Cismaram com papai no morro. O pessoal do tráfico, desconfiado de que ele era X9 da polícia, nos expulsou. Nem vender a casa pudemos. Saímos com as roupas do corpo e carregando a televisão quase nova. Enquanto mamãe torcia para voltarmos ao interior, onde moravam os parentes. Papai, pensava o contrário: retornar para ele significava reconhecer o fracasso.
Daí que, ninguém soube o porquê, surgiu nele a ideia de vivermos em Vitória. Convenceu mamãe de que uma cidade com nome tão bonito só podia nos trazer sorte. Para comprar as passagens, venderam a tv a preço de banana. Já dentro do ônibus, papai falou olhando nos meus olhos e das minhas irmãs menores, mesmo que não entendêssemos quase nada:
– Vitória, o nome garante, é cidade de vencedores e nós iremos vencer.
Não foi fácil o recomeço, nos juntamos aos sem teto e, numa noite, construímos nossos barracos de papelão ao lado da rodovia. Tínhamos casa, mas emprego que era bom, papai não achava. Ele soube que buscavam gente para trabalhar em granjas no interior. Disse-nos que iria e que nos visitaria um final de semana por mês. Mamãe chorava afirmando ser muito pouco, mas ele argumentou:
– Mais do que isto ficaria caro e o dinheiro, já tão pequeno, se tornaria ainda menor. Logo, arranjaria uma casinha para que nos reuníssemos novamente.
Cumpriu o prometido por três meses e sumiu. As panelas ficaram ainda mais vazias. Mamãe achou que ele podia ter adoecido. Tomou emprestado o dinheiro da ida e viajou. Procura daqui, busca acolá e descobriu que ele tinha arrumado outra mulher. Pediu desculpas, mas se disse apaixonado. Fez promessas de que nada nos faltaria e que, sempre que possível, viria nos encontrar. Nunca mais vimos papai.
Foi um tempo triste aquele. Perdi o gosto de brincar. Passava o dia sozinho e com os olhos presos na estrada. Vivia a expectativa de que, de uma hora para outra, ele surgisse na curva lá de baixo.
Apesar de morarmos a menos de dois metros do asfalto, estávamos proibidos de pisar nele. Mamãe aumentava os perigos de um atropelamento. Ela não sabia, mas a gente sempre arranjava um jeito de explorar o outro lado da pista.
Das brincadeiras, a que mais gostávamos era a de adivinhar as marcas dos carros que iriam passar. Havia apostas e as melhores premiações, muito mais do que bolas de gude e figurinhas, eram as revistas sobre automóveis, sempre cheias de fotos. O pai de Jorginho Preto era catador de papel e sabia o quanto elas nos eram valiosas. Sentíamos inveja dele, o primeiro a saborear as revistas. Cada um de nós se especializou em curtir um tipo de veículos. Pascoal adorava carros de passeio; Pitágoras, seu irmão maior, era apaixonado por caminhonetes; Jorginho Preto curtia as carretas, quanto maiores, mais fascinado ficava. O meu caso de amor eram os ônibus. Sabia de cor a hora em que cada um deles passava e adorava os engarrafamentos, quando a lentidão do trânsito deixava que os apreciasse em detalhes.
Nós os chamávamos de busões e, dentre esses, os mais queridos e aguardados eram os grandões, transportando passageiros em dois andares e com jogos duplos de pneus. Não me esqueço da primeira vez que um passou. Fiquei de boca aberta pela sua beleza e imponência. Senti dificuldades para dormir e sonhei que o dirigia. Aquela visão fez com que o sonho de ser um daqueles pilotos de camisa branca e gravata preta crescesse ainda mais. Gostava de acenar para eles – aos passageiros não, que isso era mico que só as meninas pagavam – e alguns retribuíam. Felicidade maior era quando, ao invés de balançar a mão, o motorista buzinava.
Mamãe chegou com a novidade: eu frequentaria a escola. Na manhã seguinte faríamos a matrícula e foi então que se descobriu o problema. No saco de documentos não foi encontrada a minha certidão de nascimento. Ela, que não se lembrava de tê-la visto algum dia, começou a desconfiar que papai não tinha me registrado. A certeza é de que havia lhe passado, num papel, o meu nome: Ozias, rei bíblico que, conforme o pastor, significava força de Deus.
Nasci em casa, mamãe me contou. Era tempo de muita precisão, papai só com uns bicos e ela, final de gravidez, sem fazer faxinas. Naquela noite acontecia uma operação policial e o pessoal guerreiro encheu os transformadores de tiros. Tudo apagado, pois assim os soldados não encontravam seus esconderijos. Eu nascendo, bala cantando e não se sabia de papai, só as vizinhas para acudir. Uma, que tinha sido auxiliar numa maternidade, foi quem me pôs no mundo. Era junho, um domingo de frio e chuvisco. A data exata ela não sabia e talvez por isto é que não se comemoravam os meus aniversários. Veio-lhe a lembrança de ser tempo da quermesse de santo Antônio. Como esse padroeiro é do dia 13, mamãe então definiu que nasci no dia 10 de junho.
O pior de tudo foi que não houve matrícula. O homem alegou dois motivos para não me aceitarem. A gente não tinha endereço, pois que dizer que se morava na rodovia era o mesmo que falar que se residia na rua, além de eu não possuir documento. Olhei o rosto de mamãe e vi que chorava. Não aguentei e, na lata, perguntei:
– Moço, como não possuímos endereço se temos casa? O senhor sabe que a gente vive, dorme e acorda nela todo dia?
Foi a minha voz sair e os dedos da velha me beliscarem a perna debaixo da mesa. O empregado fez cara feia e respondeu, como se eu não existisse, olhando duro no rosto de mamãe:
– Primeiro, dona, que aquilo não são casas, mas barracos. Outra coisa é que quem define endereço é a Prefeitura e nenhum morador dessa nova favela esteve lá para regularizar sua situação. Por último, mesmo que algum invasor tentasse isto não iria conseguir nada. Quem não é dono, ou paga aluguel, não possui o direito de morar.
Apesar de gostar do fato de que não teria aulas, permanecendo livre como a estrada, o sangue ferveu, mas a lembrança do beliscão e a certeza de que um segundo viria, mais doloroso, me fez decidir pelo silêncio, mesmo sentindo a injustiça que faziam conosco.
