EntreContos

Detox Literário.

Mundo dos Sonhos (Daniel Vianna)

O solitário Ford Thunderbird 66 contemplava o vazio à sua frente enquanto se via cercado por dezenas de viaturas. Parecia aguardar que o Mar Vermelho se abrisse, mas o que Telma e Louise queriam mesmo era uma conexão via celular. O chefe de polícia sentia-se como um predador ante um animalzinho acuado e indefeso. Para ele, era apenas questão de tempo. Elas reconheceriam seu êxito e se entregariam, cedo ou tarde.

Repentinamente, uma sensação estranha o acometeu. Um forte impulso elétrico em suas veias, um borbulhar em seu estômago, que se espalhou, como se seu sangue fervesse por dentro. Sua pele e todo o aspecto de seu corpo tomavam uma nova forma, sem que os soldados vissem o que se passava…

Agora, Smith estava no comando. Irritava o fato de ter que estar entre humanos, mas como costumava dizer, ‘Não confie a humanos o serviço de máquinas’. Um policial, ao reconhecê-lo, e sem saber que destino fora dado a seu superior, vangloriou-se:

– ‘Nós as pegamos.’

Smith tomou a motocicleta em seu poder, e ainda respondeu, com algum desprezo:

– ‘Não. Não pegaram.’

Trinity e Switch no mundo real, na Matrix, Telma e Louise eram membros do Exército dos Doze Macacos, uma organização investigada pela Interpol, em razão do ativismo contra experiências genéticas em animais, crimidéia dos tempos modernos que a ONR, Organização das Nações Reunidas, classificou como ‘um crime contra as gerações futuras’ por considerar as pesquisas necessárias aos avanços médicos. Apesar disso, o movimento crescia rapidamente em número de adeptos.

Smith partiu velozmente rumo ao carro. Sabia que elas conseguiriam uma conexão ante a inépcia do chefe de polícia. Trinity alertou a aproximação de Smith. Switch deu partida e mergulhou no penhasco, para a surpresa dos demais. O agente as acompanhou. Era provável que a conexão já tivesse se estabelecido, mas talvez alcançasse ao menos uma delas. Ouviu-se um estrondo e os homens, perplexos, correram para ver a imagem da explosão cerca de um quilômetro abaixo de seus pés.

***

O poderoso homem observava a beautifulpeople. Seus brinquedinhos caros, suas fantasias. O jovem galã preocupado em manter o penteado e seus sapatos impecáveis. O engravatado cheio de si cuspindo sua arrogância sobre o mendigo, e que sua condição era castigo de Deus; as dondocas com suas bolsas de compras, postas a imitar o estilo de vida das mulheres fúteis que viam na televisão. ‘Criatura especial de Deus’, pensou, lançando um sorriso sarcástico ao elevar a cabeça e as mãos para o céu, para, enfim, disparar, destemido.

‘O século XXI é meu! Todo meu!’

***

Kevin Lomax era um jovem advogado de Saint Louis, Missouri. Aspirava a vida na grande cidade, onde algum dia teria seu trabalho reconhecido. O único entrave era seu pai, JeremiahLomax, um agricultor que insistia no cultivo de sementes naturais em detrimento das geneticamente modificadas. Era também o pastor da igreja local, e se utilizara de seus últimos sermões para pregar contra a modernidade, referindo-se não só à tecnologia como também à revolução cultural que atraía os jovens para a cidade, como temia que ocorresse com seu filho.

Diante da igreja vazia, composta apenas dos membros mais antigos, Jeremiah pregava no altar como se duelasse mentalmente com Kevin:

– ‘Sinal dos tempos. O homem deseja tomar o lugar de Deus, ser como Ele é, fazer o que Ele faz. Mas toda a obra de suas mãos resulta em destruição. Agora querem criar vida. O que hoje é apenas uma semente modificada, meus irmãos, amanhã resultará na modificação do próprio homem. É importante que vocês enxerguem as coisas assim, porque é justo como elas são. Duvidam? Eu lhes mostro aqui na Palavra.’

Ele abriria mais uma vez a Bíblia para ler sua interpretação do livro de Gênesis, capítulo seis. Depois, discorreria sobre o livro de Enoque, apesar de apócrifo, para, ao final, estabelecer que o dilúvio se deu por conta da primeira tentativa do homem, em comunhão com Satanás, de destruir a espécie divina e originalmente criada e substitui-la por outra, transformada. Kevin estava farto de ouvir estas histórias. Discordava totalmente. Achava que seu pai devia aceitar os ‘males da modernidade’. Que o fato de os bancos apenas financiarem sementes modificadas não era conspiração, mas negócio. Seu velho estava enlouquecendo, endividando-se, e insistindo que Kevin abraçasse aquela causa perdida. De nada adiantavam também suas súplicas para que ele vendesse a fazenda e o seguisse para a cidade. Mas o que realmente o irritava era a insistência, a chantagem emocional, por vezes dramática, para que ficasse. A cidade o esperava de braços abertos, como uma grande maçã pronta para ser devorada. E Kevin se sentia maduro para ir embora.

Agora, enquanto Jeremiah pregava, recordava-se de um sonho recorrente que o deixava particularmente incomodado nos últimos dias, no qual via o pai morrer sufocado enquanto uma menininha com duas cabeças lhe oferecia uma maçã amarela:

– ‘Coma a maçã, Kevin Lomax’.

Perturbado, levantou-se e deu mais uma olhada para seu pai. Jeremiah parou a pregação enquanto o observava se dirigir à porta da igreja, para, ao final, disparar:

– ‘Eis que eu o envio como cordeiro perante os lobos…’

Kevin se deteve ante a porta. De repente, o pregador viu sombras rodeando seu filho. Kevin virou-se e fitou-o diretamente nos olhos. Havia uma grande asa negra em torno de si. Jeremiah respirou ofegante.

– ‘Eu repreendo todo o mal. Saia já, em nome do Altíssimo.’

O velho pregador se ajoelhou e começou a louvar um hino. Então, a asa abandonou Kevin e saiu pela porta, seguindo em direção às nuvens. Um silêncio absoluto se fez. Mas logo uma nuvem negra se formou no horizonte, descendo rasante. Toda a plantação de sementes naturais foi devastada, juntamente com os encarregados de seu plantio. Os pássaros, a seguir, cercaram a igreja, numa sinfonia macabra de corvos e abutres. Os homens não conseguiam levantar suas cabeças. As aves, no entanto, não invadiram a parte principal, mesmo com as janelas abertas, já que ninguém ouviu os apelos do pregador para que as fechassem. Apenas a porta foi fechada por ele próprio, enquanto Kevin permanecia ali de pé, parado, atônito. O ataque durou poucos minutos. E elas se foram, da mesma forma como chegaram. Seguiram em direção ao norte e não mais foram vistas.

O silêncio que se seguiu foi rasgado por um grito, vindo de um dos aposentos centrais da igreja. As aves invadiram um dos gabinetes e mataram o músico que liderava a mocidade, comendo seus olhos. A seguir, sem que houvesse tempo para que a informação fosse assimilada, outro grito se fez ouvir. Todos correram em direção à porta e a abriram. O outro homem deu as notícias do que ocorrera na cidade.

– ‘As aves devastaram toda a plantação, atacaram as pessoas nas ruas. Apenas as plantas naturais foram atacadas. Tua fazenda, pastor… não restou nada.’

Tudo girou ao redor de Jeremiah. O coração parecia não bombear mais a quantidade necessária de sangue para que seus membros o mantivessem de pé. Sentia fraqueza nas mãos e um formigamento se intensificava em seu rosto. Perdeu os sentidos e seus joelhos bateram firmemente no solo, no que foi amparado por seu filho.

