EntreContos

Detox Literário.

PAF! (Jowilton Amaral)

 

Conhecia o trajeto perfeitamente, embora nunca o houvesse percorrido de baixo de tamanho aguaceiro, muito menos depois de inalar três grossas e longas carreiras de PAF. Ele aumentara a dose mais uma vez. O rosto havia congelado. Empertigou-se no banco do motorista e alongou o pescoço para mais próximo do para-brisa, feito uma tartaruga esticando-se do casco, para que os olhos pudessem enxergar melhor a rodovia. As lanternas embaçadas dos faróis não ajudavam muito na iluminação da escuridão que o cercava. Estava com os sentidos tão impregnados da substância, que podia ouvir, em alto volume, o som emitido pelo asfalto sendo bombardeado pelos pingos d’água. “Bum! ” “ Bum! ” “ Bum! ”  O brilho das gotas explodindo no capô queimavam suas pupilas como se fosse a intensa luz de um holofote, dificultando ainda mais a visibilidade da estrada. Os dentes esfregavam-se uns nos outros obscenamente. Os dedos das mãos fundiram-se ao volante, o solado das botas aos pedais. Nos últimos quatro quilômetros viajados, carro, uma Range Rover preta dois mil e dezessete, e homem, um professor universitário de trinta e oito anos, pareciam transformados em uma só porção de matéria.

Máquina e ser-humano se desconectaram em frente a uma churrascaria. Saiu do carro e inspirou profundamente, enchendo os pulmões, e expirando, bem devagar, logo em seguida. Sempre fazia este movimento respiratório, ajudava a acalmar os nervos e frear os pulos do coração ocasionados pela droga.

O PAF, além de um tapa na cara, era mágico. Ele era oriundo de asas de fadas, que ao voarem, expeliam de suas finas e translúcidas asas um pó multicor, que se usado em quantidades maiores a posologia determinada, aliava a euforia da cocaína com as viagens psicodélicas do ácido lisérgico. O Pó de Asa de Fada era uma droga exclusivíssima.  

O Mormaço Bar e Restaurante era uma típica churrascaria de beira de estrada, construída às margens da Mata dos Jacarés, com um amplo salão em L na parte externa, repleto de mesas forradas com plásticos duros, enxadrezados de vermelho e preto, e cadeiras pesadas de madeira escura. O interior era mais aconchegante, com um bar espelhado, moderno, poltronas acolchoadas, pista de dança, um aparelho de som que funcionava com moedas e uma iluminação baixa de boate. James Roger, o professor, era um antigo frequentador, conhecia o lugar muito antes da aparição dos seres alados.  

Um pouco menos agitado, o homem olhou para o Longines no seu pulso esquerdo e viu que ainda faltava três horas para o encontro. Eram oito da noite. Acendeu um cigarro, recostou-se no veículo e ficou observando melancolicamente a vasta vegetação por trás do estabelecimento. Cíntia, a filha dele, morava naquela floresta.

Minutos depois, jogou a guimba na piçarra molhada e seguiu para dentro do bar. Foi em direção ao balcão. O lugar estava praticamente vazio, apenas duas mesas no canto, próximas ao banheiro, eram ocupadas. James Roger acenou para eles. Um casal, notadamente apaixonado, dançava um xote que tocava na Jukebox:

“ … E tento sair dessa rotina

Não quero não, colo de mamãe,

Só quero colo de menina,

E pouco a pouco conquistar

Seu coração… “.

— E aí, Mormaço, beleza? — Perguntou o professor.

— Comigo está tudo bem! Mas você está melhor do que eu, não está, Jimmy? — O dono do bar falou de forma irônica ao perceber os olhos vidrados do amigo. James fingiu que não entendeu a indireta e nada disse. Eles se conheciam desde que eram meninotes, quando se embrenhavam na mata para caçar passarinhos e pescar jacarés no grande lago. Mormaço abriu uma cerveja long neck, serviu uma dose de vinte e um e as colocou na frente do professor.

James Roger virou a cachaça celeremente e deu um gole lento e longo na cerveja, saboreando o amargor. A garrafa esverdeada amolecia ao toque da mão dele, como se fosse feita de argila de escultura, ficando disforme, elástica e fluída, parecendo derreter. Linhas prateadas com leves tons de dourado saiam do copo de cachaça e singravam ondulantes até os olhos do homem. Ele sorriu. Gesto raro nos últimos anos. As alucinações do PAF eram conhecidas pelo professor, no entanto, ele apreciava mais o efeito eufórico da droga mágica do que o lisérgico. A euforia fazia-o esquecer de sua família. As alucinações, em alguns momentos, traziam ela de volta. Era bom e ruim ao mesmo tempo, uma dura mistura de emoções que ele não sabia lidar.

O barman serviu outra dose de pinga, depositando o copo no balcão com certa força, para que Jimmy saísse de seus devaneios.

— E essa chuva forte de agorinha, hein? — Mormaço perguntou.

— Chuva louca. De verão.

— No inverno?

— Então, por isso mesmo, chuva louca — Jimmy respondeu e virou de uma só vez a cachaça e deu mais um gole longo e lento na cerveja gelada. Rodopiou no banco e ficou de frente para a pista de dança, com os braços recostados no mármore do balcão.

— Aquela dançando não é a filha do pastor, que tomava conta de Cíntia quando eu ia dar aula na Universidade? — Jimmy perguntou.

— Sim, é a Anne, filha do ex-pastor — Mormaço falou dando ênfase no “ex”.

— Verdade, o pai dela abandonou o Nazareno pelos Map Retep

— Sim, eles e outros malucos seguem agora o Fadaísmo. Fadaísmo, a que pontos chegamos… parece piada, não?

