O pequeno Marcos estava ansioso pelo nascimento da sua irmãzinha Nara. Seria bom ter alguém para brincar além do seu gatinho. Pensava em como os dois formariam uma dupla de grandes aventureiros. Sabia que sua irmã devia está chegando logo, pois a barriga da sua mãe já estava bem grande.
O menino tinha seis anos ainda e não entendia bem de onde os bebês vinham. Ele pensava que o princípio era semelhante ao que ocorria no parque de diversões. No local tinha uma barraquinha em que acertar qual bexiga iria estourar primeiro dava direito a ganhar um bichinho de pelúcia de brinde. Achava que pela barriga da mãe parecer cheia como um balão e como em algum momento do próximo mês ela chegaria em casa com o bebê que ganhou achou que as duas coisas deviam ter suas semelhanças, mesmo que não soubesse quais. Mas ele não pensava muito nisso, preferia passar o tempo pensando nas aventuras que teria com a pequena Nara.
Seus pais escolheram um belo papel de parede para o quarto do bebê, mas Marcos achou que sua irmã gostaria de ver desenhos feitos por suas mãos. Achava que isso o faria saber o quanto era esperada por ele. O seu gatinho Sr. Miau fez alguns arranhões no papel de parede para que a sua marcar fosse registrada também.
Sua mãe ao ver a arte que tinham feito olhou com uma cara levemente irritada, porém depois sorriu um de seus sorrisos mais doces. Ela acariciou sua barriga e naquele momento ele soube que a mente dela formava as mesmas imagens que a dele. Ela devia imaginar com freqüência os dois filhos brincando. Naquele quarto era quase como se sua irmã já estivesse presente.
O grande dia chegou e enquanto sua mãe estava no lugar em que as mulheres ganhavam bebês o pequeno ficou na casa da vizinha brincando com sua amiga Nicole.
-Quer ouvir uma coisa legal?- perguntou Nicole enquanto eles brincavam no jardim da casa. Estavam construindo um pequeno forte de areia e folhas. Bonecos que representavam heróis estavam espalhados pelo gramado assim como restos de papéis de doces que recolheriam depois segundo o que prometeram para os pais da garota.
-Quero. – perguntou curioso enquanto organizava duas fileiras de bonecos. Seus olhos brilhavam de expectativa, mas a maior parte da sua mente estava ocupada pensando em Nara que logo estaria em casa.
A menina entrou em casa e quando voltou tinha na mão um pote de vidro. Marcos o encarou com atenção, porém não importava o ângulo que olhasse o objeto ainda parecia está vazio. Nicole agia de uma forma diferente, era como se ela carregasse algo muito precioso dentro daquele pequeno pote.
-O que é que tem de legal nesse pote vazio? Não consigo ver nada. – perguntou meio irritado, pois se sentiu meio enganado pela menina.
-O que tem aqui não é para ser visto, mas ouvido. –disse e estendeu o objeto para ele. O garoto levou o pote com cuidado até o ouvido. O movimento o fez se lembrar de quando ele foi a primeira vez até a praia e encontrou algumas conchas na areia. Sua mãe tinha lhe dito que se ele aproximasse a conchinha do ouvido poderia escutar o barulho das ondas do mar.
Com a concha ele realmente havia ouvido alguma coisa, mas com o pote não escutou som nenhum. Trocou de ouvido, porém o resultado foi parecido. Ficou ainda mais irritado achando que tinha sido enganado duas vezes.
-Não, você está fazendo errado. Você tem que ouvir com o olho.-disse Nicole tirando o pote de vidro da sua mão. Ela colocou o objeto na direção do seu olho enquanto falava- Assim. Tente de novo.
Marcos pegou o objeto meio sem acreditar, mas de alguma forma aquilo distraia um pouco a sua mente. No começo não conseguia ver e muito menos ouvir alguma coisa, porém depois de um tempo as coisas começaram a mudar. Era como se o seu olho estivesse captando algum tipo de som baixo que a medida que os segundos iam passando chegavam até os seus ouvidos também. O menino achou aquilo muito incrível. Queria levar aquele pote para mostrar para a sua irmã.
-Qual é o segredo?
-É uma longa história. –disse a menina animada e rapidamente pegando o objeto por qual ela tinha um grande apreço. –Não sei como contar.
Um silêncio se instalou entre eles, mas depois de um tempo a garotinha voltou a falar:
-Você nunca ouviu falar do reino em que as cores são ouvidas com os olhos e os sons são vistos com os ouvidos?