Os loucos adoravam viajar pela nossa estrada. A maioria seguia e só depois de um bom tempo aparecia de novo. Uns poucos, nunca mais os víamos, parecia que tinham sido engolidos pelo asfalto. Inventávamos apelidos para os malucos, gritávamos e nos escondíamos, pois que xingavam e nos jogavam pedras. O que tinham em comum eram as tralhas: grandes sacos às costas e um tanto de roupas, vestidas umas sobre as outras, fizesse frio, ou calor.
A rodovia, como um rio comprido e de águas escuras, rápidas e perigosas, era toda a minha existência. Na vizinhança dela todo dia era diferente. Jorginho Preto me acordou contando a novidade. Havia gente do lado de lá. Levantei-me depressa e fui ver aquilo. Protegidos pelo barranco, dava para se enxergar pouca coisa. A lateral de uma caminhonete branca, o que parecia ser uma grade colorida e partes de uma lona azul esticada e amarrada a uma árvore.
– Temos vizinhos, os ciganos montaram acampamento do outro lado da estrada.
Mamãe falou de um jeito parecendo preocupada. Pitágoras, que acabara de chegar, foi dizendo:
– Eu já vi ciganas, dona Marli. Elas usam vestidos grandes e coloridos. São ricas, têm as bocas cheias de dentes de ouro.
Aquela descrição me aguçou a curiosidade. Mamãe tinha que sair para o emprego, mas antes de partir lançou a sentença aterrorizante:
– Cuidado com esse povo, dizem que são ladrões de cavalos e de crianças.
Claro que aquilo me amedrontou, mas Pita tentava me tranquilizar.
– Mãe tem essa mania de colocar medo nos filhos.
– Então, você não tem receio deles?
Pitágoras riu e balançou negativamente a cabeça.
– Medo nenhum eu tenho. Uma vez, na cidade onde a gente morava, estava com minha tia no centro e uma cigana se ofereceu para ler o destino dela. Não sei o que falou, porque titia me mandou esperar em um banco da praça, mas reparei que ficou preocupada com as palavras da mulher sobre o seu futuro. Pior ainda foi que a adivinha levou o dinheiro da condução e tivemos que retornar a pé para casa.
– Elas são magas?
– Ah, se ler o destino é magia, então são sim.
– Acho, Pita, que se são capazes de lerem o futuro, serão boas também para outros sortilégios.
– O que sei é que não moram em casas, não têm endereços, cidade e muito menos país. Vivem soltos pelo mundo, num pra lá e pra cá de nunca parar, jamais criar raízes.
Nossa, aquilo que Pitágoras dizia era muito legal. Um povo totalmente livre. Uma “gente estrada” que, como a nossa vizinha e companheira, nunca parava. Aquilo fazia aumentar ainda mais o desejo de conhecer aquelas pessoas estranhas. Passei a imaginar mil aventuras do lado de lá da pista. Rituais de bruxarias, cantos enfeitiçadores, caldeirões cheios de poções mágicas…
Os meninos foram chegando e montamos um plano de exploração do acampamento dos ciganos. Todos concordávamos que aquele não era um dia adequado para a aventura. A história de que as ciganas usavam saias largas para esconderem as criancinhas roubadas, tinha se espalhado deixando as meninas apavoradas. Sumíssemos um tantinho de tempo e logo seríamos denunciados. Além do mais, que deviam estar com medo de que, mesmo sendo maiores, nós também pudéssemos ser raptados. Atentos a tudo que vinha do lado de lá, quando escutei vozes e um choro de criança, me voltou, um pouco, o receio. O dia acabou e fomos dormir escutando a música cantada em uma língua estranha.
O nascer do sol nos pegou acordados e foi grande a decepção ao percebermos que do lado de lá não vinha nenhum som. Muito menos se via o pedaço do caminhão branco. Lona esticada e grade não tinham mais. Os ciganos tinham ido embora. Mesmo assim fomos lá, mas além dos restos da fogueira e de uns lixos, nada de interessante a nossa expedição encontrou.
Pascoal era o meu melhor amigo e brincávamos o dia todo. Ele, mais velho uns três anos, também não estudava. Contou-me que não havia jeito de entender a mistura das letras e que por isto a sua mãe o retirou da escola.
Teve uma tarde em que vimos um boné no meio da rodovia e, pelas cores, se via que era do nosso time. Resolvemos apanhá-lo e, atentos, aguardávamos até que a estrada estivesse vazia para o resgate. Nada do trânsito diminuir e fomos ficando aflitos, porque o chapéu ia sendo amassado e logo estaria imprestável. Pascoal, no seu jeito simples, falou assim:
– Se a gente não for rápido, ele ficará tão sujo e pisado que nenhum banho vai deixar que se veja as cores de novo.
– Será que vale mesmo a pena? Puxa, é arriscado.
Eu contestei, mas ele disse que achava o trânsito até meio tranquilo e que no momento que falássemos, vigiando os dois lados, o “já” ele partiria rápido, o apanharia e continuaria correndo em frente. A gente lavaria o boné e dividiríamos seu uso. A tentação era grande demais e me convenci de que aquilo era o correto a ser feito. Confiei que teríamos sucesso na aventura, ainda mais que meu companheiro era dono de pernas grandes e ágeis. Dissemos vários “já” desencontrados. Enfim, estrada vazia, deu certo e lá se foi Pascoal. Do outro lado ele vibrou, boné na mão, como se tivesse feito gol.
Veio o medo de algum adulto vê-lo, o denunciando à mãe, a mais severa de todas. Eu disse “já” e Pascoal, cabecinha de vento, não falou o dele. Só partiu em disparada. O carro corria mais do que eu havia calculado. Escutei o baque e meu amigo voou se estatelando no piso. Fez um movimento com o corpo como fosse se levantar e ficou quieto de novo. Saí gritando. O povo foi chegando e interditaram a rodovia. Boné ao lado, olhos um pouquinho abertos e na boca ele tinha um pequeno sorriso.
Fiquei vários dias sem brincar e sem nem olhar para a pista. Achavam que Pascoal, garoto tão livre quando os ciganos e a rodovia, tinha feito tudo sozinho. Comigo, carrego até hoje a dúvida: será que foi o meu “já” naquele momento perigoso que matou o meu companheiro?
Mais um ano e passei a estudar. A ocupação crescia rápido e virou favela. Nossa vida melhorou e o tráfico foi chegando. Em mamãe foi nascendo a certeza de que ali não era lugar de se criar filhas. Vendemos a casinha e voltamos para perto dos parentes.
