EntreContos

Detox Literário.

Couve sorridente (Antonio Stegues)

Transilvânia, 1898

Um homem a cavalo seguia lentamente por uma estrada, nas montanhas dos Cárpatos. O cavaleiro dormitava, tanto quanto a montaria, esta, seguindo o rumo por instinto. Então, eis que, quando de repente, encontraram uma figura estranha na margem do caminho.

O cavalo relinchou, alertando o cavaleiro que ergueu a cabeça, olhando para o homem. Sentado debaixo de uma laranjeira, o sujeito comia uma laranja. Nada de estranho isso, mas sim, a sua vestimenta. Ele usava óculos escuros, luvas e um casacão que o cobria das orelhas até a ponta dos pés.

O viajante saudou-o:

– Bom dia, meu bom senhor! Acho que me perdi pelo caminho. Poderia me dizer se essa estrada me leva ao castelo do conde Drácula?

O sujeito meneou a cabeça e respondeu: – Estou de férias e resolvi não ajudar ninguém.

Estranhando a resposta grosseira do estranho, o cavaleiro fez o cavalo prosseguir.

– Da próxima vez, preste mais atenção nas placas de sinalização, Abraham Van Helsing.

Ao ouvir seu nome, Helsing puxou as rédeas do animal.

– Nós nos conhecemos?

– Conheço você, conheço todo mundo. Sei de tudo e de todos.

– O senhor é vidente? Lê pensamentos?

– Não exatamente como você pensa.

– Mágico? Profeta?

– Muito mais do que isso – respondeu o homem com um leve sorriso.

– Como se chama?

– Zeus.

– Deus?

– Não! Zeus, Abraão trocou o Z pelo D. Zeus, o Abstrato, mas pode me chamar de Ze ou Zé, tanto faz.

Zé tirou uma palha do bolso da camisa, colocou o fumo e enrolou com cuidado, umedecendo a borda com a ponta da língua. Com o cigarro entre os dedos, acendeu-o com um isqueiro. Ele tragou a fumaça como se esperasse algo prazeroso, mas logo se ergueu e começou a tossir como se fosse botar os pulmões pela boca. Acalmando-se, jogou o cigarro no chão e esmagou com a botina.

– Merda! Eu nunca me acostumo com isso!

– O senhor sabe mais alguma coisa sobre a minha vida?

Zé voltou a sentar-se, suspirando.

– É claro! Teu pai se chama Bram Stoker e tua mãe, Florence Helsing. Você não gostava de estudar e teu pai ameaçou te internar num colégio de padres, então, você se esforçou, estudou e resolveu ser médico. Na faculdade se apaixonou por uma moça chamada Lucy Westenra e como não era correspondido, deixou a faculdade de medicina para ser jornalista com a intenção de ser correspondente de guerra no Oriente Médio, com a esperança de lá morrer por uma lança árabe. Por fim, você achou que não valia à pena se suicidar por amor e se tornou um caçador de vampiros, quando soube que Lucy havia sido mordida por uma dessas criaturas da noite. Acertei?

Zé, o Adivinho.

Abraham Van Helsing espichou o lábio inferior e sacudiu a cabeça, concordando.

– O senhor pode me dizer alguma coisa sobre o meu futuro?

– O teu destino é traçado de acordo com alguns eventos aleatórios normal no sistema em que você vive, alguns deles você pode controlar através de decisões corretas, visando um futuro melhor.

– E como vou saber quais são as decisões corretas?

– Siga a Lei de Murphy!

Zé, o Lógico.

– Meu horóscopo diz que…

– Baboseiras! Fico espantado quando me deparo com alguém em pleno século dezenove, ainda acreditando que os planetas dirigem sua vida! Que a Terra é redonda!

Helsing procurou ignorar aquela reprimenda.

– Dizem que mundo vai acabar um dia. Pode me dizer quando isso vai acontecer?

– Precisa uma catástrofe acontecer para depurar a humanidade?

O tom de voz de Zé foi duro e Van Helsing ficou a pensar se aquela pergunta era hipotética ou uma advertência.  Resolveu mudar de assunto.

– Existe vida fora da Terra?

Zé ergueu a cabeça, espichou o braço pegou outra laranja do galho mais baixo e começou a descascá-la com o canivete.

– Você existe, não existe? – respondeu ele.

– Sim, claro! Mas, não entendi! …

– Conhece a piada da minhoca?

– Não.

– Duas minhocas conversavam, disse uma: – Ouvi dizer que existe vida fora da terra. A outra respondeu: – Só pode ser vermes com duas cabeças!

Zé começou a rir, ria tanto que ficou vermelho, parecia que ia explodir.

Abraham não achou nada engraçado, mas riu da mesma forma só para agradá-lo.

