“Moro em minha casa própria, nada imitei de ninguém
e ri de todo mestre que não riu de si também”.
(Nietzsche)
Estava confirmado. Como sempre, o Chefe viria à nossa aldeia para nos dar sua grande mensagem. A notícia correu pela vizinhança. Daí à cidade foi como um raio. O regozijo tomou conta de todos, deixando-nos felizes e entusiasmados com a boa nova. Há muito que esperávamos por esta confirmação e agora era realidade. Os jornais deram as manchetes: “ENFIM O CHEFE CONFIRMA SUA VINDA”, dizia um; “EM BREVE O CHEFE ESTARÁ ENTRE NÓS”, dizia outro; “O GRANDE DIA ESTÁ PRÓXIMO”, manchetou mais outro. Embaixo das letras garrafais todos reproduziram o telegrama que confirmava a vinda do Chefe: “O CHEFE VIRÁ PT SAUDAÇÕES”.
As rádios criaram vários concursos para que fizessem uma frase bonita de boas vindas ao Chefe. Foi muito difícil escolher uma que fosse a vencedora, visto que eram todas muito bonitas e inspiradoras. Entretanto uma, que eram duas, foram muito exaltadas pelos ouvintes, pois lhe tocaram em demasiado o coração. As quais passaram a entoar pelas ruas: “O CHEFE SERÁ NOSSO GUIA!… O CHEFE SERÁ NOSSO MESSIAS!…” E uma terceira bem maior, cuja mensagem serviu como mantra para as diversas comitivas que iam adentrando a cidade que dizia: Adoremos nosso CHEFE!!!… Ele é mil e uma noites!… Vamos todos lamber seu OVO!… Entoemos esta canção… “Foi meu chefe quem te viciou, foi teu chefe quem me ludibriou, foi o chefe quem nos ensinou…”
Cartazes foram espalhados pelos tapumes, postes, muros, avisando sobre a vinda do Chefe. O espalhafato e a expectativa deixaram a cidade em polvorosa. Os municípios vizinhos logo ficaram sabendo e confirmaram suas presenças, que viriam em grandes caravanas. O prefeito imediatamente providenciou uma área, a maior possível, já prevendo uma peregrinação gigantesca em direção a nossa cidade. O que foi muito acertado, pois que, o governador, sendo sabedor da visita do Chefe à nossa província convocou o povo de todo o estado para que fossem agraciados com as esperançosas palavras do Chefe. O prefeito, informado de tal resolução pediu ajuda ao governo federal. Assim feito, o presidente concedeu à ajuda necessária e deferiu comunicado a todos os concidadãos para comungarem, como irmãos, o grande encontro com o Chefe, pois Ele assim merece todo nosso carinho, haja vista ser nosso guru, nosso grande Messias. E ordenou que os prisioneiros fossem libertos, os manicômios abertos, e que os médicos dessem altas aos enfermos. Prevendo o tamanho da multidão propôs que às TVs transmitissem para o país e o mundo, ao vivo, porque a cobrança estava sendo geral. Todas as nações exigiam que fôssemos complacentes. E nos alertavam para que não usássemos de bazófia e presunção exacerbada em um momento tão sublime como este. Porque o Chefe não era propriedade de um único lugarejo, mas de toda a nação, apenas fomos os escolhidos, cujo privilégio, não se sabe o porquê. E que, como diz o provérbio universal, “Nós não tentássemos em vão acender uma lâmpada para ver o sol”, porque só o Chefe saberá nos dizer a verdade. Dado que, para se chegar ao Chefe, de qualquer ponto que se parta o caminho é o mesmo. Diziam os circunvizinhos com uma ponta de cobiça, para não dizer inveja.
Os meios de comunicação, ouvindo todas estas lamúrias e henhenhéns, decidiram que a cobertura seria irrestrita. Desde a chegada do Chefe nas fronteiras de nossa aldeia, fosse por terra, mar ou ar. Inclusive para o público local, pois em todas as confluências da cidade a imagem do Chefe seria vista sem nenhum prejuízo, uma vez que iriam usar o sistema holográfico. Também ficou acertado que haveria um mestre-de-cerimônias para organizar as apresentações das personalidades desejosas de dar sua palavra em pró do Chefe. Os quais, Já estavam confirmados: padres da Igreja Apostólica Romana, pastores evangélicos, budas e vários chefes de seitas e candomblés. E que os ciganos, céticos e ateus, também tivessem um aparte reservados. Intelectuais e filósofos discursariam sobre a dialética e os preceitos civilizados, a ética, a moral humana e a morte da geometria. Conceitos idiossincráticos foram suspensos. Os sacerdotes combinaram que se expressariam todos em uma só homilia, irmanados em uma só voz. E algumas freiras e noviças diriam provérbios em línguas mortas e vivas. Entidades de classes também diriam alguma coisa representando um ou dois sindicatos e mais uns senhores e senhoras de diversas comunidades e associações de bairros citariam pequenos conceitos antigos. Grupos de jovens também foram inscritos, mas não se sabia ainda o que iriam dizer. E outros tantos aproveitadores de ocasiões como estas não iriam perder o ensejo, assim, como os embaixadores, consulesas, ministros charlatões etc. Todos teriam direito a se expressarem.
Os países presentes, através de seus embaixadores e, ou, embaixatrizes diriam mensagens de conforto a seu povo. Por fim os políticos. Começando pela ordem inversa falariam: o presidente, o governador, um senador, um deputado, um vereador e fechando com o prefeito da nossa cidade, afinal, foi a nós que os desígnios nos confiaram tão grata missão, receber o Grã Chefe. Tudo isso seria intercalado por grandes shows musicais e corais religiosos. Viria também uma turma de jogadores de futebol e artistas em geral. Enquanto isso nas praças e ruas artistas populares, entre tantos: cantores, trovadores, repentistas cantando versos, tocando safona, batendo pandeiro, cantando forró. Numa simbiose de céu e inferno e a miscigenação do povo, formavam um grande circo pelas ruas. Grande era o lufa-lufa de gente, o vai e vem e a mistifórica desordem de religiões e profissões. Eram evangélicos gritando mensagens bíblicas, salvando almas; kardexistas consagrando espíritos; ciganos adivinhado futuros, vendendo sorte; emgraxates lustrando sapatos, propagandistas vendendo remédio, bilheteiros lotéricos cantando números; trupes de malabares faziam suas apresentações com seus acrobatas, uns engolindo fogo, outros comendo vidro; contorcionistas, palhaços, equilibristas. Todos se equilibrando numa corda bamba: na arte, no trabalho, na vida.
A farrabamba estava posta. Tudo pronto, ensaiado e devidamente organizado. O grande dia chegou. Havia já cinco dias que o povo tomara conta dos espaços da cidade. E outros milhares ainda dirigiam-se em grandes cortejos. Embora caminhassem ordeiramente era assustador o volume de pessoas que convergiam rumo ao local. Caravanas em romarias seguiam passo a passo cantando emocionados hinos de louvores, ladainhas, musiquetas com refrões apropriados, feitos especialmente para o Chefe, como: “Ele lá, nós cá, é Ele lá, lá, lá… Clamemos nosso Chefe… Viva Ele… Lá, lá, lá…” Não obstante, alguns engraçadinhos soltavam piadinhas malfazejas como: “Vamos rápido! O urubu estão chegando… “Deus morreu! Deus está morto! Cuidado com o tatu! Olhe o tatu!… Pisaram no rabo do tatu! Viva o rabo do tatu… E vão todos tomar no cu… Uuuu… cacá… Uuuu… lalá… Que vá para os quintos dos infernos e nuca mais venha cá” – E cantavam: “Havia uma barata na careca do vovô, assim que ela me viu bateu asas e voou…”- Eram uns rebeldezinhos sem causa.