Na roça as estradas eram de terra e o asfalto passava longe. Sentia saudades dele, dos companheiros e dos busões. Fiquei triste, nem a escola e os novos amigos eram capazes de me alegrar. Por lá, naquele fim de mundo, só uma coisa me chamava a atenção. Todo dia, seis horas da manhã, um ônibus verde, velho e empoeirado, largava seus passageiros na praça. O motorista descansava um pouco, novos viajantes embarcavam e lá se ia ele deixando um rastro de poeira pelo caminho.
Como ninguém contratava faxineiras, mamãe arrumou outro trabalho. Preparava broas de milho, um café quentinho e saíamos, ainda escuro, para aguardar o ônibus. Ela vendia e eu cuidava do caixa. Alonso, o motorista, além de cliente se tornou amigo. Trazia-me notícias da estradinha que lá adiante ganhava asfalto e dos busões coloridos que trafegavam por ela.
O coração quase explodiu quando ele me convidou para auxiliá-lo no serviço de trocador. Mamãe relutou devido à minha pouca idade, mas o tamanho da alegria era tanta, somada à nossa necessidade de dinheiro, que não teve como negar. Na garagem recebi três jogos do uniforme. Vestir-me de camisa branca, calça azul e gravata preta me tornava importante. A lembrança de Jorginho Preto, Pitágoras e Pascoal me chegou forte. Meus amigos se sentiriam orgulhosos caso me encontrassem assim.
Agora, ao invés de ver a estrada passar, sou eu que passo por ela. Mais que um sonho trago em mim a certeza de que daqui a uns anos serei eu o piloto. Então, estarei no comando do ônibus mais bonito e, da cabine, acenarei e buzinarei para os meninos, encantados, das beiras das estradas.
Glossário:
Cigano: povo nômade.
Estatelar-se: cair, tombar, desmoronar-se.
Expedição: Exploração, caravana, empreitada
Imponência: grandiosidade.
Maternidade: hospital onde nascem os bebês.
Na lata: de imediato.
Padroeiro: Santo patrono do lugar.
Poção: bebida com propriedades mágicas e de cura.
Quermesse: feira em festa religiosa, barraquinhas.
Relutar: resistir.
Saborear: aproveitar o gosto, curtir.
Sem teto: pessoa sem moradia.
Sortilégio: bruxaria, magia.
X9: dedo duro, alcaguete.
Emanuel, meu companheiro de descenso. Paz e Bem! Amigo, seu comentário me deixou feliz. Obrigado por ter investido tempo e cuidado em analisar e criticar minha história. Gratidão.
RESUMO A trajetória de um menino que se apaixona pelos ônibus e alimenta um sonho de ser motorista, mesmo diante das dificuldades da vida: a saída de casa, ser morador de rua, o abandono do pai, a discriminação, a morte de um amigo e sua curiosidade pelos ciganos.
CONSIDERAÇÕES Conto ótimo, bem escrito. Apesar de aparentemente não ter uma trama bem definida, conduz o leitor ao cotidiano, sem saber ao certo o que será do amanhã. Parabéns.
NOTA 4,5
puxa, Gustavo, sua avaliação do meu conto me deixou feliz. Muito obrigado pela atenção e realmente foi muito bacana ter reparado que você admirou a minha história. Meu abraço de gratidão. Fernando.
Resumo
Garoto pobre, com vida familiar conturbada, narra a instabilidade domiciliar, realidade da vida na favela, em acampamentos de invasão à beira de rodovia e realidade do campo, bem como suas paixões e pequenas frustrações rumo à realização de seu sonho, ser motorista de ônibus.
Aplicação do idioma
Domínio elogiável do idioma, com linguagem clara e adequada ao personagem narrador – bem como ao público alvo – e, nem por isso pobre, mas sem exageros, pretensão ou arroubos virtuosistas. Apenas uma construção duvidosa em “Sabia de cor a hora em que cada um deles passava e adorava os engarrafamentos, quando a lentidão do trânsito deixava que os apreciasse em detalhes.” (Antes o narrador referia-se aos ônibus, objetos de sua paixão, porém nesta frase o sujeito parece ser os engarrafamentos).
Técnica
Boa técnica em que o perfil do personagem é construído principalmente pela narrativa, uma vez que o protagonista é também narrador.
Título
Ponto fraco do conto, o título é pouco criativo e atraente, ainda que apropriado ao enredo.
Introdução
Ótima introdução, abrindo logo com um conflito secundário e apreendendo de imediato a curiosidade do leitor.
Enredo
Bom enredo que, se não permite a todo leitor identificar-se, os leva a identificar em Ozias conhecidos seus ou, no mínimo, desperta a curiosidade para histórias diferentes das suas próprias.
Conflito
Apesar do bom enredo, falta à história uma trama central e, ainda que se possa afirmar que essa resida na instabilidade domiciliar da família, falta-lhe força suficiente para manter a história, então recheada de conflitos secundários.
Ritmo
Bom ritmo, mantido pela sucessão de eventos e conflitos, bem como pela ótima verve narrativa.
Clímax
O impacto menor dos clímax é consequência da dimensão e multiplicidade dos conflitos, e se essa escolha não é capaz de, em momentos específicos da narrativa, causar grandes impactos no leitor, faz com que concluamos a leitura com um sorriso benevolente e otimista.
Personagens
Protagonista muito bem delineado e, o que merece menção honrosa, de forma indireta. Não se lê “eu era assim, ou eu me parecia assado”, todas as impressões sobre o personagem principal nos chega indiretamente. Demais personagens são coadjuvantes rápidos, mas bem construídos segundo os propósitos para os quais cada um foi concebido.
Tempo
Indiretamente imprimido à história, porém bem aplicado, dinâmico como a própria narrativa.
Espaço
Naturalmente inserido na narrativa, sem quebras dedicadas à descrição de cenários.
Valor agregado
Um conto infanto juvenil com grande carga social, com ótimo potencial didático.
Adequação ao Tema
Claramente um conto infanto juvenil, otimista, ainda que da sua ambientação numa realidade sofrida.
Grande Cirineu, mais uma vez estou aqui pra lhe dizer que seus comentários valeram mais do que dez desclassificações. Por mais estranho que possa parecer, esperava o descenso. Até porque a maioria estava fixada em terror e é gente mais nova que não reflete muito sobre a técnica. Meu amigo, gratidão e alegria. Continuo aprendendo com você. Meu abraço fraterno, Fernando.