Zé se acalmou e passou a comer a laranja.

Enquanto ele comia, Van Helsing ficou a pensar no significado daquela parábola, mas logo desistiu. Resolveu fazer outra pergunta.

– Sempre me preocupei com meus atos aqui na Terra e com meu futuro na eternidade. Quando eu morrer irei para o paraíso?

Zé curvou-se e começou a se sacudir, parecia rir, mas fez gestos estranhos até que Abraham entendeu. Pulou da montaria e com a mão aberta bateu forte nas costas dele. O homem havia se engasgado. Cuspiu o bagaço da laranja, respirou fundo e relaxou, embora o rosto continuasse avermelhado.

Zé, o Imperfeito.

– Estou te dando à oportunidade de fazer perguntas importantes e você me vem com asneiras!  – disse ele de mau humor.

Para não o aborrecer mais, Abraham procurou mudar de assunto. – Bem, vejo que o senhor sabe de tudo, gostaria de saber se têm outros poderes. Poderia fazer alguma coisa sobrenatural?  Fazer aquela vaca no campo voar, por exemplo.

– Como já disse, estou de férias, não farei mágicas nem milagres, e também por questões de extraterritorialidade.

Zé, o submisso.

– Extraterra….extratel…não deu!

– Você já me fez muitas perguntas. Não vou responder a mais nenhuma.

– Isso não é justo! Faz dias que estou viajando. Estou cansado!

– E eu queco?

– Queco?

– E eu quecom isso? -após uma pausa, disse: – Está bem! Vou lhe dar a chance de responder a sua última pergunta se você resolver um enigma. É muito fácil!

– Manda, seja o que Zeus quiser!

– O que é que, de manhã anda com quatro pés, meio dia anda com dois e à tarde com três?

Zé, a Esfinge.

– Essa é muito fácil! É o meu vizinho o doutor Frankenstein, ontem ele saiu de manhã com a carroça, meio dia voltou a pé, porque quebrou uma roda, no caminho machucou o pé e voltou para casa à tarde, de bengala.

Zé olhou-o, admirado por tamanha ignorância. Ergueu-se e disse:

– Faça a sua pergunta, preciso ir.

Abraham não levou muito tempo para pensar.

– Está bem. Como faço para chegar ao castelo do conde Drácula?

Zé apontou com o dedo. – Siga por aquela trilha.

Abraham olhou na direção indicada e quando se voltou, viu apenas os óculos, as luvas e o casacão estirados no chão. Zé havia sumido.                                      Acima da copa das árvores, soou um bater de asas.

                                                  x-x-x

Inglaterra, 1899

Carregando uma maleta, Van Helsing parou em frente ao casarão no alto do morro. O lugar se chamava Wuthering Heights. Quando ele chegou ao castelo de Drácula, na Transilvânia, o vampiro já havia fugido para a Inglaterra. Seguindo a pista dele, descobriu que ele havia alugado aquela casa no Morro dos Ventos Uivantes, em Yorkshire, de propriedade de Emily Brontë.

Era de madrugada, o dia estava para nascer. Van Helsing colocou a maleta no chão, abriu e pegou seus apetrechos, ou por outra, suas armas para enfrentar o vampiro. Àquela hora, Drácula estava se deitando em seu sarcófago para se esconder da luz do dia. Antes de entrar na casa, Van Helsing foi atrás de um arbusto, esvaziar a bexiga (Personagens de ficção também tem suas necessidades fisiológicas, né?).

Aliviado por um lado e tenso por outro, Van Helsing dirigiu-se para a porta da frente e enfiando um arame pelo buraco da fechadura, abriu o trinco. Entrou, procurando não fazer ruído, para não acordar Renfield, o servo de Drácula. Mas, as tábuas rangiam a cada passo que dava. Rec! Rec! Ele tirou os sapatos, um passo, outro, porém, o barulho parecia ter ficado mais alto. Pisou na ponta do pé e o ruído aconteceu da mesma forma. Foi então que ele descobriu que era um papagaio num poleiro, fazendo aqueles rangidos a cada passo que ele dava. Helsing teve que enrolar uma fita adesiva no bico da ave.

Logo depois ele estava no porão. Abriu o caixão de Drácula e enrolou uma fieira de dentes de alho no pescoço dele, depois jogou água benta por cima, cravou três estacas no peito e prendeu-o com correntes. Mesmo assim, Drácula abriu os olhos e ficou indignado.

– Quem se atreve a me acordar a essa hora? Ah! Só podia ser você, Helsing! Pensei que tinha desistido!

