As mãos trêmulas abafaram os soluços que saiam descontrolados de sua boca, o corpo tremia e as lágrimas escorriam em abundância por suas bochechas. Lembrou-se então que as mãos estavam sujas, sentiu o gosto de ferrugem nos lábios. Fechou os olhos com força e encostou a cabeça no canto da cama, onde escondeu-se desde o momento em que constatou a tragédia.
Minutos depois engatinhou devagar até o outro lado do quarto, primeiro viu os pés dela em uma posição estranha, calçados em um fino scarpin. Avistou o objeto de desejo. Avançou sem olhar para a mulher estirada no chão e pegou o celular. De repente tê-lo nas mãos lhe trouxe mais angustia que conforto. Ligaria pra Alan e contaria tudo o que aconteceu, ele viria lhe buscar e protegê-la de tudo, mas, por algum motivo os dedos não se moveram. Um estrondoso trovão cruzou os céus trazendo junto uma forte chuva. Correu para fechar as janelas, quando virou não pode deixar de encará-la. A pele sempre perfeitamente bronzeada agora estava pálida, os olhos semi abertos fitavam o vazio, os cabelos dourados possuíam mechas tingidas de vermelho sangue. Mas foram os lábios que fizeram um frio correr por sua espinha, tal como se lembrara antes do estopim, carregavam aquele sorriso cínico com o qual tivera o desprazer de conviver durante muito tempo…tempo demais. Ali, estirada no chão, ainda zombava dela. Imagens fragmentadas de momentos antes retornaram à sua mente.
Discussão
Choro
Raiva
Briga
Seu reflexo diante do espelho depois de golpeá-la, seus últimos suspiros. O que era aquele olhar?
Contemplação
Prazer
Adrenalina
E então, pânico.
Sobressaltou-se quando o celular tocou, deixando-o cair no chão. Agachou-se para pegar e viu a foto de Alan, seu noivo, estampada na tela trincada.
Queria atender, o que diria? O que aconteceu? O telefone silenciou e segundos depois voltou a tocar. Com as mãos trêmulas, Carla atendeu.
– Onde você está?
Onde ela estava? Olhou ao redor, o quarto do velho chalé de Verônica, costumava passar muitos momentos ali, aquele lugar contou muitas histórias…e com certeza contaria muitas mais.
– Carla, onde você está?
Carla voltou a si, ouviu a respiração do outro lado da linha. Seus lábios tremiam, queria chorar, contar-lhe tudo.
Precisava dizer.
“Dirigindo… A chuva está muito forte, vou encostar em algum lugar e esperar passar, preciso desligar…estou bem, amo você”. A mentira saiu num só fôlego, o coração apertou. Não havia mais volta pelo que fez, menos ainda pelo que iria fazer.
Sou uma boa pessoa… era o que repetia a cada minuto. Tinha trinta anos, fazia trabalho voluntário, respeitava as leis, adorava cachorros, frequentava a igreja, não tinha coragem de matar uma mosca. Deitada na cama, rolou até que pudesse olhar para baixo…uma mosca. O sorriso continuava nos lábios, agora azuis, de Verônica.
Levantou, limpou as lágrimas. Estava feito.
Não foi tão difícil quanto imaginou pegar o corpo e colocar no porta malas, Verônica era minúscula e esguia. Nunca entendeu como uma criatura tão pequena pudesse lhe esmagar com tanta facilidade. Ensopada, limpou o lugar com o máximo de esmero que conseguiu, retirando qualquer sinal de que estivera ali. Permaneceu na porta algum tempo analisando o quarto, sua mente trabalhava muito rapidamente em algo que ainda não fazia ideia no que se transformaria. Entrou uma última vez para pegar um objeto que sabia onde ficava escondido desde criança. Contemplou-o.
Ligou o carro de Verônica e partiu.
Já estava longe do chalé, a estrada seguia sem trânsito por causa das chuvas, um ou outro carro passava por ela. Então o cenário mudou, apertou mais forte o volante quando ouviu sirenes, conteve o instinto de fugir. As viaturas passaram por ela a toda velocidade, seguidas de ambulâncias. Não havia desvio, acompanhou os carros e se viu em um bloqueio. Andou devagar, o coração acelerado enquanto policiais auxiliavam os motoristas. À frente uma cena estava montada, dois carros haviam se chocado, dois copos cobertos foram colocados nas macas, um outro permanecia no chão, a perícia tirava fotos. Passou lentamente por ele, era uma mulher, jovem e bonita, o único ferimento visível era um pequeno furo na testa.
Seu olhar parecia chocado, em pânico, os lábios entreabertos, sem sorriso.
Ouviu buzinas então voltou a si. Passou pelo bloqueio sem ser parada e seguiu.
Sou uma boa pessoa, sou uma boa pessoa. Sua uma boa pessoa.
