(inspirado em acontecimentos reais)
“Eu não tenho mais ninguém, pai!” disse a mulher, uma ponta de humilhação ferindo o peito.
“Foi embora pra São Paulo, ficou lá esses anos todos e agora volta pra despejar o moleque e ir embora de novo!?” retrucou o orgulho ferido do velho.
“Você sabe muito bem porque eu fui embora! Acha que eu estou gostando de voltar aqui? Acha que eu suporto as lembranças, o que a sua guerra me custou? Perdi meu emprego em São Paulo e gastei tudo o que tinha para não precisar vir aqui. Mas não foi suficiente. Falei então com umas pessoas. É por pouco tempo. Essa chance nos Estados Unidos é a minha última esperança. E Manaus fica bem no caminho” – ela respondeu.
O menino ouvia a discussão do lado de fora da casinha simples. Chutava pedras e xingava baixinho.
“É isso que eu sou pra você? Um entreposto para largar crianças que fica no caminho?” – ele disse consternado.
“Voltar aqui foi um erro mesmo! A vida toda você só ligou para seu trabalho no exército e para seus livros. Nunca ligou pra gente, sempre distante.” – ela deixou escapar.
“Foi assim que sustentei a minha família a vida inteira!” – disse mais pra si que para a filha.
“Se pelo menos mamãe ainda estivesse aqui…” – ela disse.
“Eu não sei cuidar de criança!” – ele gritou – “Nunca soube.” – a voz amansando – “Se não fosse tua mãe, que Deus a tenha, não sei o que teria sido de você.” – murmurou.
“Nesse ponto nós estamos plenamente de acordo.” – ela completou.
A lembrança da esposa acalmou a alma beligerante do velho. Após alguns momentos de silêncio e saudade, disse finalmente: “Manda o menino entrar”.
Alto para seus 11 anos, mas ainda uma criança, ele entrou carrancudo na velha casa de madeira. O velho olhou-o de cima abaixo, o rosto duro.
“Filho, este é seu avô, Abimar.” – a mãe disse, apontando para o homem troncudo, maciço e baixo, pouca coisa mais alto que o próprio neto. Era como uma tora larga de sucupira com braços e pernas, mas sem pescoço. “Pai, esse é o seu neto, Paulo.” – ela completou.
Abimar estendeu a mão calosa na direção do menino, dedos grossos e pesados, a pele áspera como lixa. Paulo nunca tinha visto mãos como aquelas, ferramentas fortes forjadas ao longo de uma vida inteira de muito trabalho e dificuldade no interior da amazônia.
O cumprimento foi firme. A força que faltou à mão do menino foi compensada sustentando aquele olhar inquisidor que o escrutinava.
Os dois primeiros dias foram de pouca conversa. Abimar já estava na reserva e passava os dias na biblioteca. Na pequena Anamã, a 150 km de Manaus, eram históricas as disputas entre a família de Abimar e a dos irmãos Carvalho. Na cidade corriam também boatos sobre a bolsa de couro que Abimar sempre levava ao lado do corpo quando saía de casa, a alça atravessada no peito. Era onde carregava sua mini metralhadora uzi, diziam.
A casa simples, de madeira, possuía uma varanda larga que se estendia por todo o comprimento da entrada, com pequenos tamboretes de madeira encostados na parede. Abimar nunca teve televisão e esse detalhe se mostrou um complicador ainda maior para a estadia de Paulo com o avô. Os dias pareciam infinitos, assim como o calor. O menino passava o tempo caminhando pela floresta que cercava a casa, afastada de tudo e de todos.
Na tarde do terceiro dia não aguentou mais. Inspirou fundo e se aventurou a abrir a porta da biblioteca. O cômodo alongado possuía apenas uma janela pequena na parede oposta à porta. Quando a vista se acostumou à pouca luz, percebeu que as paredes laterais estavam tomadas de prateleiras de livros do teto ao chão. O cheiro de tantos livros, papéis e poeira dominava o ar. Dando os primeiros passos naquele mundo novo, ouviu a casa de madeira rangendo e se movendo a sua volta, como se tivesse sido transportado para as entranhas de um velho navio.
O capitão daquela embarcação jazia cochilando numa poltrona próxima à janela. Paulo olhou com mais atenção para as prateleiras e viu que havia também fotografias antigas. Em preto e branco bem desbotado, viu o avô com os cabelos negros, sorriso largo, sem camisa, usando toda a força do corpo para segurar no alto um peixe quase maior que o pescador. Em outra imagem, vários jovens de farda militar posavam para o que parecia uma foto de formatura. Ao lado dos rostos de alguns deles havia pequenas cruzes feitas a lápis.
Num porta retrato prateado, no centro da parede, rodeada de livros, o rosto de uma jovem noiva sorria para o menino. Um sorriso tão cativante, de uma felicidade tão pura, que Paulo, sem perceber, sorriu de volta.
“Essa era sua avó, Julinha.” – disse a voz vindo da poltrona.
O menino se assustou e deu um passo atrás.
