No fundo do mato, quase no meio do pântano, foi gerada uma criança, abandonada pela , sem ninguém para que a aplacasse da fome ou que a tirasse do frio.
Estranhamente seu choro foi atendido, e ao seu socorro veio o Cidrão espinhento e áspero para envolvê-lo com ternura e carinho, depois de já aquecido o Limoeiro correu até ele com seu alimento amargo e verde, dando de mamar para o infante o extrato de seus frutos.
Então em sua casa, no brejo, a criança foi criada com amor e proteção por aqueles que o demonstraram compaixão, crescendo junto aos vaga-lumes e as mariposas, usando longos trapos de seda dos insetos que faziam, brincando junto ao córrego com os sapos e as rãs, respirando a cerração úmida da madrugada e o sereno gélido da tarde ele esperou o Sol nunca criado e pelo calor que jamais sentiria na pele.
Mesmo amando natureza ele ainda estava só e nada poderia aplacar sua solidão, então decidiu deixar, não abandonar, o Cidrão e o Limoeiro para desbravar o capim alto que separava o pântano e o brejo do bosque e da floresta, indo aonde jamais sonhou ele se aventurou ao norte e depois ao sul, seguindo o leste e oeste, mas não encontrou ninguém, revirou de cima a baixo cada canto de sua terra só para perceber que estava sozinho.
Já velho ele voltou a sua morada ao lado de seus cuidadores e novamente deitou-se sobre o Cidrão e ouviu a música tecida pela palavra de um só Deus, e sua velhice foi revertida a sua idade de nascença ao adormecer sozinho em meio as plantas, acordando com fome e frio.
Mas ao despertar já estava entre o Capim-Cidreira para aquecê-lo e ainda tinha o Limoeiro para alimentá-lo, e desta vez tinha ainda mais companhia pois sobre ele foi colocado incontáveis constelações de pontos solitários, distantes e frios ao limite do céu, e para zelá-lo no firmamento foram estagnadas três pequenas estrelas douradas e brilhantes, sinais dos olhos de Deus sobre aquela terra e sobre ele.
Foi então que percebeu que voltou a ser uma criança abandonada, fadado a ter a vida novamente em solidão.
Mas o Senhor tinha planos para ele, e sobre o céu coseu um manto branco e puro, de aura e luz com bordões de ouro e prata, findando-o com pedras preciosas e brilhantes. Quando foi-lhe dado o manto foi dado o direito de reinar sobre aquela terra, tornando-o o primeiro homem a pisar sobre os pântanos com o sangue nobre e abençoado.
Reinou em um reino sem súditos, comandando os sapos e os insetos, as árvores e os arbustos, reinou para ninguém senão os selvagens e Inocentes Cinocéfalos, que o viam como um santo morto há muito tempo, não como um rei.
Em suas caminhadas ele encontrou a costa do continente minúsculo, lá sentou na areia e contemplou, mais uma vez, sua solidão sobre céu estrelado, sonhando com o Sol que nunca vislumbrou um mundo inacabado. Mas diferente de outrora ele não chorou pelo sentimento, mas o abraçou com ternura e melancolia.
E do mar eles vieram, trajando negro, sujos e maltrapilhos, com fome, sede e ânsia de poder. Em quatro eles vislumbraram o homem trajando majestade sentado sozinho com lágrimas nos olhos encarando o horizonte marinho.
Dos que vestiam negro somente a pequena garota teve a coragem de tocar os ombros do rei da terra, e ao tocá-lo ela seria salva na morte. Depois o homem de negro se aproximou, estendendo a mão e ajudou o homem de branco a se levantar da areia dura e seca, e foi assim que a amizade deles se iniciou.
Por toda a minúscula imensidão do país eles caminharam juntos, deixando seus laços mais próximos e amistosos. Por sua nova família o Rei Branco faria de tudo que estivesse ao seu alcance para mantê-los juntos dele.
Depois de um tempo, a verdadeira natureza do sangue do trapo negro tomou sua forma, e a sede de poder enrijeceu seus corações, fazendo exigirem do pobre rei coisas além de seu alcance, até que, por fim, tomaram dele o manto branco, rasgaram seus trapos negros e os estiraram ao chão.
Sem entender o antigo rei recolheu-os e os ligou a seu corpo, formando uma grossa túnica de tecido mais negro que a noite que nunca acabou. Mas com medo da
solidão ele partiu ao encontro de seus amigos, só para ser renegado e expulso de sua casa junto ao Cidrão e ao Limoeiro.
Sem chão nem teto ele se retirou para a caverna que encontrou em suas andanças, lá se mesclou a escuridão sombria e no fundo da terra descobriu criaturas antigas que dormiam tranquilas por incontáveis gerações, e com elas se sentiu aceito.
Nos confins da terra ele talhou a primeira catedral que o mundo jamais viria, lá ele forçou a pedra contra a própria pedra, e com lascas sobre lascas ele abriu a nave da igreja, ornamentou as paredes sólidas e cortou as portas e janelas, acendeu um fogo eterno sobre as tochas e atraiu as criaturas que ali dormiam para proteger a primeira casa do Senhor.
Mas algo não estava certo, e o homem de negro podia sentir, e do fundo de seu coração uma tristeza o abateu, em sua mente ele tentou meditar o quanto ficou ausente do pântano, de seus verdadeiros amigos, os cinocéfalos, e daqueles que tiraram tudo que ele nunca teve.
Quando voltou sentiu o mal de sua ausência, no ar sentiu o peso dos metais e do carvão que nublava as estrelas e deixava o céu sem sua beleza abismal e profunda, tornando-o cinza e frio, com brumas e fuligem sob as folhas secas das árvores quase mortas.
