Naquela noite Ronaldo foi um dos primeiros passageiros a embarcar no Boeing 767-300, que estava prestes a deixar Detroit com destino a Guarulhos. Em seu ticket, recém-impresso, o assento 3J confirmava que ele finalmente seria um executivo na classe executiva.
Entrou no avião com passos ansiosos e a cabeça erguida. Antes de se sentar, conferiu o número de sua poltrona no bilhete, fingindo não saber de cor o lugar recém-conquistado. Guardou sua mala, com a ajuda da prestativa comissária, e se sentou na espaçosa poltrona de couro como se relaxasse no sofá de sua casa. Fingindo que nada daquilo era novidade, passou os olhos atentos pelos dois metros quadrados reservados a ele naquele voo. Logo notou uma necessaire encaixada ao lado do seu encosto de braço. Como criança em noite de Natal, abriu a pequena bolsa e vasculhou seu conteúdo. Entre meias, escova de dentes, tapa-ouvidos e tapa-olhos, havia alguns produtos em miniatura da marca francesa Loccitane. Imediatamente se lembrou de sua esposa Luciana e do fato de não ter comprado nada para ela naquela viagem. Deixou escapar um sorrisinho de contentamento.
Então, a comissária apareceu com uma bandeja de espumantes. Ronaldo guardou a necessaire e destravou rapidamente a mesinha de refeição, com medo de que ela imaginasse que ele recusaria uma taça de espumante. Coisa eu ele não faria, fosse francês ou não. Com a bebida borbulhante sobre a mesa, Ronaldo não conseguiu evitar. Sacou o celular do bolso e fez sua primeira fotografia. Para dar um ar mais cult ao cenário, selecionou um filme europeu na televisão individual e colocou a taça em uma posição estratégica, mostrando a tela ao fundo. Depois, partiu para a rodada de selfies, todas feitas com o cuidado de valorizar o tamanho e o conforto de sua poltrona. Vislumbrando os inúmeros likes invejosos que receberia assim que postasse aquelas imagens no Instagram, Ronaldo se deixou levar pela vaidade. Enquanto fazia poses para a câmera do celular, ele perdia a pose de executivo frequente perante seus colegas de cabine.
Os cliques só cessaram com a aproximação da comissária com o cardápio das refeições. Trocando o celular pelos óculos, Ronaldo se empenhou na tarefa de escolher a melhor opção entre as três oferecidas e combiná-las harmoniosamente com a carta de vinhos. Quando a comissária retornou para anotar seu pedido, Ronaldo já havia se decidido pela salada de camarões, carré de vitelo com aspargos e risoto com queijo brie. De sobremesa, creme brulée. Se sentiu em Paris.
Assim que Ronaldo começou a testar os botões que reclinavam sua poltrona, uma voz pediu que todos retornassem seus encostos para a aposição vertical. A sua diversão precisou ser adiada em alguns minutos. Mas, assim que o aviso de atar cintos foi desligado, Ronaldo começou a dedilhar o pequeno controle com setas e botões, colocando a poltrona em todas as posições possíveis. Quando a cadeira virou uma cama, ele ajeitou seu travesseiro branco, se cobriu com o cobertor de plumas e fez uma self com cara de sono.
Uma hora depois, a comissária entrou na cabine com toalhinhas quentes e úmidas para as mãos. Ronaldo retornou a poltrona para a posição vertical e destravou rapidamente sua mesinha. Seu estômago roncou de fome. “A comida vai vir quentinha, numa louça branca. Aposto. E os talheres vão ser de inox. Tenho certeza. Talvez tenha até toalha”, pensava enquanto passava a toalhinha nas mãos.
Mas seus pensamentos foram bruscamente interrompidos por um forte chacoalhão na aeronave. O sinal de atar cintos se acendeu e a chefe de cabine avisou que estavam entrando em uma área de turbulência. Deveriam permanecer todos sentados e com os cintos afivelados. Então, a turbulência veio com tudo. O avião desceu e subiu, balançando intensamente. Enquanto isso, Ronaldo apertava o macio e acolchoado encosto de braço com toda a força.
A louça não servida começou a sacolejar no carrinho atrás da cortina e Ronaldo se lembrou do vitelo quentinho na travessa branca. Sentiu receio pelas louças e temeu pelo jantar tardio requentado. Quando a turbulência aumentou ainda mais, ele temeu pela própria vida.