“Está tudo bem.” – o velho falou, pegando um cachimbo e carregando o fornilho com fumo. A fumaça que se seguiu tinha um perfume amadeirado e presente, que se misturou ao cheiro das páginas amareladas.
“Essa foto é do dia do nosso casamento, muitos anos atrás.” – o velho continuou, o olhar perdido na direção do retrato.
“Mamãe sempre fala da vovó, mas nunca de você.” – o menino disse.
Abimar despertou de seu transe e travou a piteira do cachimbo com os dentes.
“Não a culpo, ainda mais depois do que aconteceu. Mas ela não teve problemas em aparecer por aqui quando a vida ficou difícil, não é!? Chega desse assunto. Vá brincar por aí e me deixe em paz.” – esbravejou e pegou um livro que estava na mesinha ao lado da poltrona.
Após mais dois dias de solidão, aventurando-se pela floresta, Paulo decidiu tentar a sorte novamente na biblioteca. Quando entrou, o capitão da nau bibliófila tinha o rosto colado num livro e não deu importância para o jovem clandestino.
“Você já leu todos esses livros?” – ousou quebrar o silêncio.
Sem desviar o olhar da página, o velho respondeu: “Nem pretendo”.
‘Não é o que parece’ – pensou o menino. “Mas pra que tantos, então?” – perguntou finalmente.
O avô fechou o livro com um estalo e esvaziou os pulmões com força, quase relinchando, e respondeu: “Há dois tipos de pessoas, garoto, as que lêem para buscar e as que lêem para fugir, mas ambas ficam sem ter o que fazer se já tiverem lido todos os livros disponíveis”.
“E você está buscando ou fugindo?” – o garoto perguntou. Mas o velho fingiu que não ouviu. “Não gosto muito de ler.” – emendou – “Esse aqui é sobre o quê?” – perguntou apontando para um volume grande.
“Esse ensina que devemos ter coragem para enfrentar nossos inimigos, mesmo que eles sejam ameaçadores gigantes, mesmo que ninguém a nossa volta perceba o perigo e ainda que esses gigantes sejam apenas fruto da nossa imaginação ou loucura.” – o velho respondeu.
‘Isso não faz o menor sentido’ – pensou o menino – “E esse, é bom?” – continuou.
“Esse mostra o fim catastrófico de se buscar uma vingança cega e a qualquer custo contra um inimigo que nos feriu no passado, ainda que esse inimigo seja um animal marinho” – comentou o velho.
‘Será que nenhum desses livros faz sentido?’ – pensou o menino. Mas resolveu tentar uma última vez. “E esse?” – perguntou.
O velho parou por um instante contemplando o velho volume. Então disse: “Muito bom. Um jovem decide matar uma velha sovina, mas acaba matando a irmã dela também. Então, um sofrimento infinito toma conta de sua alma.” – o avô respondeu.
“Não parece tão bom assim” – o menino disse, mas o velho não ouviu.
“Não aconteceu comigo” – o avô comentou com os olhos perdidos, como se olhasse um horizonte distante na memória.
“O que não aconteceu com o senhor?” – o menino se interessou.
“Quando matei pela primeira vez, não fui consumido pela culpa infinita descrita nesse livro.”
O menino engoliu seco.
“Quantos anos você tem? Doze? Treze?” – Abimar perguntou, estimando pela altura do menino.
“Tenho onze” – respondeu o garoto.
“Eu tinha apenas 15 quando matei pela primeira vez.” – disse e fez um momento de silêncio antes de continuar. “Meu pai era enfermeiro no exército e quando foi pra reserva começou a atender nessa região. Um dia ele havia viajado a trabalho e eu fiquei sozinho cuidando da propriedade. Numa madrugada, ouvi o cachorro latindo e me levantei. Alguém estava mexendo na porta da sala. Peguei a espingarda do meu pai e corri para o quarto do fundo, que tinha uma janela que dava para o curral. Queria rodear a casa pra pegar o desgraçado desprevenido. Olhei pelo canto da janela do quarto, mas havia um homem de pé dentro do curral. ‘Então são dois’, pensei. Voltei para a sala. Dei dois passos de distância, mirei bem no meio da porta e atirei. Ouvi gritos do lado de fora.”
O velho narrava como se estivesse revivendo cada momento daquela memória. O menino sentia fisgadas no estômago a cada novo detalhe, mas o desejo de saber mais o impedia de interromper o relato.
“Corri de volta para o quarto do fundo para pegar o outro maldito, mas ele não estava mais lá. Voltei para a sala, abri a porta esperando encontrar um corpo, mas não havia ninguém. Foi quando vi os dois vagabundos correndo estrada acima.” – o velho levantou os braços, empunhando uma espingarda imaginária no meio da biblioteca – “mirei num dos dois, respirei fundo e atirei. Ele caiu na hora. Ainda tentei acertar o outro, mas aquele fugiu”.
