“Querida Júlia, estou te escrevendo apenas para dizer o quanto você não sai dos meus pensamentos e o quanto te imagino em minhas emoções fantasiosas. Ontem, no trabalho, você estava linda com aquela belíssima blusa amarelo-creme que tanto realçou teus belos seios. Ah, e aquela encantadora saia de tecido fino, azul-turquesa plissada, a mostrar toda a delicadeza do seu corpo! Com aquela saia tornaste mais perigosa do que nua, pois a exibiste com tanta maestria e graça que, ao mesmo tempo em que cobria tudo, deixava tudo à vista, a mercê de mil imaginações a insinuar tuas belas e suaves curvas. Oh! Querida Júlia, como dói essa ausência de você em mim. Essa tua suntuosa feição que, ora me leva aos sonhos, ora a pequenos devaneios acordados. Restando-me apenas a imagem da tua pura fronte sem névoas, assim, como uma perfeita imaginação e a dolorida incerteza de um dia te sentir em meus frementes braços e abraços.”
Júlia já não estava suportando mais. Quando não eram esses bilhetes melosos, eram os telefonemas. Tornara-se irritante a insistência de Bebeto para sair com Júlia: “Hoje não dá, tenho compromisso, amanhã não posso… Depois de amanhã não sei, me liga… Quem sabe… Outro dia talvez… Quando puder. Oquei, ligue”.
Era sempre assim. E desligava o telefone em sua cara, passava o dia irritada. Ele não entendia que ela não gostava nem dos bilhetes nem dos telefonemas. Menos ainda de sair com ele para jantar, ir ao cinema, passear, namorar; transar nem pensar!
Principalmente nestes últimos dias em que não tirava o Romeu do pensamento. E hoje era o seu primeiro encontro com ele, a sós. Que, por descuido, nem notara, já passava das oito e meia e ele não chegava. Na tevê, a novela não era motivo de atenção. A cada instante ia até a janela e procurava lá embaixo, na frente do prédio, o carro prata de Romeu. Se não o via, corria até a área de serviço e dava uma olhada na rua lateral. Voltava para a sala, já meio aborrecida. O telefone tocou:
— Alô!… – era o Bebeto –. Olha Júlia, eu prefiro que você me ligue. Eu não quero te aborrecer…
— Tá, tá bom, eu ligo. – desligou –. Cacete! Como enche o saco esse cara.
Carros zumbiam lá fora. Foi até a janela. Não, nenhum dos carros era igual ao de Romeu. Voltou à televisão. Deu um giro pelos canais. Desligou. Preferiu o silêncio. Deitou-se no sofá. Veio uma pequena modorra, e com a sonolência vieram os devaneios:
Ela era a noviça irmã Sofia. Romeu era Zé da perua, o perueiro da periferia. Quando imagina, Zé da Perua não deixando ela descer da Kombi. Que, num gesto insano, à base do acuamento, mais parecendo um sequestro a raptou direto para detrás do cemitério. Acossada contra o muro, logo veio os amassos nos peitos, nas coxas, os chupões no pescoço. Irmã Sofia se defendia a todo custo, mas o corpo, já excitado se rendia as garras de Romeu… “Não, não posso!… Você está violando minha santa castidade…” – suplicava a irmã. – Mas a imaginação permitia que Zé lhe burilasse com mais e mais ousadia. O sentir do afloramento do corpo, o líquido quente fluindo. Uma tremedeira e uns arrepios, o tesão desvairado. Daí aos gritos em êxtases: “Perdoa-me Deus meu!… Perdoa-me meu Deus!… Porque eu já não sei o que faço!… Perdoa esta que te profana… Recolhei os cacos desta que te traiu… Porque não tem mais jeito, os tesos nervos me penetram às profundezas das entranhas…”
Júlia despertando do transe, suada e esbaforida, conjectura: “Oh, que são esses sonhos soturnos!… Se não o manto do profano e o acalanto da luxúria? Bálsamo para o espírito, consolo e tormento… Regalo da triste carne!”
Transtornada por tanta excitação, foi até o banheiro. Sentou-se na tampa da privada. Tentou em vão inspirar-se para uma masturbação, mas precisaria de dedicação e paciência. Não, melhor seria se guardar para Romeu. Desvaneceu. Quietou-se, esperou acalmar os sentidos. Levantou-se, observou-se atentamente no espelho. Quis dizer-lhe alguma coisa, mas nada disse. Melhorou o batom. Retocou a sombra dos olhos e avivou a lápis os contornos. Enfiou os dedos por entre os cabelos, afofou com as mãos, balançou a cabeça desmanchando o que havia feito. Parou de se mexer. Refletiu um instante, forçando o pensar, como a atender reflexos de uma mente que não tinha esse hábito: “E se nós continuássemos a crescer todo nosso corpo, assim como os cabelos, as unhas, crescesse também o nariz, a boca, as orelhas, o pescoço?… Como seriamos?… Eu continuaria sendo eu mesma?…”. Desanuviou esses pensamentos existenciais e filosóficos, que não era de seu feitio viver nesse oco. Ela expõe apenas a existência de um mundo onde não há o eterno retorno, mas o substancial, o trivial do simples viver.