– Pois, você se enganou seu morcego fedorento! Se enganou também, quando disse que eu gostava de Lucy, quando na verdade era de Mina Murray, mas ela se casou com Jonathan Harker e me suicidei casando com a filha do doutor Jekill e fui idiota quando pensei em convidar senhor Hide para padrinho.

Drácula riu.- Enganei você fingindo ser o Todo Poderoso.

– Claro que eu sabia que era você, seu tonto! Eu estava tirando sarro da tua cara, pois sabia que, se tentava te pegar, tu irias se transformar em morcego e fugir. Quem mais iria usar capote num dia claro na Transilvânia?  Até o leitor já sabia! Você pensou que me enganava quando apontou para a estrada da esquerda.

– Eu sabia que você iria pensar que eu pensava em te enganar apontando para a esquerda, quando na verdade era para a esquerda mesmo!

– Pois foi por ali que eu fui, seu burro!

– Burro, se eu ficasse no castelo.

– Chega de papo-furado, morre logo!

– Renfield me ajuda!  Renfield, seu inútil, onde você está?

Van Helsing agiu rápido, arrastou o vampiro para fora, prendeu-o no portão de ferro e esperou pelo amanhecer. Não demorou muito tempo o sol nasceu e o vampiro inflamou-se e foi consumido em chamas. Só restou as cinzas e a dentadura postiça dele. Ninguém sabia que ele não tinha mais dentes. De tanto morder pessoas diabéticas, Drácula estragou os dentes e precisou usar dentadura postiça. Satisfeito com o dever cumprido, Van Helsing tomou a carruagem e foi embora.

Quando Renfield acordou, no seu catre no sótão, desceu para comprar uma pizza de formigas e grilos à bolonhesa. Encontrando a dentadura, as cinzas, o alho, as estacas e as correntes, no portão, percebeu logo o que tinha ocorrido. Lamentou-se pela morte do amo e como seu servo fiel e dedicado, recolheu as cinzas num vaso para ser levado para a Transilvânia. Mas, antes de chegar ao porto para pegar o navio, o servo do vampiro mais famoso do mundo, pisou num cocô de cachorro, escorregou, perdeu o equilíbrio, caiu rolando pelo barranco e despencou no convés de um dos navios ancorados no píer. Acordou no Brasil, onde mudou de profissão, de mordomo de vampiro passou a ser deputado federal.  O vaso ficou lá, na beira da estrada. Filomena, uma senhora viúva de 91 anos, passando por ali e encontrando o vaso sem dono, pegou e o levou para casa.  Colocou terra dentro e plantou uma semente que ela tinha guardado pensando ser de girassol.

Dali a alguns dias, em vez de girassol, nasceu uma Dioneia. Filomena não conhecia aquele tipo de flor, mas ficou encantada com os dois dentinhos que ela tinha na boca. Um dia, ao regar a plantinha, a Dioneia picou a mão dela e ficou chupando o sangue. A velhinha achou engraçado aquilo e todas as manhãs, em vez de regar a flor com água, ela passou a dar o dedo para a planta sugar o sangue. Não levou muito tempo, a pobre velhinha acabou morrendo de anemia. Por falta de alimento, a Dioneia também faleceu.

Filomena foi sepultada. O vaso alguém levou e plantou uma semente. Dias depois, nasceu uma couve com dentadura.

 

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27 comentários em “Couve sorridente (Antonio Stegues)

  1. Amanda Gomez
    31 de agosto de 2017

    Olá,

    Gostei da atmosfera do conto, ambientação, descrição e, claro, os personagens. Há uma linha cronológica pra se entender os fatos, o que está acontecendo… as referências estão ai também.

    Gostei dos diálogos, da cena em si… quando passou para o castelo alugado (k essa parte foi criativa) eu fiquei meio confusa, mas logo retomei o entendimento.

    Quando chega nos momentos finais, o autor corre uma maratona, e vários acontecimentos surgem, um atrás do outro, dá uma animada, mesmo sendo apressado, gostei disso, não ri, mas me divertir lendo, é o que importa né?

    Não posso avaliar o seu conto, mas acho que ele poderia ter ido a final, sim.

    Parabéns!

  2. Catarina Cunha
    29 de agosto de 2017

    8,4

  3. Catarina
    24 de agosto de 2017

    Temos aqui o maior conto de menos de 2000 palavras. Fui até conferir, achei que tinha umas 4000. A narrativa não é de uma comédia e sim de um leve humor negro. Embora bem escrito e com referências interessantes.

    Auge: “De tanto morder pessoas diabéticas, Drácula estragou os dentes e precisou usar dentadura postiça.” – Revelação do milênio!

    Sugestão:

    Desenvolver 3 histórias distintas partindo da mesma premissa.

