Seres alados caminharam entre os homens, mas nenhuma trombeta soou naquele dia. Ouviu-se, em contrapartida, o silvo agourento de corujas.
***
O Opala desbotado a acomodava enquanto, perdida por lembranças igualmente desbotadas, observava o sereno da madrugada em seu capô. “No dia em que o combustível for de graça, é capaz de você tirar essa carroça enferrujada da garagem.”, o pai lhe disse certa vez. Sentia muita falta da rabugice do homem.
Lembrava-se das primeiras noites, as mais barulhentas, quando era possível notar vultos de pessoas sendo carregadas como camundongos nas garras de seres bestiais. As luzes das cidades apagaram-se gradualmente e, após poucas semanas, o mundo mergulhou na escuridão.
Um som metálico no beco próximo arrancou Samira de sua nostalgia. Quase como reflexo, buscou o revólver que guardava embaixo do banco do motorista. Desceu silenciosamente do carro, deixando a porta entreaberta. Aproximou-se do beco com cuidado, torcendo para que fosse um gato, um cachorro ou qualquer coisa que ela pudesse jantar – e não o contrário. “Bobagem!”, gritavam seus instintos. Não há mais animais domésticos.
No fundo do beco, a fonte do barulho refletia amassada os escassos raios de luz que conseguiam entrar ali. Samira não percebeu qualquer movimento próximo à lata de cerveja, o que era ao mesmo tempo perturbador e reconfortante. Teria sido o vento?
Cedendo a uma curiosidade impetuosa, deu dois passos para dentro do beco, apertando as vistas quase ao ponto de expeli-las das órbitas. Mesmo assim, nada. Naqueles tempos de terror, o vento era um brincalhão, pregando sustos em crianças justificadamente medrosas – mas não daquela vez.
Uma pancada na cabeça obscureceu os sentidos de Samira e encerrou sua longa madrugada solitária.
***
Ainda de olhos fechados, levou a mão direita à cintura, mas não encontrou o que procurava.
– Se é sobre a faca, guardei ela pra você, moça. O revólver também.
Samira abriu os olhos em espanto por ouvir uma voz humana. Surpresa maior a aguardava do lado de fora de suas pálpebras, entretanto.
– Ele… – as pregas vocais vibraram ásperas, a princípio – eletricidade?
– Pois é – o rapaz franzino parecia se divertir com a incredulidade dela -, temos algumas mordomias aqui embaixo.
Ao tentar endireitar o corpo, sentiu a cabeça pesada e achou melhor não forçar muito o movimento.
– Perdão pelo golpe, aliás – ele disse, percebendo a dor alheia –, foi pra evitar qualquer escândalo.
– Antes você do que eles – as palavras saíram naturalmente da boca dela.
A alusão às criaturas atuou na silhueta daquele rapaz como nenhuma pancada poderia fazer.
– Você… chegou a ver algum?
De repente, a voz do pai ecoou mais uma vez na consciência de Samira: “Não sai do porão por nada! Eu vou buscar sua mãe e volto, mas não sai daqui!”.
– Alguns.
***
A humanidade já foi conhecida por sua capacidade de adaptação. Como ratos, foram apanhados a céu aberto. Como ratos, buscaram refúgio no subsolo, nos porões, nas cavernas e em definitivamente qualquer buraco que parecesse minimamente seguro. Longe da visão sombria dos seres que ironicamente apelidaram de “anjos”, surgiram aos poucos pequenos aglomerados subterrâneos. Alguns, como Nova Babilônia, até contavam com alimentos cultivados e precários mecanismos para geração de energia.
– Sabe do que eu sinto mais falta, Samira? Bacon. Dava um rim por um x-infarto.
– X-infarto?
– É. Tinha esse lugar perto de casa que fazia um lanche com três carnes diferentes, uma bacia de maionese e bacon à vontade. A gente chamava de x-infarto. Até o dono da lanchonete gostou do nome.
Samira encontrou naquele novo modo de vida certo alento para as dores do passado. Não tinha nenhum luxo, às vezes odiava comer batatas com tanta frequência, mas era muito melhor do que qualquer coisa que tivesse encontrado em seus dias de nômade. Ainda por cima, acabou se afeiçoando a algumas pessoas ali.
– X-infarto… você é um babaca, Josias.
– Babaca?! O babaca aqui fez você sair daquela lata velha e te carregou por um quilômetro sem nem suar a camisa.
– É disso que eu falo, só um babaca pra se vangloriar de um sequestro.
– Eu já expliquei, não foi sequestro! Você estava armada, pensa o barulho que aquela merda ia fazer, na melhor das hipóteses!
Antes de Samira, Josias costumava fazer suas rondas na superfície sozinho, mas ela se mostrou uma companhia confiável e conhecia as proximidades muito melhor do que qualquer outro batedor. Compartilhavam temores e aflições nas suas idas e vindas. Às vezes, também compartilhavam o nascer do sol.
– Daqui a alguns anos, as crianças nem vão mais saber o que é um céu azul – ela pensou em voz alta.
– Nem o que é bacon.
Samira usou todas as forças que tinha para conter o riso, mas não conseguiu.
– Babaca.
***
– O velho Dida sabe como espantar eles, Samira!