Decidiu tirar o batom vinho. Passou um encarnado carmesim, sentia-se mais fatal: “Mais ao gosto de Romeu” –. pensou ela – Voltou à janela. Nada. “Pode ter havido um engano no horário combinado – admitiu –, ou vai ver quer chegar atrasado de propósito para causar um suspense”.
Mas Já passava das nove e vinte. “Tá pensando que sou boba! Vou esperar mais uns quinze minutos, se não aparecer saio sozinha. Aí sim!… Quero ver chegar e não me encontrar, dar com a cara na porta”.
Tocou a campainha. Era o porteiro com um buquê. Extasiada com as luzes aveludadas que refletiam o verde e o amarelo das flores, numa ansiedade sem medidas, abriu o envelope do cartão, rasgando-o. Estava escrito em elegante manuscrito:
“São Nenúfares de Paris colhidos das telas de Monet,
para ti Júlia. De quem espera a leveza do teu ser.”
Bebeto
Arrumou o ramalhete em um vaso sobre a cômoda. Meio com gosto, meio a contragosto. Não estava se sentindo. Ficou confusa. Para sair do embaraço religou a tevê. Passava um bangue-bangue. Desligou. Da janela, viu dois homens brigando por uma mulher. Imaginou-se no lugar dela, onde cada um dos homens representava Romeu e Bebeto. Na rua, ganhou Romeu. Na vida, perdia ela.
Já eram quase dez horas, pensou em ligar pra ele. “Seria demonstrar fraqueza… Estava pensando o quê? Não iria se rebaixar tanto assim, era o mesmo que está se oferecendo”. – conjecturou Júlia em pensamento – Ligou o som, pôs um CD numa música que gostava muito, “Ainda Bem” com Marisa Monte. Num lapso da memória lembrou-se de uma frase pichada em um muro de Bogotá, quando lá estivera de férias, que dizia: “Si amas a alguien, déjalo en libertad. Si vuelve, es porque lo necesitaba. Si no regresa fue porque lo necesitaba“.
O telefone tocou. Era uma amiga convidando-a para dar uma passada em um barzinho. Recusou com uma desculpa esfarrapada e desligou rapidamente. Podia ser que o Romeu ligasse, desculpando-se pelo atraso. Deu mais uma olhada pela janela, voltou-se para dentro, fechando-a. Puxou a cortina. Desligou o som. Chegou próximo ao telefone, levantou o fone do gancho. Pensou um pouco, como a meditar no que falar caso fosse atendida. Teclou. Esperou até a sexta chamada. Não suportou a ansiedade. Desligou. “Ele já deve ter saído”. – disse para si.
Apagou a luz da sala e voltou à janela, abriu apenas uma banda. Com a luz apagada ficou olhando o movimento das ruas. Lembrou-se do dia em que, no trabalho, encostou-se no ombro de Romeu e sentiu seu calor. E que não nega: se excitou.
Tanto foi a excitação que agora, despercebida, sentia o deslizar da mão por entre as coxas, erguendo a saia de tecido mole e, suavemente invadir, com os dedos trêmulos as sensibilidades vaginais. O friccionar cadenciado. Uma delícia entregar-se a um Romeu não presente. Só pensava no oco da ausência de Romeu, que ia se locupletando e nele, desopilando pruridos e fúria, num quer que seja da avidez da fera. Era preciso que o bebesse por todos os poros, de um só trago, num único e intenso orgasmo, sem pausa, sem intermitência e sem repouso. Era a serpente que enlaçava a presa nas suas mil voltas, nos redemunhos da luxúria, contorcendo-lhe o corpo, triturando-lhe os ossos; mordendo os lábios até perder os sentidos pela volúpia. Quando viceja-lhe nos olhos o deslumbramento de ver Romeu escalar as paredes do prédio até sua janela e ouvir o gorjear da cotovia; era o gozo explodindo em seu corpo esculpido por Romeu em sofreguidão… O aperto de seus braços, seus ombros, suas costas largas, sua língua, sua saliva; a penetração preenchendo seu vazio.
Após o delírio febril, esgotada, saciada e emudecida sucede-se a prostração absoluta. A leve vertigem arrebatadora da verve. O corpo morno ainda trêmulo e úmido pelo orgasmo desmedido sente a falta de Romeu dentro de si por completo, Enquanto dois dedos perversos lubrificam-se no sêmen fecundado de seu gozo que, levado até a boca, com ansiedade a sorvê-lo, sentir e deglutir o néctar de seu sabor mulher.
Ao despertar de mais esse êxtase o olhar se encandeia frente à luminosidade do trânsito, onde carros brancos, azuis, vermelhos e prateados, paravam, iam embora. Júlia desperta e se pergunta: “Será que eu liguei errado?” Ligou outra vez tomando o cuidado com cada número que teclava para não errar de novo. Prendeu a respiração, escutando as chamadas do outro lado da linha.