O avô se levantou da poltrona e apontou sua espingarda imaginária para o chão. Mirando como se estivesse vendo o corpo estendido, deu passos lentos. “Fui chegando perto devagar e ouvi um barulho de água borbulhando vindo do maldito. Era o sangue jorrando. Chutei o pé dele, mas não houve reação. Nessa hora, o cachorro da fazenda veio farejando, fungou o corpo do safado e depois levantou a cara pra mim, com seu sorriso canino e o rabo balançando para me tranquilizar”.
“Mas e o que aconteceu depois?” – perguntou o menino.
“As horas seguintes foram de trabalho. Amarrei o corpo pelos pés e arrastei para longe da estrada. Cavei um buraco no meio do mato e joguei o maldito dentro. Mas” – interrompeu o velho – “você sabe o que se deve fazer depois de enterrar um vagabundo numa cova rasa?” – perguntou ao menino vidrado.
“Eh… não. Não sei, não.” – respondeu gaguejando.
“Tem que fazer uma fogueira bem grande em cima, para os animais não sentirem o cheiro da carne e não virem desenterrar o camarada.” – explicou o velho.
“Ah!” – reagiu o menino, devidamente instruído.
“Meu pai voltou no dia seguinte” – continuou Abimar – “Contei a ele tudo o que tinha acontecido. ‘Fez a fogueira em cima da cova?’, meu pai me perguntou. ‘Claro’, respondi” – e por estarem ambos a par daquela referência, Paulo e o avô trocaram um meneio de cabeça em cumplicidade – “Papai e eu tapamos o buraco de bala na porta com cera de abelha e esperamos.”
O velho continuou: “Dois dias depois mandaram chamar meu pai. Um dos irmãos Carvalho, Tonho, que moravam na propriedade que fazia divisa com nossa casa, estava com uma ferida purulenta na barriga. ‘Manda ele vir aqui que eu trato’, meu pai avisou. Quando o camarada chegou, estávamos esperando na sala. Ele entrou com a camisa quase toda desabotoada e a tal ferida na barriga passou rente à altura da cera de abelha que estava na porta.” – disse.
“Então foi ele!” – disse o menino apontando com o dedo.
“Sim! Eles acharam que eu tinha viajado com meu pai e vieram aqui. Ele deveria estar de lado mexendo na porta naquela noite e o meu tiro pegou de raspão” – o avô explicou.
“E vocês chamaram a polícia?” – perguntou o garoto.
“Eram outros tempos, menino. E as pessoas eram outras também. A gente resolvia os nossos próprios problemas”.
“E o que aconteceu, então?” – o menino continuou.
“Meu pai tratou da ferida e eles foram embora. À noite, fomos à casa deles. Houve uma troca de tiros, meu pai morreu e então a nossa guerra começou.” – o velho contou baixando a cabeça.
“Foram anos sangrentos. O meu ódio só crescia. Vivia de emboscada em emboscada, até que conheci sua avó. Ela foi o anjo que me tirou daquele inferno. Não havia mais luta no meu coração. Casamos, entrei para o exército e mudamos para a vila militar do 8.º Batalhão de Engenharia de Construção, em Santarém, longe de tudo e de todos. Endireitei minha vida, tivemos sua mãe e fomos felizes, ou pelo menos era como eu me sentia. Entrei no Exército para encontrar a paz.”
“Mas e os Carvalho?” – perguntou o menino.
“Eu havia guardado no fundo da memória aquela guerra quando voltamos a morar na propriedade do meu pai, aqui nesta casa. Sua mãe já estava grávida de você quando o passado veio cobrar meus pecados. Uma noite, quando eu voltava sozinho pela estrada, quase chegando aqui na frente, Tonho Carvalho veio pra me matar.” – disse Abimar.
O menino apertou os punhos até cortar a circulação dos dedos. O avô continuou.
“Tonho aproveitou que eu estava sozinho para tentar terminar o serviço que não conseguiu na noite em que matou meu pai. Trocamos tiros. Sua avó e sua mãe saíram na varanda para ver o que estava acontecendo. Acertei o desgraçado, que começou a correr para fugir. Levantei para ir atrás e acabar de vez com ele” – o velho parou por um instante, levantou a cabeça, como se ouvisse novamente, e então continuou – “foi quando ouvi a voz de sua avó me chamando, me pedindo para parar, depois o barulho de um tiro e então os gritos de sua mãe.”
O menino arregalou os olhos e prendeu a respiração. O velho levou as duas mãos à cabeça, como se tentasse apagar aquela imagem. Era a primeira vez que falava em voz alta sobre tudo o que havia acontecido. Então, continuou.
“Voltei correndo para ver sua avó desfalecida e sua mãe com as mãos sujas de sangue. Julinha morreu pelos meus erros e eu não pude sequer me despedir. Um estampido e ela se foi” – disse o velho – “Sua mãe me culpou por tudo, com razão, e foi embora”.
O garoto franziu o cenho, consternado – “Mas depois disso você matou o desgraçado, né?” – exigiu saber.
