Asdrúbal despertou caído no quarto. Dor de cabeça. Olhou para cima, achando o responsável: “maldito batente ”. Tonto, olhou ao redor, tentando situar-se. Pela corrente de ar, deduziu: “o buraco na parede… ainda não consertei essa porra.”
Batidas na porta. Asdrúbal foi atender.
– Fala, Duba! Tudo certo? Que cara é essa?
– É… ressaca…
– Hoje marcamos de ir lá na Paradiso, lembra? O caso do vereador que sumiu…
– Vereador? É… acho que lembro.
…
Logo, o detetive Asdrúbal e o sargento Jesus estavam diante da casa noturna da cidade. Uma construção antiga, como a maioria por lá. As portas de madeira eram decoradas por um letreiro neon que àquela hora da manhã estava apagado, nele: Paradiso Club.
O gerente veio recebê-los. Tinha olheiras fundas nos olhos, o caso devia estar tirando-lhe o sono. Pudera, há tempos não havia desaparecimentos ali, mas agora, um vereador da cidade!
A polícia estava batendo cabeça para solucionar o sumiço do político e, mais uma vez, chamou Asdrúbal para auxiliá-la no caso.
Asdrúbal estava com dor de cabeça e não gostava dali. Achava imoral e ilegal a própria existência do estabelecimento, mas dado o dono ser um importante deputado da capital, vistas grossas eram feitas e o negócio prosseguia, próspero.
– Querem falar com as meninas?
– Sim – respondeu o Sargento Jesus.
– Ainda não – corrigiu Asdrúbal – Primeiro quero dar uma olhada pela casa.
Juntos, os três visitaram cada cômodo do estabelecimento. Asdrúbal olhou minuciosamente cada canto até, por último, ser levado ao quarto onde o vereador foi atendido. Ao entrar, algo imediatamente chamou a atenção do detetive.
O quarto era simples: uma cama e um pequeno banheiro. Mas o que reparou estava no canto oposto da cama: uma junção de três paredes, formando uma quina. Mas não um ângulo comum, havia algo errado ali. O teto descia abruptamente até se juntar às paredes laterais, formando um desenho em Y, meio torto. Definitivamente, um erro de construção.
– Quarto estranho… – observou Jesus.
– Sim… esse é um dos mais esquisitos. A casa é velha… você sabe como são os prédios da cidade.
Asdrúbal conhecia a inusitada arquitetura local. Em seu próprio apartamento, o nível do piso do quarto era mais alto que o da sala, gerando aquele ridículo degrau entre ambos, que o fazia constantemente bater com a cabeça no batente da porta.
– Preciso de um tempo sozinho aqui.
Quando o policial e o gerente saíram, Asdrúbal sentou-se na cama, encarando o estranho ângulo das paredes.
…
– Asdrúbal! Tá tudo bem? Você já está há vinte minutos aí.
O detetive pareceu acordar de um transe. A cabeça latejava de dor, estava insuportável. Precisaria deixar o interrogatório dos funcionários para o dia seguinte.
…
No outro dia, estava na boate novamente, conduzindo entrevistas com os funcionários.
Ouvindo todos, conseguiu reconstruir bem o que acontecera na noite do sumiço: O vereador chegou à casa, foi direto à sinuca, como de costume. Jogou, bebeu, flertou com algumas meninas até escolher uma, foram para o quarto estranho, depois disso, ninguém mais o viu.
Na verdade, todos disseram que o viram sair do quarto e ir embora. Os relatos seguiam idênticos até o momento da entrada no quarto. Daí uns diziam que ele saiu uma hora, outros, outra hora. Asdrúbal acreditava na história até o vereador entrar no quarto, a partir dali era uma incógnita. Contudo, ainda interrogaria a testemunha-chave: A moça com quem o vereador teve relações.
…
– Como se chama?
– Evach.
– Pelo visto, naquela noite o vereador não queria sexo, estava aqui apenas pra jogar e beber. O que o fez mudar de ideia?
– Eu fiz.
– Como?
– Se eu te contasse, tu mudaria de ideia também, detetive.
Asdrúbal engasgou, mas se recompôs, ignorando a provocação.
– Pode me contar como foi a noite?
Evach passou a explicar a mesma história que o detetive já ouvira, mas Asdrúbal mal prestava atenção. Estava mesmerizado pela mulher.
Morena, dotada de olhos negros e profundos, comparáveis somente à cor dos próprios cabelos. Seus lábios se moviam num ritmo hipnótico. O nariz arrebitado, o queixo gracioso… A mulher era perfeita. Asdrúbal não sentia atração por prostitutas, pelo contrário, sentia-se desestimulado ao sequer cogitar pagar por sexo. Mas aquela mulher parecia espantar seu preconceito para longe. E seu juízo.
Quando Evach terminou seu relato, Asdrúbal estava novamente com dor de cabeça. A desejava com tanta força que a ânsia refletia em seu corpo em forma de dor. Ficou de voltar outro dia.
…
A noite não lhe foi tranquila. Sonhou que transava com Evach, sendo constantemente espionado pela estranha quina do quarto. Asdrúbal acordou pela manhã envergonhado por ter tido sonhos tão joviais, mas sobressaltado: “Ela com certeza está escondendo algo! Preciso voltar lá”.
…
De volta à Paradiso, o detetive convocou Evach novamente para interrogatório, desta vez, no famigerado quarto. Estava sentado de frente para a mulher e sobre o ombro dela, podia ver a enigmática quina do quarto. Espreitando-o.
– … E aconteceu algo estranho ou diferente naquela noite?
– Bem… eles sempre agem estranho quando tão comigo.
– O que aconteceu de estranho?
– Bem…. ele ph’nglui mglw’nafh…
– Hã… desculpa, pode repetir?
– Claro. Eu disse que o vereador ph’nglui mglw’nafh, fhtagn.
– Nafh, fhtagn? – perguntou Asdrúbal, curioso.
– Sim, mas depois foi embora.
– Entendo… mas h’ee-l fai throdog uagah?
– Aye, y’ai’ ng’ngah.
Nesse momento, o Sargento Jesus entrou no quarto.
– O que vocês estão falando? Não entendi nada!
– Eu estava contando pro detetive como foi a noite do vereador.
– Sim – arrematou Asdrúbal, pensativo – não tenho mais perguntas. Vocês podem sair por um instante? Preciso pensar.
Evach e Jesus saíram do quarto, deixando o detetive olhando para a insólita quina da parede.
O ângulo pintado num pálido amarelo mexia com ele. Aquilo poderia ser a resposta. Contudo, não poderia conduzir suas investigações ali. Precisava reproduzir a construção em local seguro, onde pudesse levar o tempo necessário em ilações e ponderações. Asdrúbal sacou o celular do bolso e ligou a câmera.
…
De novo em seu quarto, o detetive tinha tudo o que precisava para a investigação. Tirara fotos das paredes e da quina do estranho quarto da boate e depois de imprimi-las, prendera-as pelas paredes, como referência. Ao seu lado, havia placas de gesso, massa e mais uma dúzia de ferramentas necessárias para a construção.
Asdrúbal tinha um brilho no olhar.
– Mãos à obra!
…
Agora, o detetive jazia sentado diante de seu trabalho. Finalmente havia consertado o buraco na parede de seu quarto, mas fora além: reproduzira com perfeição o ângulo do quarto da boate. Estava orgulhoso do feito. Custara-lhe apenas algum dinheiro, dois dias e algumas reclamações dos vizinhos, mas estava pronto!
Diante da exótica quina, pôs se a esperar. As respostas viriam.
A noite começava a cair. O detetive ficara imóvel observando ângulo o dia inteiro sem, porém, nada acontecer ou ter qualquer anunciação, algo estava errado. Súbito, a resposta lhe ocorreu: “A cor!”
Na boate, as paredes tinham uma cor amarelada. Em sua casa, apenas ficara o branco do gesso misturado com o cinzento da argamassa, óbvio que não funcionaria, a cor estava errada!
Assim, saiu para comprar tinta.