— Alô, o Romeu está?
— Romeu?… Você ligou errado, queridinha! – respondeu uma voz de mulher.
Num repente, lembrou-se do celular “Que idiota!… Como pode ter se esquecido de coisa tão óbvia!…” Com os nervos a flor da pele, errou ao teclar; ligou de novo. Agora tinha certeza de não ter errado.
Aguardou impaciente. Uma voz metálica de computador vibrou: “Neste momento este aparelho encontra-se fora de área”. “O desgraçado não lembrou nem de desligar. Se não ele ia ouvir o tanto de desaforo que ia esbravejar… Ou será que ele esquecera-se do encontro?”
Eram onze horas, quando mais uma vez foi à janela. Voltou para o sofá. Faltavam vinte e cinco minutos para a meia-noite. O telefone tocou. “trimm…” Assustando-a. Atendeu. Era o Romeu desculpando-se pela falta. Estava fazendo um serviço de emergência numa cidade vizinha e seria impossível se encontrarem naquela noite.
— Fica para outra vez, queridinha! – disse a mesma voz de mulher, na extensão.
Agitada e um tanto indignada procurou na bolsa onde tinha anotado o telefone do Bebeto. Ligou.
— O Bebeto está? – falou numa voz trêmula.
— O Bebeto não está, saiu.
— Saiu com quem?… Quem está falando?
— É a mãe dele… Ele saiu com uma moça que há muito insistia em sair com ele, como ele tomou um fora de outra moça que… Então… – desligou, batendo o gancho.
— Desgraçados! Homens são todos iguais. – ligou para a amiga Mara: – Oi, Mara! Sou eu, Júlia!… Vamos sair?… Tô a fim de tomar um porre…
Olá…
Esse é um dos Contos que odiei não ter comentado antes de abrir autoria.
Ele me lembrou “Quadrilha”, de Drummond…
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CONTO AVALIADO: Júlia, Romeu e…
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Olá Juliete deVerona; tudo bem?
O seu conto é o décimo trabalho da Série B que eu estou lendo e avaliando.
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O QUE ACHEI DO SEU TEXTO
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Gostei da história! Os galanteios de Bebeto mereceriam até molduras…
Gostei bastante da forma com que você resolveu mostrar, em sua obra, o girar da roda da vida; onde as pessoas tendem sempre a imaginar que tudo acontecerá conforme seus desejos.
Achei interessante o final do conto, que deu ao mesmo aquele ar reflexivo de quando nos deparamos com verdades universais; ou, no caso, sociais.
#timedoBebeto! 😉
Bem, pra finalizar… As regras do Certame exigem que eu faça um resuminho da história avaliada, para comprovar minha leitura. Então, vamos lá:
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RESUMO DA HISTÓRIA
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Moça interessada em um rapaz que trabalhava como motorista de Kombi menospreza outro que insiste em cortejá-la. Acaba sendo menosprezada pelo primeiro e, quando decide dar uma chance para o segundo, este já fez a fila andar. Ao final, resta sempre uma mesa de bar para embebedar-se com uma amiga e refletir sobre doces que amargam a vida. (Nota: 4,8)
Categoria: Sabrinesco (semi-hot).
O que parecia um começo epistolar se transforma na leitura que Júlia faz da carta do insistente Bebeto. Isso, porque ela gostava mesmo era de Romeu, a quem ficou esperando, esperando, esperando… enquanto imaginava situações hot com o boy. A espera foi longa e infrutífera, até que decidiu ligar para ele, que tinha saído com outra moça, que insistia em sair com ele como Bebeto fazia com ela. Vendo-se sozinha, resolve chamar Mara, sua amiga para sair.
PREMISSA: a frustração do encontro que não dá certo. Um dos contos mais ousados, no aspecto da descrição dos momentos “sabrinescos hot”.
TÉCNICA: adequadamente escrito, porém a meu ver sofreu um pouco com a falta de uma “ação” mais efetiva, além da imaginação da protagonista…
EFEITO: uma história que poderia buscar um outro fim, acho que mais próximo de um momento realmente hot entre Bebeto e Júlia, como vingança que se come fria (hehehe).
Resumo
Uma história romântica envolvendo Júlia, Romeu e Bebeto. Bebeto que gosta de Júlia, mas que não é correspondido.
Sensação
Achei a história um tanto desinteressante, meio apagadinha.
