EntreContos

Detox Literário.

[Colchetes] (Davenir Viganon)

 

Parte 1: A fila

– “Leve essa papelada para carimbar”, dizia a mensagem no watts vinda do chefe da Casa, que prosseguiu argumentando. Enumerou todos os problemas da administração pública que conseguia lembrar do preço das canetas bic até o salmão e o champanhe. Já eu, que apesar de usar as canetas pouco teria chance de ver aquele salmão, pensava nas horas da minha vida que seriam devoradas pelo tédio, antes de tomar o primeiro gole de café do dia. Não poderia deixar meu chefe sem uma resposta.

[1] – Vá se foder! Desejo um câncer nesse seu cu! – Sentiu a liberdade em suas veias e foi para casa após enviar a mensagem. [1]

[2] – Sim, senhor. Levo antes de chegar no escritório. – Respondi, teclando com desprezo. Para me acalmar, imaginei que ele mandaria um áudio de 6 minutos, contando que um câncer no seu cu estava entrando em metástase, o que seria um êxtase se fosse verdade.

Fantasiei e caminhei até a repartição do Serviço de Autenticação e Carimbos (e demais burrocracias) vindo da casa de cópias, onde imprimi os documentos que deveriam ser carimbados, autenticados e passados por demais rituais protocolares. Como em toda boa repartição, era repartida em várias (perdoe a redundância e a interrupção demasiado longa da sentença) partes conectadas por fios de filas, irrigadas por tinta de carimbo e tédio.

A fila estendia-se por cerca de quinhentas pessoas de comprimento e uma de largura e eu estava lá pela metade depois de alguns dias esperando.

– Aguardar ser atendido é como fingir que está dormindo. – Ouvi um garoto com jeito de estagiário, falar para outro garoto com jeito de estagiário. Frente a necessidade de economizar bateria do meu celular, tocar de ouvido na conversa alheia é um ato de defesa da minha sanidade. Sendo assim, continuei ouvindo.

– Porque quando deitamos para dormir, apenas fingimos que estamos dormindo até que de fato estejamos dormindo. Isso é maluco, porque é isso aqui também: todo mundo aqui tá na fila esperando. Fingindo que tá sendo atendido até que finalmente chega a nossa vez.

Fazia muito sentido, pensei, porque temos sempre que alimentar a ilusão de escolher. Não mandar meu chefe se foder ou não pegar aquele panfleto de empréstimo fácil no caminho para cá (o que, reza a lenda, dá um azar do caralho). Alimentamos a ilusão de que decidimos dormir fingindo estar dormindo e, mesmo que quase sempre acabemos dormindo, sempre haverão noites de insônia para jogar fora nosso poder de escolha. São o mesmo tipo de escolhas que me levaram até esta fila, divagando sobre o papo furado do estagiário. As mesmas escolhas que me definem como um ouvinte entediado e covarde (cagão, mesmo) demais para mandar o chefe se foder.

 

Parte 2: Spoiler

[1] Não esperei a resposta. Voltei para casa, com o peito arfando de emoção. Horas de bunda colada no sofá de casa depois recebi a mensagem da minha exoneração. Aliviado, e surpreso pela ideia de que não ter pego aquele panfleto distribuído por um entregador de panfletos cansado e suado, no fim confirmou a maldição: quem não pega panfleto, perde o emprego. [1]

[2] Após horas fingindo que estava aguardando atendimento naquela fila, finalmente foram recompensados com um atendimento, de fato. Despejei as cerca de duzentas páginas de documentos no guichê da atendente.

– Muito bem! – Disse com olhar analítico. – O senhor devia ter protocolado esses daqui na entrada. – Disse apontando o primeiro bloco de ofícios marcados com clipes vermelhos.

– Mas aqui não é o protocolo da entrada? – Perguntei, já sabendo da resposta. Sem esperança de que qualquer jeitinho seria dado.

– O protocolo de entrada fica abaixo daqui, no B1. O protocolo daqui só aceita esses ofícios daqui se já estiver tudo carimbado lá embaixo. – A senhora falava num tom monótono. Provavelmente já dissera aquilo dúzias de vezes para pessoas que ouviam pela primeira vez. E a única resposta que pude dar foi concordar soltando o ar dos pulmões. Com o rabo entre as pernas, desci dois lances de escada e uma nova fila que me aguardava. No caminho recebo uma nova mensagem do chefe. “Por que essa demora, caralho?!”, li imaginando a doçura de sempre.

– Filha da puta esse chefe, não é?! – Foi o que ouvi antes de levantar a vista e ver nada mais nada menos que eu mesmo. – Então, não sei como dizer isso: seu dia vai ficar mais merda do que já começou.

– Como assim?

– Quando você chegar em casa, a energia estará cortada por falta de pagamento. –  Começou a citar contando cada coisa com os dedos. – Aquela gata, a Judite sabe?! Que você ia chamar para sair hoje? Então, você vai descobrir que o Eduardo já está comendo e é o Carlos que vai te contar e o melhor eu deixei para o final: Seu chefe vai te demitir antes do fim do dia.

– Quem é você? – Depois de uns segundos olhando com cara de bunda foi tudo que eu consegui perguntar.

– Como vou explicar… Eu, sou você mas para delimitar as coisas eu sou o Um e você é o Dois.