Freou bruscamente, os pneus cantaram levantando a água da chuva. À sua frente a figura de um homem que parecia tão surpreso quanto ela. O carro ficou a centímetros de acertá-lo. Apertou forte o volante, a respiração acelerada. Esperou que saísse da frente para que continuasse. Ele hesitou, por uma fração de segundo Carla achou que ele viria em sua direção, buzinou. Muito lentamente ele caminhou mancando para o outro lado da estrada sem deixar de encará-la um segundo.
Acelerou e viu sua figura negra ficar para trás. Conforme seguia, instintivamente foi diminuindo a velocidade até parar. Foi tomada pela vertigem, sua mente era uma confusão de imagens e pensamentos. Aquela sensação familiar tomou conta de si. Encostou a cabeça no volante dando pequenas batidas. Em poucos minutos, tudo fez sentido.
Num rompante deu a ré, o carro voltou a toda velocidade na estrada vazia. Não demorou a encontrá-lo.
Nunca dê carona a estranhos. Era o que sua mãe diria. Mas depois que se comete a maior das loucuras as outras simplesmente tornam-se insignificantes.
– Precisa de ajuda?
Ele era jovem, não devia ter mais que vinte e cinco anos, estatura média, branco. Barba feita e as roupas não eram ruins. Carregava uma mochila que parecia bastante pesada. Ele entrou no carro sem dizer nada, muito desconfiado, um pouco transtornado. Permaneceram em silêncio por algum tempo durante o trajeto.
Quando chegaram em uma encruzilhada ela parou.
– Esquerda ou direita…para onde está indo?
Ele virou-se pra ela, seu semblante era cansado.
– Por que voltou? Costuma dar carona para estranhos na estrada em dias chuvosos?
– Costuma aceitar?
– Bem, você não parece uma assassina em série.
– Você parece?
– Não consegue responder uma pergunta sem fazer outra?
– Desculpe, tem a ver com minha profissão.
– Detetive?
– Um pouco mais romântico que isso. Sou extremamente observadora, seu perfil é muito comum, confesso que estava esperando algo mais…original.
Sua expressão fechou, passou a mão pelo rosto exasperado.
Ela sorriu.
– Seu corpo está tenso, não relaxou um músculo desde que entrou no carro. Olha pra todos os lados como se estivesse esperando algo, ou alguém surgir. Por dois momentos achei que iria me atacar, mas simplesmente desistiu, concluo que não sabe o que fazer. Não está acostumado a estar no controle. A chuva não levou totalmente o cheiro de álcool impregnado em você. Olhos vermelhos, pupila dilatada… estava chapado não tem muito tempo. O fato de estar machucado o impede de tomar decisões bruscas.
– Impressionante. – ironizou – Sabe dar conselhos também?
– O que você quer fazer?
– Voltar no tempo seria uma boa.
– Seria maravilhoso. – disse com sinceridade – Foi difícil pra você?
– O quê?
– Matar aquelas pessoas.
Silêncio.
– Por que voltou? Ele perguntou uma segunda vez.
– Não sei direito…ainda é apenas um rascunho.
Carla sentiu o golpe, a vista escureceu. Instintivamente seus lábios formaram um sorriso, como aquele que odiava tanto enquanto se entregava a escuridão.
***
Acordou sentindo-se enjoada, um solavanco quase a fez cair. Estava no banco de trás, uma dor latejante na cabeça a fez situar-se no que estava acontecendo. A chuva cessara, não fazia ideia de que horas eram, o carro corria.
Por um breve momento decepcionou-se por ainda estar viva. O sentimento passou tão rápido quanto veio.
Olhou para o perfil do estranho no banco do motorista. Ele socava o volante e praguejava. Carla sabia que o machucado na perna o limitava.
– Seu nome é Pedro, tem vinte e quatro anos, mineiro. – ela começou a dizer, a voz rouca. – Filho de pais simples, mas honrados. Estudioso, o envolvimento no crime foi por acaso…
– Que merda está falando, sua louca?
– Eu sei… clichê, não é? Não há identificação… deixe-me tentar novamente. Pedro…
– Cale a boca!
– Paulistano, estudante de arquitetura. Conheceu uma garota…Laís, as tragédias começam assim..com um amor. Ela era diferente, ousada. O fogo em seus cabelos o deixava louco. Você a levou para conhecer o seu mundo, mas Laís não se adaptou. Ela o levou para conhecer o dela e você ficou. Drogas, sexo, aventuras…Perigo. Vocês tentaram fugir, noite chuvosa… uma mochila cheia de drogas. Confronto, tiros, mortes… você conseguiu, mas a que preço?
Ele parou o carro. Respirava ofegante. Carla sentou no banco olhando-o pelo retrovisor.
– Ana Alice. O nome dela era Ana Alice. – ele disse.
Carla sorriu.
– É mais bonito.
– Eu não matei ninguém! Nunca…ela fez…tentou nos proteger e tudo que fiz foi correr. – chorou.
Carla senti o coração encolher, aquela sensação de desespero ameaçou tomar conta de novo. Não podia permitir, não havia mais volta.