— Infelizmente não é. Nós sempre fomos carentes de criadores, e uma cosmogonia com seres mágicos caiu como uma luva, tanto para os aproveitadores, quanto para os fanáticos. Foi fácil trocar Jesus por um Map Retep, eles viram com seus próprios olhos vários Map Retep vindos do céu, planando no ar, fazendo mágica, espalhando pontinhos multicores quando batiam suas asas… Que se fodam! Como todos os que são adorados, as Fadas estão cagando e andando para eles, no máximo sentem um toquezinho de vaidade, o resto é puro desprezo. E não estou falando da boca pra fora, você sabe muito bem disso!

Os amigos ficaram em silêncio por uns instantes.

— Vou ao banheiro, “retocar a maquiagem” — Jimmy anunciou.

Mormaço olhou com tristeza para o amigo. Mas como recriminá-lo, depois de tudo que aconteceu na vida dele?  

James Roger sempre vivera de forma boemia. Era formado em Engenharia Agronômica e era professor concursado da Universidade Rural da região. No entanto, vivia mesmo era às custas da fortuna que herdara dos pais.

Um certo dia ele conheceu a Íris, numa festa realizada no Mormaço. E tudo mudou. O playboy se apaixonou e virou um homem caseiro e trabalhador.

Íris era bióloga e havia acabado de fixar residência na cidade. Ela dizia a todos que o plano era ficar dois anos para estudar os jacarés da Mata. Em menos de um ano já estava casada com James. Cíntia nasceu pouco depois.

James Roger estava empolgado e feliz com a nova vida, as fazendas davam lucro, suas aulas estavam cada vez mais concorridas e amava de verdade sua mulher. Parecia viver um conto de fadas. Então, Íris desapareceu. E a vida dele desmoronou pela primeira vez.

James Roger quase enlouqueceu. Para ele Íris havia fugido com algum outro home, e isso o deixa enfurecido. O sentimento de traição era amargo. Contudo, Íris foi embora sem levar nada que possuía. Não levou dinheiro, nem joias, nem roupas. James relatou o desaparecimento. Procuraram por todos os lugares e não encontraram nenhum vestígio de Íris e em quatro meses deram por encerradas as buscas e o caso foi arquivado como abandono de lar. Jimmy ainda entrou em contato com a Universidade em que a esposa havia se formado. O departamento administrativo do estabelecimento informou que nunca havia passado por lá uma aluna com aquele nome. Enfim, Jimmy desistiu de encontrá-la.

Alheia ao sumiço da mãe, Cíntia crescia cada vez mais bela e com uma inteligência fora do comum. Andou aos sete meses de idade, com um ano já pronunciava palavras corretamente e aprendeu a ler e calcular antes dos dois. Era uma criança extraordinária e feliz. Sua gargalhada aguda, como um sino, fez com que o pai a chamasse carinhosamente de Sininho.

Sete anos após o sumiço de Íris, na porta do colégio de Cíntia, o inconcebível tornou-se realidade.

Sininho saiu do colégio correndo e abraçou o pai que a esperava ao lado do carro. Um abraço forte, emocionado.

— Papai, mamãe está vindo me buscar.

— De novo com essa conversa, Sininho! Sua mãe está morta. Ele nunca virá lhe buscar.

— Vem sim, papai. Ela já está chegando. Eu sei.

Cíntia viveu os sete anos sem traumas. Para ela, Íris estava viva, vivendo num mundo encantado e que viria pegá-la um dia. Sempre falava da mãe no presente. James achava que era uma forma que a menina criara para superar a ausência materna. Mas não era. O mais incrível de tudo era que ela lembrava de Íris, não como uma fantasia de criança, e sim, verdadeiramente. Ela recordava fatos que aconteceram quando ela tinha dias de vida, algo impossível para um recém-nascido.

— Filha, por favor, você já está ficando uma mocinha… — Antes que pudesse terminar a frase, um estrondo ecoou pela cidade, o horizonte se iluminou de prata intenso, como se a lua estivesse beijando a terra. Uma nuvem colorida e brilhante saiu de dentro da Mata dos Jacarés e foi se aproximando da cidade trazendo com ela um zunido ensurdecedor de insetos voando. Os pontinhos brilhantes foram tomando forma humana e aumentando de tamanho à medida que se aproximavam do colégio de Cíntia, espalhando pelos ares uma chuva multicolorida, como minúsculos flocos de neve de todas as cores. Tocaram o solo levemente como anjos vindos do céu. Todos vestiam uma espécie de tecido colante de cor verde-musgo brilhante.

Alguns moradores ajoelharam-se diante das criaturas, outros choraram. Muitos correram.

Pararam numa formação em pirâmide. Um no ápice e cerca de quarenta na base. Os da frente eram homens, os da retaguarda mulheres. Jimmy correu para o porta-malas do carro e se armou com um rifle.

— Viemos buscar a criança — disse o ser que estava na ponta da formação. Um indivíduo de quase dois metros de altura. Jimmy postou-se a frente da filha e disparou contra a criatura. Com um gesto de mão, o grandalhão desviou magicamente o projétil e voou, tão rápido quanto um piscar de olhos, de encontro ao professor, levantando-o pelo pescoço usando apensas uma das mãos.

— SOLTE-O, PLIMK! AGORA! — Imediatamente o homem com asas obedeceu, deixando Jimmy cair no chão sem fôlego. Rapidamente o alinhamento em pirâmide se dissipou dando lugar a um corredor, onde uma mulher alada, saindo da base da formação, o atravessou em passos firmes e porte altivo, enquanto os outros se curvavam. Era Íris, a mãe de Cíntia.

— Escute, Jimmy, eu vim buscar minha filha. Ela é uma Map Retep, uma Fada, como as lendas de vocês humanos contam. Não importa como vocês nos chamem, o que importa é que Cíntia irá conosco. Venha, minha querida. — James Roger ainda no chão, olhava incrédulo para a figura deslumbrante a sua frente.