– Ei, porque eu sou o Dois? O que você tem de especial para ser o Um?

– Eu falei primeiro, logo sou mais esperto e, no mínimo mais bem informado que você.

– Valeu pelo Spoiler do meu dia de merda, mas como você sabe de tudo isso?

– É como se a vida abrisse colchetes diferentes. – Adélio Um passou o braço paternalmente sobre mim me tirando da fila e continuou. – Depois nos colocou dentro de cada um e a partir daí cada um seguiu um caminho diferente. [2]

 

Parte 3: Livro

[1] Passaram-se várias horas. A energia elétrica foi cortada de casa e sem grana, quase sufocando de tédio, resolvi caminhar na rua. Perto da parada, passei pelo mesmo entregador de panfletos que ignorei de manhã.

– Empréstimo pessoal! Empréstimo pessoal! – Dizia a pleno cansaço.

Peguei o panfleto lembrando da velha sina. Salvaria meu emprego neste momento se tivesse um. Sempre gostei de escrever, então com o dinheiro de um empréstimo poso usar para escrever e publicar um livro. Ainda posso usar o contracheque do último mês para comprovar renda e pronto. Contarei minha história de desempregado. [1]

[2]  Levantei as vistas do meu celular. A mensagem de Carlos sobre Judite foi o que faltou para acreditar em Adélio Um.

– Carlos é muito fofoqueiro. – Disse Adélio Um. – Mas serviu para alguma coisa.

– E agora qual é o plano?

– Como assim? É a sua vida. Não há planos, ao menos para essas verdades que te trouxe. Nenhuma é evitável. Você está fodido, mas para ser sincero, esperava que você tivesse uma reação mais violenta. Sei lá. Você é sempre tão bundão assim?

– Não sei. Acordei hoje e não sabia que encontraria um eu. Muito menos um que fosse o principal, afinal eu sou o Dois. Minha vida é uma merda. Você veio aqui, me deu um spoiler fudido da minha vida e eu nem estou mais a fim de continuar a ver o que acontece. Você é muio escroto e eu quero sair daqui.

– Ei, calma. Não precisa ficar assim. Fica aqui, se acalma e quem sabe…

– Calma é o caralho. Quero sair daqui. – Saí a passos largos. Afastei a mão de Adélio Um, o todo poderoso e sabe tudo, e continuei em direção a saída do prédio. Queria ir para minha casa.

– Dois, Adélio Dois. Não faz isso cara. – A voz veio de longe mas eu ignorei.

Segui caminhando até a porta de saída, a mesma pela qual entrei. Estava fechada e como o dia estava quente o sol batia forte e a luz não me deixava ver o outro lado.

– Não vai conseguir sair. – Adélio Um tinha me alcançado. – Não adianta Dois. Eu não pensei que você ia sair assim de repente. Eu não pensei esse caminho.

– Então é isso? Você controla tudo?

– Mais ou menos. Não consegui impedir você de saber a verdade.

– Você é Deus? Ou é o Diabo e eu estou no inferno? Porque o céu isso aqui não é.

– Na verdade, está mais para o inferno, mas não sou Deus, nem o Diabo. Para de ser estoico! Puta merda, Adélio Dois. Não dá pra fazer uma história assim.

– Estoico? – Procurei no Google o que significa. Como não sou filósofo, entendi que sou muito resignado e até concordei, afinal não soquei a cara de Adélio Um. – Estoico. Entendi. Se não tem nada para mim lá fora além do que você me spoilou o que sobra para mim.

– Para falar a verdade, eu também não sei. Essa parede aqui, que nos impede de sair, é um colchete. Quando chegamos nele a coisa acaba. Eu tentei sair do meu, usando uma linguagem diferenciada e entrei no seu destino. Mas agora eu fiquei preso aqui junto contigo. E quando eu parar de falar, o colchete vai se fechar sobre nós e tudo vai terminar.

– Então, precisamos continuar falando?

– Sim, mas não apenas falar. Tem que ter sentido e conexão com o que já falamos e tem que ser interessante e, de preferência, engraçado.

– Meio difícil, você já contou todas as merdas que vão me acontecer. A Judite que não vou pegar. Meu emprego que vou perder. A minha casa que está sem energia. – Dei de ombros resignado ou estoico como diria o Um.

– Tive uma ideia. Porém você vai ter que ficar quieto e deixar eu voltar um pouco e tentar concertar tudo. [2]

Parte 4: Final

[1] – Caralho! Não gostei desse “Final”. Quer dizer que tudo que escrevi até agora não fez sentido. O Adélio Dois ficou lá e eu aqui sem saber o que fazer.

Repentinamente, ouvi batidas na porta.

– Adélio. Oficial de Justiça!

– Caralho! A conta do empréstimo! – Fiquei me enrolando pra terminar esse livro e não consegui chegar a míseras duas mil palavras. 1.632, na verdade. Então, respirei e continuei. A quem estou me enganando. Estou travado. Agora o cobrador está na minha porta e eu não posso fazer nada. Não adianta colocar as coisas no tempo passado. Como se tudo já tivesse sido revolvido se não está de fato. Estou me enganando. Assim como enganei Adélio Dois, que ficou naquele colchete. Deve estar puto comigo.