– O velho Dida DIZ que sabe muita coisa, e esse velho tá caducando há tempos.
– Mas e se for verdade? Talvez… talvez a gente tenha alguma chance…
– Chance de virar comida de coruja, Josias.
Ele tentou tocar sua mão, mas ela a recolheu.
– Samira, o pessoal tem adoecido, e não é só de falta de sol, as pessoas estão perdendo a sanidade aqui embaixo. Não dá pra viver desse jeito pra sempre.
Pelo buraco que chamava de janela, ela via as galerias fracamente iluminadas. As pessoas se recostavam aqui e ali, crianças sujas desapareciam em corredores escuros e apareciam novamente saindo de outros, a vida seguia errante naquela cidade de toupeiras.
Ele a puxou para si em um movimento vagaroso, sem muita resistência dessa vez.
– Sabia que eu esbarrei em seu carro lá em cima outro dia. Tentei ligar, mas não funcionou.
– Ele só funciona comigo.
– Sei. Achei uma coisa lá que você talvez queira guardar – falou, enquanto tirava um embrulhinho retangular do bolso.
Samira removeu o papel pardo com cuidado, descobrindo a fita de rádio com sua caligrafia torta na etiqueta: “Clube da Esquina I”.
– A gente pode procurar um rádio na próxima ronda.
Ela apertou a testa contra o ombro de Josias. Ganhara a fita do pai em algum momento de sua adolescência. Era difícil encontrar as palavras naquela situação.
– Eu vi meu pai em dois pedaços. Nem sei qual foi o fim da minha mãe. Você é um babaca, mas é o que me sobrou.
Josias a abraçou mais forte, sentiu o ombro molhado de lágrimas e não a soltou até que elas cessassem. Por todo esse tempo, pensou no quão forte aquela garota conseguia ser diante de tanta desgraça. Era mesmo um tolo por cogitar deixá-la para trás.
***
– João disse… os anjos… ele disse… ah, as pragas… sete cabeças… dez chifres… João disse… – o velho murmurava agachado em um canto sujo quando os dois chegaram.
– Dida! Oi! Dida! Sou eu, Josias.
A feição do velho se iluminou, como se retirado abruptamente daquele transe.
– Meu amigo profeta…
– Como o senhor está?
– Caquético, mas vivo – o homem abriu os braços magros e olhou para si, como que para comprovar a veracidade de suas palavras.
– Bom saber – Josias esboçou um sorriso, enquanto Samira permanecia imutável a seu lado – Dida… o senhor me disse uma vez que sabia como espantar os anjos. Era verdade?
O velho fechou os olhos, como se algo lhe doesse em algum lugar inalcançável. Tal expressão se estendeu por longos instantes. Ali, em posição fetal, Samira mal podia diferenciá-lo de uma pilha de ossos.
– Dida? – Josias insistiu.
– Quem é que resolveu chamar aquelas coisas de anjos? Blasfêmia… blasfêmia estampada na testa.
– Não sei quem deu o nome, Dida, eu só quero afugentar aquelas coisas.
– Ah, meu amigo profeta… pobre de você. Que caminho feio você escolheu – Dida olhou de relance para a jovem Samira, depois de volta para Josias –, o que vai ser da moça muda se você não voltar?
– Eu vou com ele, velho caduco – Samira corou por ter xingado o homem, chegou a achar que tinha estragado tudo, mas ele soltou uma gargalhada rouca. Era possível ver suas costelas mexendo enquanto ria.
– Pelo menos você escolheu uma boa companheira, Josias. Até quando ela vai conseguir te acompanhar, eu não sei.
Samira esboçou outra má resposta, mas sentiu a mão Josias em seu ombro e isso lhe acalmou. Ambos sabiam que o velho Dida não falava por mal, também não podiam questionar o que ele dizia, afinal, quem é que sabe do futuro? Permaneceram em silêncio, então.
– O ninho, meu amigo, derruba o ninho e os pássaros perdem a morada.
A simplicidade das palavras não refletia em nada a dificuldade da ação. Ninguém sabia onde ficava o ninho dos anjos.
– Como é que a gente vai destruir um negócio que nem sabe onde está ou como é, Dida?
– Sete cabeças… dez chifres… João disse… os anjos…
***
– Você acha mesmo que consegue fazer aquele Opala funcionar?
Samira ainda não gostava da missão a que se propunham, mas não podia abandonar Josias ao relento de suas ideias.
– Se alguém consegue, sou eu.
– Bom. – Josias não deixava de perceber a tensão em cada milímetro da companheira, das unhas do pé às pontas da cabeleira negra.
– Tem certeza de que quer fazer isso?
– Já passamos pelo mais difícil, Samira. Descobrimos o ninho, conseguimos os explosivos… agora é só botar a mão na massa.
Ela mal reconhecia o rapaz franzino que um dia lhe apresentara a vida no subsolo. Josias tinha criado confiança no que fazia e coragem para fazê-lo – como ninguém mais nos túneis da Nova Babilônia.
– Posso te perguntar uma coisa?
– Claro.
– Por que o Dida te chama de profeta?
Josias, que futricava um caderninho puído cheio de anotações, parou por um momento e sorriu para o nada.
