Passava-se da meia noite quando um pequeno tumulto tinha início no pátio externo da casa grande. Os negros a contragosto estavam despertos após injusto dia de labuta. Zezão e Criolo eram duas peças importantes no plantel da fazenda, além da lavoura, eram bons no cascalho, não se faziam de rogados nas lavras, os braços fortes na bateia também provaram ser úteis na quebra das pedras. Porém agora sua serventia seria outra.
Rosa dormia tranquilamente em seu leito perfumado alheia a tudo que viria a ocorrer. Ela nunca teve apreço por seu marido que complacente, tentava agradá-la da melhor maneira possível naqueles dias onde a delicadeza não era permitida.
João Dorneles, sujeito batalhador conseguiu o direito de minerar nas áreas do córrego dos Capotos e Rio São João, também possuía algumas lavras no Morro do Conde perto da Serra dos Caiapós, que lhe rendiam prosperidade e a posição de homem respeitado por léguas de distância no interior de Minas.
A união do casal se deu quando ela transitava entre os treze e quatorze anos, ele já viúvo por algum tempo se encantou pela pureza da flor resolvendo despir-se assim do triste luto. Isso lhe custou uma pequena roça de milho no ponto de colheita, duas vacas leiteiras e um casebre caindo aos pedaços, verdadeira pechincha para ambos os lados. Bom também para a menina que se salvava da rude lida no campo, cercando-se do luxo da vida de sinhazinha.
No começo do matrimônio, paciente, João tratava a esposa como um pequeno bibelô, era sua jóia preciosa que devia ser apreciada e nunca usada. Viria o tempo em que as núpcias seriam consumadas, enquanto isso ganharia o apego de sua posse.
Finalmente a hora chegou. A menina foi tomada sem ao menos saber qual o significado daquilo tudo, parecia uma brincadeira desconfortável além de vexatória. João se esmerou no carinho, não quis parecer um touro velho, afoito e desajeitado, tinha medo, estava inseguro enquanto a menina quedava-se em vãs tentativas de se esquivar, no fim ela até sentiu uma inexplicável alegria, um entorpecer preguiçosos do corpo que a levou a um sono protetor.
Por seguidas noites João visitava sua Rosa, cuidava e regava sua alma com amor, com o tempo as brincadeiras deixaram de ser estranhas, tornando-se normais. Curiosa a menina buscava explicações que nem mesmo as escravas mais assanhadas tinham coragem de lhe contar, findavam a conversa com sorrisos maliciosos por entre dentes.
O povoado de Santana crescia como ponto de trocas e mineração, era pouso de varias tropas que circulavam pelo centro-oeste mineiro.
Teodoro, filho de um insignificante criador de mulas não era um rapaz bonito. Nem precisava ser, pois entre um povo rústico a beleza não era importante, mas trabalhador e engraçado sempre era notado, não fazia distinção entre senhores ou cativos. Para a molecada era um bobo que trazia alegrias.
As visitas à fazenda Dorneles eram frequentes, zelava pelo estado da tropa do patrão.
A pequena Rosa com dezessete anos, a mesma idade que o rapaz, se encantou pelas trapalhadas que fazia com os animais. Em meio às cavalgadas do fim de tarde um amor puro e proibido foi surgindo, não tardou para que a pobre garota descobrisse que na verdade aquelas brincadeiras noturnas eram melhores quando feitas com alguém que se ama.
Antes das negras servirem o jantar na casa grande, do outro lado dos currais, embaixo de um enorme pé de pequi, os dois se amavam. No começo escondidos, depois acobertados pelos negros da senzala.
Mesmo com o risco e os vários perigos a serem vencidos, as tardes terminavam em ternos momentos de prazer.
A criança cresceu tornando-se uma bela mulher, João acreditava que agora seria livre para amá-la a seu modo. Resolveu que dali em diante dividiriam o mesmo leito. Os encontros sob as luzes de lamparina, sempre tarde da noite poderiam ser estendidos a qualquer hora do dia.
Suas primeiras investidas não tiveram o êxito desejado. Rosa sentia-se violada, corava-se ante a vergonha do marido trancando em si mesma deixando ser possuída sem a mínima resistência. Seu corpo mole, sem calor não tinha a mesma serventia para o esposo apaixonado. Foram vários mimos, inúmeras conversas e nem mais um sorriso por parte da amada.
Os dias corriam de forma lenta, o único momento de vivacidade da pequena flor era durante as refeições ao cair da noite. Enquanto os candeeiros ardiam, a mulher se alimentava com um sorriso na face. João sentia-se feliz por ainda perceber um momento de alegria na vida de sua preciosa cativa.
