EntreContos

Detox Literário.

Crepúsculo (Antonio Stegues Batista)

Roteiro 2413/35-VRHD.  Cavalo e cavaleiro, haviam transposto montanhas, atravessado pântanos e desertos em busca do Santo Graal. Quem beber o orvalho na taça, terá juventude eterna, dizia a lenda. Heitor havia encontrado um indício sobre o paradeiro do cálice num documento antigo. A pista o levou a um dos castelos em que o Rei Arthur morou, também último reduto dos templários, guardiões da relíquia sagrada.

Guerreiro corria velozmente pela planície ressecada. Ao longe erguia-se a silhueta escura das ruinas do castelo de Blackrock. Parecendo sentir que estava chegando ao fim da viagem, e ao fim da vida, o cavalo colocava sobre os músculos, suas últimas energias. Antes que ele caísse morto, o cavaleiro puxou as rédeas refreando-o e ao seu ímpeto selvagem. Heitor apeou da montaria e seguiu a pé, levando o companheiro pelas rédeas.

Diante dos últimos raios do sol, erguiam-se as paredes negras das ruinas do castelo. Heitor deixou o cavalo descansando e entrou no recinto. Eram apenas restos de paredes, uma porta em arco dava acesso a outra sala semidestruída, tendo o céu como teto. Ervas daninhas cresciam entre as rachaduras do piso irregular. 

Frustrado por não ter encontrado nada, Heitor resolveu voltar para casa e acabar com aquela procura insana. Mas de repente, uma brisa suave tocou sua fronte, como se fosse uma mão invisível. Ele se voltou, olhando para a parede. Havia uma claridade do outro lado. Animado, revigorado por uma força sobre-humana, deslocou as pedras, revelando o graal. O cálice estava sobre uma pedra, sob um facho de luz sobrenatural, rodeado de grama verde e flores coloridas

 Agradecendo aos céus pela dádiva, Heitor o pegou com veneração e colocou sobre uma laje, para recolher o orvalho da noite.

Ele mal dormiu aquela noite. Logo que o dia clareou, foi direto onde estava o cálice e encontrou-o cheio de orvalho. Com mãos tremulas, levou-o aos lábios e bebeu alguns goles do líquido. No instante seguinte sentiu como que uma chama se espalhando por suas veias e artérias. As rugas e os cabelos brancos sumiram, os músculos enrijeceram e ele sentiu-se revigorado, forte e bem-disposto. Em seguida, deu de beber o líquido mágico ao cavalo. Guerreiro voltou a ser um cavalo jovem e possante. Agora eles podiam voltar a defender os pobres e oprimidos. 

A imagem oscilou e num relâmpago, sumiu.

****

Roteiro 2414/36-VRHD. Helena estava colhendo morangos, quando uma senhora idosa, carregando uma cesta cheia de maçãs, apareceu no caminho.

─ Bom dia, minha querida. Não queres uma maçã?

─ Quanto custa?

─ Pegue uma. Não custa nada, pois não preciso de dinheiro.

Helena pegou a fruta que a velha lhe oferecia.

─ Vamos, coma. Prove pra ver como é deliciosa.

A jovem deu uma mordida. Ela não entendeu quando a mulher soltou uma gargalhada e saiu correndo, mas logo percebeu que alguma coisa estava ocorrendo com sua mão. Os dedos ficaram frios e enrugados, a pele seca e cheia de manchas. A sensação de frio começou a subir pelo braço, a se espalhar pelo corpo. A sua juventude e força, começaram a se extinguir. 

Helena levou as mãos ao rosto, sentiu-o encovado, cheio de rugas, a pele seca como uma palha. Horrorizada, correu para casa. Enquanto corria, sentia suas forças se extinguindo.  Caiu de joelhos na beira de um regato. Viu a sua imagem num remanso de águas plácidas. A imagem de uma velha. Esgotada, tombou de costas para o chão. Ali ela ficou se lamentando o quanto foi tola em não perceber que aquela senhora de aparência distinta, era a bruxa má.

Logo depois, Helena voltou para casa, caminhando devagar pela trilha da floresta. Antes podia correr por aquele mesmo caminho, agora andava devagar, não tinha mais a força e juventude de antes. Nem cavalgar com Daphne pelos campos podia mais.