Ao vislumbrar tanta podridão rapidamente pensou em seus acolhedores e correu até o pântano, correu tanto que perdeu o ar e ao chegar desmaiou. Ao acordar viu que o Cidrão e o Limão ainda estavam onde ele os havia abandonado, mas estavam diferentes, secos e amarelados, doentes, a beira da morte e do esquecimento.
Isso o fez lamentar, e quase chorar pela alma das plantas que chamou de pai e mãe, mas eles ainda podiam ser salvos, e mesmo que já estivesse velho defenderia seus familiares.
Para isso foi a procura da antiga família que se apossou de sua terra, procurando por todo o continente até se deparar com a enorme construção de tijolos e cimento, com uma enorme chaminé sobre o topo do palácio.
Ele observou assustado cada detalhe da horrível construção cinza e gelada, mas isso não abalou sua jornada. Renegando o medo e o desespero ele rezou pelo Limão e pelo Cidrão e entrou no forte.
Caótico e lustroso eram os salões do odiável edifício, repleto de pinturas obscenas e heresias. Mas isso não era tudo, pois ao sentirem a presença de um homem de Deus em sua morada as criaturas pecaminosas se arrastaram pelo chão e subiram por sua perna, deixando o tecido que revestia seu corpo intacto mas rasgando a carne através da roupa.
Mas o homem de negro não tinha com o que se defender senão pela força, e com suas mãos tentou puxar cada uma dos insetos repulsivos que corroíam o sustento de seu corpo, com isso não ganhou nada senão mais dor pois quanto mais forte puxava mais atarracavam-se fundo e fundo em seus músculos e tendões, rompendo a pele e deixando o sangue se alastrar pelo chão frio e áspero e mostrando as horríveis gravuras no chão revelando cenas de um futuro distante.
Sobre seus olhos veio a cena da idade, corroendo o mundo e transformando o verde em areia estéril, com ruínas sobre ruínas, sem ossos nem morte, somente o frio e a escuridão abraçavam as dunas da visão fictícia.
Mas o Homem de preto era forte na fé, confiou em seu Deus e sobre seus olhos ele esfregou sua mão suja de sangue e pus, e assim acordou das previsões mentirosas e alusivas.
Perturbado e enlouquecido pela dor ele foi atingindo pelo estase insano da adrenalina, e em um só folego gritou para Deus mesclando sua voz ao silêncio da noite.
Este foi o ato que denunciou sua presença para a realeza branca, e isso foi o que o fez pecar pois o primeiro a descer foi o Rei, trajando o branco da tirania e corrupção, com raspas de seda e bronze sobre a roupa religadas com o ouro e prata, exalando maldade e sede de poder.
Com uma espada seu braço foi ferido, com uma lança seu peito foi varado e com uma adaga seu pescoço foi cortado, mas, mesmo assim, continuava vivo, não poderia morrer antes que o veneno fosse dissolvido da terra e com um só golpe derrubou o Rei do poder da Vida.
A segunda a descer para o Salão foi a Rainha, cuja beleza sedutora encantava as mais formosas aias e deslumbrava os mais rústicos olhos, portada com a postura de santas, com os braços sempre abertos para acolher os pecadores e apresentá-los a uma novíssima gama de perdições e iniquidades.
Tão graciosa era visão que fez lágrimas surgirem de seus olhos e escorrerem pelo rosto para se misturarem ao sangue da garganta degolada, dando-lhe a ilusão de conforto e paz, oferecendo um peito dormente para aconchegar a cabeça ferida e tempestuosa, forçando visões sobre uma vida feliz e pacífica.
Por um segundo ele ansiou viver na mentira, desejando que todas as negligências fossem esquecidas e que pudesse, finalmente, colocar os pés no verdadeiro Mundo do Senhor, vislumbrar a Majestade da Virgem e conhecer o Filho, almejando sair do Pântano e levando consigo nada além da coragem de desbravar o novo mundo, mas tais sentimentos o faziam sentir-se egoísta, forçavam-no a manter os pés no chão.
Percebendo que os truques não funcionariam na mente fanática do Santo a Rainha mudou sua estratégia e rogou sobre ele magias inomináveis de dor e pesadelos, conjurando hordas infinitas dos insetos que outrora o atacou, ateando-lhe fogo, derrubando relâmpados sobre ele, mostrando-se muito mais formidável que o Rei.
Mas mesmo assim o dever ainda deveria ser cumprido e não seria a decadente magia que o faria desistir. Juntando forças ele se levantou e andou com dificuldade até a catalisadora da dor, sangue ainda pulsava da garganta rasgada e do peito perfurado. Mas diante dessas adversidades as mãos foram colocadas em volta do pescoço da Rainha, que enquanto era estrangulada não deixou de conjurar magias contra o antigo amigo.
O terceirou a descer foi o Príncipe Branco, agora já era maior de idade, possuindo as forças do pai e da mãe, mas imaturo e arrogante, viu no homicídio a chance de ser rei, esgueirou-se pela escuridão do salão, mesclando-se à fraca luz das velas, pronto para apunhalar o inimigo.
Mas o Santo foi mais rápido, pois ao sentir a fina lâmina cravar-se em suas costas virou um contra ataque certeiro contra o herdeiro, fazendo com que o novo reinado de terror terminasse antes de começar.
Ajoelhado sobre uma poça de sangue e lágrimas o Santo sabia que teria mais uma tarefa para realizar por isso esperou.
A quarta e última a descer foi a Princesa Branca, que ao ver a cena chorou como uma criança recém-nascida pois não queria morrer nas mãos de um homem que há muito tempo seu amigo.