– Pare! Cale-se…está estragando minha história com essas baboseiras, ninguém liga pra isso.
– Sua história? Você é mesmo louca, não é? Saia da porra do carro antes que eu…
Ela olhou em volta, a mente fervilhando, sair poderia ser a melhor solução, mas algo estava impedindo-a. Balançou a cabeça freneticamente.
– Não…não foi assim que imaginei…não é assim que termina sua parte! –. disse-lhe com raiva repentina.
– E como é que termina, louca maldita? Saia da porra do carro!
Carla olhou nos olhos dele, parecia cada vez mais um menino assustado, sem rumo. Precisando de ajuda.
– Você morre.
***
– Carla?
Abriu os olhos lentamente, observou o rosto de Alan, seu sorriso era gentil, a voz preocupada… o cheiro familiar. Abraçou-o.
– Está na hora.
Acenou.
– Só me dê um minuto.
Quando ele saiu, levantou e caminhou até o espelho. Vestia um vestido negro, um fino scarpin da mesma cor nos pés, os cabelos presos. Encarou seu reflexo e não se reconheceu.
A cerimônia era reservada, apesar da grande quantidade de pessoas e da imprensa do lado de fora. Durante as últimas três semanas o rosto de Verônica estampou os principais jornais. O que aconteceu com a escritora mais famosa do país? Verônica Martins, romancista, ganhadora de prêmios internacionais com seus livros de suspense policial e terror. Seu corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição dentro do próprio carro em um desfiladeiro de difícil acesso. Junto à ela havia um outro, que mais tarde foi identificado como sendo do universitário Bruno Xavier, principal suspeito do crime. As autoridades acreditam que Bruno abordou Verônica na estrada depois de se envolver em um confronto com traficantes onde morreram três pessoas, entre elas, sua namorada Ana Alice Moreira. O que aconteceu depois ainda era um mistério.
Carla depositou uma rosa do túmulo e se afastou. O velho chalé estava a poucos metros de distância. Sempre fora desejo de verônica ser enterrada naquelas terras, como os pais. Entrou hesitante, passou pela salinha com a TV e lareira e encaminhou-se para o quarto. As lembranças estavam vivas, podia ver duas meninas brincando de contar histórias, uma era extremamente talentosa, a outra, esperta. Carla nunca havia se importado em ser uma Ghost Writer, gostava de escrever mas nunca conseguiu espaço. Quando Verônica, uma jovem influencer, propôs assinar as autorias para ajudá-la, aceitou, ganhou dinheiro e suas histórias ganharam o mundo. Nunca imaginou que tudo terminaria assim.
Sentou na velha escrivaninha, onde havia pilhas de papéis, uma em especial. Folheou o manuscrito, acreditava que era a melhor coisa que já havia escrito. Verônica também, lembrava-se bem da emoção contida em seus olhos, como se ela própria o tivesse escrito.
“Por que o escreveu a mão?” ela lhe perguntou, mas já sabia a resposta.
Carla a odiou naquele momento.
Não dessa vez, não essa história… era meu, coloquei minha alma em cada linha!
Fechou os olhos, lembrou dos últimos instantes juntas, as lágrimas caíram. Pegou o manuscrito, passando a mão delicadamente sobre a capa improvisada que já juntava poeira. Aproximou-se da lareira, hesitou.
Você tirou minha vida também.
Virou as costas e partiu, deixando sua alma ceder ao fogo. Mas não era o fim.
Ainda tinha uma última história para contar.
Aqui temos o caso de uma ghost writer, Carla, que mata sua cliente, Verônica, por ciúmes. Assustada, ela foge e, no caminho, depara-se com um acidente de trânsito que se revela um assassinato. Logo adiante, encontra um rapaz, que intuiu ser o responsável pela morte das pessoas do acidente. De alguma maneira, Carla dá cabo da vida desse sujeito e, ainda, consegue colocar a culpa nele pela morte de Verônica.
A grande qualidade deste conto é o suspense em que coloca o leitor. Não é fácil construir uma atmosfera de expectativa e antecipação com um limite assim exíguo, mas aqui, a todo tempo o leitor precisa dominar a vontade de saber, afinal, como tudo vai terminar. Outro aspecto positivo é a narrativa não-linear, que obriga a uma atenção redobrada por parte de quem lê, para que as peças se ajustem pouco a pouco. É um recurso típico de novelas ou de séries policiais, que vão revelando a conta gotas todo o contexto em que a trama se desenrola: quem é quem, os motivos, as reviravoltas…
Achei a ideia muito boa, mas é evidente que o limite de palavras do desafio prejudicou um pouco o desenvolvimento da história. Não sabemos, por exemplo, como Carla matou Pedro/Bruno. As motivações pessoais que tornaram Bruno um assassino também são apenas arranhadas. Isso tudo, porém, pode ser melhor aprofundado numa reescrita, assim como as características psicológicas dos protagonistas. Em face do limite, pudemos ter apenas um vislumbre de suas mentes doentias, traduzida, no mais, pelos diálogos. Com o fim das amarras, será possível mostrar um pouco mais dessas nuances.