– Eu conheço o velho desde muito antes de toda a merda acontecer. A gente vivia nas ruas e ele era o único que sabia ler, aí eu ficava atormentando pra ele me ensinar.
– Ué, e aquela história de lanchonete perto de casa?
– Tinha uma lanchonete, sempre gostei do cheiro de bacon, mas o resto era só história pra te fazer rir.
– Mas…
– Enfim, eu lembro que ele me perguntou por que eu fazia tanta questão que ele me ensinasse.
– E aí? – Josias tinha a mania de enfiar suspense em tudo.
– Aí eu fiz a cara mais séria que consegui e disse: “Um dia, eu vou escrever algo muito importante e as pessoas vão lembrar de mim por causa disso”. Ele passou a me chamar de profeta nessa época.
***
O edifício Abaddon era um prédio de vinte e tantos andares bem no coração do que havia sido uma grande cidade. Suas sombras se estendiam por longas distâncias no início da manhã. Era impossível não sentir a atmosfera lúgubre que emanava dele. Samira estacionou próximo à entrada principal do edifício, mas não tirou as mãos do volante por alguns instantes.
– Chegamos.
– É, chegamos.
Josias foi o primeiro a descer do carro. Checou a trouxinha de pano que saía da entrada do tanque, ainda estava úmida. De dentro do porta-malas, tirou duas mochilas de lona e entregou uma delas a Samira.
– Quando você estiver pronta.
Ela passou as mãos uma última vez pelo painel do carro, checou o volume do rádio. “Adeus, velho de guerra.”, pensou. Josias observava aflito o topo do prédio. Contava os minutos para vê-lo ruir. Samira finalmente fez um sinal de positivo com a cabeça e Josias ateou fogo à ponta do pano. Por fim, a jovem apertou o botão “Play” do rádio.
***
A voz de Lô Borges ecoou alta na metrópole fantasma, falando coisas sobre um trem azul e um sol na cabeça. Quase instantaneamente, o edifício respondeu com o bater de centenas de asas. Vários anjos se aglomeraram ao redor do velho Opala, cravando suas garras na lataria, rasgando teto, portas, tentando enlouquecidamente parar aquele barulho, enquanto outros sobrevoavam os arredores procurando os responsáveis. As chamas invadiram o tanque de combustível e logo uma explosão de penas tomou a entrada do imponente Abaddon.
Enquanto as feras se ocupavam com a insanidade do lado de fora, duas figuras sorrateiras esvaziaram suas mochilas de lona nas fundações do prédio sem qualquer empecilho. O plano havia funcionado até então.
Josias e Samira estavam quase chegando à saída, quando uma espécie de assobio rasgado fez suas espinhas tremerem. Era a primeira vez que viam um anjo tão próximo e à luz do dia, devia ter dois metros e meio de altura. Ele agitou suas grandes asas com ferocidade e investiu contra Samira. Josias disparou quatro vezes contra a cabeça da besta, que só então cessou o ataque. Foi difícil até para tirá-la de cima da companheira.
Samira sangrava bastante, tinha ferimentos nas duas pernas e um corte profundo no ombro esquerdo. Era impressionante que ainda estivesse lúcida.
– Vai – ela disse -, eu fico e termino o serviço.
– Para com isso, Samira – Josias não consegui esconder o desespero na voz -, você veio por minha causa. Não vou te deixar aqui nunca.
Samira pensou no quanto gostava daquele rapaz. Perdeu a consciência em seguida, com um sorriso no rosto.
***
Quando acordou, reconheceu o teto encardido de seu quarto em Nova Babilônia. Tinha o corpo inteiro dolorido e mal conseguia mover o braço esquerdo. Josias cochilava sobre uma pilha de papéis na mesa ao lado da cama. Com algum esforço, ela conseguiu puxar uma das folhas, pareciam todas conter o mesmo texto:
“Aos que possuem coragem, é possível afastar os anjos destruindo seus ninhos. É apenas o começo, mas é um começo.
Josias
P.S.: sugiro que não levem as pessoas que amam com vocês, ou podem ter que sequestrá-las no final.”
– Babaca.
É um ótimo conto de fantasia, envolve cenário apocalíptico, om anjos caídos que levam os humanos para sua tocas, exterminam a humanidade. Um casal que mantem a parceria e vivem situações de aventura e terror em busca da sobrevivência.
Ágil e bem estruturado, bem escrito e envolvente, o casal é cativante, me senti na história.
Um tema um tanto quanto “gasto'(podem dizer), mas que veio com uma abordagem excelente.
Daria uma série ou um livro, seu conto,
Muitos parabéns!
O conto narra um futuro pós-apocalíptico onde seres alados dominam a Terra. Para recuperar o controle sobre o planeta, um casal decide seguir o plano de um senhor sem muito juízo. Ao final, o plano funciona e uma maneira de combater as criaturas é descoberta.
Oi, autor. Há méritos no conto, como algumas boas cenas de ação e a química entre Samira e Josias, mas de um modo geral a história não funcionou comigo.
O texto é construído como um terror/ação e lembra roteiros do gênero, como “Um lugar silencioso”. O problema é que há muita informação jogada ao leitor que mais atrapalha do que ajuda a história. Tudo o que você construiu é um excelente background, mas falta a transmissão dele através de uma atmosfera condizente.