Com um último esforço o Homem de Preto se levantou do sangue que encharcava suas vestes, andou até a pequena criança e com um amor paterno a abraçou, tirando dela toda dor e mágoa, fazendo com que o pequeno coração parasse de bater enquanto a Princesa adormecia em seus braços.
Ao sentir a vida indo embora da única amiga restante o Santo finalmente realizou o que havia feito e chorou com todos a todo pulmão, gritando desesperadamente por perdão aos corpos, implorando a Deus misericórdia, sentindo os ferimentos puxando cada vez mais o sangue do seu corpo, sentindo a vida deixando seu corpo e condenando sua alma.
Precisava ser rápido, carregou a criança desfalecida nos braços e correu até a caverno escura que esculpiu para as criaturas das trevas, entregando a adormecida para as Profundezas, colocando-a em um caixão de madeira escura e deixando-o guardado pelo último dos Monstro de Deus.
Por fim, pouco antes de morrer, o Santo ferido foi encontrado por um pequeno grupo de Clérigos da Igreja Primitiva, sendo levado até o pequeno monastério construído na borda do Pântano.
Em sua última semana de Vida o Santo contou sua saga ao Bispo da Torre e quando finalmente morreu foi enterrado em um lugar reservado, desconhecido por todos exceto o Bispo, quem em seguida o Canonizou propriamente.
Missão Impossível: resumir
O fato é que o menino-cidrão, criado pelo limoeiro, bicho-da-seda e outras plantas, sai de cena abandonando seus “pais” e depois volta mais velha, tornando-se novo mais uma vez. Ele ronda a floresta e medita, parece um clipe de banda grunge, até encontrar os tais seres medonhos que surgem em sua direção. Ele vive com esses seres, é traído, depois eu não entendi mais nada. Ele volta pros vegetais, mas todos estão mortos e carcomidos, então ele encontrar uma igreja em que começam lutinhas entre os seres medonhos com quem vivera antes, um desce do céu com mais ódio pra matar o outro, até que sobra um único sobrevivente que mata uma menininha e é canonizado. Senhor!
Bom, o começo é bem criativo, me lembrou clipes dos anos 90, Blind Melon, o cara lá com vestes da natureza e sendo criado pelos vegetais, achei isso bom mesmo, mas depois o conto parte para um misto de narrativa com tons religiosos – até mesmo as palavras utilizadas me fizeram sentir lendo um texto sacro – é um vai-e-vem danado que você não entende mais nada. O texto está confuso, não vi conexão desta última parte das batalhas – em que parece Marvel x Capcom quando você aperta o L pra chamar ajuda, aí essa ajuda pula e mata o outro oponente, sei lá eu – com a primeira parte do conto. Não gostei disso não, apesar da premissa das primeiras linhas ser boa, a história entortou demais e caiu num abismo estranho.
Resumo: como os sapos, nosso protagonista passa por metamorfoses durante sua trajetória. Fugindo de seu lar, transformando-se e retornando a ele consecutivas vezes, temos a impressão de que sua vida se torna mais e mais trágica a cada retorno – é ainda mais explícito nas mudanças apresentadas pelo Limoeiro e pelo Cidrão. Traído, enganado, abandonado, exilado e incapaz de morrer antes de cumprir sua missão, a criança que nasceu sozinha não poderia falecer de outra forma. Entremeando seu caminho, temos referências ao divino que ajudam a manter o apelo místico da trama. O protagonista estava desde o começo destinado a perder tudo o que tinha e a matar até mesmo quem amara.
Técnica: esse conto é uma das poucas exceções em que notei certo desleixo quanto à revisão, com erros ortográficos bobos permeando todo o texto, como se tivesse sido escrito e enviado às pressas. Digo isso com infelicidade, pois é notável a criatividade empregada e seria brilhante com um pouco mais de cuidado na pontuação e nas construções em si, por exemplo.
Conjunto da obra: em suma, saio com uma sensação amarga por ter que criticar essa narrativa. Ainda assim, seria injusto não apontar as falhas em comparação aos trabalhos perfeccionistas dos demais colegas.
Parabéns, bom trabalho!
O que entendi: Um cara nasce do nada num pântano e é criado por plantas. Sentindo-se solitário, segue sem rumo em busca de si mesmo. Fica velho, morre e renasce agraciado por uma luz do céu que o leva a criar uma igreja. Descobre Deus, logo vira rei do bem e conhece o mal através de uma galera de preto vinda do mar. A princesa do mal o toca e é curada de alguma coisa. Roubam suas vestes e seu reino. Ele segue sua sina e acaba enfrentando o mal e ganhando, matando inclusive a tal princesa do mal que, por algum motivo desconhecido, considerava sua amiga. Enfim morre e vira santo.
Técnica: primária e confusa. Há de se observar a necessidade de praticar mais a construção textual.
Criatividade: Enorme talento. Vejo aqui um grande potencial criativo sem ter ainda as ferramentas narrativas. Questão apenas de ler e escrever mais. Ótimo título.
Impacto: Vejo como positiva a disposição em escrever uma saga em espaço tão diminuto.
Destaque: “Com um último esforço o Homem de Preto se levantou do sangue que encharcava suas vestes, andou até a pequena criança e com um amor paterno a abraçou, tirando dela toda dor e mágoa, fazendo com que o pequeno coração parasse de bater enquanto a Princesa adormecia em seus braços.”
Sugestão: Revisão. Escrever é bom, mas revisar é fundamental. Principalmente o primeiro parágrafo, o cartão de visita do conto. Observe: “No fundo do mato, quase no meio do pântano, foi gerada uma criança, abandonada pela (POR QUEM?) , sem ninguém para que a aplacasse da fome ou que a tirasse do frio.” (SEM NINGUÉM QUE APLACASSE SUA FOME OU PARA APLACAR SUA FOME); “tiraram tudo que ele nunca teve” (COMO TIRARAM SE ELE NUNCA TEVE?); “minúscula imensidão” (IMENSIDÃO VEM DE IMENSO, ENORME, INFINITO). A licença poética é um dom precioso e manipulá-lo exige um sentido maior do que a própria construção gramatical.