 Desolada, Helena passou anos solitária naquela cabana da floresta, que também envelheceu. As heras a envolveram num manto verde. Até que um dia, soaram batidas insistentes na porta. Helena estava cochilando, sentada na cadeira de balanço. Ficou surpresa pois há muitos anos ninguém a visitava. Ao abrir a porta, deparou-se com um rapaz caído ao solo.

─ Me ajude, por favor. Acho que quebrei a perna.

Ela ajudou-o a entrar e sentar-se na cadeira. Imediatamente examinou a perna e constatou que não tinha fratura exposta, no entanto, colocou talas e enfaixou. Depois fez um chá para combater infecções e deu para ele beber.

─ Como aconteceu isso?

─ Estava passeando na floresta, o meu cavalo se assustou com alguma coisa e acabei caindo. O cavalo fugiu e eu não conseguia andar. Como vi a fumaça que saia da chaminé da sua cabana, vim para cá, me arrastando pelo chão. Eu vi um cavalo em seu estábulo. Você poderia me emprestar para eu ir para casa?

─ É claro.

 ─ Pedirei a alguém trazê-lo de volta. E quando eu ficar bom da perna, virei pessoalmente agradecer pela ajuda.

Helena encilhou Daphne e ajudou o rapaz a montar.

─ Você não me disse o seu nome.

─ Helena, me chamo Helena.

─ Sou Heitor. Moro em Nightingale.

Ele inclinou-se e se despediu dando-lhe um beijo na mão.  Helena ficou observando-o partir, admirada, pois aquele era o príncipe Heitor de Nightingale. Quando ele sumiu na curva do caminho, ela sentiu algo estranho na mão que o rapaz beijou. Algo assombroso começou a acontecer. As rugas, as dores nas articulações desapareceram, a pele e os cabelos voltaram a serem sedosos e brilhantes. Helena voltou a ser jovem. O beijo do rapaz em sua mão, havia quebrado a maldição.

Com as forças renovadas, com entusiasmo e esperança, Helena tratou de arrumar a cabana, limpar, pintar, roçar o mato e deixar tudo limpo e enfeitado. Enquanto trabalhava e cantarolava, esperava a visita do príncipe. Certo dia ouviu um relincho de cavalo na floresta. Correu para a porta e viu Heitor chegando, montado num alazão preto. 

A imagem tremeluziu e num clarão, sumiu.

 

                                                         ****

Heitor tirou o capacete VR da cabeça, arrancou os fios e cabos do corpo e levantou-se da cadeira, devagar. Um movimento brusco podia deixá-lo tonto. Calçou as chinelas surradas, e arrastando os pés pelo soalho empoeirado, saiu da casa.  Ao longo da rua, as pessoas saiam de suas casas, piscando à luz do sol. Eram como espectros saindo da escuridão para a luz. Homens e mulheres decrépitos, desorientados, trôpegos, olhando de um lado para outro.

─ O que aconteceu? − gritou alguém.

─ Acabou a energia.− disse outra pessoa. 

─ O disjuntor deve ter se desligado− respondeu Heitor. ─ Está muito quente hoje e o gerador esquentou demais. − a voz saiu meio rouca. ─ Vou lá em cima dar uma olhada. 

Seguiu por uma viela cheia de lixo. Atravessou uma praça abandonada, subiu um desnível do terreno e chegou ao barracão. Antes de entrar, voltou-se e olhou para a cidade em ruinas, para as pessoas envelhecidas e parvas na rua poeirenta, a espera que ele voltasse a ligar a máquina que os fazia sonhar. 

A porta rangeu quando ele a empurrou. Entrando, foi direto ao painel de controle. Quando ligou o disjuntor, as luzes se acenderam e a máquina voltou a funcionar. 

Heitor voltou para casa. Desconectou Helena da máquina e a ajudou a sair da cadeira.

─ Está na hora de caminhar, desenferrujar as pernas.

Ela olhou para ele, intrigada. ─ Quem é você?

─ Meu nome é Heitor. Nos conhecemos no Morro dos Rouxinóis, casamos, vivemos juntos há quase quarenta anos. Não se lembra?

Ela sacudiu a cabeça levemente. ─ Não.

─ Vamos andando. Com o tempo você vai se lembrar.

Saindo da casa, dirigiram-se para o campo. Caminharam devagar, aproveitando a brisa fresca do fim da tarde.

