— Ei, Gordo, por que você acha que eu e a Taís terminamos?
— Você chifrou ela e ela soube, ora!
— Mas, você acha mesmo que esse foi o verdadeiro motivo?
— Ué, claro que foi. Lembro que ela não queria que você fosse pra festa. E mesmo assim você foi, conheceu aquela guria e depois deu no que deu. Foi muita burrice vacilar com a Taís, cara.
— Engraçado, a Taís acha a mesma coisa.
— É, e te digo mais, não é só eu e a Tatá não, tem um monte de gente que também acha que você é burro.
— Não, seu sacana! Não é isso. Tô dizendo que ela também acha que o fato de eu ter ido pra festa e ter conhecido a Juliana foi o que causou nossa separação. Encontrei com ela anteontem, no mercadinho, e ela veio com esse papo de que se eu tivesse ficado em casa nós nunca teríamos terminado.
— É lógico!
— Não é.
— Claro que é.
— Claro que não é. O relacionamento já tava ruim.
— Ah, claro que é lógico.
— Não, não é. Uma hora ia acontecer, eu saindo aquele dia ou não. Esse pensamento é uma falácia lógica. É um engano que esconde a verdade. “Post hoc ergo propter hoc” é o que vocês pensam.
— Quê?
— Significa: “Depois disso, portanto, por causa disso.”.
— Hum… então tem lógica.
— Não tem… o que eu quero dizer é que ter ido à festa não foi o que causou o fim do relacionamento. É um erro comum você e ela pensarem assim. Existiam outros fatores, a gente se desentendia demais. A ordem cronológica, a sequência dos acontecimentos, não tem nada a ver com isso.
— Mas tem lógica sim no que a Tatazinha pensou.
— Porra, não tem!
— Tem sim
— Quem tá sendo burro agora é você.
— Tem lógica sim e vou provar ( fuuussssssssspupupufusssss).
—Caralho, Gordo, você tá podre, velho!
— Passei o dia todo comendo batata doce e ovo, portanto… depois disso, por causa disso. Sacou a lógica?
É lógico! (Analítico)
ok, Obrigada pela participação.
Oiiii. Um texto que mostra um diálogo entre dois amigos, eles discutem sobre o término do relacionamento de um deles. Um dos amigos tenta explicar a lógica por trás do motivo do término enquanto o outro tenta se justificar dizendo que tinham outros motivos para o término. A narrativa é ambientada no cotidiano e é toda conduzida por meio do diálogo entre os personagens. Parabéns pelo texto e boa sorte no desafio.
Resumo: O conto se trata de um diálogo entre dois amigos sobre o termino de um relacionamento que envolve traição. Enquanto um tenta argumentar que a traição foi justificada para se sair bem aos olhos dos outros, o outro não compra a argumentação e responde à altura.
Pontos que gostei: Eu gostei muito de todo o corpo do texto, desde os diálogos fluídos e das formas e expressões usadas.
Pontos que não gostei: Eu gostei do texto em uma totalidade.
Onomatopaico e sinestésico! Hahahahaha!
Um continho de humor gostoso (porém fedido), todo feito no diálogo, adorei!!! Sucesso!
MINI – Apostou no diálogo simples e direto, o que me agradou bastante. Tem velocidade controlada.
CONTO – A piada é fraca, mas deu espaço para pensar: O que teria feito Gordo passar o dia todo comendo batata doce e ovo? Não tem lógica, logo o outro tem toda a razão: o problema está intrínseco no “antes disso”. Rsrsrs…
DESTAQUE – “Esse pensamento é uma falácia lógica.” – Infelizmente tão em moda, principalmente na política.
Olá, Analítico, este é o terceiro texto que leio e, mais uma vez, fico com a sensação de que é um conto que se resolveria com bem menos palavras… como se fosse um microconto alongado e não um conto curto.
Achei legal o humor em seu texto, principalmente no final. Eu realmente não imaginava este desfecho, que foi uma ótima forma de provar a teoria de lógica do personagem rsrs.
Não encontrei erros gramaticais.
Resumo: Um diálogo sobre uma certa lógica de um mal-entendido entre um casal de namorados.
Gramática: Nada que desabone a narrativa
Comentário: Difícil é definir este diálogo, como sendo um conto. O mais viável seria defini-lo como uma piada. Com um desfecho de mau-gosto. Embora que, o tema do enredo, tem possibilidades se desenvolvido com mais apuro, pois a ideia é boa.
É lógico! (Analítico)
Comentário:
“O teorema de Pitágoras diz que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos. Podemos utilizar esse teorema para facilitar o cálculo da diagonal de um quadrado e altura de um triângulo equilátero (triângulo com os lados iguais)”.