Conto muito louco que narra a saga de um homem que vira o rei dos sapos e dos insetos.
Eu achei o conto muito louco, muito louco mesmo. Se é bom ou ruim e se gostei ou não, não consegui decidir ainda. O conto tem um clima de lenda, de cosmogonia, de criação do mundo.. Tem momentos bem legais e muitos nem tanto. A construção das frases é confusa muitas vezes e faltam palavras no meio delas. Em alguns momentos pensei que o autor estava fazendo isso de propósito, já que ele tem um bom vernáculo e até um certa fluência em narrar. No entanto, o mais certo é que tenha acontecido uma grande ansiedade de publicar antes de ser feita uma boa revisão, e aí não tem jeito, passa muitos erros mesmo. A trama é louca e cheguei no final sem saber mais quem era quem dos personagens. Boa sorte no desafio.
Fala, autor.
Storyline: A jornada de um homem (Dífaro) numa espécie de submundo. Um desafio de autoconhecimento e libertação. O encontro com o pai e o proposito concluído.
De inicio é perceptível o cuidado em situar o leitor no contexto da história, descrevendo com detalhes aquele mundo. A natureza, as criaturas, para criar a imersão. Uma espécie de preparo para o que está a chegar. Ainda aqui, destaco o zelo do autor ao construir as imagens que alimentam o conto, tal qual esta “De repente, como se um filtro de sépia envolvesse o firmamento, toda a cor abandonou o mundo, deixando-o mergulhado em trevas jamais vistas por lá. De repente, como se um filtro de sépia envolvesse o firmamento, toda a cor abandonou o mundo, deixando-o mergulhado em trevas jamais vistas por lá.”
Porém, (sempre há um porém) em determinados trechos achei que o escritor pesou um pouco no uso dos adjetivos. Ou seja, esse estilo mais carregado as vezes é trunfo outras vezes é cansativo. É um exercício difícil encontrar o meio termo, sempre gosto de usar de exemplo a saga da “Torre Negra” do SK e como aos poucos ele conseguiu encontrar essa “fórmula”.
Nos melhores momentos do conto, essa mistura de realidade e fantasia, me fez lembrar dos grandes clássicos do cinema “Labirinto de Fauno”, “História sem fim”, “Onde nascem os monstros” digo isso, porque seu conto é muito visual.
Os personagens foram pouco explorados. Consegui embarcar na história, mas não criei qualquer conexão com os protagonistas. Penso que algo do epilogo poderia ter vindo como um prólogo, ainda que não muito revelador.
Por fim, resta claro que o colega possui habilidade e bom domínio do vernáculo. Contudo, o conto não me acertou e fiquei com a sensação de que a estrutura poderia ter sido mais trabalhada.
De qualquer modo, parabéns e boa sorte no desafio.
Resumo: uma criança abandonada no pântano é criada por árvores. Mais tarde foge e depois retorna, ganhando presentes de Deus. O pântano é invadido por outra civilização, a “criatura” santa é isolada para, depois, matar todos.
Considerações: encontrei alguns erros pelo percurso, mas gostei do conto. Há um tom de fábula, com sequências bem bonitas e inspiradas. Gostei das metáforas e do subtexto, como algumas relações mais religiosas. Como quando o santo precisa assassinar a realeza para trazer paz ao local. Como está na Bíblia, Deus também trouxe a espada. Gostei de ter uma pegada de jogo de xadrez, com os personagens sendo as peças, e também de mostrar a modernidade dominando, colonizando o local. E, como de costume, a colonização pelas peças brancas. Um conto interessante.
BREVE RESUMO: Uma criança nasceu no pântano, e foi cuidada pelo Cidrão e o Limoeiro. Ao crescer, decidiu sair, mas não encontrou ninguém (?). Voltou aos seus cuidadores, e voltou a ser criança abandonada. Mas o Senhor (deus ex-machina?) fez um manto, e ele reinou sobre o pântano, especialmente os animais e os inocentes cinocéfalos(?). Até que, ao olhar o mar, viu que eles vieram do mar. Alguns vestiam negro, outros branco, e iniciaram uma amizade com ele. Até que começaram a exigir coisas dele, fora do seu alcance. O antigo rei do pedaço juntou os trapos, e voltou ao Limoeiro e ao Cidrão, sendo rejeitado Depois foi na caverna, nos confins da terra, onde construiu uma igreja, mas continuava triste. Ao voltar ao pântano, viu que Cidrão e Limoeiro (Limão?) estavam secos e amarelados. Chorou, procurou a antiga família, encontrou um palácio horrível, onde enfrentou criaturas pecaminosas. Ao clamar a Deus, chamou a atenção da Realeza (?) e foi ferido por uma espada no braço, uma lança no peito e uma adaga no pescoço. Daí enfrenta a Rainha maligna, o Príncipe Branco e finalmente a Princesa Branca, que ao invés de matar, acolheu em seus braços, tirando dela toda a dor para que morresse em paz (?). Ele morre e o bispo o canoniza.
PREMISSA: Tarantino meets Shakespeare.
TÉCNICA: erros crassos, como”caverno” (caverna) e “estase” (êxtase), exigem uma revisão detida e minuciosa. Mais do que isso, a avaliação do que funciona ou não funciona na história é essencial para o crescimento do autor.
EFEITO: sinceramente, a história é praticamente impossível de ser contada duas vezes da mesma forma. Parece que o autor foi inventando à medida em que escrevia, sem muita preocupação. Não está entre os meus favoritos, sinto muito.