– Abra a porta, em nome da lei. – Novas batidas na porta, desta vez mais violentas. Estou apavorado. Minha vez de ficar estoico. Levantei e fui até a porta e resolvi abrir.

– Adélio Um, seu merda. Você vai ter que se explicar na justiça! – Era nada mais, nada menos que Adélio Dois.

– O que você está fazendo aqui?

– Para você eu sou Oficial de Justiça Adélio. Trouxe uma intimação pela sua dívida.

– Mas você está desempregado!

– Então, eu vim te contar uns spoilers sobre a sua vida. E você não vai gostar de nenhum deles.

Adélio dois deu uma piscada para quem está lendo imaginar que é para ele. [1]

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23 comentários em “[Colchetes] (Davenir Viganon)

  1. Leandro Soares Barreiros
    29 de março de 2019

    Homem submisso ao chefe deve escolher como lidar com uma cobrança no trabalho. A escolha não é muito importante, porque é apresentado as consequências de cada uma dela, como se observássemos universos paralelos que se cruzam no final.

    Gostei bastante. Como disse em outros contos, comédias são difíceis de construir, mas essa aqui me arrancou sorrisos aqui e lá. Mais do que humor, achei a ideia do conto criativa, nunca tinha visto essa ideia de paralelismo simultâneo em textos, apenas em mídias digitais. Além de criativo, foi bem executado. 

    O final, apesar de apresentado como uma ironia, ficou um tanto confuso. Não consegui perceber a solução. Parece-me que haveria uma história posterior, mas não sei se é só impressão. Talvez fosse a intenção do autor confundir um pouco, ao misturar história, paralelismo, história dentro da história e história fora da história.

    Pela criatividade, competência narrativa e boas tiradas fica com 3,5 o um anéis de nota.

    De toda maneira, um bom conto. 

  2. Priscila Pereira
    26 de março de 2019

    [Colchetes] (Adélio Um)
    Sinopse: Adélio recebe uma mensagem do chefe que o manda resolver várias coisas antes de ir para o trabalho, então tem duas possibilidades, na primeira ele manda o chefe à merda e vai pra casa. Na segunda ele obedece e vai fazer o serviço. Lá ele encontra com o ele da primeira possibilidade, que conta várias coisas que vão acontecer. Parece que trocam de lugar e no final o Adélio enganado vai lá se vingar. (Não tenho certeza se é isso, já que não entendi quase nada…)

    Olá Autor(a)!
    Olha, não entendi quase nada… como comédia não funcionou pra mim (detesto palavrões e a tragédia usada como forma de humor) e como fantasia eu não entendi, então não consegui gostar. Entenda, não é um conto ruim, só não conseguiu me tocar. Os dois Adélios são chatos, o chefe é um merda, não consegui me apegar a história. Foi mal aí, autor, te desejo mais sorte no próximo!

    • Davenir da Silveira Viganon
      1 de abril de 2019

      Obrigado pela sinceridade. E é justo que eu seja sincero também. Eu gosto de usar a tragédia no humor, e apesar do conto ser mais tragédia que humor, acredito que quando não consiga tocar você, acabei indiretamente atingindo meu objetivo, pois o conto é o que é. Abraço.

  3. Gustavo Araujo
    25 de março de 2019

    Resumo: homem encontra outra versão de si mesmo e trava com ele um embate filosófico-existencial sobre o que lhes reserva a vida.

    Impressões: o tema do duplo é recorrente na literatura, mas jamais deixa de ser instigante, afinal, não tem como não imaginar o que aconteceria se encontrássemos a nós mesmos, se daríamos conselhos sábios, se faríamos troça, se agiríamos como adivinhos prontos a rir com as desgraças que terminarão acontecendo. Neste conto ocorre um pouco de tudo isso, com as duas versões de Adélio se confrontando. O diferencial é que o passivo, digamos assim, consegue subverter a ordem e acaba sacaneando quem o sacaneava, numa reviravolta inesperada. O problema do conto é que algumas partes ficaram um pouco confusas e eu, mesmo com atenção, tive dificuldades de saber quando era um (o um mesmo) e quando era o outro. De todo modo, não deixa de ser um conto provocativo e inteligente, uma espécie de resgate kafkiano do que realmente importa na vida. Parabéns ao autor e boa sorte no desafio.

    • Davenir da Silveira Viganon
      1 de abril de 2019

      Obrigado por captar a influência do Kafka que é muito forte pra mim. E pelas demais palavras e análise.

  4. Fheluany Nogueira
    23 de março de 2019

    Está complicado fazer um resumo, pois não sei se entendi bem. O protagonista, Adélio, apresenta traços de duas personalidades, tendo cada uma, uma maneira diferente de interagir e lidar com o meio onde está inserida, herói e anti-herói. Os colchetes, que são elementos de normalização textual, utilizados para dar explicações, adicionando informação, comentário, reflexão ou uma observação, sem perder o foco, são usados, pelo dominante para isolar o outro, no contexto. Mas o dominado volta e com o mesmo recurso de spoilers usado anteriormente, controla a situação.

    Assim, parece-me que reações cíclicas é que determinam um comportamento. O ego sofre pressão de uma exigência instintual que normalmente é satisfeita, mas poderá resultar em perigo. Portanto, há um conflito entre a exigência do instinto e a proibição da realidade.