Todo crime tem seu castigo, mesmo no amor as almas padecem. Zeloso como sempre, João numa tarde qualquer saiu em busca da sua Rosa. Não houve tempo para aviso. Debaixo do pequizeiro, sobre o capim macio, via sua linda flor desabrochando nos braços de outro. Uma angústia terrível se apossou da sua alma. Oculto por um tronco seco à beira do caminho testemunhava a consumação de seus temores. Congelado, envolto pelas sombras que reclamavam seu lugar ao dia, viu os amantes partirem.
Quem dera ele ter derramado uma simples lágrima naquele instante. Era tão pouco o preço a pagar por sua redenção. Não conseguiu ser gentil anti tal ofensa, deixou a amargura infectar sua alma.
Rosa chegou perguntando pelo esposo. Ninguém sabia seu paradeiro. De tudo não era um mau sinal, pois significava que não haviam se encontrado pela estrada.
Com a noite já adiantada o senhor chegou em casa. Não quis que lhe esquentasse a janta, tão pouco sono ele tinha. Foi até a despensa, apanhou uma moringa de cachaça produzida em seu próprio alambique. Na varanda se embriagava enquanto o urutau piava no mourão da porteira.
Durante a semana passou carrancudo. Abria a boca apenas para distribuir ordens sempre ríspidas, por duas vezes, como uma raposa espreitou sua amada se entregar para o moleque dos cavalos. O banco rústico de madeira no canto da varanda e a cabaça de pinga se tornaram o consolo do velho rejeitado.
No fim suas idéias deturpadas iam se formando. Pela tarde convocou seu capataz ordenando-lhe buscar uma encomenda no arraial. À noite despertou os negros que murmuravam pelo pátio da casa grande.
Era chegada a hora, João Dorneles decidido entrou pisando firme. A mulher dormia sem nada desconfiar.
Acordou assustada com o marido arrancando-a da cama. Sem saber por qual motivo foi arrastada pelos cabelos ainda em mangas de camisa. Do alto das escadas que davam acesso à varanda foi arremessada de encontro aos negros, como restos sendo jogados aos cães. Numa atitude automática e protetora, Zezão acudiu sua sinhazinha. Lá de cima seu dono ordenou que afastasse ou então o fogo iria comer. De arma em punho, apanhou uma tocha untada por sebo animal.
– Para o pequizeiro atrás do curral. Ordenou.
Neste momento as coisas ficaram claras, tanto para Rosa quanto para os escravos.
O marido havia descoberto os encontros furtivos.
Ele não iria a tal local nesta hora da noite por motivos simples. As negras da cozinha bem como o resto dos cativos sabiam que aquela seria uma trágica noite.
Zezão que também era crente na fé de seus ancestrais rogou para que seus deuses se apiedassem da pobre mulher. Outras tochas foram acessas. Nesta noite poderia ocorrer um motim salvador, mas aquelas pobres almas sabiam apenas suplicar.
Guiados por seu senhor, Zezão e Criolo conduziam a chorosa Rosa amparada por cada um de seus braços. Atrás deles uma pequena comitiva de negros escoltados por jagunços armados capengavam pelas trilhas que antes lhe trazia tanta felicidade. Em suas roupas de dormir, Rosa tinha seu corpo ferido pelos galhos dos arbustos, seus pés delicados ainda descalços sangravam rasgados pelas pedras salientes. Mesmo com os negros tentando minimizar o sofrimento, eram instigados a apertar os passos pelo fogo das tochas dos capatazes.
Após a janta, naquela mesma noite, os homens incumbidos de ir ao arraial, supervisionados pelo próprio João Dorneles prepararam algumas fogueiras próximas da árvore que por tantas vezes fora testemunha daquele grande amor. Ali também deixaram algumas cordas e o velho chicote usado para o castigo dos negros desobedientes.
A jovem foi atada ao tronco de pequi. Era normal almas serem atormentadas pelo açoite do carrasco naquelas paragens, mas uma senhora branca até mesmo para os cativos seria algo imponderado.
O som dos cavalos se aproximando já podia ser ouvido. Os jagunços arrastavam o pobre amante que de tanto cair pelos caminhos, além da surra que levou tinha suas vestes sujas com sangue misturando com a poeira da estrada. Ao desmontarem, o jovem exausto, quase semi-consciente viu sua amada com as costas nuas iluminadas pelas chamas acusadoras daquele lume amaldiçoado.
De cócoras junto ao fogo, João supervisionava o castigo. Zezão à direita da moça desferia-lhe potentes chibatadas. Era ela ou ele, se não obedecesse também seria castigado. Criolo, do outro lado sovava-lhe com uma tala de cipó São Jorge.
Desfalecida, a moça não viu seu amado chegar. A cada açoite os negros clamavam por seus orixás. Tantas vezes viram sua gente padecer sobre o flagelo do carrasco mesmo assim nunca foram tão fortes as súplicas por piedade.
Não se sabe quando a Rosa desistiu de viver. Mesmo depois de sua morte não houve misericórdia, os negros foram obrigados a prolongar o martírio. A carne dilacerada amortecia o som da chibata, parecia uma esponja sendo espremida pelas mãos rudes de uma criança.