Narrativa/Técnica
A introdução não foi muito atraente, Bebeto era meio chato, então né hehe
Achei graça dela passar o dia irritada por conta das investidas de Bebeto, realmente é algo que com certeza acontece, mas a gente nem se dá conta rsrs
Senti que em vários momentos as cenas poderiam ter sido mais visuais, ou com mais fluidez. Há uma série de imposições ao leitor, durante todo o texto que acabaram deixando as passagens que um pouco secas: foi até o banheiro, voltou à janela, tocou a campainha…. parece tudo muito imperativo
Título
Achei engraçado, desconfiei que seria algum conto do tipo comédia trágica sabrinesca hehehe
RESUMO: Júlia ignora Bebeto enquanto aguarda por Romeu. No fim da noite, percebe que Romeu deu um perdido e liga para Bebeto que, por sua vez, arrumou encontro com outra garota.
Júlia acaba saindo com uma amiga e só Deus e a torcida do Flamengo sabem o que iria acontecer naquela noite.
COMENTÁRIO: O conto tem um ar cotidiano bem agradável, como numa boa crônica. A narrativa tem alguns problemas, porém. Os pensamentos e devaneios acabaram truncando o ritmo, o excesso de aspas incomoda.
Justamente por serem devaneios, a parte sabrinesca não desperta muita “emoção” (aqui pode ser uma deficiência minha como leitor, tenho dificuldade em mergulhar quando sei que o personagem está apenas sonhando ou imaginando).
O final pareceu apressado, com todas as informações necessárias brotando do nada… a linha com segunda extensão usada para indicar a traição de Romeu (entendi assim), ou a facilidade com que a mãe de Bebeto (eita homem que gosta de adjetivar, aliás!) passou as informações.
NOTA: 3,5
Resumo: Uma mulher, que despreza um sujeito apaixonado, mas espera de seu príncipe encantado que insiste em não chegar.
Um conto que triunfa pelo zelo com as palavras e construções. Um sabrinesco erótico com muita categoria, uma espécie de “sexy sem ser vulgar”. A história é ordinária e reconta mais uma vez a velha máxima de que não há razão nas coisas feitas pelo coração. Aqui, com uma pegada mais humorística e menos dramática. Sem aquele arrependimento dolorido do final. Não há lição para a protagonista, não há tempo nem espaço para o remorso.
Um dos pontos interessantes do conto é que o autor cria de forma surpreendente um fluxo de consciência em uma protagonista que de início parecia que não iria vingar. A imaginação fértil da personagem e seus devaneios são ponto alto do conto, destaco aqui uma das passagens inspiradas: “E se nós continuássemos a crescer todo nosso corpo, assim como os cabelos, as unhas, crescesse também o nariz, a boca, as orelhas, o pescoço?… Como seriamos?… Eu continuaria sendo eu mesma?…”. Desanuviou esses pensamentos existenciais e filosóficos, que não era de seu feitio viver nesse oco. Ela expõe apenas a existência de um mundo onde não há o eterno retorno, mas o substancial, o trivial do simples viver.”
Em suma, um conto bem escrito e com perfeita adequação ao tema. Um dos poucos realmente “sabrinescos” que vi por aqui.
Parabéns e boa sorte.
O que entendi: Bebeto ama Júlia, que ama Romeu, que ama outra qualquer. Júlia espera durante horas Romeu que não aparece. Ela enfim resolve ligar para Bebeto, que cansou de esperar e saiu com outra. Ela vai tomar um porre com a amiga.
Técnica: O estilo foi fiel ao sabrinesco erótico. A forma intensa como é mostrada as horas de espera de Júlia por Romeu ficou muito boa.
Criatividade: A história em si não tem novidade. O que é interessante aqui é a riqueza com que desenvolve uma trama simples. Vocabulário leve e engraçado.
Impacto: Pequeno porque o fim é previsível. Mas eu curti os momentos de angustia de Júlia.
Destaque: “Perdoa esta que te profana… Recolhei os cacos desta que te traiu… Porque não tem mais jeito, os tesos nervos me penetram às profundezas das entranhas…” – Prece poderosa essa, né? Kkkk
Sugestão: Cabe revisão.
Resumo: Uma mulher esperando um cara que ficou de encontrá-la e recebe as atenções de outro que manda flores e poemas, mas ela prefere o bonitão. O conto todo é a espera dela e o desejo que a consome, o cara dá um bolo, o outro cansa de esperar e sai com outra e ela vai se embebedar com uma amiga.
Olá, Juliete, olha, sinceramente não curti o seu conto… tinha tudo pra ser um ótimo sabrinesco, mas a “ação” ser solo foi muito broxante…. rsrsrsrsr
Muita enrolação, muitos devaneios, muita trouxisse dela, quem espera um homem tanto tempo??
Dá pra ver que você escreve muito bem, tem um ótimo domínio da língua, mas a história, pra mim, foi chata. Me desculpe, imagino que muitos vão gostar, mas não me agradou. Boa sorte!
Bebeto gosta de Júlia, que gosta de Romeu, que gosta de um monte de outras mulheres. Júlia ignora Bebeto, o romântico, o insistente, o apaixonado. Ela quer mesmo Romeu, bonito, sedutor, que atiça sua libido. Romeu, por sua vez, não comparece no encontro marcado, deixando Júlia a fantasiar um encontro amoroso. Por fim, cancela o encontro e ela tenta Bebeto, sua segunda opção, mas este, também cansado, desiste dela e parte pra outra. Só lhe resta afogar as mágoas.