…
Voltou mais de uma hora depois, fora difícil achar alguma loja aberta quase à meia-noite. Mas antes de entrar em casa, se deu conta de algo preocupante.
Se aquela quina, reproduzida como a do quarto da boate fosse alguma espécie de porta ou portal, seja lá o que fosse, que teria levado o vereador, poderia estar ali. Percebeu que construíra em sua própria casa um portal que poderia trazer qualquer pessoa ou ser inimaginável. Ficou ali ruminando as possibilidades.
Ásdrubal resolveu entrar no apartamento. Nenhum sinal de vida. Afastando a cortina, percebeu o sol já raiando, mas não lhe deu atenção; ainda tinha muito trabalho para fazer.
…
O sargento Jesus estava prestes a bater, mas percebeu a porta aberta e entrou no apartamento.
– Duba? Você Tá aí?
Nenhuma resposta veio. Jesus avançou pelo apartamento. A porta encostada e o sumiço do colega não eram normais. O apartamento estava morbidamente quieto, e fedia. O colega devia ter relaxado na faxina, tal a paranoia que estava na investigação sobre o vereador. O policial se aproximou do quarto.
– Duba?
Encontrou o detetive sentado no chão, no meio de uma bagunça de ferramentas, latas de tinta e poeira de obra. O colega estava estático, com o olhar cravado numa estranha construção que fizera no quarto. Uma construção que lhe parecia familiar…
– Asdrúbal! Acorda, homem! – Jesus sacudiu os ombros de Asdrúbal, tirando-o do transe.
– Quê? – respondeu ele, sonolento – Suas feições pareciam ossudas, meio desnutridas. Estava deveras mais magro.
– O que aconteceu? Você não entrou em contato… o porteiro lá embaixo disse que da última vez que te viu você estava saindo à noite pra comprar tinta, já tem três dias… O que está fazendo?
– Eu estou quase, Jesus… quase! Eu construí a porta, mas por algum motivo, ninguém sai dela… eu fiquei aqui o tempo todo, não tirei o olho, mas nada apareceu…
– Acho que você não está bem Asdrúbal… Tá aí todo mijado, não come, não trabalha… acho que precisa de ajuda. Deixou a porta aberta, sem a chave…
Uma luz brilhou nos olhos de Asdrúbal.
– É isso! É ISSO!
– Isso o quê, tá louco?
– Você pode construir a porta, mas nada vai abri-la se não tiver uma chave! Preciso da chave! E eu sei onde está!
– Do que você tá falando, cara?
– Eu preciso da chave, aí vou poder entrar, encontrar o vereador e pôr um fim nesse caso! – Asdrúbal, antes inerte, agora se movia energicamente pelo quarto, indo em direção à porta.
– Espera, aonde você vai?
– Uma porta não abre sem a chave, Jesus. Eu vou resolver esse caso!
…
Logo, Asdrúbal estava de volta à Paradiso. Não se sentia à vontade, mas tinha uma missão. A boate já voltara ao funcionamento normal e ele estava no balcão do bar, aguardando-a. E ela apareceu: Evach.
– Detetive? O que faz aqui? Veio me interrogar de novo?
– Quase isso… – o olhar dele era penetrante, ávido – quero que você me faça mudar de ideia.
– Tem certeza? – os olhos negros se estreitaram, perigosos e sedutores – Se você vier, não tem volta…
– Eu quero. Agora. Naquele quarto.
Evach sorriu e inclinou-se sobre ele: – Eu vou fazer você querer voltar sempre!
…
Evach beijou sua face procurando sua orelha. Asdrúbal sentiu a língua úmida da cortesã invadir seu ouvido, lhe conferindo um prazer inédito.
O tesão aumentou e, se livrando dos últimos pudores, o detetive agarrou firme nas ancas da mulher furiosamente empurrando sua pélvis contra a dela, arrancando-lhe um gemido lascivo. Evach rebolava em cima dele. Asdrúbal fechou os olhos, regojizando-se. Sentiu os dedos dela desbravando os pelos de seu peito mas, quando voltou a olhar, chocou-se. Horríveis tentáculos violáceos serpenteavam pelo seu peito e barriga. O horror se uniu ao prazer criando uma combinação aterradora, e irresistível. Assustado, notou que os tentáculos asquerosos, brotavam dos pulsos dela ao invés das mãos. Dúzias deles.
A visão do detetive começou a desfocar. Sua vista oscilava. Sua mente enfrentava aquele misto de repulsa e deleite, e ele segurou a cintura da mulher, mas a pele, antes suave e bronzeada, agora parecia coberta de escamas, pegajosa ao toque. Suas mãos subiram pelo corpo monstruoso passando por costelas aparentes sob a pele cinzenta, chegando ao primeiro par de seios. Primeiro par, pois logo acima se encontrava um novo par, e acima destes, outro. Três pares de seios rotundos, balançavam ao sabor da dança que perpetravam.
Asdrúbal piscou, e seus olhos viram novamente a pele bronzeada de Evach, e seu rosto encantador. Mas após nova piscadela, viu uma cara totalmente medonha no lugar. Na cabeça alongada, a boca estava aberta, praticamente uma fenda que dividia o rosto em dois hemisférios, exibindo dentes triangulares e serrilhados. Os olhos eram duas chamas cruéis, revirados pelo gozo. Das costas, brotava um par de enormes peles secas, raiadas de nervos negros.
Ora ele via Evach, angelical e perfeita, ora via Evach, o ser horrendo que praticamente o estuprava. O homem não aguentava mais e, súbito, a mulher- criatura que o cavalgava se contorceu e emitiu um guincho horrendo.
Uma luz amarelada iluminou as costas do monstro trepado sobre ele. Num rompante de adrenalina, Asdrúbal reuniu todas as forças que tinha para jogar a criatura de lado e olhar para a quina. A luz vinha de lá. Do chão, Evach gritou assustada:
– O que foi isso? Tá maluco?
Asdrúbal não lhe deu atenção nem para notar que a mulher parecia normal novamente, afinal, ele estava certo. Ela era a chave, e agora, a porta estava aberta.
Nu, o detetive se precipitou para o ângulo que emitia a luminosidade e mergulhou de cabeça, se arriscando a um traumatismo caso atingisse a alvenaria.
Mas não atingiu.
Asdrúbal se viu caindo num abismo cinzento e gelado. Coisas se formavam ao redor, mas não sabia discernir ou nomeá-las. Despencava por um labirinto de espaço hiperbólico, entrando em curvas que não deveriam existir e caindo em direções incompreensíveis. Viajava através do inimaginável.
Viu um túnel se aproximando. Um imenso túnel em forma de minhoca aparentando quilômetros de extensão. A boca do túnel agora estava próxima e o homem se preparou para a escuridão total, mas assim que entrou, saiu do outro lado, como se o túnel tivesse apenas alguns centímetros de profundidade, como o batente de uma porta.
Agora, não mais caía, mas progredia adiante. Sentia como se uma mão gentil, mas incisiva, o empurrasse. Flutuava por uma planície negra e estéril.
O céu era vasto, ornado por nuvens cinzentas e em estranhos formatos espirais. Uma única estrela brilhava à distância, amarela e morta. Minúscula e gigantesca. Maléfica.
– Aldebarã…. – As palavras escaparam involuntariamente da boca de Asdrúbal.
Pairava sobre cânions de precipícios profundos e sinistros, onde o próprio escuro no fundo parecia ter propósitos malignos. Ao longe, divisava pináculos e minaretes, que duvidava terem sido criados pelo mero acaso da natureza. Enxergava torres disformes e ângulos impossíveis se formando perto e longe, desafiando sua inteligência e já comprometida sanidade. No horizonte, uma montanha sombria e ciclópica parecia se colocar em seu caminho.
Foi quando sentiu uma sensação horrorosa de estar sendo observado. Sua existência ali estava errada, possivelmente ofendendo alguma entidade louca e inominável que ali residisse. No horizonte, a montanha revelou torres espiraladas que se erguiam até o céu cróceo. Não era uma montanha, era um castelo, que agora se aproximava, titânico, assomando sobre ele. O castelo era gigantesco, relâmpagos escarlates estalavam acima de seus remotos picos, lhe conferindo um aspecto ameaçador.
