EntreContos

Detox Literário.

Oh, Glória (Eduardo Selga)

xango1

Aquele cagão mijando inteiramente no caimento de seu mentirosíssimo Armani, engasgado de terror. A tremedeira impedindo abrir o livro preto, ejacular glorificações na minha cara. Seu grito nem atravessava a garganta, meus olhos gozavam de ver. Poderia matá-lo sem cerimônias ali, pleno púlpito: o machado do meu Xangô, por ele roubado, estava novamente comigo.

 

* * *

Este conto faz parte da coletânea “Devaneios Improváveis“, Quarta Antologia EntreContos, cujo download gratuito pode ser feito AQUI.

59 comentários em “Oh, Glória (Eduardo Selga)

  1. Fabio D'Oliveira
    29 de janeiro de 2016

    ௫ Oh, Glória (Kabiyécilé)

    ஒ Estrutura: Bem, estilo diferenciado, que se encontra num caminho neutro. Sem muita definição. Isso não é ruim, na realidade. É só um estilo diferente! O autor só precisa tomar cuidado para não cair na prolixidade.

    ஜ Essência: Não há beleza na estória. Apenas violência. Isso pode ser atraente para os violentos, mas os mais calmos irão querer entender o porquê daquilo tudo. Eu não entendi, infelizmente.

    ஆ Egocentrismo: Não gostei muito. Achei confuso. Tentei ler mais vezes, mas não engoli. Falha minha, talvez. Falha do autor, talvez. Não sei!

    ண Nota: 7.

  2. Tamara Padilha
    29 de janeiro de 2016

    Não consegui gostar. Pelo que vi nos comentários seu texto talvez se refira a uma religião africana, e como muitos também não entendo sobre isso, então fiquei um pouco perdida com tantas descrições. Em fim, foi questão de enredo mesmo, sua escrita está boa.

  3. Matheus Pacheco
    29 de janeiro de 2016

    Opa, algo relacionado a religiões africanas?
    Como um comentário já dito, eu sou um pouco ignorante em religiões da mesma.
    Mas esse texto trata de canibalismo entre a guerra de tribos?

  4. Nijair
    29 de janeiro de 2016

    .:.
    Oh, Glória (Kabiyécilé) – Pseudônimo abusado esse! Rs
    1. Temática: Fantástico.
    2. Desenvolvimento: Cagão mijando – que loucura isso!
    3. Texto: Repleto de figuras que me são estranhas, mas muito bom.
    4. Desfecho: No final, Xangô é a entidade ou o terreiro em si? Fiquei com essa indagação. Ficou legal o convite, criando perspectivas.

  5. mkalves
    28 de janeiro de 2016

    Talvez minha ignorância em relação aos símbolos de religões afro possa ter me feito perder alguma coisa, mas não me desceu bem o espírito vingativo, ainda que não gratuito, e as imagens literalmente viscerais utilizadas não chegam propriamente a chocar, mas me causaram certa resistência ao texto.

  6. Thales Soares
    28 de janeiro de 2016

    Caro Kabiyécilé (wow, que pseudônimo estranho!)…

    Que conto é esse? Putz…
    Eu simplesmente adoro histórias escritas dessa forma! E essa não foi exceção! Vocabulário muito divertido, cenas geniais. Tudo escrito com uma mão que domina completamente a arte de escrever… simplesmente fabuloso.

    A única coisa que tenho a reclamar não é necessariamente sobre o seu conto, mas sim sobre mim. Acho que não fui capaz de compreender a história. Não entendi qual o objetivo central do enredo, e qual mensagem o autor gostaria de ter transmitido para o leitor. Somente por isso, este conto não ficou no meu top 1.

    A imagem do conto está muito legal. O conto todo é todo misterioso e ogro, isso que dá a ele um charme surreal, que o destaca entre os demais contos deste desafio. Parabéns cara!

  7. Nijair
    27 de janeiro de 2016

    Preciso rever alguns conceitos… Boa sorte!

  8. Swylmar Ferreira
    27 de janeiro de 2016

    Um conto voltado para o fantástico, bem escrito e muito criativo. Enredo interessante apesar de me parecer ser parte de algo maior.
    Parabéns.