O que achei muito legal na sua forma de escrever foi como você soube passar muito bem duas situações e sentimentos: a ansiedade de esperar alguém muito aguardado; e a libido aflorando aos poucos até culminar em uma masturbação cheia de pensamentos fantasiosos.
O conto fala sobre o eterno ciclo amoroso comum na nossa sociedade: a tendência de gostar de quem não te gosta, e não dar valor àquele que te adora. Júlia, no caso, não ficou com nem um, nem outro: Romeu preferiu a outra, e Bebeto cansou de esperar. Ainda bem que existem as amigas: estão lá para beber esse tipo de derrota.
Sua escrita é boa. Às vezes poética demais, eu diria: como, por exemplo, os pensamentos de Júlia ao acordar do pesadelo: parecem as palavras de um poeta grego da antiguidade. Mas isso não atrapalha a leitura. Foi um conto bom de ler, envolvente, que deixa o leitor ansioso para saber, afinal, com quem ela ficará e o que vai acontecer no final. Parabéns!!!
PS: que mãe fofoqueira ein??? Nem sabe com quem está falando e já sai contando para Júlia sobre a vida amorosa do filho! rs
RESUMO: Enquanto é insistentemente cortejada por Bebeto, Júlia está apaixonada por Romeu, tem sonhos eróticos e se masturba pensando nele. Numa noite, Júlia, após aguardar e fantasiar com Romeo que, aparentemente a estaria traindo, ela decide dar uma chance a Bebeto, porém…
TÍTULO E INTRODUÇÃO: O título, pela similaridade dos nomes, remete imediatamente a Shakespeare, enquanto que as reticências sugerem um triângulo amoroso. Interessante, porém, talvez até pelo desgaste de Romeo e Julieta, o título não me pareceu lá tão incitante. O parágrafo de abertura, por sua vez, mesmo tratando-se claramente de uma missiva, é particularmente difícil pela deficiência técnica e distorção de estilo que nos fazer perguntar, quisera o autor remeter à linguagem shakespeariana? Nota: 6
PERSONAGENS: Os personagens são psicologicamente bem delineados e da melhor forma possível, ou seja, indiretamente, pelas suas falas, atos, iniciativas e ponderações, no entanto faltam mínimas referências complementares, físicas e sociais, bem como reminiscências do passado individual e estrutura familiar, que os tornariam mais concretos, mais palpáveis à imaginação do leitor. Nota: 7
TEMPO E ESPAÇO: O tempo é minimamente utilizado, praticamente não há referências ao passado individual e a história basicamente transcorre numa noite, pelo período em que Júlia espera por Romeu. Também o espaço é bastante limitado, ou seja, na maior parte, confinado ao apartamento de Júlia, com rápidas referências ao local de trabalho, que seria comum ao triângulo. Por estas e outras limitações, o conto assemelha-se a uma crônica. Nota: 7
ENREDO CONFLITO E CLÍMAX: O conto tem caráter bastante cotidiano, novamente remetendo à crônica, logo, não é de se esperar enredo, conflito ou clímax épicos, ainda que incitantes e relativamente profundos. A história transcorre basicamente na cabeça de Júlia, o que não é necessariamente ruim. Nota: 7
TÉCNICA E APLICAÇÃO DO IDIOMA: Nestes quesitos residem os pontos baixos do conto. As deficiências de técnica e estilo excedem o aceitável. Exemplos: já no parágrafo de abertura observa-se a alternância desconfortante entre o primeiro e segundo pronomes pessoais (te, você, seu…), por vezes na mesma frase; construções ruins como: Com aquela saia tornaste mais perigosa do que nua; problemas vários de pontuação; evidente falta de domínio vocabular como em burilasse (bolinasse?). Nota: 6
VALOR AGREGADO: Diria que o conto tem sim grande valor agregado por incitar a reflexão e a crítica tangente ao comportamento amoroso e sexual contemporâneo. Leitores não familiarizados com a temática poderiam questionar a verossimilhança do comportamento de Júlia. Por quê ela não interrompe imediatamente qualquer relação, para além do profissional, com Bebeto. Nota: 7
ADEQUAÇÃO À TEMÁTICA: Totalmente adequado à temática pontualmente denominada sabrinesco Nota: 8
Bebeto é apaixonado por Julia, que gosta de Romeu. Bebeto é muito romântico, enquanto Julia espera por algo mais selvagem com Romeu. No tão esperado encontro de Julia e Romeu, ela acaba esperando e ficando na mão (literalmente). Tenta Bebeto, que partiu pra outra. Acaba num bar com a amiga.