Expectativa e apreensão estampavam o rosto das pessoas. O Chefe estava chegando. Faltavam poucas horas, minutos, segundos. Quando de repente uma parte da massa em uníssono começou a entoar um coro ensurdecedor, retumbando palavras de ordem como: “O Chefe é nacional!” “O Chefe é internacional!” “O Chefe é universal!” “O Chefe é amor!…” “O Chefe é como nós, é trabalhador”. Era a turba dos desvalidos. Nesse instante ouviu-se uma voz solitária vinda do meio da multidão “O Chefe está nu!” Do palco, os músicos aproveitando a situação, responderam entoando em conjunto… “Are uh, are uh… vem meu guru, vem meu guru… are uh, are uh… vem meu guru… ó no má, ó no má… are uh, are uh…”¹ – Abrenúncio!… Credo; Deus me livre; vade retru!²… – Persignou-se uma beata que estava próxima ao palco.
Foi nesse entretempo que um dos sacerdotes adiantou-se até o proscênio e pigarreou… “Hum… hum…” – Todos quedaram-se em silêncio para ouvi-lo. – Tenho um comunicado a fazer… Antes de tudo aprendam a sentir e a ouvir. Aprendam a habituar sua mente à calma, à paciência dos carneiros, pois só o Grande Chefe amenizará nossas angústias!… Este é o primeiro ensino preliminar para o espírito… – E as mazelas?… E nossos medos?… – Perguntou a multidão exaltada. – Acalmem-se! Vocês estão vendo, está aí o progresso crescente a olhos vistos, como podemos constatar em nossa vida diária. No consumo de automóveis, geladeiras, fogões, TVs de plasmas, brinquedos plásticos, os fornos de micro-ondas, máquinas de lavar e toda essa tralha doméstica. Corantes e xampus para os cabelos, celulares, medicamentos mais que necessários. Belas lingeries para as mulheres e uniformes para os homens e, claro, que Ele lhes dirá 1,2, feijão com arroz, 3,4 feijão no prato!.. Vamos cantem!… Louvemos o Chefe!
Dito isto, fechou os olhos e, numa pose insigne, dissimulando enfado, com um gesto largo e imponente falou em latim próprio de missa: – “Sursum corda… Corpus Christi, ego sum qui sum. Ab initio, ab initio. Ab imo pictore, ab imo Pectore!³” – “ab initio, ab initio… – Respondeu o povaréu a seus pés. – “Ab imo pectore, ab imo corde!³*…” – Responderam os músicos no palco. – Então num gesto seco, de súbito, com o dedo em riste, apontou para o horizonte e gritou: – Ele chegou!… Vem dos céus… O todo poderoso… O Grande Chefe chegou!… – Os holofotes de laser, instantaneamente, dirigiram seus focos para trás, em linha reta para as montanhas; lá no zênite, no recôncavo da abóboda celeste, iluminando os céus. Por sua vez, as projeções holográficas estamparam desenhos psicodélicos emoldurando a imagem de um grande cavalo branco galopando a trotes largos. E sobre ele um menino nu e de boné. Ao se aproximar, lentamente apeou-se e caminhou suave, e como uma pena leve flutuou no espaço dirigindo-se em direção ao tablado, abrindo um largo caminho entre a multidão, que estupefata, assistia perplexa imagem tão bela. Seu corpo, alvo como alfenim, resplandecia, tal qual luz neon. Seria aquele o Príncipe Venturoso! Ou Dom Sebastião, o Esperançoso que veio para nos salvar!? Não, não era. Era o mensageiro do Chefe. E assim, sem cerimônia, subiu no palanque e, à boca do proscênio, com uma voz macia e ondulada, ao contrário da voz do Chefe, que era uma voz ranhosa e bruxelenta, anunciou: “Como sempre Godot não virá… Voltem para suas casas. Godot nada tem a dizer. Aguardem novo comunicado”. – A turba, numa só voz, exclamou – Óhooooooooo…
Ninguém percebeu, mas na aba de seu boné estava escrito: “ESPEREM AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES”.
¹) Estrofe da música Govinda, de Walter Franco. (Adaptado).
²)Sai satanás,
³) Levantai os vossos corações… Corpus Christi, eu sou quem eu sou. Desde o início, desde a origem.
³*) Do fundo do peito! Do fundo do coração.
Fiquei com a leve impressão de ver uma sátira aqui, uma crônica, até mesmo uma tiração de sarro que, pra poder ver melhor, precisaria descobrir quem escreveu. Então estou na expectativa! É um conto que fala da chegada de um Messias que, independente de qualquer crença, todos acreditam. Religiosos e ateus, todos numa grande reunião. Tem um tom surreal, com um pouco de nonsense, que gosto bastante. Todo o decorrer fiquei esperando acontecer algo, com a construção indo num crescente, mas não curti o final, com tom político. Ficou com cara de piada. E em relação ao poder, não percebi qual seria, infelizmente.
10. O Chefe (Estragon):
A PREMISSA é uma revisão da história de Samuel Beckett, Esperando Godot. Achei que o grande mérito foi a ambientação dessa espera, num local interessante, eu acho que poderia ser mais detalhada, com o contexto de onde viviam as pessoas. O superpoder foi interpretado pelo autor como um Poder Acima de Tudo, e não como um Poder Especial. Questão de interpretação, porém é como colocar o tomate na salada de frutas. É fruta, mas não combina com as outras. Por isso é difícil comparar esse trabalho com os outros do desafio. Quanto à TÉCNICA, o autor demonstrou domínio, ainda que os parágrafos me parecessem bastante longos e intercalados entre frase de cunho narrativo e outros trechos de descrição, enumeração, etc. Quanto ao APRIMORAMENTO, vejo que a história é bastante fechada, mas ainda assim esse final deceptivo poderia ser revisto ou complementado? E se o Chefe não viesse, mas que sua vinda iminente e nunca realizada fosse utilizada apenas para manter o controle social daquela comunidade?
Olá, Estragon. Tudo bem? Desejo que esteja a viver um excelente período de festas.
Começo por lhe apresentar a minha definição de conto: como lhe advém do próprio nome, em primeiro lugar um conto, conta, conta uma história, um momento, o que seja, mas destina-se a entreter e, eventualmente, a fazer pensar – ou não, pode ser simples entretenimento, não pode é ser outra coisa que não algo que conta.
De igual forma deve prender a atenção, interessar, ser claro e agradar ao receptor. Este último factor é extremamente relativo na escrita onde, contrariamente ao que sucede com a oralidade, em que podemos adequar ao ouvinte o que contamos, ao escrever vamos ser lidos por pessoas que gostam e por outras que não gostam.
Então, tentarei não levar em conta o aspecto de me agradar ou não.