Definitivamente este é um texto que merece uma revisão.
Em qualquer caso, a autora está de parabéns por conseguir escrever um ótimo conto policial. Um texto acima da média aqui no desafio, que seguramente merece o lugar conquistado. Parabéns.
Sinopse: Carla assassinou Verônica no velho chalé. Ligou para Alan, seu namorado, mas resolveu não contar a ele. Colocou o corpo no porta-malas e seguiu pela estrada, encontrando um bloqueio policial. Era uma ocorrência de morte, com uma mulher baleada na testa, e ela acabou não sendo parada pela polícia. A seguir, quase atropela um homem, ao qual volta e dá carona. Eles conversam, e ela intui que foi ele que matou as pessoas no acidente. Ele a golpeia e ela desmaia. Ao acordar, começa a pensar numa provável história para ele, Pedro. Mas a história que ela quer criar não é a dele, e ela a abandona. Num corte, sabemos que Verônica, escritora famosa, foi encontrada morta no carro com Bruno(?), que estava fugindo de um confronto com a Polícia onde sua namorada morreu balada. A seguir, que Carla era realmente quem escrevia, e que Verônica era uma famosa digital influencer que tomou a fama. De volta à cabana, pegou o manuscrito que comprovava sua autoria e o queimou na lareira, para começar a escrever uma última história.
Comentários: uma história policial, a la Stephen King, que a meu ver tem mais estrutura de novela do que de conto por suas diversas reviravoltas e implicações. A meu ver, a narrativa focou bastante na ação, e em alguns momentos somente tocou a superfície do sentimento e da motivação dos personagens, o que poderá ser melhor desenvolvido numa reescrita em formato mais extenso. Uma leitura leve, ainda que com um ou outro deslize de digitação (“dois copos cobertos foram colocados nas macas”). Boa sorte em seus projetos!
Uma escritora usou da parceria de uma garota esperta para fazer sucesso com suas obras. Ocorre que no futuro a escritora a matou por ciumes. Na fuga, com o corpo no porta-malas do carro, dá carona para um rapaz. O mata, foge, e o faz ficar com a culpa do crime. Queima a história que foi o motivo da briga, mas ganha uma personalidade para ela mesma assumir o posto a partir daquele momento.
Olha, esse conto me fez parecer que deixei passar informações. Ao mesmo tempo que gostei das reviravoltas, parece que algo não está encaixando. Como ela matou o rapaz, já que estava no banco de traz atordoada? Como do nada ela apareceu com o namorado e fugiu totalmente da cena do crime? Esse manuscrito, do que se tratava?
Gostaria que o autor se manifestasse sobre tudo isso. Está complicado votar dessa vez. O outro conto não tem criatividade, mas uma ótima escrita; esse, bastante criatividade, mas talvez tenha deixado muitas portas abertas – ou eu que não entendi alguma coisa? -. Preciso pensar.
Olá autora. Este vai ser o meu último comentário deste desafio. O seu texto tinha um grande potencial, mas creio que o resultado ficou aquém do esperado. Conta a história de uma ghost writer que mata a sua cliente. Coloca o corpo dentro do carro da vítima e no caminho dá boleia a um segundo assassino que ela mata também. Grosso modo, é está a história, mas fica muito por explicar, muitas incoerências na história. Se o motivo da morte da escritora parece óbvio, já a forma como a segunda vítima é morte é demasiadamente obscura, tão obscuros quanto os diálogos. O final, a importância do manuscrito, fica também perdido e é este facto que assassina definitivamente o conto.
Carla, que é ghost writer da afamada Verônica, acaba matando-a após discussão a respeito de um romance que estava escrevendo. Em desespero, ela coloca o corpo no carro e pega estrada. Passa por um acidente, dá carona para um estranho, descobre que tal estranho foi o culpado pelo acidente, acaba revelando ao estranho sua bizarrice de querer criar histórias o tempo todo, o cara ficar com medo e ocorre um acidente. A protagonista acorda nos braços de seu amado, percebe-se que estão em um enterro próximo ao chalé em que matou Verônica. Revela-se que ela e Verônica tinha uma relação antiga no que se refere à escrita, uma muito talentosa e a outra muito famosa.
Engraçado que quando estou lendo um romance qualquer, não fico criando expectativas em relação ao que irá acontecer nos próximos capítulos, eu simplesmente aceito o que está lá. Já aqui, no Entrecontos, ocorre algo diferente, talvez por fazer parte do certame e ser também autor, fico sempre esperando que a trama de uma guinada na direção que eu gostaria que ela fosse. A história me causou inicialmente uma estranheza grande, apesar de um pouco confusa, consegui ir seguindo os fragmentos, há uma ambientação fria, clima de chuva, um pouco de noir com aventura, e a protagonista chama atenção justamente por ser confusa, o que se revela com mais força no momento em que conversa com o pelego no carro.