─ Sonhei que eu era jovem e uma bruxa má me fez ficar velha. ─ disse Helena, caminhando apoiada no braço de Heitor.

─ Você não gosta de ter essa idade?

─ Já fui jovem e acho que ter juventude eterna deve ser bem chata. Você não acha?

─ Para tudo há um tempo e o nosso tempo de juventude passou, no entanto, nosso espírito permanece sempre jovem.

Helena sorriu. ─ Por dentro, me sinto jovem.

Atravessando o campo, chegaram ao Morro dos Rouxinóis. Lá em cima, à sombra de uma figueira, haviam se beijado pela primeira vez. Ao se lembrar, Heitor teve a impressão de que aquilo ocorreu séculos atrás.

Ele conduziu Helena pela mão para a escada que ele mesmo escavou no flanco do morro, quando ainda era jovem. Começaram a subir os 33 degraus. No 10° degrau, pararam respirando fundo. Os joelhos doíam. As pernas não aguentaram a subida.

─ Estamos velhos, minha querida. – com um suspiro, ele sentou-se nos degraus. − É melhor ficarmos por aqui mesmo.

Helena sentou-se do lado dele, observando seu rosto. Estava admirada com o carinho que ele tinha por ela. ─ Você é, meu príncipe encantado?

─ Sou o que você quiser.

Ela pousou a cabeça no ombro dele e os dois ficaram observando um cervo e sua família, pastando na margem do lago.

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23 comentários em “Crepúsculo (Antonio Stegues Batista)

  1. Priscila Pereira
    16 de abril de 2020

    Olá, Antônio!
    Eu li esse conto logo no começo do desafio e gostei bastante! Um excelente concorrente!
    Eu gosto desse tipo de história, uma dentro da outra, mas a melhor coisa do seu conto é quando eles estão na realidade. Eu consegui sentir que esse futuro é muito provável. Na verdade muitos já vivem assim, mas não ligados a fios e máquinas mas simplesmente dentro de uma imagem, vida, relações, rotinas, dentro da grande rede…
    A parte real do seu conto foi muito bem acertada, mostra que a realidade ainda que insípida é muito melhor do que a melhor das ficções.
    Parabéns! Ótimo conto! Um abraço!

  2. sergiomendessola
    11 de abril de 2020

    16. Crepúsculo (Thomas Anderson)

    Um delicioso reviver uma juventude já perdida… sonhos, presente, sonhos, futuro.

    Delicioso navegar entre ficção científica, sonhos e outras coisas… Delicioso texto

    Pontuação: 4,5

  3. Rafael Carvalho
    11 de abril de 2020

    Um bom conto, principalmente pela criatividade e busca por escrever algo diferente.

    Apesar de ter gostado do conto, ainda mais ele se atravessando por um terreno de ficção cientifica pelo qual tenho muito apresso, achei que ficou faltando algo mais impactante no final, algumas coisas ficam implícitas e dão um ar interessante a obra.
    Mas trato aqui de uma questão de opinião, nada disso tira o brilho da obra e sua singularidade diante da proposta em si.

    Sobre a escrita não vi erros, achei bem estruturado e desenvolvido.

    Parabéns pelo conto, boa sorte.

  4. Eneida Ferrari
    11 de abril de 2020

    16) Crepúsculo
    História de Heitor e sua companheira Helena em local/cidade/época de pessoas velhas que viviam roteiros de filme porque sua distração era ficar ligados com capacete e fios pelo corpo em máquina por onde experienciam uma vida irreal. Falta energia e tudo pifa. Religam. Heitor desligou à si e à Helena da máquina e foram caminhar pelo mundo real.
    ANÁLISE: Excelente escrita. Clara. Ideias bem cadenciadas. Uma história bonita, criativa, inovadora. Parabéns!

  5. Pedro Paulo
    11 de abril de 2020

    Um belo conto sobre a aceitação da terceira idade. Achei uma boa sacada a ideia “sci-fi” com a qual iniciou o conto. A princípio, parece que lemos um tipo de história e a revelação seguinte nos cativa sem perder a continuidade, ligando as pontas perfeitamente. O final, que poderia ser obscuro, pois a ambientação dá a entender que se trata de algo um tanto macabro, acaba sendo doce. Ela não se lembra dele, mas reconhece o carinho que vem do homem. Repousam juntos, reconhecem a terceira idade e encontram a juventude presente nela.