Ainda para este desafio, e porque no Entrecontos se trata disso mesmo, considero, além do já referido, a adequação ao tema e também (porque estamos a ser avaliados por colegas e entre iguais e que por isso mesmo são muito mais exigentes do que enquanto apenas simples leitores que todos somos) o cuidado e brio demonstrados pelo autor, fazendo uma revisão mínima do seu trabalho.
A nota final procurará espelhar a minha percepção de todos os factores que nomeei.
…
Bem, o conto é longo e não se adequa ao tema. Ainda que toda aquela mole humana aparente esperar alguém a quem confere superpoderes, a verdade é que não é a isso que assistimos. No final o chefe não vem. É uma boa crítica – aos políticos e seus seguidores, mas não vai além do suspense, esse sim, bem criado. Não nos dá nenhum superpoder, a não ser o de auto-sugestão. Precisa de uma revisão e de cortar umas partes que se tornam repetitivas. Quanto ao mais é um bom conto. Parabéns e boa sorte no desafio.
Feliz 2018!
Oiii. O que mais achei interessante é a expectativa que cria no leitor da chegada do tal chefe, ao ser narrado toda a comoção e a mobilização do povo gerou uma curiosidade em mim. Aquele momento em que diz que libertaram todos os prisioneiros por causa da chegada do chefe me lembrou de um episódio dos Simpsons em que o guarda liberta todos os presos porque ele fica muito emocionado com algo. Acho que foi o mesmo principio da chegada do chefe, foi algo que afetou tudo e todos… No final fiquei meio decepcionada, estava curiosa para saber o que seria o tal chefe, mas entendi que o final foi meio que uma crítica a nossa sociedade. Boa sorte no desafio!
– Enredo: 0,7/1 – Simples, mas cheio de possibilidades. Que sujeito poderia ser esse Chefe? Porque o que dizem dele não me importa. Queria ver, com meus olhinhos. Em um passado remoto li “Esperando o Godot” e gostei. O grande mérito desse conto, pra mim, foi a vontade que bateu de reler a obra de Beckett.
– Ritmo: 0,7/1 – Dá para ler de uma vez só, mas em certo momento chega a ser entediante, aquela falação sobre o Chefe e nada do sujeito aparecer.
– Personagens: 0,5/1 – O que dizer? Assim como está a narrativa, foi meio complicado de sentir empatia por algum deles.
– Emoção: 0,5/1 – Bem, infelizmente não gostei.
– Adequação ao tema: 0,2/0,5 – Poder de convencimento? Forçando muito, deve ser isso.
– Gramática: 0,5/0,5 – Nada que tenha me atrapalhado durante a leitura.
Dicas: Que tal investir na construção das personagens, dando mais espaço, dando uma serventia a elas que não apenas a de estarem esperando o chefe?
Frase destaque: “Por sua vez, as projeções holográficas estamparam desenhos psicodélicos emoldurando a imagem de um grande cavalo branco galopando a trotes largos.”
Obs.: A somatória dos pontos colocados aqui pode não indicar a nota final, visto que após ler tudo, farei uma ponderação entre todos os contos lidos, podendo aumentar ou diminuir essa nota final por conta de estabelecer uma sequência coerente, comparando todos os contos.
Então, não vou nem precisar dizer que o conto nada tem a ver com o tema. Esquecendo isso (infelizmente na nota não vou poder esquecer), o texto realiza algumas críticas em relação ao culto de divindades (o que não quer dizer que sejam seres divinos), e a passividade do povo diante o descaso com que tais divindades os tratam. Gostei disso, é válido, ainda mais hoje em dia. A crítica fluiu, mas o conto como uma história a ser lida não gostei muito. Na verdade teria sido muito, mas muito enfadonho, se não fossem alguns preparativos surtados para receber o chefe, que o autor inseriu no texto. Alguns trechos me divertiram, como:
“Do palco, os músicos aproveitando a situação, responderam entoando em conjunto… “Are uh, are uh… vem meu guru, vem meu guru… are uh, are uh… vem meu guru… ó no má, ó no má… are uh, are uh…”
Então é isso. Texto tem seu valor, mas está deslocado no desafio e a história, por mais que tenha seu lado interessante, não fluiu tão bem para mim.
Olá, Chefe!
O conto é resumido em uma expectativa… ela está do inicio até meados do fim, você conduz o leitor por essa jornada ” do que será?” por algum tempo de bom grado , eu não desistir fácil de ser instigada, continuei curiosa, mas você abusou um pouco desse recurso. Quando veio de fato a revelação, de uma forma bem bizarra,aliás, eu meio que torci o nariz… mas a frustração mesmo, nem teve pelo anti-clímax.
Claro que depois de ler a gente começa a girar a cabeça em busca do superpoder… afinal onde ele está o bendito? Ok, Ok… Vamos dizer que é o poder de manipulação, persuasão… qualquer coisa que justifique que tantos possam seguir um certo alguém… seu conto transmite essa mensagem muito real de basicamente tudo que estamos vivendo, seja na politica, nas industrias musicais e etc. Existe um profeta que leva a massa pra onde ele quer que ela vá.
Mas , mas… sempre tem um más, pro desafio o seu conto ficou um pouco deslocado, nem tanto pelo fato do poder ser uma interpretação e não um poder de fato, mas pelo conjunto da obra.
As musiquinhas não funcionaram muito, se era pra ter humor, mas elas demonstram bem, a idiotice generalizada das pessoas.
É, isso, parabéns pelo texto e boa sorte no desafio!
Caro(a) autor(a).
Antes de tudo, interpretações do literário são versões acerca do texto, não necessariamente verdades. Além disso, o fato de não haver a intenção de construir essa ou aquela imagem no conto não significa a inexistência dela.
Quem é Godot? Assim como na peça de Becket sua identidade não é mostrada, no conto não sabemos quem é o chefe, apenas seu estatuto – chefe –. Não é exatamente uma pessoa. Está além disso. Pessoas são os que esperam por ele, que está numa dimensão próxima do santificado (“O Chefe é amor!…”; “vem meu guru…”).
É um evidente intertexto com a obra de Becket, inclusive com referências explícitas, como o pseudônimo “Estragon”, remetendo ao personagem de mesmo nome; a entrada em cena de “um menino nu e de boné”, remetendo ao garoto da peça, que entra ao fim dizendo que Godot não poderá vir, do mesmo modo que acontece no conto.
Não é, porém, mero intertexto (e se fosse “apenas” isso já estaria muito bom): há evidente ligação com o sebastianismo que aflora em parcela significativa de nossa sociedade, envolvendo a maior liderança do maior partido de centro-esquerda do Brasil hoje (“Seria aquele o Príncipe Venturoso! Ou Dom Sebastião, o Esperançoso que veio para nos salvar!?”).
A parábola construída nos leva a pelo menos duas reflexões importantes: considerar a liderança política carismática como um ente infalível é positivo? A força popular deve ser canalizada para a passividade, numa eterna espera (“ESPEREM AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES”)?
O texto apresenta alguma prolixidade, não tanto nas palavras, e sim na construção de cenas sem aparente importância e um tanto repetitivas. No entanto, é importante lembrar que em “Esperando Godot”, texto de origem desta intertextualidade, os dois primeiros atos são muito parecidos entre si. Além disso, se nos atentarmos a líderes políticos e midiáticos que têm ascendência sobre as massas, veremos que nesse fenômeno há uma dose de prolixidade, com repetição de palavras-chave, de gestos, de ideias. Considerando que este conto funciona como uma alegoria desse poder, a prolixidade e a redundância são estruturalmente bem-vindas. O problema é que isso, na recepção textual, nem sempre é facilmente captado.