— Eu não disse, papai, que a mamãe estava vindo! Não se preocupe comigo, paizinho, eu ficarei bem, e você poderá me visitar algumas vezes — deu um beijo no rosto do pai e segurou na mão de sua mãe fazendo um gesto com a cabeça, afirmando que estava pronta.

Os seres partiram da mesma forma que chegaram. Com zumbido, cores e explosão.  

— SININHOOOO! — Jimmy gritou em vão.

Em milhares de outras cidades espalhadas pelo mundo foram registrados aparecimentos de criaturas aladas.

A vida do professor desmoronara pela segunda vez.

Sentado no vaso sanitário, Jimmy olhava para aa capsulas de PAF na palma da mão, lembrando o dia em que recebeu pela primeira vez a droga.

Ele estava sentado no velho ancoradouro da Mata dos Jacarés, completamente embriagado, havia se passado um ano do rapto de sua filha e ele nunca mais a havia visto ou tido notícias dela. Então, Plink apareceu como se andasse por cima da água. Jimmy tentou atacá-lo com uma garrafa de aguardente. Mas falhou. Plink sorriu.

— Não seja tolo, humano. Agora, preste atenção! Amanhã você encontrará Cíntia, neste mesmo lugar, as onze horas da noite. Vocês irão se encontrar duas vezes por ano, a partir de amanhã. E não venha do jeito que você se encontra hoje. Venha sóbrio. Tenho um presente para você, a mando de Íris. É o pó de nossas asas encapsulado, isto ajudará na sua recuperação. Você está doente. Tome apenas uma capsula por dia.

O professor estendeu a mão e pegou uma caixa brilhante contendo as capsulas com a droga.

Antes que a criatura fosse embora, Jimmy perguntou:

— Por que ela me escolheu?

— Nada em especial, poderia ser qualquer outro. Nós temos três mil anos, estamos envelhecendo, as fêmeas precisavam procriar para dar continuidade à linhagem mágica. Os que são como eu, os machos, são inférteis. Saiba que até o eterno se deteriora um dia, meu caro. Daqui a três mil anos, será Cíntia que encontrara algum humano para procriar, se vocês ainda estiverem por aqui. Essa é a nossa nova lei — Plink falou e voou, desaparecendo por entre a vegetação.

Jimmy abriu quatro capsulas, espalhou o conteúdo em cima de sua carteira e cheirou usando uma cédula de dinheiro. Retornou para o bar e pediu uma garrafa de pinga para o amigo. Decidira ir mais cedo ao encontro daquele dia. Mormaço tentou impedi-lo.

— Não vá agora, meu amigo, ainda falta mais de uma hora. E olha só o seu estado, usando essa droga dos infernos e ainda quer beber mais

— Deixa de falar, merda! Quem você pensa que é para me dar conselhos. Você não sabe nada do que eu estou sentindo. Não encha meu saco! Vai me vender a garrafa ou não? — Mormaço lhe passou a bebida dando de ombros e o professor saiu rapidamente pelos fundos do bar e embrenhou-se na Mata.

Aquela seria a última vez que ele visitaria a filha. Sininho acabara de fazer quinze anos, ela havia dito que teria que passar para um outro estágio de evolução e partiria para uma outra dimensão. Um lugar chamado Terra do Nunca. Ele não poderia suportar aquilo. Daria um jeito de encontrá-la, fosse onde fosse. Sentou-se no velho ancoradouro e ficou bebendo a cachaça e olhando para seu relógio. Os minutos pareciam dançar lentamente diante de seus olhos. A quietude do lugar, aliada ao efeito da droga, fazia com que ele ouvisse o tique-taque do relógio como se ele saísse de dentro de uma caixa de som no volume máximo. TIQUE-TAQUE, TIQUE-TAQUE. E ele virava goles e mais goles de cachaça. TIQUE-TAQUE, Tique-Taque, tique-taque… acabou adormecendo, deitado no deck de madeira apodrecida, com o braço estendido para dentro da água. Não sentiu dor alguma quando um jacaré arrancou sua mão, engolindo junto seu relógio de pulso.

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18 comentários em “PAF! (Jowilton Amaral)

  1. Leandro Soares Barreiros
    29 de março de 2019

    O conto é, aparentemente, uma releitura da origem de personagens da história infantil “peter pam” (map retep ao contrário), estabelecendo algumas diferenças. Neste conto, há enfase na relação das fadas com o mundo e sininho é filha do homem que se transformará em capitão gancho.
    Há méritos na história, especialmente na parte criativa, como a ideia da deterioração do eterno, mas acredito que a execução deixou um pouco a desejar. A narrativa se aproxima demais do que seria um roteiro (é fácil imaginas as cenas de flash back como em uma estrutura de filme), sendo, no meu entender, exageradamente objetivo e expositivo. 

    Há, também, boas interações no diálogo entre James e Mormaço, mas falta um pouco de consistência nessa qualidade. Ás vezes a conversa parece intuitiva e original, noutras fica um pouco forçada. Acredito que tenha faltado reescrever a cena algumas vezes, para garimpar o melhor resultado. 

    Algumas outras coisas que me incomodaram um pouco:

    ” — De novo com essa conversa, Sininho! Sua mãe está morta. Ele nunca virá lhe buscar.”
    Achei uma fase um pouco… inverossímil de um pai para uma criança de 7 anos… Ainda mais de um pai amoroso. 