O rapaz foi levado para junto de seu amor. Por seus pulsos amarrados foi içado num dos galhos da árvore. O velho Dorneles queria ver seu padecer. Zezão recebeu ordens de parti-lhe os ossos da perna. Implorando perdão ao pobre flagelado cumpriu a tarefa com o coração em pedaços. A dor foi tão forte que o moço não conseguia se sustentar, com a alvorada seus suspiros aos poucos se esvaíram, por fim uma peixeira enferrujada acabou com seu penar.
João Dorneles permaneceu todo o tempo atiçando o crepitar da fogueira, nem uma lágrima, nem um suspiro, somente ordens sem emoção. O brilho das chamas impunha-lhe um semblante satânico, até os jagunços temiam seu amo.
De manhã, a guarnição responsável pela ordem local foi enviada para investigar o rapto do rapaz. Em situação de honra ninguém bule com coronéis. Ficaram para o almoço partindo após estarem certos que os escravos dariam sepultura cristã aos pecadores. Teriam mais do que mereciam e deram por fim a questão.
João Dorneles se tornou arredio, passava um bom tempo no banco da varanda perdido em seus devaneios. Despachava ali mesmo com seus homens de confiança, nunca mais correu suas lavras. Ele realmente amava aquela ingrata, como sua flor foi murchando e definhando, seu coração havia sido mortalmente envenenado por aquela vil traição.
A negação, a recusa em acreditar em seus olhos, a confirmação e os dias oculto em meio ao capim do pasto. Tudo fervilhava em sua mente, tudo era nítido por mais que os dias corressem, ele vivia incansavelmente aquele triste momento.
O arrependimento veio tarde demais. Sua vergonha transformou-se em tristeza, e esta lhe consumia. Quando por fim deixou sua casa, seguiu o caminho do suplício de seu amor. Para recordar seu crime, sacramentando sua angústia mandou cortar um grande ipê amarelo e com sua madeira ergueu um cruzeiro. Aquele símbolo de dor marcaria para sempre onde perdera sua alma.
Numa sombria manhã de domingo, como em noites anteriores não havia dormido. O cheiro do café torrado na hora perfumava o ambiente, o pão de queijo fumegava aos pés da fornalha. Passava da hora do amo sentar-se em seu banco, as negras temiam incomodar-lhe. Os jagunços esperavam as ordens.
Por palpite, Zezão e um capataz seguiram ao pequizeiro, foram eles á colherem aquele fruto sem vida que ao sabor do vento oscilava atado a um dos braços da cruz.
No tempo da escravatura, Rosa uma criança pobre é cobiçada por um lavrador rico. Foi trocada pelos pais por terra, bois e um casebre, tornando-se então a esposa do velho rico. Quando está na adolescência se apaixona por um rapazinho que trabalha para seu marido. Eles tem um caso por alguns anos e por azar, um dia o marido flagra os dois. Rumina uma vingança. Leva Rosa até o lugar de encontro dos amantes e manda os escravos açoitarem-na até a morte, trazem o amante e o torturam também até a morte. Com a honra lavada o velho rico volta para a casa, mas depois de algum tempo se arrepende e manda constrir um cruzeiro no lugar da chacina. Não aguentando a saudade e o remorso, ele acaba se enforcando no cruzeiro.
Um conto muito bom, com pegada histórica, muito bem escrito e bem desenvolvido, com um ritmo constante, sem apressar ou deixar a estória perder a agilidade. Um enredo bastante previsível, mas não deixando de ser interessante. Os personagens são bem marcados e pelo limite não foi possível o aprofundamento necessário. Ótimo título! Parabéns e boa sorte!!
Fala, Dorneles.
Storyline: Um casamento arranjado, uma flor e um viúvo. A chegada de um jovem peralta. A traição inevitável. A vingança esperada e o arrependimento tardio.
Então, a história tem bom ritmo, é bem escrita. A atmosfera é bem construída, o cenário bem visível. Alguns trechos são bons e trazes máximas, exemplo “Todo crime tem seu castigo, mesmo no amor as almas padecem.”
No que diz respeito a trama ela é pouco original, ok, não acho que isso seja demérito. Ocorre que aqui o título ainda entrega boa parte da história.
Gostei do fato de ter começado pelo Climax, para depois desenvolver os fatos que deram origem. Contudo, achei que o texto se deteve sobremaneira no castigo, que talvez tivesse funcionado melhor em um texto maior onde o leitor tivesse criado mais conexão com os personagens (sentido por exemplo parte do amor do jovem casal), Do jeito que ficou, achei um tanto quanto gratuito,
Enfim, um conto que vence pela fluidez. E, por isso, é o vencedor do confronto que analiso.