Caro Selga, muito grato pela apreciação do meu texto e as assertivas a ele dirigidas; e o esmero do conhecimento literário. Que infelizmente ficou pouco compreendido, aqui por esta seara. E me perdoando pelos incontáveis erros gramaticais, ora pela pressa, ora por descuidos imperdoáveis. Que infelizmente não foram apontados por você.
O texto não atende a proposta do desafio, nem forçando a barra. Outra vez uma alegoria, dessa vez uma “pseudointelectual”, onde fica clara certa presunção por parte do autor. Uma dica de leitura o livro (curtinho) “Apologia de Sócrates” de Platão
Caro Higor, antes de tudo, mil perdões! Pois, sinceramente, eu sabia que, de alguma forma, meu conto iria pegar algum petista desavisado, mas não imaginei que a carapuça fosse pegar um com tanta dor na consciência, assim como te pegou!… ks, ks,ks… No próximo desafio, juro! Não irei mais tratar desses bandidos travestidos de messias que assaltaram o Brasil. Principalmente aos recalcados. Aqueles que nada transmitem em suas escritas, pois são caricatos plágios de certos “canalhas”. Até imaginei que irias me indicar este manual, ao contrário da “Apologia do Platão”. E para tanto eu te afirmo, meu trabalho, no mínimo é originalíssimo, Tem marca registrada. Mas não se preocupe, não tocarei mais nessa ferida! E grato pela leitura do conto, e mais uma vez desculpas pelos desarranjos intestinais que por ventura eu tenha lhe causado.
Vamos Estragon! O autor cria um espantalho, que juga ser eu do auto de sua suposta sabedoria iluminada, e morde pra depois assoprar em cima da palha seca. Passo longe de ser petista, agora, e mais do que nunca, recomendo a leitura de “Apologia de socrátes” para que não retorne a cometer enganos bobos de percepção.
O texto demonstra um autor com estilo próprio, muito seguro de si. A prosa é firme, bem construída serve como metáfora para a nossa realidade social e política, herdeira do messianismo sebastiano e do culto à personalidade. Nada mudou neste quartel de Abrantes, e é disso que o conto trata. Como história, porém, o texto deixa a desejar. Vê-se que o autor, intencionalmente, passa o tempo todo numa espécie de preparação do leitor para algo grandioso que, ao fim, não ocorre. O que é para ser uma sacada inteligente termina se revelando como enfado. Mais do mesmo, em que pese a perícia no trato do idioma. Em suma, é um daqueles contos intelectualmente provocantes mas que, ao final, são só isso: uma ode à perspicácia de quem escreve, algo que mantém o leitor à margem. O início chegou a me lembrar do ótimo filme “O Banheiro do Papa”, em que uma comunidade uruguaia se prepara ferozmente para visita do Papa João Paulo II. O filme trata dessa ansiedade, da antecipação de tudo aquilo de bom que a visita trará: as vendas de bugigangas, lembrancinhas e muita comida. As semelhanças com este conto, porém, param aí, já que no filme, a aflição popular causada pela visita ilustre serve apenas como pano de fundo para contar uma história real, de um sujeito que percebe a oportunidade de lucrar por meio da construção de um banheiro especial, para que os consumidores possam se aliviar depois de tanta comilança. Creio que faltou isso neste conto: algo mais concreto, uma história dentro do contexto criado. Do jeito ficou, a distância do leitor é incontornável. Enfim, um conto inteligente mas que falha na conquista do leitor. De todo modo, boa sorte no desafio.
Olá, Estragon, que conto mais bacana. Que bela metáfora você me cria da fantástica realidade à minha volta. Mas, cá com os meus botões, me pego matutando… Onde está o super poder? Será que, tal Godot, que deixa o povo a esperá-lo sempre, não veio? Sim, senti falta do tema do desafio em sua história. Uma pena isto, sabe? Senti também, amigo, que uma última revisão fará bem a esta sua interessante e rica fantasia. Abraços.
Olá Estragon,
Gostei de seu conto. Um verdadeira crítica sagaz e sarcástica.
1- Tema: Infelizmente, não se adequa ao Tema. Não percebi nenhuma menção a Superpoder, mesmo no chefe. Então, está totalmente fora do proposto no certame.
2- Gramática: Acredito que está com uma pontuação deficiente. Faltam vírgulas e pontos em muitos lugares, o que tornaria a leitura mais fácil. Também não gosto de parágrafos muito compridos. Parece uma pessoa falando muito num fôlego só. Senti falta de mais parágrafos.
3- Estilo – A história é contada de forma descontraída e sarcástica. Não costumo gostar de palavrões, mas aqui me soaram muito naturais e servem bem à leitura. Algumas palavras estão bem empregadas na concepção, mas escritas errado. A intenção é boa, pois rebusca, em contraste com a simplicidade, mas deve se atentar a isso.
4- Roteiro; Narrativa – A ideia do Chefe é muito boa e pouco explorada. Alguém que não é Deus, que unifica todo o mundo. É interessante ver o crescente da situação indo de uma cidadezinha até proporções mundiais. Consegui enxergar isso bem num mundo real e torci para que o Chefe não aparecesse mesmo no fim, o que poderia deixar em aberto até sua real existência. Entretanto, a aparição de seu emissário fantástico já demonstra que ele sim, existe e sim, é algo fantástico e fantasioso, isso quebrou um pouco a expectativa.
O texto é longo e poderia ter sido reduzido em alguns pontos, mesmo tendo eles enriquecido a narrativa, em certos momentos são apenas mais do mesmo e dá preguiça de ler.
Resumo: Um conto muito original e interessante, mas infelizmente a meu ver, não se adequa ao tema do desafio, visto que não vi nem percebi qualquer alusão à superpoderes. Um acrítica social em tom sarcástico, num estilo “Chico Buarque” muito bem servida, um pouco gorda, necessitando de uma enxugada e pontuação confusa. Um ótimo conto, mas aquém do objetivo do certame.
Grande abraço!
Remake da peça teatral “À espera de Godot”. Para nosso azar, nem Godot nem o chefe chegaram e, pelo que se pode ler neste texto, são a mesma pessoa. O superpoder é o próprio Poder. Não sabemos o que o Chefe tem de especial, mas sabemos o efeito que tem nas pessoas – é o mesmo efeito que sempre foi usado para controlar o povo. Um efeito usado desde sempre. A receita é simples: implanta-se uma ideia (política ou religiosa). Essa ideia irá alastrar como um vírus, mesmo que ninguém perceba bem como. Quando se dá por ela, tornou-se um fenómeno global, imparável. Este texto, na minha humilde opinião, fala sobre isso, sobre a enigmática natureza do Poder.
=====TRAMA=====
Forçou a barra no superpoder ein? Qual era o superpoder do chefe? Fama? Ou será que ele tinha tanto poder sobre as pessoas (poder político ou poder influenciador, tanto faz), que acabou tendo “superpoderes” sobre elas?
O conto inteiro é uma crítica disfarçada de anedota. Critica políticos que são venerados quase como deuses, que guiarão o povo do nosso país a um futuro melhor; critica a própria religião, que sempre espera, de uma forma ou de outra, a vinda de um salvador; critica a própria natureza humana e a sua necessidade natural de louvar a alguém superior.
