Parte 1 – Terra
Estrelas distantes, luzes tênues…
Poderia um simples olhar conter seu esplendor?
Que lástima ao pensar, anos-luz de distância,
Uma civilização morreu envolvida em terror.
Este passado nos atinge, de forma suave, quente, febril;
Onde o futuro à frente já aconteceu.
Estaríamos presos ao tempo?
Ou condenados a dizer “o planeta morreu”?
O macrocosmo, assustador, fervilha em nossas mentes.
Não estariam as formigas igualmente apavoradas, de serem pisoteadas,
A qualquer momento, instante, movimento? Consegue imaginar?
O que há lá fora que nos faz recuar?
Parte 2 – Centauri
Pesquisa. Armada. Expedição.
Contato. Conquista. Persuasão.
Base. Ondas. Comunicação.
Espécies? Linguagem? Estudo?
Comércio? Ordem? Estatuto?
Trocas? Fluidos? Segundos?
Instabilidade. Inevitabilidade. Explosão.
Galáxias. Desaparecimento. Aniquilação.
Sobrevivência. Exílio. Terraformação.
Conhecimento? Miscigenação? Transferência?
Material? Conexão? Aderência?
Prisão? Química? Consciência?
Tempo.
Tempo?
Parte 3 – Contato
Se tivéssemos o poder
De ignorar o contínuo,
Estaríamos aqui, sentados e meditando,
Aguardando um sinal, das supernovas, ouvindo?
O que nossos ancestrais diriam
Se os encontrassem primeiro?
Visões celestes, fenômenos impossíveis.
Ou meditariam sobre estrelas distantes, sonhando em ser pioneiros?
Se fôssemos algo de parte maior,
Descendentes dos guardiões de Órion,
Por que nos prenderiam ao ciclo finito
De um passado onde ser explorador era notório?
Parte 4 – Miscigenação
Espaço. Tempo. Informação.
O futuro inalcançado e o passado brilhando nos cristais.
Íris in vitro. Novas vidas. Próxima geração.
Um dia, quem sabe, encontraremos. Os tais.
Basta olhar o céu e perceber o motivo,
De querermos explorar o infinito.
Nosso formigueiro ficou pequeno demais – estou emotivo.
Ou talvez, de tanto olhar Centauri, em massa,
Finalmente compreendamos nosso desejo inerente
De voltar para casa… Casa?
Ponte.
Passado? Futuro?
Interrogação.
Muito bom, Brian. Gostei bastante da mudança de estilo e ritmo na segunda parte, me passou um sentimento de claustrofobia, urgência. Muito legal! Abs
Oi!
Você contou uma história em versos. Gostei bastante. Seus textos sempre tem algo espacial, não é? Aqui está até rimado. Parabéns!
Aháaa.. então Brian Lancaster é um poeta e escondia-nos, hein? que feio!
Gostei muito, está muito poético, reflexivo, filosófico e esotérico, por isso me pegou… MORRO de vontade de voltar pra casa…hehehe
‘o passado brilhando nos cristais’..me pegou de jeito!! 🙂
Olhando o poema em si, só encontrei este verso ‘estranho’
‘Um dia, quem sabe, encontraremos. Os tais.’
pq ‘Os tais’ está separado com um ponto final? Não me faz sentido algum…rsrsrs
Obrigada por me dar esta leitura!
Abração
Não gostei muito.
Queria ter gostado mais, confesso, pois “Centauri” ficou muito bom, mas o restante não tem o mesmo ritmo.
Percebe-se que é proposital mas não vejo poesia dessa forma. Não senti o encaixe.
Allan Poe era um mestre e gostava muito de criar coisas parecidas com isso. Não curti, mas sou meio chato mesmo.
Bom,
Parabéns pela construção ainda assim, e pelo zelo para com o texto, certamente lhe deu trabalho.
Suas divisões ficaram muito boas, e a ideia claustrofóbica da Terra comparada ao Universo fica pairando ao final. Parabéns!
A mudança de escrita no meio do poema foi muito bem planejada e surpreendente. A temática é ótima. Parabéns!
Olá, Brian Lancaster. Estou tentando puxar na memória um texto publicado por você no Recanto e que é semelhante a este. Seu poema é muito bom e as variações no estilo deram um toque especial no mote espacial. Muito bom, mesmo.
Abraços.
Parabéns, Brian. Apesar de cada um de nós vermos por prismas diferentes, este desejo inerente de voltarmos pra casa está embutido em nosso ser.
Gostei bastante, Brian.
Como comentei no texto do Ricardo, gosto dessas poesias que são mais que frases jogadas, que chegam quase a ter um enredo.
Algumas rimas não me agradaram, principalmente a do orion. Mas muito bom no geral.
Parabéns.