“Não, garoto. Os tempos já eram outros. A polícia prendeu Tonho uns dias depois e mandaram ele para a Penitenciária do Urso Branco, em Porto Velho. Uns anos atrás ele até chegou a cortar as cabeças de outros detentos e amarrou mais tempo de cadeia. Está lá até hoje”.
Nos dias seguintes, avô e neto continuaram conversando. Histórias de pescarias, discussões sobre livros, lembranças das escaramuças do passado. A convivência com o neto dominava os dias do velho. Após anos sem companhia, ele se esqueceu do mundo exterior, baixou a guarda e não foi à cidade por algumas semanas. Por isso, não ficou sabendo que houve outra rebelião em Porto Velho e que mais de 50 detentos conseguiram escapar.
Numa tarde, na varanda, enquanto mostrava ao garoto como fazer uma arapuca com dois cordões e gravetos, Abimar ouviu o som de um carro se aproximando. Olhou para a estrada e o sorriso que tinha na boca se desmanchou imediatamente.
“Vai se esconder no mato, garoto! Agora!” – disse sem tirar os olhos da estrada.
O carro se aproximava. O velho passou a mão no peito, procurando a alça de sua bolsa de couro, mas ela não estava lá. O carro parou e o homem em seu interior encarava seu antigo inimigo com fúria. Abimar deu alguns passos para trás, sem desviar os olhos daquele olhar que o fulminava de dentro do carro, e se sentou num tamborete de madeira maciça que ficava próximo à parede, passando o pé direito por entre as pernas do assento.
Tonho saiu do carro com a arma em punho. “Chegou sua hora, maldito. Finalmente” – disse caminhando em direção ao velho – “Já te matei tantas vezes em pensamento que parece que agora estou sonhando” – continuou.
Mas o velho não iria desistir.
Com a perna esquerda, Abimar firmou o peso do corpo contra a parede da casa e, de repente, esticou com toda a força a perna direita, lançando o tamborete na direção de seu algoz. Num segundo, o banco de madeira voou pelo ar e atingiu o criminoso no rosto, que caiu para trás atordoado. O velho correu para cima dele. Eles rolaram no chão numa luta violenta que levantou uma nuvem de poeira. Ouviram-se estampidos, gritos e, então, silêncio.
Paulo saiu da mata e se aproximou devagar da cena. Uma poça de sangue se formava sob os dois corpos. Viu que o avô ainda estava respirando e o virou.
O velho contemplou o rosto do neto, que já começava a chorar.
Despediu-se do menino com um sorriso manchado de sangue, e então disse: “Acabou. Diga a sua mãe que acabou”.
Olá autor(a)!
Antes de expor minha opinião acerca da sua obra gostaria de esclarecer qual critério utilizo, que vale para todos.
Os contos começam com 5 (nota máxima) e de acordo com os critérios abaixo vão perdendo 1 ponto:
1) Implicarei com a gramática se houver erros gritantes, não vou implicar com vírgulas ou mínimos erros de digitação.
2) Após uma primeira leitura procuro ver se o conto faz sentido. Se for exageradamente onírico ou surrealista, sem pé nem cabeça, lamento, mas este ponto você não vai levar.
3) Em seguida me pergunto se o conto foi capaz de despertar alguma emoção, qualquer que seja ela. Mesmo os “reprovados” no critério anterior podem faturar 1 ponto aqui, por ter causado alguma emoção.
4) Na sequência analisarei o conjunto da obra nos quesitos criatividade, fluidez narrativa, pontos positivos e negativos, etc.
5) Finalmente o ponto da excepcionalidade, que só darei para aqueles que realmente me surpreenderem.
Dito isso vamos ao comentário:
RESUMO:
Filha vai tentar a sorte fora e deixa o filho com o pai, com o qual não mantinha boas relações. Nas conversas entre neto e avô surge o relato de uma antiga rixa, cujo rival está preso e após solto busca vingança. No fim, o avô e o ex-presidiário se enfrentam e acabam mortos.
CONSIDERAÇÕES:
A trama apresentada não nos brindou com reviravoltas e novidades, faltou, em meu entendimento, registrar melhor o gênero, se é um drama, um suspense, um faroeste.
Na medida em que conhecemos a história e sabemos do rival preso, não custa para deduzirmos que haverá um confronto.
A Amazônia por sua vez, passou bem distante, com algumas referências apenas, nada forte o suficiente para visualizarmos a Amazônia na trama.
O início do conto, com a filha indo para o exterior, poderia causar mais impacto se tivesse morrido e alguém levasse o menino órfão para o avô cuidar.
Isso evitaria o final meio forçado, aparentemente tentando arrancar alguma emoção, mas de mim não conseguiu, porque é provável que a vingança continue pelas mãos do menino contra mais alguém da mesma família.
Livros na Amazônia também não parece muito verossímil. Um recurso que eu usaria seria narrar os fatos a partir de retratos ou objetos, não de livros.
Mas é claro que isso é o que eu faria e como não sou eu o autor, você fez o que achou que deveria fazer, ou melhor, escrever. 🙂
Independentemente da avaliação, aproveito para parabenizar-lhe pela obra e desejo sucesso na classificação final.
