui de verdade sua colocação – sobre as lendas e locais, não há como saber , mas olha, uma pesquisa básica resolveria (pesquisei e muito, pra escrever essa “bobagem”).,
    Discordo com desgosto sobre a parte do “não há emoção”, bom, eu vi emoção, talvez vc busque a emoção de uma montanha russa, não sei.
    Agradeço sua leitura, mas busco opiniões “sinceras”, não sem pé nem cabeça.
    Abraços e boa sorte

    • Emanuel Maurin
      13 de junho de 2020

      Não sofre não.

  16. Emanuel Maurin
    11 de junho de 2020

    Olá, Iberê.
    Resumo:
    Iberê, era um índio que saiu da tribo pra trabalhar de coveiro em Araxá, lá, algumas pessoas tinham medo dele. Uma doença misteriosa matava muita gente e ele trabalhava enterrando mais que o habitual. Iberê ficava indignado com a visão de desmatamento e queimadas na floresta. Depois num outro momento inexplicável, Iberê estava trabalhando com guia turístico num rio inundado de piranhas e, gostava de ver os turistas serem sangrados. Ele tinha saído de sua tribo porque queria se casar, mas não deixaram. Um pouco mais a frente ele voltou a tribo, se tornou um homem pássaro, resgatou sua amada e tiveram filhos, dizem que eles vivem numa grandiosa árvore.
    O conto não tem nenhuma emoção, a narrativa é amarrada e tem pontas soltas. No decorrer da trama não consegui me localizar nos locais que o narrador descrevia as cenas.
    Boa sorte.

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Publicado às 7 de junho de 2020 por em Amazônia, Amazônia - Grupo 1 e marcado .
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