    A história é leve, é engraçada, prende o leitor, bem escrito e tramado. Apenas, no jogo com os diálogos a narrativa fica lenta e meio confusa; só as marcações [1], [2] e a contextualização não foram eficazes para levar o leitor a entender algumas falas e cenas. Também, faltou emoção, surpresa, explorar mais o conflito.

    Dica gramatical: sempre haverão noites de insônia – verbo haver, no sentido de existir, é impessoal: haverá; poso / posso

    Parabéns pelo trabalho. Boa sorte na Liga. Um abraço.

    • Davenir da Silveira Viganon
      1 de abril de 2019

      Obrigado pela análise apurada. Gostei bastante de ler. Foi o primeiro conto queel exploro uma narrativa mais fragmentada. Foi um experimento.

  5. Jorge Santos
    17 de março de 2019

    Resumo: História das duas versões do mesmo homem. A primeira versão teve a coragem de sair do emprego, enquanto a segunda permaneceu empregado e “engolindo sapos”. Nenhuma das versões é propriamente feliz, como que mostrando a verdade nua e crua da realidade: dificilmente conseguimos ser felizes, mas podemos sempre tentar.
    Em termos linguísticos, o conto apresenta algumas fragilidades. Em termos de ideia, pareceu-me interessante, mas o desenvolvimento não foi tão bem conseguido como deveria ter sido. A principal falha é a monotonia e as constantes repetições. Sabemos apenas o contexto pelos números – deveria ter sido encontrado um expediente mais prático. A partir do terceiro parágrafo começamos a salivar pelo final do conto, o que não é propriamente positivo.

  6. Pedro Paulo
    10 de março de 2019

    Olá! Espero estar sendo criterioso. A minha avaliação segue abaixo:

    RESUMO: O conto se trata do que é a vida de Adélio e do que ela poderia ser, algo pontuado pelo uso de colchetes e numeração para distinguir as “versões dos eventos”. O enredo se inicia com o que parece ser um dia comum na vida do protagonista, que obedece resignado a uma ordem do chefe, encaminhando-o por um caminho de tédio e burocracia. Ele passa algum tempo na fila que aparenta ter centenas de pessoas, onde reflete sobre a sua situação de vida. Enfim atendido, é encaminhado a outra fila, que é quando se encontra com Adélio 2, que lhe adianta algumas das misérias que viriam ainda naquele dia. Também é nesse momento que os colchetes deixaram de ser um artifício narrativo para desempenharem um fator determinante na história, visível quando os Adélios “trocam” de colchetes, o conto se encerrando com as consequências dessa troca, em que Adélio 1 se vê em desespero e surpreendentemente encontrado pelo Adélio 2, que aparentemente deu a vida por cima.

    COMENTÁRIO: Quando os Adélios se encontram, o n. 2 eventualmente associa estoicismo à resignação, o que deve ser a melhor caracterização para a personagem, a julgar por como o enredo segue na maioria do tempo. Nesse sentido, a narração em primeira pessoa serviu muito bem para agilizar a trama, pois ao mesmo tempo em que temos as ações das personagens, temos também suas impressões sobre a própria vida e os desejos dele sobre o que poderia acontecer. Isso aproxima o leitor, pois passamos a partilhar os anseios e as dificuldades do protagonista.

    Também pode ser vista uma forma “metalinguística” em alguns pontos, o que acreditei estar na dosagem certa por não ter afastado demais a personagem da realidade. Isso é algo que se vê principalmente quando Adélio n. 1 entra cena e explica os colchetes, pontuando sobre como era necessário que o diálogo entre Adélios fosse coeso e engraçado. Eu achei inteligente fazer uma referência indireta ao fato dos personagens habitarem um conto e que a “cola” entre dimensões fosse justamente a coesão do enredo e a consonância com a comédia “necessária”. Ainda sobre a narração, também é mérito do autor a oralidade da escrita, que deixou o conto conversativo e fácil de ler, ajudando na identificação do leitor com a história e favorecendo o humor extraído da banalidade.

    Notei apenas um erro gramatical, que é quando Adélio 1 propõe a troca e fala em “concertar”, quando o correto é conSertar. Para além disso, acredito que o autor foi bem-sucedido em escrever um conto de comédia, mas acho que o final foi um tanto apressado e que teria sido interessante ver ao menos a surpresa de Adélio 2 ao cair na armadilha do n. 1, o que talvez adicionasse um clímax e um impacto maior na reviravolta do reencontro dos Adélios.

    Boa sorte!

  7. Givago Domingues Thimoti
    8 de março de 2019

    Caro(a) autor(a),

    Desejo, primeiramente, uma boa primeira rodada da Liga Entrecontos a você! Ao participar de um desafio como esse, é necessária muita coragem, já que receberá alguns tapas ardidos. Por isso, meus parabéns!

    Meu objetivo ao fazer o comentário de teu conto é fundamentar minha nota, além de apontar pontos nos quais precisam ser trabalhados, para melhorar sua escrita. Por isso, tentarei ser o mais claro possível.

    Obviamente, peço desculpas de forma maneira antecipada por quaisquer criticas que lhe pareçam exageradas ou descabidas de fundamento. Nessa avaliação, expresso somente minha opinião de um leitor/escritor iniciante, tentando melhorar, assim como você.