Infelizmente, todo o conto é apenas descrições atrás de descrições. São bem humoradas, mas sempre descrições. Tudo é a espera pelo Chefe, até o final, quando ele acaba não vindo. Acho um conto válido, mas que nada tem a ver com o desafio.
PS: a explicação de “Godot” feita pela Paula foi muito boa, e essencial para parte do meu entendimento, heheheh!
=====TÉCNICA=====
Excelente. Claro, vi um erro aqui outro ali, mas nada de muito grave. Você domina bem a escrita, tem frases incríveis e um vocabulário invejável. Você conseguiu injetar doses pequenas de comédia no texto, apenas para ditar o tom das suas críticas, o que foi bom: nada muito exagerado. Foi fácil e gostoso ler o seu texto, apesar de não ser muito empolgante.
Olá, Marco! Só pelo entendimento da mensagem já valeu. E grato pelos elogios e críticas.
Gostei da parábola do Godot. O conto é muito divertido. O enredo me pareceu coisa do Saramago. Com uma pitada de South Park… rs
Só achei que podia cortar uns 2 ou 3 parágrafos de preparatório para a chegada do Chefe. Ficou muito extenso esse ‘miolo’ do conto, a meu ver.
Parabéns e boa sorte!
Eu gostei dessa demora no início do conto. Criou em mima ansiedade e a expectativa daquele momento. Se eu queria logo o ápice do conto, imagina aquelas pessoas, esperando o chefe.
O final desconstrói todo o restante do conto. Isso é legal? É fantástico! Mas particularmente eu não queria ter recebido tantas referências de que quem apareceria seria realmente Deus e isso aconteceu a partir do título, com a citação de Nietzsche. Por mais que a ideia foi associar a imagem de um político com a de Deus, as muitas circunstâncias me fizeram crer que era ele, quando percebi que tratava-se de um político, não consegui manter as associações.
Porém, refletir sobre essa associação também me fez pensar muito nessa ligação “político” e “Deus” (onde Deus ainda tem uma desvantagem por aparecer apenas no dia do juízo final rs’).
O boné escrito “esperem as próximas eleições” foi uma grande sacada para mim, levando em consideração que os símbolos visuais revelam mais do que os verbais.
Boa sorte!!
Olá!
Achei interessante a primeira metade. Ainda que demasiado longa, a expectativa criada em torno da chegada do Chefe foi muito bem conseguida no texto. A apreciação do conto depende em parte de uma outra obra, o que pode ser negativo para quem não a conhece.
Obrigado por ter escrito. 🙂
Olá, Estragon, tudo bem?
O tema proposto pelo desafio foi abordado? Talvez, dependendo do ponto de vista de cada um. A histeria coletiva retratada é tanta, que vou até considerar que se trata de um superpoder o domínio sobre as expectativas do povo.
Há lapsos na sua revisão e que devem ser eliminados em uma segunda correção.
O ritmo da narrativa é até bem apressadinho, com as imagens, vozes e pensamentos se alternando. Há também um toque de ironia que dá certa leveza ao texto.
No entanto, este não é um conto para simples degustação. A espera do tal político, o messias aguardado com tanta paixão, possibilita muitas reações e interpretações. Talvez esse redentor passe a vida inteira (dele e dos outros) adiando sua chegada e provavelmente nunca chegue, já que é mais fruto do imaginário coletivo do que uma real possibilidade.
Boa sorte!
O Chefe (Estragon)
Trama: Festa para receber um político muito influente contagia cidade e região.
Impressões: Compreendi perfeitamente a crítica dentro do enredo; a idolatria do povo enganado, manipulado facilmente, numa realidade bastante verossímil à nossa em meio à corrupção. O texto, na minha ótica, é bastante arrastado e cansativo. Perde-se em demasiadas descrições e nada realmente acontece. Obviamente entendo que esse arrastar seja para ir apresentando e mostrando como cada pessoa, de cada setor da sociedade age no contexto idólatra e bitolado. O superpoder está no leitor que precisa procurar adequação ao tema neste texto, pois eu não vi poder algum. O tema do desafio é SUPERPODER e não PODER, para mim há diferença.
Linguagem é escrita: Alguns momentos a escrita é boa sim, mas na maioria das vezes eu não gostei. Apresenta paragrafação ruim, construções fracas que não levam a trama para frente. probleminhas com a crases em alguns lugares. Como em:
adentrando a cidade
concedeu à ajuda necessária
Veredito: Não me cativou muito. Mas é só a minha opinião neste conto.
Saudações
Não posso deixar de registrar que o tema desse desafio não foi atingido com este conto. Ele mostra erudição, haja vista as citações em latim. Entendi, pelo que consegui, ser o texto uma sátira aqueles que esperam messianicamente por alguém com solução para todos os males e todas as respostas a todas as perguntas, A trama até que flui, mas ela poderia ser melhor desenvolvida e dado um maior resultado com um texto menos prolixo. O material apresentado tem qualidade, mas ficou nítida a ausência de superpoderes em quaisquer personagens envolvidos no conto
Parabéns pelo trabalho e sucesso
Oi, Estragon!
Primeiramente parabéns pela ousadia, seu conto nos traz uma apresentação no mínimo diferente, um estilo de escrita que pede atenção total e leitura das entrelinhas.
Bom, precisa de uma revisão séria, há erros bem básicos e graves aqui.
Achei uma sátira bem interessante, a coisa toda da “miserável” população se preparando para a vinda “Daquele” hahahah (pensei em um aí rs), então o picareta faz o quê? Não aparece, decepciona.
Só achei um pouco cansativo as musiquinhas e talvez desnecessária essa citação de religiões e seitas, mas ente, é conto, é sua ideia, pode tudo, né?
Desejo boa sorte no desafio, porque acho que ainda mais q no meu seu conto ñ estará “dentro do tema” rs
Abraço!
Salve, Estragon!
Acho que existe um problema grande aqui no seu conto, que é o de não apresentar um superpoder. Só uma análise literal dos acontecimentos indicaria esse superpoder, mas não é o caso, certo? A sátira, a crítica, e o absurdo tomam todo o espaço do texto, não deixando muita margem para uma análise sobre a existência desse poder. Aliás, sem o Chefe presente, nem poderíamos mesmo, acredito.
A expectativa é criada para ser grande. Monumental,eu diria. E, quando achamos que acabou, ela se estende um pouco mais. E é nesse momento que comecei a me perder um pouco. E é nesse momento também que ela começa a entregar o final, visto que, após tanta preparação, se o Chefe aparecesse de verdade seria algo inexpressivo, ou, como foi o caso, ele não aparecia de forma alguma.
Peço desculpas, mas não acho que o conto está adequado ao tema e não conseguiu atingir o intento de construir uma cena tão absurda que fosse realmente interessante.
É isso! Boa sorte no desafio!
Olá, Estragon!
Peço desculpas, mas não achei o conto de acordo com o tema sugerido.
Uma sátira?
A linguagem é clara, mas alguns pequenos erros de gramática atrapalharam um pouco.
Não é meu estilo de escrita, mas vale como exercício.
As músicas me incomodaram. Por vezes, acabei me perdendo.
Abraço.