Em síntese, você se esforçou por demais em explicar tudo, ao invés de se concentrar na ação/terror da trama. Chegou-se, mesmo, ao ponto de explicar que o apelido de “anjos” foi dado de forma irônica.
“A humanidade já foi conhecida por sua capacidade de adaptação. Como ratos, foram apanhados a céu aberto. Como ratos, buscaram refúgio no subsolo, nos porões, nas cavernas e em definitivamente qualquer buraco que parecesse minimamente seguro. Longe da visão sombria dos seres que ironicamente apelidaram de “anjos”, surgiram aos poucos pequenos aglomerados subterrâneos. Alguns, como Nova Babilônia, até contavam com alimentos cultivados e precários mecanismos para geração de energia.”
Isso parece a construção do mundo da sua história, e não a história em si.
Por outro lado, há alguns problemas em convenções do gênero. Por exemplo, tentou-se estabelecer uma surpresa final com o apelido de Josias tomando forma, quando ele escreve sobre como derrotar as criaturas. A questão é que o apelido (e de novo a EXPLICAÇÃO para ele) deixaram bem óbvio o rumo da história e do seu final.
Creio que foi esse meu maior problema com o texto. Esse esforço desnecessário por explicar tudo. Como disse, o conto tem bons méritos, principalmente quando não tenta apresentar de forma expositiva todo o universo. O que mais me chamou a atenção foi uma frase fora do worldbuilding, que humanizou bastante Josias:
“– Tinha uma lanchonete, sempre gostei do cheiro de bacon, mas o resto era só história pra te fazer rir.”
Em minha avaliação, fica com 2,5 o um anéis de nota. É um texto que merece um retrabalho;
Enfim, é isso. Boa sorte no desafio!
O corpo é a beleza, a forma, o mensurável, o moldável. A alma é a sensibilidade, os sentimentos, as ideias, as máscaras. O espírito é a essência, o imutável, o destino, a musa. E com esses elementos, junto com meu ego, analiso esse texto, humildemente. Não sou dono da verdade, apenas um leitor. Posso causar dor, posso causar alegria, como todo ser humano.
– Resumo: Samira teve um vida feliz no passado. Tinha uma família. Mas a aparição de criaturas aladas gigantescas, como gaviões, ou corujas, destruiu tudo que conhecia e amava. Samira vive junto de Josias num abrigo subterrâneo. O cotidiano é difícil. Doloroso. E o rapaz é um grande sonhador e guerreiro. Ele decide, então, lutar contra os “anjos”. Explodindo seu ninho, no centro da cidade, e no prédio mais alto de todos, ele e Samira conseguem afastar as criaturas. A história termina assim, com Josias começando uma revolução e Samira o amando.
– Corpo: Nem ruim, nem bom, apenas mediano. Não encontrei nenhuma falha gramatical ou estrutural, achei as transições de atos bem aplicadas, etc. O problema é que a narrativa não brilha. A leitura foi meio morna, nem tão desagradável, nem tão agradável. Da forma como está, se estivesse fora do certame, sem obrigação de leitura, não sei se terminaria. Como melhorar? Bem, não sei. Cada um possui seu estilo. Talvez você ainda esteja buscando o seu. Acho que esse seria o melhor conselho que posso te dar nessa questão: escreva sem parar, aprendendo sempre, melhorando sempre.
– Alma: É aí encontramos o maior problema desse conto: o enredo. Os personagens, de fato, não são ruins. Não brilham, nem possuem muito carisma, mas também não são horríveis. Porém, a premissa da história é cheia de furos, infelizmente. Criaturas aladas gigantescas praticamente destruíram a sociedade que conhecemos. Como? Pelo que foi apresentado, não eram muito inteligentes, parecendo meros animais. As forças armadas não tomaram nenhuma providência? Como surgiram tantas em pouco tempo e do nada? Veja bem, ficam muitas perguntas e poucas respostas. E o ideal é que o conto funcione como uma obra inteira, levando em consideração o formato do desafio. É tudo tão corrido, tão explicativo e, mesmo assim, mal explicado, que o leitor fica que nem um cego no meio do tiroteio. Além disso, a solução final foi um tanto ingênua. Desculpe a sinceridade, mas, na questão do enredo, é o pior conto desse certame até agora, e faltam só dois contos para terminar minhas avaliações.
– Espírito: Um conto de fantasia! Nisso, felizmente, você acertou. O conto precisaria de um espaço muito maior para funcionar. É necessário fundamentar as criaturas aladas, mostrar o que realmente aconteceu, costurar todas as pontas soltas. Aconselharia a tentar aperfeiçoar sua escrita. Escreva muito, leia muito e procure entender seus erros. E eu, infelizmente, fiquei sem entender a relação do título com a história. Não vi nenhuma revelação que o justificasse, hahaha.
– Conceito: Bronze!
Resumo: a Terra foi tomada por seres alados, demônios talvez, que são chamados de anjos; os seres humanos fogem para o subterrâneo e, de lá, investem contra os invasores; Josias e Samira são dois desses guerreiros; depois de uma dica do velho Dida, eles descobrem o ninho dos anjos e o atacam com um velho opala desbotado; depois explodem o prédio de Abbadon; Samira se fere, mas Jonas a salva; no fim, percebemos que esse foi só mais um capítulo da guerra.