  9. Wilson Barros Júnior
    27 de janeiro de 2016

    O único conto do realismo fantástico ficou muito bom. Esse estilo mágico, de Murilo Rubião e J J Veiga está muito em voga desde 2012, quando Mo Yan recebeu o prêmio Nobel. Vejam a semelhança:

    “Nem uma palavra de arrependimento saiu de meus lábios, embora eu fosse torturado cruelmente, o que me valeu a reputação de homem de ferro. Sei que ganhei o respeito silencioso de muitos dos funcionários do submundo de Yama, mas sei também que o Senhor Yama não me suportava mais. Assim, para me obrigar a admitir a derrota, submeteram-me à mais sinistra forma de tortura que o inferno tem em seu estoque: atiraram-me numa tina de óleo fervente, na qual eu rolei, me contorci e chiei feito um frango frito por cerca de uma hora. Palavras não têm como fazer justiça à agonia que senti até que um servente me espetou com um tridente e, carregando-me bem alto, me conduziu à escadaria do palácio. Juntaram-se a ele dois outros serviçais, um de cada lado, que guinchavam como morcegos-vampiros toda vez que o óleo escaldante pingava de meu corpo nos degraus do Salão de Audiência, produzindo borrifos e pequenas nuvens de fumaça amarela. Com cuidado, depositaram-me numa laje aos pés do trono e fizeram uma profunda mesura.
    – Grande Senhor – anunciou o servente que me carregara. – Ele está frito.
    Tendo fritado até ficar crocante, eu sabia que o mais leve impacto me transformaria num monte de fragmentos estorricados. (Mo Yan, “A vida e a morte estão me matando”, trad. Sérgio Almeida)
    De modo que o autor está bem nas vanguardas literárias, por isso o parabenizo.

  10. Wilson Barros Júnior
    27 de janeiro de 2016

    É um conto pesado, que incomoda, mas esse tipo de literatura evidentemente é necessária. Muitos podem não gostar dos temas politizados, dos protestos, do terrorismo, do fanatismo religioso, mas isso não tira o mérito do conto que está muito bem escrito e sugestivo. Quem escreveu muitos contos nesse estilo foi Ambrose Bierce, tipo esse que eu gosto muito:

    “O Homem Fraco e o Homem Forte (Autor: Ambrose Bierce)

    O homem fraco aproximou-se do homem forte, e pediu:
    – Ajuda-me a chegar até o topo desta montanha, para que eu possa contemplar o vale em toda sua extensão.
    O homem forte sorriu interiormente, ao pensar no que ia fazer:
    – Está bem. Tu me empurrarás até lá.
    E assim fez o homem fraco. Nos momentos em que, exausto, o homem fraco queria desistir, o homem forte insistia em que o continuasse empurrando, e recordava-lhe o prêmio que recompensaria seu esforço.
    Ao final da escalada, o homem forte descortinava a imensa paisagem que agora lhe pertencia. O homem fraco, não tendo suportado o esforço da subida, jazia no solo, sem vida.”

    Continue com esses contos de temática social, serão sempre apreciados.

    • Wilson Barros Júnior
      27 de janeiro de 2016

      Desculpe, esse comentário não era desse conto. Eu já vi que estou doido, mesmo.

  11. Kleber
    27 de janeiro de 2016

    Surreal. Macabro.

    Os resultados da opressão retornando ao opressor. Seria um pesadelo horripilante do perpetrador de tais atrocidades? Gosto de pensar que foi nisso que o autor pensou…

    Sucesso!

  12. Fil Felix
    27 de janeiro de 2016

    Na primeira leitura eu fique “oi?”, parecia que o texto estava em tupi-guarani. Aí almocei, viajei um pouco e retornei a ler. Então, como que um milagre, as palavras fluíram melhor!

    Foi como nos tempos do Descobrimento, quase uma vingança. A tentativa de recuperar a fé usurpada. Um padre (ou pastor) sendo castigado por ter roubado fé. O ato de colocar o coração no outro, me remete a controle. Como se fosse viver nele, poder manipulá-lo. Como se uma tribo estivesse tramando algo…. Eu viajei bastante! Muito bom.