Em meio a seu voo desregrado, Asdrúbal debateu-se no ar e conseguiu virar se, tentando fugir, mas a mão invisível que pressionava suas costas agora empurrou seu peito e o homem continuou a ser conduzido para abominável construção.
O detetive esperneou e gritou, mas sentiu cada vez mais olhos perscrutando-o, e se lembrou de sua missão. Precisava achar o vereador e pôr um fim no caso.
Tentando dominar o pavor, Asdrúbal se deixou levar e, quando passou por um gigantesco umbral, se viu tragado e caindo num verdadeiro abismo, como se escorregasse pela garganta de um ser colossal. Em sua queda, viu diversas fendas flutuando no espaço, como janelas. Asdrúbal se agarrou a uma delas e olhou lá dentro.
Ele divisou um quarto de cor amarelada. No centro, sobre uma cama, um monstro cinzento, dotado de asas infernais e tentáculos horríveis se debruçava sobre um homem: O vereador!
Asdrúbal se jogou para dentro do quarto e investiu contra a criatura, derrubando-a de cima do político.
– Que porra é essa? Quem é você?
– Vereador! Rápido, não há tempo de explicar. Eu vim te salvar, vamos embora daqui, agora!
– Me solte, homem, está louco? Não sabe quem eu sou? Me solte!
Com o olhar vidrado, Asdrúbal ergueu o vereador contra sua vontade e o empurrou pela fenda. Antes de pular de volta, ele olhou para Evach, caída num canto com cara de susto e, triunfante, mostrou-lhe o dedo médio. Em seguida mergulhou na fenda.
Porém, o vitorioso detetive não contou com a imprevisibilidade da geometria não-euclidiana e dos ângulos impossíveis que existiam naquela estranha dimensão e, ao atravessar o portal para se juntar ao vereador, ao invés de cair com ele de volta às profundezas do castelo inominável, se viu num lugar assustadoramente diferente.
Asdrúbal se sentou no chão, desnorteado. Olhou ao redor, estranhando o familiar recinto. O desespero bateu. Estava de volta no quarto de seu apartamento.
– Não!! Nããããão!!!
O homem se levantou e pôs-se a tatear a parede de onde veio, onde estava a recente construção do ângulo. Estava diante da porta, mas novamente sem a chave.
– Não! Não! Não! – Ele correu até o armário onde guardava suas ferramentas e trouxe uma marreta, a qual usou para acertar com força a parede nova, arrebentando a alvenaria.
– Abre! Abre porra! Eu preciso buscar o vereador! Preciso resolver o caso! Preciso resolver o caso!
Da parede morta não veio resposta e, enfurecido, Asdrúbal marretou até abrir um buraco para fora do prédio. Ao olhar lá fora, o detetive ficou desolado, perdera o portal.
Mas sua mente ainda continuava afiada: “Eu não tenho a chave… Claro! É só eu voltar à Paradiso e encontrar Evach novamente! Vou lá e salvo o vereador de novo!”
Resoluto, o detetive se virou para sair, mas uma vez mais, não contou com o degrau do quarto e o batente baixo da porta, desta vez, acertando-o violentamente com a testa. Desmaiou imediatamente.
…
Asdrúbal finalmente acorda, está no chão do quarto. A cabeça lateja. Provavelmente batera de novo no batente. Ele se senta no chão e segura a cabeça tentando aplacar a dor. Sente uma corrente de ar na nuca e vê o buraco na parede. “Tenho que tampar essa porra…”
Uma batida na porta. Trôpego, o detetive vai atender.
– Fala Duba! Tá tudo bem? Tu tá com uma cara horrível.
– Tô? Ressaca…
– Tá certo… hoje a gente marcou de ir lá na Paradiso, investigar o sumiço do vereador, lembra?
– Vereador? É… acho que lembro.
Resumo: Conta a história do detetive Asdrúbal, que investiga o sumiço de um vereador.
Comentário: A narrativa mistura fantasia com investigação policial, tudo conduzido com muita competência, de maneira que o leitor é atraído do início ao fim. Gostei demais e, por isso, acompanhei com grande atenção e expectativa os próximos passos da investigação policial. O apelo sexual, também, acabou incrementando a história e a deixando muito, muito atrativa. Parabéns!
Que bom que gostou! Obrigado pelo comentário, Almir!
Olá, “Misery White”.
Resumo: o detetive Asdrúbal é chamado para resolver o caso do sumiço do vereador na boate Paradiso. Em meio a dores de cabeça, desmaios, variações, e ao lado do sargento Jesus, ele seguirá essa busca.
Comentários: Um conto muito competente. A primeira parte é dinâmica, nos deixa apreensivos, querendo saber onde vai dar. Cada trecho vai adicionando elementos. Um bom suspense policial. Mas desde o início há o elemento da loucura latejando, e se mostrando vez ou outra, um pouco aqui, um pouco ali, até explodir no clímax do conto.
Se é que é possível dizer isso, eu diria que gostei mais do início do conto, esse gênero mais detetivesco, do que a parte da “fantasia”, mais descritiva. Essa talvez pudesse ser um tanto mais enxugada.
O domínio da linguagem também parece mais claro na primeira que na segunda parte do conto.
O desfecho cíclico me agrada demaaaaaais. Fecha muitíssimo bem um ótimo conto.
Parabéns e boa sorte.
Olá, Misael.
Você pescou o elemento da loucura que eu tentei destilar no texto aos poucos. Talvez tenha sido tão homeopático que muita gente acabou não percebendo, preciso corrigir isso.
A parte da fantasia, de fato, acabou destoando do clima detetivesco que se instaurou desde o início. Só me atentei a isso depois dos comentários dos colegas. Talvez eu precise destilar mais fantasia ao longo do conto para o clímax não ser tão inesperado.
Obrogado pelo seu comentário, fico muito feliz que tenha gostado!
Grande abraço!
Obs.: A nota final não se dará simplesmente pela soma da pontuação dos critérios estabelecidos aqui.
Resumo: Investigador tenta descobrir algo sobre o desaparecimento de um vereador.
Parágrafo inicial (2/2): Achei interessante por despertar a curiosidade, se estava falando de buraco na parede logo no início é porque alguma coisa “tinha a ver” rs.
Desenvolvimento (1,5/2): eu gostei bastante do texto nessa pegada de FC, horror, fantasia, mas algumas coisas me chamaram a atenção, como por exemplo: o vereador foi o primeiro a sumir, certo? Porque senão seria estranho, outros homens sumindo ao estar com Evach. E por que justo o vereador? A ideia de transformar a coisa em um looping é interessante, teria sido coisa de Evach? Se sim, por quê? Por que Asdrúbal emagreceu tão rápido? Esse lugar para onde ele foi me lembrou o Mundo Invertido de Stranger Things. E a loucura está onde? O Asdrúbal é louco? Ou a situação toda é uma loucura? São perguntas que me mostram que o texto precisa de mais espaço, ainda assim eu gostei da história.
Personagens (1,5/2): Achei-os pouco aprofundados, talvez pela falta de espaço. Mas estava torcendo pelo Asdrúbal.
Revisão (1/1): Algumas coisas a arrumar, mas em nada me atrapalharam.
Gosto (2/3): Como disse, gostei do conto, me lembrou histórias pulp. Não vejo muita gente contemporânea no Brasil escrevendo nessa temática, é pouco explorada, infelizmente.
Olá Amana,
Que bom que gostou do texto. Vi que você tem muitas perguntas, mas a graça do meu conto, na minha opinião, é ter muitas questões em aberto mesmo, deixar a gente pensando.
Quanto aos personagens, de fato, ficaram pouco aprofundados. Optei por andar com a história e acabei deixando de lado o desenvolvimento de personagem, acredite, muito em questão da limitação do número de palavras (meu arquirival na hora de escrever pro EC).
Enfim, obrigado pela leitura!
Um abraço!
Resumo📝 Detetive investiga o desaparecimento de um político, nessa aventura acaba mergulhando no fantástico. No fim, tudo parece ter sido um devaneio causado por uma batida na cabeça.