Devido aos nomes, imaginei que o conto terminaria em tragédia. Talvez Romeu estivesse morto, sei lá. O texto se desenvolve bem e, talvez pra explorar mais o lado sabrinesco, é muito floreado. Pensei que a parte mais rebuscada ficaria apenas nos bilhetes de Bebeto, mas acaba aparecendo no conto todo. Não é um defeito, mas as vezes fica meio exagerado. Gostei da emancipação da mulher, da cena de masturbação e de como terminou, sem ter um felizes para sempre ou usando o Bebeto como moral para a gente continuar insistindo em amores que não dão certo. O famoso a fila anda.
Caro(a) escritor(a)…
Resumo: Júlia sonhava com Romeu e desdenhava Bebeto, insistente pretendente que, cansado do desprezo saiu com outra, assim como Romeu que a deixou na mão.
Técnica: Boa construção frasal, sem erros de gramática, ortografia (não percebi isso). Gostei de como as cenas mais picantes foram construídas. A narrativa prende a atenção. É rápida. Texto ágil.
Avaliação: Gostei das histórias intercaladas, de como a personagem transita entre uma e outra. É um ótimo texto. Gostoso de ler e até divertido em algumas partes.
Boa sorte no desafio.
Júlia tem em Bebeto um admirador mas gosta de Romeu. No dia de seu primeiro encontro a sós com Romeu, Bebeto a procura, deseja vê-la mas ela insiste em esperar Romeu, embora ele esteja atrasado para o encontro. Enquanto aguarda Romeu, Julia experimenta delírios solitários de prazer com seu amado. Ao final, Romeu não aparece no encontro (dá uma desculpa, mas na verdade está com outra mulher), Bebeto sai com outra mulher e Julia sai com uma amiga.
Um sabrinesco hot, creio, foi a intenção do autor. No enredo, uma mulher gosta de um homem que a despreza, despreza o homem que gosta dela e termina sozinha. No meio da história, duas cenas hot — um delírio sexual e uma cena de auto-sexo — boas até, mas um pouco forçadas e certamente exageradas, considerando a temporalidade da narrativa.
A narrativa foi agradável, mas acompanhada de certo estranhamento com a saturação no detalhamento da ação. Acho que a proposta de um texto erótico acabou provocando isso. Com a saturação de detalhes, o efeito é de um tempo narrativo maior do que o tempo da ação, daí o estranhamento.
Com relação à revisão, no primeiro parágrafo a mistura da 2ª. com a 3ª. pessoa do singular me incomodou um pouco. No mais, o texto me pareceu ok.
A impressão geral foi de uma história que atendeu a proposta do desafio, mas não empolgou, apesar das cenas de sexo, as mais safadinhas que encontrei até agora, ponto alto do conto, na minha opinião. Talvez com personagens mais empáticos, a experiência fosse outra.
Boa sorte do desafio, amigo/a entrecontista. Um abraço.
Beto amava Júlia que amava Romeu que faltou ao encontro com ela por causa da mulher do telefone. Júlia se distraiu sozinha no tempo de espera. Constatando que Romeu estava com outra, liga para Beto, mas ele havia saído com uma moça que não tinha entrado na história. Júlia , então sai com uma amiga, a fim de “tomar um porre”.
Enredo inspirado no filme “Quatrilho” ou no poema “Quadrilha” (Drummond). Pareceu-me uma comédia romântica com cenas eróticas bem construídas; leitura fácil, leve, divertida, sem pretensões. É um conflito válido que, se não é novo, está apresentada de forma interessante; uma protagonista envolvente e crível, personagens caricatos, mas que funcionam.
O texto está bem organizado, com cada passagem mostrando sua importância para a construção do todo, exceto a cena do sonho que ficou meio artificial e a meu ver, dispensável. A pegada sabrinesca funciona bem.
O foco narrativo de primeira pessoa, com a linguagem informal e descontraída, justifica os problemas gramaticais, como a mistura de pessoas verbais e pronomes de tratamento — você, tu e equivalentes átonos (“estou TE escrevendo apenas para dizer o quanto VOCÊ…”), por exemplo. Enfim, nada que faça o texto perder o brilho.
Parabéns pela participação. Boa sorte na Liga. Abraços.
Resumo: Bebeto ama Julia, que ama Romeu. Romeu só enrola a pobre da Julia, que passa o tempo todo pensando nele. No fim, desiludida, Julia procura Bebeto, para apaziguar a alma, mas Bebeto já se foi. É tarde para Julia. O jeito é sair com as amigas mesmo e afogar as mágoas.
Impressões: este conto foi uma boa surpresa. Achei que seria enfadonho, mais do mesmo, só que a narrativa leve e descompromissada acabou me fisgando. Ficou com ares de “a vida como ela é”, aquele antigo quadro do Fantástico, que contava casos cotidianos.
Aqui acompanhamos as desventuras de Julia, que tem que aguentar o chato do Bebeto, que insiste em sair com ela, valendo-se de um modo de conquista um tanto ultrapassado. Julia só tem olhos para Romeu. Sonha com ele, idealiza encontros, excita-se, antecipa o encontro e engana a si mesma com a falta de reciprocidade dele. Interessante ver como a frustração deságua num apelo ao amor próprio, no instante em que decide se entregar a Bebeto e como esse intento naufraga porque também ele, Bebeto, é obrigado a lidar com frustrações.