Boa Sorte!
11. A guerra de Abimar (Titanomaquia)
Resumo: Avô relutante recebe a incumbência de cuidar do neto para que a filha possa ir morar no exterior. Um laço de amizade surge entre os dois, em meio a uma disputa que já dura décadas com outra família vizinha, envolvendo roubos, mortes e vinganças. Ao final, o avô morre e mata o último inimigo, para que o neto e a filha tenham paz na propriedade finalmente.
Comentário: a PREMISSA envolve claramente a Amazônia no meio da trama, inclusive nas questões das populações isoladas e nas rixas existentes entre colonizadores. A TÉCNICA empregada é boa, ainda que todo o descritivo da história de fundo do avô pareça um pouco “obrigada” a aparecer, para a neta (e o leitor) compreender o que viria a seguir. O EFEITO NO LEITOR é bom, apenas ficou parecendo que o final da narrativa se acelerou demais pelo limite do desafio. Boa sorte!
A guerra de Abimar (Titanomaquia)
Resumo:
A história de Abimar (militar da reserva), de Julinha (esposa), da filha deles, de Paulo (neto de Abimar), e dos membros da família Carvalho (inimigos de Abimar). A mãe de Paulo vai trabalhar no estrangeiro e deixa o filho com o avô, que já era viúvo. Começa uma amizade e o contar da história também começa.
Comentários:
Excelente texto! A narrativa é muito bem estruturada, o enredo é valioso, criativo. O autor tem completo domínio da linguagem, escreve de maneira fluente, cristalina. Proporciona uma leitura prazerosa, o leitor fica imerso na história.
Se há deslize de escrita ou pontuação, não vi. Um primor! Admirável é o cuidado do autor com a construção do texto. Os diálogos entre aspas exigem atenção redobrada. Coisa de campeão, guerra de Titãs…
Fiquei encantada com as descrições minuciosas das conversas neto/avô. Participei delas, cheguei a sentir o cheiro exalado das baforadas do cachimbo, dos velhos livros… Percebi as reações faciais e gestuais do menino. Uma lindeza!
Titanomaquia, seu trabalho é lindo, sua escrita é linda, seu contar é lindo.
Parabéns, menino(a)!
Boa sorte no desafio!
Abraços…
O conto fala sobre Abimar, um militar aposentado que mora no interior da Amazônia, recebe a visita inesperada da filha e do neto Paulo. A filha decidiu morar fora do Brasil e deixa o neto com o avô que durante a convivência relata a história da família. Abimar conta ao neto às histórias das pessoas que matou inclusive o crime da sua esposa e o final da história trata do seu assassinato.
O texto é bem estruturado, possui início, meio e fim.O autor consegue desenvolver as idéias com coerência.O texto desperta a curiosidade do leitor. O argumento do texto está dentro do tema proposto.
Resumo: Paulo vai viver com seu avó enquanto sua mãe tenta a vida no exterior. Com a proximidade, conhece e se envolve emocionalmente na guerra pessoal de Abimar.
Olá, Tita!
Que leitura deliciosa, hein! Sua escrita, ao meu ver, é perfeita: narrativa natural, técnica impecável, dicionário rico, desenvoltura e dinamismo na construção geral. Não cansa. Poderia adicionar um toque poético, para deixar tudo mais belo, mas isso é opcional e depende do estilo do autor, né?
O defeito do conto está em dois fatores: falta de espaço para o enredo vingar de verdade e tema.
Quando o conto alcança a metade, com Paulo entrando na biblioteca e observando o ambiente, o conto dá uma acelerada para explicar os fatos. O avô contando toda sua história, assim, num rompante, deixou a sensação de pressa e tirou a naturalidade do enredo. Foi necessário, sim, provavelmente pelo limite de palavras do desafio, mas eu preferia algo mais natural e menos explicativo, nem que algumas coisas ficassem subentendidas. Fazendo isso com primor, que acredito que você conseguiria, não iria empobrecer o texto e daria mais espaço para desenvolver a relação do avô-neto. A sequência final, infelizmente, foi tão rápida, tão brusca, que perdeu todo o impacto que deveria ter. Não acompanhamos uma aproximação real do avô com o neto, então sua morte, aparentemente trágica, não teve peso algum para mim. Sendo uma cena feita para evocar emoções, nota-se o quanto o limite prejudicou sua obra. Eu sofro muito com isso, no desafio passado fiz a mesma coisa: pegar uma história grande demais e comprimir num espaço pequeno. No seu caso, um limite de 6-8 mil palavras daria para desenvolver uma conto mais eficiente. Dessa vez fui mais ponderado e espero continuar assim, haha.