-Não. –disse ainda mais curioso. Muitas imagens se formaram na sua mente, porém mesmo com a sua imaginação tinha um pouco de dificuldades para imaginar um som enxergado pelos ouvidos.
-O que tem dentro desse pote é só uma amostra do que tem lá.
-Onde fica esse tal reino? Quero ver.
A menina ficou em silêncio por alguns minutos. Era como se decidisse se ele era digno ou não de conhecer o lugar.
-Vamos, Nicky. Quero muito ver.
-Tudo bem, mas terá que prometer não tocar em nada.
Marcos prometeu apesar de não ter entendido a exigência. Os dois seguiram em silencio até o quintal, em direção a um canteiro de flores que ficava perto dos balanços. A menina tinha um quintal muito amplo com vários tipos de plantas, porém de alguma forma era como se aquelas flores rosa tivessem algo de diferente das outras.
-Eles estão aí.- disse a menina afastando as flores delicadamente a apontando para o solo e para as pétalas das flores que tinham caído.
Apurou a visão e foi como se procurasse formigas. Quando a menina falou reino ele imaginou um lugar luxuoso e repleto de roupas deslumbrantes, como nos filmes e contos que lia. Mas o que viu foram pequenos seres meio diferentes.
Alguns tinham o tamanho do giz de cera que ele levava para a pré-escola enquanto outros eram um pouco maiores. Era possível notar que os maiores tinham pequenas asas aparentemente da textura das pétalas. Mas o que realmente chamou a sua atenção foi o fato de que alguns daqueles pequenos seres tinham pequenas flores no lugar dos olhos e outros no lugar dos ouvidos. Ele ficou sem palavras diante daquilo.
-Alguns nascem sem enxergar e outros sem ouvir.- disse Nicole explicando com voz calma- Mas como pode ver eles se entendem perfeitamente bem.
Marcos tinha percebido isso mesmo. Era como se os que não enxergassem ajudassem os que não ouvissem, apesar de não ter entendido como.
-Como?- perguntou sentindo que a menina sabia mais do que ele, principalmente porque aqueles pequenos seres viviam no quintal dela.
-Os que conseguem falar, mas não conseguem ver, escutam e enxergam as cores com os ouvidos. E de tempos em tempos eles cantam uma canção especial para que os que não conseguem ouvir possam escutar com os olhos.- disse ela apontando para os que tinham as delicadas flores nos olhos- Foi esse som que prendi no pote de vidro para ouvir quando quisesse.
Enquanto a menina falava de forma entusiasmada Marcos estendeu sua mão para pegar uma daquelas criaturas. Pensou que melhor do que mostrar o pote com o som seria mostrar um daqueles seres. Seria um bom presente para a sua irmã. Nicole lhe deu um leve tapa na mão antes que ele completasse o que planejava.
-Você prometeu que não ia tocar em nada!
Ele realmente havia prometido, mas achava que valia a pena ignorar o que prometeu. Eram tantos, não custava pegar somente um.
-Não é para mim, é para minha irmã. Você tem tantos!
-Você não entende! Eles moram aí. Você prometeu!
Com toda aquela gritaria os pequenos seres se esconderam dentro das flores ou em outros lugares, pois quando ele olhou novamente eles tinham sumido.
-Viu o que foi que você fez?
Marcos ia se desculpar, mas antes que fizesse isso a mãe de Nicole avisou sorridente que seu pai havia chegado. Ele iria lhe levar para conhecer a sua irmãzinha.
Quando estava no carro Marcos acenou para Nicole com um sorriso. A menina segurava o pote de vidro e deu somente um meio sorriso. Parecia meio zangada. O menino não ligou muito para isso devido a expectativa para ver Nara.
Assim que chegaram o menino entrou quase correndo no quarto em que a mãe e a irmã estavam.
-Diga “olá”para a pequena Nara.- disse sua mãe sorrindo e aproximando uma pequena bebê embrulhada em uma manta verde claro com detalhes rosa.
Marcos sorriu com os olhos e com os lábios e sentiu que de alguma forma a irmã sorriu de volta.
Os dias após o nascimento da irmã se seguiram normais e logo se tornaram meses. Devido ao fato de querer ficar todo o tempo com a sua irmã e a volta as aulas não tinha tanto tempo de brincar com Nicole. Até porque de alguma forma era como se aquelas criaturas tivessem sumido depois daquele episódio. A única coisa que via todas as vezes em foi até aquele quintal foram as flores. Nicole lhe olhava em silêncio como se esperasse isso.
-Você não merece ver eles.- disse a menina certa vez. Isso o fez pensar que talvez fosse somente dele que eles se escondessem.