– ‘Chamem uma ambulância! Uma ambulância!’ – Kevin gritou.

– ‘Meu filho, não se preocupe comigo. É chegada a hora, Kevin. Escute bem minhas palavras. Não vá para a cidade. Ouviu bem? Não vá para a cidade. Há muito por fazer por aqui. Ame essa vida pacata, ou você se arrependerá. As palavras que eu disse hoje foram para você, só para você, Kevin. O demônio… ele está na cidade, e te espera.’

– ‘Eu sei, pai. O demônio está na cidade. Eu sempre soube.’

– ‘O demônio…’

– ‘Eu sei, pai. Eu entendo. Agora, descanse.’

– ‘Há coisas que nunca pude te dizer, filho. – Começou a chorar – Nunca pude te dizer…’

Kevin assimilava lentamente o que seu pai lhe dizia, avaliando se desejava ou não saber sobre tais coisas. Os maqueiros o levaram. Foram suas últimas palavras.

***

A capela estava quase vazia. Apenas alguns parentes de seu velho pai, além dos poucos membros remanescentes da congregação, compareceram. Kevin perdera a mãe quando nasceu, e seu irmão mais velho na guerra do Iraque. Preferiu desconsiderar as últimas palavras. Elas carregariam pesadamente sua consciência por um bom tempo. Não havia mais nada a fazer ali.

A porta da capela dava para o norte. Viu que uma mulher se aproximava, foi ao seu encontro. Kevin reparou no formato de sua boca, sobrancelhas, os óculos escuros. Pensou em uma ave de rapina quando a viu. Kevin deu uma rápida olhadela para trás e, ao voltar, não era uma, mas duas mulheres, aparentemente gêmeas, que o aguardavam. Seus cabelos eram tão negros que o sol parecia intimidado.

– ‘Eu sou…’ – Começou uma.

– ‘Dorothy’ – Respondeu outra, para continuar – ‘E eu sou..’.

– ‘Alice’. – Completou Dorothy.

– ‘Senhor Kevin Lomax…’­–Enquanto Alice prosseguiu, Dorothy virou de costas e ficou paralisada. O jogo surreal das irmãs era desconcertante. Kevin reparou que a paisagem por trás delas parecia estática como um outdoor, inclusive havia aves no céu voando em círculos, mas elas não se moviam. Alice mantinha a cabeça estranhamente abaixada e seus cabelos tampavam seu rosto enquanto prosseguia com a conversa. Falava num ritmo pausado e sem alterar o tom de sua voz.– ‘…Representamos o escritório Milton & Advogados Associados.’

– ‘É o enterro de meu pai.’

– ‘Lamentamos, senhor Lomax. Entretanto, não podemos esperar. Trazemos um convite de John Milton.’

– ‘John Milton?’

Nesse momento, Alice e Dorothy reversaram. Alice virou de costas e Dorothy passou a lhe falar, porém esboçando em seu rosto um sorriso desproporcional à ocasião:

– ‘O próprio. Ele deseja que o senhor integre o quadro do escritório.’

Um pouco nervoso, Kevin sorriu também. Estranhamente, aguardava o chamado, apesar da abordagem atípica. Olhou pela última vez em direção à capela. Seu pai jazia na porta, lançando-lhe um olhar de reprovação.

***

Seis meses depois…

Kevin Lomax relutou por muito tempo em aceitar o convite de Erin Brockovic, repórter investigativa, mas finalmente decidiu se encontrar com ela, certo de que teria muito mais perguntas a fazer que respostas a dar.

Aguardava sua chegada. Pôs-se a observar o relógio que recebera de Milton no dia em que chegou à companhia e que era obrigado a usar. A figura de John Milton o intrigava. O homem conhecia reis, ditadores, astros do esporte e do entretenimento. Magnatas beijavam-lhe as mãos, o prefeito da cidade de Nova Iorque lhe pedia conselhos e lhe fazia confidências. Kevin anotava mentalmente os últimos acontecimentos: a morte de seu pai, a loucura repentina de Mary Ann, o sumiço de Eddie Barzoon. Não sabia exatamente a razão, mas associava tudo, por intuição, a Milton e a sua contratação no escritório.

Uma mulher entrou pela porta, esbaforida, fechou o chapéu com o qual se protegera da chuva tímida que caía sobre a cidade. Olhou em volta, Kevin acenou. Não a conhecia, mas pelas descrições, só podia ser Erin, já que era uma linda mulher.

– ‘Olá, desculpe o atraso.’

– ‘Tudo bem. Sente-se.’

– ‘Não podia ser um lugar mais discreto?’

– ‘Na verdade, receio que um lugar mais discreto chamaria mais a atenção.’

Kevin observou Erin retirar um gravador de sua bolsa e pôr sobre a mesa. Olhou em volta, temia que fossem observados. Experimentou uma sensação extracorpórea.

– ‘O que você quer saber exatamente?’

– ‘Dos relacionamentos do Senhor Milton.’

– ‘São muitos. O que, especificamente? Poderei ajudar se for mais clara.’

– ‘Kevin, há indícios de que John Milton esteja por trás de guerras, atentados terroristas e até mesmo epidemias.’

– ‘Ora, fale sério. Você não me trouxe até aqui para falar sobre conspiração.’

– ‘Tudo bem, Kevin. Ele é um dos maiores acionistas da principal empresa que comercializa sementes geneticamente modificadas.’

– ‘Sim. E qual o problema?’

– ‘Ora! Você tem conhecimento do que ocorre nesse exato momento nos campos? E em todo o mundo? Na Índia, milhares de agricultores cometeram suicídio nos últimos três anos porque ficaram endividados. As sementes naturais sumiram do mercado e eles são obrigados a comprar as modificadas. Os bancos, que no início só concediam financiamentos a quem comprava tais sementes, agora não precisam mais fazer isso, já que só há essa possibilidade, e o que eles fizeram? Aumentaram astronomicamente os juros. Os agricultores são impedidos de reaproveitar os grãos, e a polícia genética, contratada pela empresa, acusa mesmo aqueles que não o fazem. Os tribunais dão ganho de causa ao conglomerado. Isso não é só na Índia, Kevin. É em todo o lugar. Todas as terras concentradas nas mãos de uma única empresa. E isso é apenas uma das coisas que Milton tem feito.’

– ‘Isso é negócio!’

– ‘Pois há o outro lado do negócio, Kevin.Experiências feitas com humanos e animais. Mutação. Você está lá dentro, sabe de alguma coisa.

Parecia seu pai falando. Pôde até mesmo sentir sua presença. Lançou um olhar em volta. Foi quando viu as gêmeas ingressando no restaurante. As mesmas do velório de seu pai, e que acreditava ter visto entrando na Limusine de Milton certa vez. Teve um mau pressentimento. Erin estava impaciente com as evasivas.

– ‘Tudo bem. Eu já sabia que seria um tempo perdido. Durma em paz com sua consciência, senhor Lomax, se possível.’

Levantou-se e saiu do restaurante. Alice e Dorothy desapareceram. Kevin viu uma nuvem negra passar do lado de fora, seguindo na mesma direção de Erin. Saiu correndo atrás dela, conseguindo encontra-la ainda na esquina.

– ‘Erin! Erin!’

Ela parou. Seu olhar estudava as intenções de Kevin.

– ‘O que foi? É o lance da consciência? Não se preocupe, homens que vestem ternos tão impecáveis não costumam tê-la.’

– ‘Não, Erin. Escute. E se eu te disser que tenho visto coisas realmente estranhas.’

– ‘Como o quê?’

– ‘Os doze macacos. O que você sabe sobre eles?’

– ‘Isso não responde as minhas perguntas, Kevin.’