  4. Fernando.
    21 de agosto de 2017

    Gostei do seu conto, legal a sua história me trazendo o ambiente da Transilvânia aqui para o desafio. Achei que ficou uma pegada legal. Talvez merecesse ser um pouco enxugado. Tem umas partes que achei um tanto encompridadas e acho que menores teriam provocado maior efeito de humor. Mas trata-se somente da opinião de quem sabe pouco das comédias. Também senti que seria legal você dar uma última olhada no conto e fazer uns pequenos acertos aqui e ali. Grande abraço.

  5. Luis Guilherme
    20 de agosto de 2017

    Boa noiteee. td bão?

    Olha, a história tem alguns pontos altos, mas em geral não me ganhou.

    Gostei das várias referências clássicas. O enredo começa legal, e fiquei me perguntando que diabos a couve tinha com o resto.

    A história tem um certo humor interessante, mas achei que em alguns momentos foi um pouco forçado. Se tinha mantido apenas o clima de humor que a situação apresentava, acho que ficaria melhor. Por exemplo, achei meio boba a parte em que o personagem vai mijar, bem como a referência aos leitores.

    Acho que essas tiradas não casaram bem com o restante, que era mais baseado num humor natural. Sei lá, opinião pessoal.

    O texto tem alguns probleminhas de pontuação, tem partes em que o texto ficou meio travado.

    O desfecho é o ponto alto. Gostei das “plantas vampiras”. Acho que esse poderia ser o foco do conto, pois é a parte inovadora. Talvez se você tivesse dedicado menos tempo ao restante e mais tempo a isso, tivesse saído ainda melhor.

    Mas claro, é opinião pessoal e o conto é seu, não vou ficar dando palpite de como deveria ter escrito.

    Enfim, é um conto com potencial, mas que achei que poderia ter sido melhor executado. Mesmo assim, um bom trabalho!

    Parabéns e boa sorte!

  6. Cilas Medi
    19 de agosto de 2017

    Olá Horinando,
    Inicialmente o pseudônimo, criativo.
    “”Foi então que ele descobriu que era um papagaio num poleiro, fazendo aqueles rangidos a cada passo que ele dava. Helsing teve que enrolar uma fita adesiva no bico da ave.”” Uma frase de um parágrafo de ações hilária.
    Uma maravilhosa narrativa, cheia de nuances e referências para uma divertida comédia de terror, mais do que válida para o desafio. No final, a surpresa complementa a criatividade. Parabéns!

  7. André Felipe
    18 de agosto de 2017

    Estou lendo os contos pela ordem e até agora achei o seu o mais engraçado. Tem umas sacadas de diálogo muitos bem feitas. Principalmente quando não usava de uma piada preexistente, destas não precisava mesmo. Achei criativo porque por mais que os personagens já existissem, você os deu uma nova cara. Eu gostei de todas as situações inusitadas em separado. Junto eu acho que não funcionou muito bem. As que foram acrescentadas no final não surtiram efeito que pretendia, pra mim. A ideia do título se justificar no final foi boa, mas o timing já tinha se comprometido. Mas como falei, separado, tudo funcionou e é realmente engraçado. Parabéns, Horinando.

  8. Rafael Luiz
    17 de agosto de 2017

    Muito difícil acompanhar o conto e a mente do autor. A história cria e se desfaz de personagens numa velocidade inacreditável. Os diálogos me pareceram inúteis em grande parte, e a mitologia um tanto quanto embaralhada, sem qualquer explicação. A adequação ao tema foi fraca, pois não vi muita comicidade no conto e as situações me pareceram bastante jogadas. A originalidade é o melhor ponto, mas fica sufocada no meio dos problemas.

  9. Daniel Reis
    17 de agosto de 2017

    Prezado (a) Horinando (tá aliviado, agora?):
    Segue a avaliação do seu conto, em escala 5 estrelas:
    TEOR DE HUMOR: **
    A paródia é um dos caminhos do humor. Foi essa escolha do autor, mas uma escolha conservadora, a meu ver, pois acho que dentro da proposta mais anárquica, poderia ter inserido outros elementos (até da mesma época).
    PREMISSA: **1/2
    O caçador de vampiros encontra-se com Zeus/Esfinge/Drácula – percebe-se que o autor tem bastante erudição pelas referências.
    TÉCNICA: ***1/2
    A escrita é boa e conduz o leitor até a conclusão da história, que a meu ver ficou um tanto precipitada. Parece uma ideia que surgiu aos 45 minutos do segundo tempo de escrita.
    EFEITO GERAL: **1/2
    Um dos risco de escolher a sátira ou paródia é ter que contar com a referência antecedente para a compreensão do assunto. O autor escolheu um caminho bastante conhecido, ainda que a meu ver poderia ser mais arrojado – quando li, pensei nos textos de Campos de Carvalho. Um abraço.