Com o passar do tempo e as constantes decepções em enxergar os pequenos seres a curiosidade pelo local e por elas começou a ser substituída por outras coisas, principalmente preocupações com a irmã.
O garoto apesar de ainda ser novo sabia que havia alguma coisa de errado com a querida irmãzinha. A menina era a bebê mais quieta que ele havia visto. Conseguia dormir mesmo com barulhos altos. Achava isso meio estranho, pois o seu primo que nasceu quase na mesma época que ela acordava com o menor ruído. Ela quase não chorava de noite. Na verdade ela quase não chorava em nenhum momento do dia.
Mas ele teve certeza que tinha algo realmente de errado quando a menina ficou maiorzinha e mesmo que eles a chamassem ela parecia não ouvir. Isso o deixava triste, mas ele fazia o melhor para chamar a atenção da irmã.
Quando ela tinha quase dois anos e ainda não atendia pelo seu nome os pais a levaram no médico. No momento em que regressaram disseram que precisavam conversar com ele. Seus pais se sentaram no sofá perto dele. Nara estava no colo de seu pai.
-Sua irmã é diferente.- disse sua mãe- Ela não escuta como nós.
-Ela é surda, Marcos.-completou o seu pai.
O garoto não soube o que dizer naquele momento. A imagem daquelas criaturas com flores no lugar dos ouvidos que tinha visto voltou a sua mente. Teve uma ideia.
Marcos pediu para Nicole a chance de ver aqueles seres somente mais uma vez. Não por ele, mas por Nara. Nicole concordou, mas o fez prometer que dessa vez não tentaria as incomodar.
No caminho para o quintal de Nicole sua irmã continuava silenciosa como sempre, mas ele a entendia melhor do que qualquer pessoa. Por isso sentia que ela estava igualmente ansiosa pelo que encontraria. Seus olhos se sentiram atraídos pelo rosa das flores logo que a viram.
Sua mãe conversava com a mãe da Nicole enquanto tomavam chá em uma mesa perto dali. Sempre observando as crianças. Mas mesmo com seus olhares observadores Marcos achava que elas não poderiam ver as pequenas criaturas. Nos primeiros momentos nem ele viu, mas bastou Nicole falar algumas palavras que ele não entendeu direito para que os seres surgissem de forma tímida. Os que tinham as pequenas asas de pétalas foram os últimos a surgir.
-Eles vão cantar uma canção especialmente para a Nara.- disse Nicole fazendo um sinal para que ele tapasse os ouvidos.
Marcos e Nicole taparam os ouvidos e deixaram os olhos bem abertos. Sentiram quando a música começou, mas a reação principal veio da sua irmã. Nara olhou de um lado para o outro visivelmente surpresa. Aquela era a primeira coisa que ela ouvia e depois de um tempo começou a bateu palminhas no ritmo daquela canção. Em seus olhos Marcos conseguiu ler um doce agradecimento.
RESUMO: Marcos, aguardando o nascimento de sua irmã, é apresentado por meio de Nicole(sua vizinha) para alguns seres que seriam capazes de produzir sons audíveis apenas através da visão.
O encanto pelos seres minúsculos e bizarros torna-se ainda maior quando, após o nascimento da irmã, é descoberta sua deficiência auditiva e apenas através desta constatação Marcos percebe que sua irmanzinha poderia “ver” o som da música.
CONSIDERAÇÕES: Bem escrito, com falas e diálogos bem coloquiais. A troca da função dos olhos para o sentido da audição torna o texto bem curioso. Achei que tem um tom infantil.
Resumo: garota apresenta a um amigo uma espécie de reino mágico onde pequenos seres que habitam flores desenvolvem sinestesia, que aprendem a perceber os sentidos com órgãos diferentes dos usuais. A irmã desse amigo, Nara, nasceu surda, mas uma visita a esses seres mágicos lhe devolve a audição.
Impressões: é um conto bem escrito, que foca o lado infanto juvenil, talvez mais para o infantil mesmo, dada a linearidade e a simplicidade da narrativa. Não é algo de encher os olhos, mas não dá para negar que a pessoa que escreveu sabia exatamente aonde queria chegar. O que me incomodou foram os diálogos pouco convincentes entre as crianças, beirando o teatral, assim como o telegrafismo da narrativa, pois ainda pela metade já dava para saber como tudo iria terminar. Creio, enfim, que faltou um tantinho de coragem para ir além do trivial, para surpreender o leitor. Como disse, a história é plana, competente, mas sem algo que chamasse decididamente a atenção. Queria ter gostado mais, pois normalmente histórias envolvendo crianças chamam a minha atenção, mas aqui tudo soou por demais artificial. De todo modo, vejo bastante potencial no(a) autor(a). Espero ver outros trabalhos seus por aqui. Parabéns e boa sorte no desafio.