# O Chefe (Estragon)
📜 Trama (⭐⭐▫▫▫):
– a parte inicial, criando a expectativa, fico muito grande, cansativa; em algum momento eu pensei: tá, já entendi, vamos lá, chega logo!
– e mesmo depois que eu já tinha cansado, o texto continuou na mesma, com musiquinhas que eu já não conseguia mais achar graça
– o fim, com o anticlímax, funcionou, pois é geralmente assim mesmo: de onde mais se espera é que não vem porra nenhuma; o problema é que dava pra ter chegado ao mesmo efeito cortando mais da metade do caminho até ali
📝 Técnica (⭐⭐▫▫▫):
– precisa de revisão; acabei, como estava cansado, não anotando todos
– concedeu *à* (a) ajuda necessária
– bazófia (mais uma pro meu dicionário)
– *henhenhéns* (nhenhenhéns)
– *emgraxates* (engraxates)
– marcação do diálogo sem quebra de parágrafo confundiu um pouco
💡 Criatividade (⭐⭐▫):
– não li Esperando Godot, mas perguntei ao Oráculo qdo vi a referência (ignorei o jogo de mesmo nome): mais uma indicação de um texto de leitura essencial; este conto pareceu ter a mesma premissa
– como não tenho domínio do assunto, considerei parcialmente criativo
🎯 Tema (▫▫):
– não achei adequado ao desafio; qual é o superpoder do texto?
🎭 Impacto (⭐⭐▫▫▫):
– o texto ficou cansativo e enjoativo no meio, tive vontade de pular parágrafos… o fim anticlimático teve certo efeito, mas não salvou o meio
Superpoder: O Chefe tinha o poder do convencimento, a empáfia?
Enredo e criatividade: uma sátira ao populismo — o povo desesperado aguarda um salvador da pátria que nunca vem. Texto bem humorado, com uma mensagem poderosa nas entrelinhas.
Estilo, assunto e linguagem se fundiram bem, pois a série de repetições, provérbios, mantras, versos, letras de música e falas é que acabam por gerar a expectativa dos cidadãos pela vinda do Chefe.
Apreciação:
Gostei muito da ideia e da execução, mas é um texto complexo que não vai agradar a todos. Parabéns pela participação! Abraços. Ah! Em tempo, gostei do pseudônimo, cuja tradução é “estragão”, planta usada para tempero, etc. Mas, pressenti um outro significado, aquele que estraga tudo — tem muito mais a ver com o texto. Mais abraços.
Olá, Heluany!
Grato pelas lisonjas ao conto. Suas apreciações foram bem pertinentes. Estragon é o nome de um dos personagem da revolucionária peça do Teatro do Absurdo, “Esperando Godot” do irlandês Samuel Beckett. Ele é um dos que muito sofre pela espera daquele que nunca vem. O Chefe, o Mestre, O Deus.
Olá, Estragon
Tudo bem?
Infelizmente, não curti o conto. Achei a leitura truncada e cansativa. Esses parágrafos longos deram uma sensação de espera, a mesma da população da cidadezinha.
Os diálogos, incrustados no meio do texto, me confundiram um pouco. As musiquinhas foram um adendo um tanto desnecessário ao conto.
O poder não ficou muito bem definido. Creio que a intenção do autor era mostrar o poder que um político populista tem sobre a população.
Concluindo, era um texto promissor que, no final, foi tão decepcionante quanto a chegada do garotinho nu.
Interessante seu conto, mas para agradar poucos. A abordagem utilizada que não conta a história de uma pessoa mas de um evento não a é mais sedutora para quem aprecia texto mais simples, fáceis de ler/entender. A trama gira em torno de alguém que jamais aparece, o contexto não é a chegada, mas como se comportam as pessoas que esperam. Eu me lembrei um pouco do filme Festim Diabólico, não que se espere que o morto vá sair de dentro daquele baú, mas de como é o comportamento tanto dos assassinos como dos outros convidados que aguardam a sua chegada. Lá, no filme, o interesse fica por conta dos elementos que levam à descoberta do crime, aqui, no seu conto, é a véspera, o espetáculo criado em torno do evento frustrado. O conto não é ruim, mas o público para o qual vc escolheu mostrar não é o mais adequado. É isso. Parabéns pela coragem. Abraços.
Olá,
“E sobre ele um menino nu e de boné”… a partir dessa frase entendi que seu texto tratava de conceitos absurdos e excêntricos. Ao final, ficam evidentes as referências diretas de Esperando Godot, do irlandês Samuel Beckett. O teatro do absurdo foi sua base para o conto, o que explica todas as coisas malucas que vemos nele.
Porém, pelo menos para mim, a execução da narrativa acabou atrapalhando o efeito “absurdal” que você queria passar. Existe uma estranha mistura de palavras rebuscadas com falhas de construção e erros ortográficos que deixaram o texto cansativo, além da disposição de parágrafos, tão longos que só reforçaram essa impressão.
Quanto ao enredo, como ele se resume a uma divagação sobre as pessoas e personalidades que iriam falar, discursar ou fazer qualquer coisa, acabei perdendo o interesse na história antes da metade 😦
No final, Gadot não aparece (como era de se esperar), mas o superpoder também ficou ausente, infelizmente.
Ponto positivo: gostei do recurso de tradução, com os números sobrescritos em cada termo ou frase estrangeira.
Parabéns pelo trabalho!
Olá, Estragon. Sinceramente, me perdi do segundo ao penúltimo parágrafo e chegou a cansar um pouquinho, sabe? Bem pouquinho… na alma. Ainda sim, é um conto humorístico, sem dúvida nenhuma. Ri bastante com alguns trechos, ainda me perguntando o que estava acontecendo, mas o humor é bem notório. A crítica presente foi bem feita, mas, de acordo com o desafio, não consegui achar o superpoder. Talvez na parte fantasiosa… enfim. 5, 6… Parabéns e… 7, 9… boa sorte!
Premissa inteligente, quase uma alegoria à Esperando Godot. A Paula foi brilhante em sua análise. Gostei do tom crítico satírico, mas o texto está comprometido pelo excesso de repetições. O quarto, quinto, sexto e sétimo parágrafos discorrem sobre a mesma coisa. Eu tiraria os quatro. Por mais pertinente politicamente que o texto seja, me pareceu prolixo, ficou chato. Peço desculpas, não me encantou. Mas vou relevar em pró da sátira política, que adoro.
Olá, Catarina! Ora se você tem conhecimento do “Esperando Godot”, não deveria ter estranhado, pois a ideia da cantilena, lenga-lenga e henhenhém, era essa mesmo, fazer o que os políticos estão habituados a fazer com o povo, ganhar na canseira. Torrar “saquear, roubar” a paciência, o bolso e a consciência da massa; e nas próximas eleições eles voltam lindos e faceiros, rindo na cara de todos. Isso é um poder imensurável, Você não acha! Mas muito grato pela lisonja ao conto mesmo não gostando.
Bom diaa, tudo bem?
Olha, sendo sincero, não gostei muito do conto. O desfecho é bo., e deu um “up”, mas achei a história bastante cansativa, e chegou um momento que eu só queria terminar logo. Desculpe ser tao direto, rsrs.
Acho que o conto, que tem uma boa premissa e potencial, poderia ser mais curto. Acabou ficando um pouco arrastado e repetitivo, pois as situações são parecidas e nao agregam nada de novo. Como o conto carece de personagens (trabalhando apenas com grupos), foi difícil criar vinculo com o texto. Nao sei, acabou ficando cansativo.