Gostei 😃👍 Gostei do conto ‘’híbrido’’ a leitura parece como aqueles portais que vão sugando as pessoas para outra realidade e você vai lendo sem saber exatamente o que está lendo. É real? um delírio? A parte fantástica do texto foi escrita com muita competência, criou imagens e um sensorial muito bacana, o autor tem facilidade com esse tipo de escrita e gênero. As cenas na boate são ótimas, aquele ar de ‘’ sherlock holmes’’ com alguma outra coisa que provavelmente são referências claras a Lovecraft, mas sobre isso não posso falar pois nunca li nada dele. Não é um texto fácil de entender, mesmo de ler, mas tem seus méritos pela ousadia. O personagem é bem legal.
Não gostei 😐👎 Não é uma história que tenha me arrebatado, li de forma linear sem muito arroubos, talvez o artifício ‘’ foi tudo um sonho/devaneio’’ possa dar aquela sensação ‘’ah, tá’’ mas aqui acho que funcionou bem, claro, se eu tiver entendido a história direito.
O conto em emoji : 😵🕴️🌀
Olá Amanda,
Que bom que gostou em parte do conto. De fato, é extremamente influenciado por Lovecraft, que mistura loucura, casos detetivescos e horror cósmico.
Não sei se consegui reproduzir fielmente o espírito, talvez, por isso a história não tenha te arrebatado como eu gostaria.
Tentarei melhor no próximo desafio!
Um grande abraço!
Que conto de fantasia de responsa, MW. Gostei tanto, senti-me tão próximo, que já te chamei por um apelido próximo (MW, claro, ressalto porque eu mesmo sou lerdo, entonces, vai saber, né). Perdoe minha ousadia, hahaha.
.
Diferente de alguns, eu achei tudo bem redondo. A ciclicidade é muito bem empregada e deixa abertura para interpretações. O detetive voltou no tempo? Foi para outra dimensão onde os eventos não ocorreram? Ou, por ventura, está preso num loop proposital, criado por alguma entidade sacana, que envolve todos num véu de loucura e manipula tudo? Eu prefiro acreditar na última opção. Explico: haveria uma incoerência ele retornar para o quarto e encarar a recente construção, destruir ela e desmaiar em seguida, para acordar no dia seguinte para repetir tudo de novo. Entonces, quero acreditar que algo manipula todos os envolvidos. Talvez Evach.
.
Gostei muito mesmo, pois é uma fantasia de qualidade, muito bem desenvolvida e escrita com excelência, com deslizes que resolve em revisões mais atenciosas. O estilo é diretão, gosto mais de floreios e essa palhaçada, mas tudo bem. Nem tudo é perfeito, né, MW?
.
O único defeito do conto, ao meu ver, está no argumento da loucura: muito fraco. Entendo que o protagonista pode estar louco, que toda a situação é uma verdadeira loucura, mas esse não é o foco do tema, entende? É um argumento subjetivo, que abre espaço para questionamentos. Eu optei por acreditar que faltou substância nessa questão.
.
Enfim, segue o baile!
.
Ah, preciso falar uma coisa. O ápice do conto, que está na entrada de Duba no outro mundo, que considerei ser outra dimensão, apesar de ter a possibilidade do portal ser um buraco de minhoca que leva para outro ponto do universo, foi um pouco corrido demais. Eu adoraria ver uma versão estendida com esse mundo melhor descrito. Sei que o limite pode ter pressionado você, mas tente fazer isso e postar nos Contos Off. Eu leria, com certeza.
.
Eu gostei muito. Não se abale com alguns comentários, o público aqui costuma consumir outro tipo de literatura, é muito comum não gostarem de fantasia, FC e terror. Até quando o tema é assim, afinal, tentam aplicar doses de realidade em seus contos, hahaha. E tudo bem, faz parte. Mas saiba que alguns aqui gostam muito. E esse tipo de conto é um bálsamo para nós. Não desanime e faça o que gosta. Aqui pode não ter muito espaço para se destacar, mas, lá fora, pode ter muito espaço. Vamos que vamos, rapaz!
Detetive investiga um caso de desaparecimento de um vereador num bordel, fica obcecado com uma forma que vê na parede, tenta reproduzir essa forma em casa, volta pro bordel, transa com uma mulher monstruosa, viaja por uma dimensão completamente maluca, acha o vereador transando com outra entidade monstruosa, joga o vereador e depois a si mesmo num portal para retornarem à realidade. Porém o vereador vai para… algum lugar, eu acho e o detetive volta pra casa. O detetive se desespera porque não solucionou o caso e quer voltar pro mundo maluco, bate a cabeça e desmaia. Quando acorda, descobrimos que ele está vivendo num ciclo sem fim.
Olá, Misery White.
Bom, todos nós temos as nossas limitações. E aqui assumo uma (entre muitas) minha: simplesmente não consigo embarcar nesse tipo de viagem que você propõe.
Eu tava conseguindo acompanhar o conto, já com algum distanciamento, até o momento em que o detetive cai no “abismo cinza e gelado”. Aí perdi completamente a conexão com o texto. Não tenho problemas com surrealismo, mas preciso de um fiapo de lógica que seja para me agarrar. Algo que me faça sentir que estou acompanhando uma trama, não apenas vendo uma sequência de imagens que o autor propõe e que pode ser, literalmente, qualquer coisa.
Não consigo embarcar em descrições como “Uma única estrela brilhava à distância, amarela e morta. Minúscula e gigantesca. Maléfica.”
A estrela era minúscula e gigantesca ao mesmo tempo? Você certamente dirá que sim. Mas eu não tenho esse nível de abstração pra aceitar.
Assim como não entendo como uma estrela pode parecer maléfica ou como o escuro pode ter propósitos malignos. Muito menos compreender como uma asa pode ser infernal.
Isso tudo, repito, são limitações minhas como leitor, não críticas ao seu conto. Sequer me sinto capaz de emitir muitas opiniões sobre ele.
Os únicos apontamentos que faço são que o detetive parece chegar a algumas conclusões de forma repentina e sem muitos motivos pra elas, que achei estranho o detetive parecer bem mais magro em poucos dias – mas aí já podia ser influência da entidade, sei lá – e que achei meio preguiçoso chamar a personagem que funciona como chave de Evach. O nome incomum imediatamente me chamou a atenção e antecipei bem antes a função dela. Só não sabia o que ela abriria. E acho que não sei até agora, rs.
Também achei que o final foi meio comum pra um conto que foge tanto do comum.
Lamento não ter conseguido me conectar ao conto. =/
Abraço.
Particularmente tenho completo receio dessa temática de portais, dimensões, multiverso, pois sempre é fantasioso demais e adentra um universo no qual não temos domínio e é expressado como se tivesse. Porém tentarei não usar essa aversão aqui, apesar de já tê-la manifestada.
Conta um principio de investigação de um detetive e seu parceiro, mas o principal bate a cabeça e adentra um possível multiverso, no qual tem experiências extra-sensoriais, tento dificuldade de discernir o real do imaginário.
Há também uma leve crítica aos poderes governamentais, de se ter relevância e investigação, quando se trata de um poder legislativo;
Um ponto de destaque é quando falam um novo idioma (ou ao menos um idioma desconhecido por mim), sem revelar do que se trata, demonstrando que ele já tinha iniciação, preparo, reconhecimento, para adentrar novas experiências, e em nenhum momento o teor da conversa foi traduzido. Gostei do uso.
*Uso de colocação pronominal que não entendi o porque: sentia-se, prendera-as, debateu-se, mostrou-lhe. E algumas erradas: ‘veio me interrogar’ (é ênclise devido o infinitivo), ‘lhe conferindo’, ‘e, se livrando’, ‘cabeça, se arriscando’ (é ênclise devido o gerúndio).
*Uso em certa demasia do ‘como’ e principalmente do ‘mas’, sugiro sinônimos;
No geral não gostei, mas reconheço minha aversão prévia ao tema, apesar também de, a meu ver, o conto ‘não passar de um sonho’ não acrescentou em nada a história, já que ela foi cortada por isso, mesmo que nascida disso, seria mais interessante que fosse o real fantástico mesmo, do que imaginário.