Caraca! O Gordo poderia ter descrito (pra mim) a simplicidade da lógica aplicada aos fatos! Eu não estaria sofrendo, nos últimos 50 anos, tentando entender esse trem de teorema! (Nem que vivesse mais 1000 anos eu entenderia…)
Brincadeirinha, Senhor Analítico, mas que maneira crua de descrever os meios para se chegar ao fim! Então a danada da batata-doce e os danados dos ovos foram causas do “desabafo”? Por analogia, o final do namoro também veio com os meios utilizados pelo amigo: chifre, traição. Como não compreender uma lógica tão simples! Elementar, meu caro Watson! ❤
Texto bem escrito, diálogo bem construído, linguagem totalmente coloquial, um conto descompromissado, leve (mas nem tanto!).
Uma leitura divertida, fluida, teor juvenil.
Parabéns, Analítico!
Boa sorte no desafio!
Abraços…
Gosto de contos de humor, embora não os leia com frequência porque sou uma pessoa mais ligada ao trágico e ao melodrama, então né, a tendência é outra, embora assista a sitcoms e séries do gênero. Achei que foi inteligente, e que a metáfora caberia em outras situações (cof cof a pandemia no Brasil cof cof as relações plásticas cof cof), e super o veria em jornais (na época em que se comprava jornais, né kkkk), e sem dúvidas pelo tamanho e pelo conteúdo gostaria, salva minha ressalva.
A única coisa que me deixou meio desconfortável (e por consequência devo perguntar) foi: por que o personagem era chamado de Gordo? Por que é ele quem peida? Não querendo ser o geração snowflake, mas trabalhando com literatura temos que, principalmente, questionar as personagens e suas ocupações dentro da narrativa.
No fim, queria que tivesse sido a outra pessoa a peidar. Que talvez ela tivesse o bom argumento.
Parabéns pelo uso de gírias e linguagem coloquial.
Enfim. Boa madrugada, Analítico.
Eu votei contra um conto só com diálogos. Ainda bem que o tema livre venceu, e os diálogos deixaram de ser obrigatórios. Eles são muito difíceis de escrever porque a maioria dos escritores os faz deixando-os muito artificiais. Ou isso ou usam uma fala para explicar algo da trama, vou mostrar:
“— Ué, claro que foi. Lembro que ela não queria que você fosse pra festa. E mesmo assim você foi, conheceu aquela guria e depois deu no que deu. Foi muita burrice vacilar com a Taís, cara.”
Soa forçado, não parece uma conversa real.
A história investe em uma conversa entre um rapaz que traiu a namorada e seu amigo, e eles aproveitam para puxar para o lado das questões de lógica/filosofia. O final é interessante porque o gordo aproveita para usar uma argumentação de causa e consequência para fazer um paralelo ao caso do amigo.
Para resumir, é um conto inteligente mas não foi o meu preferido até agora.
Se você gosta do tema, existe um texto maravilhoso chamado O Amor é Uma Falácia. Acho que vai gostar, eu amei.
Grande abraço e sorte no desafio.
O diálogo está bem verossímil, com alguns pontos a serem modificados para melhor, a meu ver. Incluir a expressão “falácia lógica” numa conversa informal não a deixa muito natural, a menos que o outro interlocutor expressasse que aquele que usou a expressão era metido a intelectual ou a falar palavras difíceis. Fora isso, entendo eu, fica artificial.
A lógica da batata e do ovo, relacionando com o fim do relacionamento, que já estava desgastado, faz sentido; contudo não é algo inédito ou diferenciado que empolgue. Em outras palavras, é algo batido, lugar-comum, o que não deixa o enredo interessante.
BOI (Base, Ortografia, Interesse)
B: Diálogos. O pessoal queria isso mesmo, hein. Então. Estava indo muito bem, com uma pegada comédia dramática, até que veio a piada final. E desandou o caldo. Literalmente. Toda a construção estava ótima. Achei que ia terminar numa tirada filosófica daquela de ficar se pensando durante dias. A saída foi fácil demais. Uma pena.
O: Funciona bem. A intercalação é bastante óbvia e fácil de acompanhar. Mas às vezes é bom colocar uma nota para a mente não se perder, como “disse ele”, “disse ela”. São diálogos convincentes (menos o último).
I: Piadas escatológicas funcionam quando são estabelecidas desde o início, pelo menos, em minha opinião. Aqui só reforçam o estereótipo e não acrescentam nada. Excelente texto. Péssimo final.
Nota: 8
Cada um tem uma lógica, mesmo que a lógica não seja tão lógica. Foi o que entendi da “moral” do texto. O final termina com uma imagem não muito agradável, mas divertida, aliás o conto tem essa pegada cômica no seu todo.
O que eu mudaria, sou mais fã de narrativa do que diálogos, mas para manter sua obra sem mudar muito eu faria a menção, em algumas falas, do nome ou apelido do personagem para o leitor se situar mais quem está falando, na primeira fala você faz isso e na penúltima também, o entendimento ficou mais fácil assim.
Oi, Analítico!