Impressões: é um conto muito bom. Excelente ambientação. Daria um filme muito bacana, mas eu sou suspeito para falar, já que me amarro nesse tipo de universo pós-apocalíptico. Talvez não haja cenário mais apropriado para se extrair o que de melhor ou pior há nos seres humanos (e não humanos também). Se posso fazer uma sugestão é que os personagens ficaram um tantinho planos, unidimensionais. Creio que poderiam ser mais dúbios, mais desconfiados uns dos outros, com mais defeitos e qualidades a mostrar. De qualquer forma, o resultado é muito bom. Parabenizo o autor e desejo boa sorte no desafio.
Revelações (Gavião)
Sinopse: Em um mundo dominado por “anjos”, grandes seres alados do mal, a humanidade foi praticamente destruída, os poucos que sobreviveram estão vivendo no subsolo. Samira vivia na superfície escondida dos anjos, mas um dia foi “raptada” por Josias e levada para o subsolo, onde faz amizade com algumas pessoas e participa de expedições à superfície para observar e tentar destruir os anjos. Em uma dessas expedições eles tentam destruir o ninho dos anjos. Samira quase morre e é socorrida por Josias.
Olá, Autor(a)!
Eu amei o seu conto!! Pena que o limite não deixou desenvolver a história como merecia. Você devia pensar seriamente em transformar esse conto em um romance ou uma série para adolescentes. Os personagens são incríveis. Foi o que eu mais gostei no conto, a profundidade e a naturalidade deles. Vale muito a pena serem melhor explorados. É muito gostoso de ler. A história é muito boa e promete muitas aventuras. Sua escrita é segura e natural, os diálogos são verossímeis e diretos. Muito bom mesmo! Parabéns!!
Ahh, eu adoraria um X-infarto!!
Resumão:
Acompanhamos a história de Samira e seu opalão desbotado. Certa noite ela estava admirando os céus quando um barulho a assustou, incauta, foi investigar, mas alguém a pegou por trás e a desacordou.
Era um rapaz magrelo, que inspirado pelos homens da caverna, bateu na cabeça de Samira e a levou pra sua caverna. Ele dá um “foi mal”, ela um “blz” e os dois viram grandes amigos.
O camarada levou Samira para o submundo, onde a humanidade passa os dias escondidos de criaturas assassinas que tomaram a terra, carinhosamente chamados de Anjos.
Um dia os dois se mordem e decidem detonar com os malditos anjos, perguntam pro ex-goleiro Dida qual é o macete, ele diz que é facinho, só destruir o ninho deles. Então os dois pegam o opalão da Samira, se enchem de dinamite e vão lá explodir os desgraçados.
Eles usam o opalão de isca, explodem uma porrada de Anjo (e o carro junto rip opalão 😦 ), Samira é atacada por uma dessas criaturas nefastas e quase se vai. O rapaz com uma mira absurda mete 4 balaços na cabeça do anjo e salva Samira, que caí desacordada. De novo.
Eles voltam pro fundo da terra e não consegui saber se ele detonou o ninho dos anjos ou não 😦
Considerações:
É um conto muito bem escrito. Tem uns detalhes bacanas que deixa a história mais viva, me senti transportado para esse mundo pós apocalíptico subterrâneo. O desenvolvimento da história foi bem feito e segue um caminho bem lógico, não percebi que as coisas foram forçadas. Em relação a história em si, eu não curti, parece uma história que já vi várias e várias vezes, então eu não consegui me importar muito com o que acontecia ali, você escreve muito bem, sabe construir um texto com maestria, mas faltou alguma coisa pra deixar a história com cara de nova. Na minha opinião ele é um texto muito bem feito, mas só mais um.
RESUMO: Em um mundo apocalítico, Samira vivia abrigada em seu carro até ser sequestrada (ou salva) por Josias, passando a viver no mundo subterrâneo que é a Nova Babilônia. Lá, os dois desenvolvem uma amizade e um plano de explodirem o “ninho” das criaturas que dominaram o mundo. Por um fio, o casal sucede com o plano.
COMENTÁRIO: O conto é essencialmente sobre uma amizade, com espaço para romance, em que um mundo sem esperanças acaba juntando essas duas pessoas em condições inimagináveis. Os cenários pós-apocalíticos geralmente servem para a fundação de novos e improváveis laços (dona de um opala e morador de rua, por exemplo), então não se trata de uma novidade.
Para o tema da fantasia, o conto traz a própria ambientação, mas não vi um investimento num maior detalhamento quanto aos ditos “anjos”, que então figuraram como bestas comuns, nada para além do clichê de monstros imbatíveis. Um exemplo em que isso não se reproduz é o filme “Um Lugar Silencioso”, que apesar desse mesmo formato pós-apocalítico, tem em seus monstros o diferencial que vai no “design” (a cegueira), o que acaba condicionando todo o enredo. Aqui, isso se dá pelo abrigo no subterrâneo, mas não vai para além disso, deixando o conto consistir na relação entre as duas protagonistas, que de fato fica crível, orgânica, bem desenvolvida.