– ‘Eu sei, mas você precisa me ajudar.’

– ‘Ora, Doze Macacos é o nome de um grupo de ativistas que luta contra experiências em animais. Muito barulho e pouco alcance. Nada demais.’

– ‘Havia um advogado chamado Eddie Barzoon. Era o segundo na companhia. Da última vez que o vi, estava com uma equipe revirando alguns documentos à noite. Ele me impediu de entrar, mas pude ver em suas mãos uma pasta onde se lia ‘Projeto Os doze macacos’.’

– ‘Que relação pode haver entre John Milton e os ativistas?’

Kevin ponderou as reclamações de Mary Ann e as admoestações de seu pai. Nunca lhes dera ouvidos. Seguiram andando pela cidade, na direção da periferia. Kevin relatou sobre o que tinham sido seus seis últimos meses, desde que começou a trabalhar no escritório: a repentina loucura de Mary Ann; os estranhos clientes do escritório; os hábitos misteriosos de Milton. Erin achou pouco conclusivo, e Kevin disse que na verdade não tinha acesso ao lado B dos negócios, e que sua atuação ainda era limitada à parte jurídica, já que não integrava cúpula. De repente, a rua estava vazia, a noite chegou mais cedo. Era apenas uma hora da tarde. A chuva caía fina. Kevin ouviu o som de uma grande asa se bater no ar e se aproximar. Segurou Erin pelas mãos e tentou entrar em algum prédio, porém todas as portas estavam trancadas. Arrancou uma lata de lixo e a jogou em uma vidraça. Erin, assustada, perguntou o que estava acontecendo, mas Kevin não tinha tempo de lhe responder. Puxou-a para dentro enquanto uma forte ventania caía rasante, acompanhada de um manto negro. Eram as mesmas aves de rapina que haviam atacado a igreja. Vinham em sua direção, enquanto eles alcançavam o elevador. Kevin apertou o botão e a porta se abriu. Jogou Erin para dentro enquanto, desesperadamente, torciam para que a porta se fechasse. Um misto de alívio e terror os abateu quando a porta fechou. Porém, o elevador não subiu. Os bicos se batiam histericamente pelo lado de fora, causando marcas. Erin não pôde conter o nervosismo. O elevador começou a subir trazendo pequena sensação de alívio. De repente, ele parou. Agora o ataque era sobre o teto, onde um rombo crescia na proporção do desespero materializado pelos gritos de Erin. Kevin forçou a abertura da porta, não havia saída. A luz piscava quando os pássaros abriram o teto e uma avalanche negra furiosa desaguou, revolvendo-se em terrível fluxo. Um ataque rápido. Os pássaros partiram do mesmo modo que ingressaram. Deixaram o corpo de Erin estilhaçado. A luz se acendeu e o elevador desceu, calmamente. Parou no andar térreo, a porta se abriu.

Kevin caminhou para fora do prédio, anestesiado, ignorando o corpo ali caído. Do lado de fora, as gêmeas o aguardavam na saída do prédio. O dia estava lindo, com um sol gigante e alaranjado se pondo no meio dos prédios, como uma propaganda de refrigerantes em um outdoor.

– ‘Ele…’ – começou Dorothy.

– ‘… o aguarda.’ – Finalizou Alice, para depois dizer – ‘E ele lhe dirá…’

– ‘…o que você espera ouvir,’ – Completou Dorothy.

– ‘Kevin!’ – Finalizaram juntas. Kevin reparou que elas comiam maçãs, e que as maçãs eram amarelas.

Kevin seguiu por Nova Iorque, ignorando o ineditismo das ruas completamente vazias. De repente, ouviu o ronco violento de uma motocicleta. Uma mulher vestida de preto, com óculos escuros, parou a seu lado.

– ‘Suba depressa’

Ela o levou até a beira de um penhasco.

– ‘Não temos muito tempo. As máquinas se aproximam, em breve estarão aqui.’

Abriu as mãos e mostrou duas pílulas.

– ‘Você toma a vermelha, e volta para sua vida normal, onde Milton te aguarda. Você toma a azul, e eu te mostro o que há por trás de tudo isso.’

Kevin optou pela pílula azul. Bebeu um gole de água da garrafa que ela retirou do baú de sua motocicleta e aguardou o efeito por algum tempo. Sentiu uma leve brisa em seu rosto, que se intensificou aos poucos.

– ‘Suba, depressa!’

Kevin montou e agarrou Trinity pela cintura. Ela pisou violentamente e acelerou o máximo que pôde. O vento rasgava seu rosto, e Kevin também podia senti-lo atacando sua pele. Atravessaram um deserto à medida que escurecia, mas a lua cheia tornava o caminho visível. Visível suficiente para perceber que havia um penhasco à frente. O resto de lucidez que sobrou na mente de Kevin lhe dizia que iriam cair ladeira abaixo, mas a adrenalina que o havia tornado refém lhe dizia: ‘E daí?’ A morte dançava no horizonte, mas ele se sentia vivo como nunca, como um elemento químico que tivesse alcançado a configuração eletrônica estável, e se tornado um gás nobre. Ou o zero absoluto. Ou o nirvana. Não sentia calor ou frio. Não tinha medo nem deixava de ter. Estava vivo. E não estava. Seus músculos ansiavam pela queda e ele a agarrava mais forte, sem, no entanto, machucá-la. O gelo fluía em suas veias e Trinity levantou a motocicleta um pouco antes de chegarem ao limite. Foi quando tiveram a visão do céu e ali puderam vislumbrar o espetáculo da poeira de estrelas que se esparramavam no ar… Um breve momento que pareceu eterno…

Interrompido pelo golpe impiedoso da máquina rumo à profundidade do desconhecido. Tão nervoso que as estrelas, assustadas, permitiram-se irresistivelmente serem arrastadas no vácuo. Kevin olhou para elas e viu que as estrelas agora eram negras como a própria noite e… possuíam asas. E elas se aproximavam cada vez mais rápido. Kevin alertou a Trinity, que parecia dar o máximo para, finalmente, alcançar um túnel, que se fechou atrás de si. Ela seguiu em alta velocidade em uma cidade desconhecida. Kevin podia antecipar cada curva, enquanto dançava freneticamente com Trinity à sua frente, ao ritmo da máquina. Preferia que a viagem não tivesse mais fim.

Mas ela havia acabado.

Pararam em um prédio abandonado. Subiram até a cobertura. Trinity parou em frente à porta.

– ‘Entre, Kevin.’ – falou Trinity.

– ‘Como?’

– ‘Ele o aguarda. E não temos muito tempo.’ – Completou Switch.

Kevin entrou. Havia um homem sentado numa poltrona. Era Morpheus, o líder dos Doze Macacos.

– ‘E conhecereis a verdade …’

– ‘E a verdade vos libertará… Meu pai era um pregador.’

– ‘Seu pai? Sim. Acho que sim, Neo.’

– ‘Neo?’

– ‘É o seu nome no mundo real’.

Kevin assimilou a informação sem lhe dar muita importância.

– ‘E qual é a verdade?’

De repente, estavam em um campo, onde havia milhares de cápsulas e, dentro delas, seres misturados, animais e humanos, ligados a tubos de onde saíam seus fluídos corpóreos. Todos possuíam óculos e suas cabeças tremiam como se reagissem a estímulos.

– ‘Aqui é onde a verdadeira guerra acontece. Alguns estão acordados, mas a maioria dorme. Tentamos acordar a maioria antes que seja tarde. Aqui, no mundo real, somos escravizados. Há milhares de campos onde homens são cultivados. Mas o pior está por vir. Enquanto somos humanos, temos alguma esperança de salvar nossa espécie, mas eles preparam coisa muito pior. Desejam realizar mutações em nossa espécie, juntando nosso DNA ao de animais. Estes são os primeiros experimentos. Apenas um grupo de teste. A maioria dos humanos ainda é normal.’