Quando os pensamentos mais mórbidos invadiram sua cabeça, ele se lembrou de um amigo que uma vez o havia alertado para o fato de que quanto mais ele voasse maior seria a probabilidade de que ele morresse em um acidente aéreo. “É questão de estatística”, disse o amigo, dando tapinhas em seus ombros.
Quando uma das sacolejadas abriu a cortina e Ronaldo viu a comissária com as mãos sobre o rosto, ele teve a certeza de que naquele dia ele entraria para as estatísticas. Depois de rezar um pai nosso e uma ave maria, se lembrou das imagens armazenadas em seu celular que provavelmente nunca seriam postadas no Instagram. Naquele instante, ele foi tomado por um novo desespero. Se virando para o passageiro da poltrona ao lado, perguntou:
— O senhor sabe se aqui na business tem wifi?
O homem franziu a testa e balançou a cabeça.
Ronaldo soltou um suspiro de descontentamento. Então, se lembrou dos produtos Loccitane que certamente não conseguiria entregar à sua esposa. Sentiu pena da futura viúva. Abriu a necessaire e se lambuzou de creme francês. Passou nas mãos, nos braços e no rosto. Depois, cobriu os lábios com o protetor labial. Então, olhou para o kit de higiene bucal e se lembrou novamente do vitelo que nunca chegaria a sujar seus dentes.
Mais alguns minutos de forte turbulência e a aeronave parou de chacoalhar. Os passageiros, business ou não, bateram até palmas.
Cerca de 40 minutos depois, foi servido o jantar, exatamente como Ronaldo previra. Em louças brancas, com talheres de inox e toalha branca. Requentada. Como se fosse sua primeira refeição na nova vida, ele lambeu os beiços lambuzados de vitelo e protetor labial. Após a sobremesa, colocou um filme de ação no seu televisor, um título bem diferente daquele europeu que ele havia fotografado como pano de fundo. Quando o sono chegou, reclinou novamente a poltrona e dormiu o sono dos justos e sobreviventes.
Quando o avião pousou, Ronaldo se despediu da classe executiva como um executivo se despede das tão aguardadas férias. Assim que encontrou a esposa no saguão do aeroporto de Cumbica, foi ao seu encontro e lhe deu um abraço com cheiro de creme Loccitane. Um pouco assustada, Luciana olhou para o esposo, passou as mãos sobre seu rosto macio e perguntou:
— Foi bom o voo, amor? Ouvi um senhor comentando que teve muita turbulência.
— Turbulência? Não senti. Vai ver que na business balança menos — respondeu, entregando a ela a necessaire vazia.
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Oiiiii. Um conto que conta a história de um homem chamado Ronaldo que viajou de primeira classe com direito a vários pequenos luxos. Devido a alegria da experiência quis registrar tudo me fotos que planejava publicar depois para provocar uma certa inveja. Mas uma turbulência parece que vai acabar com a alegria dele e quando ela se intensifica teme pela vida. Mas depois que o perigo passa diz para a mulher que nem sentiu a turbulência rsrs. É como diz aquela antiga expressão, que é muito fácil ser corajoso quando o perigo passa. Quando o Ronaldo estava no chão depois do avião ter aterrissado foi simples fingir que não teve medo e bancar o corajoso. Um conto em que a frase final faz toda diferença e deixa tudo mais divertido. Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.
Oiiiii. Obrigada pelo comentário, Ana Carolina
RESUMO: Um voo conturbado por turbulências que levam o passageiro a acreditar ser esta a sua última viagem. Em meio a solavancos da nave, tilintar de louças e tentativas de enganar os ânimos que previam a morte de todos e principalmente a dele, o passageiro vai tentando se distrair na viagem enquanto pensamentos terríveis atravessam-lhe a mente.
Ao final do voo, é recebido pela esposa no local do desembarque, como se nada de estranho tivesse acontecido, e acaba sendo delatado pela ausência do presente que daria à esposa.
CONSIDERAÇÕES: O texto é bem fluido, rápido e bastante objetivo contendo pontos bem humorados. Utiliza uma linguagem bem comum como se estivesse contando a história para uma roda de amigos.
Fiquei feliz com seu comentário. Obrigada
Resumo: um homem que conta o relato de sua primeira viagem de avião na Classe Business. Ele aproveita as mordomias, mas tem medo da turbulência. O conto tem teor humorístico.
Comentários da história: a história faz rir. É curiosa, porque à medida que lemos, não temos ideia de onde o narrador quer chegar com todos os argumentos. Nos faz rir. Interessante e cômica, como diz o certame.