Não sei o porquê, mas na minha cabeça, depois que ela encontrasse Alan, ia colocar seu melhor vestido, entrar no carro com ele e se entregar à polícia. Enfim, coisa minha.
Mas ocorreu mais um caso de final surpresa, como em outro conto que li há pouco, do matador de trolls que se revela esquizofrênico. Após um fade (***), ela acorda nos braços do amado e logo sabemos a história toda por trás, era uma ghost writer e num acesso de guerra de egos, acaba matando a influencer que levava os louros por seu trabalho. Enfim, eu não gostei disso e, embora ache que foi bastante trabalhado como ideia para arrematar a trama, me passa essa sensação de “já li isso antes”, o que enfraquece o impacto do conto para mim.
O conto retrata as horas seguintes a um assassinato e as aventuras que a pessoa a perpetrá-lo tem que passar. Ela coloca o corpo no porta malas, encontra um sujeito para incriminar e abandona-os em algum lugar distante. Descobrimos que o roubo de seus sonhos é a motivação.
O conto é interessante apesar de faltar um pouco de complexidade. Acho que um aspecto mais intimista poderia ter ajudado nesse aspecto. De repente uma narrativa em primeira pessoa poderia ter sido mais apropriada nesse sentido.
RESUMO:
Carla encontra-se em um cenário de um crime. O corpo de uma mulher e suas mãos sujas de sangue denunciam que ela foi a assassina. Foge levando o corpo a fim de se livrar de qualquer prova. Na estrada, depara-se com outra cena de crime e acaba dando carona ao suspeito que se revela inocente, mas acaba sendo morto por Carla. No final, descobre-se que Carla é uma ghostwriter que se cansou do anonimato e rebelou-se contra Verônica, que tinha fama, mas não talento. O manuscrito acaba sendo atirado ao fogo, representando a alma perdida de Carla.
Conto com tom de suspense/policial, despertando logo o interesse do leitor pelo destino da protagonista. O mistério envolvendo o assassinato e depois o misterioso caronista traz um ritmo lento e envolvente à trama.
O texto está muito bem escrito, mas há algumas falhas de revisão: falta de acento em angústia, pode no lugar de pôde, nome própria com letra minúscula. Acredito que tudo por pressa ao digitar.
O leitor, ainda mais sendo um escritor ou aspirante a, logo se sente fisgado pela empatia que o conto provoca. A identificação é imediata.
Trama bem trabalhada, com toques de suspense e alta tensão.
Boa sorte!
Boa tarde! Um conto de quebra-cabeças, com uma “escritora fantasma” narrando seu lado da história, como a outra escritora morreu no carro junto do homem que pediu carona, mas que foram orquestrados pela protagonista (que mostra no começo) a fim de terem uma última boa história.
Confesso que achei um pouco confusa a história, então narrei o que consegui compreender do todo. Gostei da ideia por trás do conto, de envolver a escritora fantasma e criarem um último livro envolvendo um trabalho de campo, digamos, bastante real, com mortes e tudo o mais. Mas o modo de contar não me envolveu tanto, por ser meio corrido em alguns momentos, perdendo algumas informações, numa revisão daria pra corrigir. Fora isso, um bom conto, com uma ótima ideia, só lapidar pra deixar mais redondinho.
Manuscrito – Verônica Martins
Nesse desafio, irei avaliar cada texto de forma cruel, expondo os defeitos sem pudor. Mas não se preocupe: serei completamente justo na hora de decidir o vencedor do embate. Meu gosto pessoal? Jogarei fora neste certame.
– Resumo: Carla está desesperada, completamente vulnerável. Sua amiga estava morta e ela era a assassina. Num clássico e clichê dia perfeito para assassinatos (chuvoso e cheio de trovoadas), ela coloca o corpo da amiga no porta-malas do carro e vai embora, sem saber o que fazer. E então, num clima tenso, ela atravessa por policiais e um caroneiro estranho. Tomada por uma súbita, e burra, coragem, ela para o carro e deixa ele entrar. Depois de uma breve discussão, ela é nocauteada e feita prisioneira dele. Mas ela logo reverte a situação e soluciona seu problema colocando ele como o assassino de sua amiga, matando-o também, claro. No final, ela reflete sobre suas ações e sua amiga. E seu trabalho. Esse é o fim.
Logo de cara, encontrei um grande problema na sua escrita: a necessidade de adjetivar quase tudo quando existe o desejo de dramatizar ou emocionar. E isso prejudicou a qualidade final do seu texto. Primeiramente, você confundiu trovão com relâmpago. Trovão é o som gerado pelo raio que também gera o relâmpago. E o relâmpago é a manifestação visual da descarga elétrica. Então, o que cruzou o céu não foi um trovão, mas sim um relâmpago. Por sua vez, um relâmpago vem sempre acompanhado de um trovão. É algo natural. Nem sempre conseguimos escutar o som do trovão, isso se estivermos bem distantes, mas quando estamos perto, sempre escutamos. Na narrativa, você deu a entender que aconteceu tudo muito perto, tanto que começou a chover logo em seguida e a menina se assustou com a trovoada. Então, apontar o trovão como algo estrondoso se torna um pleonasmo, pois o som, em si, já é altíssimo e o leitor já tinha percebido isso. Ao mesmo tempo que você trocou os nomes das coisas, você cometeu um pleonasmo. Volta e meia, durante o texto, você fez a mesma coisa, construindo frases medianas e com erros tolos de digitação.