RESUMO: Asdrubal é um detetive que acaba encontrando um caso paranormal para ser desvendado, onde a chave para um portal interdimensional é uma prostituta de um clube famoso. Ele viaja ao outro mundo para salvar um vereador mas acaba se vendo em um loop temporal.
É um conto ambicioso – talvez ambicioso demais. É uma história que precisaria de muito mais espaço para ser contada, por quê tenta ser um horror lovecraftiano e este tipo de narrativa requer tempo para construir a atmosfera e o psiquê do personagem principal. Histórias assim são quase sempre mais sobre o psicológico humano do que sobre o paranormal, mas infelizmente você não teve espaço o suficiente para trabalhar Asdrúbal e nem para estabelecer a atmosfera nefasta que você queria. Na verdade, eu notei todas as tentativas e vejo que você está bem familiarizado com o tema: tenho certeza de que se você sentar e escrever sem limitações de palavras, o conto sairá 500% melhor! Infelizmente, do jeito que está, saiu corrido demais, tentando contar tudo nas 3 mil palavras e, apesar de entrar a história completa, não teve o impacto desejado.
Não se engane: eu GOSTEI do conto por quê sou conhecedor da temática e gosto muito de narrativas deste tipo. E você escreve muito bem, tem um excelente vocabulário e demonstra facilidade com as palavras. Eu REALMENTE acho que você sabia exatamente o que estava fazendo e que o conto realmente ficaria muitíssimo melhor com mais palavras, onde você teria todo o espaço do mundo para desenvolver personagens, temáticas, atmosferas, cenários, etc. Mas, olhando de um ângulo mais neutro, o conto realmente precisa de um trabalho melhor.
Algumas notas do que me incomodou além do ritmo acelerado:
– O componente de viagem no tempo apareceu do nada e está completamente solto na trama. A ideia de loop temporal é interessante mas tem que ser trabalhada com cuidado. Do jeito que está, me pareceu completamente gratuita.
– Asdrúbal saca na hora a linguagem “dos deuses antigos” que Evach fala e responde na mesma língua. Como ele sabia disso? A partir daí ele começa a investigar portais para outros mundos… faz muito sentido se o leitor já conhece a mitologia, mas para leitores leigos imagino que não fará sentido algum! Você não mostra em momento nenhum que Asdrúbal é conhecedor do “submundo” ou de mitologia obscura, mas ainda assim ele aceita o fato com total naturalidade e inicia uma investigação paranormal!
– O tema do desafio não é abordado. Em nenhum momento Asdrúbal está louco. Ele realmente tem experiências paranormais e investiga o sobrenatural. Logo, não é louco, nem em momento nenhum vemos loucura no conto, apesar da “outra dimensão” ser um tanto estranha para o leitor e algumas pessoas não entenderem o que Asdrúbal estava investigando. Achei a ideia interessantíssima: explorar o tema “Loucura” justamente com um conto de horror lovecraftiano, que lida com constantemente com a sanidade! Porém, não acho que o conto explora a insanidade o bastante.
Ainda assim, o conto tem muitos pontos altos, especialmente para quem é fã de literatura do gênero. A viagem de Asdrúbal ao outro mundo é incrivelmente bem imaginada e narrada, apesar de, como o resto do texto, soar corrida demais. A criatura estar usando a prostituta como chave é também algo bem bolado, e o tal “ângulo estranho” na parede é um detalhe muito interessante. Um conto e tanto, que eu gostaria muito de ler na sua “forma original”, sem limite de palavras! =)
Bom dia!
O conto traz uma espécie de looping num estranho caso envolvendo um detetive e sua vontade de desvendar o misterioso sumiço do vereador num bordel. Gosto muito dessa estratégia de deixar o conto circular, dá pra trazer várias interpretações. E nesse ponto, o conto também traz diversas referências, tanto pelos nomes das personagens, quanto pelos lugares, os buracos de minhoca, à história de investigação, etc.
Não sei se a loucura estaria no modo de escrever ou nessa pegada mais “insana” do texto, porque todo o ocorrido parece ser muito mais concreto que inconsciente. No começo não entendi direito o buraco na parede, ao final consegui pegar a ideia do looping. Também senti um quê de Lovecraft na prostituta dos tentáculos. Outro ponto positivo é que o conto ficou bastante visual, principalmente na cena da “viagem”, muito boa. Na parte do desenvolvimento, senti algumas repetições de linguagem, algo mais informal e um pouco de correria, principalmente pra descrever as cenas, como se estivessem se atropelando. E também um pouco de clichê em se tratando de histórias do gênero, como montando o painel com as fotos do crime, o detetive a lá paranormal e excêntrico que fica sozinho no quarto, etc. Mas no geral, uma leitura bastante divertida.
A chave do Paradiso (Misery White)
Resumo:
A história do detetive Asdrúbal na busca da elucidação do sumiço de um vereador, fato que ocorreu no bordel da cidade.
Comentário:
Um texto que oscila entre o terror fantástico e a loucura. Narrativa bem construída, de boa escrita. O autor brinca com “laivos” de comédia e erotismo, utiliza recursos que prendem a atenção do leitor.
Interessante o diálogo nonsense criado que, apesar de não dizer nada, foi entendido pelo leitor. Confesso que, quando Evach (chave) começou a se espichar em tentáculos feito uma “polva”, o fio de contato foi abalado. Não esperava pela narrativa fantástica.
Misery White, parabéns pela criatividade!
Boa sorte no desafio!
Abraços…
RESUMO: um conto pulp, onde um detetive tenta desvendar o sumiço de um vereador num bordel, e acaba enlouquecendo ao procurar a resposta numa fenda/passagem espaço-tempo.
IMPRESSÕES: uma abordagem bem interessante da história de detetive, ainda que o ingrediente loucura esteja em menor proporção na receita do que a ficção científica. A escrita é bem coloquial, e flui com a proposta estética escolhida. Me lembrou muito Pulp, do Bukowski. Boa sorte no desafio.
RESUMO:
Um detetive busca a solução de um caso de desaparecimento ocorrido num bordel.
ABERTURA:
O conto começa muito bem, numa ótima abertura, bem escrita, já indicando que teremos uma leitura interessante pela frente. Vemos logo de cara que estamos diante de um bom escritor, que sabe criar o clima para a narrativa que se propôs a desenvolver.
DESENVOLVIMENTO:
O conto tem uma pegada no estilo Feitiço do Tempo, o detetive preso a um quadro de cena, uma prisão temporal da qual não tem consciência. O conto é muito bem escrito, encanta a forma como somos conduzidos pela trama. Bons personagens, uma narrativa com alma, que nos prende e nos faz querer continuar na trilha. Um ótimo trabalho realizado pelo autor.
DESFECHO
O desfecho surpreende, mas também nos faz ver que o tema do desafio foi abordado de uma forma periférica, o que não invalida o belo trabalho construído. Considerei que a ideia não é uma sacada original, mas foi desenvolvida com originalidade. Está de parabéns. Boa sorte.
RESUMO: Detetive obcecado pelo caso do sumiço de um vereador entra numa espiral de alucinação e loucura numa casa de prostituição.
COMENTÁRIO: Um conto legal.
O personagem é interessante e começa a enlouquecer numa boate ao olhar a misteriosa mulher, que é sensualmente retratada.
A aventura assume um tom lovecraftiano que me agrada, mas a loucura do personagem é um pouco difícil de ser percebida, podendo ser compreendida apenas como alucinação.
Um abraço!
Olá, Misery White, você me traz a história do detetive, o Asdrubal que bate a cabeça no batente da porta e a partir daí viaja, como se tivesse tomado muito ácido. Nessa sua viagem maluca ele busca um vereador desaparecido num dos quartos da boate da cidade, uma construção antiga. Ele busca a chave do caso e essa chave é ninguém mais, ninguém menos que a mulher escolhida pelo vereador sumido. Gostei da maneira como você construiu a sua história. Gostei dos parágrafos mais curtos. Eles deram velocidade e fluidez ao texto que está bem construído e sem erros que pudessem contaminar a escrita e mesmo o entendimento. Um conto bem bacana, um enredo legal e que mostra um jeito de loucura diferente, esse jeito de ser do Asdrubal, né? Resumindo: um belo conto, criativo, interessante e que me envolveu bem. Foi gostoso ler sua história. Grande abraço e parabéns.