    PS: Meus apontamentos no quesito gramática podem estar errados, considerando que também não sou um expert na área.
    RESUMO: [Colchetes] é um conto que aborda a fantasiosa história de Adélio, que recebe a visita do seu doppelganger de uma realidade alternativa num dia no qual, de acordo com a cópia dele, será um dia de cão.
    IMPRESSÃO PESSOAL: O conto falhou em alguns pontos. Primeiramente, não consegui conectar com a história comédia-fantasiosa. Senti que houve um grande pulo no desfecho do enredo. Tive a sensação que faltou alguma informação ali, como se o conto tivesse passado do limite de palavras e o autor cortou as palavras erradas.
    Além disso, as partes “engraçadas” do texto soaram um tanto forçadas, principalmente pelo uso exagerado de palavrões.
    ENREDO: O enredo é promissor, porém, o desenvolvimento da narrativa degringolou de tal forma que transformou o grande trunfo no maior problema do conto. O desenrolar da história, a partir de um ponto, foi corrida e confusa, prejudicando demais a fluidez da leitura.
    GRAMÁTICA: A linguagem sofre de um problema; ora é coloquial, ora é culta. Acredito que o autor deveria ter se mantido fiel ao estilo coloquial já que combina mais com o estilo de história e os personagens.
    Alguns deslizes gramaticais escaparam, como por exemplo um “poso” quando deveria ser “posso”. Uma revisão poderia sanar boa parte desses problemas.
    PONTOS POSITIVOS:
    • Enredo promissor.

    PONTOS NEGATIVOS:
    • Os furos na narrativa prejudicaram bastante o desenvolvimento
    • Linguagem um tanto dissonante
    • A parte humorística do conto soou forçada demais com os palavrões. E devo confessar, não achei muito engraçado.
    • Leitura travada

  8. Matheus Pacheco
    7 de março de 2019

    RESUMO: Um conto de comédia urbana que narra a história de um homem frustrado com o trabalho, com as ilusões amorosas, com as contas atrasadas e com um empréstimo, que por algum motivo consegue a habilidade de voltar no tempo e se tornar meio que uma adversidade para o atual Adélio, dando a ele spoilers de sua vida, desmotivando-o a continuar com a vida e fazendo-o tomar as mesmas ações que o Adélio I tomou que o levaram até o atual destino.
    COMENTÁRIO: Um conto divertido, digno de fechar a primeira rodada do campeonato, bem estruturado, leve e gostoso de ler, eu tenho a impressão que eu já comentei esse conto, mas mesmo assim aqui estou eu de novo.
    Um ótimo conto e um abraço

  9. Renata Afonso
    6 de março de 2019

    Colchetes é um conto dramático com intenções de comédia (ou vice-versa),tratando de um dia muito atípico, diria loucão mesmo na vida do pobre personagem Adélio, sujeito mais ou menos que leva uma vidinha mais ou menos e que no tal dia da narrativa encontra-se, entre colchetes, com seu outro eu,auto-intitulado Adélio 1, com um outro eu que, não bastasse a vida que Adélio vem levando (rsrsrs), tem um sadismo imenso em mostrar e apavorar seu outro eu, Adélio 2, definido meo que menosprezando como “estoico”.
    Pois bem, a partir daí há uma sucessão de acontecimentos que desfavorecem Ad1, enquanto o Ad2 avança e parece divertir-se imensamente com a tragédia em que a vida do 2 transformou-se.
    É um enredo inteligente, poderia facilmente ser transformado em roteiro de filme,achei divertido, embora haja toda essa carga sádica em cimado pobre Ad2 – quem mandou, é aquela história, quem não faz, leva rsrs.
    Vi alguma necessidade de revisão, uma palavra que gritou aqui foi “concerto”, quando deveria, obviamente, ser conserto: “– Tive uma ideia. Porém você vai ter que ficar quieto e deixar eu voltar um pouco e tentar concertar tudo. [2]”. O restante apenas erros de digitação, nada demais.
    O final também me deixou um pouco decepcionada, esperava uma reviravolta do 2, além da piscada para quem está lendo rsrs.
    Bom, no geral, gostei, sua ideia foi ótima, talvez não tão bem explorada.
    Grande abraço.

  10. Fernando Cyrino
    4 de março de 2019

    Um contínuo de escritório, precisa utilizar a burocracia oficial para “levar uma papelada para carimbar”. Enquanto, entediado, escuta conversas de outros companheiros de infortúnio nas longas filas, aparece-lhe seu “duplo”. O Adélio Um, eis que ele é o Adélio 2. O próprio conta-lhe as desgraças que irão acontecer ainda naquele dia. Inclusive a sua demissão pelo chefe que lhe faz assédio moral. E nessa toada o conto termina com o pobre Adélio, desempregado, recebendo a visita do “oficial de justiça” (ele próprio) pelas dívidas. Bem, amigo, achei que o seu conto não ficou legal. E não estou dizendo em relação aos deslizes de revisão (revise, principalmente esse uso do verbo haver), mas quanto ao desenvolvimento mesmo do tema. Tive dificuldades também de entender as notas numeradas. Leio, releio, volto em algumas partes, Adélio Um e me vejo em uma enorme dúvida: como classificar seu conto? Seria uma fantasia, ou uma comédia? Quem sabe uma mistura entre as duas possibilidades no desafio.