– ‘Mas, o que os impede?’

– São as regras do jogo, Kevin. O anticristo precisa ser revelado para que todos aqueles que dormem sejam finalmente transformados. Aí, teremos o fim de nossa espécie.

– Anticristo?

Kevin congelou ao reparar a maneira como Morpheus o olhava ao dizer essa palavra. Refletiu. Tudo se encaixava.

– ‘Então, Milton…

– ‘É o diabo, ou como quer que você o chame.

Tudo começou a girar em torno de Kevin ante a conclusão óbvia.

– ‘Kevin. Milton é teu pai’.

Desejava fugir, mas não sabia para onde. Sentiu-se tomado de certa claustrofobia, não conseguia respirar, não queria pensar em mais nada. A morte lhe cairia bem agora, preferia não ter nascido.

– ‘Por que eu? Por que eu?’. O estômago quase saiu pela boca por se sentir um farrapo humano.

– ‘Você tem uma escolha, Kevin’.

– ‘Qual?’.

– ‘Destrua o anel.’

– ‘Que anel?’

– ‘Ele está dentro de seu relógio. Milton o quebraria e te entregaria hoje.’

Kevin quebrou o relógio no chão. Havia mesmo um anel dentro dele. Tomou-o em suas mãos e se pôs a avalia-lo.

– ‘O que tem esse anel?’

– ‘Foi feito para você, possui o teu DNA, suas células tronco. Caso você aceitasse a proposta de Milton, você seria eleito o presidente da ONR e aprovaria a lei dos mutantes.’

– ‘Mas se você o destruir, sua maldição e a história acabam, ao menos por ora. Então, daqui a dois mil anos Milton voltará e tentará novamente. E nós, os Doze Macacos, estaremos prontos para o novo combate.’

– Corta!

A equipe se descontraiu ao som de palmas, pela conclusão do trabalho.

– Bem, pessoal, essa era a última grande sequência que precisava ser refeita e, temos apenas uma pequena cena lá no início. Alice riu demais, não é? Bem, essa vai para os extras.

– Vai ter continuação?

– Não sabemos. Por mim, faríamos um filme maior, mas infelizmente o orçamento liberado foi de apenas quatro mil palavras. Tínhamos aqui um pouco de sexo entre Kevin e as gêmeas no escritório de Milton, aquela em que o Pacino em que ele se revela o diabo e diz aquelas coisas chocantes. A propósito, o roteirista ainda está putinho?

– Ele não gostou dos cortes na cena da fuga de motocicleta.

– O diretor aqui sou eu. Isso aqui é cinema. Se quiser literatura, escreva um livro.

Risos.

– Eu quero que ele refaça o final, em que Neo joga o anel na montanha da perdição, ok. Bom, galera, por hoje é só. Agora vamos beber.

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46 comentários em “Mundo dos Sonhos (Daniel Vianna)

  1. Rodrigues
    17 de novembro de 2014

    outro conto que busca homenagear a temática com essa mistura de filmes. confesso que quando kevin encontrou-se com a Julia roberts, torci o nariz e falei, “ah nao!” hahaha. é uma proposta ousada, como varias aqui, foram diversos níveis. sobre a técnica, não tenho nada a reclamar, só achei meio abruptas e desinteressantes as inserções de personagens, o que me fez desgostar da trama, que é bem amarrada.

  2. Gustavo de Andrade
    17 de novembro de 2014

    Este aqui é cabeludo. Embora a trama seja bem complexa, não achei que ela foi executada da melhor forma. A parte inicial, o primeiro ato, das asas negras e a igreja etc. ficou meio… sei lá, pareceu jogado. Deu a impressão de confusão proposital, como se a pessoa responsável pela autoria tivesse inserido esses elementos para levantar questões nas cabeças de quem lesse — o que funciona, claro, mas talvez não seja o suficiente para desenvolver um apego à trama, colocar esses elementos enigmáticos tão no início. E neste formato, ao meu ver, todo o prosseguimento do enredo pode ser encaixado: complexo e relativamente bem construído, mas insatisfatório por se apegar a clichês e/ou truques demais (chavões, confrontos, revelações e outros elementos mais apelativos — este último item algo que eu igualmente me atropelo para calcular a concentração ideal). Mas a capacidade de “costura” da autora ou do autor mostra que, fosse outro tema mais fortuno, talvez o resultado pudesse ser melhor, uma vez que os itens a serem “costurados” seriam absolutamente individuais ao autor ou autora.

  3. Fil Felix
    17 de novembro de 2014

    Sendo bastante sincero, gosto de quase todas as referências utilizadas no conto, porém não gostei do mesmo. Achei uma grande salada, com diversas citações gratuitas só pra “incluir mais um filme”.

    O início achei bem interessante, com a Telma e Louise na Matrix. Porém o segundo bloco entendi bulhufas e o terceiro achei muito confuso, excesso de informação que parecem estar ali só pra conseguir o maior número de filmes no mesmo conto. Como a parte do Senhor dos Anéis, achei forçadíssima. O esquema de que era uma gravação, também não gostei.

    Percebi que outros leitores gostaram, então pegue meu comentário como algo pessoal, de gosto. Particularmente, acho que se tivesse apenas dois/ três filmes ocorrendo num fundo a lá Matrix, o conto ficaria mais conciso, você conseguiria desenvolver melhor uma narrativa.

  4. Wender Lemes
    17 de novembro de 2014

    Que mistura em, amigo? Kkkkk Muito bom. Milton como autor de Paradise Lost e Diabo é uma ironia desgracenta também kkk. Gostei muito, apesar de ter me perdido em alguns pontos, por tantas referências misturadas. Parabéns pelo ótimo conto e boa sorte.

  5. rubemcabral
    17 de novembro de 2014

    Achei mediano: as citações e elementos usados na mistura foram excessivos, em minha opinião. Mal temos tempo para apreciar e entender um evento e outros pipocam de toda parte. Gostei muito do início, ao ver Matrix, 1984 e Telma e Louise tão bem mesclados. Mas a partir da entrada de Os Doze Macacos e de Advogado do Diabo, comecei a perder o interesse, infelizmente. Não gostei do final, raramente algum Deus-ex funciona comigo…

  6. williansmarc
    16 de novembro de 2014

    Ao contrario da maioria, não consegui gostar do conto. Há excesso de referências e não há um desenvolvimento do protagonista. Os filmes que foram misturados não tem muita coisa em comum e acho que por isso me deixou com uma sensação estranha. O final também deixou a desejar, não gostei dessa estratégia de dizer que era tudo um filme.

    Enfim, boa sorte no desafio.

    • morganfreeman
      16 de novembro de 2014

      Show de bola, Willians. O importante mesmo é saber o que você achou. Reitero a resposta dada a uma colega, abaixo, no sentido de que não é possível agradar a todos, e que espero agradar em algum texto futuro. De todo modo, sucesso pra ti, meu camarada.

  7. Andre Luiz
    16 de novembro de 2014

    Primeiramente, meus critérios complexos de votação e avaliação:
    A) Ambientação e personagens;
    B) Enredo: Introdução, desenvolvimento e conclusão;
    C)Proposta: Tema, gênero, adequação e referências;
    D)Inovação e criatividade
    E)Promoção de reflexão, apego com a história, mobilização popular, título do conto, conteúdo e beleza e plasticidade.
    Sendo assim, buscarei ressaltar algumas das características dentre as listadas acima em meus comentários.
    Vamos à avaliação.