    Além disso, acredito que parte do problema do conto seja o esforço em criar um mistério na figura de Iris. Para o bem ou para o mal, estamos muito acostumados com esse tipo de reviravolta. Eu acredito que essas revelações óbvias funcionam em um público infanto juvenil, mas não acho que seja esse o público alvo, já que há diversas referências à drogas e cocaína.
    Uma solução interessante para leitores mais velhos seria a aceitação de que não há surpresa na revelação de que ela é uma fada. O autor pode tomar isso como premissa e construir pov’s interessantes da própria Iris, formulando o mistério em torno do mundo que ela habita ou do interesse das criaturas. 

    Um falso mistério também poderia ser uma opção. 

    Até este momento no texto, todos sabemos que Iris é uma fada. A surpresa poderia ser o fato dela ser humana! Iris, na verdade, foi morta por uma fada ao tentar ser carregada para a outra dimensão, por ter algo especial no sangue. E agora, uma criatura que finge ser a mãe quer levar a menina que também tem o elemento especial.
    Claro, isso modifica completamente a história. E a ideia aqui não é falar “uhull olha só essa possibilidade”, mas simplesmente apontar uma estratégia para efetivamente surpreender o leitor. Acho que nossa primeira ideia é sempre óbvia demais.

    Reforço que alguns pontos da narrativa me pareceram, também, muito diretos e expositivos. Me parece que o autor elaborou um bela construção de mundo, mas ao invés de criar cenas que revelassem esse lugar, simplesmente o expôs. O efeito, aqui, não ficou muito legal, sendo, no meu entender, oportunidades desperdiçadas de se criar belas cenas. 

    Exemplo: 

    ” O PAF, além de um tapa na cara, era mágico. Ele era oriundo de asas de fadas, que ao voarem, expeliam de suas finas e translúcidas asas um pó multicor, que se usado em quantidades maiores a posologia determinada, aliava a euforia da cocaína com as viagens psicodélicas do ácido lisérgico. O Pó de Asa de Fada era uma droga exclusivíssima.  ”
    “Um certo dia ele conheceu a Íris, numa festa realizada no Mormaço. E tudo mudou. O playboy se apaixonou e virou um homem caseiro e trabalhador.
    Íris era bióloga e havia acabado de fixar residência na cidade. Ela dizia a todos que o plano era ficar dois anos para estudar os jacarés da Mata. Em menos de um ano já estava casada com James. Cíntia nasceu pouco depois.

    James Roger estava empolgado e feliz com a nova vida, as fazendas davam lucro, suas aulas estavam cada vez mais concorridas e amava de verdade sua mulher. Parecia viver um conto de fadas. Então, Íris desapareceu. E a vida dele desmoronou pela primeira vez. ”

    No mais, um conto criativo que acabou pecando demais na execução. Achei as referências ao Peter Pam desnecessárias, na medida em que há material para algo completamente original. Como nota, ficam 2,0 um anéis.

  2. RenataRothstein
    28 de março de 2019

    Peter Pan, anjos, fadas, Sininho e até o crocodilo.
    Uau.Muito criativo seu conto.Gostei da leitura, é ágil e leve.
    Cheguei por momentos a sentir pena do pai, mas isso de relacionamento com seres da natureza não pode dar certo RS.
    Muito bom.
    Precisa de algumas revisões, nada que comprometa a obra.
    Meus parabéns e boa sorte!

  3. Fabio D'Oliveira
    27 de março de 2019

    O corpo é a beleza, a forma, o mensurável, o moldável. A alma é a sensibilidade, os sentimentos, as ideias, as máscaras. O espírito é a essência, o imutável, o destino, a musa. E com esses elementos, junto com meu ego, analiso esse texto, humildemente. Não sou dono da verdade, apenas um leitor. Posso causar dor, posso causar alegria, como todo ser humano.

    – Resumo: Jimmy vive em tristeza. À base de bebida alcóolica e PAF, uma droga originária das asas das fadas, ele está em Mormaço Bar e Restaurante, esperando as horas passarem. Entre devaneios tolos e lembranças (como o sumiço e verdadeira identidade da ex-esposa, uma fada), Jimmy vai encontrar sua filha (que também é uma fada), acaba desmaiando por causa da bebedeira. Assim acaba a história, com ele perdendo a oportunidade de se despedir de sua filha e tendo sua mão arrancada por um jacaré.

    – Corpo: Esse foi um dos piores contos que li deste certame, desculpe a sinceridade. O motivo é simples: ele está ao lado de MUITAS obras de qualidade. Ele está longe de ser um texto péssimo, mas possui alguns problemas estruturais que não consigo ignorar. Primeiramente, a forma como escolheu mostrar essa história não a valorizou. A narrativa segue uma linha de tempo única e as informações importantes do passado de Jimmy são mostradas através de lembranças, como seu casamento, o sumiço de Íris, o rapto de Sininho e o convite de Plink. O problema não são as lembranças, mas sim como elas foram inseridas no conto. Está desorganizado demais. Cheguei a me enrolar no começo da lembrança do convite de Plink. A transição foi tão brusca que pensei: “Ué, ele estava sentado na privada e do nada está no ancoradouro da Mata dos Jacarés?”… Até que percebi que se tratava de uma nova lembrança que ele estava tendo no banheiro, enquanto observava a droga. Se o tempo presente e as lembranças estivessem divididas em atos, mostrando ou contando os fatos, poderia facilitar a leitura e torná-la mais agradável. Em segundo lugar, a forma como você narra sua história é explicativa demais. Muitas informações, muitas subtramas do mundo, da realidade, mas com pouco espaço para desenvolvê-las. Um dos exemplos que uso é o Fadismo. Não adianta inserir um elemento dessa natureza no conto e ele ser totalmente irrelevante para o enredo central, isso quando o espaço de desenvolvimento é pequeno. Por fim, faltou um pouco de cuidado na sua escrita. Existem repetições de ideias, frases corridas e feias, faltou um estilo narrativo de carisma; enfim, foi uma leitura um tanto morna.