  6. Rubem Cabral
    11 de abril de 2020

    Olá, Thomas Anderson.

    Resumo da História: Heitor e Helena vivem aventuras: a procura pelo Santo Graal, um conto de fadas. Depois, somos informados que ambos estavam experimentando realidades simuladas, pois vivem num tipo de futuro pós guerra e Helena parece ter problemas de memória. Ambos são idosos e então retornam à casa.

    É um bom conto de FC. De início, não estava gostando da procura pelo Graal e o conto de fadas, mas o plot twist foi bom, em especial pela doença da Helena. Penso, contudo, que você poderia ter sido mais criativo com as aventuras em VR. A escrita é boa e as descrições são eficientes.

    Boa sorte no desafio!

  7. Bia Machado
    11 de abril de 2020

    Resumo: Casal de idosos vive em um mundo onde as pessoas se conectam a um aparelho e vivem em uma realidade virtual.

    Desenvolvimento do Enredo: Na primeira vez em que comecei a ler, a parte do Heitor quando ele busca o Graal estava muito, muito cansativa e desinteressante. Isso foi ontem. Deixei para ler hoje e deu certo. Li duas vezes para entender bem e gostei, embora existam alguns errinhos de pontuação… Mas eu senti falta um pouco de aprofundamento, de mostrar mais essa realidade virtual e de como era o cotidiano deles. Se no décimo degrau eles se cansam, então eles não sobem mais até lá? A parte da realidade virtual podia ser trabalhada de uma forma que deixasse o leitor ainda mais intrigado na hora de passar para a realidade da Helena, digamos assim… Quando chegou a parte da “vida real” eu senti um alívio imenso, por finalmente saber que as partes anteriores eram ilusão.

    Composição das personagens: Sim, achei o casal simpático. Mas o esquecimento dela (demência? Alzheimer?) poderia ser mais bem trabalhado. Sinto como se as personagens pudessem render mais do que renderam.

    Parágrafo inicial: Como eu disse, achei cansativo o início, além de desinteressante. Também há duas vírgulas separando sujeitos do predicado, é bom rever isso.

    Finalização: Na finalização também há um erro de pontuação. E faltou um aprofundamento maior. Terminei de ler o conto pensando apenas “ok”.

  8. Fabio D'Oliveira
    10 de abril de 2020

    Resumo: Heitor e Helena vivem seus sonhos num mundo virtual, mas não se esquecem, realmente, da realidade, aproveitando um belo pôr-do-sol juntos.

    Olá, Thomas!

    Serei sincero! Mesmo a história não sendo original, gostei dela! Talvez seja a forma como você decidiu executá-la, achei tudo muito charmoso e doce. Sua escrita não é ruim, de fato, mas faltou cuidado na revisão. Foque na pontuação. Muitas vírgulas em posição que comprometem a fluidez do conto, como, por exemplo, a indagação final da Helena: “Você é, meu príncipe encantado?”, enquanto o ideal seria “Você é meu príncipe encantado?”. Uma coisa tão boba, mas que modifica o sentido da frase e a naturalidade da narrativa.

    É um dos contos onde o tema está tão presente, tão bem encaixado em tudo, que merece quase nota máxima. Algumas das maiores questão do envelhecimento são discutidos nos três atos. A resistência, o envelhecimento precoce (pode ser até da alma), o medo de ser velho, uma sociedade envelhecida e decrépita, as memórias que fogem na velhice… São muitas nuances do tema no mesmo texto. E tudo muito bem encaixado. Fez um ótimo trabalho aqui!

    Por que não arrisca um pouco mais? Digo isso, pois, fora a execução, o enredo é bem medíocre. Santo Graal, uma bruxa má, etc. São premissas comuns, usadas em exaustão. Dê asas para sua mente, deixe-a fluir. Por que não pode ser um homem que busca um poço que tem a água miraculosa da juventude? Por que Helena não era a bruxa má que teve o que merecia e se arrependeu de suas maldades depois de encarar uma velhice precoce e indesejável? Você sabe conduzir a história, então, com mais criatividade, com certeza escreveria maravilhas!

    Enfim, é uma dica boba, haha. Vi potencial na sua escrita. Foque na revisão final e procure sua criatividade!