  10. Marco Aurélio Saraiva
    17 de agosto de 2017

    Hahahahaha! Eu havia esquecido que também poderia me deparar com comédias nonsense!

    Você mandou muito bem. Não exagerou no nonsense (existe isso, de não exagerar em algo que, por natureza, não tem sentido?), conseguiu, de alguma forma, exibir ordem em toda a desordem que é o conto.

    E que desordem engraçada!

    O conto é uma mistura de comédia galhofa com nonsense inglês, referências aos clássicos e seus autores, e paródia com a própria história do nosso mundo. O drácula foi muito bem encarnado no seu fingimento como zeus, e Van Helsing também foi muito divertido de acompanhar, especialmente no seu diálogo final com o Drácula. O dilema de seguir a estrada da esquerda ou da direita foi sensacional!

    Também morri de rir na cena em que o Drácula se engasga com a laranja!

    O conto só precisa de uma boa revisão. Sua nota seria altíssima se o português estivesse correto. Infelizmente, a ocorrência de erros no texto foi maior do que eu poderia ignorar, então sua nota acabou caindo um pouco. Segue alguns exemplos:

    “Então, eis que, quando de repente, encontraram uma figura estranha na margem do caminho.” – eis que, quando de repente… o seria um dos dois, apenas. Ou “eis que”, ou “quando de repente”.

    “Nada de estranho isso, mas sim, a sua vestimenta.” – A frase não faz muito sentido. O melhor seria “Nada de estranho nisso. Sua vestimenta, por outro lado…

    “O teu destino é traçado de acordo com alguns eventos aleatórios normal no sistema em que você vive…” – normais.

    ” Estou te dando à oportunidade…” – crase não deveria existir.

    “…gostaria de saber se têm outros poderes…” – acento circunflexo não deveria existir aqui.

    Existem outros erros, mas estes foram o que eu anotei (quando vi outros, resolvi apenas continuar a leitura).

    Enfim… fio um excelente conto, que me fez rir MUITO. Uma pena precisar de uma revisãozinha… mas mesmo assim, excelente besteirol! (rs rs rs rs).

    NOTA: É o primeiro “besteirol culto” que leio, fazendo viadas nonsense enquanto referencia clássicos da literatura, rs rs rs.

  11. Paulo Luís
    15 de agosto de 2017

    Muito bom! Um enredo bem composto, criativo e sem perder o ritmo; desenvolve a trama com maestria; atendendo perfeitamente o tema comédia. Nota 8

  12. M. A. Thompson
    15 de agosto de 2017

    Olá Horinando Numuro e o conto Couve Sorridente.

    Antes de qualquer coisa a imagem foi a melhor do desafio. Parabéns por isso.

    Preciso te dizer que iniciei a leitura com um pé atrás:

    “Transilvânia, 1898”

    Remete a conto de terror, não comédia, e fazer comédia com o terror clássico para mim é um sacrilégio.

    Para piorar você começa um diálogo entre Deus (que depois sabemos ser o Drácula travestido) e Van Helsing. Pode até ser um bom conto, mas como eu antecipei, não gosto que mexam com os clássicos. E ao fazer essa mistureba de vampiro com “Deus” só aumentou minha rejeição. Aliás, com Deus só não. O conto tem um excesso de referências a nomes e personagens de outros contos que acabam poluindo o texto. Tem muita gente no conto, não tem conflito, não tem clímax.

    Entenda que é um gosto muito pessoal.

    No que diz respeito a redação está boa, diálogos bem resolvidos, embora você use a metade do texto no primeiro diálogo tentando fazer comédia tenha sido sofrível de ler.

    E me parece que o javali não o abandonou:

    “[…] viu apenas os óculos, as luvas e o casacão estirados no chão. Zé havia sumido.”

    Não remete ao desafio anterior?

    Teve uma explicação desnecessária na segunda parte:

    (Personagens de ficção também tem suas necessidades fisiológicas, né?).

    E para coroar um final incoerente, sem pé e nem cabeça e com uma vírgula indevida:

    “Filomena foi sepultada. O vaso alguém levou e plantou uma semente. Dias depois, nasceu uma couve com dentadura.”

    Em suma, um conto confuso que me desagradou desde a primeira linha pelos motivos já expostos. Não é comédia. É uma paródia mal resolvida e terminou daquele jeito, com uma couve com dentadura, esquecendo que dentadura por ser um objeto não poderia “nascer” com a couve.

    Abs e boa sorte no desafio.

    • Antonio Stegues Batista
      2 de setembro de 2017

      Cada um tem seu gosto particular. Quanto a dentadura, lembra que ela estava com as cinzas dentro do vaso?