Resumo: Detetive tenta solucionar o caso de um vereador que sumiu em um bordel.
Olá, Misery!
Cara, que conto doido. Kkkk
Acho que ele se encaixaria melhor em um tema mais voltado ao fantástico, policial. É um conto divertido, bem escrito, ideia legal, mas não vi o tema, a não ser que tudo seja alucinação do detetive, e mesmo assim eu esperava algo mais como uma loucura médica e não subjetiva, mas isso é minha expectativa e não tem nada a ver com o seu conto. Como já disse é um conto divertido, com uma ideia bem legal e diferente, uma escrita boa, então é um conto bom.
Parabéns!
Boa sorte!
Até mais!
RESUMO
O detetive Asdrúbal está encarregado de desvendar o sumiço de um vereador na boate Paradiso. Em sua busca, ele se depara com um detalhe arquitetônico que considera uma espécie de portal. Há um looping de acontecimentos, pois no começo, Asdrúbal bate a cabeça no batente da porta e acorda muito confuso como se estivesse de ressaca; e no final repete-se o mesmo fato.
AVALIAÇÃO
Parece que o conto foi construído tendo como base uma abordagem policial e fantástica. Não entendo nada de do horror clássico de Lovecraft, mas suponho que veio daí a inspiração para a elaboração de algumas passagens.
O tom de suspense funcionou muito bem, pois instiga a curiosidade logo de início. A narrativa apresenta um bom ritmo o que facilita e muito a leitura. Só achei a parte da transformação de Evach em monstro um tanto detalhada e demorada demais. Entretanto, acho que essa impressão se deu por uma questão de gosto pessoal.
A loucura está mesclada nesse clima de elementos fantásticos costurados em um fio condutor de suspense.
Boa sorte e que o mistério resolva aqui ou no mundo paralelo.
Resumo; Detetive precisa encontrar um vereador que sumiu nas dependências de uma boate.
Comentário/Análise: Achei que o conto está mais para o tema Fantástico, do que Loucura, no verdadeiro sentido, porém, no entanto, mas, o que se passa com Asdrúbal é uma verdadeira loucura. O personagem foi bem ideado, construído. As referências da quina do quarto, um erro (talvez não) arquitetônico, como portal para outra dimensão (tema Fantástico) ficou legal, me lembrou de um conto de Robert A. Heinlen; E Ele Construiu uma Casa Torta.
Tenho notado que alguns autores optaram por dar nomes estranhos aos seus personagens. Me parece que eles enjoaram de usar certos nomes, tomando-os como comuns demais. Geralmente, usamos nomes de personagens de acordo com a época e o lugar em que ocorre a história, para dar verossimilhança. Mas isso é o autor que decide, é claro, porém, a sonoridade e plasticidade fazem parte da Arte Literária. Boa sorte.
Resumo
Detetive tenta desvendar o sumiço de um vereador em um prostíbulo e acaba se envolvendo em uma louca viagem fantástica.
Comentário
Seu conto é bastante interessante, ágil, criativo.
As descrições foram bem feitas, assim como a caracterização dos personagens.
Gostei da ideia do portal estar na parede com ângulos tortos (apesar de eu não ter conseguido visualizar exatamente esta junção de três paredes, mas talvez seja problema meu rsrs).
Houve uma mistura de policial, FC, um pouco e hot, um pouco de comédia até, além do horror, mas não consegui ver a loucura. Acho que, para um conto, houve muita informação, poderia ser mais enxuto… isso na minha opinião.
“maldito batente. Tonto, olhou ao redor, tentando situar-se” – aqui, percebi um erro de coerência. Se ele reconhece logo o batente onde sempre bate a cabeça não faz sentido ele olhar ao redor tentando situar-se.
“Tinha olheiras fundas nos olhos” – desnecessário dizer “nos olhos”
“no canto oposto da cama” – canto oposto à cama para não dar a entender que é o canto da cama.
“Estava sentado de frente para a mulher e (vírgula) sobre o ombro dela, podia ver a enigmática quina do quarto.”
O final que leva ao começo e nos deixa pensando se não foi tudo um delírio enquanto ele estava desmaiado é um pouco frustrante. Depois de tantos acontecimentos, tantas pontas soltas, esperava algo mais inusitado, mais fantástico. Mas é um bom texto e eu gostei de ler. Parabéns.
Olá, Contista,
Tudo bem?
Resumo – Após bater a cabeça, detetive delira.
Minhas Impressões:
Com ares de conto híbrido, o texto guarda características dos gêneros policial, FC e horror. Um trabalho muito dinâmico e imagético que, durante a leitura, remeteu-me à série Doctor Who, sobretudo na passagem em que surge prostituta de tentáculos violáceos.
O ponto alto do trabalho é a criatividade, não só no que toca a trama propriamente dita, mas, e sobretudo, na abordagem ao tema proposto no desafio.
O trabalho é um tipo de literatura de nicho e, ao que me parece, traz referências que aficionados do gênero entenderão. No caso dessa leitura aqui, o aproveitamento deu-se na camada da trama e da construção narrativa propriamente dita.
Como digo a todos, se minhas impressões erram o alvo, desconsidere-as.
Desejo sorte no desafio.
Beijos
Paula Giannini
Olá, Misery.
Conto que narra a busca do detetive Asdrúbal pelo vereador desaparecido na boate Paradiso. Em suas investigações, ele acaba se deparando com o horror cósmico lovecraftiano e acaba em um ciclo de acontecimentos.
Ah, Lovecraft, o mestre do horror e da geometria não-euclidiana. Pai dos mitos de Cthulhu e um autor tão pessimista quanto cínico. Sou grande fã de sua literatura e gosto de ir atrás de coisas influenciadas por ele. Tenho inúmeras coletâneas de contos inspirados pela sua obra, e é legal ver que até autores (Neil Gaiman, por exemplo) consagrados enveredam por esse “cosmicismo”. E, como o tema deste desafio, Lovecraft também escreveu muito sobre a loucura. Achei que a ideia de ir por esse caminho foi genial e fico com inveja por não ter pensado nisso.
O conto está bem redigido e tem um enredo que me agradou de cara, o que sublimou qualquer erro gramatical que pudesse me tirar dos trilhos da leitura, embora eles existam aqui e ali. Acho que o ritmo está adequado, mas acho que poderia ser um pouco mais lento, a fim de deixar a loucura que vai infectando o detetive um pouco mais crível. A ideia do final cíclico foi uma boa sacada para fugir do estereótipo do “ficou louco e foi internado”.
Um conto muito divertido de ler, sobretudo para quem está familiarizado com a “vertente”. Gostei bastante!
É isso. Boa sorte no desafio!
Olá, Autor.
Resumo: O detetive Asdrúbal, juntamente com o seu subalterno, sargento Jesus, investiga o desaparecimento inexplicável de um vereador, visto pela última vez num prostíbulo de nome “Paradiso Club” na companhia de uma prostituta de nome Evach. Antes de iniciar a investigação ele bate com a cabeça no batente da porta e acorda baralhado; no final sucede o mesmo.
Comentário: não tenho muito a dizer sobre o conto, que me pareceu mais no domínio do fantástico do que da loucura. Está bem escrito, é imaginativo e o enredo é bom, mas não transmite loucura, nem empatia, é um policial fantástico. Um bom policial fantástico, que nos deixa na dúvida: eu podia ter sonhado isso e acordado a seguir. Pode ser um sonho, pode ser o efeito da pancada, o conceito de circularidade passou, porque não se repetiu dia após dia, apenas no primeiro e no último.
Creio que teria sido mais bem conseguido se, a cada capítulo, se repetisse um acordar semelhante. Parece-me que esta é uma daquelas histórias que funciona melhor em filme do que em papel – algo que só alguns sabem fazer e você fez.