  9. Claudinei Maximiliano
    10 de abril de 2020

    Um casal já de idade, o homem lúcido que fazia de tudo para manter a alegria de sua esposa, já em início de decrepitude. Utilizando óculos VR, ambos viajavam por histórias de reis e bruxas. Era um dos métodos que Heitor encontrou para fazer a mulher sonhar, viver e sentir-se jovem, ainda que em uma realidade virtual.

    Comentários: Um conto interessante. Muito bem escrito e com final inusitado. Se adequa bem ao tema e demonstra carinho e cumplicidade na velhice de um casal apaixonado.

  10. Claudinei Maximiliano
    10 de abril de 2020

    Resumo: Um casal já de idade, o homem lúcido que fazia de tudo para manter a alegria de sua esposa, já em início de decrepitude. Utilizando óculos VR, ambos viajavam por histórias de reis e bruxas. Era um dos métodos que Heitor encontrou para fazer a mulher sonhar, viver e sentir-se jovem, ainda que em uma realidade virtual.

    Comentários: Um conto interessante. Muito bem escrito e com final inusitado. Se adequa bem ao tema e demonstra carinho e cumplicidade na velhice de um casal apaixonado.

  11. Catarina Cunha
    10 de abril de 2020

    Resumo — Casal de idosos do futuro vivem sonhos virtuais. Um mix de FANFIC de Matrix, rei Arthur, Santo Grau e Branca de Neve.

    Técnica — Simples e direta. Estilo pouco marcante. Mas dá o seu recado.

    Trama — Acho que a criatividade ficou meio de lado aqui, embora esteja bem escrito.

    Impacto — “─ Já fui jovem e acho que ter juventude eterna deve ser bem chata.” Deve ser bem chato pensar eternamente como jovem.

  12. Jorge Santos
    8 de abril de 2020

    É complicado falar deste texto. Começa com o relato do que parece ser um jogo de vídeo, com uma personagem masculina. Depois, passa para o relato de um sonho, no feminino, para a realidade. É na realidade que começa a complicação: ele pára de jogar o jogo de realidade virtual e vai buscar Helena, a esposa. Sobem juntos uma escada. A trama ficou algo confusa, na minha opinião. A personagem masculina parece excessivamente jovem para estar casado há 40 anos, e é aqui que o texto me perdeu enquanto leitor. Deveriam ter sido mais exploradas as ligações entre os três planos – o jogo, o sonho e a realidade, de forma. Não havendo isso, o leitor perde algum interesse. Em termos de linguagem, nada a apontar.

  13. Ana Carolina Machado
    8 de abril de 2020

    Oiiiii. Um conto que começa com um guerreiro procurando o lendário Santo Graal e quando o encontra o usa para beber orvalho nele com objetivo de que ele e o cavalo fiquem jovens novamente. Depois é apresentado a jovem Helena que fica velha devido a uma bruxa má, mas ela recupera a juventude com um beijo que Heitor deu em sua mão. Depois vem a reviravolta de que essas duas histórias eram sonhos criados por uma máquina e que a Helena e o Heitor da vida real são casados há quarenta anos. No fim eles fazem uma caminhada e sentem o peso da idade neles. A cena final é eles observando uma família de cervos enquanto ficam juntos. Foi interessante como tanto no sonho do Heitor atrás do Santo Graal como na da Helena tem o desejo de se recuperar a juventude que perdeu, talvez um desejo que o Heitor e a Helena tivessem no coração deles. Foi interessante também como sonho e realidade parecem dialogar no momento em que percebemos o carinho que havia entre eles. Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.

  14. Paula Giannini
    7 de abril de 2020

    Olá, Autor(a),

    Tudo bem?

    Resumo: Velho senhor e sua esposa assistindo a filmes de realidade virtual, na qual inserem suas vidas.

    Um texto de FC com uma ideia que, se por um lado não é inédita, por outro, é muito instigante. Sempre penso na vida como um tipo de “vídeo game de Deus”, e, por que não um filme? Ou vários deles?

    Aqui, temos claramente um(a) bom(a) contador de histórias, com boa capacidade para a criação de cenários e cenas muito “visuais”, o que completa a ideia da estética de roteiro de cinema.

    Se o(a) autor(a) aceita uma sugestão, eu transformaria as partes que tem cabeçalho de roteiro em uma formatação mais próxima à linguagem utilizada em um argumento (tudo no tempo presente), ou mesmo na de um roteiro efetivamente. Isso traria ao conto uma linguagem híbrida bem interessante e moderna.