RESUMO A trajetória de um menino que se apaixona pelos ônibus e alimenta um sonho de ser motorista.
CONSIDERAÇÕES Conto ótimo, bem escrito. Apesar de aparentemente não ter uma trama bem definida, conduz o leitor ao cotidiano, sem saber ao certo o que será do amanhã. Parabéns.
NOTA 4,5
Resumo: Ozias e sua família acabam expulsos de onde moravam, a mãe queria ir para o interior, mas o pai decide os levar para Vitória (cidade de vencedores), porem chegando lá avisa que irá para o interior em busca de dinheiro,nunca mais é visto. Os dias passam e o garoto faz amizades, conseguindo até um melhor amigo (Pascoal). Em uma tarde eles encontram um boné no meio da rodovia, mesmo achado uma ideia arriscada, resolvem pega-lo. Mas o que não esperavam era a tragédia que se seguiria, Pacoal que foi ate meio da estrada pegar o objeto,mas ao mesmo tempo o carro vinha em sua direção, então escutam o baque. Depois do acidente sua mãe decide ir em direção ao interior para junto de sua família, o que era sua intenção inicial.
Leitura cansativa, apesar de estar bem escrita. Infelizmente, sem grandes emoções durante o conto, sem muita vontade de continuar lendo. Não acho que tenha tido uma história formulada, foi muito confuso o enredo. Não sei também qual era a intenção do autor. Organize melhor suas ideias, assim como outros autores.
olá, Estela, que bom que, mesmo sentindo ser cansativa a minha história, foi até o fim. Bem, conto pra você agora qual era a minha intenção: te encantar. Mas vejo que a minha estrela não brilhou para a Estela (não consegui impedir o trocadilho. Curioso para ver a nota que alcancei na sua avaliação. Desculpas por ter te cansado, meus respeitos e a gratidão. Que você seja realmente muito feliz como escritora. Paz e bem, Fernando.
Oiiii. Um conto que fala sobre um garoto que ver sua vida virar de ponta cabeça quando após ser expulso de onde morava passa a viver com a família na beira de uma pista. Ao longo do tempo as coisas pioram, o pai some, dificuldade dele ser matriculado em uma escola devido ao local que moravam não ser considerado casa e a tristeza se instala. E em meio a todas essas dificuldades ele tem um certo consolo ao ver passar os ônibus na pista, fica alegre quando os motoristas buzinam de volta. Um tempo depois ciganas que se mudam para perto trazem um ar de mistério, mas logo quando queriam explorar elas tinham ido embora deixando o mistério no ar. Ao longo do tempo outra tristeza se soma: a morte do amigo dele que foi atropelado depois de pegar um boné que estava no meio da pista. No fim ele se muda e passa a trabalhar em um dos ônibus que ele tanto amava, mas sempre sonhando com o dia que seria motorista e poderia buzinar para os meninos na pista, transmitindo além do som esperança como a que ele recebeu com o simples ato. Uma narrativa muito interessante contata do ponto de vista de uma criança que vive situações difíceis mas sem perder a esperança de dias melhores que ele ver representado no sonho de ser motorista. Acho que as ciganas poderiam ter sido melhor trabalhadas, quem sabe trazer um ar mais sobrenatural ao conto. Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.
Ei, amiga, paz. Pois é. De repente poderia ter investido mais nas ciganas. Algo do sobrenatural… Mas a minha proposta era juvenil. Olha, Ana Carolina, conto-lhe que fiquei feliz que tenha achado a minha narrativa interessante. Curioso para ver a nota que você me auferiu. Obrigado por me ler e avaliar. Paz e bem. Receba o meu abraço de gratidão. Fernando.
O Ônibus, a Estrada e o Menino (Ozias Piloto)
Resumo: A família de Ozias foi expulsa da favela onde moravam e se mudaram para outra cidade, onde construíram um barraco ao lado da rodovia, lá Ozias brincava com seus amigos e sonhava em ser motorista de ônibus. Mais tarde se mudaram para o interior e Ozias não via mais seus amados ônibus, só um, velhinho já que fazia a rota do interior, depois de algum tempo ele consegue trabalhar nesse ônibus, dando início a concretização do seu sonho.
Olá, Autor(a), Seu conto é um infantil raiz muito bom, tem a presença da família e seus problemas, amigos, aventuras e perdas, a evolução do personagem, tudo narrado com calma e habilidade, o conto parece muito maior do que realmente é, tem muita coisa contida nessas linhas. Uma história de superação e ser fiel aos sonhos. Ainda bem que não misturou com terror! Rsrsrsr Gostei bastante! Achei a ideia do glossário bem legal, mesmo não precisando recorrer a ele. Parabéns! Até mais!
Ei, amiga. Puxa, que alegria receber um comentário assim tão positivo de uma campeã!. Uau. Que bom que gostou da minha narrativa. Que bom que entendeu o glossário. Quis passar através dele o reforço de que se tratava de uma história escrita para o público juvenil. Então, lembrei-me de que na série que comprei bastante para os meus filhos Para Gostar de Ler, sempre havia um glossário. Muitos aqui o acharam estranho e mesmo pedante, mas os críticos nossos do Entrecontos não eram público alvo da minha história. Receba o meu abraço de parabéns e de gratidão. Paz e bem. Fiquei mesmo feliz com a sua vitória e a sua apreciação. Fernando.
Um garoto muito pobre vai morar perto de uma rodovia com a família. O pai abandona a mãe e o garoto não consegue ser matriculado pois não tem certidão de nascimento e endereço.
Ele tinha amizade com alguns outros garotos que moravam por perto e um certo dia há um boné jogado no asfalto. Os meninos combinam uma forma de pegar o objeto, porém o garoto que deveria pegá-lo acaba sendo atropelado e morre.
Após o acontecimento a mãe do personagem principal leva o garoto e as irmãs dele para uma casa perto dos parentes dela no interior e ao crescer mais o rapaz começa a trabalhar como auxiliar de um motorista de ônibus.
Um conto maravilhoso, gostei da forma como foi escrito com as gírias, os nomes dos personagens e os acontecimentos. Mostra a vida dura e a realidade da família e as injustiças que eles passavam.
Fiquei muito chateada no trecho em que o pai abandona a família e com muita expectativa no trecho da exploração ao acampamento dos ciganos.