    – Alma: Encarei como uma releitura da origem do Capitão Gancho e da famosa companheira de Peter Pan. Uma nova visão, digo. Mais pobre, completo. Nem a ambientação mais sombria, introduzida pelo bar e vícios de Jimmy, ajudou. Na verdade, achei essa visão dark bem fraquinha. Faltou algo impactante, de fato, que mostrasse toda a dor do protagonista, que me fizesse sentir algo por ele. Tudo me pareceu muito superficial… Enfim, realmente não gostei de nenhum elemento aplicado na história e realmente não sei como poderia ficar melhor… Algumas ideias não vingam, sabe? É melhor deixá-las morrerem.

    – Espírito: Um conto de fantasia, meio sombrio, meio chatinho, mas ainda está dentro do tema. A ambientação não foi exemplar, mas é inevitável que as fadas se tornaram um fator importante na história. Você simplesmente precisa tomar mais cuidado com a escrita. Tem potencial. Faça tudo com mais calma, se possível, e o resultado poderá ser bem melhor.

    – Conceito: Bronze!

  4. MARIANA CAROLO SENANDES
    26 de março de 2019

    Resumo: começa como uma história triste de um viciado que perdeu a sua família e está bebendo em um bar, mas o plot twist leva o conto para outras terras.

    Bem, autor, parabéns pela sacada. Iniciei a leitura pensando que estava diante de uma história triste, quase intimista. Homem que perdeu a família e encontra uma fuga nas drogas, o PAF lembrando muito a cocaína… Mas a sacada final, de homenagear Peter Pan e dar humanidade ao Gancho, foi genial. Assim, desse modo, a fantasia está mais do que presente no conto. Encontrei apenas um errinho de digitação e a escolha de certas palavras me faz acreditar que o autor está no além-mar. Um bom trabalho, com um excelente final. Parabéns!

  5. Priscila Pereira
    26 de março de 2019

    PAF! (Mormaço)
    Sinopse: Um homem vai a um encontro com a filha em uma floresta atrás de um bar. Ele está completamente drogado com o PAF, sua vida está horrível por conta de um episódio que ocorreu anos antes, ele conheceu uma mulher, se casou, teve uma filha e logo a mulher desapareceu. Anos depois ela veio buscar a filha. As duas eram fadas. Agora ele pode ver a filha só duas vezes por ano. Enquanto espera a filha, drogado e bêbado, dorme com o braço na água e um jacaré come seu braço.

    Olá autor(a)!

    Me pareceu uma releitura de Peter Pam, eu gostei bastante, está bem escrito e a ambientação é ótima, as descrições são certeiras e a história é interessante e ágil. A fantasia ficou bem presente embora o conto tenha uma pegada realista e urbana. Conto muito bom, com personagens muito bem construídos e verossímeis. Jimmy está perfeito! Deu pra sentir todo o tormento a dor, a frustração a saudade, tudo. Apesar de ter ligação com o Peter Pam, achei o enredo bem original e inusitado. Uma versão diferente de histórias de fadas. Gostei muito! Parabéns!!
    Algumas coisas que passaram na revisão:
    “home, “
    “Sua mãe está morta. Ele nunca virá lhe buscar.”

  6. Gustavo Araujo
    25 de março de 2019

    Resumo: homem que perdeu a filha para o mundo das fadas consegue reencontrá-la de tempos em tempos; no final, quando a garota vai para a Terra do Nunca, ele mesmo se prepara para segui-la, já na condição de maneta (quem sabe com um gancho como prótese).

    Impressões: Li a maioria dos contos deste desafio – séries A e B na totalidade – e não tenho dúvidas de que em termos de história, ou melhor, no que se refere à arte de contar uma história, este texto é o melhor do certame. É o tipo de narrativa que prende, que provoca o leitor, que o faz buscar com avidez as próximas linhas, no afã acelerado de ver respondidas as perguntas que surgem. Um enredo bem montado, bem descrito, que instiga e que homenageia um universo maior, podendo ser absorvido por adultos e crianças, já que no fim aparece aquele instante mágico de epifania, em que o leitor, mesmo com todas as dicas durante o desenvolvimento, finalmente percebe que sim, era aquilo mesmo: sininho, fadas, Terra do Nunca, jacaré, tique-taque, Capitão Gancho! Capitão Gancho, porra!!! Eu vibrei aqui. Pensei, filho da mãe, conseguiu me enrolar direitinho kkkk No início cheguei a pensar que se tratava de um conto noir, à Blade Runner, com a atmosfera esfumaçada e tal, com o protagonista/detetive surrado pela vida, desgostoso, cínico. Aí vem a história da menina, a menina-fada, e eu pensei, putz, mó forçação kkk, Mas no fim tudo se encaixa magistralmente e eu fiquei com uma cara de bobo, vítima de um autor que soube me envolver, jogando com a minha mente e com a minha suposta esperteza. Sensacional. Ótima história, ótimos personagens. Gostei bastante. Parabéns e boa sorte no desafio!

  7. Pedro Paulo
    25 de março de 2019

    RESUMO: O futuro capitão James Roger perdeu tanto a esposa como a filha. A primeira para uma mentira e a segunda para uma verdade. Em um mundo que fadas existem e são cultuadas, o protagonista, um professor universitário, enfrenta as suas perdas a partir do vício e da boemia. Descobrimos que sua antiga esposa era uma fada disfarçada que o usara para ter filhos e que sua filha era apenas produto de uma experimentação por sobrevivência que constituía a política das fadas. Às vésperas da última vez a vê-la, dado que ela viajaria para a Terra do Nunca, acaba se drogando para além do limite e tem o braço decepado por um jacaré, restando ao leitor imaginar que tipo de prótese usará o pobre professor. Um gancho?