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RESUMO
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Criança é criada por árvores do pântano, torna-se rei do pedaço, recebe visita de 4 pessoas, viaja o mundo com elas, é traído, constrói uma igreja, vira santo, vai enfrentar as 4 pessoas, mata geral, leva um dos corpos para a igreja que havia construído e depois morre.
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ANOTAÇÕES AUXILIARES DO RESUMO DURANTE A LEITURA:
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criança gerada no pântano
as àrvores o acolhem, tipo uma versão vegetariana de “Mogli, o menino lobo”
vasculhou o bosque, mas estava sozinho
voltou a ser criança… foi tipo uma morte/reencarnação?
após intervenção divina, começa a reinar sobre o pântano
chegam 4 estranhos do mar
o rei se torna amigo deles e sai numa tour pelo mundo
os amigos se revelam não tão amigos assim
o rei se isola numa caverna e descobre criaturas do mundo subterrâneo
constrói uma igreja no subterrâneo
ao voltar para o pântano, percebe que as coisas mudaram
para salvar as árvores, vai em busca de uma família (que família é essa, meu Deus?) que mora em um palácio
no castelo, é atacado por criaturas rastejantes
ele tem uma premonição de um destino terrível para o mundo, mas se mantém firme na fé
uma batalha… e honestamente falando, já não tô mais entendendo quem é quem
a rainha agora desceu pro pau (no bom sentido)
agora veio o príncipe branco, vendo a oportunidade de ser rei (mas ele já não seria se o pai estava morto?)
por último, a princesa
o santo mata a ela também e em seguida se arrepende e grita por perdão
ele leva o corpo da princesa até o mundo subterrâneo
viveu mais uma semana e foi canonizado pelo bispo.
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SOBRE A TÉCNICA:
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Há um ponto bastante positivo aqui: a narração tem estilo. Há um tom épico, bíblico, permeando toda a narrativa. Também há passagens e frases soltas interessantes, bem construidas isoladamente.
A revisão, no entanto, deixou bastante a desejar.
– foi gerada uma criança, abandonada pela
>>> pela o quê?
– por aqueles que o demonstraram compaixão
>>> por aqueles que por ele demonstraram compaixão
– sobre ele foi colocado incontáveis constelações
>>> sobre ele foram colocadas incontáveis constelações
– Mas o Senhor tinha planos para ele, e sobre o céu coseu um manto branco e puro, de aura e luz com bordões de ouro e prata, findando-o com pedras preciosas e brilhantes.
>>> esse trecho ficou bem bonito
– a primeira catedral que o mundo jamais viria
>>> veria
– Caótico e lustroso eram os salões do odiável edifício, repleto de pinturas obscenas e heresias
>>> mais um exemplo de boa construção de frase
– atingindo pelo estase insano
>>> êxtase
– hordas infinitas dos insetos que outrora o atacou
>>> atacaram
– que há muito tempo seu amigo
>>> foi?
– correu até a caverno escura
>>> caverna
– último dos Monstro de Deus.
>>> monstros
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SOBRE A TRAMA
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A parte boa é que o autor foi criativo.
A ruim é que foi até demais. Esse conto foi muito, muito dificl mesmo de ser resumido, porque apresenta uma infinidade de eventos e transições de personagens e cenários.
Não há foco narrativo em nenhum momento, dificilmente encontramos 3 parágrafos dando sequência à uma mesma linha de pensamento.
Por melhor escrito que esteja (e, como disse acima, a revisão deixou passar muita coisa), fica difícil para o leitor acompanhar.
Acredito que houve o emprego de um ou vários simbolismos, mas confesso que não captei nenhum.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Uma profusão de ideias sem desenvolvimento adequado, que resultaram num conto bastante confuso e custoso de acompanhar.
Sugiro se concentrar mais em menos eventos.
NOTA: 2,5
🗒 Resumo: o conto é uma grande fábula de uma criança que nasceu do nada e foi criada pela natureza. Ela se achava sozinha e triste, mas quando encontrou outras pessoas, percebeu a maldade humana e foi traído. No fim, ele se vinga dos traidores e morre, criando uma nova religião.
📜 Trama (⭐▫▫▫▫): preciso confessar que não entendi muito bem o propósito do texto. As fábulas, em geral, são uma grande metáfora para alguma coisa e neste conto vi apenas a metáfora batida do homem puro contra a humanidade corrompida.
O problema, na verdade, é que o conto é todo “contado”, as coisas vão acontecendo e eu não me vi inserido na história em nenhum momento. Isso ocorre, principalmente, porque o texto conta fatos seguidos de fatos, passando por um período muito longo de tempo e não parando com calma em nenhum deles. Por exemplo, o texto diz que ele virou amigo dos viajantes, mas isso não é mostrado. Como foi essa amizade? Como ela se desenrolou? Como ela se corrompeu até a traição? Enfim, essas coisas têm que ser respondidas com cenas e não com narração. É o famoso “mostrar” e não “contar”. É com cenas que nos apegamos aos personagens e sem esse apego, tudo fica distante. O autor diz q eles se amavam, o leitor tem q aceitar, mas ele não viu aquilo de fato, então ele não sente essa amizade, esse amor.
Várias partes também me pareceram soltas e desnecessárias, como a construção da igreja (por que ele faria isso?) e a volta ao mundo que ele fez, ficou velho e voltou a ser criança (para ligo depois encontrar pessoas). Ou ainda, no fim, existir uma religião, com bispos e tudo mais, seguindo-o. Achei tudo isso meio sem sentido, sem explicação na trama que ajudasse a ligar os pontos.