Existem alguns problemas gramaticais também, principalmente de concordância e uso de crase, que merecem uma atenção e revisão mais apurada.
Por outro lado, a metáfora é bem boa. Apesar de não ter sido um enigma, o desfecho agradou bastante. A eterna mania de esperar um salvador descer dos céus e mudar o mundo. Brasileiro, em especial, tem muito disso. No fim, só acaba ae decepcionando, como você bem retratou.
Enfim, é um conto com uma boa ideia e premissa, mas que acabou me cansando e nao me ganho. Sinto muito.
Ainda assim, parabena e boa sorte!
O ponto forte do conto é a angústia de um povo que aguarda um chefe salvador, mas que não sabe mais o que fazer para agradar o tal líder. Com humor e fazendo uso de situações que muito me lembraram Monty Python, o escritor conseguiu fazer uma sátira à eterna espera de um salvador, seja ele um justo ou um novo tirano. Achei somente a construção muito óbvia, a construção de um personagem envolvido com todos os grupos, dos mídias aos jovens, seria mais interessante e traria maior proximidade ao leitor. Fora isso, achei muito repetitivo e começo.
Parece mais um artigo de uma revista, uma longa narrativa glorificando um “chefe” que no final nem aparece para dar uma banana pro povo.
E pra que essas musiquinhas? Não vi nada aqui que me segurasse na leitura, desculpe a franqueza, mas é assim. Fiquei até esperando que no final descesse um extraterrestre e levasse todos com a desculpa do paraíso, mas seriam alimentos como se fossem gado. Mas isso é minha mente doida que inventou.
Parabéns e obrigada por escrever.
Olá, Autor(a),
Tudo bem?
Esperando Godot – de Samuel Beckett (1953) é um divisor de águas da dramaturgia mundial. A peça faz uma sátira ácida ao cotidiano, mostrando o quão absurdos podem ser nossos hábitos. O espetáculo, obviamente, estreou o gênero “Teatro do Absurdo”.
É interessante notar que, assim como em seu conto, durante a peça, os personagens aguardam a chegada de “Godot”, que nunca aparece. Assim, o tema da peça é a espera, ou melhor aquele ou aquilo que nunca chega. Para alguns críticos Godot seria Deus.
Mera coincidência?
Não. Creio que não. Seu conto é todo calcado nessa ideia. Uma distopia hiper-realista se é que podemos dizer isso.
Um povo que espera seu “Chefe”, o grande chefe, que por algum motivo me lembrou o “Grande Irmão” de “1984 – de George Orwell”. O que significa essa espera? Esse fanatismo? Esse endeusamento da grande autoridade? O povo tem fome. Quer comida, eletrodomésticos, conforto, educação. O povo quer esperança.
Esperança de um futuro melhor e mais digno, que só poderia vir das mãos de alguém que, de fato, não tem superpoderes, mas, que para esses cidadãos tem (ou teria). Afinal é ele quem manipula os desejos satisfeitos de todos.
Por outro lado, o grande líder talvez nem exista. Talvez seu Godot seja uma criação de um grupo detentor do poder e da vida de todos… Ops. Outra semelhança com nossas vidas, não é?
Seu texto brinca com camadas e traz até a lembrança de uma fábula. “O rei está nú”, jargão nosso conhecido de histórias infantis, mas tão pertinente ao mundo adulto. Mas, mesmo sem a leitura de tais camadas, a história funciona (acho) e causa o desconforto e o estranhamento típicos das distopias.
Eu gostei.
Parabéns.
Desejo-lhe sorte no desafio.
Beijos
Paula Giannini
Muito bem, grande Paula! É tudo isso e muito mais, que o diga nossas minguadas vidas cotidianas, a mercê desses falsos messias. Do qual esperamos apenas o mínimo, e eles nos dão o máximo de hipócritas promessas. No mais, estou por mais lisonjeado com suas citações ao conto. E parabéns pelo seu prêmio no concurso “Paulo Leminski”. Bjs!…
Obrigada, Estragon… E mais uma vez, parabéns pelo conto. 😉
Olá, entrecontista. Para este desafio me importa que o autor consiga escrever uma boa história enquanto adequada ao tema do certame. Significa dizer que, para além de estar dentro do tema, o conto tem que ser escrito em amplo domínio da língua portuguesa e em uma boa condução da narrativa. Espero que o meu comentário sirva como uma crítica construtiva. Boa sorte!
Acredito que não vai ser um conto que se destacará neste desafio, não por ser um conto ruim, mas por praticamente não tocar o tema. Claro, a mobilização a nível mundial imposta por um só indivíduo – que tal como é descrito pode ser mais do que simplesmente uma pessoa, até mesmo um Deus – só parece ser possível com algum tipo de intervenção que supere a natureza, como um super poder. E, claro, há também o fundo político do conto, satirizando a balburdia que acompanha as personalidades políticas. É algo que o autor fez muito bem, mesmo que de uma forma um tanto avassaladora, na qual o excesso de descrição me causou confusão. Sempre que eu pensava que algo aconteceria, mais coisas eram colocadas no cenário, criando uma grande multidão caótica e barulhenta na minha cabeça. Vem como revés e como sorte, pois, ao mesmo tempo que cria uma imagem bagunçada na mente do leitor, em que o cenário acaba sendo a própria trama, também faz uma ambientação fiel ao que de fato se vê nas ruas quando grandes figuras da política vêm. Portanto, é um bom conto, um bem engraçado até, que só careceu de direcionamento e aprofundamento na temática proposta no desafio.
Super poder: enganar e iludir grandes massas
Oi Estragon, seu texto me irritou um pouco, o que é bom, pois acredito que foi justamente essa a sua intensão… A estória é simples, o chefe disse que viria, todos foram vê-lo e no final ele não apareceu. Daria um miniconto, mas você alongou demais… Eu acho que entendi a sua crítica aos políticos e principalmente ao povo que se deixa fazer de besta, mas além da irritação pelas descrições em mínimos detalhes de todos que iam ver o chefe e de tudo que ia acontecer, seu texto não causou efeito algum em mim…
Precisa de uma revisão.. (Kardexista foi forte demais)
Boa sorte pra você!
Oi autor(a), tudo bem? Parabéns pelo conto.
Sinto muito, mas não entendi como isso se encaixa no “superpoderes”. Pessoalmente, não gostei muito. O autor parecia criticar a política, criticar o modo em que certas pessoas enxergam os políticos, como se fossem seus salvadores e tals, mas eu não gostei muito.
O autor foi inteligente em dar a expectativa de conhecer o grande chefe, o poderoso chefão (rs). E foi criativo o fato de que, no final de tudo, o chefe não aparecer. Se for mesmo uma crítica sobre os políticos, isso ficou muito bom: o povo confia no chefe (o político), mas no final ele sempre decepciona, há!
Eu pessoalmente não curti muito seu texto, mas foi bem escrito e tem potencial.
Mas, repetindo o que falei antes, não se encaixou no tema superpoderes.
Boa sorte e parabéns pelo seu texto).