Comentários da narrativa: bem escrita e seguiu uma ótima progressão da história. Bem compreensível e sucinta.
Comentários da gramática: nada a acrescentar. Boa revisão, bom texto. Boa história.
Muito obrigada!!!!
Resumo: homem que viaja pela primeira vez na classe executiva de um avião não consegue segurar o entusiasmo; no meio da viagem, porém, uma turbulência sacode tudo e ele, mesmo assim, tenta manter a compostura.
Impressões: não sei se classificaria este texto como conto ou como crônica. Independentemente disso, fato é que a leitura fluiu bem, pois a narrativa é agradável e de certa forma familiar. Não há como não nos identificarmos com o protagonista, com a maneira como ele se comporta feito pinto no lixo, não conseguindo evitar as selfies e todo o conforto inédito por que passa. Apesar da boa escrita, porém, não há nada de muito novo nesse tipo de história, ou seja, faltou um pouco de ousadia. Claro, há aí embutida uma leve crítica às redes sociais, à auto-promoção-acima-de-tudo, o que é bastante atual, mas isso, a meu ver, não bastou para diferenciar o texto dos demais aqui no certame. E digo isso porque dá para perceber que a pessoa que o escreveu tem munição para ir muito mais longe. Isso é nítido. Deixo aqui os parabéns pelo texto, mas também a sugestão para que quebre as paredes na próxima vez, para que ouse mais.
Gustavo, já estou fazendo artes marciais pra arrebentar a próxima parede.. Concordo com seu comentário. Que venha o terror.
Sujeito deslumbrado viaja de avião pela primeira vez na classe executiva, simulando tratar-se de usuário habitual. Em sua cabine encontra um nécessaire com produtos sofisticados e logo pensa em oferecê-la como presente para a mulher pois esqueceu de comprar-lhe algo na viagem. Quando o avião atravessa uma área de turbulência, entretanto, o sujeito usa todos os produtos do nécessaire temendo morrer sem experimentá-los já que a esposa não os receberá. Passada a turbulência, o sujeito volta a apreciar as coisas simples da vida.
Aqui temos uma comédia que satiriza, digamos, o comportamento de um sujeito comum querendo se mostrar sofisticado e melhor do que os outros. O texto também satiriza a esquizofrenia contemporânea de exibir em selfies a imagem de alguém que não somos. O enredo é simples, quase uma crônica, mas achei a leitura agradável e divertida. Alguns probleminhas de revisão: um “eu” sobrando no terceiro parágrafo e um período iniciando-se por pronome oblíquo (“Se sentiu em Paris”). Coisas da nossa língua, acontece toda hora…
Gostei bem do título que você deu ao conto, gerou curiosidade, e de algumas passagens espirituosas do seu texto.
Um bom conto. Parabéns pela participação! Um abraço.
Muito obrigada pelo comentário. Realmente concordo com os erros que cometi. O “eu” era um “que” que digitei errado… E o Sentiu-se eu sei que seria o correto, mas passou, Valeu pelas dicas.
Resumo
Ronaldo, um executivo, aparentemente em ascensão, demonstrando um deslumbre patético, pretende desfrutar seu primeiro voo na classe executiva quando, supostamente também pela primeira vez, experimenta o “terror” de uma turbulência aérea.
1. Aplicação do idioma
Apesar da escrita direta, objetiva e nada rebuscada, como em geral requer a comédia; há erros relevantes, de digitação, de grafia e, principalmente na construção das frases.
2. Técnica
A narrativa é linear e absolutamente rudimentar, com problemas de ritmo, tudo é contado de forma excessivamente direta. O conto peca na capacidade de instigar, de criar ansiedade e surpreender o leitor. Não se observa o uso de maiores expedientes narrativos.
3. Título
Instigante, remete a filmes do gênero suspense que têm por tema a aviação.
4. Introdução
Início desgastado, situando de imediato o leitor e apresentando o personagem.
5. Enredo
Raso e pouco original, sem muita imaginação no que tange às situações pretensamente cômicas
6. Conflito
Previsível, pouco instigante, incapaz de provocar grau razoável de ansiedade.
7. Ritmo
Deveras arrastado no início, com pequenos enlevos.
8. Clímax
De narrativa excessivamente direta e ineficaz.