    O clima pesado me lembrou de alguns casos de Arquivo X. Um em particular (Badlaa), mostra um indiano que possui poderes místicos, dentre eles o de entrar no corpo da vítima através do anus e controlá-la até a morte, com a intenção de se vingar dos americanos que passaram a perna no país.

  13. Pedro Luna
    26 de janeiro de 2016

    Bom, aqui, nesse conto, precisei me desligar da realidade. No começo, vi alguém puto com um pastor, cheguei a essa conclusão pelo terno, livro preto e púlpito. Também vi que provavelmente a raiva do personagem vinha da tentativa do pastor de tentar roubar a sua religião.

    Porém, depois daí não entendi mais nada, só que a destreza com as palavras e a enxurrada de bizarrice em pouquíssimas palavras resultaram em algo bem agradável, sendo que eu esperava o contrário.

    Bom, não poso dizer que gostei pra caramba, mas esse conto ficou na cabeça, sem dúvida.

  14. Daniel Reis
    26 de janeiro de 2016

    Kabiyécilé, o que tenho a dizer para você sobre:

    TEMÁTICA: vingança com viés conclusivo e escatológico (pelo menos para a vítima). Sinceramente, achei distorcido colocar a mitologia africana como vingativa, mesmo que exista uma motivação para o contra-ataque.

    TÉCNICA: uma boa escrita, mas construída para chocar, desde a escolha das palavras até o desfecho da trama; em alguns pontos, a leitura fica travada, como “Peguei meu esôfago, meu coração, empurrei tudo em sua pessoa.”. Não desceu bem, não…

    TRANSCENDÊNCIA: não me fascinou, nem como metáfora, nem como narrativa. Uma pena.

  15. Miguel Bernardi
    26 de janeiro de 2016

    E aí, Kabiyecile. Tudo bem?

    Que ótimo conto hahaha seria interessantíssimo se algo assim acontecesse realmente. Lembrei do meme do Zagalo (Vocês vão ter que me engolir!). Ótimo! Bem pensado! Bem escrito!
    Porra, bom demais hahaha ri da situação toda.

    Parabéns e abração!

  16. Tom Lima
    25 de janeiro de 2016

    O texto é bom, bem escrito apesar de faltar umas coisas aqui e ali que tenho a impressão de terem sido cortadas por causa do limite (piadinhas com machado não serão perdoadas).

    Um excesso no uso do machado? (ops)

    Gostei bastante do conto, faz bem o que se propões e traz uma imagem que é um pouco divertida, mas de tão violenta se torna séria. Faz pensar, e se fosse o contrario? E se a imposição fosse na outra direção?

    Muito bom, parabéns!

    Ps.: Uma informação fora do julgamento do desafio. Dentro da Umbanda e do Candomblé, seria pouco provável Xangô ou alguma entidade ligada a ele fazer uma coisa dessas. Ogun tem essa característica violenta e Iansã também tem um pouco.

  17. Mariana G
    24 de janeiro de 2016

    Pois bem, o clima do micro-conto é sua melhor parte, consegue transmitir a atmosfera insana perfeitamente. Porém, a falta de fluidez prejudica bastante o andamento da história, algumas partes ficam confusas e picadas demais fazendo a ambiguidade do momento soar esquisita.
    Enfim, boa sorte!

  18. rsollberg
    23 de janeiro de 2016

    Achei muito bem pensado.
    Uma possessão real (e metafórica, também,pq não)

    Uma entidade cansada de ser ridicularizada acabando com um pastor no melhor estilo “você vai ter que me engolir”!!! Tá,, essa é uma leitura simplória e resumida. Mas isso é fruto do bom trabalho do autor que soube usar linguagem e símbolos, nos trazendo um conto com sincretismo e vísceras!