    A)De cara, nunca assisti Matrix ou qualquer dos outros filmes que tenham aparecido, pois não reconheci nenhum personagem que já tenha visto. Isto pode ser bom no caso… Sendo assim, analisarei o conto pelo simples texto escrito, eliminando referências ao filme, visto que não há como saber nada a partir daí. Sem mais delongas, gostei muito da ambientação futurística, da questão da guerra biológica entre os capitalistas e os agricultores do mundo(aliás, um tema a ser discutido: A artificialização da vida. Acabei de saber que já existem “ovos falsificados” vendidos na China e que, no mais tardar, chegaram ao Brasil) e, fora isto, a questão dos demônios e tal foi muito bem trabalhada.

    B)Contudo, o enredo não me chamou a atenção de início, ficando realmente bom da metade para a frente. Logo, se não fosse o concurso, eu certamente não teria vontade de terminar a leitura. Todavia, estaria perdendo uma ótima oportunidade de conhecer melhor o trabalho de “Morgan Freeman”, o texto cativante e a narrativa interessante.

    Considerações finais: Diante disto, uma opinião pessoal é a de que o início necessita ser refeito,de forma a atrair mais o leitor comum(que não tenha assistido aos filmes) e integrá-lo mais à trama, deixando tudo um pouco mais conciso no início. Discordando de meus colegas comentaristas, eu adorei o final da forma como foi escrito, ironizando tanto o concurso quanto a produção literária em si(senti a indireta). Gostei muito de seu trabalho e desejo muita sorte no concurso. Em outra ocasião, adoraria ler mais textos de sua autoria. Sucesso!

    • morganfreeman
      16 de novembro de 2014

      Show de bola, André. Anotei o retorno e fico feliz que tenha gostado. Deixei a referência à questão dos alimentos modificados em um comentário abaixo, diz respeito a um vídeo do Youtube. Sucesso pra ti e aquele abraço, meu irmão.

  8. Gustavo Araujo
    16 de novembro de 2014

    Muito bom o conto. Posso imaginar o autor pensando “caramba, o Keanu Reeves é Neo e também é Kevin Lomax… por que não misturar o dois?” Ideia sensacional. Desenvolvimento idem. Muito bom mesmo. Só faltou acrescentar Johnny Utah e o surfe, rs

    Falando sério, gostei como as histórias de Matrix e do Advogado do Diabo se entrelaçaram, da maneira como Milton e Morpheus se completam e mantêm a aura de mistério que os caracteriza em ambos os filmes. Torci um pouco o nariz para algumas referências, como Thelma e Louise e O Senhor dos Anéis – achei que ficaram gratuitas demais – mas isso pode ser apenas preciosismo de minha parte, aquela pretensão inevitável que faz quem lê desejar ter as rédeas da narrativa. Por outro lado, foram bem aproveitadas as alusões a Alice e a Dorothy (Oz), além de Erin Brokovich e do Hitchcock, no ataque dos pássaros. Enfim, o conto é um deleite para quem gosta de cinema, com suas inúmeras citações, ancorado com segurança em dois filmes muito bons.

    O pecado é o fim. Essa coisa do “corta” ficou meio um “Deus ex machina”, dando a impressão que o autor não soube direito como terminar. Ainda que tenha aludido divertidamente ao limite de 4 mil palavras, essa sensação não se desfez. Eu estava muito curioso em saber como, afinal, Keanu/Neo/Kevin iria controlar a rebelião das máquinas chefiadas pelo Pacino/Milton.
    De todo modo, um contaço. Obrigado e parabéns!

    • morganfreeman
      16 de novembro de 2014

      Valeu, Gustavo. Em relação a Thelma e Louise, há uma explicação abaixo. O Senhor dos Anéis eu já concordei que não foi uma boa ideia, além de ter outra para o final. Fico feliz que tenha gostado. O objetivo foi realmente fazer referência ao cinema de algum modo, ao mesmo tempo em que aproveitei para dizer algumas coisas que achava que tinham a ver e que podiam ser transmitidas por meio dos filmes escolhidos. Sucesso para você, meu camarada. Aquele abraço.

  9. Eduardo Selga
    15 de novembro de 2014

    Se eu juntar todos os ingredientes de uma feijoada, isso não me garante que o prato seja bem feito. É preciso temperar de modo adequado, conhecer proporções, e não esquecer que o feijão é fundamental numa feijoada.

    Digo isso porque o presente conto é um fast food de referências relativas a personagens e filmes do cinema, como a dupla Dorothy-Alice como uma espécie de sombra narrativa de Thelma e Louise, John Milton (referência a Al Pacino, mas também ao clássico da literatura “Paraíso Perdido”, dentre outros casos. Nesse caleidoscópio, a dramaticidade do enredo se dilui.

    Tivesse o(a) autor(a) se preocupado menos com a pirotecnia ao querer demonstrar no texto o tema do Desafio (o que também ocorre no conto “Lua de Mel no Titanic”) e mais com a literariedade, boa parte do texto poeria ser excluída para que o enredo se concentrasse num ponto que pudesse render frutos viçosos. Por exemplo, o domínio capitalista sobre os recursos naturais e os homens, que tem relação simbólica com o “Paraíso Perdido” de John Milton. No conto, a demonstração desse veio aberto mas não explorado devidamente está em, dentre outras partes, “[…] há indícios de John Milton esteja por trás de guerras, atentados terroristas e até mesmo epidemias”.

    O final do conto é bem sintomático, por mostrar duas coisas: o compromisso com a construção de um texto que seja declaradamente entretenimento, não literatura (“O diretor aqui sou eu. Isso aqui é cinema. Se quiser literatura, escreva um livro.”); o entendimento de que a qualidade do texto se mede por seu tamanho, não por seu enredo e trama ( “Por mim, faríamos um filme maior, mas infelizmente o orçamento liberado foi de apenas quatro mil palavras.”). Claro, tais palavras estão na “boca” no narrador, por isso prefiro entender como ironia, não a expressão do pensamento autoral via narrador.

    • morganfreeman
      16 de novembro de 2014

      Olá, Eduardo. As impressões estão anotadas. Discordo apenas que o texto seja ‘declaradamente entretenimento’. Procurei apenas evitar ser maçante ou adotar um tom professoral diante de alguns temas tratados. Reconheço, outrossim, a possibilidade de que meu amadorismo não me tenha permitido acertar a dose adequada para isso. Mas, de todo modo, agradeço, com certeza, o comentário. Sei que suas análises são bastante criteriosas e vou considerá-las, certamente. Sucesso e aquele abraço.

  10. Thiago Mendonça
    14 de novembro de 2014

    O conto é bem escrito, e o(a) autor(a) foi bem criativo(a) na escolha do tema e desenvolvimento da trama. A narrativa, porém, não me fisgou, e achei um tanto forçada a forma como você misturou todos esses personagens numa história que pouco sentido faz (apesar de que eu imagino que essa seja a ideia, ser mais caótico do que organizado).
    Enfim, a boa técnica e alguns pontos aqui e ali divertidos me mantiveram lendo até o fim, mas fui vencido pelo caos, e sua história acabou não sendo das minhas preferidas nesse certame.
    Parabéns e boa sorte!

  11. Anorkinda Neide
    13 de novembro de 2014

    Gostei bastante da miscelânia aqui!
    Entendi até mesmo a participação de Telma e Louise… ri com a reclamação das 4000 palavras!..rsrsrs
    Um conto grande que não dá a sensação de cansaço, mas de diversão.
    Parabens!

    (Estou bastante sem inspiração pra comentar, com pouco tempo e pra completar, meu pc tá pifando… em seus momentos finais de vida! Durante alguns dias eu li uma meia duzia de contos, sem comentá-los e agora o farei, antes q o pc apague para todo o sempre.. nao estranhem o fato de os comentarios entrarem em pequenos intervalos de tempo. eu já li os contos e anotei minhas impressoes no papel, ok?)