A única parte de texto que tem uma cena com fortes descrições é o final, com a invasão do Santo ao castelo. O problema aqui, além da falta de apego ao protagonista e a falta de sentimento da antiga amizade que eles tinham, é o surrealismo das ações. Eu não consegui entender o “poder” desse homem santo, que podia ter a garganta cortada, dentre várias outras coisas, e não morrer. Por que ele era assim? Quem deu esse poder a ele? Deus? Por que Deus fez isso? Qual era o propósito desse Santo? E aqui eu volto ao propósito: o conto acabou se perdendo em muitas ações e, infelizmente, não conseguiu me passar qual era o seu objetivo.
📝 Técnica (⭐⭐▫▫▫): o autor tem um certo domínio das palavras e um bom vocabulário, mas pecou em excesso nos erros de pontuação e ortografia.
▪ abandonada pela (faltou uma palavra)
▪ Estranhamente seu choro foi atendido *sem vírgula* e *vírgula* ao seu socorro *vírgula* veio o Cidrão espinhento e áspero para envolvê-lo com ternura e carinho *ponto* Depois de já aquecido *vírgula* o Limoeiro correu até ele (sobre o “envolvê-lo”, o texto estava referenciando “criança”, logo deveria ser “envolvê-la”)
crescendo junto aos vaga-lumes e *as* (às) mariposas
brincando junto ao córrego com os sapos e as rãs *ponto* Respirando a cerração úmida da madrugada e o sereno gélido da tarde *vírgula* ele esperou o Sol (…)
Mesmo amando natureza *vírgula* ele ainda estava só (…), então decidiu deixar, não abandonar, o Cidrão e o Limoeiro (…) indo aonde jamais sonhou *ponto* Ele se aventurou ao norte e depois ao sul (…)
Já velho *vírgula* ele voltou a sua morada ao lado de seus cuidadores (…), e sua velhice foi revertida *a* (à) sua idade de nascença
(E o problema de pontuação e ortografia continuaram por todo o texto. Eu parei de anotar para focar na história)
🎯 Tema (⭐⭐): uma fábula de fantasia [✔]
💡 Criatividade (⭐▫▫): são muitos elementos batidos de um homem puro contra a maldade humana. Esperei algo fora deste estereótipo, mas não encontrei.
🎭 Impacto (⭐▫▫▫▫): pelos motivos já expostos, infelizmente o impacto do conto é bem baixo.
⚠️ IMPORTANTE: o conto não me agradou e tenho certeza que essa minha crítica e outras que está recebendo o deixarão muito chateado. É uma análise crítica ao texto e não ao autor. Só peço que, assim que esfriar a cabeça, volte, releia os comentários e tente extrair o melhor de cada um. Não há melhor escola literária que o Entre Contos, pois aqui você encontra uma análise sincera de seus textos. São dicas duras, mas muito preciosas. Até a próxima rodada 😉
Olá Sapo Rei; tudo bem? 😉
O seu conto é o décimo quinto trabalho que eu estou lendo e avaliando.
COMENTÁRIOS GERAIS: O conto possui uma linguagem que o enlaça com um tom de imponência, trazendo a sensação de uma história épica e inesquecível. Essa roupagem foi bem feita e denota domínio da Língua, além de um conforto pessoal (autoral) com o gênero. A leitura flui bem, mesmo o trabalho necessitando de uma revisão um pouco mais apurada, com palavras faltando e outras se repetindo no decorrer do trabalho. Enxergo bastante potencial na história, porém é necessário que o autor ou autora passe uma segunda demão no trabalho, talvez sem a correria do prazo ou limites de palavras imposto pelo concurso.
Parabéns e boa sorte no Desafio!
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RESUMO DA HISTÓRIA:
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Uma criatura surge abandonada em um pântano, criando-se em um mundo solitário e escuro. Quando finalmente aparecem outros seres para lhe fazerem companhia, acabam por roubarem seus poucos pertences, porém que o tornavam rei daquelas cercanias. Após um tempo de fuga, o antigo rei retorna ao seu local de origem e percebe que tudo está prestes a ser destruído pela poluição e pela corrupção trazidas pelos novos poderosos, então empreende uma sangrenta jornada de enfrentamento para cessar com aquele mal e tentar evitar o fim de seu habitat.
Fala, Sapo Rei.
Resumo: Acho que essa foi a sinopse mais complicada de sair até agora, peço perdão de antemão pela falta de entendimento. Pelo que percebi é a história de um uma criança abandonada, vivendo em solidão e tendo a natureza como único alicerce. Essa criança mística portadora da maldição de renascer sobrevive alternando reclusão e surgimento, em longas provações. Por fim, torna-se Santo.
De inicio fiquei bastante animado com o título pois pensei se tratar de um conto de humor em homenagem ao clássico “Batracomiomáqui – A guerra entre rãs e ratos” do Homero. Mas essa impressão inicial rapidamente se desfez, culpa esclusiva minha, é claro.
Então, o conto tem todo aquele jeitão de profecia, mas com uma mistura da lenda e do sagrado, com inúmeras simbologias, da mitologia grega ao Rei Branco. É perceptível a intenção do autor em trazer as cores para indicar a passagem da história, do branco ao cinza e depois ao preto. O pântano também é usado como referência, como uma majestade do submundo, de outro escalão. A escrita é segura, não raro são os momento em que vemos construções bem pensadas e obviamente com muitos significados.
Porém, infelizmente, tenho que confessar que não alcancei a mensagem, tampouco a plenitude da história. Em muitos momentos fiquei bastante desconfortável, pois possui a ganas de me agarrar, mas não encontrava nada. Foi como se estivesse lendo uma escritura de uma civilização da qual não possuísse qualquer referência, um exercício inglório atrás de uma chave que não me abriria nada. Para mim, uma releitura intricada do que desconheço.