Eu sempre digo que um bom escritor é um pesquisador nato. Ele estuda tudo o que pode. Ele corre atrás de tudo que pode. Ele lê muito. Ele tenta entender o mundo, a física do nosso universo, as lendas, os caminhos espirituais: tudo para servir como base de suas escritas. Faça isso e não irá cometer erros tão tolos.
Isso tudo espelha apenas uma coisa: seu perfil de escritora. Você escreve com emoção, numa avalanche de sentimentos, e pronto. É isso. Você não lapida seu texto usando sua mente, sua lógica. Sem essa parte na lapidação, o texto fica bruto, pois para um romântico, de fato, uma pedra bruta pode se parecer uma joia rara. Mas para o verdadeiro técnico, aquele que enxerga pelos dois olhos (coração e mente), uma pedra bruta será, bem, uma pedra bruta. E ele entende que é necessário muita lapidação para transformar a pedra em joia.
Outro fator que revela sua escrita unilateralmente passional: a personalidade da protagonista. No início, quando você escreveu num tom mais tranquilo, triste, agoniante, você fez uma personagem vulnerável e sensível. Mas, assim que começou a fuga dela, sua escrita se tornou mais direta, sem muitos adjetivos, eletrizante, por assim dizer. E a personalidade acompanhou essa mudança. Você mudou a personalidade dela. De uma hora pra outra, ela se tornou corajosa e forte. Isso é péssimo para a história. Não dá pra definir quem a protagonista é. Ela é fluída, dependente do seu temperamento na hora da escrita. Não é viva. É falsa. Uma mera marionete no seu poder.
Utilizando-se a mente, você poderia planejar a história, que tipo de personagem você ia fazer, traçar o “início, meio e fim” e assim construir um texto. Não tem problema algo escrever num lance, com emoção, com força; o problema é não usar a cabeça depois desse processo, nem que seja necessário reescrever o conto. Como sua escrita pareceu ser bem passional, talvez você tenha começado o texto num dia e terminado noutro, isso explicaria as três fases da sua personagem: vulnerável, forte e reflexiva.
Reforço aqui: a personagem pode ser complexa, com variações lógicas de temperamento, mas, como uma pessoa real, ela deve ter características fundamentais de sua personalidade bem determinadas. O problema são as variações que surgem do nada, mudando completamente o temperamento da pessoa. Isso enfraquece a trama no todo e a psicologia dos personagens. Sabe o que faz uma boa história: um personagem tão vivo que poderia ser uma pessoa real.
Você tem potencial, já escreve com emoção, agora é hora de se focar na parte mental, na lapidação técnica. Acredito que assim, provavelmente, conseguirá fazer histórias bem legais, pois a trama tinha um ponto inteligente que poderia ser melhor aproveitado.
RESUMO:Eu tive uma dificuldade de entender o texto, mas o que eu consegue tirar foi que é a história de uma Escritora que matou a amiga, ou estava desenvolvendo uma história em volta de um assassinato, realmente eu tive uma dificuldade de entender. Mas tudo em volta de uma personagem observadora e talvez vingativa.
COMENTÁRIO: É triste que eu tenha que escolher só um entre vários, mas toda a confusão que este conto me causo me fez refletir sobre as intenções da personagem como: O que começou a briga? O que o Rapaz fez.?
Um ótimo conto e um grande abraço.
Observações: Foi fácil perceber que ela era escritora pela forma como a história é narrada, em processo de criação. O conto está muito bem engendrado.
Prémio “A César o que é de César”
Resumo
Manuscrito conta a história de uma ghost writer que, após uma discussão com a escritora que até então vinha colhendo os louros por seus trabalhos, acaba por assassiná-la. O corpo é colocado no porta malas do carro da própria vítima. Ao sair com o carro para livrar-se do corpo, Carla, a ghost writer, se depara com outra cena de crime e acaba por dar carona a um dos envolvidos.
Conciliando as situações, Carla acaba por assassinar também Bruno, o carona, livra-se de ambos os corpos e do carro, os quais, após encontrados, leva a polícia a concluir que teria sido Verônica, a primeira vítima, quem dera carona a Bruno, vindo a ser morta por esse.
No entanto, a polícia não encontra explicação para a morte de Bruno. Por fim, Carla queima seu último romance, um brilhante manuscrito que teria sido a causa da discussão que culminara com a morte de Verônica.