Resumo da história: Marcos está ansioso com o nascimento de Nara, a irmãzinha mais nova. No dia do parto, ele passa o tempo brincando com Nicole, a vizinha, e ela lhe mostra um pote mágico. Nele, podemos ouvir com os olhos e ver com os ouvidos. Ele a pede para conhecer o reino daquela magia, mas os seres das flores ficam assustados quando o menino tenta encostá-los. Com isso, no decorrer do tempo Nara se mostra uma menina diferente e calma, surda. Quando descobre que ela é surda, Marcos a leva para conhecer o quintal de Nicole e a canção a ela.
Comentários da história: uma das melhores histórias que li nesse desafio. Apesar de ser simples, ter uma narrativa tradicional e progressão, está concisa. Nos causa um sentimento de ternura ao saber de Nara, dos seres mágicos. Escutar com os olhos e ver com os ouvidos? Sensacional. Confunde bastante, mas é uma história legal. Com toda a simplicidade de uma boa história.
Comentários da narrativa: gostei da narrativa, bem simples e sucinta. Muito bom.
Comentários da gramática: uma pequena revisão é necessária para arrumar pequenas palavras e conectivos que faltaram. Nada demais.
Menino de seis anos aguarda com ansiedade o nascimento da irmã. No dia do nascimento da menina, os pais o deixam na casa de uma vizinha. Lá, a menina Nicole lhe apresenta um pote de vidro onde ele pode ver e ouvir coisas mágicas e lhe conta sobre um reino onde as cores são ouvidas com os olhos e os sons são vistos com os ouvidos. Nicole o leva até esse reino, que fica escondido sob as flores no fundo do quintal da sua casa, onde habitam seres fantásticos que tem a propriedade mágica que ela havia dito. O menino tenta capturar um dos seres para dar de presente à irmã, mas Nicole o repreende. Com a novidade do nascimento da irmã, o menino e Nicole param de se ver. Quando o menino descobre que a irmã não escuta, pede que Nicole os leve, ele e a irmã, ao encontro dos seres mágicos e a menina consegue escutar pela primeira vez a canção que eles cantam.
Aqui temos um conto de fantasia cujos personagens principais são crianças bem jovens. O elemento principal do enredo é a conexão entre o pequeno Marcos e sua irmãzinha Nara. O elo entre as crianças surge em diversos pontos da narrativa e a comunicação entre elas transcende a fala e a audição. Marcos se ressente da solidão silenciosa de sua irmã e com a ajuda de Nicole permite que ela desfrute o prazer de ouvir música.
É um conto doce e delicado, bem escrito e narrado de forma envolvente. A temática e os personagens, entretanto, o aproximam mais da literatura destinada ao público infantil. De qualquer forma, foi uma leitura muita agradável.
Parabéns pela participação! Um abraço.
Resumo
Enquanto o menino Marcos aguarda o nascimento da irmãzinha, é apresentado pela vizinha Nicole a um reino fantástico, com pequenas criaturas que possuem flores ao invés de olhos e outras que as possuem ao invés de ouvidos. Essas criaturas vêem pelo ouvidos e ouvem pelos olhos, respectivamente. A irmã de Marcos nasce surda e recebe de presente das criaturinhas uma canção entoada especialmente para ela.
1. Aplicação do idioma
Nesse conto o autor demonstra vários e graves problemas de domínio do idioma escrito.
2. Técnica
Uma narrativa bastante simples, linear, sem uso de recursos técnicos notáveis, sem grandes enlevos (linear também no ritmo) porém objetiva, econômica, sem sem se fazer enfadonha.
3. Título
Bom título, ainda que pouco original.
4. Introdução
Terna e eficaz, ainda que simplória e sem originalidade.
5. Enredo
Extremamente criativo, ainda que de trama pobre.
6. Conflito
Pouca ênfase no conflito, mal uso de um tema cheio de potencial.
7. Ritmo
O autor não demonstra habilidade em criar suspense, apreensão, indignação, etc. A empatia incitada ao leitor se deve inteiramente ao tema.
8. Clímax
O autor não se mostrou hábil em enfatizar o clímax, dando a ele a mesma importância do restante da narrativa.
9. Personagens
Personagens infantis muito bem delineados.