Cara, como posso te falar isso de um jeito bacana… Seu conto está chato… Desculpa
Mas não tem lógica nenhuma… Kkkk
Tipo, pq eu ia querer saber essas coisas? Um mini conto pra ser bom, tem que entregar uma história muito maior, com poucas palavras, mostrar toda uma história, entende? E aqui não sabemos nada, só que um cara traiu a namorada com quem tinha um relacionamento com problemas e discute com um amigo por causa disso… Só..
Olha, não tá ruim, só podia ser melhor. Ter uma história melhor.
Gostei do fato de ser só diálogo, mas podia ter aproveitado mais isso.
Boa sorte! Até mais!
Dois babacas têm uma conversa pseudointelectual.
Putz, tá de zoeira comigo. Eu serão tentando captar minúcias desse seu texto com direito à citação latina e tudo… E você me vem com um desfecho desse? Tá querendo tomar trolha, né? Já disseram que falta humor no EntreContos. Pois bem, concordo. E trago minha dose de mal humor pra reforçar a tese. De resto, o texto está bem escrito. O diálogo flui bem, sendo fácil de acompanhar. Por um momento, o conto me enganou. Depois, revelou-se uma piada. Diverti-me de tão puto que fiquei. Fui trolado.
Olá, Analítico!
Um conto de enredo interessante, firmado em cima de um diálogo que discute causa e efeito de erros em um relacionamento. A expressão Post hoc ergo propter hoc surge para “dar liga”.
Primeiramente, falando sobre o diálogo em si, gostei da forma como ele foi construído, para parecer uma conversa real, possível entre amigos próximos. Poderia acontecer em uma república, em um bar, ou em um ambiente de trabalho. A informalidade da conversa funciona muito bem. É bem escrito e não percebi nenhum deslize grave, que atrapalhe ou tire o nosso entendimento.
Só fiquei um pouco em dúvida sobre o desfecho, pois o personagem Gordo dá a entender que peida porque comeu, durante o dia todo, batata doce e ovo, indicando que a flatulência é consequência de uma série de eventos, e não de um, apenas. E isso contradiz o que ele defende no caso do término do namoro do amigo, dizendo que foi um evento específico, ir na festa, o que causou o rompimento. Talvez seja uma questão de interpretação minha que tenha me levado a essa incoerência, mas é a impressão que obtive.
Em um conto com limite de 500 palavras é necessário, realmente, uma certa dinâmica para atingir o que se quer contar em espaço bastante limitado. E fiquei com a sensação de que aqui isso poderia ser melhor trabalhado, com um pouco mais de texto, a fim de que nenhum leitor ficasse com a mesma dúvida que eu fiquei.
Bom, é isso, boa sorte no desafio!
É difícil avaliar esse texto, porque eu gostei do diálogo, mas não do texto.
Veja bem, o diálogo está fluído, bem escrito e bastante credível para dois adolescentes sem grandes predicados, mas a estória… bem… não existe.
O fim então é nada a ver. Até funcionaria em outra situação, mas aqui não funcionou.
A grande aposta do conto, ao que parece, está no jogo de palavras. Este elemento, porém, me pareceu menos interessante do que os diálogos que soaram muito naturais (assim como a situação envolvendo o fim do namoro), como uma conversa entre dois amigos e que em certo sentido foi capaz de dar uma personalidade a cada um deles. Gostaria de ver essa história se desenrolar com mais profundidade, caso fosse possível extrapolar as 500 palavras. Parabéns!
Um diálogo entre dois jovens sobre a suposta lógica do fim do relacionamento de um deles. Discutem sobre o “Post hoc ergo propter hoc”, “Depois disso, portanto, por causa disso.” A cronologia como fator para compreender os acontecimentos. O final é uma bobagem de menino, um pum, quase uma cagada. Seguiu a lógica despretensiosa de todo o conto.
Linguagem coloquial, narrativa feita toda no diálogo dos dois personagens.
A única coisa que me causou estranheza foi dois jovens que acabam só falando bobagens, discutirem o tal ditado. E um deles ainda citar em latim. Está bem, um é mais culto, estudado, e o outro um completo idiota. Tudo bem, mas … sei lá, ainda acho estranho.
Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.
Oi Analítico.
Sei não, mas acho que o Gordo e a Tatazinha… hum, a fila parece ter andado…
O que achei muito legal no seu conto é o quanto dos personagens foi revelado, sem que fosse preciso descrever nada.
O ex da Tatá, um tipo um tanto egocêntrico que trai a namorada e não demonstra sinal de arrependimento. Justifica tudo com o argumento de que as coisas já não estavam bem antes.
Tais parece ainda gostar dele, dizendo que se ele não tivesse ido à festa, eles ainda estariam juntos.
E Gordo, defendendo Taís, inclusive com pum, um contraponto interessante ao intelectualóide ex da Tatá.
Muito bom!