Além de criativo e imaginativo, está bem escrito e não há deslizes de revisão, a leitura é simples e fácil. Isso é muito agradável.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Resumo: Detetive investiga o desaparecimento de um vereador de sua cidade.
Se seu texto (caro autor a) fosse um filme, ele seria um de ótima qualidade.
Tem uns errinhos gramaticais, mas nada que possa comprometer a narrativa de modo geral.
O personagem é um homem bem interessante, enigmático. Não dá para perceber logo de cara o tipo de transtorno que ele carrega.
Se o texto não estivesse encaixado na plataforma sobre loucura, eu diria que nem saberia se o cara tem mesmo um transtorno. Poderia ser uma fantasia ou uma ilusão, um sonho….enfim.
A criação de um portal e a conexão com o ambiente favoreceu bem a narrativa.
Quanto aos nomes dos personagens.
Asdrubal? De onde veio colocar este nome?
Evach?
Santo Deus…
De modo geral gostei demais.
Trocaria esses nomes por outros que me levassem a não pensar em adubo ou vácuo.
Seja como for…
Boa Sorte autor(a)
Resumo: um detetive que tenta resolver um caso de desaparecimento e se vê preso numa teia de horrores cósmicos saídos do imaginário lovecraftiano.
Olá, caro autor.
Gostei da sua abordagem. Gosto da loucura do horror cósmico de Lovecraft, e aqui você trabalhou isso muito bem. Enquanto lia seu conto eu pensei também em Junji Ito, na mesma atmosfera de um terror estranho que paira sobre as obras dele. O lance da parede foi bem legal, toda essa mistica criada em cima desse “portal”. Gostei também das suas descrições, fez com que a gente realmente entrasse de cabeça no ambiente claustrofóbico do conto. No entanto, apesar de a loucura ser o cerne do horror de lovecraft, esse final me desapontou. De um lado eu gostei do recurso, mas do outro fugiu do tema do desafio. A loucura não parecia uma loucura, mas sim uma eterna alucinação. Isso tirou um pouco do brilho do conto, ao meu ver, e um pouco da minha empolgação também.
É uma história bem escrita, bem narrada, bem abordada, mas que deixa a desejar no final por conta do recurso utilizado descaracterizar a temática principal do desafio.
De qualquer forma, parabéns pelo bom trabalho e boa sorte!
Detetive bate com a cabeça no portal de sua casa. Vai ao Paradiso descobrir o sumiço de um vereador. Vive uma série de situações estranhas, com portais, chaves, “o outro lado”, a sensualidade de uma mulher. No desfecho, o leitor descobre que o detetive esteve desmaiado com alucinações desde que batera a cabeça.
Narrativa bem estruturada; história com trechos divertidos, outros sensuais, outros, ainda repletos de magia ou terror. Apenas, não vi a loucura no texto, como transtorno mental. O detetive, pareceu-me, teve alucinações (sonhos ou pesadelos) enquanto estava desmaiado.
Afinal, é um texto bem escrito, inteligente e, sobretudo, criativo. Gostei. O final circular foi um ótimo recurso. Sorte. Um abraço.
RESUMO: Em sua investigação do sumiço de um vereador, o detetive Asdrúbal tem certeza de que a chave para o mistério é uma prostituta que pode levá-lo a outras dimensões, onde certamente está o desaparecido. Talvez seja isso, caso ele consiga escapar do ciclo em que está preso.
COMENTÁRIO: Horror cósmico! É uma abordagem que, surpreendentemente, até o momento só vi nesse conto. É uma escolha acertada, pois a definição recorrente dos horrores presentes nas obras de Lovecraft (do qual só li O Chamado de Cthulhu) é “um conjunto de terrores cuja complexidade é tão grande que a mente humana não consegue compreender e simplesmente olhar para esses absurdos levará uma pessoa a loucura. São terrores vindos de onde triângulos não têm três lados”. Coloquei entre aspas, mas é uma descrição minha que concebi recordando as várias vezes em que já vi o lovecraftiano ser mencionado. Por isso, nesse conto se vê uma abordagem digna de nota, já que é um gênero intrinsecamente ligado à loucura. A narrativa é outro elemento positivo do conto, pois o mistério intriga e nos prende à leitura, levando linha a linha enquanto o protagonista vai ficando cada vez mais fora de si. Ao contrário da Elisa, eu achei a transição para o mundo de absurdos bem de acordo com o que se vinha insinuando, principalmente pelo capricho nas descrições (o que já se apresenta logo quando a mulher se transforma), realmente nos imergindo no grotesco dessa outra dimensão. Por outro lado, é onde o enredo se enfraquece, pois para além do que se espera de um terror lovcraftiano, nada quanto aos personagens ou à situação é realmente inovador ou impactante, apesar de ter havido alguma surpresa com a revelação de que o personagem estaria perdido em um ciclo. O que quero dizer com essa crítica é que a premissa foi acertada, bem como o desenvolvimento, até certo ponto, mas que para além da boa ambientação, a estória não impactou tanto. Li uma clássica estória lovecraftiana, mas havia espaço para ir além, dar o seu próprio tom. Também achei alguns errinhos que escaparam da revisão, mas nada muito.
Boa sorte.
Olá, autor. Este seu conto fez-me lembrar de um outro conto que apresentei num desafio. Nele, o detective sem memória tenta resolver o homicídio que ele próprio tinha provocado, mas do qual não tinha recordações. Nesse desafio tirei um honroso ultimo lugar. Desejo-lhe melhor sorte.
Resumo: detective é acordado por polícia para resolverem o caso do desaparecimento de um vereador. Ele descobre que o vereador caiu num portal interdimensional, tenta salvá-lo mas não consegue, voltando atrás no tempo.
Achei o seu conto confuso, mas creio ser essa a intenção. O problema é que não consegue gerar a ligação com o leitor. Por outro lado, não há ligação ao tema. A loucura é provocada pela proximidade ao portal, que deforma a realidade. Teria sido interessante, por exemplo, que o caso não passasse de uma trip de LSD e se houvesse uma ligação maior à realidade. A fantasia, neste caso, não ajudou a melhorar o conto.
A história do detetive Asdrúbal às voltas com a investigação do desaparecimento de certo vereador, a prostituta Evach, uma estranha quina na parede do Paradiso Club e uma viagem alucinatória.
Indo direto ao ponto e sendo muito direta e sincera, li seu conto com imenso prazer até o momento do mergulho de Asdrúbal no “abismo cinzento e gelado”. Nesse ponto me desconectei abruptamente do seu conto, tal como Asdrúbal da realidade, cuja leitura me corria tão divertida e agradável.
O final circular foi uma boa saída para o conto, embora insuficiente em compensar a frustração dessa leitora aqui ao naufragar no buraco de minhoca delirante da mente do protagonista.
No mais, você escreve muito bem e seu texto está muito bem revisado.
O que gostei: Adorei o Asdrubal, a Evach e sua linguagem cuja fonética me soou meio africana (?), a quina na parede, a atmosfera de seu conto, tudo enfim, exceto o que sucedeu no tal buraco.
O que não gostei: da espécie de quebra de gênero que você operou no seu conto. Eu costumo gostar desse hibridismo, mas é sempre um risco. O problema é que a quebra aqui foi para um gênero de fantasia frenética que em geral me desconecta.
Parabéns pelo trabalho.
Desejo sorte no desafio. Um abraço.
Detetive investiga o sumiço de um vereador em uma casa noturna, e embarca em uma alucinação.
Cara, que viagem, este conto! Achei interessantíssimo, muito bem escrito, coisa de quem sabe o que está fazendo! As descrições das alucinações são excelentes, e o toque sexy do texto foi a cereja do bolo! Sempre admiro muito quem tem ideias tão criativas assim, em especial fantásticas, porque está aí uma coisa que eu jamais conseguiria fazer! Parabéns! Gostei muito do final à lá Dia da Marmota: tudo começando de novo do mesmo lugar.