Em suma, a escrita desenvolve os personagens, mas não a trama, sem um enredo instigante ou um investimento numa abordagem criativa do tema.
Bom diaaa, td bem por aí?
Resumo: espécie de distopia apocalíptica em que homens-coruja, apelidados de anjo, dominam a terra, e os sobreviventes de abrigam no subsolo. Cansado de apenas sobreviver, homem decide lutar, e descobre que é possível destruir o ninho para acabar com os manos. Uma esperança surge.
Comentario:
Muito bom! Ótimo conto!
A escrita é muito segura e experiente. Além da gramática praticamente impecável, isso fica claro pelas ótimas descrições. O conto é vivido e claro, da pra criar imagens perfeitas das situações, e a escrita tem um tom natural e agradável. Esse é o ponto mais forte do conto.
O enredo também é bom! A história flui de maneira interessante, gerando curiosidade e expectativa. Apesar de o final não chegar a ser surpreendente, ele atende bem ao contexto criado, fechando bem o conto.
Outro ponto que me agradou bastante foi a construção dos personagens, e do romance que fica implícito entre eles. Normalmente, esses romances em distopias ficam meio clichê, mas você fez um bom trabalho. O momento da revelação do Josias como antigo morador de rua também foi muito legal, e soou verdadeiro.
Enfim, ótimo conto. Muito bom trabalho, parabéns!
Resumo: Num cenário pós-apocaliptico, onde os humanos foram dizimados por anjos, dois jovens tentam lutar contra eles destruindo um dos seus ninhos. O conto é bem escrito, sem grandes problemas. Cria o suspense necessário, o problema é que é difícil encontrar criatividade em cenários do género.
RESUMO: Uma mulher atormentada pela perda repentina da família pelas garras de seres misteriosos e perigosos finalmente encontra um amigo e uma nova civilização. Junto ao amigo, eles partem para o covil das feras e empreendem uma arriscada missão para retomar o mundo das mãos dos monstros.
COMENTÁRIO: Um conto muito bom. Apesar da premissa batida de uma misteriosa espécie que quase dizima a humanidade e a luta nesse mundo pós-apocalítico, o texto é bem escrito, bem narrado, personagens bem desenvolvidos. Não vi nenhum problema gramatical que tenha me atrapalhado e a narrativa tem um arco de crescimento interessante. Entretanto, creio que o autor acabou fazendo escolhas erradas sobre o que narrar e o que suprimir. Os anjos poderiam ter uma descrição mais clara, ou pelo menos alguma descrição a não ser que eles realmente fossem apenas corujas gigantes. O ninho ser descoberto do nada quebrou um pouco o clima e o final sem mostrar o que aconteceu no ninho também. Eram coisas que eu como leitor estava ávido para ler, dado o enredo criado e o autor apenas o suprimiu. Foi como se eu visse um filme sem final. Talvez enriquecer mais o mundo em detalhes também ajude na melhoria do conto, que tem uma boa premissa e enredo.
Gostei, mas fiquei triste por não ver as partes que suponho poder ser as mais eletrizantes.
Revelações (Gavião)
Resumo:
A história acontece num futuro fantástico com seres alados entre os humanos (em extinção). Animais domésticos já não existem. Os humanos sobrevivem precariamente em becos imundos e aglomerados subterrâneos, enfrentando muita fome. Josias e Samira são dois sobreviventes, encorajam-se, discutem, relembram situações passadas. Samira tem apego por um Opala velho e que ficava entre os “escombros” do velho mundo. Existe a figura do velho Dida. O edifício Abaddon, morada dos “anjos” (seres alados) foi incendiado juntamente com o velho Opala, estratégia de Josias e Samira, e houve um bater de asas de “anjos” alvoroçados para fugirem do “ninho”. Aos poucos, os sobreviventes planejavam exterminar os “anjos”. Samira fica ferida durante um embate com as bestas, Josias a resgata. E o desfecho é bem poético. Cativante.
Comentário:
Texto muito bem escrito, de muita criatividade. A fantasia é emocionante, o autor coloca muita emoção nas descrições, no comportamento dos personagens. Escrita fluente, sem qualquer embaraço. Uma única cacofonia vibrou durante a leitura. Boa construção da narrativa, conto bem estruturado. Trabalho de gente grande. O autor trabalha com palavras simples e carregadas de significado, enredo que é colocado de maneira a tocar os sentimentos do leitor. Texto primoroso.
Parabéns pelo trabalho, boa sorte no desafio!
Abraços…
RESUMO: Uma mulher atormentada pela perda repentina da família pelas garras de seres misteriosos e perigosos finalmente encontra um amigo e uma nova civilização. Junto ao amigo, eles partem para o covil das feras e empreendem uma arriscada missão para retomar o mundo das mãos dos monstros.