    COMENTÁRIO: A primeira descrição do conto dá um dos melhores inícios que li até agora. A cena faz perceber logo de início uma certa perdição no curso de protagonista, como se a estrada que percorria não fosse apenas a rodovia, mas também uma indefinida jornada ao abismo. Nesse sentido, a ideia da fusão entre homem e range rover expressou muito bem essa “desistência”. Para a degeneração do espírito da personagem, os breves diálogos com Mormaço também foram bons demonstrativos.

    A estruturação da história é outro ponto muito positivo, pois a abertura com o personagem em decadência nos leva imediatamente a querer saber o porquê, prendendo o leitor aos motivos, astuciosamente revelados ao longo da leitura, com uma volta no tempo que vai suscitando mistério a partir de mistério: o personagem mudou abruptamente o estilo de vida. Por quê? A esposa sumiu e mentiu? Por quê? O que há de errado com a filha? O que ele vai fazer agora? Ponto a ponto fazendo o leitor indagar, muito bem pensado.

    O final é a cereja do bolo, em que a temática de “fadas” do conto interliga o enredo a um clássico da fantasia, Peter Pan, estendendo o que antes parecia apenas uma referência esperta ao “enredo oculto” do conto. É com esse entendimento que o final faz seu verdadeiro sentido. A leitura revela uma grande habilidade do autor em manipular e conduzir a própria narrativa. Parabéns!

  8. Tiago Volpato
    22 de março de 2019

    Resumão:

    A história de um camarada chapadão dirigindo na estrada, ele para numa churrascaria e encontra um amigo. Os dois conversam sobre a vida, o universo e o fadaismo, uma religião de fadas que substituiu o cristianismo.
    Aí vem um flashback:
    Sabemos mais do passado do senhor Rogers, que foi casado e teve uma filha, era só alegria, até que sua esposa sumiu.
    Certo dia, sua filha, que por sinal é um gênio, diz que sua mãe está vindo buscá-la. O senhor Rogers dá uma de “aaahhh.. que bonitinha”, mas não era conversa não. Um monte de fada aparece e a fada John Cena, de 2 metros de altura, intimida nosso amado Rogers. A esposa de Rogers volta e se revela uma fada, revela que a filha também é uma e que vai levá-la. Um ano depois a fada John Cena volta e fica acertado que Rogers vai ver a filha uma vez no ano.
    Então voltamos para o presente.
    Rogers encontra a filha que diz que vai embora e que nunca mais vai vê-lo, mas Rogers não tá nem aí, vai buscar a filha nem que seja no inferno. Tem um plot twist e revela que ele é o capitão gancho. Minha nossa!

    Comentários:

    Ótimo texto. Brilhantemente escrito, com pequenos detalhes que faz o conto ganhar vida na nossa mente. A história é bem interessante e ficamos bem interessados em saber o que vai acontecer com o pobre senhor Rogers.
    A ideia de fazer a história da Sininho e do Capitão Gancho foi ótima, casou muito bem com o desafio. Questão de erros, só percebi umas palavras que ficaram sem uma letra, isso é fácil de corrigir, de resto, como diria Ronaldinho Gaúcho: “só alegria!”.

  9. Luis Guilherme Banzi Florido
    20 de março de 2019

    Boa tarrrde! Blz?

    Resumo: homem usa espécie de droga, PAF – pó de asa de fada e bebida para afogar o sofrimento da perda da família. A esposa o abandona, e 7 anos depois ele descobre que ela é uma fada, quando ela vem para levar a filha. Ao atingirem e 3 mil anos, os fada macho ficam estéreis, e as fêmeas procuram humanos para reproduzir.

    Comentário: olha, quero começar dizendo que o final me frustrou, um pouco. Criei uma certa expectativa enquanto lia o conto, meio curioso com o desfecho, que achei um pouco fraco.

    Mas vamos por partes. O conto desperta uma certa curiosidade, especialmente a partir da construção do mito das fadas Map Retep (hehehe), e principalmente do conflito familiar, mantendo bem a atenção ao longo do conto.

    Porém, como já falei, não gostei do desfecho. Fiquei na dúvida se tudo não era alucinação do uso de drogas do cara. Não tenho nada contra finais abertos, como esse conto parece trazer, mas achei que foi um final rápido e simples demais.

    Quanto à parte técnica, acho que faltou uma revisão mais apurada, pois percebi alguns erros de digitação. Também achei que o uso de vírgulas foi exagerado, deixando alguns trechos meio truncados. Um último apontamento, menos importante, é que achei o nome do protagonista meio estranho pro contexto local dele, sei lá rsrs.

    Enfim, é um conto curioso que flui rapidamente pela atenção que desperta, mas que, pra mim, peca no desfecho, que ganhou importância a mais pela estrutura do conto, que gera expectativa em torno do mistério criado.

    Parabéns e boa sorte!

  10. Jorge Santos
    17 de março de 2019

    Resumo: Professor ressaca da droga PAF, Pó de Asas de Fada. A sua depressão teve origem no desaparecimento da esposa e da filha, duas fadas. A temática das fadas num remake do Map Retep, perdão, Peter Pam, serve de cenário para este conto. Não é, de forma alguma, um conto infantil. Em termos de linguagem, encontrei alguns problemas, nomeadamente de pontuação. Em termos de coerência, deu-me a ideia de que o autor não estruturou o texto e deixou fluir a narrativa enquanto escrevia. O final é tão inesperado como dispensável. Não havia necessidade em criar mais uma ligação à história de Peter Pam no momento em que o crocodilo come a mão da personagem principal.