  13. Priscila Pereira
    14 de agosto de 2017

    Oi Horinando. Vamos avaliar o seu conto?
    Participação: Parabéns! – 02
    Revisão: Notei algumas coisinhas, nada grave que comprometa o texto. -1,5
    Coerência:Olha, com certeza você estava sob a influência de algum alucinógeno quando escreveu isso, não foi?? Pode contar… kkk mesmo sendo sem pé nem cabeça, consegui entender. Então ponto pra você!! – 02
    Adequação ao tema: o texto está completamente nonsense, mas não engraçado, pelo menos pra mim, desculpe… mas está bem humorado. – 01
    Gosto pessoal: Gostei e não gostei. – 01
    Total: 7,5
    Boa sorte!!

  14. Fil Felix
    12 de agosto de 2017

    Um conto que atira para todos os lados. Foi essa a sensação que tive. Há uma piada em todos os momentos, mas nem todas funcionam, ou são propícios. Por exemplo, fazer alusão ao Chapolim não foi legal. Depois ao Chavez? Na mesma sequência, achei um pouco forçado e totalmente fora do texto. Entendi que escolheu a coisa dos vampiros para que a situação final rendesse, com a planta e a dentadura, que achei engraçado, mas na primeira parte inteira a presença do Van Helsing parece avulsa. Poderia ser qualquer um ali, passando pela estrada, numa situação “Edipo Reiniana”, trazendo o adivinho/ esfinge.

    Um outro ponto que não entendi foi a presença de isqueiro e fita adesiva, meio contrastando com a ambientação. Entendi que o ritmo pendeu para a comédia de absurdos, mas faltou mais situações assim pra se sustentar. No geral, acho que poderia limar muitas das referências, que na verdade são frases prontas (como o “e eu com isso”), focar em situações mais inusitadas. O clima pode continuar de Chapolim, como o papagaio, mas não tão evidente.

  15. Juliana Calafange
    12 de agosto de 2017

    É muito difícil fazer rir. Ainda mais escrevendo. Eu mesma me considero uma ótima contadora de piadas, mas me peguei na maior saia justa ao tentar escrever um conto de comédia para este desafio. É a diferença entre a oralidade e a escrita. Além disso, o humor é uma coisa muito relativa, diferente pra cada um. O que me faz rir, pode não ter a menor graça para outra pessoa. Assim, eu procurei avaliar os contos levando em consideração, não necessariamente o que me fez rir, e sim alguns aspectos básicos do texto de comédia: o conto apresenta situações e/ou personagens engraçadas? A premissa da história é engraçada? Na linguagem e/ou no estilo predomina a comicidade? Espero não ofender ninguém com nenhum comentário, lembrando que a proposta do EC é sempre a de construir, trocar, experimentar, errar e acertar! Então, lá vai:
    Muito bom seu conto, Horinando Numuro! Só mesmo um descendente de japonês pra ter uma ideia maluca dessas! Rsrsrs Eu dei algumas risadas ao longo da história. Quando as cinzas do ‘coisa ruim’ chegaram ao Brasil, eu achei que vc ia mandá-las pra Brasília, mais precisamente para o Palácio Alvorada, mas gostei muito mais do final que você deu. Muito divertido e bem humorado! Só precisa de uma revisão, pois tem muitos erros de ortografia e gramática e isso sempre atrapalha a leitura. Fora isso, parabéns e boa sorte!

  16. Evandro Furtado
    11 de agosto de 2017

    Olá, caro(a) autor(a)

    Vou tentar explicar como será meu método de avaliação para esse desafio. Dos dez pontos, eu confiro 2,5 para três categorias: elementos de gênero, conteúdo e forma. No primeiro, eu considero o gênero literário adotado e como você se apropriou de elementos inerentes e alheios a ele, de forma a compor seu texto. O conteúdo se refere ao cerne do conto, o que você trabalha nele, qual é o tema trabalhado. Na forma eu avalio conceitos linguísticos e estéticos. Em cada categoria, você começa com 2 pontos e vai ganhando ou perdendo a partir da leitura. Assim, são seis pontos com os quais você começa, e, a não ser que seu texto tenha problemas que considero que possam prejudicar o resultado, vai ficar com eles até o final. É claro que, uma das categorias pode se destacar positivamente de tal forma que ela pode “roubar” pontos de outras e aumentar sua nota final. Como eu sou bonzinho, o reverso não acontece. Mas, você me pergunta: não tá faltando 2,5 pontos aí? Sim. E esses dois eu atribuo para aquele “feeling” final, a forma como eu vejo o texto ao fim da leitura. Nos comentários, eu apontarei apenas problemas e virtudes, assim, se não comentar alguma categoria, significa que ela ficou naquela média dos dois pontos, ok?