  11. Regina Ruth Rincon Caires
    24 de fevereiro de 2019

    [Colchetes] (Adélio Um)

    Resumo:

    O texto descreve uma “discussão interna” (e escrita) travada por Adélio Um e Adélio Dois (personagem unificado). Narra o fastio de um funcionário, a intolerância pelas repetidas ordens do chefe. Existe a face do personagem rebelde, aquele que xinga, que arquiteta respostas ofensivas, sempre de calundu. E existe a face do personagem que justifica tudo, que busca saída, o mais esperto. Um texto em que o autor busca envolver o leitor, mas que, particularmente, achei extremamente confuso.

    Comentário:

    O autor usa frases bem construídas, como exemplo: “partes conectadas por fios de fila, irrigadas por tinta de carimbo e tédio” – “porque temos sempre que alimentar a ilusão de escolher” – “dissera aquilo dúzias de vezes para pessoas que ouviam pela primeira vez” – “dizia a pleno cansaço”.

    Há alguns deslizes de pontuação e grafia. A inobservância da impessoalidade do verbo, a flexão, isso incomoda um pouco.

    Uma narrativa interessante, mas um tanto confusa. Há necessidade de reler partes do texto para que a linha de raciocínio volte a ser conectada. A compreensão exige fina sintonia do leitor. Tive a impressão de que o autor criou uma história que espelhasse o mesmo entrave que enfrentava ao escrever o texto para o desafio. Criativo.
    Adélio seria o da facada?!

    Parabéns!

    Boa sorte no desafio! Abraços…

  12. Mariana
    21 de fevereiro de 2019

    Resumo: Linhas do tempo, metalinguagem e burocracia. Adélios causam altas confusões.

    A comédia das minúsculas desgraças do homem medíocre. Foser Wallace argumentava queKafka tinha humor e esse conto é uma boa mostra do humor kafkiano. Homens pequenos em repartições, a sacada de comparar a espera do atendimento com dormir é muito boa. Os dois personagens (três, no final do conto) que são apenas um (multiversos?) dialogam muito bem. O final amargo apontam que comédias não precisam ser um eterno Zorra total. Parabéns!

  13. Rafael Penha
    21 de fevereiro de 2019

    RESUMO :Trata-se da história de Adélio, um funcionário comum, em sua vida tediosa até que encontra uma espécie de alter-ego que lha dá insigths futuros de sua vida, mostrando de forma enérgica e descontraída o quanto sua vida está fracassada. Ao fim, os papéis se invertem e a contra-parte original reaparece na vida do alter-ego para lhe aplicar o mesmo golpe.

    COMENTÁRIO: Um conto bem original, mostrando a vida de Adélio. Vida que se identificaria com a de muitos de nós. Um conto de humor. Entretanto, o humor, que me pareceu muito baseado mais em xingamentos do que situações ou piadas me pareceu fraco. Apesar de um conto descontraído, não me pareceu engraçado. Talvez o autor devesse investir mais em situações cômicas, do que apenas em xingamentos. A espécie de realidade alternativa me chamou a atenção e foi bastante original, e a reviravolta do fim é divertida. Mas se eu não soubesse o tema do certame, não acharia que este conto seria de comédia.
    Um abraço!

  14. Angelo Rodrigues
    21 de fevereiro de 2019

    Caro Adélio Um,

    Resumo:
    o protagonista Adélio, levando uma vida esquisita num escritório, acaba por se deparar consigo mesmo, o seu Um. Adélio é alguém que está em segundo lugar em relação a si mesmo, e nada é pior que isso.

    Avaliação:
    Não consegui entender se o conto buscava a comédia ou a fantasia. Talvez uma comédia fantástica, com a multiplicação do personagem fazendo de si mesmo um segundo protagonista, o seu segundo “eu”.
    O duplo aqui, parece funcionar como uma voz subterrânea, trazendo à tona – a Adélio Dois – aquilo que ele percebe como possivelmente premonitório, uma voz de latência de si mesmo, contando a ele aquilo que ele já sabe.
    É duro se perceber o segundo numa fila de si mesmo.
    Achei o conto um pouco confuso. Li por duas vezes e, confesso, fiquei sem entender o simbolismo dos [1] ou dos [2] no final das frases, assim como a última frase do conto me deixou um pouco sem saber como compreender a ideia final do escritor.
    (…)
    – Então eu vim te contar uns spoilers sobre a sua vida. E você não vai gostar de nenhum deles. (quem diz isso é Adélio Um)
    Adélio dois deu uma piscadela para quem está lendo imaginar que é para ele. [1]
    (…)
    Imaginei que Adélio Dois, nessa frase que termina o conto, me quis dizer que eu (o leitor), ganharei spoilers sobre minha vida dos quais não irei gostar. Esse é um final que me pareceu enigmático demais, além da conta, ou não, se o Adélio Dois, desviando o olhar, deixou passar o que disse seu duplo e jogou a mim (o leitor), a responsabilidade das más notícias.
    Parabéns e boa sorte na Liga!!

  15. Fabio D'Oliveira
    21 de fevereiro de 2019

    O corpo é a beleza, a forma, o mensurável, o moldável. A alma é a sensibilidade, os sentimentos, as ideias, as máscaras. O espírito é a essência, o imutável, o destino, a musa. E com esses elementos, junto com meu ego, analiso esse texto, humildemente. Não sou dono da verdade, apenas um leitor. Posso causar dor, posso causar alegria, como todo ser humano.