9. Personagens
Mal delineado, pouco desenvolvido, muito pouco é contado ou mostrado sobre Ronaldo, o protagonista. Personagens secundários têm pouquíssimo espaço. Um antagonista parece fazer falta à história.
10. Tempo
Presente e bem marcado.
11. Espaço
Razoavelmente bem explorado, principalmente na primeira metade do conto.
12. Valor agregado
O conto faz uma leve crítica ao apreço e vislumbre pelo conforto, em particular, no caso de executivos em ascensão profissional.
13. Adequação ao Tema
É claramente uma comédia, ainda que de eficácia duvidosa.
Oi, Cirineu, meu medo não era injustificado rsrsrs. Agradeço o seu comentário. Por favor, apenas para me ajudar a melhorar, se vc puder, quando tiver tempo, me diga quais foram os erros relevantes, de digitação, de grafia e, principalmente na construção das frases. Os demais tópicos são claros, não exigem explicação.
Sinopse: Um passageiro de avião está pela primeira vez voando na classe executiva. Usufruindo de tudo do bom e do melhor, ele acaba passando por momentos difíceis após uma turbulência dentro do avião. Um momento em que qualquer um pode pensar no que deixou de fazer durante a vida… ou no voou.
Comentário: Um conto curto e bem-humorado. A parte mais legal está no meio do conto, onde o funesto passageiro quase perde a vida.
Lista de contos Felipe Takashi
1º – A Dama Rubra
2º- O Dia Em Que Acordei Morto
3º – Betiron, um Reino
4º- Os Dois Lados da Penteadeira
5º- Dezembro
6º – Sensitu
7º- Uma Canção Para Nara
8º – O Animalismo
9º- Lúcia no Mundo das Coisas
10º- Passageiro 3J
11º- Apenas Um Dia Comum
Estava feliz até ver que na classificação eu fiquei na 10a posição…rsrsrs. Obrigada por ter comentado.
Um rapaz pega um voo na classe executiva pela primeira vez. Empolgado, tira selfies e fotos de tudo que pode. Durante a viagem, há um tremor no avião que faz todos os passageiros se desesperarem. Ronaldo, o rapaz do conto, fica mais preocupado em não poder postar as fotos que de morrer. Por fim, o avião volta ao normal, e no aeroporto o rapaz diz para a esposa que não sentiu o tremor, pois na classe executiva deve balançar menos.
Conto pequeno e bem escrito. Nenhuma surpresa ou final alavancador. Gostei de ter lido, mas não vejo grandes pretensões por aqui. De qualquer forma, parabéns!
Oi, Virgilio. Grata pelo comentário. Talvez eu tenha falhado ao não surpreendê-lo com o texto.. Obrigada
RESUMO: Ronaldo voa pela primeira vez na classe executiva, entretanto não quer os outros percebem que essa é a sua estréia.
CONSIDERAÇÕES: Texto muito fluído, divertido e crítico. O personagem foi bem trabalhado e a ironia reforçou os anseios contemporâneos.
Gustavo, fiquei bastante contente com seu comentário. Muito obrigada
Ronaldo embarcou num Boeing. Tirou fotos de si na cabine perante colegas. O voo passou por turbulências e temeu pela sua vida. Quando aterrou disse à esposa que não passara por qualquer turbulência.
História com enredo pouco imaginativo.
Oi, Rocha, obrigada pelo comentário.
Olá Javaleu.
RESUMO: Um passageiro da classe executiva deslumbrado com os mimos que a companhia aérea pôs à sua disposição. Devido a uma turbulência e na iminência de morrer, o passageiro se lambuzou com produtos de uma marca famosa que deveria ser o presente a esposa, que o aguardava em terra. Com o fim da turbulência o voo chegou a terra firme e a esposa ganhou de presente uma necessaire vazia.
O QUE ACHEI
O autor está de parabéns, pois a narrativa é consistente e prende a atenção até o final. Identifiquei alguns deslizes de revisão, algo que eu não esperava devido a qualidade da escrita. Como por exemplo “self” no lugar de “selfie”, “eu” no lugar de “que” e uso do “se sentar”. Não tenho experiência com a Classe Executiva em voos internacionais, mas acho que se usasse “Primeira Classe” teria sido melhor. O desfecho é curioso, mas não resultou na consolidação do que deveria ser uma comédia.
FANTASIA ou COMÉDIA?
Tentou ser comédia.