Olá, autor! Um conto lindo este seu, vamos ao resumo: Marido velho casado com uma novinha descobre que é corno e arma uma vingança sinistra matando os infiéis com crueldade . Depois, arrependido e saudoso, se mata enforcado no mesmo pequizeiro em cuja sombra a esposinha vivia, carnalmente, as emoções de um amor verdadeiro.
Um conto com belíssimas construções frasais, e um vocabulário bonito, desusado, interessante, o que enriquece, e muito, a trama. O conto tem alguns erros ortográficos, fazendo um contraponto com a beleza da maior parte da história. O enredo é bem simples e se resume a uma história de traição e vingança, talvez por isso eu tenha achado que o autor arrastou um pouco o texto para que rendesse mais conteúdo. Apesar destes problemas, seu drama tem encantos que me conquistaram, seus personagens são belos, e o meu ponto hoje vai para você.
Beijos.
Sinopse: João Dornelles, fazendeiro e dono de lavras nas Minas Geraes, era viúvo e casou-se em segundas núpcias com Rosa, que aos treze anos deixou a família humilde para morar com o próspero senhor de escravos. Ele esperou até o momento em que ela amadurecesse para consumarem o ato, mas a diferença de idade e de desejos ficou clara quando ela conheceu aos dezessete anos, Teodoro, filho de um criador de mulas, a quem amava embaixo do pequizeiro, onde um dia seu marido testemunhou sua traição. Com a ajuda dos escravos e jagunços, durante a semana, levou a mulher e o amante para o pequizeiro, mandou os açoitar e fê-los matar. Arrependido, mandou fazer um cruzeiro, onde veio a se enforcar, preso pelo remorso.
Comentários: uma narrativa bastante consistente, ainda que com algumas falhas de revisão e construção frasal (como o “passava-se já da meia noite” já na primeira frase). Mas fique registrado que não é isso que tira o brilho da história. O que realmente não me encantou foi o “ritmo novela brasileira”, com personagens mais ou menos estabelecidos em estereótipos, e o título mesmo, que praticamente entrega o fim da história. Acredito que esse conto seja a semente de uma história mais enraizada (se for um conto) ou mais frondosa (se for uma novela ou romance). Boa sorte no desafio!
Conto de época que narra a história trágica de um senhor de escravos, sua esposa adolescente e um jovem cuidador de mulas.
Apesar de não dar muita importância ao título dos contos, neste aqui ele fez a diferença. O título é quase que um resumo da história, deixando a leitura bem previsível. A medida que avançamos percebemos que o final vai ser aquele mesmo, e é, sem surpresa alguma. Destaque para crueldade com que Rosa foi morta e a submissão dos escravos para com seu “dono”. Achei que bem escrito, mas, não é o tipo de conto que eu gosto de ler. Boa sorte no desafio.
RESUMO
João Dorneles, viúvo e Dono de terras férteis de Minas Gerais, casa-se pela segunda vez com uma jovem moça, trocada por alguns dotes que possuía com a família da menina.
Quando a menina tinha dezessete anos, conheceu Teodoro, rapaz da mesma idade por quem se apaixonou. Os dois começaram a ter um caso, mas foram descobertos pelo marido que, em fúria, a açoitou até a morte e depois pendurou Teodoro, quebrando os ossos de sua perna e matando-o com um golpe de peixeira.
Por fim, tomado de angústia, arrependimento e dor, não aguentou viver e se enforcou no cruzeiro que ele mesmo mandara construir no local em que os amantes se encontravam.
MINHA OPINIÃO
É um bom conto que fala sobre amor, traição e a dor que tanto um como outro podem proporcionar. Um infeliz fim para os três personagens que protagonizam a história. Trágico, mas sem ser massante nem piegas demais. Gostei.
A ambientação nas fazendas de Minas também ficou ótima. Me senti lá, sentado num alpendre e apreciando a noite.
Como ponto de atenção, vi alguns problemas com vírgulas, com esses:
“Rosa dormia tranquilamente em seu leito perfumado [,] alheia a tudo que viria a ocorrer.”
“João Dorneles, sujeito batalhador [,] conseguiu o direito de minerar…”
“Teodoro, filho de um insignificante criador de mulas [,] não era um rapaz bonito.”
Também encontrei o uso incorreto da palavra “anti”, aqui:
“Não conseguiu ser gentil anti tal ofensa, deixou a amargura infectar sua alma.”
O correto, nesse caso, seria “ante”.
É isso.
Parabéns pelo ótimo trabalho!
Olá, Aia Dorneles, boa sorte no desafio. Eis minhas Considerações sobre seu texto.
Enredo: Um velho “coronel” fazendeiro e viúvo compra um casa-mento arranjado. A vítima, uma menina de 13 anos, que passa a cultuá-la com mimos. Esta se enamora, assim como ela, de um adolescente trabalhador da fazenda. Ao serem espionado pelo velho, se amando, sob um pequizeiro, é motivo de vingança, o que resulta na brutal morte dos dois.
Gramática: Bem escrito como narrativa, sem nada que o desabone.