Estava esperando que o tal acidente acontecesse com o personagem principal, quando na verdade foi com o amigo dele. Me senti envolvida pela história e me vi sempre torcendo para que o melhor acontecesse com o protagonista.
Bem interessante e emocionante ver como o acidente afetou ele e que mesmo depois ele ainda pensava nos amigos e nas outras crianças que veria quando um dia fosse motorista de ônibus.
Achei o glossário desnecessário.
Mas o conto foi incrível!
Ei, Sarah, paz! Obrigado pelo seu cuidado na análise do meu conto. Puxa, fiquei feliz que tenha gostado. Sobre o glossário, a ideia surgiu em mim a partir de livros juvenis que li com meus filhos há uns anos, como por exemplo a série Para Gostar de Ler e neles sempre constava um glossário. Quis frisar com isto que o conto era juvenil, ou seja, o glossário é para o jovem que iria ler o conto e não para o crítico dele no certame. Meu agraço de gratidão, Fernando.
Li o conto, mas não sei a qual tema se adequa, infantil ou terror. A história tem crianças, mas isso não quer dizer que seja infantil. O filme It, A Coisa, é um filme de terror com crianças. De qualquer forma, uma bela história, bem escrita.
ei, Stegues, paz! Obrigado pelo seu cuidado e atenção em ler e criticar o meu conto. Sobre o tema, ele, no meu modo de ver, se enquadraria em juvenil. Interessante ter visto elementos de terror nele. Não foi esta a minha intenção. Meu abraço fraterno de gratidão, Fernando.
Boa tarrrrde! Tudo bem?
Resumo: o conto relata a história de um menino pobre que, junto da família, precisa fugir da favela onde mora e acaba vivendo num barraco à beira de uma rodovia. Ao fim, após ir morar no campo, começa a realizar seu sonho de ser motorista de busão, quando se torna cobrador do onibus da cidade.
Comentário:
É um bom conto, especialmente o desfecho. Vamos por partes:
Devo dizer que achei o ritmo do conto um pouco lento e arrastado. Algumas situações vão acontecendo e não agregam muito ao todo. O melhor exemplo, pra mim, é a parte dos ciganos. Achei que alo significativo fosse ocorrer ali, como alguma criança ser sequestrada.
Fiquei com a impressão de que você tinha uma história mais longa que o limite do desafio. Ficaria legal lê-la de forma mais extensa, relatando detalhadamente os acontecimentos da vida do garoto.
Do jeito que está, as situações vão transcorrendo e não levam a muita coisa, na maioria dos casos. Outro exemplo disso: a morte do amigo acontece muito rápida e foi tratada de forma quase banal, quando deveria ser bem dramática.
Por outro lado, o final é muito bom! Achei otimista e emocionante.
Enfim, é um bom conto, e a história tem bastante potencial, mas achei qe, pelo limite reduzido de palavras, você teve que correr muito e acabou ficando tudo meio vago.
Parabéns e boa sorte!
ei, Luis, a boa sorte desejada ao final do seu comentário não funcionou. Infelizmente caí de fase. Que bom que viu potencial na minha história. Estarei atento para não pecar nessa situação de deixar o conto vago. Obrigado e gratidão. Paz e bem. Fernando.
História da vida de Ozias que nasceu na favela, depois mudou-se com a família para Vitória onde morou embaixo da ponte, então o pai abandona a família. Depois perdeu seu amigo Pitágoras num atropelamento, mudou-se de novo para o interior até que arranjou um emprego onde almejava ser motorista de ônibus.
Conto bastante carregado no drama, e apesar da linguagem não ser pesada nem complexa, é mais um drama sobre uma criança do que uma história infantil. Eu achei um bom conto, bem escrito e sem picos de emoção pois Ozias e insistentemente esperançoso e tem pouco conflito o que deixa o drama um pouco forçado.
Meu companheiro de descenso. Obrigado por ter investido tempo em analisar e criticar meu conto. Que bom que o tenha achado bom. Tentarei prestar mais atenção e não deixar o drama parecer um pouco forçado. Gratidão, paz e bem, Fernando.
Um garoto conta a história de sua família, que foi expulsa da favela e morou na beira da rodovia por algum tempo.
Brinquei muito de adivinhar qual a cor do carro que iria passar hehe
A introdução já apresenta todo um cenário da situação em que o conto acontece, a partir dela já é possível predefinir a realidade dos personagens.
Não sei se o garoto teria maturidade para entender sozinho que o pai não queria voltar pois acreditava que aquilo era reconhecer o fracasso, acho que ele poderia ter absorvido isso, mas não de maneira tão direta e será mesmo que a mãe teria contado aos filhos que o pai tinha encontrado outra mulher por quem estava apaixonado?
Que velha que beliscou o garoto? De onde veio, para onde foi?
Senti falta das irmãs dele na história, será que elas não seriam mais presentes na vida dele? Ele, por ser irmão mais velho, não teria que ajudar a cuidar delas enquanto a mãe trabalha? Só não comemoravam o aniversário dele? Senti que várias questões desse tipo foram ignoradas no enredo.
Acho que fiquei tão decepcionada quanto o menino pelos ciganos terem aparecido e desaparecido da história sem se envolver ou acrescentar muito
Obrigado por ter investido seu tempo na análise e crítica do meu conto. Pena que te decepcionei tanto. Pena que não coloquei as irmãs no conto. Que velha beliscou o garoto? Não entendi. Agradeço se me explicar melhor. Curioso por ver a nota que
me deu. Gratidão a você. Paz e bem, Fernando.
Oi Fernando! Então, alguns dias depois de postar o meu comentário eu comentei do seu conto com um amigo meu, contei a história e falei da velha. Veja só, eu não me dei conta que a velha do conto é a mãe do garoto! Quando você falou que os dedos da velha beliscaram o garoto por baixo da mesa eu imaginei que tinha aparecido alguma velha na história só para beliscar o garoto……….. Foi falha minha, eu reli a parte várias vezes e nenhuma vez me ocorreu que fosse a mãe dele
Olá, Ozias Piloto, boa sorte no desafio. Eis minhas impressões sobre seu conto.
Resumo: Uma família é expulsa pela bandidagem de uma comunidade, por suspeitarem que fossem informantes da polícia. Daí passam a viver como sem teto noutra cidade, o pai larga a família. As crianças passam a viver a margem da rodovia, Quando aparece um grupo de ciganos, que chamam a atenção das crianças do assentamento. Depois passa a se divertir com a passagem do trânsito. Uma delas é atropelada e morta. Uma criança apaixonada pelo veículo “ônibus”, sonha em ser motorista de um.