Boa sorte! 🙂
Olá, grata pelas dicas. Realmente self eu errei feio. O eu foi erro de digitação, o que não é aceitável tb. Escolhi Classe Executiva pq é mais verossímil para o caso em questão. Mas agradeço a sugestão. Pena que não achou graça da minha comédia.
Homem viajando pela primeira vez num voo na classe executiva se sentindo o máximo. No meio da viagem, numa turbulência acha que vai morrer e opta usar os produtos de beleza e higiene pessoal que daria para sua esposa ao chegar, como forma de aproveitar seus últimos momentos de vida. Ao final, chega ao destino e se encontra com a esposa e lhe entrega o “presente” vazio.
Texto claro e objetivo, gostoso de ser lido. História fácil de ser assimilada. Confesso que no início fiquei em dúvida se o texto seria de humor, há um humor, mas muito tímido, porém que vai ganhando uma boa proporção a partir da metade do texto. Não chega a ser uma ideia genial, mas a boa escrita e as passagens humoradas não fazem isso ser um problema. Gosto que o conto seja curto também, dando objetividade e mostrando que não é necessário a utilização das 2500 palavras (usando praticamente a metade de 2000 palavras, ao que aparenta ser a média da maioria dos textos aqui), não é o tamanho de um texto que faz ele ficar bom e sim ele cumprir ao que se propõe. A única coisa que faltou pra mim mesmo, foi um tantinho mais de comédia. Não que eu goste de comédias escrachadas, mas parece que faltou rir um bocadinho mais.
Obrigada pelo comentário. Pena não ter arrancado gargalhadas de vc com minha comédia…
Passageiro 3J – trata de um executivo que pela primeira vez voa na classe executiva, lambuza-se do creme brinde durante a turbulência e não morre no final.
Texto divertido, consegui me identificar algumas vezes com o personagem (uma vez a companhia me colocou na classe executiva haha, mas ao contrário do personagem eu me senti deslocada com a mordomia rsrs). De maneira geral acho que eu gostaria de ter vivenciado um pouco mais o drama do momento da turbulência, eu teria apreciado poder acompanhar um pouco mais aquela situação.
Obrigada!
Oi, Shay, agradeço seu comntário e concordo que tinha espaço para mais peripécias…
Olá, Javaleu, boa sorte no desafio. Eis minhas impressões sobre seu conto.
Resumo: Passageiro, estreando classe executiva de um voo Detroit/São Paulo, passa um susto quando a aeronave entra em turbulência.
Gramática: A narrativa é fluída, sem problemas gramaticais. Exceção essa construção de frase: “Coisa eu ele não faria, fosse francês ou não” Tem algo de errado em sua formação, não tem não?
Tema/Enredo: É mais um conto que praticamente se resume a uma piada. Embora sem um final que leve a se rir. Mas um conto simples e bem desenvolvido e com um entremeio bem engraçado, pela ansiedade despropositada do personagem. Acredito que caberia mais alguma situação que enriquecesse mais o enredo. Senti falta de mais alguma coisa. Mas um trabalho louvável.
Oi, Paulo. Grata pelo comentário. Não vejo problema com “Coisa eu ele não faria, fosse francês ou não”. Quem sabe alguém lê esse comentário e nos ajuda com alguma dica. Abraço
O conto narra a primeira vez de um executivo num voo na classe executiva. Após instalar-se no assento que era o seu, o homem vê-se deslumbrado com todas as comodidades e regalias oferecidas. Afoito por aproveitar tudo o que tinha direito e mais um pouco, ele começa a explorar a cabine privativa. Após ter recebido seu champanhe, ele não resiste e faz selfies com a taça, tirando onda de fino. Empolgado, acaba fazendo mais e mais selfies. Após ter sido interrompido pela aeromoça que veio pegar seu pedido para o almoço, o avião começa a passar por uma área de intensa turbulência. Como os solavancos não paravam e, pior, aumentavam, ele começa a temer por sua vida, se entristece por não poder curtir o voo como esperava e se põe a usufruir do que pudesse antes que a iminente fatalidade aconteça. Porém, para sua surpresa, o avião sai da área de turbulência e o voo segue tranquilo, com ele podendo finalmente saborear a tão esmerada refeição escolhida e terminar no encontro de sua amada esposa, fingindo que nada de ruim acontecera.
Considerações:
Cumpre o quesito tema: é comédia.
O texto é bem escrito, é simples e tem uma fluência ótima. A verossimilhança é grande. Consegue criar bem o cenário e o personagem. Cumpre sua intenção em ser engraçado.