    Se me permite uma segunda sugestão, seria interessante uma revisão no que toda o emprego dos tempos verbais dentro da estrutura escolhida.

    Deixo claro que as intervenções acima são apenas sugestões, aqui estamos todos para aprender.

    Parabéns pelo trabalho.

    Beijos
    Paula Gannini

  15. angst447
    7 de abril de 2020

    RESUMO:

    Casal – Heitor e Helena – utilizam-se de uma máquina que faz sonhar, viver uma realidade paralela, um conto de fadas. Ele se imagina como um cavaleiro em busca do Santo Graal, e ela como uma mocinha que tem sua juventude roubada por uma bruxa má, mas que depois encontra o seu príncipe encantado que lhe torna jovem novamente. Uma queda de energia faz o mecanismo desligar e todos em volta reclamam, pois estavam sonhando também. Heitor liga de novo o disjuntor e resolve o problema. Volta para casa e tira Helena do aparelho. Leva a senhora para o local onde se beijaram pela primeira vez. Ela não se lembra dele, pois deve estar com Mal de Alzheimer ou algo assim, e pergunta se Heitor é o seu príncipe encantado. Ele amorosa responde que será o que ela quiser que seja.
    ______________________

    F  Falhas de revisão  Esta é a parte que menos importa na minha avaliação. Só para constar mesmo. > “os cabelos voltaram a serem” > os cabelos voltaram a SER
    I  Impacto do título Título traz a metáfora do Crepúsculo como os últimos anos de vida.
    C  Conteúdo da história  O conto revela-se um misto de FC com romance sabrinesco. E ainda apresenta boas doses de fantasia. Tudo muito bem costurado e entrelaçado com imagens de um conto de fadas (Branca de Neve) e elementos de FC (que lembram o filme Matrix). Confesso que a princípio, o conto não me pegou, mas logo foi se desenvolvendo de forma mais interessante. Bom ritmo, com diálogos bem trabalhados.
    A  Adequação ao tema  O conto abordou o tema do desafio com propriedade.
    ______________________________

    E  Erros de continuação  Não encontrei pontas soltas.
    M  Marcas deixadas  Um suspiro de leitora romântica. Que casal mais fofo,
    apesar da dura realidade da velhice!
    _______________________________

    C  Conclusão da trama  Melhor finalização até agora. Talvez por ser a mais romântica. Desfecho que satisfaz sem ser piegas.
    A  Aspectos quanto à originalidade do conto  achei criativa a junção dos temas FC, fantasia e sabrinesco.
    S  Sugestões  Nada a sugerir.
    A  Avaliação final  Muito bom! O conto me surpreendeu de forma positiva.

  16. Paulo Luís
    5 de abril de 2020

    Resumo: Através de uma realidade virtual pessoas são transportadas para uma época de fantasias, como a busca do santo graal e da bruxa, a maçã e a jovem enganada. Demarcados por cenas de um roteiro.

    Gramática: A leitura flui sem problemas aparente.

    Avaliação: Conto fantasia visto pela ficção da realidade virtual. Como eu nada entendo dessa linguagem não estou apto a fazer uma avaliação desse tipo de abordagem. Acredito que outros comentários por aqueles que entendam deste gênero de literatura deem uma opinião mais abalizada. Entretanto, pelo formato e estilo da narrativa, acredito ser um bom trabalho. Nota: 2

  17. cgls9
    3 de abril de 2020

    Um cavaleiro em busca do Santo Graal. Uma mocinha ainda acreditando no conto das maçãs. O cavaleiro encontra a moça e a cura. É tudo ilusão. Falso, fantasia virtual. São dois idosos experimentando os delírios que a VR proporciona. Mas às vezes falta a eletricidade. E eles tem que se virar com suas carcaças andantes e com a falta de memória.
    Considerações:
    Acho que já li, aqui mesmo, algumas histórias com essa premissa da realidade virtual. Então perde ponto por não ser muito original. Mas quem consegue ser original depois de tantas histórias? A John Lennon é atribuída a frase, afirmando ser difícil compor algo realmente novo, visto que são somente sete notas… então, acho que o que vale é a forma como contamos velhos enredos. E o senhor conseguiu imprimir a sua. Parabéns e boa sorte.