    Cara, é muita droga que a pessoa tá usando. O conto chega no final e vira uma loucura. Hilário, no entanto. Couve com dentadura? Acho que você apostou no inesperado e acertou em cheio. É natural que se leia o conto e se pegue pensando: Que porra é essa? E depois racha-se o bico. Quer saber? Mesmo o que eu estou falando parece não fazer sentido. Talvez seja loucura por osmose, sei lá.

  17. Rsollberg
    10 de agosto de 2017

    haha

    Então, o mérito deste conto são inúmeras retências que combinaram legal com toda a narrativa. É uma esquete alongada com algumas situações inusitadas.
    Personagens de terror sempre servem bem ao humor.

    Em algumas partes não curti muito pois o autor escolheu o caminho mais fácil das piadas prontas, bem como as advertências ao leitor, que no meu entendimento não funcionaram bem.

    O final perde o ritmo e não consegue sustentar a expectativa da história. A última piada infelizmente, imagem criada, não funcionou pra mim.

    Parabéns

  18. Bar Mitzvá
    9 de agosto de 2017

    Pela descrição do personagem na estrada, eu pensei: O que o Neo (Matrix) está fazendo em meio ao caminho do castelo do conde Dracula? kkkk

    As situações descritas no conto são tão absurdas, que não teve como segurar a risada. Os diálogos, de tão improváveis, parecem saídos daquelas redublagens bizarras que existem aos montes no YouTube. Um pouquinho mais de conflito, talvez, teria dado um ritmo a mais na perseguição de van Hellsing.

    Eu penso que daria para trocar “laranja” por “fruta” no segundo parágrafo, apenas para não ter as palavras “laranjeira” e “laranja” tão próximas uma da outra.
    Drácula usa a segunda pessoa do singular, mas vez em qnd, da uma escapada pra terceira… não me pareceu que isso foi um recurso, e sim um deslize.
    Em “eventos aleatórios normal”, faltou uma concordância aí.

    Para mim, o conto poderia ter acabado ali na morte do Drácula. Não que eu não tenha apreciado o humor dos eventos nonsense que se seguiram.

  19. Victor Finkler Lachowski
    9 de agosto de 2017

    Muito jocoso seu conto meu(inha) caro(a) autor(a).
    Divertido, leve e sarcástico, essas são as palavras que definem seu conto, leitura agradável e que prende o leitor. Colocar vários personagens do terro clássico num conto de comédia caiu muito bem. Gostei de várias piadas e tiradas imprevisíveis do conto, como os personagens terem noção de sua ficcionalidade.
    Apenas cuidado com os erros de gramática e repetições de palavras, cansam a leitura, alguns erros são bem notáveis. Cuidado com isso, no meu primeiro conto aqui eu cometi muitos erros gramaticais e com isso aprendi bastante com os outros escritores.
    Boa sorte no desafio e obrigado pela leitura prazerosa,
    Abraços.

  20. Rubem Cabral
    8 de agosto de 2017

    Olá, Horinando Numuro.

    O conto foi divertido, por ser muito maluco e misturar montes de referências. Contudo, o ritmo ficou meio capenga. Por exemplo, o final está muito corrido enquanto a conversa entre Van Helsing e o estranho que se apresentou como Zeus alongou-se demais.

    A escrita está boa, embora haja alguns acertos a fazer, feito em “– O teu destino é traçado de acordo com alguns eventos aleatórios normal no sistema em que você vive, alguns deles você pode controlar através de decisões corretas, visando um futuro melhor.”.

    Em função do ritmo irregular, o conto não cumpriu bem o seu potencial.

    Abraços e boa sorte no desafio.

  21. Vitor De Lerbo
    7 de agosto de 2017

    Gosto de histórias que utilizam elementos reais ou personagens fictícias que já habitam o subconsciente coletivo a tempos.

    Porém, essa história não me cativou, creio que pelo exagero nas tentativas de fazer rir. Sei que o exagero é uma das armas da comédia, mas aqui ele não me pareceu bem utilizado. Algumas piadas claramente não têm função na trama e, no meu caso, também não conseguiram gerar riso. Alguns erros de português também atrapalham.

    Boa sorte!

  22. Lucas Maziero
    6 de agosto de 2017

    Um conto bacana. O começo, porém, não teve graça alguma. Só lá pelas tantas fiquei mais interessado, principalmente pela reviravolta extravagante (e aqui, com o tema comédia, extravagante é um super ponto positivo). Apesar de tudo, o que mais ganhou o conto foi o personagem de Renfield.