Tema: Um dramalhão ao estilo dos velhos “causos” de fazenda, situado numa época da escravatura? Bem desenvolvido, mas uma história por demais explorada, sem nenhum dado que personalize o conto. Que lhe deixe uma marca autoral. O tema em si, apesar de muito já escrito sobre o assunto ainda é possível se extrair boas história, portanto acho que faltou um pouco mais de esforço do autor (a). Pois o mesmo(a) sabe muito bem desenvolver suas idéias.
🗒 Resumo: um senhor de terra casa-se com uma menina nova, que acaba se apaixonando por um empregado do marido. Quando este descobre, pune-os com a morte. No fim, decide por se enforcar.
📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): gostei bastante da história contada. Não foge de certos clichês de outras do tipo, mas funciona bem. Prendeu minha atenção, me fazendo querer ler até o fim. Peca, porém, pela falta de surpresas. O título entrega toda a trama: que ela irá traí-lo e que alguém vai se enforcar. Isso tirou o impacto do fim. Os personagens negros também acabaram sobrando no trama. Foram nomeados, então a gente espera que eles tenham importância, mas acabaram sendo meras marionetes nas mãos do senhor deles.
📝 Técnica (⭐⭐▫▫▫): há muitos erros de pontuação e alguns de grafia das palavras. O autor sabe contar uma história, mas tem que se atentar para a gramática.
▪ Os negros *vírgula* a contragosto *vírgula* estavam despertos
▪ Zezão e Criolo eram duas peças importantes no plantel da fazenda *ponto* Além da lavoura, eram bons no cascalho
▪ Ela nunca teve apreço por seu marido que *vírgula* complacente, tentava agradá-la
▪ naqueles dias *onde* a delicadeza não era permitida (“onde” é advérbio de lugar; para combinar com “naqueles dias”, “quando” funcionaria melhor, ou até um “que”)
▪ João Dorneles, sujeito batalhador *vírgula* conseguiu o direito
▪ Rio São João *ponto* Também possuía algumas lavras
▪ quedava-se em vãs tentativas de se esquivar *ponto* No fim ela até sentiu uma inexplicável alegria
▪ Por seguidas noites *vírgula* João visitava sua Rosa
▪ regava sua alma com amor *ponto* Com o tempo *vírgula* as brincadeiras deixaram de ser estranhas
▪ Curiosa *vírgula* a menina buscava explicações
▪ Para a molecada *vírgula* era um bobo que trazia alegria
▪ Em meio às cavalgadas do fim de tarde *vírgula* um amor puro e proibido foi surgindo
(Existem outros problemas de pontuação que deixei de anotar para focar na história)
▪ terminavam em *ternos* momentos de prazer (tenros)
▪ Não conseguiu ser gentil *anti* tal ofensa (perante, diante, mediante)
▪ foram eles *á* colherem aquele fruto (a)
💡 Criatividade (⭐▫▫): o texto não fugiu dos maiores clichês da histórias do tipo: senhor de escravos, traição e morte.
🎭 Impacto (⭐⭐⭐▫▫): o impacto é forte, pois há a morte brutal de um casal de jovens apaixonados e um suicídio no fim. Seria ampliado, porém, se não tivesse sido entregado no título.
Observações: Uma história bem contada, mas com alguns problemas de pontuação que em certos momentos travaram a leitura.
Prémio “Afinal havia outro”
Salve, Aia Dorneles,
Resumo: menina muito jovem casa-se com homem viúvo. Descobre o sexo e segue a vida até encontrar seu verdadeiro amor. O marido descobre a traição e passa a régua nos dois, matando-os à sombra da árvore que os acolhia em idílico amor. Fica arrependido, não de os ter matado, mas sabe-se lá o verdadeiro motivo que o levou a isso. Para marcar sua desdita, manda construir um cruzeiro próximo ao pequizeiro. O pequizeiro acaba por entrelaçar seus ramos a um dos braços da cruz. A vida segue.
Comentários: Conto trágico, simples, sem pretensões fora de prumo. Quis dizer do desespero de um homem ao ser traído, do amor de dois jovens, da submissão da alma e disse. Até aí tudo bem. A simplicidade em contar uma história nunca foi demérito de um texto.
Acredito que o tema, entretanto, merecia um pouco mais de cuidado, não deixando que ele caísse na tentação da corrente fácil da narrativa. Acho que foi isso que aconteceu. Parece-me que faltou ao texto descer alguns níveis na profundidade das almas dos personagens. Há um relance disso quando o coronel resolve esperar as coisas amadurecerem em sua cabeça, quando se afasta da visão de que estava sendo traído por sua Rosa. Aí, talvez residisse a busca da profundidade. Mas ele sai disso com um lugar-comum, matando os amantes. Não precisa pensar muito. Mate os dois e termine a história. Ponto final.