Gramática: Não entendi o glossário para vocábulos tão comuns. No mais sem problemas aparentes.
Tema/Enredo: É um conto sem enredo, ou melhor, com tantos que não se consegue visualizar um que seja. O autor não dar foco numa linha a seguir. É uma sucessão de ideias, mas que não se sustenta como argumento. É só um encadeamento de situações. Quem sabe tomando um dos temas propostos como foco, não consiga desenvolver um bom enredo?
Paulo, rindo aqui. Obrigado por ter investido seu tempo em analisar e criticar o meu conto. Tentarei ser mais enredado da próxima vez. Pena não ter visto um conto na minha história. Vou tentar desenvolver um enredo que fique claro. Gratidão, paz e bem, Fernando.
A história de um menino que sonha em ser motorista de ônibus. É expulso da favela junto com a família e vai morar perto da rodovia. O pai os abandona. Ele faz amigos. Um deles morre. A família vai morar no interior. Ele vira assistente de cobrador.
A história, no geral, é interessante, mas vejo que falta a questão do infantil por um motivo muito simples: é muito complexo para uma criança. A narrativa e os próprios diálogos são carregados por um vocabulário que não se encaixa no contexto. A única coisa que poderia caracterizar o conto como pertencente ao gênero seria ser narrado pela perspectiva da criança, mas essa mesma criança soa demasiadamente adulta.
Evandro, pelamor de Deus. O tema podia ser infantil, ou juvenil. Veja, por favor o regulamento. Puxa, ser avaliado assim, dói pacas. Vocë não teve o cuidado de verificar se podia haver também o juvenil. O glossário foi colocado para mostrar que o público alvo da história (jovens) não fazem parte do corpo de avaliadores do Entreconto. Na expectativa de ver a nota que me concedeu. Paz e bem, Fernando.
Resumo: O Ônibus, a Estrada e o Menino (Ozias Piloto)
Um conto bastante bem conduzido, de um garoto que é abandonado pelo pai, de uma mãe que tem que cuidar dos filhos morando em um agrupado, onde sua casa seria de papelão e futuramente o local seria uma favela. O garoto, por morar tão perto da rodovia se apaixona pelos ônibus por meio de uma brincadeira onde decoravam os tipos de carro, contavam, brincavam ele e os amigos. Um desses amigos morre tragicamente, e ele carrega parte da culpa. Ao fim o garoto se muda para roça onde passa a ser trocador e seu sonho de ser “piloto” de ônibus está cada vez mais próximo de se realizar.
Avaliação: (Para os contos da Série A-B não considerarei o título, as notas serão divididas por 5 para encontrarmos a média. Porém teremos uma ordem de peso para avaliação caso tenha empates… Categoria/ Enredo / Narrativa / Personagens /
Gramática.
Infanto Juvenil: de 1 a 5 – Infanto Juvenil Nota: 4 (É um bom Infanto)
Gramática – de 1 a 5 – Nota 4 (Apenas por questão de escolha de algumas palavras que destoam do linguajar daquele garoto que eu imagino ser o persona principal)
Narrativa – de 1 a 5 – Nota 4,0 (Muito boa, mas pela escolha de certas palavras prejudicou a estrutura da narrativa, quebrando a conexão do meu eu leitor com a voz do personagem )
Enredo – de 1 a 5 – Nota 4 (Um bom enredo, mas parece meio que uma pequena novela, onde a vida inteira do personagem se passa, também faço isso às vezes, mas um conto é um conto, o espaço de tempo poderia ser mais reduzido)
Personagens – de 1 a 5 – Nota 5 (Gostei muito, os personagens, mesmo sendo muitos, tem solidez até na escolha dos nomes. Parabéns, difícil acertar nisso!)
Total: 21,0 / 5 = 4,2
amigo, obrigado por ter investido seu tempo e cuidado na avaliação do meu conto. Bacana a maneira como você me criticou. Obrigado, abraços de gratidão, paz e bem, Fernando.
Em tom de memória, narrador conta em primeira pessoa sua trajetória desde criança até tornar-se cobrador de ônibus. Na narrativa, além de alternarem-se momentos de alegria e tristeza, o narrador fala de seu encantamento pela estrada próxima ao lugar onde vive e pelos ônibus que nela passam.
Uma história singela e despretensiosa sobre a infância de um menino pobre, suas dificuldades e anseios, como um final feliz e edificante.
Gostei muito do seu estilo de narrar. A história flui de forma agradável e envolvente, fazendo com que aos poucos nos afeiçoemos aos personagens de contornos bem realistas. Porque narra o espaço de tempo da infância até o começo da vida adulta do protagonista-narrador, entendo que se enquadra como uma narrativa infanto-juvenil.
O que compromete um pouco o texto é a falta de um elemento surpreendente, sobretudo nesse contexto de desafio literário. Mas é um texto correto que o oferece um agradável experiência de leitura.
Parabéns pelo trabalho! Desejo sucesso no desafio e em tudo mais. Um abraço.
Elisa, obrigado pelo cuidado em ter dispendido seu precioso tempo em analisar o meu conto. Gostei da maneira como você conduziu a sua crítica. Meu abraço de gratidão, paz e bem, Fernando.
Resumo
Ozias morava com os pais e duas irmãs menores no morro, até que precisaram sair às pressas, expulsos pelos traficantes que acreditavam que o pai era um dedo-duro. A esposa deseja retornar ao interior para perto da família, mas o marido opta por morar em Vitória, tentando convencer esposa e filhos de que a cidade lhes traria sorte. Construíram um barraco próximo à rodoviária, mas o pai, que não encontrava emprego decidiu trabalhar em uma granja no interior, visitando a família uma vez por mês. Após três meses, ele não volta mais e a esposa vai ao seu encontro, descobrindo que ele já estava com outra mulher. Ozias e o irmão fazem amizade com outros garotos e compartilham a paixão por meios de transporte. Ozias é um apaixonado por ônibus e sonha em dirigir um. Quando a mãe decide matricular Ozias na escola, descobre que o menino não havia sido registrado. Sem certidão de nascimento e tendo o barraco como moradia, Ozias fica impossibilitado de frequentar a escola. Um dia, seu melhor amigo morre atropelado na estrada durante uma brincadeira que realizavam juntos. Quando o lugar onde tinham o barraco cresce e começa a atrair traficantes, os filhos se mudam para o interior com a mãe, onde Ozias é finalmente matriculado em uma escola. Apesar de longe da estrada, Ozias passa a acompanhar um caminhão verde que passava na sua cidade. Quando cresce, ele se torna cobrador no ônibus e acredita ser o primeiro passo para logo se tornar o motorista.