    • Anorkinda Neide
      13 de novembro de 2014

      Ahhh.. nao gostei do titulo. Este conto merece um titulo mais a sua altura. 😉

    • morgan freeman
      13 de novembro de 2014

      Muito obrigado. Fico realmente feliz que tenha gostado. Sucesso pra ti e aquele abraço.

  12. JC Lemos
    12 de novembro de 2014

    Olá, tudo bem?

    Uma mistura e tanto, hein. As várias faces de Keanu Reeves. Hehe
    Funcionou para a maioria, mas senti que faltou algo. Assim como disse o diretor, quatro mil palavras foi muito pouco. Correu demais, informações demais em um curto espaço. Há quem goste desse tipo de narrativa, mas não é minha preferida.
    Já na parte na parte narrativa (técnica), eu gostei. Soube conduzir muito bem, e isso se reflete na aprovação dos colegas.

    Enfim, é um conto bem narrado e conduzido, que não me agradou pelo enredo. Mesmo o mote principal sendo a criação de um filme.

    De qualquer forma, o autor está de parabéns!
    Merece um lugar na Matrix.

    Boa sorte!

  13. piscies
    12 de novembro de 2014

    Eu estava gostando do texto até o final. Esse “corta!” já estava ficando bem massante antes do desafio, e agora ficou pior, rs. SEMPRE tenho uma sensação de perda de tempo quando leio isso, algo do tipo “ah… ok, nada do que eu li aconteceu na história, ou seja, foi uma monumental perda de tempo”. Este final foi ainda mais estranho por que me pareceu um espaço que o autor usou para reclamar. O que eu li foi “galera, eu ia escrever mais um monte de coisas legais mas não deu por causa do limite de palavras. Pena né? E se vocês não gostaram disto e aquilo, não quero nem saber!”. O teor cômico ali foi muito legal (eu ri) mas não combinou em nada com o resto do conto.

    Resolvi ignorar o final e, quando fiz, vi um conto muito legal. O texto é cheio de ação, referências a filmes muito bons, diálogos interessantes e um personagem principal com algum carisma. O problema é que devido ao “orçamento de palavras”, a quantidade de referências que você colocou acaba fazendo com que a narrativa seja muito corrida. Corrida demais, inclusive. São muitos personagens de muitos filmes diferentes aparecendo um após o outro, sem a história se aprofundar em nenhum. Acabou que não sobrou espaço nem para termos uma relação mais aprofundada com Kevin (ou Neo?).

    A escrita está muito boa. Sem erros e gostosa de ler. Só achei que você colocou esforço demais na caracterização dos diálogos: travessão + aspas simples + itálico. Não precisa disto tudo: apenas um travessão basta ou, para alguns autores, aspas duplas. Isto, porém, não atrapalha em nada a leitura. Só achei “estranho”.

    Em suma, um bom conto. Boa sorte!!

    • morgan freeman
      13 de novembro de 2014

      Fala aí, Piscies. Tudo bom? Não tinha percebido esse tom de ‘esporro’ na parte final. Foi mal, não foi essa a intenção. Quanto às aspas, realmente foi um equívoco. Mas valeu pelo comentário sincero.

  14. Brian Oliveira Lancaster
    12 de novembro de 2014

    Meu sistema: essência. O clima Matrix cativou muitos por aqui. O início se perdeu um pouco, sendo levemente confuso. Entendo o que o autor desejou fazer, uma espécie de prólogo. No entanto, achei o meio/desenvolvimento uma das melhores partes pela sensação de esquisitices com explicações científicas. O final foi legal, condiz bem com a mistureba. Precisa de algumas revisões, como parágrafos extensos demais, mas na escrita em geral foi demonstrado um bom cuidado.

    • morgan freeman
      13 de novembro de 2014

      Alô, Brian. Tudo bom, meu irmão? Valeu o comentário. Realmente há alguns parágrafos muito extensos, além da necessidade de revisão. Certamente escreverei uma nova versão, mais adiante. Um abraço.

  15. Claudia Roberta Angst
    11 de novembro de 2014

    Não tem um filme chamado “Precisamos falar sobre Kevin”? Só faltava incluir este também. Achei interessante a mescla de “roteiros”, sendo o meu favorito “O Advogado do Diabo”. Deve ter dado trabalho costurar tudo junto sem deixar pontas soltas.
    “(…) mas infelizmente o orçamento liberado foi de apenas quatro mil palavras”. O conto seria ainda mais longo, né? Os diálogos ajudaram a agilzar a narrativa, sem dúvida, e sou grata por eles.
    Não notei erros ou entraves na linguagem empregada. Bom trabalho.
    Boa sorte!

    • morgan freeman
      12 de novembro de 2014

      Alô,Cláudia. Tudo show de bola? Espero que sim. Infelizmente eu não vi esse filme que você citou. Que pena (kkk). Fico feliz que tenha gostado. Fiz ainda uma menção à minha segunda cena predileta do filme Advogado do Diabo, conhecida como ‘Criatura Especial de Deus’, que ocorre quando Eddie Barzoon morre. Aquela fala é uma das melhores coisas que eu já ouvi. O conto, em sua versão original, passou de dez mil palavras e tive de cortar tanta coisa que depois tive que reescrever outras partes que ficaram meio sem sentido em razão dos cortes. Hoje, por exemplo, pouco antes de te responder, pensei que seria uma boa se Milton visse Lomax (deixa eu descansar aquele outro nome um pouco, kkk) correr atrás de Erin. Faria isso fazendo uma ligação com aquela cena no início em que ele observa a beautiful people. E a fuga depois do ataque dos pássaros no elevador poderia ser no Ford Thunderbird 66 (carro utilizado por Thelma e Louise no final daquele filme). Mas, enfim, são apenas ideias. Mais uma vez muito obrigado e… aquele abraço.

  16. simoni dário
    11 de novembro de 2014

    Um conto longo, bem escrito, que mistura muitos personagens. Tem que ser lido devagar, aí dá pra entender muito bem, não achei confuso em nenhum momento. Assisti a maioria dos filmes e mesmo quando entrou algum que não assisti nào fez diferença, os outros deram conta do recado.
    Não sei porque,mas li os diálogos como se fossem de HQ.
    Não gostei do final, apesar de divertido, mas no mais está muito bom.
    A Erin Brochovich é minha preferida!
    Parabéns e boa sorte!
    Abraço.

    • morgan freeman
      12 de novembro de 2014

      Alô, Simoni. Tudo bom? Fico feliz que tenha gostado. Há poucos dias imaginei o final como uma conversa em que o roteirista expunha a ideia de um filme para um amigo produtor, e, no final, quando ele falasse no anel, o produtor o mandasse parar porque tava ficando complicado. Algo assim. Pensei que a conversa poderia ser com aquela turma do filme ‘Be Cool’ (John Travolta, Uma Thurman, Dani de Vito)… Enfim, valeu o comentário. Sucesso, boa sorte e aquele abraço.

  17. Jefferson Reis
    11 de novembro de 2014

    Não gostei do desfecho!

    Geralmente gosto de metaficção, mas, nesse caso, não ficou legal.
    Morgan Freeman conseguiu me envolver em seu conto tão cheio de referências (principalmente nessa coisa de sementes modificadas), mas então fez a narrativa esfriar. Achei a revelação de que Milton era o diabo muito bem pensada, o autor poderia ter trabalhado mais nisso.

    Ah, preciso dizer que gostei dos nomes das gêmeas.