10. Tempo
Mal marcado, mal explorado, ainda que presente.
11. Espaço
A narrativa enfatiza primordialmente os fatos, com pouquíssimas descrições, prejudicando a visualização dos cenários e personagens.
12. Valor agregado
Uma história de fantasia com contexto infantil, antes uma ótima história infantil que aborda o tema deficiência, particularmente a surdez. Um conto com grande potencial didático, provavelmente muito útil para professores de crianças.
13. Adequação ao Tema
Totalmente adequado, ainda que se adequasse mais ao gênero infantil.
Resumo
Marcos, um menino de 6 anos, estava ansioso pelo nascimento de sua irmãzinha Nara. Quando a mãe foi para a maternidade, Marcos ficou brincando com sua amiga Nicole, que exibiu a ele um vidro vazio, dizendo que ele precisaria ouvir com os olhos para ver o que havia ali. Disse que havia um reino onde se via com os ouvidos e se ouvia com os olhos. Ele pediu que ela mostrasse tal reino a ele e ela o levou a um canto do jardim, onde ele pôde ver seres com flores no lugar dos olhos ou dos ouvidos. Alguns nasciam sem enxergar e, outros, sem ouvir. Os que falavam cantavam canções para que os que não ouviam pudessem ouvir com os olhos. Esse era o som que a amiga havia aprisionado no pote. Marcos pensou em pegar um dos seres para dar de presente à sua irmã, mas Nicole o proibiu de tirar qualquer ser de seu habitat. Marcos assustou os seres e nunca mais os viu. Com dois anos, Nara é diagnosticada surda. Marcos pediu a Nicole que deixasse a irmã ver os seres do reino. Nicole pediu que eles cantassem uma canção especialmente para Nara. E Nara a ouviu.
Comentários
Gostei da mensagem passada pela trama.
Trecho um pouco confuso: “Achava que (vírgula) pela barriga da mãe parecer cheia como um balão e como (porque) em algum momento do próximo mês ela chegaria em casa com o bebê que ganhou (houvesse ganhado) (vírgula) achou que as duas coisas deviam (deveriam) ter suas semelhanças, mesmo que não soubesse quais.
O maior problema gramatical foi a falta de vírgulas em inúmeros trechos. Vou exemplificar com apenas alguns deles:
Sua mãe (vírgula) ao ver a arte que tinham feito (vírgula) olhou com uma cara levemente irritada, porém (vírgula) depois (vírgula) sorriu um de seus sorrisos mais doces. Ela acariciou sua barriga e (vírgula) naquele momento (vírgula) ele soube que a mente dela formava as mesmas imagens que a dele.
O grande dia chegou e (vírgula) enquanto sua mãe estava no lugar em que as mulheres ganhavam bebês (vírgula) o pequeno ficou na casa da vizinha…
Bonecos que representavam heróis estavam espalhados pelo gramado (vírgula) assim como restos de papéis de doces que recolheriam depois (vírgula) segundo o que prometeram (haviam prometido) para os pais da garota.
Marcos o (a) encarou com atenção, porém (vírgula) não importava o ângulo que olhasse (vírgula) o objeto ainda parecia está (estar) vazio.
Era como se o seu olho estivesse captando algum tipo de som baixo que (vírgula) a (à) medida que os segundos iam passando (vírgula) chegavam até os seus ouvidos também.
-É uma longa história. –disse a menina (vírgula) animada (vírgula) e (vírgula) rapidamente (vírgula) pegando o objeto por (pelo) qual ela tinha um grande apreço.
porém (vírgula) de alguma forma (vírgula) era como se aquelas flores rosa (rosas) tivessem algo de diferente das outras.
seres tinham pequenas flores no lugar dos olhos e (vírgula) outros (vírgula) no lugar dos ouvidos.
pois (vírgula) quando ele olhou novamente (vírgula) eles tinham sumido.
O garoto (vírgula) apesar de ainda ser novo (vírgula) sabia que havia alguma coisa
Mas ele teve certeza (de) que tinha algo realmente de errado quando a menina ficou maiorzinha e (vírgula) mesmo que eles a chamassem (vírgula) ela parecia não ouvir.
Sinopse: Marcos é um menino que não vê a hora da irmãzinha nascer. Enquanto espera, ele passa o tempo brincando com sua colega Nicole, que faz uma revelação surpreendente: pequenos seres fabulosos vivem no jardim do seu quintal. É com eles que Marcos vai perceber que é possível escutar com os olhos.