Vi pouquíssimas questões técnicas, que nem acho pertinente apontar, já que não tiraram o prazer da leitura! Em alguns momentos, porém, senti que você poderia ter sido um pouco menos prolixo. Mas – já disse isso antes – isso se deve mais a uma preferência minha como leitora do que por uma falha sua como escritor.
Resumindo: um conto ótimo! Boa sorte no desafio!
Resumo :
Um investigador doido tenta desvendar o sumiço de um vereador numa casa noturna.
Comentário:
Um conto rico em detalhes, com um investigador doido procurando desvendar o sumiço de um vereador.
Jesus, me pareceu mais uma figura coadjuvante do que um policial. Mesmo sabendo no final do texto que tudo não passou de desvaneios do Asdrubal.
Aqui você poderia deixar assim
“Nenhuma resposta veio”
Nenhum resposta.
Te desejo muita sorte!
Resumo:
Detetive bate com a cabeça no portal de sua casa, tem delírios e retorna à normalidade. Tem de achar um vereador perdido em algum lugar.
Comentário:
Conto interessante. Um passeio psicodélico por mundos estranhos.
Este conto, como outro que li há pouco, remete-se à ideia de circularidades. Uma ocorrência, a sua repetição.
E tudo isso para salvar um vereador. Quem se importa?
O conto está bem arrumado, bem escrito, com pequenos desacertos – sem importância.
Sempre fico curioso para saber como a loucura é vista, como é “sentida”. Acredito – este é o último conto que leio – que, como eu imaginava, pouco se sabe sobre a loucura. O que não é um privilégio dos leigos. Pouco sabemos sobre a loucura.
O conto em leitura transmuta um delírio passageiro em loucura, uma fantasia em loucura. Na literalidade, tudo cabe, inclusive esse modo de pensar.
Lendo as passagens que fez o Asdrúbal pelos seus caminhos psicodélicos, me veio à mente – quase também um delírio – os filmes experimentais de Norman Mclaren – que chegou a ganhar um Oscar -, com seus desenhos para a National Film Board of Canada. Bem legal.
É isso. Boa sorte no desafio.
Resumo : O protagonista é detetive. Bate a cabeça, desmaia e tem alucinações . No final de maneira muito estranha se descobre que sua alucinação tem uma ponta de verdade e que o vereador realmente sumiu.
Comentário : Gostei especialmente da parte que a garota de programa Evach se transforma em um monstro durante a relação sexual. Realmente pensei que ele havia enlouquecido e em algumas partes pensei que Evach era realmente uma criatura sobrenatural. O conto me levou a crer que a mulher da vida era responsável pelo vereador ter sumido. Gostei da ideia de construir um portal apenas pintando, foi uma ideia simples que gerou muitas reflexões, qual portal precisamos ou queremos pintar em nossas vidas ? Como seria o mundo se isso fosse possível ? Sucumbir a loucura é melhor do que nos sentir impotentes diante de uma situação ?
Detetive se envolve em um caso de desaparecimento de um vereador. Suas investigações o levam a um bordel chamado Paradiso e lá encontra Evach, uma prostituta, que pode ser a chave do mistério. No entanto, durante a busca por pistas, o detetive se confronta com uma realidade fantástica.
Misery, seu conto é muito interessante e as descrições da jornada de Asdrúbal para esse mundo, desde o interlúdio sexual com Evach, é trabalhoso e difícil… e você conseguiu com clareza e maestria. Cheguei a pesquisar inclusive as falas no idioma estrangeiro durante uma das conversas do detetive com Evach.
Sua imaginação é enorme: o portal em Y, a viagem, o mundo, o retorno. Quanta coisa…! E fez a proeza de deixar todo o enredo compreensível, o que, repito, não é fácil nessas circunstâncias.
O final cíclico produz uma ansiedade no leitor (pelo menos assim aconteceu comigo), o que é muito bom, pois dá mais irrealidade a um texto fantasioso. Coerência mesmo.
Parabéns por sua história! Gostei muito!
Resumo: Encarregado a descobrir o paradeiro de um vereador que sumiu no prostíbulo da cidade, Asdrúbal se envolve em uma investigação estranha com elementos surreais que vão além de sua compreensão.
Comentário:
Conto com elementos detetivescos, de terror e fantasia, onde a loucura está no surreal vivido pelo investigador. Há uma clara influência lovecraftiana (só descobri porque fui pesquisar os diálogos, pois não conheço as obras escritas por ele), no insólito e no universo criado pelo autor . Você transitou bem entre os mundos e criou uma atmosfera intrigante ao longo do conto, o mistério é bom e as cenas de horror, junto com a descrição do fantástico, são bem feitas, limpas. O leitor mais atento percebe os detalhes, no nome dos personagens e nas pistas que você insere. Confesso que quando li Evach e pensei no título, achei que teria uma resposta previsível para os fatos, porém, com a entrada do sobrenatural no diálogo do monstro com o detetive, compreendi os caminhos que o conto percorreria, então me entreguei para a possibilidade da surpresa, que você entregou muito bem! O conto fecha de maneira genial, circular, numa investigação infindável cujo ciclo de terror é vivido Ad Infinitum pelo protagonista.
Se destaca pela originalidade no certame, apesar de escorar em outras obras da literatura. A escolha dos nomes, marcantes, ora simbólicos ora significantes, torna tudo mais memorável.
Gostei bastante!
Boa sorte!
Resumo:
Detetive bate a cabeça, perde a consciência e alucina.
Comentário:
Misery White, no geral, gostei de ter lido o seu texto. Não gosto de fantasia, mas o seu bom domínio da língua e das técnicas de narração cuidaram de despertar e manter o meu interesse.
Gostei do seu título e, embora isso nada diga respeito ao seu texto, gostei também da imagem ilustrativa. Gostei, ainda, do final cíclico que imprimiu ao desfecho do enredo, embora a opção não seja propriamente inovadora.
A divisão em capítulos e o bom uso dos diálogos tornaram o seu texto muito fluido. Em alguns poucos momentos, achei o número de capítulos excessivo. Talvez, fosse possível, com conectivos e criatividade, unir alguns capítulos. Ao mesmo tempo, o seu conto possui potencial para ser expandido, transformando-se numa novela.
O uso de uma “língua estrangeira” (não encontrei, no meu vocabulário, designação melhor) foi feito com muita competência, não tornando o texto chato ou incompreensível (coisas que, na literatura, costumam ocorrer quando o uso é mal feito).
Em “e[,] sobre o ombro dela”, faltou uma vírgula. Em “observando [o] ângulo”, faltou um artigo. Em “boate[,] fosse”, faltou uma vírgula. Em “Você [t]á aí”, a maiúscula foi indevida. Em “sonolento [-] Suas feições”, o uso do travessão fez parecer uma fala; assim, o melhor seria usar um ponto final. Em “disse que[,] da última vez que te viu[,] você estava”, faltaram duas vírgulas. Em “inclinou-se sobre: – Eu vou”, faltou paragrafação. Em os tentáculos asquerosos[,] brotavam”, a vírgula é indevida. Em “para [a] abominável”, faltou o artigo. Em “em seguida[,] mergulhou”, faltou a vírgula. Em “Abre[,] porra” faltou vírgula. Em “a qual usou”, achei que o “a qual” retirou a “literariedade” do seu texto, deixando-o “acadêmico” ou “técnico”.
Não teve nada específico em seu texto de que eu não tenha gostado, mas, como registrei antes, fantasia não se inclui entre minhas leituras habituais e, portanto, senti certo estranhamento.
Parabéns pelo conto, do qual, apesar da fantasia, acabei, dentro do contexto do desafio, gostando, e boa sorte no certame!
Resumo : O detetive Asdrúbal precisa investigar o caso de um vereador ter sumido. O vereador some depois de frequentar um bordel. O detetive investiga a bela moça que se deitou com o vereador. Depois o detetive cria uma loucura e pensa que vai achar o vereador pintando um portal e que a chave se encontra na garota de programa Evach.
Comentário : O conto é muito bom. Os delírios do detetive Asdrúbal são surpreendentes. O conto possui um toque de sensualidade que lhe deixa muito atrativo. Gostei especialmente da personagem Evach, que se mostra totalmente envolvente.