Do rio conhecia cada detalhe. Sabia das lendas, das cheias e secas havidas. Identificava cada peixe, pássaro, e inseto que nele habitavam. Até dos murmúrios e das mudanças de cores dava ciência. O que ignorava é que naquela manhã haveria o abraço. Ele e o rio, o rio e ele, um só.
Eu adoro microcontos, e esse seu é maravilhoso! Parabéns! 🙂
É ótimo ver um texto seu na área off, Fernando!
O conto é um parágrafo e o rio é profundo em sentidos. Cheias, secas, fauna, flora, cores, vida e morte. Tão múltiplo é o rio que imprime no final do texto uma ambiguidade. O que ocorre, afinal, quando um rio te abraça?
Bem, você não quer que saibamos ao certo, se não teria escrito!
Poeticamente… lindo!
Adorei, xará. Final impactante. Parabéns.
Fernando, sou apaixonado por metáforas envolvendo rios. Nesta Temporada Off, publiquei “Velho em azul claro”, em que abusei da metáfora do rio. Possuo um outro texto, chamado “Aquele meu tio” (disponível no meu blog, que nasceu a partir da leitura d’A terceira margem do rio, do Graciliano. Além desses dois trabalho, possuo um terceiro, carente ainda de revisão, também usando a imagem do rio (“Laranja como o rio”).
Esse seu conto me fez lembrar também (espaço para a cultura popular) da morte do ator Domingos Montagner. Então, enquanto lia o seu micro conto, eu visualizava o rio São Francisco. O abraço, em minha imaginação, foi dado por ele e o abraçado foi o pai d’A terceira margem do rio, interpretado, numa película, pelo ator Domingos Montagner. Tudo muito confuso? A imaginação tem desses mistérios.
E as águas continuam a rolar…
sim, sempre passam….