Sinopse: Marcos é um menino que não vê a hora da irmãzinha nascer. Enquanto espera, ele passa o tempo brincando com sua colega Nicole, que faz uma revelação surpreendente: pequenos seres fabulosos vivem no jardim do seu quintal. É com eles que Marcos vai perceber que é possível escutar com os olhos.
Comentário: É uma fábula infantil genuína, com uma mensagem emocionante e inclusão de pessoas com necessidades especiais. Recomendo um estudo do uso de vírgulas.
Lista de contos Felipe Takashi
1º – A Dama Rubra
2º- O Dia Em Que Acordei Morto
3º – Betiron, um Reino
4º- Os Dois Lados da Penteadeira
5º- Dezembro
6º – Sensitu
7º- Uma Canção Para Nara
8º – O Animalismo
9º- Lúcia no Mundo das Coisas
10º- Passageiro 3J
11º- Apenas Um Dia Comum
Marcos é uma criança, e sua mãe dará a luz a uma irmanzinha. Porém, ela nasce surda. Então Marcos a leva para o quintal de sua amiga Nicole, onde vivem criaturinhas que enxergam com os ouvidos e ouvem com os olhos. Lá, esses pequenos seres cantam uma canção para a irmanzinha surda de Marcos, que até bate palminhas por ser a primeira coisa a ouvir desde que nasceu.
Conto sensível. Achei só um errinho de digitação no fim: “começou a bateu palminhas”, acredito que seria “bater”. No mais, tudo certinho. Esse tipo de conto não enseja um final surpreendente, mas algo sutil, como foi feito. Só não sei se é sutileza suficiente para ficar entre os 5. Mas na minha lista, por enquanto, estará sim.
Parabéns.
RESUMO: Marcos está ansioso pelo nascimento de sua irmã que nasce com deficiência auditiva, então, com a ajuda de seres que vivem no jardim de Nicky, ele pode fazer com que sua irmão ouça pela primeira vez.
CONSIDERAÇÕES: É um conto muito bonito, delicado, que trata de um problema sério de maneira sutil e lúdica. Indico muito para o público infanto-juvenil. Parabéns!
O pequeno Marcos ia ter uma irmã. Sua amiga vizinha falava do reino em que as cores são ouvidas com os olhos e os sons são vistos com os ouvidos. Tinha pequenos seres a viver no quintal dela. A irmã recém-nascida era surda. Quando foi ao quintal da vizinha ver os pequenos seres ela ouviu a canção deles. Ficou agradecida por isso.
Muita imaginação e com lógica no enredo.
Olá Nick.
RESUMO: Um menino de 6 anos faz planos para brincar com irmãzinha que está para nascer. No dia do parto vai brincar na casa da vizinha e conhece um reino encantado no jardim. O tempo passa a família descobre que a menina nasceu surda. Certo dia quando a mãe, a vizinha e a menina surda estão no jardim encantando o menino pede ajuda a coleguinha para ver as criaturas. As criaturas cantam e a menina surda, ouve.
O QUE ACHEI
Uma boa história mal contada. A parte mais interessante que seria ouvir com os olhos e ver com os ouvidos não se desenvolveu. Houve um corte abrupto entre a mãe ir para o parto e o menino ir viver a aventura. O tempo para detectar a surdez é inverossímil. Existem testes que detectam no mesmo dia do nascimento. Ou a família identificaria isso na mesma semana, não levaria dois anos para ir ao médico.
FANTASIA ou COMÉDIA?
Fantasia.
Parabéns e boa sorte! 🙂
Menino vai ter uma irmã. No dia que ela ia nascer, foi na casa de uma menina que conhecia seres mágicos que se escutava com os olhos e se via com os ouvidos. A irmã do menino nasceu surda e foi levada até esses seres mágicos e ela pode ouvir a canção deles.
Escrita simples e de assimilação rápida. Existem alguns erros de português no texto, como “está” no lugar de “estar”, faltas de vírgulas e erros de digitação. O trama está bem fechada, os detalhes amarrados, mas não possui algo que me deixe surpreso, algo que seja inovador, exceto o fato de inverter a função de olhos e ouvidos, porém acredito que poderia ser melhor elaborada e desenvolvida a ideia. Gosto trama básica, vai nascer irmã, conhece seres mágicos, irmã surda, seres ajudam ela, mas o desenvolvimento não me instigou, não trouxe mistérios ou surpresas.
Uma Canção para Nara – fala sobre um menino que vive a expectativa da chegada da irmã, nessa espera ele é apresentado ao um pequeno mundo fantástico que existe no jardim de sua vizinha. No fim descobre-se que a irmã é surda.