Sobre o tema, o conto está ambientado na Amazônia, mas ela é apenas o cenário de fundo mesmo, não tendo nenhum peso para a história. Ela poderia ser ambientada em qualquer lugar do nordeste e norte que funcionaria da mesma forma. Esse é o problema: a Amazônia não tem qualquer peso neste conto. Quando muitos outros autores se esforçaram para criar um conto que retrata a Amazônia em essência ou alguma mensagem importante sobre ela, seria injusto colocá-los no mesmo patamar que o seu. Pois, de fato, esse é um desafio temático, né? Temos que ter foco na criação do conto.
Você tem inúmeras virtudes como escritor, Tita. De verdade. Vai ganhar uma nota ótima, apesar de que poderia ganhar uma nota máxima com um pouco mais de foco e espaço (ou se tentasse comprimir algumas informações para desenvolver melhor a relação do avô-neto).
Muita felicidade para ti!
RESUMO: Deixado com o neto que só então conheceu, Abimar pouco a pouco amolece e se permite ter uma relação de ternura com o garoto, a princípio o deixando saber de suas antigas batalhas. No final, o antigo se fez presente e Abimar se viu uma vez mais obrigado a lidar com mais uma briga. No entanto, da peleja não sobrevivem nem o oponente e nem Abimar, apenas o neto, testemunha de que tudo acabou.
COMENTÁRIO: A princípio, apontarei como o conto seguiu bem para mim. Já assistiu ao filme “Logan”? Bom, é um exemplo recente e interessante da premissa que se desdobra neste conto. No caso, a parte que dispõe um velho amargurado e solitário repentinamente confrontado com a inocência de uma criança, forjando aí uma improvável paternidade (no ensejo de Hugh Jackman, lembrei do filme “Gigantes de Aço”, que tem a mesma dinâmica). A execução desse formato funciona neste conto, com o desencontro inicial seguido do momento singular de abertura que se desenvolve numa relação verdadeiramente afetuosa. Acho que nesse sentido, o conto se encontra estruturado e a escrita é objetiva, mas não ao ponto de ser insossa, focada em ações e sentimentos e articulando as duas coisas muito bem.
Por outro lado, o problema é principalmente temático, pois enquanto o conto sucede em contar uma estória, a Amazônia é simplesmente um ponto geográfico para o enredo, influindo em quase nada mais. Enquanto leio contos para este desafio minha opinião tem sido que esta é a forma mais pobre de aproveitamento do tema, pois o potencial é enorme e uma estória como a sua poderia funcionar dando mais espaço para uma inclusão orgânica do tema. Para além disso, achei que as aspas dos diálogos poderiam ser dispensadas por conta dos travessões e lá no começo há um diálogo atribuído ao “orgulho ferido do velho” quando deveria ser “o velho de orgulho ferido”, o que distraiu brevemente.
Boa sorte.
Resumo: Paulo, um menino de 11 anos vai morar com o avô Abimar, numa cidadezinha próxima de Manaus, deixado pela mãe, que conseguiu um emprego nos EUA. Meio a contragosto, os dois precisam se entender. Paulo descobre que o avô é um grande leitor, mas que também é um homem envolvido em uma guerra de famílias que dura décadas, com mortes de ambos os lados por vingança, incluisve da avós de Paulo. Num dia, um membro da família inimiga foge da prisão e volta para matar Abimar. Ambos lutam e acabam morrendo.
Impressões: este é daqueles contos que, apesar de extenso, rendem uma ótima leitura. Gostei da maneira como a relação entre avô e neto — ambos estranhos um ao outro — foi contruída em torno da biblioteca. Mas o melhor é o suspense. Pela voz de Abimar sabemos das rivalidades com a família Carvalho e ficamos naquela expectativa por saber como tudo irá se resolver, para o bem ou para o mal. Por outro lado, este é um conto que funciona bem em qualquer tipo de ambiente, sendo irrelevante o fato de se passar na Amazônia. É, como outros contos do certame, um conto ambientado na Amazônia, e não sobre a Amazônia. Não que haja problemas nisso, mas confesso que senti falta de outros elementos regionais. De todo modo, a prosa é ótima, envolvente e interessante. Um page turner, se é possível a expressão em termos internéticos. Parabéns ao autor e boa sorte no desafio.
Resumo: Neto vai morar com o avô que, até ali, era-lhe um quase completo estranho. Desse (re)encontro, nasce uma cativante amizade, regada sempre a histórias de aventuras contadas ao pé do ouvido.