COMENTÁRIO: Um conto muito bom. Apesar da premissa batida de uma misteriosa espécie que quase dizima a humanidade e a luta nesse mundo pós-apocalítico, o texto é bem escrito, bem narrado, personagens bem desenvolvidos. Não vi nenhum problema gramatical que tenha me atrapalhado e a narrativa tem um arco de crescimento interessante. Entretanto, creio que o autor acabou fazendo escolhas erradas sobre o que narrar e o que suprimir. Os anjos poderiam ter uma descrição mais clara, ou pelo menos alguma descrição a não ser que eles realmente fossem apenas corujas gigantes. O ninho ser descoberto do nada quebrou um pouco o clima e o final sem mostrar o que aconteceu no ninho também. Eram coisas que eu como leitor estava ávido para ler, dado o enredo criado e o autor apenas o suprimiu. Foi como se eu visse um filme sem final. Talvez enriquecer mais o mundo em detalhes também ajude na melhoria do conto, que tem uma boa premissa e enredo.
Gostei, mas fiquei triste por não ver as partes que suponho poder ser as mais eletrizantes.
Revelações
Caro(a) autor(a),
Desejo, primeiramente, uma boa primeira rodada da Liga Entrecontos a você! Ao participar de um desafio como esse, é necessária muita coragem, já que receberá alguns tapas ardidos. Por isso, meus parabéns!
Meu objetivo ao fazer o comentário de teu conto é fundamentar minha nota, além de apontar pontos nos quais precisam ser trabalhados, para melhorar sua escrita. Por isso, tentarei ser o mais claro possível.
Obviamente, peço desculpas de forma maneira antecipada por quaisquer criticas que lhe pareçam exageradas ou descabidas de fundamento. Nessa avaliação, expresso somente minha opinião de um leitor/escritor iniciante, tentando melhorar, assim como você.
PS:Meus apontamentos no quesito “gramática” podem estar errados, considerando que também não sou um expert na área.
RESUMO: “Revelações” é um conto fantasia, com pitadas apocalípticas, que aborda a história de Samira e Josias, dois sobreviventes do aparecimento de feras aladas, as quais são chamadas Anjos.
IMPRESSÃO PESSOAL: O conto carrega alguns clichês consigo, tais como o encontro do casal, o enfrentamento da situação vigente, entre outros. Não pude evitar esquecer esses clichês que aparecem em livros conhecidos, tal como “Caixa de Pássaros”.
Para mim, faltou ao autor(a) a ousadia necessária para usar o estereotipo de uma forma criativa. Um exemplo do que quis dizer acontece justamente em “Caixa de Pássaros”, no qual o escritor Josh Mallerman usa a história como um pano de fundo para fazer uma alegoria à depressão.
Ainda assim, acredito que o(a) autor(a) trabalhou muito bem com o clichê.
ENREDO: O enredo é bom. O problema é que o conto carrega histórias com alguns temas que abordam aventura, como “apocalipse”, “policial”, “épico”, precisam de um espaço maior para serem bem desenvolvidos. Embora o sentimento de solidão causado por serem sobreviventes de uma tragédia seja muito bem utilizado, fica a sensação no leitor que a história renderia muito mais num livro do que num conto, já que a narrativa fica rendida a um curto espaço de 2500 palavras.
GRAMÁTICA: Não notei nenhum erro gramatical
PONTOS POSITIVOS
• Foi interessante ver que essa história apocalíptica se passa no Brasil, ao invés do EUA. As referências ao Lô Borges e ao CD “Clube da Esquina I” foram muito pertinentes para localizar a história.
• Foi um conto clichê? Foi. Mas isso não significa que seja um conto ruim. Há uma beleza incompreendida nos clichês. Você pode ter lido milhões de histórias diferentes, já saber o que vai acontecer no final, ter a sensação que viu a cena em algum lugar… Ainda assim, você termina de ler e fica satisfeito ao ver que a conclusão seguiu o padrão estabelecido.
• A conclusão me deixou com um forte sabor agridoce. Torci para o casal ficar junto. Por isso (se alguém parar para ler minhas notas e meus comentários, vão me xingar até o final dos meus dias, mas tudo bem!), pelo casal junto, dei 0,5 à nota final. Bendito Coração Romântico…
PONTOS NEGATIVOS
• Acho que o tirou quê tirou pontos na hora de decidir a nota foi a conclusão. Algo soou forçado no final. Tudo bem que esse conto é uma fantasia, mas o desenvolvimento da história levava para um desfecho trágico, com sangue e órgãos aparecendo. Confesso que, se tivesse uma conclusão assim, talvez a nota fosse maior, mesmo que não fosse o final desejado.
Olá, Gavião, você me traz a fantasia da terra dominada por seres de dois metros e meio chamados de “anjos” e que perseguem os humanos. Estes têm que se refugiar no subsolo da cidade. Nossos heróis, orientados pelo velho Dida de que se destruído o ninho os pássaros se perdem, resolvem dinamitar o edifício no qual eles moram. E assim libertos, eles podem viver de novo à luz do sol. Seu conto, Gavião, está totalmente adequado ao tema. Você usa bem o idioma, talvez valha a pena fazer pequenas mudanças, do tipo: isto a acalmou ao invés de isto lhe acalmou. Sua técnica é interessante, sabe escrever uma narrativa curta. A trama está bem enredada, é simples e direta. Senti falta, Gavião, de ser impactado pela sua história. Ela não me abraçou intensamente, uma pena. Meu abraço.
Revelações- conta a história de Josias e Samira, que vivem sob na terra, depois que a superfície foi tomada por bestas aladas. Dida, um velho senil, conta a eles que o único modo de acabar com os monstros é destruindo seu ninho.