    – Resumo: Adélio vive uma rotina entediante. Possui um trabalho horrível e, para piorar, um chefe de merda. Numa realidade, Adélio é determinado e desbocado. Noutra, totalmente submisso. Acompanhamos essa fragmentação por um tempo, até que, finalmente, os dois se encontram. Spoilers, frustrações e uma situação um tanto delicada: o mundo deles, em forma de colchetes, poderia fechar no primeiro erro deles. Na parte final, revela-se que o primeiro Adélio literalmente criou o segundo Adélio, em forma de escrita. Mas todos são surpreendidos, inclusive o “primogênito”, quando Adélio Dois reaparece no mundo do outro. Assim acaba a história, numa confusão, tanto que talvez o próprio autor não sabia o que estava fazendo.

    – Corpo: Vamos falar da leitura! Ela foi relativamente razoável, pendendo para o ruim, infelizmente. O problema, ao meu ver, não foi a gramática ou até sua técnica e habilidade. Para mim, a construção textual ficou muito superficial. As repetições e redundâncias parecem propositais, né? Talvez com o intuito de fazer graça, etc, mas não funcionam tão bem quanto tenha pensado. O humor não é tão natural quando você precisa deformar a parte física do conto. Na verdade, tudo me pareceu forçado demais, com cenas e diálogos encaixados perfeitamente para tentar criar um clima cômico, mas que falha por não ser natural. Encontrei só um erro de digitação, no início da terceira parte, e a parte técnica me pareceu boa. Não existe reclamação nessa parte. Mas, realmente, a leitura foi cansativa e chata. Tenha em mente que o humor funciona bem para todos quando é leve, simples, puro.

    – Alma: Histórias mirabolantes! Ah, tenho uma relação de amor e ódio com elas. São perigosas, uma verdadeira faca de dois gumes. Se manter a qualidade e deixar tudo amarrado no final, o texto fica incrível. Se você deixar a peteca cair, bem, o texto pode acabar ficando uma merda. Já me decepcionei muito com livros, filmes e séries que prometem muito, mas entregam algo simplesmente anárquico. Esse conto me deixou curioso, tentando entender sua “lógica”, mas me pareceu mais uma enxurrada de ideias sem muita organização. Eu defendo a liberdade na criação, sabe? A pessoa pode fazer o que quiser. Mas até a bagunça precisa ficar bonita. Mas esse conto, além de desorganizado, ficou feio e sem graça. Lembra muitas histórias de metalinguagem que já vi por aí. Tem uma leve pegada de “O Duplo”, de Dostoiévski, mas sem a parte inteligente. Enfim, falta carisma, falta beleza, falta significado, falta organização.

    – Espírito: Fantasia e comédia, dois em um, complementando ou subtraindo. A sensação que ficou, infelizmente, é que apesar dos traços fantásticos e as tentativas de fazer humor, que, sim, foi a parte mais cômica de tudo, não tem muito desses temas. Distribuiu tanto que não houve foco. Ficaram dispersos demais. Você pareceu-me capaz de fazer algo bem melhor. Não sei o motivo de mandar esse conto, talvez queria marcar presença e mandou qualquer coisa que saiu: não tem problema, se for isso. Se realmente deu seu melhor, pode ter se aventurado numa área que não é muito bom. O importante é que você tem talento para escrita. Nota-se nas entrelinhas. Continue escrevendo, sempre, tendo em mente que, às vezes, escrevemos maravilhas e, noutros momentos, escrevemos merdas. Todos fazem isso.

    – Conceito: Prata!

  16. Angelo Rodrigues
    20 de fevereiro de 2019

    Caro Adélio Um
    Resumo:
    o protagonista Adélio, levando uma vida esquisita num escritório, acaba por se deparar consigo mesmo, o seu Um. Adélio é alguém que está em segundo lugar em relação a si mesmo, e nada é pior que isso.

    Avaliação:
    Não consegui entender se o conto buscava a comédia ou a fantasia. Talvez uma comédia fantástica, com a multiplicação do personagem fazendo de si mesmo um segundo protagonista, o seu segundo “eu”.
    O duplo aqui, parece funcionar como uma voz subterrânea, trazendo à tona – a Adélio Dois – aquilo que ele percebe como possivelmente premonitório, uma voz de latência de si mesmo, contando a ele aquilo que ele já sabe.
    É duro se perceber o segundo numa fila de si mesmo.
    Achei o conto um pouco confuso. Li por duas vezes e, confesso, fiquei sem entender o simbolismo dos [1] ou dos [2] no final das frases, assim como a última frase do conto me deixou um pouco sem saber como compreender a ideia final do escritor.
    (…)
    – Então eu vim te contar uns spoilers sobre a sua vida. E você não vai gostar de nenhum deles. (quem diz isso é Adélio Um)
    Adélio dois deu uma piscadela para quem está lendo imaginar que é para ele. [1]
    (…)
    Imaginei que Adélio Dois, nessa frase que termina o conto, me quis dizer que eu (o leitor), ganharei spoilers sobre minha vida dos quais não irei gostar. Esse é um final que me pareceu enigmático demais, além da conta, ou não, se o Adélio Dois, desviando o olhar, deixou passar o que disse seu duplo e jogou a mim (o leitor), a responsabilidade das más notícias.
    Parabéns e boa sorte na Liga!!