Eu simplesmente adorei quando a Nicole diz que o garoto está ouvindo errado, que é preciso ouvir com os olhos, me lembrou minha própria afilhada (que se chama Nicole!!) num dia em que ela disse que tinha algo voando sobre a minha cabeça, quando fingi que peguei ela me respondeu: não estava aí, estava mais pra cima kkkk
Nesse ponto eu senti que as reações das crianças foram bem fiéis as de uma criança, a história em si é bem original e, como Marcos, me surpreendi com o reino não ser algo *grandioso* tal minha expectativa.
Acho que eu senti falta mesmo de um pouco mais da fantasia. Talvez conhecer um pouco mais sobre o mundo fantástico das criaturas e confesso que a imagem mental de alguém ter flores no lugar de olhos e/ou ouvidos me incomodou haha também não acho que os pais teriam demorado dois anos para perceber que a filha era surda, né? O final em si, a maneira como a história foi resolvida, pareceu para mim um pouquinho forçada, como se a justificativa pudesse ser melhor desenvolvida.
Está entre os meus quatro primeiros, obrigada por compartilhar!
Olá, Nicky, boa sorte no desafio. Eis minhas impressões sobre seu conto.
Resumo: Uma criança aguarda a chegada da irmãzinha que estar para nascer, enquanto ela não vem brinca com uma amiguinha que lhe mostra certo jardim, onde as flores e os bonecos escutam pelos olhos e ver com os ouvidos. A bebê nasce surda, mas aos dois anos, ao ver estas figuras fica encantada ao escutá-las pelos olhos.
Gramática: Uma escrita sem muitos percalços, exceto pequenos deslizes, como estes: (-Quero. – perguntou curioso), não seria respondeu? Aqui faltou um “que” e uma crase. (todas as (às) vezes em (que) foi até aquele) levaram no (ao) médico. (começou a bateu (a bater) palminhas). Mas nada que uma revisão atenta não resolva.
Tema/Enredo: Um conto fantasia? Um tanto singelo. É a ideia mais original deste grupo C 3, entretanto o enredo, no meu entender, foi mal resolvido. Sem uma fundamentação mais detalhada dos seres misteriosos, uma maior ênfase para o jardim, etc., que são o principal mote do conto. Em detrimento a explanações mais longas para as crianças. Acredito que se estes dois focos tivessem sido melhor desenvolvidos o conto ganharia outra dimensão.
Resumo: Marcos, 6 anos, espera o nascimento de sua irmã, Nara. No dia do parto ele fica na casa dos vizinhos brincando com sua amiguinha Nicole. Ela lhe apresenta uns pequenos seres,minúsculos, do tamanho de um giz de cera, que habitam o jardim da casa da menina, entre as flores. Marcos pensa em pegar um desses pequenos para presentear a irmã que está prestes a nascer e os assusta. Nicole fica muito brava com Marcos e depois disso, nunca mais os mostrou. Nasce a irmã e ela é linda, mas tem algo de errado com ela; é quieta demais, nunca chora. Dois anos depois vem o diagnóstico, a menina é surda. Daí, Marcos apela a Nicole que permita que ele veja novamente as criaturas mágicas, a menina concorda e evoca os pequenos seres que cantam uma canção para Nara, a primeira coisa que a menina pode ouvir e ela sorri agradecida.
Considerações: Ouwm! Fofa! Muito fofa! Desculpem, não tenho outras palavras! Estou lendo e escrevendo com meu coração.
Uma canção para Nara
O conto é sobre a vida de Marcos, que espera ansiosamente o nascimento de sua irmãzinha Nara. No dia em sua mãe vai para o hospital dar à luz, o menino fica na casa de vizinhos, brincando com Nicole, a filha do casal. Em determinado momento, a menina pergunta se Marcos quer ver algo e mostra-lhe um pote de vidro aparentemente vazio. O menino se frustra, a princípio, por não encontrar nada dentro do pote. Mas Nicole ensina-lhe a como ouvir os sons mágicos com os olhos e depois o mostra o reino encantado de onde ela os pegou. Dias após o nascimento da irmã, Marcos percebe que ela é diferente. Seus pais a levam ao médico e ela é diagnosticada como deficiente auditiva. Marcos então lembra-se do reino e das criaturas fantásticas, criando um plano para que pudesse fazer a irmãzinha ouvir algum som. Aquilo seria seu presente para ela. Nicole o ajuda e a ideia é levada a cabo, fazendo Nara, a bebê, se deliciar com a música criada por aqueles fantásticos seres.