  18. Fernando Cyrino
    1 de abril de 2020

    Olá, Thomas, cá estou eu com a sua história. A vida de um casal como roteiro de um filme. Sonham, ele ter encontrado o Graal que lhe traz de novo a juventude e ela sendo enganada pela bruxa má, saboreando a maçã envenenada e se tornando imediatamente idosa. Ao final os dois, desligados dos aparelhos, caminham para o lugar onde primeiro se beijaram e de lá contemplam a realidade. Bonita a sua história, interessante a forma de relatar, uma escrita mesmo bonita. Uma ficção científica do envelhecimento. Achei que ficou legal o paradoxo, enquanto ele é rejuvenescido ela é envelhecida. Esse contraponto funcionou. Bacana, amigo. Claro que tive que ir ao oráculo do Google para compreender o que significava capacete VR. Sou jurássico, talvez, pondero comigo mesmo aqui,.se fosse mais jovem teria curtido mais a sua narrativa. Parabéns pelo conto e criatividade.

  19. Cilas Medi
    29 de março de 2020

    Olá Thomas Anderson.
    Um resumo inicial para identificação do conto lido e que despertou a curiosidade nas primeiras linhas. Arthur e a Távola Redonda e A Branca de Neve contra a malvada bruxa.
    Um conto lírico, formoso, encantador e simples no seu desenrolar. Uma leitura fácil, linear, carinhosa e, francamente, conto de “fadas”.
    Sonhar é preciso, para gerar mais energia na falta da juventude (não que nela, juventude, não se possa fazer) e, principalmente, amar, reconquistar o prazer da companhia do amor, destacado em cada palavra nesse conto.
    Espero encontrar o príncipe encantado Heitor (grande guerreiro) e Helena (outra rainha) e presenteá-los com a presença entre os melhores do desafio, talvez, até, o vencedor.
    Parabéns! Sorte no desafio.

  20. Inês Montenegro
    26 de março de 2020

    Ficção especulativa, o conto começa por parecer narrativa arturiana, misturando-se depois com elementos de contos-de-fadas, até por fim se aproximar da ficção científica ao revelar tratar-se de um simulador de realidade, utilizado pela população em geral. O foco, contudo, é no casal Heitor e Helena, sendo indicado que a memória desta última se encontra afectada. É, a bem dizer, um romance, e o desejo de o fazer perdurar na velhice utilizando ilusões de juventude – pelo menos até ao final. Os elementos referidos encontram-se bem interligados, e apesar de não ser uma premissa original, não é uma leitura desagradável. É necessário, contudo, rever a pontuação, tendo havido bastantes falhas, em particular em relação às vírgulas: algumas tão graves quanto o uso de vírgula entre sujeito e predicado.

  21. Andre Brizola
    25 de março de 2020

    Olá Thomas! Gostei muito do conto. Muito bem escrito, muito bem amarrado. Uma visão cyber de um futuro possível. Gostei sobretudo da terceira parte do conto, quando saímos dos roteiros já mais ou menos conhecidos para o arremate que deixou tudo coerente. Parabéns! Boa sorte no desafio!

  22. Fheluany Nogueira
    25 de março de 2020

    Heitor se rejuvenesce quando descobre o Santo Graal e bebe orvalho nele. Helena come da maçã que a bruxa má lhe ofereceu e envelhece. Recolhe-se numa cabana, ajuda um cavaleiro (Heitor) que lhe beija a mão, quebrando o encanto. A energia acaba, Heitor tira o capacete de realidade virtual e vai até Helena e a desconecta. Os dois fazem uma caminhada e conversam sobre o casamento deles e a possibilidade de vida eterna.

    Interessante a mescla de lenda, conto-de-fada e ficção científica e reflexão sobre juventude eterna. O autor criou a máquina que todos desejam.

    Uma trama complexa, dividida em três partes distintas, que requer bastante atenção do leitor para acompanhar o narrador nas imagens sugeridas. Premissa interessante.
    Curiosidade: há alguma referência, no conto, sobre a Guerra de Tróia? — Heitor? Helena?

    Ritmo bom, leitura agradável. Parabéns, sucesso. Abraços.

  23. ANNUNZIATA CAPASSO DE FILIPPIS
    23 de março de 2020

    ingenuo

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Publicado às 22 de março de 2020 por em Envelhecer, Envelhecer - Grupo 2 e marcado .
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