    • morgan freeman
      11 de novembro de 2014

      Fala aí, meu amigo Jefferson. Tudo tranquilo, meu camarada? Obrigado pelo retorno. Já pensei também em um desfecho melhor, apesar de seguir no mesmo sentido. Em relação ao Milton, é certo que poderia ser melhor desenvolvido, mas não havia ‘orçamento’ para isso. A propósito, você certamente observou que era ele o poderoso homem a observar a beautiful people, no início, não é mesmo? Após algumas releituras depois da postagem do texto também achei que a narrativa esfriou um pouco a partir do momento em que ocorre o ataque no elevador. Fica a experiência. Bom mesmo é que você assimilou o recado. Caso queira saber mais, veja o seguinte vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=gE_yIfkR88M. Logo no início do vídeo você entende porque Saint Louis (no filme, Kevin Lomax não é de lá) e porque Erin Brockovich entrou na história. Sucesso pra ti e aquele abraço.

  18. Maria Santino
    8 de novembro de 2014

    Olá, Boa Tarde, autor!

    Eu pulei esse texto simplesmente por não conseguir lê-lo. Foram tantos ir e vir, tantos personagens, tantas referencias que minha cabecinha fraca aqui num guentou 😦 Hoje tentei com mais afinco e, apesar de conhecer todos o filmes (Matrix, Senhor dos Anéis, Erin Brockovic, Vim um lance de “Os Pássaros” – do hitchcock -, referencias a Telma e Louise e O Advogado do Diabo), eu entendi a sua escolha, mas, (falando só por mim), achei que a salada não foi bem- vinda (talvez seja incapacidade mental mesmo, que me faça desgostar do seu texto). Primeiro que quando apareceu a alusão de Telma e Louise querendo uma conexão celular, eu já fiquei ligadona esperando algo insólito com elas, mas não há. Elas somem no texto. Depois veio Matrix, e novamente eu esperei o prumo das coisas, mas também não foi assim. Dai veio o Kevim e o pai dele na luta por sementes não modificadas e minha atenção começou a crescer (apesar do nome do personagem repetir demais e me incomodar eu permaneci ligada), gostei demais dos pássaros, mas essas mudanças bruscas e personagens pululantes, de fato me deixaram maluquinha, porque eu gosto de me afeiçoar para poder gostar, porém não aconteceu isso, além do que no fim era tudo um filme e tals. Bem, eu queria menos ar de roteiro, menos cenas e mais literatura (acontece, somos diferentes).
    Boa sorte no desafio, sei que os outros colegas gostarão mais que eu, e já estão. Abraço!

    • morgan freeman
      8 de novembro de 2014

      Fala aí, Maria Santino. Tudo tranquilo? Muito bom ouvir teu comentário, saiba que o mais importante é justamente teu retorno, afinal de contas não é possível agradar a todos, não é mesmo? A partir do que você escreveu eu já dou uma nova olhada e já faço novas perguntas acerca do que escrevi e de minhas ideias, e, a meu ver, é assim que a coisa funciona. Mas, mesmo assim, espero em outras oportunidades escrever algo que seja do teu agrado. Valeu. Muito sucesso pra você e aquele abraço.

      • morgan freeman
        8 de novembro de 2014

        Em tempo, Maria Santino, há algo a se dizer a respeito de Thelma e Louise que não pode passar em branco, já que a citação ao filme não foi em vão.

        Duas mulheres saem pelo mundo desafiando a lei após um ‘acidente’. Em sua história pregressa, Louise fora estuprada, no Texas (o que justifica sua recusa a adentrar no Estado durante a fuga). O filme deixa isso meio que no ar, e não se sabe o destino que foi dado ao agressor. Consideremos que, na melhor das hipóteses, foi processado, julgado e condenado. Ora, o que acontece depois? Deduzimos que, após alguns anos na cadeia, ele foi solto e voltou à sociedade. Como? Tornou-se um sujeito melhor? E a sociedade, como o recebeu? Auxiliou em sua transformação? Bem, é mais provável que os anos em que permaneceu preso, sobretudo na condição de estuprador, o tenham tornado uma pessoa ainda mais perturbada, e, ainda, que a sociedade, após sua saída, o trate com alguma repulsa. Logo, o que temos é um monstro em condições piores, e que pode explodir a qualquer momento.

        Por outro lado, pensemos na condição da vítima. A simples condenação e prisão do agressor reparou o dano que sofrera? Decerto que há, em alguns casos, trabalho psicológico, mas até que ponto é levado a cabo? E em quais condições? A recuperação é alcançada?

        Ora, fosse Louise uma pessoa recuperada talvez reagisse de modo distinto ao ver Thelma ser agredida pelo estranho, mas não foi isso o que aconteceu. Ao ver tal cena, vieram à sua memória as lembranças de seu sofrimento. Sem pensar, ela reagiu. Não presenciou o estupro de Louise, mas a sombra vívida da agressão a que fora submetida. Apertou o gatilho. Logo, Louise não era uma pessoa perfeitamente recuperada, mas ainda doente. Então nos perguntamos, do mesmo modo como ela intuiu: como o ‘Sistema’ agiria caso ela se entregasse? Levaria em consideração sua condição psicológica a fim de contrabalançar sua pena? Lembre-se que o filme retrata a sociedade americana no princípio dos anos 90. Longe do que passam as mulheres em alguns países islâmicos, ou na Índia, hoje em dia, é verdade, mas uma sociedade ainda relativamente atrasada.

        Ou seja, Louise provavelmente pensou (ou intuiu): “vou me entregar para ser julgada pelo Estado, esse mesmo que age de modo tão cínico, que me deu um tapinha nas costas e disse: ‘agora está resolvido, está tudo resolvido’, como se eu pudesse simplesmente esquecer e seguir adiante?”

        Assim, considerei que a atitude de Thelma e Louise de fugir, desconfiando da capacidade do Sistema e da sociedade de manter a paz social, atitude que desencadeou todo o restante e culminou com a cena diante do penhasco, se assemelha ao mesmo tipo de subversão demonstrada em Matrix. A desconfiança em relação ao sistema e a consequente fuga se equiparam, de certo modo, ao ato de ‘tomar a pílula’.

        Desse modo, temos que Thelma e Louise ‘não morreu’, apenas foram despertadas. Em ‘Mundo dos Sonhos’, elas são Trinity e Switch, e a cena da queda do penhasco não é o fim de sua história, mas ela prossegue.

        Frise-se, por fim, que não considero a atitude das fugitivas da lei correta. Pelo menos não em termos absolutos. Apenas achei sua inclusão na história pertinente.

  19. Virginia Ossovsky
    8 de novembro de 2014

    Bom, eu gosto da mescla de vários universos, de vários filmes, e você fez isso como poucos, e felizmente conheço a maioria dos filmes. Porém, fiquei um pouco confusa em algumas partes, em que os parágrafos estavam um pouco grandes e várias ações se misturaram. Mas a impressão que ficou foi boa, adorei esse final, dei umas risadas.

    • morgan freeman
      8 de novembro de 2014

      Olá, Virgínia. Como vai? Valeu aí pelos comentários. De fato, o momento em que Kevin corre até Erin para salvá-la até aquele em que ele anda pelas ruas vazias de Nova Iorque deveria ser quebrado em três partes. Ficou realmente um tijolão, mas é que eu já tinha cortado tanta coisa, e reescrito tantas outras, que achei melhor mandar logo o texto. Mas você tem razão. Valeu a dica. Muito sucesso pra ti e aquele abraço.

  20. Fabio Baptista
    6 de novembro de 2014

    ======= TÉCNICA

    Sinceramente, não vi os tais erros ortográficos apontados pelos colegas.
    Achei que a gramática e a narrativa ficaram excelentes, conseguindo manter o foco do leitor, mesmo com uma trama tão cheia de referências.