  17. Tiago Volpato
    20 de fevereiro de 2019

    Resumão:
    O chefe manda o cara carimbar uns documentos, o cara é puto com aquela vida de trabalho miserável e quer mais que o chefe morra.
    Então vem um outro Adélio fodendo tudo dizendo que ele vai ser demitido e outras cagadas. O cara é demitido, e tenta escrever um livro para enriquecer e mudar de vida (quem nunca?). Depois minha cabeça deu uma bugada, eles estariam no livro? Tudo é uma alucinação de um escritor doidão?
    No final lá vem o outro Adélio pra atazanar novamente, mas não é o outro, é o primeiro ou o segundo, ele vem para se vingar do segundo, que é o primeiro(?), e contar uns spoilers marotos.

    Considerações:
    Interessante a interação dos dois personagens, senti como se fosse uma reflexão entre duas partes da mesma pessoa. Não sei se entendi direito, mas seria um caso de ficção se misturar com a realidade? O cara ficou tão deprimido com a vida que já nem sabe o que está acontecendo de verdade. Sei lá, hahaha.
    É um bom conto, mas achei ele um pouco enrolado demais, em alguns trechos faltou dar uma revisada, por exemplo na parte: “O protocolo daqui só aceita esses ofícios daqui se já estiver tudo carimbado lá embaixo.”, o daqui repetido deu uma cortada na fluidez, alguns trechos do texto ficam assim enrolados. Por isso o texto não me prendeu muito, tive que reler vários parágrafos para entender.
    Primeiro achei que era humor, mas depois achei que era fantasia, mas achei com bem pouca característica de fantasia, tirando o outro Adélio, não vi muita coisa. O humor também achei que foi utilizado em poucas partes do texto para ser considerado humor. Ainda assim acho que seu texto se enquadra, mas faltou explorar mais os temas.

  18. Antonio Stegues Batista
    19 de fevereiro de 2019

    COLCHETES- é a história de um funcionário de uma repartição pública. Perturbado com a rotina e sem esperança de um bom futuro, resolve escrever um livro e passa a dialogar com um dos personagens. Os dois têm um diálogo meio absurdo, surreal e inútil.

    Gostei da estrutura do texto, inclusive os colchetes, o Adélio 1 e 2. A história mostra o trabalho numa repartição pública, com seus problemas e soluções, a burocracia, a interação entre colegas e a relação entre o chefe e seus subordinados. A ideia é boa, mas achei que ficou faltando alguma coisa mais interessante. Achei que o diálogo dos dois personagens ficou fraco. Não houve nada impressionante. A escrita, narração e diálogos estão corretos, não achei erros, porém, o argumento não me cativou.

  19. Luis Guilherme Banzi Florido
    19 de fevereiro de 2019

    Boa tarde!

    Resumo: um homem de saco cheio do trabalho encontra uma espécie de eu alternativo, pelo visto vindo de uma dimensão paralela resultante dos “colchetes”, ou escolhas que tomou durante sua vida. Acredito que cada escolha abra um novo colchete, e disso resulte um Adélio diferente.

    Comentario:

    Fala, Adélio, tudo bem?

    Primeiro, acredito que o tema escolhido tenha sido comédia, apesar de ter dúvidas se universos paralelos entraria ou não em fantasia. Devo dizer que não achei o conto muito engraçado, o que é de certa forma um problema para eu encaixa-lo num dos temas. Mas isso é coisa minha, e não sua.

    Acho que você tentou usar uma linguagem mais cotidiana para dar um tom bem humorado ao conto, mas devo dizer que achei a linguagem um pouco vulgar demais, abusando dos palavrões numa tentativa de humor que não me conquistou. Note que não tenho problema nenhum com palavrões nos contos, nem com o uso da linguagem vulgar. Porém, achei que soou forçado.

    Também notei alguns erros gramaticais, principalmente de concordância e pontuação, ao longo do texto. Acho que merecia uma revisão mais apurada.

    Por outro lado, gostei do conceito dos colchetes, que entra num tema que me agrada bastante, que é a formação de dimensões paralelas a partir de cada decisão.

    Porém, não entendi bem os acontecimentos e o fim ficou um pouco no ar, pra mim.

    Enfim, é um conto com um contexto legal, mas que não me ganhou e deixou um pouco confuso. Ainda assim, parabéns e boa sorte no desafio.

  20. Evandro Furtado
    19 de fevereiro de 2019

    Um conto meio surrealista, onde um cara encontra a si mesmo e fica discutindo sobre como a vida é uma merda e como ficar preso entre colchetes (?!!!).

    O conto tem algumas reflexões bacanas no início, sobretudo na hora da fila, onde a discussão sobre a natureza, da própria fila e do sono, faz o leitor mergulhar de cabeça na coisa toda. No entanto, depois disso as coisas começam a ficar confusas. Os diálogos tornam-se complexos além da conta, as falas se misturam e tudo se perde. Entendo que isso é um estilo e combina com o que parece ser a proposta do autor, mas o efeito desejado acaba não tomando forma.

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Informação

Publicado às 17 de fevereiro de 2019 por em Liga 2019 - Rodada 1, Série A e marcado .
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