  11. Fheluany Nogueira
    8 de março de 2019

    Um professor deixa a vida de play boy ao se apaixonar, casar e tornar-se pai. A felicidade acaba quando sua mulher desaparece e a situação piora quando a filha é levada também. Ambas eram fadas e estas procuravam os homens para procriarem, porque a espécie se degenerava. O protagonista morre, vítima de seus vícios e tristeza pelas perdas.

    O título, Pó de Asa de Fada, nome da droga, está relacionado com outra sigla Polineuropatia Amiloidótica Familiar, doença neurológica progressiva, hereditária – o professor, doente e consumido pelas drogas, imaginou toda sua história? Seria uma segunda leitura do texto?

    Map Retep é o povo alado de que fazia parte mulher e filha de James, o apelido da menina era Sininho e ela iria para a Terra do Nunca. Haveria uma terceira leitura do texto relacionada à SÍNDROME DO PETER PAN, um homem que se recusa a crescer e sai pelo mundo em busca de aventuras mágicas.

    A técnica empregada é segura e consistente, demonstrando maturidade do(a) autor(a). Leitura instigante, descrições detalhadas, sobretudo as que retratam o efeito da droga. O final é meio previsível, mas mesmo assim traz impacto — já li outro conto com trama parecida, a mulher era uma sereia.

    Dicas para algumas falhas no uso da Língua: “de baixo (DEBAIXO) de tamanho aguaceiro; faltava(M) três horas para o encontro; traziam ela (TRAZIAM-NA) de volta; outro home(M).

    Parabéns pelo bom trabalho. Abraço!

  12. Rafael Penha
    5 de março de 2019

    RESUMO: Um homem melancólico e quebrado tenta viver num mundo diferente do que conhecera. Outrora, teve uma filha com uma estranha mulher e veio a descobrir que a mulher era uma outra espécie, diferente de humana. Seu desespero aumentou quando teve sua filha levada pela mãe.

    COMENTÁRIO – Um conto com uma premissa original, mas achei o enredo não condizente com o potencial da história. O personagem principal é interessante e sua dor é sentida pelo leitor. Mas sua jornada não leva a lugar nenhum, levando a um anti-climax. Os diálogos poderiam ser mais desenvolvidos, a narrativa é simples, mas eficaz e não vi nenhum problema gramática. Só me pareceu uma história que poderia dar mais.

  13. Givago Domingues Thimoti
    4 de março de 2019

    PAF!
    Caro(a) autor(a),

    Desejo, primeiramente, uma boa primeira rodada da Liga Entrecontos a você! Ao participar de um desafio como esse, é necessária muita coragem, já que receberá alguns tapas ardidos. Por isso, meus parabéns!

    Meu objetivo ao fazer o comentário de teu conto é fundamentar minha nota, além de apontar pontos nos quais precisam ser trabalhados, para melhorar sua escrita. Por isso, tentarei ser o mais claro possível.

    Obviamente, peço desculpas de forma maneira antecipada por quaisquer criticas que lhe pareçam exageradas ou descabidas de fundamento. Nessa avaliação, expresso somente minha opinião de um leitor/escritor iniciante, tentando melhorar, assim como você.

    PS:Meus apontamentos no quesito “gramática” podem estar errados, considerando que também não sou um expert na área.
    RESUMO: PAF é um conto que aborda James Roger, um professor universitário e boêmio, o qual descobre que se relacionou com uma fada (que na verdade é uma alienígena) e sua filha é tomada de si para se desenvolver junto com o seu povo.

    IMPRESSÃO PESSOAL: Não sei muito bem o que faltou nesse conto para me conquistar. Como a maioria dos contos da série A, o texto está bem escrito. Talvez tenha sido o fato de estar em terceira pessoa. Ao meu ver, em minha primeira pessoa, as possibilidades do leitor se conectar com o protagonista da narrativa seriam melhores.
    ENREDO: O enredo é bom, porém, muito corrido. Talvez por conta do limite de palavras, o(a) autor(a) tenha sido obrigada a cortar palavras ou a reduzir a história para encaixar no espaço. Enfim, qualquer que seja o motivo, acredito que isso tenha causado prejuízos ao conto em si.
    GRAMÁTICA: Bom, notei alguns deslizes gramaticais.
    1. “Para ele Íris havia fugido com algum outro home,…”. Para mim, faltou uma virgula depois de “ele” e um m em “home”.
    2. Faltou acento também em “cápsulas”
    Fora isso, achei a técnica de escrita regular.

    PONTOS POSITIVOS
    • É um conto criativo, sem dúvidas.

    PONTOS NEGATIVOS
    • Embora seja um conto que aborde as dores de um marido que perde sua esposa e filha, não consegui conectar com a história. Como mencionei acima, talvez tenha sido o texto em terceira pessoa, ou uma escolha por um desenrolar da narrativa com frases mais cruas… Enfim, senti que isso prejudicou demais o conto.

  14. Fernando Cyrino
    4 de março de 2019

    Caro, Mormaço, cá estou eu com a sua fantasia. Os entes da floresta, fadas Sininho e os Peter Pan que necessitavam encontrar um humano a cada três mil anos para gerarem com ele uma menina, eis que os Peter Pan eram estéreis. E o nosso professor foi o escolhido. Pai de Cíntia a mãe, a fada rainha, vem cobrá-la. O pai se perde em bebida e na droga, sendo que virou consumidor de PAF, uma droga fortíssima, com efeitos semelhantes à cocaína e ao ácido lisérgico. A coisa piora ainda mais quando a filha lhe conta que a sua nova fase de formação se dará na Terra do Nunca. Ele, bêbado demais, dorme com a mão dentro da Lagoa dos Jacarés e perde a mão e seu relógio. Ufa. Meu caro, Mormaço, sua narrativa está plenamente dentro do contexto do desafio. Uma fantasia baseada nas histórias de fadas e seres mágicos, no nosso caso, do Peter Pan e da Fada Sininho. Você escreve bem, tem bom domínio do idioma, amigo. No entanto, senti falta, talvez pelo pouco tempo, de ter havido mais uma revisão no texto. Por exemplo: ainda faltavam três horas, e não ainda falta. Fluida e não fluída, boêmia e não boemia, o deixava enfurecido e não o deixa enfurecido… Sua técnica literária é boa, mas senti que poderia ter trabalhado mais o texto. Por exemplo, no parágrafo que se inicia com “James Roger sempre vivera…”você usa três vezes a forma “era” do verbo ser. A trama é simples e bem relatada. Está tudo bem enredado. O problema é que não me senti impactado pela sua história. Na melhor das hipóteses eu te digo, Mormaço, que o impacto foi mediano. Receba o meu abraço.