Pontos negativos:
A utilização do então como artifício de ligação entre as partes ficou estranho aqui: “Então, a comissária apareceu com uma bandeja de espumantes.”. Melhor: Após algum tempo…; Algum tempo depois…; Passados alguns minutos…
Olá, Lucifer. Agradeço o comentário e as sugestões. Abraço
O seu texto foi o que coloque em primeiro lugar. Eu achei que tivesse escrito que gostei muito. Pois fez-me rir verdadeiramente.
Resumo: Conta a pequena desventura de Ronaldo, um deslumbrado, fútil e tolo, que só enxerga frivolidades e aparência. Quase não tem história; é um sujeito que embarca num voo intercontinental e o seu gozo e luxuria são interrompidos por uma turbulência que o deixa apavorado e por segundos, aquele homem que carrega um personagem construido a partir de valores não muito louváveis se apresenta como verdadeiramente é, mas dura pouco, passado o baque, em terra firme , ele logo volta a repetir o seu discurso ególatra.
Considerações: Muito bem escrito, a construção do personagem é bem aprofundada, a leitura é agradável e divertida. É o tipo de humor que me agrada pela sutileza e ironia. Dos que eu li, considero o melhor.
Muito feliz em ler seu comentário!!! Obrigada
RESUMO: No Boeing 767 Ronaldo procura disfarçar a excitação de viajar pela primeira vez na classe executiva. O passageiro sabe lidar com as novidades sofisticadas do assento 3J, mas perde a compostura quando o avião entra em área de turbulência, acreditando que aquela poderia ser a sua última viagem. No fim tudo acaba bem, com exceção da necessaire vazia que levava para a esposa.
CONSIDERAÇÕES: O conto está muito bem escrito e nos faz voar junto de Ronaldo. O humor é convincente e na dose certa. Extrai-se ainda que se a classe alta é para poucos, as turbulência são para todos. Muito bom.
Seu comentário me deixou contente. Obrigada
RESUMO: um passageiro faz uma viagem na classe executiva de um avião. Todas as sensações presentes durante o voo são relatadas na história, desde as expectativas com as mordomias até a turbulência.
CONSIDERAÇÕES: uma história que mostra o lado fútil do ser humano, que mesmo em momentos de tensão pode valorizar coisas sem sentido. O conto é bem escrito, praticamente não contém erros de ortografia e gramática (vi somente um erro de digitação). O final do conto é honesto e não pretende ser pretensioso. O autor mantém o tom superficial com que o protagonista lida com as coisas, sem lição de moral. Gostei!
Obrigada, Danilo. Abraço
Resumo: Ronaldo, em sua primeira passagem pela classe executiva de uma empresa aérea, desfruta de todas as futilidades que a categoria lhe proporciona. De repente, o avião passa por uma turbulência, e a maior preocupação de Ronaldo é se ele vai conseguir ou não postar as fotos que tirou na cabine no Instagram. No fim, a turbulência passa e ele encontra a esposa no aeroporto; presenteando-a com uma necesssaire vazia (um dos brindes da primeira classe).
Sobre o conto: O conto não é ruim, a narrativa é boa (apenas um descuido com a palavra “assim” no quinto paragrafo, que foi repetida bem próximo uma da outra), as descrições não estão confusas, enfim, sem problemas neste sentido. Mas é um texto “ok”, nada mais. Talvez apostar mais pesado na mediocridade de Ronaldo, gerando mais situações absurdas como “perguntar se tem Wi-fi no meio de uma turbulência”, teria deixado no leitor uma marca mais profunda e, pelo que parece, sobrou bastante espaço para isso (imagino que o texto não tenha nem 1200 palavras).
Talvez eu não tenha me arriscado da forma como alguns leitores esperavam que eu me arriscasse com este texto. Obrigada pelo comentário.
Ronaldo entrou no avião e passou por uma turbulência, em seu desespero passou os cremes que ganhou e ia dar para a esposa, mas o medo fê-lo usar.
Passada turbulência, ele jantou uma vitela, depois assistiu um filme. Chegou no aeroporto em segurança, foi ao encontro da esposa e entregou-lhe a nécessaire vazia.
A narrativa está bem fácil de entender, porém esperei o conto inteiro por um acontecimento espetacular, pena que não teve. Notei apenas um erro, a falta de uma palavra.
Boa sorte!
Emanuel, obrigada pelo comentário. Vamos ver se no próximo eu faço algo mais surpreendente. Abraço