Enfim, peço mais uma vez desculpas por não compreender o que o autor obviamente tentou passar.
De qualquer modo, bom desafio pra ti.
Olá, Sapo-rei.
Resumo da história: homem gestado na mata e criado por plantas cresce num pântano e mais tarde volta a ser criança outra vez. Numa incursão na escuridão agrega a escuridão para si, tornando-se o Homem de Preto, um santo paladino de Deus. Após uma batalha contra o rei, a rainha, o príncipe e a princesa de branco, enfim, ferido, vem a morrer nos braços dos Clérigos da Igreja Primitiva, que o canonizam.
Prós: história original, de inspiração cristã, que cria uma mitologia própria e caótica.
Contras: a história parece dar voltas em si mesma, conta muito e desenvolve pouco, seja a trama, sejam os personagens, O personagem principal parece errar pela trama; sem objetivo, de forma aleatória. Há um bocado de erros por acertar, em especial concordância e alguma pontuação.
Nota: 3
Uma história muito confusa onde você tem o que parece ser uma criança que nasce numa espécie de pântano e sai de lá. Depois temos reis, santos, homens e mulheres de branco e de preto, uma nova religião, um assassinato de toda uma família, o que parece ser uma traição entre amigos…
Acho que o motivo da grande confusão do texto passa por uma falta de revisão. Me parece que o autor escreveu tudo correndo de última hora e não cuidou de aspectos básicos como ortografia, pontuação, paralelismo e coesão. Acho que vale a pena voltar e corrigir isso pra que a história se torne mais clara.
RATO (Resumo, Adequação, Texto, Ordenação)
R: O enredo é singelo e tem um pouco de poesia embutida, além de certo clima de histórias de cordel. Por problemas que abordarei abaixo, a história em si ficou um pouquinho confusa, mas vamos lá: há uma criança criada por entidades da natureza que ganha uma linhagem nobre. Ela cresce na floresta e muito tempo depois encontra outros amigos. Esses amigos o traem e a criatura/criança sai em busca de vingança. Torna-se um homem no meio do caminho e vira uma espécie de padre (aqui eu me perdi). Deixa uma delas sobreviver num convento (mas por qual motivo?). Morre em seguida.
A: Há todo um clima medieval no contexto, com feras rastejantes, pântanos, artefatos religiosos e muita surrealidade, com toques de prosa poética. Acho que consegue atingir bem o objetivo de criar uma atmosfera opressiva, mas não de fácil assimilação. – 4,0
T: Então. Parece uma escrita jovem, de alguém que ainda está amadurecendo no ramo. Há muitas ideias excelentes, mas com falta de coesão. Algumas coisas acontecem em cima das outras, o cenário é trocado de repente, alguns pontos de vista mudam sem aviso. É um texto que contém muito conteúdo, mas precisava de um pouco mais de lapidação no quesito “espaço”, ao situar o leitor nos acontecimentos. Tem muitas descrições bonitas e tocantes, mas a falta (ou excesso) de pontuações atrapalham. Tem um bom chão a percorrer, mas já demonstra firmeza nas descrições. – 3,0
O: A estrutura precisa ser melhor trabalhada, talvez, como sugestão, colocar divisões entre sua infância, adolescência e formação final, bem como a vingança conclusiva. Daria para dividir o texto em quatro partes tranquilamente. Como disse acima, tem muita personalidade e parece que o autor(a) tem a mão certa para a prosa poética, basta praticar um pouco mais nesse quesito. – 3,0
[3,3]
Olá, autor(a),
Tudo bem?
Resumo:
Acompanhamos a saga de um misterioso menino, criado por um Limoeiro e um Cidrão,e que se torna um poderoso Santo.
Meu ponto de vista:
O conto é de fato uma saga, e o leitor (ao menos comigo foi assim) precisa de fôlego para acompanhar as reviravoltas da trama. Aqui, tal qual o sapo que vive uma série de “vidas”, sendo girino, saindo das águas, sendo sapo, trocando de pele, a criança abandonada parece ser uma espécie de metáfora do mal contra o bem. No caso, o menino personificaria o bem e o que ocorre a sua volta (capa negra, amigos mal intencionados, as próprias dúvidas vividas pelo personagem), parecem simbolizar as provações pelas quais o Santo passa.
Há, certamente, um universo na cabeça do(a) autor(a), e, talvez pelo limite de palavras do desafio, algo falte nas lacunas deixadas. Meu conselho seria o de o(a) autor(a) desenvolver uma narrativa mais longa, uma novela ou romance, com a completa saga do homem sapo, certamente dará um belo livro.
O ponto alto, para mim, é a tentativa do(a) escritor(a) em construir uma linguagem cheia de simbologias, criando um ar de mistério envolto em brumas, assim como é (e seria) a fala e a vida de um Santo.
Parabéns por escrever.
Sorte no desafio.
Beijos
Paula Giannini
RESUMO: Uma criança é abandonada pelada no pântano e socorrida pelo Cidrão e depois amamentada pelo Limoeiro. O menino foi criado no brejo, protegido pela natureza. Um dia, quis desvendar o mundo além do pântano e partiu. Voltou já velho e foi acolhido. Dormiu e renasceu, de novo, pelado com fome e frio. Recebeu um manto dos céus e se tornou um rei sem súditos. Vieram os tais vestidos de preto e se formou uma nova família. Porém, mais adiante, os de trapos negros traíram o Rei Branco e tomaram seu manto e ele teve de se vestir de escuridão. Voltou ao brejo e viu que estava tudo perdido, pediu pelos pais e foi enfrentar aqueles que lhe roubaram. Em uma espécie de jogo de xadrez, o rei (agora tomado como Santo) acabou fazendo o coração da Princesa Branca parar. Ficou chocado com a sua própria crueldade e foi às profundezas. Foi encontrado ferido e levado a um monastério, onde contou sua história, morreu e foi canonizado pelo Bispo.