O conto é ágil e o desenvolvimento flui bem. Achei a cena da masturbação de Julia uma das melhores passagens sabrinescas aqui no desafio. Do tipo que faz o leitor se ajeitar na cadeira, levantar a sobrancelha e reler devagarinho. Bem inspirada.
Ainda que não seja um conto memorável, cumpre bem a missão de entreter. Parabenizo o autor e desejo boa sorte no desafio.
Boa tarde, amigo. Tudo bem?
Conto número 27 (estou lendo em ordem de postagem)
Pra começar, devo dizer que não sei ainda quais contos devo ler, mas como quer ler todos, dessa vez, vou comentar todos do mesmo modo, como se fossem do meu grupo de leitura.
Vamos lá:
Resumo: mulher espera homem com quem vai sair, e enquanto isso vai tendo desejos e imagina situações sexuais com o homem desejado. AO mesmo tempo, ignora o outro cara que gosta dela. No fim, toma um bolo de romeu, liga pra procurar Bebeto, mas descobre que ele cansou de espera-la e saiu com outra.
Comentário:
Gostei do conto, mas não muito do desfecho. Mas vamos por partes.
A linguagem é muito boa. Pelo visto, você é portugues, né? Sua escrita tem classe e um vocabulário rico, o que contribuiu bastante para a qualidade dos trechos sabrinescos. Acho que eles são o ponto forte do conto: os momentos de delírios sexuais e imaginações da garota. Gostei muito dessa parte, pois tem bastante sensualidade, mas com classe e com palavras bem escolhidas.
Por outro lado, o enredo não me agradou tanto. Achei um pouco arrastado e cansativo, e o final não me agradou, pois achei brusco e um pouco rápido demais. Entendi a ideia, mas não me ganhou.
Acho que o ponto alto do enredo é a ideia da ansiedade de esperar alguém que se gosta. Quem não se coloca no lugar dela, ansiosíssima ali, esperando o crush? kkkkkkk
Quem nunca ficou nessa situação, esperando, sem saber se vai rolar ou não? Achei que essa situação ficou bem representada.
Além disso, gostei bastante da figura do Bebeto. Achei o melhor dos 3 personagens. Pobre Bebeto e seu amor não correspondido. o rapaz me pareceu uma espécie de Dom juan fora de época, um romântico deslocado no tempo. Foi um dos pontos fortes da história, pois é um personagem bem carismático. Fiquei feliz que ele não tenha ficado com ela no fim, ninguém merece ser segunda opção.
Enfim, um conto com várias qualidades (especialmente o bom humor e um personagem bem carismático), mas cujo enredo não me prendeu totalmente, e que acabou me deixando com uma sensação de que faltou algo no desfecho.
Parabéns e boa sorte!
Júlia, Romeu e… (Juliete deVerona)
Resumo:
A história de Júlia, Bebeto e Romeu. Um conto narrado em tempo breve, quase que em uma noite, e num lugar exíguo, quase só em uma sala do apartamento. Resume-se aos sentimentos e ações de Júlia, que é galanteada por Bebeto e deseja Romeu. E, durante a espera do amado, devaneios acontecem (noviça Sofia e o Zé da perua). E atos também.
Comentário:
O conto “sabrinesco/erótico” cumpre o desafio. Texto que segue uma estrutura lógica, com desfecho bem real. Durante a leitura, os deslizes de escrita incomodam, inclusive, cacofonia. Seria interessante que houvesse uma revisão bem cuidadosa. É um texto que distrai, contado de maneira linear.
Boa sorte no desafio!
Abraços…
Resumo
Júlia é assediada por Bebeto, que sempre telefona para ela e insiste para que saiam juntos. Um dia, Julia se apaixona por Romeu, que marca um primeiro encontro com ela. Mas no dia do encontro, Romeu não aparece e Julia fica esperando, imaginando os dois em uma estranha cena de sexo, que a excita (ma non tropo). Enquanto o aguarda, ansiosa, ela recusa o convite de uma amiga para sair e se recusa a telefonar para Bebeto, mas quando finalmente descobre que Romeu não aparecerá naquele dia, ela liga para Bebeto. Mas a mãe do rapaz avisa que ele saiu com outra pessoa, o que faz com que Julia convide uma amiga pra irem beber.
Comentário
O texto não é ruim, mas não me encantou. Achei um pouco cansativo, sem nada que realmente prendesse minha atenção. Parece que as cenas mais excitantes foram colocadas ali apenas com o propósito de seguir o tema sabrinesco. Alguém que o lesse sem essa informação talvez estranhasse a inclusão de tais cenas.