Se me cabe aqui recomendar algo, diria que esse é um ponto que fragiliza o texto, a falta de escacavilhar a alma dos personagens, dar a eles uma dimensão um pouco mais profunda.
Teço abaixo alguns comentários que, compreenda-me, tentam dar ao escritor um senso de cuidado com aquilo que escreve. Que observe cada parágrafo, cada sentença, cada palavra, buscando a sua mais perfeita alocação possível dentro do contexto narrativo. Acredito que isso possa ajudar. Vamos, então:
— há problemas sérios com as construções de frases por conta das vírgulas (mais por ausência);
— há uma associação entre bateia e quebra de pedras, que não se associam;
— há “entre dentes” quando deveria ser “entredentes”, advérbio, significando que o que foi dito, assim o foi quase sem abrir a boca…);
— há o uso de “centro-oeste”, quando deveria ser “Centro-Oeste”;
— há o uso de “anti” (contra), quando deveria ser “ante” (diante);
— há a frase que diz que Rosa foi “…arrastada pelos cabelos ainda em mangas de camisa…”. Ela estava deitada, talvez de camisola, não sei. O uso do termo “em mangas de camisa”, normalmente, está associada ao homem. Em mulher que dorme em sua cama, não creio;
— há o uso de “semi-consciente”, quando deveria ser “semiconsciente”;
— há o uso do verbo bulir, com “…ninguém bule…”, quando deveria ser “bole”;
— ao final, os “jagunços” esperam as ordens do coronel. Acredito que o termo não deva ser jagunço, que são, por natureza, homens fora da lei, cangaceiros etc. Acredito que seriam apenas homens que esperavam por ordens de trabalho.
Acredito que o cuidado com a escrita na narrativa deva ser fundamental para construção do texto, dando a ele fluência, não permitindo ao leitor ser tirado de sua concentração para observar detalhes vocabulares ou construtivo. Nisso a simplicidade ajuda, e bastante. Minhas observações são nesse sentido, onde menos é mais, onde a simplificação é tudo.
Boa sorte no campeonato.
Resumo: Brasil da época, provavelmente, colonial onde uma jovem foi prometida a um Senhor de Engenho muito mais velho que ela, e por se tratar de uma moça inocente caiu em adultério com um outro jovem que cuidava dos cavalos, ambos foram mortos pelo senhor de engenho.
Comentário: Olha, esse há uma inspiração de “Casa Grande e Senzala” junto com um amor quase tão trágico como o de “Escrava Isaura”. Extremamente detalhado, por sua vez, triste e trágico, como dito antes.
Um ótimo conto. Um abraço.
RESUMO: O enredo é situado durante o período em que uma parcela da América do Sul se encontrava sob domínio português, com os personagens vivendo na região mineira, envolvidos com atividades típicas praticadas pelas classes mais altas regionais. O principal conflito da história é a paixão proibida entre Rosa e o rapaz cuidador das mulas, às escondidas do senhor de terras com a qual era casada, o Sr. Dorneles. Quando o traído descobre o romance, vê sua alma obscurecer e recorre ao extremo para punir os amantes, ao sacrifício da vida de ambos e de sua própria alma, culminando num subsequente suicídio.
Em primeiro lugar, tomo que para a melhor fluidez da leitura a autora teve que atentar bastante ao contexto no qual decidiu situar o seu conto, o que fez muito bem, conseguindo estabelecer entre os personagens as regras que de fato se encontravam imbuídas no âmago daquela sociedade. Com isso, quero dizer que soube muito bem evocar as relações de domínio que eram muito bem delimitadas nas propriedades e no matrimônio. Só a partir disso que o principal conflito do enredo ficou verdadeiramente palpável.
Dentro disso existe ainda as nuances que tornam os personagens vívidos. A autora foi muito feliz ao trazer um marido que não fosse mero sinônimo de maldade e dominação, deixando evidente uma considerável humanidade no seu tratamento com a esposa criança. O mesmo cuidado foi dedicado à personagem da Rosa, cujo entendimento do mundo e do amor é mesmo comovente, de modo a deixar a descoberta da paixão com Teodoro uma virada verdadeiramente significativa na história. Acredito que é justamente por essa boa construção das personagens que a segunda metade do conto se tornou impactante, pois é a decadência de Dorneles que situa o enredo neste momento, algo que só pôde ser sentido justamente pelo contraste com a personalidade que nos tinha sido apresentada anteriormente. A cena do castigo foi chocante, demonstrando uma violência fatal e, ao mesmo tempo, vazia, no sentido de que cumpria uma vingança insatisfatória, explicitada pela autora no próprio comportamento do carrasco indireto que se transformara Dorneles.
Interessante notar que esses dois são os únicos personagens desenvolvidos a uma profundidade considerável. No amante se encontra apenas o reflexo de carisma ao qual poderíamos atribuir a paixão de Rosa e nos escravizados vê-se uma atribuição que os toma mais como um ente coletivo, quase uniforme, apesar de termos entre os cativos personagens identificados pelo nome. Isto não é um ponto negativo, pois o próprio limite de palavras condiciona à escolha do que melhor desenvolver no conto. Em verdade, acredito que a autora foi sábia em ter escolhido marido e esposa para serem os personagens principais do conto. Parabéns!