    Bem, não tenho muito o que falar, mas no momento é o meu preferido!
    Parabéns e boa sorte

  19. Murim
    22 de janeiro de 2016

    Vejo, de início, um problema no conto: ele tem exatamente 150 palavras e, para alcançar esse limite, você cortou algumas preposições. Não tem como considerar essa falta como um mero esquecimento, se elas estivessem no lugar certo, o conto deveria ter sido desclassificado. Sobre o conto em si, achei a história boa, bem construída, com imagens fortes. Há ainda a referência a um embate religioso aí.

  20. vitormcleite
    21 de janeiro de 2016

    olá, não consigo dizer grande coisa pois estou sem esófago sem vísceras sem nada. O teu texto é muito forte e deixas bem claro que consegues cortar qualquer parte do corpo. Resta-me dar os parabéns a quem sabe escrever assim e desejo-te as maiores felicidades neste desafio.

  21. Laís Helena
    20 de janeiro de 2016

    O texto possui algumas frases mal formuladas, mas nada de mais. O enredo, por sua vez, não me convenceu. Seriam necessárias mais palavras para me ambientar nesse “mundo”, para me convencer de que algo ou alguém que pode arrancar as próprias vísceras e sobreviver é algo plausível dentro do universo de sua história.

  22. Pedro Henrique Cezar
    20 de janeiro de 2016

    O uso de algumas palavras e o assunto não me cativaram. No entanto, o conto é interessante, impactante e bem escrito. Parabéns!

  23. Eduardo Selga
    19 de janeiro de 2016

    A PRINCÍPIO O CONTO parece realístico, ou seja, parece tentar mimetizar uma realidade possível, através do primeiro parágrafo que, por meio de referências diretas e indiretas sugere um conflito entre sujeitos que professam duas vertentes religiosas consideradas opostas: o protestantismo e uma das duas religiões afro-brasileiras: ou a umbanda ou o candomblé. O ambiente parece ser uma igreja, por causa da palavra púlpito, preferida pelos evangélicos em detrimento da palavra altar. No entanto, dois parágrafos abaixo, o narrador usa o termo o “mesa de pedra”. A rigor um púlpito pode ser de pedra e às vezes se parece com uma mesa, mas é um termo, por assim dizer, profano, que remete aos altares sacrificiais de supostas feitiçarias. Com ambos os dados nas mãos, temos uma primeira ambiguidade: o cenário tanto pode ser uma igreja, quanto pode ser um centro espírita.

    Mas a sensação de conto realístico se desfaz com a terrificante cena do personagem retirando de si mesmo o esôfago e o coração e, ainda assim, permanecer vivo. No fim do texto, com o protagonista afirmando que ainda espera o homem comer sua carne que o mesmo protagonista havia enfiado toda em sua boca, é possível confirmar que não se trata de um texto realístico. Comparando com o início, temos outra ambiguidade, dessa vez em relação ao tipo de discurso estético.

    Há referências pornográficas, ao sexo como arma de ataque ao adversário. Ou melhor, de humilhação. Desde o início, com “ejacular glorificações na minha cara” até o fim, com “aguardo comer minha carne”. Se esta última frase, pelo contexto pode ser entendida como referência ao canibalismo, também possui uma dimensão pornográfica. Na verdade, o ato ainda guarda mais um significado: comer a carne equivale a ser obrigado a suportar o adversário. Então, mais do que ambiguidade, temos a plurissignificação. Não apenas no trecho: em todo o conto.

    Outro detalhe no qual vejo importância é o coração ser arrancado e posto na mesa de pedra. Isso lembra sacrifício animal, prática comum em ao menos uma das duas religiões afro brasileiras. Mas se for sacrifício, faria sentido o próprio praticante dessa religião fazer isso? Simbolicamente, sim: demonstraria sua fé na religião. Mas se for um púlpito, portanto em uma igreja, a dimensão é outra: é um ato irônico.

    Sob o aspecto ideológico ele representa uma luta existente na sociedade brasileira que sempre existiu, mas que agora está às claras: o radicalismo de certa camada do protestantismo contra as religiões de matriz afro-brasileira. No entanto, a posição do narrador inverte a briga do real empírico. Se na chamada realidade as vítimas de agressão são essas religiões, no conto é o contrário. Ou nem tanto assim, pois o narrador diz que o personagem que veste um “mentirosíssimo Armani” roubara um objeto considerado sagrado porque “pertencente” ao orixá em questão.