Neste texto, o autor tem o SUPERPODER de instigar, de ir colocando fermento para inflar a expectativa do leitor de conhecer o Chefe. Autor danadinho! Trabalhou como um político. Promessa, expectativa, promessa, expectativa… Ao final, NADA ACONTECE. Interessante como trabalha com a ansiedade, com a paciência, com o conformismo. Mostra a verdadeira manipulação que brota da demagogia. Não foi esta a sua intenção, Estragon?! Viajei?!
Bom, o texto carece de revisão. Acho que ficou um pouquinho esticado.
Boa sorte!
Que o quê, Regina! Acertou na mosca! Como você falou, para não esticar mais e cair na politicagem, pela politicagem, parei por ali mesmo. Pois em verdade o chefe ia chegar com uns poderosos raios que estraçalhavam os diversos cofres públicos, como o da Petrobrás, Caixa etc, então ia ficar muito longo… Ks,ks,ks…
Acertei?! Putz! Sobre os políticos, como dizia Arlete Sales, “melhor não comentar”!!!!!!! Isso dá uma briga danada. Existe uma galera inflamada que ataca… Hoje, uma amigo criou uma frase muito legal: “Quem precisa ser agressivo para defender seu ponto de vista, pode estar certo que não está tão certo assim.”. Achei sensacional!!!! Abraços, Estragon!
Tenha a certeza disso! Seu amigo está muito certo. Pois, quem têm convicções de suas idéias, não as debatem, nem têm necessidade de defendê-las. A busca pelo debate é um impulso causado pela incerteza, pela necessidade de afirmação de algo a cerca do que não se tem muita convicção, é um impulso movido pela inquietação da dúvida.
Só por curiosidade; a palavra chefe foi escrita mais de 30 vezes! Além disso centenas de citações, versos, canções,provérbios, pensamentos, ditados, rezas, mantras e uma infinidade de coisas, uma preparação monumental para a vinda do chefe que não chegou. Achei um bom conto, embora a abordagem do tema seja muito pequena, ou sugestiva. Valeu pelo esforço do autor em escrever , e conceber, todas essas ideias.
Olá, Estragon.
Então, não notei muita adequação ao tema superpoderes. O enredo até cita essa criatura semidivina que seria o Chefe, mas não detalha muito bem que poderes ele teria, qual a sua natureza, etc. Entendi a referência ao “Esperando Godot” e a crítica à política e ao populismo, mas… O enredo não me empolgou.
Quanto à parte técnica, faltou um pouco de esmero e houve mesmo alguns erros de grafia: kardexistas, por exemplo. “Budas” não é o mesmo que budistas ou monges budistas, ficou parecendo certa falta de pesquisa quanto a religiões alheias.
Abraço e boa sorte no desafio!
Enfim um conto que trata do legítimo poder, não o poder sensorial da mente humana, mas o poder real dos demagogos. Estes que usurpam as fraquezas das massas. E que no fundo, no fundo não tem poderes nenhum, apenas o poder das manobras ardilosas para a usurpação do povo que nele acreditou.
Que bela homenagem a Beckett (o conto funciona muito melhor se o leitor conhecer Esperando Godot). A escrita é curiosa, mas eu saquei de cara que o chefe era uma espécie de divindade inexistente/projeção das pessoas desesperadas por um pai, um chefe qualquer coisa. Realmente, não sei se o texto se adequá tão bem ao desafio, mas isso não irá interferir na nota. E se o galho da árvore quebrar? Genial autor. Parabéns e boa sorte no desafio
Maldito teclado de celular – ignore aquele acento terrível em adequa, autor.
Caro(a) autor(a),
Quem era o Chefe? Deus? Um Deus? Se for, tem superpoder, então, mesmo não presente, é omnipresente, e está no tema. Contudo, foge um pouco do que o desafio se propõe, na minha humilde opinião, apesar de não se precisar da presença para crer em seu poder. Os mistérios da fé. Esse clima de final dos tempos, de redenção de tudo, não sei, não aponta para um objetivo específico. É claro, não se precisa de um para iniciar o final dos tempos, mas não creio também que receberíamos um telegrama avisando. O roteiro se esvazia aos poucos antes do final. E o final, broxando as expectativas, com a mensagem política, meio que, sei lá. Mas gostei do discurso corrido e das referências. As frases, partes de música… E Godot é um programa de jogo ou algo do tipo. Mas enfim… A trama se desmonta no final e tudo se esgota. Esse eu vou reler. Talvez daqui uns dias tenha nova visão de tudo.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Pontos positivos: boa descrição da ansiedade e sentimento de espera por parte da população. Não tive problemas com a leitura.
Pontos negativos: foco exclusivo na espera pelo personagem e, claro, não parece ter existido um superpoder envolvido.
Impressões pessoais: um bom texto, mas que não conta muita coisa. Se inserido em algo maior, talvez tivesse maior significado.
Sugestões pertinentes: um recorte no texto mostrando a visão do “chefe” sobre o sentimento que despertava no povo seria interessante.
E assim por diante: é divertido e traz a questão política vivida no país nos últimos anos, onde fumaça e espetáculo hipnotizaram a muitos enquanto o saque era geral.
Parabéns !
Caro Estragon,
Uma longa sátira que busca desnudar o populismo, o messianismo etc e tal.
Ela serviria bem à chegada do papa ou do Lula (e outros, se dermos a ela uma perspectiva histórica), tanto faz, salvo pelos aparelhos eletrodomésticos e brinquedos de plástico, se só.
Tem um clima de apoteose, de fim de mundo. Me lembrou também, um pouco, quando nos comícios contra o Golpe de 1964, ficávamos diante do palco esperando pra saber se viria nos falar o FHC, o Mário Covas, se Osmar Santos seria o locutor das diretas e se a Fafá de Belém cantaria o hino nacional. Não é pra rir, é pra chorar.
Me lembrou também El Baño del Papa (O Banheiro do Papa, no Brasil), onde uma cidadezinha no Uruguai se prepara para receber a chegada do papa João Paulo II e o papa não aparece, levando à falência todos aqueles que gastaram suas economias preparando coisas pra vender aos turistas brasileiros que iriam até lá, exata e unicamente para ver o papa. Como no filme também o papa não aparece, ficou o mesmo gosto.
Bem, voltando ao conto, acho que o tom passou um pouco. Eu já havia compreendido a intenção e mesmo assim o conto não terminou, foi se alongando com uma enorme proliferação de minúcias.
Achei que o dito cidadão (do qual nem o nome falo) acabaria por aparecer num ato apoteótico e algum menino o diria nu, mas não.
Boa sorte com o certame.
Desculpe, mas não curti nem a escrita, nem a história e também não vi superpoderes aí.
Pensei que seria um sátira política (bom, na verdade é) mais escrachada, anti-PT, com o Lula se materializando na figura do Chefe, usando o poder de manipular a multidão, ou algo assim. Mas o conto se perdeu numa narrativa sem foco, com listas intermináveis de pessoas aguardando e suas musiquinhas, que apesar de ficarem engraçadas em certas partes (eu no “tomar no cu”), não mostraram muito a que vieram.
O anti-clímax final não surtiu efeito, pois tudo que veio antes falhou em criar expectativa pela chegada do Chefe.
A parte técnica também deixou a desejar, o texto carece de uma boa revisão.
Abraço!
* eu ri no “tomar no cu”
(putz… essa frase isolada ficou esquisita rsrs)
Que infeliz acidente KKKKKKKKKKK