Comentário: O enredo é cativante: é muito bonito acompanhar o nascedouro dessa amizade entre o neto e o avô. E as passagens sobre os livros da biblioteca do avô são muito inteligentes. No entanto, alguns aspectos da história ficaram obscuros. Num momento, o baleado está a pedir socorro para tratar uma ferida purulenta. No outro (na mesma noite, na verdade), ele ou a família executa quem lhe socorreu. Parece que algo restou não contado. Teria sido oportunismo o que motivou a família a buscar socorro para tratar a ferida? Teria sido desfaçatez que os levou (na mesma noite) a executar quem prestou o socorro? Outro ponto: se o avô-atirador identificou que o baleado (ao passar com a ferida na mesma altura da cera de abelha) fora quem tentara invadir a casa duas noites antes, por que então foram se enrabichar justo na casa de seus algozes? Há ainda um outro ponto que me causou estranhamento: quando há “guerras” entre famílias (a exemplo das “guerras coronelistas”), o mais comum é que os que guerreiam possuam empregados, capangas ou famílias numerosas. Porém, no texto, o avô é descrito como solitário, habitante de uma casinha modesta. Então, que tipo de “guerra” é essa? Até seria possível alegar que “guerra” seria uma metáfora, mas isso resultaria em uma má-metáfora (que não explicaria, por exemplo, isso: “Foram anos sangrentos. O meu ódio só crescia. Vivia de emboscada em emboscada”). Para que os anos sejam sangrentos, é preciso que alguém, na verdade, muitos alguéns sangrem. Quem, então, sangrou? Capangas, empregados, familiares, quem? Só a avó me parece pouco. “Emboscada” é outro termo delicado. É plenamente possível uma emboscada de um homem só, mas, normalmente, quando se pensa em uma emboscada, normalmente se pensa em mais de um homem. Quem promovia emboscadas contra quem? Capangas, empregados e familiares promoviam emboscadas contra os empregados, capangas ou familiares da outra família? Por fim, se o velho avô era um homem só, ocupando uma modesta cabana no meio do mato, sem empregados, capangas ou familiares numerosos, como é possível se falar em guerra, sangue derramado e emboscadas? Ou eu entendi tudo errado e esse exagero todo de guerras, emboscadas e sangue derramado foi apenas, na verdade, uma rixa ou desavença entre duas famílias de tamanho mínimo, sem empregados ou capangas e sem, portanto, esse sangue todo aí para ser derramado por anos a fio?
O autor possui bom domínio da língua. O texto não possui erros de digitação, revisão ou gramaticais. A história é agradável, cativante e, por isso, adoraria ter apenas elogios e amores para derramar sobre ela, mas fiquei com a leve impressão de ter me deparado (como expliquei acima) com algumas pontas soltas ou aspectos obscuros. Talvez o autor precise de mais do que três mil palavras para deixar sua história bem “fechadinha” ou talvez eu, como leitor, precise domar a minha imaginação, circunscrevendo a guerra a algo que não seja essa guerra toda ou, mesmo ainda, não sendo tão exigente com o autor, obrigando-o a contar aquilo que o leitor, com um pouco de boa vontade, pode simplesmente imaginar ou supor.
Uma dica: Em diálogos, soa mais natural a contração “pra”. Já na narração em terceira pessoa, evite as mesmas contrações.
RESUMO:
Paulo, menino de 11 anos, é deixado pela mãe aos cuidados do avô Abimar. O militar aposentado mora na pequena Anamã, a 150 km de Manaus. O elo entre avo e neto é criado através dos livros na biblioteca. Paulo fica conhecendo a história da guerra antiga entre famílias, que causou a morte da avó de Paulo e a prisão de Tonho, o inimigo de Abimar. No final, Tonho foge da cadeia e acaba provocando a própria morte e de Abimar. Fim da guerra.
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AVALIAÇÃO:
* T – Título: Simples, só sugere que houve uma guerra de alguma espécie.
* A – Adequação ao Tema: O conto é ambientado em algum remoto do Amazonas, mas para por aí a abordagem do tema. Foi o suficiente para mim.
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* F – Falhas de revisão: Não percebi falhas que tenham se destacado.
* O – Observações: O conto está bem escrito, inicia com um diálogo, o que sempre me agrada. Achei interessante a associação dos temas dos livros escolhidos aleatoriamente por Paulo – Dom Quixote, Moby Dick e Crime e Castigo – com a história de guerra e vingança vivida e narrada por Abimar. A narrativa dentro da narrativa cria um suspense que prende a atenção e torna o ritmo da leitura mais compassado.
G – Gerador (ou não) de impacto: O final não foi surpreendente para mim. O que foi mais tocante para mim foi o desenvolvimento da relação avô e neto. E a frase final de Abimar, um recado para a filha, também achei adequada.
* O – Outros Pontos a Considerar: Teremos continuação? O que acontecerá com Paulo? Afinal é apenas um menino de 11 anos que fica sozinho (e traumatizado com certeza) no mundo.
Parabéns pela sua participação!
RESUMO= Uma mulher deixa o filho com o avô e vai morar no exterior. O avô conta a sua história e sua guerra de vingança contra outra família. Um dia, ele e seu inimigo lutam e os dois acabam morrendo. A guerra de Abimar termina ali.
Comentário= Sempre houve guerras de família por questões diversas, disputa de terras, dinheiro, dívidas, e até mesmo por inveja, amor, vingança. Não é novidade. O argumento até parece uma história de Faroeste e passou raspando pelo tema. Está bem escrito, boas frases. Só achei que o neto não fez nenhuma diferença na história. Entrou apenas para que o velho contasse a história, não que seja ruim, talvez até tenha uma continuação, que o neto pegue em armas para se vingar do avô, não é? Boa sorte Titano.