    É um conto que precisa ser lido e relido porque, como alguém já disse, o diabo mora nos detalhes.

  24. Cilas Medi
    19 de janeiro de 2016

    Um texto violento e insano para tentar representar algo que eu não soube captar. Completando, ao se auto flagelar, morto e vivo ao mesmo tempo? Ameaçando sem esôfago, continuando vivo sem coração e entranhas. Filme de terror? Essa eu respondo, não gosto. Enfim, bem escrito, sem dúvida. Sorte!

  25. Jef Lemos
    19 de janeiro de 2016

    Olá, Kabiyecile.

    Não curti muito. É bem escrito e insano, mas a mim faltou algo essencial. Quando eu souber te falo, mas tive essa necessidade que não foi sanada enquanto lia seu texto.
    O cerne da história é legal, mas não rolou comigo.

    De qualquer forma, parabéns.

    Boa sorte!

  26. Marcelo Porto
    19 de janeiro de 2016

    Esse embate não me agradou.

    Precisei reler algumas vezes para captar a mensagem, poderia ter facilitado um pouquinho.

    Em tempos de radicalismos esse texto se encaixa bem, mas eu não sou fã de nada que se tente enfiar goela abaixo, literalmente.

    Boa sorte.

  27. Evandro Furtado
    19 de janeiro de 2016

    Fluídez – 7.5/10 – engraçado, no conto anterior sobraram conectivos, nesse faltaram;
    Estilo – 7.5/10 – achei que as metáforas extrapolaram um pouco a coisa;
    Verossimilhança – 5/10 – faltou ser mais concreto pelo menos um pouquinho;
    Efeito Catártico – 8/10 – as imagens são fortes, remetendo a vários aspectos. Violência física X violência ideológica. Dá até pra encaixar amores forçados por aí – cigana que devolve seu amor em três dias.

  28. Antonio Stegues Batista
    19 de janeiro de 2016

    Sim, o conto foi bem escrito, as imagens descritas impressiona pela crueza, mas não gosto e nem acho válido o uso da violência como meio para impor uma ideia, uma crença, ou qualquer outra coisa.

  29. Piscies
    19 de janeiro de 2016

    Gostei mas precisei de ajuda para entender. Reli três vezes e, sério, viajei na maionese. Percebi, porém, que diversos outros por aqui captaram a mensagem com facilidade, então deve ser alguma trava que eu tenho para textos desta estirpe.

    O texto está impecável. Muito bem escrito, com cenas muito fortes e chocantes. Tão chocantes, que senti aquele embrulho na garganta só de ler. Isto reflete a habilidade do autor.

    O tema é interessante, mas me parece um tanto unilateral. Aposto que existem pessoas da fé cristã tradicional que escreveriam, com felicidade, uma versão do texto onde o homem enfia um crucifixo goela abaixo da narradora, fazendo-a engolir “em nome de Iemanjá”.

    Perdoe a minha possível gafe, não mergulhei no mundo religioso para descobrir todos os termos corretos.

    O que eu quis dizer, porém, é que o texto tenta passar uma ideia de revolta que, para mim, é válida para qualquer lado. Até onde eu sei, as religiões quase que em sua totalidade pregam muito mais a paz e a tolerância do que este tipo de comportamento (ou pensamento) violento.

    Enfim… não me fez muito o gosto, mas pelo tema abordado do que a forma de abordagem, que foi divina.

    Parabéns e boa sorte!

  30. elicio santos
    19 de janeiro de 2016

    Relato insano e provocador. Só não o achei perfeito porque, a meu ver, este microconto mais parece um recorte de uma narrativa maior. Fora isso eu gostei muito. O autor demonstra criatividade e estilo próprio. Boa sorte!