AVALIAÇÃO: Conto com enredo bem fantasioso, que envolve elementos da natureza e uma espécie de jogo de xadrez. Pelo menos, foi assim que vi: as peças no tabuleiro: rei, rainha, bispo, torre, peões – brancos e pretos. O ritmo da narração oscila entre o bastante lento, algo contemplativo, e uma frenética batalha no final. Também há uma mudança de clima – primeiro quase um conto de fadas no brejo e depois cenas de terror. Não sei se entendi toda a trama, pois confesso que me perdi lá pelo meio, sem saber direito por que caminhos o protagonista estava indo. A linguagem utilizada é simples, clara, sem rebuscamentos. Há necessidade de uma revisão mais apurada para sanar pequenas falhas, tais como:
abandonada pela > abandonada pelada
O terceirou > O terceiro
exceto o Bispo, quem em seguida > exceto o Bispo, que em seguida
Recomenda-se também uma rever a pontuação.
Até a próxima rodada. Boa sorte!
– Conta sobre um rei sapo que após sair do seu reino, e ao voltar, busca retomar seu reino. Derrotando toda uma família real. Por fim, foi enterrado e canonizado por um bispo que passou sua história adiante.
– Achei um conto bastante confuso e não tenho certeza que entendi bem. Ficou bastante preso em suas alegorias e é abstrato demais. As batalhas ficaram bacanas, contudo no geral não me agradou
A história de um homem – ou um santo – que viveu desde o início dos tempos e seguiu em uma jornada metafórica até os dias atuais, sendo enganado e traído pelos humanos em uma ingenuidade natural de quem viveu sem contato de ninguém a não ser os próprios pais.
Este conto é uma espécie de fábula escrita de forma poética, com tons bíblicos, cheia de sugestões de profecias e metáforas. É um daqueles textos que não tem um significado óbvio aparente, o que dificulta muito a leitura pois o leitor sempre está com os pés fora do chão, não tendo onde pisar, não tendo uma sequer referência para se apoiar.
Seu texto tem muitas interpretações. Tantas que sequer tive a energia de tecer uma. Tudo é sugestivo, tudo é interpretável – desde uma imagem de jesus e sua saga para salvar a humanidade até uma fábula puramente fictícia que sequer se refere ao nosso planeta.
A técnica é boa na tentativa de fazer um texto com tons proféticos e religiosos, misturado com um pouco de poesia, mas há muitos erros de pontuação e acentuação, além de algumas palavras que foram “comidas”, o que sugere uma falta de revisão.
No geral, um conto confuso e com leitura cansativa.
Resumo: criança abandonada é criada por Cidrão e Limoeiro. Criada no brejo, sai a explorar os capins e retorna. Adormece e no dia seguinte, com um manto de luz, lhe é dado o direito de ser rei daquela terra, tendo como súditos os Cinocéfalos. É, contudo, um rei solitário. De repente, quatro seres chegam do mar, vestidos de preto. Eles se juntam ao rei, agora chamado Rei Branco, e ficam amigos. Depois eles brigam e o rei é expulso, tendo que se vestir com trapos negros. Retorna ao Cidrão e ao Limoeiro, mas é renegado por eles também. Refugia-se numa caverna com criaturas antigas e é aceito por elas. Lá ele constrói uma igreja, mas sente falta dos Cinocéfalos. Quando sai da caverna, o mundo está em ruínas e seus amigos, à beira da morte. Procura o pessoal de preto e os encontra numa fortaleza. Com a força de Deus a seu lado, vence pensamentos maldosos. Logo encontra o rei usurpador, de branco, e o mata; vem a rainha, que tenta confundir sua mente com ilusões, mas também é derrotada pelo agora chamado Santo; vem o príncipe, que também é morto; vem a princesa que, morrendo, é levada pelo ex-rei-branco-depois-preto-agora-santo àquela igreja na caverna. Por fim, ele morre é canonizado.
Impressões: Eu apostaria que este conto foi concebido por alguém que ainda dá seus primeiros passos na escrita. Dá para ver a criatividade latente, as ideias borbulhando, a imaginação correndo solta. Contudo, essas qualidades não conseguiram transformar a narrativa num conto interessante. Isso porque são muitas as informações, são muitos os acontecimentos. O sujeito nasce na floresta, é criado por plantas, enfrenta demônios, vai à caverna, volta, enfrenta os demônios de volta… É coisa demais acontecendo. E somado a isso vêm os onipresentes erros de revisão, com inúmera falhas de concordância e uso de palavras com um sentido determinado por outro. Pelo que percebi, o autor pretendeu dar à história um ar de epopeia, a história de um rei que vence as dificuldades, do nascimento até a morte. Normalmente isso é contado em livros – em trilogias – e assim mesmo é difícil aceitar a velocidade com que as coisas acontecem… Aqui, com este limite tão pequeno, condensar uma vida inteira teve um resultado muito confuso. Minha sugestão é que da próxima vez você, caro autor, restrinja um pouco o raio de ação e foque sua criatividade num fato determinado da história que tem em mente, isto é, escreva somente sobre um dos fatos. Por exemplo, aqui ficaria bacana se vc se ativesse apenas ao capítulo da caverna, com o encontro com as criaturas das sombras e a construção da igreja. Nesse aspecto, o passado, ou mesmo o futuro seriam apenas mencionados por cima. Enfim, é como penso. Espero que você consiga domar sua imaginação, ou melhor direcioná-la de modo mais eficiente.