    Opinião geral: Gostei.
    Gramática: Bem escrito, com alguns pequenos erros de fácil correção.
    Narrativa: Um estilo gostoso de ler.
    Criatividade: Uma ideia e tanto, diria supimpa!
    Comédia: A graça, como mencionado, apareceu depois da metade do conto, com a ideia mirabolante da dentadura draconiana sendo plantada e, cada vez que é misturada a uma planta diferente, cresce uma planta bizarra diferente.

    Parabéns!

  23. Ana Maria Monteiro
    6 de agosto de 2017

    Olá colega de escritas. O meu comentário será breve e sucinto. Se após o término do desafio, pretender que entre em detalhes, fico à disposição. Os meus critérios, além do facto de você ter participado (que valorizo com pontuação igual para todos) basear-se-ão nos seguintes aspetos: Escrita, ortografia e revisão; Enredo e criatividade; Adequação ao tema e, por fim e porque sou humana, o quanto gostei enquanto leitora. Parabéns e boa sorte no desafio.

    Então vamos lá: A sua escrita é segura apesar de alguns detalhes terem passado na revisão; O argumento foi bastante criativo e achei perfeitamente adequado ao tema. Foi uma leitura que fiz com agrado, que se leva bem, no entanto não deixou marca assinalável.

  24. Paula Giannini
    6 de agosto de 2017

    Olá, Horinando,

    Tudo bem?

    Então você é japonês, com esse pseudônimo? Rsrsrs

    Bom, você escolheu uma bela imagem e um belo pseudônimo, pensando em impingir humor em todas as fases do trabalho. Isso é legal.

    Sobre o conto, você criou uma comédia nonsense que me deixou aqui pensando. Nossa, esse cara fumou essa couve!

    Pensando um pouco mais, no entanto, vejo que todo o conto pode ser uma espécie mesmo de viagem do narrador. E por que não? O absurdo é um gênero e muito cultuado.

    Por outro lado, ainda, assistindo aos antigos filmes em preto e branco do gênero ficção ou fantasia, somos irremediável e imediatamente transportados para os limites do humor. Antigos longas com Bela Lugosi. Películas nas quais Van Helsing penetra os castelos de Drácula, para salvar a humanidade dos vampiros. E, mesmo no Brasil, filmes de Zé do Caixão. Roteiros de terror são muito próximos ao humor do que imaginamos. Ao menos eu acho. Me lembro de rir muito com um amigo no cinema em “A Volta dos mortos vivos I”.

    Parabéns por seu trabalho e boa sorte no desafio.

    Beijos
    Paula Giannini

  25. Roselaine Hahn
    5 de agosto de 2017

    Olá autor, o seu conto começou bem, a 1a. parte da Transilvânia, do encontro de Helsing com o Zé, lembrou-me Monty Python, os diálogos engraçados e inteligentes. Algumas sugestões quanto à narrativa, pois percebi excesso de explicações, muito contadinho, o legal é deixar o leitor tirar as suas conclusões, como na frase: “Ele tragou a fumaça como se esperasse algo prazeroso, mas logo se ergueu e começou a tossir como se fosse botar os pulmões pela boca. Acalmando-se, jogou o cigarro no chão e esmagou com a botina.– Merda! Eu nunca me acostumo com isso!” Acho que o “como se esperasse algo prazeroso” um tanto desnecessário, a frase teria mais impacto sem, pois a explicação é dada pelos resmungos do personagem com o cigarro. A história estava mais interessante na parte do Drácula e o seu algoz; a inserção no final da velhinha e da couve pareceu-me meio desfocado do contexto, as piadas mais ingênuas. Tens uma boa veia para a comédia, uma lapidada aqui, outro acolá, e estarás tinindo. Abçs, sorte no desafio.

  26. angst447
    5 de agosto de 2017

    Olá, autor(a), tudo bem?
    O conto possui um bom ritmo, agilizado pelos diálogos que facilitam e muito a leitura. Ponto para você.
    A linguagem empregada é simples e a narrativa baseia-se em alguns clichês e personagens da literatura . O toque de humor ficou mais por conta do personagem do vampiro fingindo-se de Zeus. Tiradas rápidas, sem grandes inovações, mas que surtiram o efeito desejado:achei divertido. Desafio cumprido.
    Pouca coisa escapou da revisão:
    – alguns eventos aleatórios normal > alguns eventos aleatórios NORMAIS
    Personagens de ficção também tem > personagens de ficção também TÊM
    Comédia leve, tipo sessão da tarde, com final que corresponde ao título. Couve sorridente? Isso que dá misturar cinzas de vampiro com semente de planta. Achei criativo.
    Boa sorte!

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Publicado às 5 de agosto de 2017 por em Comédia - Grupo 3 e marcado .
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