  31. Daniel
    19 de janeiro de 2016

    É um dos poucos contos que eu, definitivamente, não gostei. Provavelmente a culpa é minha, já que dei uma olhada nos comentários e a aprovação predomina. Mesmo assim, achei que o excesso de figuras (ejacular glorificações, olhos que gozavam de ver, essas coisas) aliado à falta de contextualização acabaram prejudicando bastante o conto.

  32. Catarina
    19 de janeiro de 2016

    O INÍCIO prometia Tarantino, mas entregou um jogo de palavras bem feito. O FILTRO muito bem trabalhado no ESTILO metafórico. TRAMA do jeito que o povo daqui gosta, eu não. PERSONAGEM furioso quase me convence, mas esse FIM me deu tédio.

  33. Marina
    19 de janeiro de 2016

    No início, achei que seria mais um daqueles contos com violência, sangue, vísceras, palavrões, gratuitamente, só para chocar. Então, prestei atenção na parte do Xangô, do livro preto, do púlpito, do Armani, das expressões. Pensei num personagem dizendo ao outro: “Vai ter que me engolir, você querendo ou não”. E ele não disse, mas fez. Achei sensacional.

  34. Leonardo Jardim
    18 de janeiro de 2016

    Minhas impressões de cada aspecto do conto antes de ler os demais comentários:

    📜 História (⭐⭐▫): entendi como uma crítica ao fanatismo religioso (geralmente puxado por alguns evangélicos, principalmente os midiáticos) contra as religiões afros. A parte em que ele remove partes de seu corpo, porém, achei estranha, mesmo que tenha sido insólita.

    📝 Técnica (⭐⭐⭐): excelente, nada a tirar nem pôr.

    💡 Criatividade (⭐⭐⭐): parabéns por isso, um conto único, com identidade própria.

    🎭 Impacto (⭐▫▫): afora as grandes qualidades já apontadas, não gostei muito, pois a suspensão de descrença não funcionou muito bem comigo.

  35. mariasantino1
    18 de janeiro de 2016

    Oi!

    Pesquisei o pseudônimo. Aqui na net diz assim >>>> Kawó Kabiyécilé significa “Venham ver o Rei Descer Sobre a Terra!” Desde o nome e o pseudônimo já se percebe que o texto fala sobre embate. O Cristianismo Vs religiosidades afro-brasileiras. A escrita é muito boa e usa imagens cruas para mostrar o confronto. Devido ao Xangô ser um Orixá ligado a justiça, se imagina que o Pastor era um pilantra (como tantos que se vê por aí) e que foi obrigado a engolir o outro. O texto me lembrou logo de cara o caso da menina que era de uma religião e que foi apedrejada por outra. Essa aqui >>>> http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/06/menina-vitima-de-intolerancia-religiosa-diz-que-vai-ser-dificil-esquecer-pedrada.html

    Narrativa raivosa, instigante. Bom uso do espaço. Trama atual, real, cheia de imagens Tarantinescas para sugerir as ideias.

    Bem sacado.

    Tá na lista.

    Sucesso e um abraço.

  36. Simoni Dário
    18 de janeiro de 2016

    Ri muito com esse conto, talvez por detestar fanatismos de qualquer espécie, a desforra sendo colocada goela a baixo me divertiu bastante. Ótimo texto, de profissional mesmo. Parabéns!
    Bom desafio!

  37. Brian Oliveira Lancaster
    18 de janeiro de 2016

    BODE (Base, Ortografia, Desenvolvimento, Essência)

    B: Concepção forte de um texto regionalista. Vale a releitura para compreender todas as nuances. – 8
    O: Alguns estranhamentos típicos do gênero, mas bem escrito e visceral na medida desejada. – 9
    D: Exige bastante atenção. A história é interessante, mas não me agradou como um todo, devido ao seu teor mais cru e direto. Ousada a colocação de dois pontos de vista, onde não sabemos exatamente quem estará realizando a ação. – 8
    E: Captou bem a atmosfera de “cangaço” e folhetins antigos. – 8

  38. Rubem Cabral
    18 de janeiro de 2016

    Olá.

    De início, não havia entendido, mas uma segunda leitura esclareceu tudo.