Alguns ajustes gramaticais:
— Alô!… – era (Era) o Bebeto –. (o ponto vai antes do travessão)
logo veio (vieram) os amassos
redemunhos (redemoinhos?)
Uso exagerado de reticências
Desanuviou esses pensamentos existenciais e filosóficos, que não era de seu feitio viver nesse oco. Ela (quem?) expõe apenas a existência de um mundo onde não há o eterno retorno, mas o substancial, o trivial do simples viver. (a segunda frase ficou confusa)
Tocou a campainha dá a impressão de que foi ela que tocou. Seria melhor, ouviu a campainha, a campainha soou.
Extasiada com as luzes aveludadas (?) que refletiam o verde e o amarelo das flores
Não estava se sentindo (frase estranha)
era o mesmo que está (estar) se oferecendo
completo, Enquanto (enquanto) dois
que, levado até a boca, com ansiedade a sorvê-lo, sentir e deglutir o néctar de seu sabor mulher. (outra frase que, para mim, não tem sentido, talvez pelo tempo verbal utilizado em sentir e deglutir)
Júlia, Romeu e…
Resumo:
Mulher espera por um homem que não aparece. Um outro tenta ficar com ela mas ela não dá bola a ele. Esperando pelo primeiro ela tece considerações filosóficas, depois se masturba, depois olha pela janela, depois leva um fora, depois leva outro fora do cara para o qual ela não dava bola, depois ela sai com uma amiga para tomar com ela um porre.
Comentários:
Cara Juliete deVerona,
Conto sabrinesco.
Achei que o conto poderia tomar um rumo e tomou outro, com pouca tonicidade, num vaivém danado sem que nada acontecesse, numa trajetória retilínea onde nada acontece, salvo pela masturbação de Júlia, ainda assim meio que o quê, sei lá, desinspirada.
O conto está tomado por pontos que precisam de revisão. Cito alguns.
“Com aquela saia [te] tornaste mais perigosa do que nua…”. Tornaste a quem? No caso há a necessidade de um pronome [te], dado que a ausência dele induz a que seja possível tornar alguém que não seja a ti própria.
“…deixava tudo à vista, a [à] mercê de mil imaginações…”
Troca permanente entre “tu” e “você” nas frases, sem que o autor se fixe num único pronome de tratamento..
O primeiro parágrafo inteiro, bem grande, é uma citação, um bilhete, provavelmente de Bebeto. Isso engana o leitor, que não consegue, até terminar a leitura e ler o parágrafo seguinte, saber do que se trata.
Imagino que seria melhor algo como:
“Querida Júlia” – escreveu Bebeto –, “[…] quero apenas […] dizer o quanto VOCÊ não sai dos meus pensamentos e o quanto TE [a] imagino em minhas emoções fantasiosas…”, e segue por aí, deixando o leitor saber o que se passa.
“…logo veio [vieram] os amassos…”
“…que Zé lhe [a] burilasse [talvez bolinasse?] com mais e mais ousadia…”
“Quis dizer-lhe alguma coisa, mas nada disse.”, creio que aqui seria “Quis dizer algo a si mesma mas nada disse.”.
“…era o mesmo que está [estar] se oferecendo…”
Bem, era isso.
Boa sorte no desafio.
RESUMO:
Bebeto amava Júlia que amava Romeu que amava a si mesmo e mais ninguém. Julia recebe bilhetes melosos e flores de Bebeto, mas não dá a mínima para o galanteio do moço. Está mesmo apaixonada (ou cismada?) por Romeu, que a deixa no vácuo, não aparece, e liga depois de horas, dizendo ser impossível encontrá-la devido ao trabalho. Ela percebe a mentira, pois escuta a voz feminina na extensão, debochando dela. Aí, Júlia lembra-se do insistente Bebeto e liga para ele, mas a mãe (dele) informa que ele saiu com outra, pois cansou de levar fora. Júlia se conforma e resolve sair com as amigas.
AVALIAÇÃO:
Conto com temática sabrinesca, com final nem feliz, nem infeliz, mas a vida como ela é.
Gostei das referências a Romeu e Julieta. Júlia até refaz a cena do balcão, quando vai à varanda observar se Romeu está chegando.
Há passagens mais apimentadas da protagonista se resolvendo sozinha ao imaginar seu encontro com Romeu. Devaneios de uma iludida fogosa. Sabrinesca? Achei a descrição um tanto exagerada, poderia ter sido mais sútil, mas isso é uma questão de gosto pessoal. No entanto, fiquei com a impressão de que as passagens foram encaixadas meio à força para atender ao tema sabrinesco/hot.
Não encontrei grandes problemas de revisão, embora a carta/bilhete de Bebeto revele que o moço careça de bom senso e coesão literária. Chato!
O ritmo da narrativa fica um pouco emperrado com a ida e vinda de Júlia – tanto no espaço físico, quanto no mental. Não desperta a atenção. O final ficou com ares de “Mereceu! quem mandou desprezar o outro mocinho?”
Parabéns por participar do certame! Boa sorte!