    Faltou, porém, uma construção mais elaborada, uma frase de impacto… coisas que são diferenciais em um conto, que ficam na cabeça do leitor após o término da leitura.

    Só não entendi as aspas simples nos diálogos.

    ======= TRAMA

    Uma mistura “aleatória” de filmes e personagens. Ao contrário de outros textos do desafio que utilizaram estrutura semelhante, aqui achei as coisas mais “encaixadas”, por incrível que pareça.

    É uma “loucura organizada” que mantém a atenção deixando a dúvida sobre “o que vai aparecer agora?”.

    Esse recurso, entretanto, cobra seu preço – a atenção do leitor é por mera curiosidade, não por envolvimento com a trama em si. Fica a sensação que a qualquer momento vai aparecer um “Deus EX” e resolver tudo. Como realmente aconteceu (um bom final, aliás).

    A referência ao Anel ficou meio forçada (naquele ponto já estávamos saturados de referências).

    ======= SUGESTÕES

    Tirar a parte do Senhor dos Anéis.

    Tentar deixar mais conciso.

    Tirar essas aspas dos diálogos (ou os travessões).

    ======= AVALIAÇÃO

    Técnica: ****
    Trama: ***
    Impacto: ***

    • morgan freeman
      7 de novembro de 2014

      Boa noite, aliás, bom dia já, meu amigo Fábio. Tudo tranquilo? Muito obrigado pelo comentário. Houve, de fato, exagero no uso das aspas. Quanto à ausência de construções marcantes, por um lado reitero a resposta dada a Sônia. Por outro, acredito que o dueto narrativa/frases de efeito seja uma gangorra a ser manejada com sabedoria. Muitas vezes vemos textos ‘secos’, em que você apenas tem a sucessão dos acontecimentos, pura e simplesmente (creio que eu penda para esse lado), enquanto há outros que se perdem em verdadeira verborragia. A moderação é uma arte, e estou trabalhando para alcançá-la. Por fim, compreendo quando você diz que a atenção do leitor se fixou mais pela curiosidade que pelo envolvimento. A linha direta de ação foi focada em cima do protagonista Kevin Lomax/Neo, mas eu tive que trabalhar também com o fundo da história, que fala sobre os rumos dos avanços da ciência. Aí entram todas aquelas referências e, então, talvez seja realmente muita informação para um conto. Mas é isso aí. Mais uma vez obrigado e muito sucesso.

      • Fabio Baptista
        7 de novembro de 2014

        Caro Morgan Freeman, um dos meus atores favoritos!

        Tem toda razão quando fala sobre a gangorra! Eu costumo pender para o outro lado dela, o lado do exagero! kkkkkk

        É um equilíbrio que todos buscamos. 😀

        Abraço!

        “Neo, I believe…”

  21. Leonardo Jardim
    6 de novembro de 2014

    Poxa, estava anotando todas as referências que você fez no seu texto para colocar aqui no meu comentário (como que colecionando figurinhas em um álbum), mas você entregou na resposta ao comentário da Sonia. Só não tinha sacado a “linda mulher” (bem legal, aliás).

    Gostei bastante do conto, bastante corajoso ao unir tantos filmes em uma trama na maior parte coesa. Confuso, sim, mas encaixou direitinho. Pelo menos eu entendi a trama. Foi boa a sacada de Kevin (o advogado do diabo) ser Neo (são o mesmo ator). Fiquei torcendo pra você fazer isso… hehe. E o final (“corta!”) me pegou de surpresa. Ficou bem legal, com ironia ao tamanho limite e ainda conseguiu encaixar mais uma referência ao Senhor dos Anéis.

    Como defeitos, alguns problemas de ortografia, que, como muitos outros contos aqui, seriam resolvidos com uma revisão (por outra pessoa, talvez), e a trama um pouco confusa, principalmente para quem não viu os filmes.

    Diverti-me bastante lendo seu conto. Parabéns!

    • morgan freeman
      6 de novembro de 2014

      Ô meu amigo, Leonardo. Tudo bom, meu camarada. Fico feliz que tenha gostado do conto. Esqueci de citar uma breve referência a Guerra nas Estrelas (Lucke, eu sou seu pai) kkk. E, por fim, a escolha de Morgan Freeman como pseudônimo é também uma ironia, já que ele interpretou Deus, em Todo Poderoso. É isso aí. Sucesso para ti e aquele abraço.

  22. Sonia Regina
    6 de novembro de 2014

    Foi feito para você, possui o teu DNA,
    há outras frases assim, misturando segunda e terceira pessoa.
    Lembrou-me o filme em que Al Pacino faz o diabo, acho que O advogado do diabo, foi esse o filme?
    A linguagem tem muitos lugares comuns: uma questão de tempo, o chefe de policia que se sente como um predador…ficou um pouco chato de ler. E a tal cena da Telma de Louise é totalmente desnecessária, a meu ver, não vi conexão com o resto do conto.

    • morgan freeman
      6 de novembro de 2014

      Olá, Sônia. Obrigado pelos comentários. Em primeiro lugar, concordo com a crítica. Ainda escrevo com os lugares comuns, clichês. Acho que isso é resultado da pressa, e da preguiça, aliadas à falta de tempo para trabalhar melhor a linguagem. Algo no que realmente devo trabalhar. Não tinha percebido essa confusão entre segunda e terceira pessoa. Vou verificar. Geralmente tenho o hábito de confundir tempos verbais, o que, por outro lado, você não salientou. Talvez não tenha ocorrido aqui. Quanto ao enredo, a cena de Telma e Louise serviria para introduzir a noção da existência de uma trama paralela à do protagonista, de modo que não ficasse sem sentido a apresentação de Trinity e Switch mais tarde. Talvez eu devesse ser mais incisivo nesse ponto. Quanto às referências cinematográficas, o filme ‘Advogado do Diabo’ é a raiz, inclusive contando com os nomes dos principais personagens, Kevin Lomax (interpretado por Keanu Reeves), John Milton (Al Pacino) e Mary Ann (mulher de Lomax no filme, apesar de não aparecer aqui). Entretanto, há referências também a Matrix, Telma e Louise, Os Pássaros, Erin Brockovich, além de uma menção ao filme Uma Linda Mulher, também protagonizado por Juiia Roberts, que interpretou Erin; além de outra referência ao filme Os Doze Macacos, Mas suas indicações são importantes e estão anotadas. Valeu.

  23. Wallisson Antoni Batista
    6 de novembro de 2014

    Muito bom, o enredo ficou legal e bem organizado. Porém eu percebi alguns erros nas palavras como “Sinal dos tempos”, não seria “Final dos Tempos”? Foi uma boa expectativa diante da história de Matrix e assim como o filme o leitor deve manter a atenção, pois a interpretação das virgulas torna o significado do texto muito mais profundo. A parte em que mostra o lado dos bastidores em uma gravação de um filme foi muito importante para o enriquecimento do seu texto, isso conta pontos para você. Na minha opinião o lado negativo foi só da ortografia mesmo.
    Parabéns e boa sorte.

    • Morgan Freeman
      6 de novembro de 2014

      Olá, meu amigo Wallisson, como vai? Muito obrigado pelas observações. Realmente o texto precisava de uma revisada, e para você ver como essa coisa de revisar é complicada, eu te digo que li e reli diversas vezes e só quando postei é que vi algumas coisas, não só erros como também ideias que eu poderia ter incluído. Fica a experiência. No entanto, especificamente no caso que você indicou, a expressão é ‘sinal dos tempos’ mesmo, como é comumente utilizado nos meios religiosos. Boa sorte para ti também e sucesso. Aquele abraço.

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Publicado às 5 de novembro de 2014 por em Filmes e Cinema e marcado .
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