    Um ótimo conto, com a violência bem contextualizada e com ótima escrita. Muito bom!

    Abraços e boa sorte.

  39. Anorkinda Neide
    17 de janeiro de 2016

    Um conto forte.. Entendi um Filho de Xangô em debate com um pastor.
    Tb fico do lado de Xangô.. hehe
    Acho que as frases foram construídas mais para chocar do que para mostrar ou se fazer entender pelo leitor.
    Mas é um bom conto, destila o ódio.
    Abraço

  40. Gustavo Castro Araujo
    17 de janeiro de 2016

    Um conto visceral — provavelmente alguém já usou essa definição aqui, rs
    Este é o legítimo soco no estômago. Impossível passar incólume por um texto assim, repleto de duplos sentidos, de frases inspiradas, de metáforas bem sacadas. O conto prima pela abordagem conotativa, o que o enriquece sobremaneira. Talvez seja essa a receita para que um conto com poucas palavras se torne verdadeiramente interessante. Esse enfrentamento – ao que me parece, de um fiel religioso desencantado em relação a um pastor ou a um padre – foi tão bem descrito que eu me vi ao lado do cidadão, ajudando-o a arrancar não só o esôfago mas também o estômago e os intestinos para esfregar no rosto do outro.
    Enfim, o melhor conto que li até o momento. Parabéns.

  41. Andre Luiz
    17 de janeiro de 2016

    Foi muito interessante essa reunião de vários elementos de várias crenças, o que acabou deixando o conto com uma cara de rapsódia, de certa forma. A imposição do carnal sobre o divino, o apogeu do sexo e da luxúria, estão muito bem retratados em seu conto, o que mexeu muito com os ânimos do leitor, certamente. Boa sorte!

  42. José Leonardo
    16 de janeiro de 2016

    Olá, Kabiyécilé.

    Sua escrita é criativa, alegórica (ou não). No começo, achei que tudo era algaravia sem sentido, um sujeito prestes a estraçalhar o outro personagem (e, aí, começando uma espécie de Star Wars entre adeptos religiosos). Terminada a leitura, percebi que nem se tratava de batalha, mas simplesmente de imposição, o “machado que derrota falsos e mentirosos”. Como conto, funciona. Mas imagino nosso mundinho real, A acusando B, e B submetendo ou destruindo A. É como comentei num microconto feminista: não existe discussão, o importante é partir pra porrada (jogar, sem saber, gasolina nos argumentos dos adversários, se eles ainda estiverem vivos).

    Quando ultrarradicais brigam, não se deve separar, e sim dar um machado pra cada um.

    Sucesso neste desafio.

    • Tom Lima
      25 de janeiro de 2016

      “Quando ultrarradicais brigam, não se deve separar, e sim dar um machado pra cada um.”

      Só acho importante tranca-los primeiro, vai que decidem pegar uns inocentes no caminho…

      • José Leonardo
        25 de janeiro de 2016

        Tens razão, Tom Lima. Seria um caso inédito de atentado duplamente religioso.

  43. Bruno Eleres
    16 de janeiro de 2016

    Um conto de impacto por seu caráter profano. Achei interessante a proposta, mas ainda estou incerto de ter captado tudo – preciso de mais leituras dele e sobre Xangô. O machado é uma das ferramentas que o representam, certo? Entendi parte da proposta com a substituição da carne de Cristo pela carne de Xangô, meio que como um sincretismo – forçado – entre as duas religiões.

    A primeira linha não teve nada de atrativo.

  44. Bia
    16 de janeiro de 2016

    Está bem escrito e desafiador, um conto diferente do usual e isso é muito bom. Fiquei em dúvida sobre o real significado de tudo o que li, mas isso não me atrapalha o entendimento de que gostei do que li. Prometo que chegarei a uma conclusão sobre isso, rs.

  45. Rogério Germani
    15 de janeiro de 2016

    Terreno insólito ou devo dizer terreiro insólito? rsrs
    Nos dias atuais em que, infelizmente, ainda ocorre demasiada intolerância religiosa o texto absurdo é Benvindo. Só há discordância quando é o ódio aplicado no conto que busca respeito para os adoradores de Xangô.