Abimar é um militar aposentado que mora no interior do Amazonas.
Recebe um dia a visita inesperada de sua filha, com não tinha um bom relacionamento.
Ela traz seu filho de 11 anos para ficar com o avô porque decidiu ir morar fora do Brasil.
Durante o tempo que passam juntos, o menino vai aos poucos sabendo a história de sua família. O avô as conta na biblioteca, inicialmente falando sobre alguns livros que contam histórias que remetem às suas.
O menino ouve sobre a primeira pessoa que o avô matou e todos os acontecimentos que vieram a seguir, inclusive a morte de sua avó.
O conto termina com a morte do avô, sinalizando o fim das vinganças.
É uma história ambientada no interior do Amazonas, e relata um tempo em que as brigas familiares eram frequentes e resolvidas com mortes e vingança.
Achei interessante os temas dos livros citados se relacionarem com a história.
A história tem um pouco de suspense e me fez querer saber o final.
Descreve um Brasil selvagem, isolado e ainda assim com conflitos e sentimentos.
O conto relata a história de mortes por vingança de famílias do interior do Amazonas.
Abimar é um militar aposentado que recebe a visita inesperada de sua filha, com quem não tinha um bom relacionamento.
Ela traz o filho de 11 anos para ficar com o avô, pois decidiu ir morar fora do Brasil.
Durante os dias com o avô o menino vai aos poucos sabendo da história de sua família.
O avô conta como foi a primeira vez que matou alguém e todos os outros acontecimentos que vieram depois, incluindo a morte de sua esposa.
Na biblioteca, aonde as conversas acontecem, estão livros com temas que remetem aos acontecimentos.
A história culmina com o fim trágico do avô, dizendo que tudo acabou. Ou seja, que as vinganças acabaram.
Achei interessante as duas vezes em que o protagonista diz para o neto que os tempos eram outros.
Na primeira vez, ele diz que as coisas eram resolvidas pessoalmente, sem polícia.
Na segunda, ele diz que a polícia é que tinha que resolver.
Retrata bem um Brasil selvagem, distante.
Olá Aimar
Resumo:
Uma mãe larga o filho na casa do avô que trabalhava no exército e amava ler, então o avô e o neto trocaram ideias sobre livros na biblioteca e o avô narrou ao neto que já havia matado, e que a partir dali surgiu uma guerra família no interior do Amazonas, por fim, o avô falou que o seu último rival estava preso, quando o mesmo escapou da cadeia e foi tirar a revanche com o avô, os dois morreram e o menino ficou incumbido de dizer a mãe o acontecido.
A narrativa flui bem, mas confesso que não gostei da forma que os diálogos foram apresentados, sei que na maior parte do tempo estavam na biblioteca, mas faltou movimento na cena enquanto os dois conversavam.
Boa sorte.
Resumo 📝 A história de Abimar. Um homem simples do interior de Manaus que se vê tendo que cuidar do neto que não conhecia, pois sua filha com quem não tem um bom relacionamento devido a uma tragédia do passado quer tentar a sorte nos EUA. Aos poucos a relação de avó e neto vão se estreitando e segredos do passado são revelados. Abimar tem um passado de crimes e vinganças e esta bate à sua porta quando a vida passou a ficar mais feliz com o neto. Final trágico.
Gostei: 😁👍 Gostei bastante da história, acho que o autor foi muito feliz na construção dela, camada por camada. Os diálogos no início facilita a imersão do leitor, logo me vi curiosa. A situação também é bem crível. Gostei bastante da retrospectiva, a forma como a história do passado foi contada, a naturalidade e a referência aos livros. O final já era esperado, mas torci por um final feliz. Que destino terá o menino agora? Na cena da chegada do inimigo senti a tensão e lamentei ele não está preparado para revidar.
Não gostei:🙄👎 Apesar de muito boa, achei a cena final pouco visível, me refiro a ação descrita, não consegui visualizar muito bem, diferente da cena de ação que aconteceu no passado, quando ele matou os invasores.
Tema: 🌳 Questão delicada, embora tenha apreciado o texto como um todo, não vi referência a Amazônia além do nome da capital do estado e poucos detalhes sobre o trabalho do velho na região. Temos o tema como um plano de fundo bem transparente. E como estávamos falando da floresta, acho sim que o texto pecou nesse pequeno grande detalhe. Faltou a ambientação esperada já que o tema é tão…explícito. Mas de todo modo, não sei se isso importa alguma coisa pra mim.
Destaque:📌 “O avô fechou o livro com um estalo e esvaziou os pulmões com força, quase relinchando, e respondeu: “Há dois tipos de pessoas, garoto, as que lêem para buscar e as que lêem para fugir, mas ambas ficam sem ter o que fazer se já tiverem lido todos os livros disponíveis”.
Conclusão: 😊 Um texto muito bem escrito, com um belo aprofundamento dos personagens e suas relações. Narrativa transcorre sem problemas, diálogos críveis. Uso do tema é questionável.