A DISPUTA: Pelo que parece, tanto pelo nível dos contos que tem me sido atribuídos como pela própria tarefa em si, decidir entre os contos (e seus autores) vai ser difícil. Outra coisa para a qual tenho que chamar atenção é que justamente pela temática livre é que se torna mais difícil fazer uma leitura comparativa dos contos, uma vez que cada qual traz sua própria premissa e livre abordagem. E quando ambos são exímios em domínio da língua portuguesa e estrutura de narrativa (mediante seus próprios objetivos), torna-se ainda mais complicado escolher. Dessa maneira, mede-se pelo impacto que causa cada conto. Vejamos:
Em primeiro lugar, delimitemos o sentido de cada conto: no dos amantes, o enredo é distribuído na perspectiva de duas personagens, com um conflito principal que está tanto nos indivíduos do enredo como também nas regras sociais ditadas pelo contexto no qual a narrativa é muito bem situada. Já na Coroa de Deus, temos também uma conjuntura muito bem delimitada, que remete às periferias contemporâneas, com conflitos que são principalmente internos da personagem, mas que se espelham em situações externas. A diferença é que, diferente do conto dos amantes, a Coroa é mais investida em retratar o interior da personagem em suas particularidades. Digo isso porque apesar da condição “rústica” da mentalidade dos personagens do conto dos amantes, achei ali sentimentos “universais”, como amor, cumplicidade, justiça, honra e insegurança. Já na “Coroa”, talvez ironicamente, temos uma personagem situada no mesmo contexto em que vivemos, mas marcada por uma singularidade que advém tanto da situação na qual vive (muito bem explicitada pelas reflexões que a autora escolheu para retratar a cosmovisão da personagem) como na filosofia que segue, concebendo uma personagem única, Maristela, alguém com quem não podemos (bom, pelo menos eu não posso) nos identificar completamente, mas que certamente é alguém com quem nos envolvemos e até torcemos para que suceda.
Minha decisão neste confronto é a favor da “Coroa de Deus”, simplesmente pela habilidade da autora de evocar situações externas e internas simultaneamente, o que demonstra um verdadeiro talento em estruturar sua narrativa de modo a demonstrar as múltiplas facetas que tem as situações, condicionadas a partir de quem as vive. Obviamente, isso não diminui a qualidade de “O Amante, a Rosa e o Enforcado”, cuja excelência já foi exaltada em meu comentário individual. Meus parabéns aos dois participantes, desejo boa sorte nos confrontos que virão!
O Amante, a Rosa e o Enforcado – Aia Dorneles
Nesse desafio, irei avaliar cada texto de forma cruel, expondo os defeitos sem pudor. Mas não se preocupe: serei completamente justo na hora de decidir o vencedor do embate. Meu gosto pessoal? Jogarei fora neste certame.
– Resumo: Um conto de época. João era um grande coronel do interior de Minas Gerais. Casou-se com Rosa, uma pequena flor que ainda estava para desabrochar. E amou-a como deveria: com ternura, até a idade certa para a consumação. Em seu lugar, Rosa não amava João, pois nunca lhe foi dada opção. Passou a amar o cuidador de cavalos e assim passaram a ser encontrar. A senzala gostava de Rosa e a protegia, mas isso não foi o suficiente para evitar a descoberta da traição. João descobriu tudo e foi consumido pela raiva e rancor. E então veio a tragédia, onde os dois amantes foram mortos e João, no final de tudo, enforcou-se, pois a vingança não cura a amargura do coração de uma pessoa. Esse é o fim.
O texto está escrito de forma perfeita. Não tem o que comentar sobre isso, não mesmo. Não dá pra ser cruel com aquilo que está excelente, hahahaha! Que a justiça seja feita: a narrativa é muito boa, o desenvolvimento da história também, tudo é muito bom.
O único fator que pode ser indicado como um ponto fraco, acredito, seja a natureza previsível do conto. É fácil perceber qual será o final. Pela forma como foi escrito, fiquei pensando que seria surpreendido com alguma coisa, mas não aconteceu nada. Acabou da forma como pensei e que o título denunciou. Outro fator que pode enfraquecer a trama é a falta de algum personagem marcante. Nenhum se destacou. Também, não dá pra sentir o amor dos amantes, pois é tudo narrado de forma distante. Talvez uma narrativa mais intimista poderia dar mais vida ao conto.
São coisas pequenas que acabam prejudicando o conto. Ele é muito bom, mas poderia ser melhor. Talvez por isso acabou perdendo no primeiro embate.