  46. Sidney Rocha
    15 de janeiro de 2016

    Insano demais! Parabéns!

  47. Ricardo de Lohem
    15 de janeiro de 2016

    Gostei dessa imagem, de onde você tirou? História de vingança e religiosidade bem feita, mas não entendi certas coisas. Ele arrancou os próprios órgãos internos, então ele tem poderes sobre humanos? Ou está só tendo alucinações causados pelo fanatismo? Bom, podemos deixar isso em aberto, claro. Uma narrativa eficiente, bom conto.

  48. Leda Spenassatto
    15 de janeiro de 2016

    Putz! A primeira linha de um texto deve cativar o leitor, despertá-lo para a curiosidade, ser simples e instigadora. Isso não aconteceu no seu texto.
    Talvez, você deveria excluir as palavras ” caimento de ”
    Aquele cagão mijando inteiramente no caimento de seu mentirosíssimo Armani,
    Não é o tipo de leitura que eu gosto, mas é bom o conto.
    Sorte!

  49. Thata Pereira
    15 de janeiro de 2016

    Doidera haha’ Muito bacana esse conto. Sabe o que me lembrou, talvez pelas imagens e pelo cenário criado? Animações de cinema… Acho que cabe a vale uma adaptação, apesar ou principalmente pelo tema polêmico. Curti muito!

    Boa sorte!!

  50. Sidney Muniz
    15 de janeiro de 2016

    Conto muito bom!

    Em poucas palavras transmitiu com intensidade o sentimento.

    Tudo escolhido com maestria! Até mesmo os pontos expressam, cada palavra, cada passagem.

    Conto digno de nota!

    Acho que sei quem escreveu,

    O significado da palavra parece ser uma referência, uma saudação, me refiro ao pseudo. gostei de ler um pouco sobre, mas não tenho conhecimento profundo sobre a cultura.

    De fato é um texto que me fascinou, mas se eu estiver certo sobre a autoria, não esperaria nada diferente.

    Sobre esse tenho dois palpites, um mais forte que o outro… hehe.

    Parabéns e boa sorte, meu caro!

    Sim, acho que é homem,os dois palpites são!

  51. Fabio Baptista
    14 de janeiro de 2016

    CARALHO!

    Insano, profano, surreal, arrebatador.
    Os diálogos são verdadeiras punhaladas! No último fiquei com aquele sorriso bobo de “puta merda, preciso tentar fazer algo assim qualquer dia…”

    Meu preferido até agora.

    Muito bom!

  52. Davenir Viganon
    14 de janeiro de 2016

    Não tenho proximidade com o mundo religioso, mas deu pra perceber que foi um uma briga entre pessoas que eram evangélicas e de religião de matriz africana. Como as religiões se misturam muito no Brasil, acabei me perdendo um pouco nesse caldo, mas do que consegui entender eu gostei. Volto depois para me apoiar nos universitários e refinar minha impressão sobre esse conto.

  53. Claudia Roberta Angst
    14 de janeiro de 2016

    Sem dúvida, um conto impactante e diferente. Original pelas construções e imagens criadas. O sincretismo religioso, um tendo que engolir a essência do outro, nem que seja à força.
    Não foi uma leitura prazerosa, mas forte, que mexe.Ainda estou decidindo se gostei ou não, mas, sem dúvida, este é um texto bem elaborado.
    Boa sorte!

  54. Jowilton Amaral da Costa
    14 de janeiro de 2016

    Putz, que viagem. Só pode está possuído. Sangue de jesus tem poder. Gostei. boa sorte.

  55. Daniel Vianna
    14 de janeiro de 2016

    Muito em você ódio vejo, Padawan. Paz o caminho da encontrar deves. Ira sua canalizar para o lado bom da força necessário se faz. E tenha uma boooa sorte.

  56. Renata Rothstein
    14 de janeiro de 2016

    completamente louco e aterrador! genial!

E Então? O que achou?

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Informação

Publicado às 14 de janeiro de 2016 por em Micro Contos e marcado .