Análise:
O conto começa bem, mostrando mais que contando, despertando e prendendo a imaginação do leitor. Não obstante, percebe-se logo a limitação vocabular do autor, a narrativa praticamente não apresenta figuras de linguagem e os adjetivos são bastante previsíveis. No entanto, inegavelmente, o autor possui estilo e este rapidamente se impõe.
No desenrolar da história, o autor segue mostrando mais que contando, distribuindo peças para que o leitor monte ele mesmo o quebra cabeças, porém, peca nos diálogos pouco verossímeis. A assassina casual, transtornada, revela-se subitamente fria e cauculista. Os “apagões” e saltos na narrativa revelam bom conhecimento das técnicas literárias.
Por fim, o autor opta por abrir mão do que até então era um dos seus maiores trunfos narrativos – o mostrar ao invés de contar – e revela todos os motivos e fatos por trás da trama, um grande pecado ainda mais potencializado em razão do motivo da criminosa não ser lá muito original.
É um conto com uma narrativa cinemática muito bem executada, apesar de algumas falhas na técnica, principalmente na pontuação. É uma escrita simples mas eficaz, que faz o enredo transcorrer sem desviar a atenção do leitor. Carla é uma personagem muito bem construída, assim como Verônica, apesar da segunda nunca aparecer no conto como alguém vivo. Só vejo um problema um pouco mais sério na sua técnica: a falta de espaço para a quantidade de coisas que você quis contar. A história é ampla e seria muito melhor acomodada em um conto mais amplo, talvez uma noveleta. Mas mesmo assim você conseguiu construir Carla em apenas duas mil palavras e contar uma história complexa sem muito do sentimento de “correria” que geralmente permeia contos assim.
A história é muito interessante. O leitor fica sem saber o que aconteceu entre Carla e Verônica até o final, sempre curioso de como uma trama se entrelaçaria na outra. Está certo que Carla teve uma baita de uma sorte ao encontrar Bruno na estrada, mas vá lá, este é o famoso “poder do roteiro” usado de forma consciente, rs.
Só vejo um pequeno problema na trama, e foi justamente na construção de Carla: como ela, inicialmente, quer morrer mas, depois, resolve bolar este incrível plano para se manter viva e se safar de todos os crimes. Essa transição foi muito brusca para mim; provavelmente fruto da falta de espaço.
De qualquer forma, foi uma boa leitura. Parabéns!
Nota: O nome da autora deste conto, Verônica Martins, foi a cereja no bolo, rsss.
Duas amigas escrevem histórias, “uma era extremamente talentosa (Carla), a outra, esperta (Verônica)”. A primeira se tornou a Ghost Writer da segunda até que escreveu a obra dos seus sonhos, manuscrita (justifica-se o título e a situção a seguir). Discutem, brigam e Verônica acaba morta. Carla improvisa algo para não ser presa. Com a falecida no maleiro do carro sai pela estrada e acaba por dar carona, propositalmente a um rapaz, que notara pelas barreiras policiais, ser um criminoso fugitivo. Mata-o e abandona os corpos no carro. A investigação das mortes conclui que o homem assassinou a famosa escritora e, “o restante é um mistério”.
A trama traz muita ação e certo suspense, pois as explicações somente acontecem no epílogo, em estrutura não-linear, mostrando justificativas para o feito da protagonista que teria agido politicamente correto e ainda conseguira argumento para outra história, já que agora estava disposta assinar as próprias obras. Enfim, consegue convencer o leitor de que aquilo não é tão errado assim. Uma confusão mental que traz reflexão. A metalinguagem é usada com recurso narrativo.
Quanto à técnica, o texto está bem escrito e bem amarrado, personagens e ambiente críveis, com poucas pontas soltas, boa dose de tensão e clima de medo bem explorado. A leitura causou confusão em algumas partes, sobretudo nos diálogos. O escritor sabe narrar e conduzir uma história de forma acertada. A construção gramatical também é acertada, com algumas falhas de acentuação, pontuação, emprego de pronomes (ele viria lhe buscar (BUSCÁ-LA) e protegê-la de tudo; “pudesse lhe (A) esmagar) ou posição deles (“onde escondeu-se“ – ONDE SE ESCONDEU), uso da crase (à ela), que,porém, não prejudicaram a fluidez e compreensão. No conjunto, bom trabalho.
Parabéns pela participação! Abraço.
Conto de suspense onde Carla, uma autora que escrevia e uma amiga publicava seus livros assumindo a autoria se vê em um momento da vida que quer ser reconhecida, quer ter seu nome na história, e para isso ela decide assassinar a própria amiga… Será se está certo? Achei meio confuso, mas é tipo as coisas que eu faço, a confusão é tanta que as vezes me perco… mentira, gostei do conto!
Observações quanto à gramática:
De repente tê-lo nas mãos lhe trouxe mais angustia que conforto. – angústia
quando virou não pode – pôde
os olhos semi abertos – semiabertos
possuíam mechas tingidas de vermelho sangue – vermelho-sangue
dois copos cobertos foram colocados nas macas – corpos
Carla senti o coração encolher – sentiu
Estou dando nota para o conto sem o pedido prévio de análise, caso venha a ser solicitado haverá o confronto das notas finais dos dois contos para escolha do vencedor do embate.