Resumo:
O conto fala de um triângulo amoroso interessante, a história se alonga um pouco demais, mas o autor tem uma narrativa muito boa que nos prende aos sentimentos dos personagens, coisa que não pode faltar em um bom conto. Vamos conhecendo os personagens e a traição é descoberta, a mágoa consome a alma do patrão que se vinga de maneira cruel. Um bom conto!
Gramática:
Algumas vírgulas empregadas de forma equivocada, tipo coisa minha e o equivoco abaixo:
entorpecer preguiçosos do corpo – preguiçoso
Estou dando nota para o conto sem o pedido prévio de análise, caso venha a ser solicitado haverá o confronto das notas finais dos dois contos para escolha do vencedor do embate.
Critério nota de “1” a 5″
Título: 4 – Um título grande, mas gosto desse tipo de título. Ele é atrativo e revela que o autor quer te convidar a decifrar algo, adoro isso!
Construção dos Personagens: 4 – Muito boas, mas como são muitos personagens uma ou outra coisa falta, entretanto o autor teve domínio!
Narrativa: 3 – Narrativa muito boa, mas em alguns momentos acabei me cansando devido a alguns excessos, o texto pode ser um pouco mais enxuto.
Gramática: 4,5 – apenas detalhes!
Originalidade: 3 – É uma história muito interessante, mas também não é nada de inovador, é sempre aquela história que sabemos que já aconteceu algo parecido na vida real, e mais um conto de traição!
História: 5 – Foi muito bem contado, teve zelo no arco da história e trouxe muitas descrições que nos aproximaram do enredo e da época destacada!
É um conto muito bom! Parabéns!
Total de pontos: 23,5 pts de 30
Boa sorte no desafio!
Olá, Autor(a),
Tudo bem?
Resumo
Em uma fazenda escravagista, o senhor de terras é traído por sua mulher e vinga-se dela e do amante com extrema violência, assassinando-os. Anos depois, arrepende-se e se suicida.
Meu Ponto de Vista
O conto investe na linguagem clássica, e, tem o clima e a trama de um bom livro do gênero. Uma história com o peso da triste realidade do que acontecia na época, mas que, infelizmente, ainda hoje ocorre, ainda que de diferentes formas, ao se focar a temática feminicídio ou assassinato passional.
Parabéns por seu trabalho.
Desejo sorte no campeonato.
Beijos
Paula Giannini
Comentário-Rodada1-(“Manuscrito” X “O Amante, A Rosa e o Enforcado”)
“O Amante, A Rosa e o Enforcado”
Conto ambientado no brasil escravocrata, em Minas Gerais. Um senhor de escravo, sua jovem esposa e um caso de traição dela com um tropeiro. O senhor tortura e executa os amantes e, depois de um tempo, se enforca. O conto bem ambientado, trouxe bem o drama com frases precisas sem enrolação. boas descrições, principalmente sobre a vida sexual da moça, porém faltou diálogos o que me fez optar pelo outro conto para meu voto. Boa sorte na próxima rodada.
Caro(a) autor(a),
Desejo, primeiramente, uma boa Copa Entrecontos a você! Acredito que ao participar de um desafio como esse, é necessária muita coragem, já que receberá alguns tapas ardidos. Por isso, meus parabéns!
Meu objetivo ao fazer o comentário de teu conto é fundamentar minha escolha, além de apontar pontos nos quais precisam ser trabalhados, para melhorar sua escrita. Por isso, tentarei ser o mais claro possível.
PS: Meus apontamentos no quesito gramática podem estar errados, considerando que também não sou um expert na área.
Resumo: O conto aborda o triângulo amoroso entre João (marido), Rosa (esposa) e Teodoro (amante da mulher) e o desfecho trágico que acaba nas mortes dos três personagens principais.
Impressão pessoal: Bom, devo confessar que me decepcionei um pouco com o conto. Tinha tudo para me conquistar; história de época, título criativo, romance e uma boa escolha de palavras. Porém, os erros de vírgula travaram bastante a leitura, além do desenrolar previsível da história.
Enredo: O enredo é regular. Acredito que, por causa do limite de palavras, a construção dos personagens ficou um tanto prejudicada. Acho que se tivesse um enfoque maior em Rosa e em seu ponto de vista, teríamos uma melhora significativa do conto.
Gramática: Notei muitos erros de vírgula. Percebi, também, outros erros:
“Não conseguiu ser gentil anti tal ofensa” – Aqui, o correto seria “ante”.
“…foram eles á colherem…” – O uso da crase é proibido antes de verbos.
Pontos positivos:
• Gostei da forma na qual você escolheu palavras para construir a história.
Pontos negativos:
• Faltou uma boa revisão. Os erros gramáticos travaram a leitura;
• O enredo esbarrou nos clichês.
Obviamente, peço desculpas antecipadamente por quaisquer criticas que pareçam exageradas ou descabidas de fundamento. Nessa avaliação, expresso somente minha opinião de um leitor/escritor.