Comentário
Gostei da ideia do texto, do fato de falar da busca dos sonhos, de enfrentar as dificuldades, acham que são temas importantes em um conto infantil.
O que mais me incomodou no texto foi a falta de fluidez, de coesão entre os parágrafos. Os assuntos foram sendo intercalados de forma seca, sem uma conexão. Achei também que foram abordados muitos assuntos, mas nenhum deles foi tratado de forma aprofundada, como a morte do amigo, que acabou não tendo muita importância em todo o contexto. Outra coisa, que me incomodou é que Pascoal entrou no conto de forma abrupta, rompendo a fluidez, sem contar a estranheza dele ser o melhor amigo de Ozias e só ser apresentado tão tardiamente.
O uso do “enquanto” exige duas ações ocorrendo simultaneamente, e a separação das frases por ponto final deixou o trecho desconexo: Enquanto mamãe torcia para voltarmos ao interior, onde moravam os parentes. Papai, pensava o contrário: retornar (vírgula) para ele (vírgula) significava reconhecer o fracasso
Esta frase me incomoda porque dá a impressão de que a mãe torna o perigo de atropelamentos maior: “Mamãe aumentava os perigos de um atropelamento.”
Algumas palavras não parecem condizer com as características do personagem, cvomo por exemplo: “Então, você não tem receio deles?” e “serão boas também para outros sortilégios.”
Alguns problemas com vírgulas:
Na manhã seguinte faríamos a matrícula (vírgula) e foi então que se descobriu o problema.
Por último, mesmo que algum invasor tentasse isto (vírgula) não iria conseguir nada.
Quem não é dono, ou (não) paga aluguel, não possui o direito de morar.
fizesse frio, (tirar a vírgula) ou calor.
Na vizinhança dela (vírgula) todo dia era diferente
Naquela noite acontecia uma operação policial (vírgula) e o pessoal guerreiro encheu os transformadores de tiros. Tudo apagado, pois assim os soldados não encontravam (encontrariam) seus esconderijos.
Escutei o baque (vírgula) e meu amigo voou se estatelando no piso.
Mais que um sonho (vírgula) trago em mim a certeza de que daqui a
são capazes de lerem (ler) o futuro
Atentos (atento?) a tudo que vinha do lado de lá, quando escutei vozes e um choro de criança, me voltou, um pouco, o receio.
Contou-me que não havia jeito de entender a mistura das letras e que por isto a sua mãe o retirou (havia retirado) da escola.
Senti dificuldades (dificuldade) para dormir e sonhei que o dirigia.
Fernanda, obrigado por analisar e criticar o meu conto. Algumas vírgulas e críticas eu sinto que não cabem. Mas quero evitar ficar me explicando, como caí feio poderá parecer choro de gente perdedora (e o sou). Desejo a você todo bem. Seja muito feliz com a Literatura e na vida. Paz e bem, Fernando.
Sinopse: Com um esforço memorialista ou um quê autobiográfico, o conto se desenrola com um fantástico resgate de experiências narrados em primeira pessoa. O jovem nascido na favela, expulso de sua casa com a família pelo tráfego vive as experiências da infância sentindo as ausências e as preenchendo com esperança.
Comentário: gostei do conto, intercala momentos muito vivos da infância sofrida do Brasil e a tragédia familiar que se abate. O que eu não entendi mesmo foi o glossário pra explicar palavras de uso corrente e que podem ser facilmente lidas em qualquer dicionário, até mesmo online. Foi uma massa pouco útil de texto, que poderia muito bem ser usada para enriquecer a narração ou colocar os travessões de falas nos diálogos, mesmo sendo narrado em primeiro pessoa, a diagramação do texto, os arranjos visuais dele ajudam a compreender melhor a narrativa.
A Árvore que Divide o Mundo – NOTA: 1,0
Amarga Travessia – NOTA: 5,0
Aquilo – NOTA: 4,5
Capitão Ventania – NOTA: 4,0
Demasiado Humano – NOTA: 4,5
Lobo Mau, A Garota da Capa Vermelha e os 3 Malvados – NOTA: 1,9
Magnum Opus – NOTA: 4,0
O Fim de Miss Bathory – NOTA: 5,0
O Jardim da Infância – NOTA: 5,0
O Ônibus, a Estrada e o Menino – NOTA: 3,5
O Parque – NOTA: 1,0
Penumbra – NOTA: 1,5
Prisão de Carne – NOTA: 3,5
Rato Rei – NOTA: 3,0
Seus olhos – NOTA: 4,0
Troca-troca Estelar – NOTA: 5,0
Variante Amarela – NOTA: 1,0
Vim, Vi e Perdi – NOTA: 1,0
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Melhor técnica: Aquilo
Conto mais criativo: Amarga Travessia
Conto mais impactante: O Jardim da Infância
Melhor conto: Troca-Troca Estelar
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George, obrigado por ter dispendido tempo e energia na análise e crítica do meu conto. Sobre o glossário, queria te dizer que ele foi colocado para demonstrar que o conto é juvenil e sendo assim, os participantes do Entreconto não fazem parte do público alvo dele. Lembro que na série Para Gostar de Ler para juvenis, sempre havia o glossário. Paz e bem, gratidão. Fernando.
RESUMO:
O conto narra a epopeia de Ozias, desde sua saída do morro, expulso pelo pessoal do tráfico, somente com as roupas do corpo, a chegada Vitória, o novo endereço debaixo do viaduto, o pai que desaparece para formar uma nova família, a paixão pelos carros em especial os grandes ônibus, a recusa da escola em abrigá-lo, os misteriosos ciganos, a morte “besta” do amigo Pascoal, o retorno as origens da mãe no interior e finalmente a realização de um sonho: correr o mundo dentro de um ônibus, na função de “trocador”, certo que daqui a uns anos será o piloto. Então, estará n comando de um ônibus bem bonito e, da cabine, acenará e buzinará para as crianças na beira da estrada. Mudança de perspectiva.