Critério nota de “1” a 5″
Título: 4 – Como li um livro com esse título há pouco tempo “O Manuscrito! o impacto foi menor, mas é um bom título!
Construção dos Personagens: 5 – Muito bem feito!
Narrativa: 5 – Narrativa envolvente!
Gramática: 3 – Erros apontados acima!
Originalidade: 3 – É uma história muito interessante, mas também não é nada tão inovador!
História: 5 – Foi muito bem amarrado!
É um conto interessante! Parabéns!
Total de pontos: 25 pts de 30
Boa sorte no desafio!
Olá autor(a),
Tudo bem?
Resumo
Uma Ghost Writer que só consegue ser bem sucedida, escondendo-se atrás de uma influenciadora famosa, decide assassinar sua “galinha dos ovos de outro”, por uma boa história toda sua.
Meu Ponto de Vista
A trama, cheia de metalinguagem, mesclando a realidade da personagem à ficção dentro do livro que está sendo escrito pela protagonista, é muito dinâmica, representando muito bem o gênero a que se propõe. Cheio de reviravoltas, o texto é bem escrito e aposta em uma saga moderna e estranhamente familiar a quem escreve.
Parabéns por escrever.
Desejo-lhe sorte no campeonato.
Beijos
Paula Giannini
Comentário-Rodada1-(“Manuscrito” X “O Amante, A Rosa e o Enforcado”)
“Manuscrito”
Carla matou Verônica. De início não sabemos quem matou quem até que Alan, ligou para Carla enquanto ela estava saindo da cena do crime. Tem um encontro inesperado e uma bela conclusão revelando que Carla era a escritora fantasma de Verônica, responsável pelo seu sucesso.
Boa história de mistério, acredito que umas dicas no início sobre a coisa de serem escritoras aumentariam o mistério que é revelado didaticamente no final. O encontro com o rapaz no meio do conto pode parecer forçado mas ganhou minha simpatia mesmo assim. Achei bem escrito, mas o que importa aqui é instigar o mistério e não o estilo. Saldo positivo para o conto, e além disso, meu voto esse embate.
Obviamente, peço desculpas antecipadamente por quaisquer criticas que pareçam exageradas ou descabidas de fundamento. Nessa avaliação, expresso somente minha opinião de um leitor/escritor.
Caro(a) autor(a),
Desejo, primeiramente, uma boa Copa Entrecontos a você! Acredito que ao participar de um desafio como esse, é necessária muita coragem, já que receberá alguns tapas ardidos. Por isso, meus parabéns!
Meu objetivo ao fazer o comentário de teu conto é fundamentar minha escolha, além de apontar pontos nos quais precisam ser trabalhados, para melhorar sua escrita. Por isso, tentarei ser o mais claro possível.
PS: Meus apontamentos no quesito gramática podem estar errados, considerando que também não sou um expert na área.
Resumo: Manuscrito é o conto, com pitadas de digressão psicológica, sobre a ghost-writer Carla. Num chalé, ela mata a Verônica, escritora que fez muito sucesso com os trabalhos da Carla. Ao sair do local do crime, Carla encontra Bruno (que é apresentado, no início como Pedro) e acaba matando ele também. O conto termina com a escritora fantasma indo com o noivo ao enterro de Verônica
Impressão pessoal: Geralmente, gosto muito de contos que têm uma abordagem mais psicológica, onde a realidade se confunde com o interior do personagem. É o que acontece nesse conto. Essa técnica de escrever é perigosa, pois, se não for bem escrita, deixa muitas lacunas e provoca uma confusão tremenda na cabeça do leitor. Tive a sensação que isso aconteceu nesse conto. Pelo que entendi, a Carla encontra Pedro e mata ele também, na tentativa de forjar um acidente de carro na qual inocentaria ela do assassinato de Verônica.
Enredo: O enredo foi prejudicado pelas lacunas abertas. A ideia é, em si, muito boa. Porém, a condução da história deixou a desejar. Acredito que contos assim devem deixar lacunas, porém, as corretas. Não foi o que aconteceu aqui
Gramática: Acho que tiveram alguns erros de vírgula, os quais causaram uma travada leitura e compreensão da história. Encontrei também um erro de acentuação numa palavra
– “Angustia” – Angústia
Pontos positivos:
• Gostei da trama em si. Achei bastante promissora. Ao finalizar o desafio, acredito que o (a) autor(a) poderá melhorar o desenrolar da história e transformar o conto;
• Carla é uma personagem mais complexa que parece!
Pontos negativos:
• Um conto mais confuso do que deveria ser.
• A execução do conto, por outro lado, prejudicou a leitura. Em um conto assim, é preciso encontrar o equilíbrio entre a complexidade da digressão psicológica e a simplicidade da história.