  15. Regina Ruth Rincon Caires
    1 de março de 2019

    PAF! (Mormaço)

    Resumo:

    A história de um professor (James Roger), de 38 anos, que era viciado em uma droga feita de pó de asas de fada (PAF). Desgostou-se da vida quando, inicialmente, a esposa desapareceu misteriosamente (era uma criatura do mundo das fadas – Map Retep) e, depois, a filha Cíntia, de 7 anos, também foi levada para o mundo da mãe. A menina possuía uma gargalhada fina, estridente, razão pela qual o pai a apelidou de Sininho. Foi dada ao pai a oportunidade de encontrar a filha em algumas ocasiões, mas quando Sininho completou 15 anos, não voltou mais, partiu para a Terra do Nunca. Bebendo muito, o pai foi para o ancoradouro, sempre olhando para o relógio, esperando pela volta da filha. Adormeceu com o braço dentro da água e um jacaré arrancou-lhe a mão e levou o relógio.

    Comentário:

    Que delícia de texto! Um conto de pura fantasia, o leitor mergulha na história. O autor foi criativo, a construção foi perfeita. O final foi surpreendente, inimaginável.

    Acho que há pequenos deslizes na escrita, mas isso não tirou a graça da história, de maneira alguma.

    A narrativa encanta pela fluência, pelo envolvimento que cria entre o leitor e o mistério. Há uma vontade enorme de não parar de ler para encontrar rapidamente o desfecho. Aí, escapou do previsto. O autor surpreendeu.

    Belo texto, parabéns!

    Boa sorte no desafio!

    Abraços…

  16. Antonio Stegues Batista
    28 de fevereiro de 2019

    PAF! – Conta a história de uma fada que se casa com um humano. Quando ela dá à luz a uma menina, ela some. Anos depois retorna para buscar a filha.

    O conto tem um enredo meio complicado para quem não conhece, ou não se lembra do jacaré que engoliu um relógio nas histórias de Peter Pan e da fada Sininho. Me lembrei disso quando li o final. A ideia de fazer uma história sobre origem de Sininho e do relógio no estomago do jacaré, até que é válida, mas achei o enredo bem fraco. A escrita é boa, mas parece que a história terminou de repente e o final ficou insatisfatória. Parece que ficou faltando alguma coisa. E o fato da poeira das asas da fada agir como alucinógeno, me pareceu dispensável, não deu nenhum valor ao conto. Boa sorte no próximo Tema.

  17. Angelo Rodrigues
    21 de fevereiro de 2019

    Caro Mormaço,

    Resumo:
    homem casa, tem uma filha, a mulher desaparece, ele fica doidão. Algum tempo depois, a mulher volta como fada, leva a filha e ele fica ainda mais doidão. Um dia, de bobeira no deck um jacaré come a mão dele, com relógio e tudo. Tic-tac, tic-tac, tic-tac.

    Avaliação:
    o conto brinca com a ideia da Terra do Nunca, onde os personagens, ainda que travestidos de outros, são Sininho, Capitão Gancho e Peter Pan (Map Retep) e tal.
    O conto está bem escrito, mas acho que passou uma grande parte traçando cenas da vida mundana e pouco construindo a ideia de uma fantasia mais encorpada. Lá pelas tantas surge um paralelo com a Terra do Nunca e, a partir daí, a história se torna uma espécie de visão alternativa para a existência do Capitão Gancho.
    A ideia é boa, mas acho que, se trabalhada durante todo o conto com esse objetivo, teria um efeito mais significativo.
    De modo geral não tenho simpatia por histórias que me revelam coisas ao final, preferindo histórias que me lançam permanentemente num mundo em que posso navegar sabendo que direção devo seguir, ou que estou sendo conduzido. Aquela revelação final, que “fecha” o conto, nunca me pareceu realmente justa comigo, o leitor, pois me sinto um pouco enganado quando o autor tenta me surpreender sem que tenha passado indícios do que me será dado conhecer. Mas isso são gostos pessoais.
    Acho que essa história, trabalhada fora da associação com o drama inicial, da perda, do desaparecimento e tal, tomando o rumo puro da fantasia, teria sobre mim um efeito mais significativo. É isso, enfim, uma opinião.
    Parabéns e boa sorte na Liga!!

  18. Matheus Pacheco
    20 de fevereiro de 2019

    RESUMO: Um conto de fantasia que se mistura com Fantasia espacial, ao descrever o que seria o inicio da história de Peter Pan, colocando o Capitão Gancho como pai da Fada Sininho, coisa que me fez ter uma epifania no final, me fazendo reler o conto.
    Comentário: Eu gostei muito da ambientação e da caracterização mas não gostei dos nomes de certos personagens que pareciam deslocados ao Pantanal (Eu imagino ser o Pantanal) gostei do desenrolar da história para o final e até da “origem” do que viria a ser um vilão.
    Ótimo conto e um abração.

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Publicado às 17 de fevereiro de 2019 por em Liga 2019 - Rodada 1, Série A e marcado .
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