CONSIDERAÇÕES
É um texto amargo. Uma história que se repete em muitas cidades desse país imenso que é o Brasil. Esse país de contraste, tão rico quanto injusto na divisão de suas riquezas. Um país que fabrica miseráveis aos montes, marginais iguais ao Ozias que habitam as margens da estrada por onde passam os carrões. Um país em que um conto infanto-juvenil, não traz magia, uma vida heroica, a vitória dos oprimidos sobre o vilão… Traz a história miserável de Ozias. Triste.
Obrigado, companheiro, pela sua análise e crítica do meu conto. Valeu. Fico aqui na expectativa de conhecer qual tenha sido a nota que fui merecedor. Paz e bem. Gratidão, Fernando.
Trama apresenta o cotidiano de uma família pobre: mudanças de cidade, barracos, pai que sai para trabalhar e acaba formando outra família, criança sem certidão de nascimento e escola. O menino-narrador gosta de morar perto da estrada e admirar tudo o que acontece por ali. Com o tempo, a situação melhora, o garoto vai para a escola e consegue serviço como cobrador de ônibus e alimenta o sonho de se tornar motorista.
Gostei da ideia do conto, mas encontrei diversos problemas. Primeiro, o ritmo excessivamente lento tira prazer à leitura. Existem repetições, a tensão poderia ser trabalhada de uma forma mais eficiente. Faltou um clímax.
A narrativa, ainda assim, é fluida e possui alguns detalhes interessantes e outros clichês, mas que funcionam para colocar o leitor dentro do universo construído. O ponto de vista, de um menino pequeno e sem nenhuma escolaridade, ao meu ver, ficou meio incoerente, pois ao lado de construções frasais coloquiais, há outras mais apuradas (criança, me voltou; vê-lo, o denunciando à mãe, por exemplo) e um vocabulário rico, a ponto do(a) autor(a) montar uma lista de sinonímia ao final.
Resumindo: conto bom, identificável, reflexivo, porém sem novidades.
Parabéns trabalho e boa sorte. Um abraço!
olá, companheira. Confesso que tive dificuldades em entender o seu comentário, mas creia-me, trata-se de problema meu. Sobre o glossário, ele aconteceu simplesmente para pontuar que se trata de um conto juvenil. Pena que não tenha conhecido uma série que meus filhos leram muito chamada Para Gostar de Ler. Nela toda história tinha o seu glossário e foi de lá que tirei a ideia. Quis, com isto, reforçar a ideia de que os críticos e analistas não tomavam parte no público preferencial para o conto. Meu agradecimento. Gratidão e paz e bem, Fernando.
RESUMO:
Família é expulsa do morro porque o pai é acusado de ser X-9. Vão para Vitória e acabam morando em barraco de papelão ao lado da rodoviária, mas em situação bem precária. O pai diz que vai tentar a vida em outro lugar, mas não volta. Arruma outra mulher e esquece da família. O menino/narrador, Ozias, passa a se interessar pelo movimento das estradas e é fascinado pelos ônibus. Arruma três amigos: os irmãos Pascoal e Pitágoras, e Jorginho Preto. Numa brincadeira atrás de um boné, Pascoal, o melhor amigo de Ozias, acaba sendo atropelado e morre. A família se muda para a roça, onde Ozias consegue trabalho como cobrador de ônibus e vive para realizar o seu sonho: ser o piloto/motorista.
AVALIAÇÃO:
O conto está muito bem escrito e possui carga emotiva. No entanto, fiquei sem saber como classificá-lo. Será terror? Bem, a situação vivida era aterrorizante como a de muitos brasileiros. Será infantil? Mais provável, uma história infanto-juvenil que revela a batalha de um drama versus um sonho .
Não encontrei falhas de revisão.
O ritmo da narrativa é bom, às vezes dá uma desacelerada (o que chamo de ralentada). Esperava mais da turma de ciganos, que apareceu e de repente se foi.
A trama prende a atenção e comove em alguns momentos. O final fecha com a promessa da realização de um sonho.
Boa sorte no desafio!
Obrigado por ter dispendido tempo e energia em analisar e criticar a minha história. Conto-lhe que tentei fazer uma narrativa juvenil. Jamais aterrorizante. Pena que não fui claro. No final, o glossário quis ser um ponto a demonstrar que se tratava de um conto para público distinto dos que criticam os contos aqui. A ideia disto me surgiu na série para gostar de ler que conheci quando meus filhos adolesciam. Meu abraço de gratidão, paz e bem, Fernando.
Mas caso não tenha ficado claro, eu gostei do seu conto! Abraço.
Bom conto sobre os sonhos de um menino.
Gostei
Parabéns
que bom que tenha gostado, me deixou feliz. abraços de paz, gratidão.
Ozias Piloto, paz e bem.
O conto fala da vida de uma família sem estrutura que foi expulsa pelo tráfico da cidade Maravilhosa e que foi tentar recomeçar a vida em Vitória.
Logo que se estabeleceram num barraco improvisado a beira de uma rodovia, o pai partiu em busca de um novo emprego, mas não retornou mais para casa, abandonando a família.
O homem além de deixar a família a margem da pobreza, ainda constituiu outra. Foi uma passagem triste na vida do menino, que se aventurava atravessar a pista perigosa de um lado para o outro.
Era o que as crianças amavam fazer, atravessar e adivinhar nome de automóveis. Sendo assim, cada um apreendeu a amar um tipo de veículo, nosso mini-herói amava ônibus. Tentou matricular-se na escola, mas não tinha registro de nascença. E infelizmente não houve matricula. Com o passar dos dias montaram um acampamento de ciganos a margem da rodovia, e Pitágoras ficou curioso para conhecer os novos vizinhos, mas infelizmente eles partiram antes. E no dia da ida no acampamento houve um trágico acidente com um amigo. Depois de um ano Pitágoras passou a estudar, a pequena comunidade cresceu e virou favela, que foi tomada por traficantes. A mãe de Pitágoras resolveu vender o barraco e criar as filhas perto dos parentes. Na roça, vendiam doces para se manterem. Por fim Pitágoras pegou amizade com um motorista e se tornou cobrador. Seu sonho era se tornar motorista.
Seu conto é leve e nos mostra como é dura a vida de gente humilde em cidade grande. Traz uma mensagem de amor e perseverança. Não encontrei erros de gramática, achei bem estruturado e gostoso de ler.
Boa sorte.