A história é simples, um argumento comum, igual a outras tantas histórias de monstros que acabam com a civilização (alienígenas, zumbis, monstros cósmicos, anjos e demônios, etc.) e alguém que encontra um meio de destruí-los. É um argumento fácil de criar uma história. Eu mesmo escrevi algo parecido para uma antologia. Isso não quer dizer que tua história é ruim, Gavião. Está bem escrita, tem boas frases, bons diálogos e descrições, porém, não vi nada original, nada diferente de outras tantas histórias de antes ou pós apocalipse, que tenho lido ou assistido no cinema. O diferente nas histórias é que ganham pontos altos. Boa sorte no próximo tema.
A história é focada em um casal de sobreviventes na luta para superar a fome e os conflitos em um mundo pós-apocalíptico. Eles caçam o ninho dos anjos, seres gigantescos que trouxeram o fim. ” Ela mal reconhecia o rapaz franzino que um dia lhe apresentara a vida no subsolo. Josias tinha criado confiança no que fazia e coragem para fazê-lo – como ninguém mais nos túneis da Nova Babilônia.”
O início como conto de terror, transfigurando-se para a aventura mais adiante foi bem desenvolvido e serve de fundo para um romance. A ambientação apesar de pouco original serviu bem ao conto. A trama é instigante, criando várias expectativas, sobretudo nos leitores mais jovens.
Em alguns trechos, senti uma inspiração religiosa, vinda, talvez do vocabulário (A começar pelo nome do local que significa “Porta de Deus” ou, para os judeus, “grande confusão”, e aparece na Bíblia.); outros trechos lembraram-me a ficção científica IO.
O texto está bem escrito. Incomodou-me apenas a regência do verbo acalmar (transitivo direto) em “isso lhe acalmou” / isso A acalmou. Outro ponto são os diálogos, críveis, mas, às vezes, confusos: quem fala o quê?
Parabéns pelo trabalho. Abraços.
Resumo: Dois jovens em uma situação pós apocalíptica lutam contra anjos feras. No meio da destruição, nascem sentimentos. E um começo de esperança.
Ora, ora, temos um Stephen King por aqui. O texto é certeiro como pólvora. Li numa sentada, mesmo cansada a escrita prendeu a minha atenção. A história não inventa a roda, mas achei legal a fuga da fantasia capa e espada Tolkien. Foi bem interessante também que o autor deu uma cara própria para o texto, com Lô Borges e algo específico como os famosos podrões. Só não é perfeito por estar corrido demais, flashs de uma história que pode se tornar um livro eletrizante (algo que acontece, certamente, pelo limite de palavras). Parabéns e boa sorte no desafio!
ps: Não descrever as feras as tornou mais assustadoras
Caro Gavião,
Resumo:
rapaz encontra moça, ou moça encontra rapaz, que depois encontram um velho a quem chamam de profeta. Gostam de hambúrgueres – o rapaz gosta – e têm um plano: matar os anjos. Então vão num calhambeque – um Opalão – até ao prédio onde ficam os ninhos dos anjos e explodem tudo.
Avaliação:
achei o conto um pouco deslocado do propósito. A história poderia caber com perfeição num grupo de insurgentes tentando matar um grupo de caras do Grupo Isis entocados em um prédio em meio que destruído na cidade de Faluja, no Iraque, e nada iria faltar. Não há efetivamente o tom da fantasia, pois simplesmente tudo no texto caberia em histórias de múltiplos objetivos, ou a fantasia se localiza apenas no dizer que os inimigos eram anjos.
Confesso que durante a leitura comecei a lembrar do filme Tubarão, do Spielberg, e conto o porquê: por longo tempo eles filmaram a história sem que o tubarão mecatrônico estivesse pronto, então foram filmando, filmando, e nada de tubarão ficar pronto, até que o bichão ficou pronto e pôde entrou em cena. Bem, foi um sucesso, não posso negar.
A história, que poderia ter um tom mais objetivo, ficou passeando, juntando forças, contextualizando e tal, até os dois irem lá e soltarem uma bomba nos anjos que, como disse, poderiam ser terroristas do Isis, e nada seria diferente.
Não é uma história ruim, mas, acredito que acabou ficando frouxa quando deixou de descer ao mundo da fantasia dos anjos, das perseguições, dos medos e das descobertas daqueles seres que chegaram à Terra (seria isso?). A história ficou profundamente telúrica quando não devia.
É isso, salvo se eu estiver completamente enganado.
Parabéns e boa sorte na Liga!!
RESUMO: Um conto de fantasia moderna que se passa em um presente, ou futuro, alternativo onde a humanidade, ao estilo matrix, foi rechaçada da superfície por um inimigo formidavel, nesse caso sendo os homens corujas apelidados de “Anjo”. Contando a história de um casal que tenta, de toda maneira, libertar sua comunidade das criaturas.
COMENTÁRIO: Um texto fechado que abre oportunidades de debate para desenvolver a origem das criaturas, assim como a maneira de combate-las.
Vi uma grande inspiração do filme “Rua Cloverfield 10” no começo e de “guerra dos mundos”.
Um ótimo conto eu abração