Considerações:
Cumpre o quesito tema: é fantasia
O texto é fácil de ler, fluí muito bem. Tem começo, meio e fim bem estruturados. O cenário é cotidiano e simples e consegue prender a atenção. O português é bom.
Pontos negativos:
Problemas com vírgulas. Algumas orações ficaram ruins de se ler, com frases que deveriam estar separadas por uma vírgula.
Resumo: Quando a irmãzinha de Marcos, Nara, nasce, seus pais descobrem que ela é surda. Marcos então resolve que uma pequena comunidade de pequenos seres fantásticos, que vivem no quintal de Nicole, sua amiguinha, podem ajudar. No final, os pequenos seres cantam uma canção que Nara consegue ouvir e ela fica agradecida.
Sobre o conto: Achei a ideia do conto de um modo geral é muito boa, o mundinho fantástico no quintal de Nicole é bem charmoso e atraente, e a ponte que isto faz com Nara também. O problema é que foi mal executado. Faltou uma escrita mais atraente, para encantar mais. Talvez descrições mais sensitivas, por exemplo. Ou ter focado mais na relação de Nara e Marcos depois de ela já ter nascido (podia começar o conto com os dois brincando, por exemplo, e Marcos confuso com os retornos da irmã). Enfim, se você pegar o último paragrafo, por exemplo, que deveria ser o ápice (um momento mágico em que Nara finalmente escuta), ele não se parece nada com isso, e acaba passando batido.
RESUMO: Conta a história de Marcos, uma criança ansiosa pelo nascimento da irmã, que se chamará Nara. No dia que a irmãzinha nasceria o pequeno Marcos ficou na casa da vizinha brincando com sua amiga Nicole e acaba descobrindo com ela que em seu quintal havia seres que ouviam com os olhos e viam com o ouvido. Desses mesmos seres encantados ela guardou em um pote uma música que se escutava com a visão. Os meses se passam e Nara é diagnosticada com deficiência auditiva. Fica sempre introspectiva até o momento em que seu irmãozinho a leva para conhecer os seres mágicos que cantam para ela uma música que se escuta com os olhos.
CONSIDERAÇÕES: O conto em alguns momentos possui uma linguagem simplória, o que não deve ser confundido aqui com simples. O que poderia ser justificado como narrativa destinada a um público juvenil na verdade não passa de inabilidade do escritor. Apresenta um tipo de enredo em que “tudo dá errado para dar certo.” A irmã nasce surda, mas vejam só! O irmãozinho dela conhece seres, logo com a vizinha que coincidência, que produzem músicas que se ouvem com os olhos. Neste ponto acredito que não há muita originalidade semântica. Parece-me que se Nara nascesse com qualquer deficiência o seu problema seria atenuado. Se se nascesse cega Nicole apresentaria a Marcos seres mágicos que fariam a irmã “ver com os ouvidos”. Se nascesse muda fariam-na falar com os olhos. Se não tivesse pernas fariam-na andar sem sair do lugar etc, tudo serviria apenas como pano de fundo para justificar o fenômeno sinestésico.
RESUMO: garoto faz descoberta de seres que habitam o jardim de sua vizinha e podem enxergar o som e ouvir as imagens. O nascimento de sua irmã coincide com a descoberta. Após alguns meses, os pais descobrem que irmã nasceu com um problema de audição. O menino leva a irmã para conhecer os seres, que cantam uma canção que ela ouvir com os olhos.
CONSIDERAÇÕES: um dos temas mais criativos da série. Uma história bem criativa. A escrita carece de revisão, está repleta de erros de português, e algumas frases dificultam a interpretação por serem mal elaboradas. Ainda assim, gostei o suficiente para classificar o conto para a próxima fase, devido à criatividade da história.
O irmãozinho ansioso para chegada da bebe que estava na barriga da mãe, queria fazer surpresa para irmã fazendo uma pintura no quarto, até o gatinho ajudou riscando o papel de parede para ajudar na travessura.
O menino tinha uma amiguinha que o chamou para uma aventura, na qual mostrou-lhe um pote mágico.
O menino não acreditou que no pote havia som, fizeram uma aventura no mundo da magia. Com o passar dos dias a irmãzinha nasceu, era linda, e depois da bebe completar dois anos, foi diagnosticada com surdez.
O menino ficou arrasado e por intermédio de magia levou a irmãzinha para ouvir o que tinha no pote.
A história é emocionante e está bem concluída. A narrativa flui bem, tem alguns errinhos insignificantes que não tiraram a qualidade da narrativa.
Boa sorte!