O beijo de sua esposa e o abraço de seu filho pequeno foram os únicos presentes que Altair teve tempo de receber naquele seu aniversário.
Antes que o calor de tais gestos fosse levado pelo vento frio da guerra, ele montou em Pinta e chamou Nina num assobio breve, mas de longo alcance.
O mais rápido que podiam os três correram para fora dos limites da cidade na tentativa de conseguir se aproximar o suficiente para confundir o computador dentro do perigo que vinha veloz e brilhante no céu anil.
***
Um mês atrás um pulso eletromagnético havia inutilizado praticamente todos os componentes eletrônicos presente no Planeta e também os que orbitavam ao seu redor.
Todas as agências de inteligência perceberam logo que seria estupidez fingir que o que estava acontecendo não era uma invasão. De modo que os governos investiram tudo o que tinham na recuperação de equipamentos bélicos analógicos ou nos que possuíssem proteção contra um novo pulso.
Nações uniram forças e bilhões de soldados morreram usando o pouco equipamento disponível que mal fazia frente ao maquinário avançado dos invasores.
Nesse ínterim, as poucas e pequenas naves capturadas puderam fornecer informações precisas sobre seus pontos fortes e fracos. A melhor delas era a de que haveria um modo de desorienta-las e então voltar umas contra as outras; isso se, fossem aproximados o bastante destas máquinas dispositivos que perturbariam seu comando remoto. Dessa forma, não haveria sequer a necessidade de atirar nelas, já que as próprias poderiam fazer este favor.
E dada a ausência de veículos motorizados, o uso de cavalos era a alternativa mais que viável. Logo, jóqueis, guardas montados, vaqueiros ou qualquer um que pudesse guiar bem um equino veloz era recrutado para este novo tipo de combate.
Ao se apresentarem, cada um deles fora informado de que os equipamentos que levariam nas costas emitiriam ondas fortes o bastante para lhes matarem de câncer em poucos meses. …Mas que meses eles teriam para adoecer se a humanidade perdesse aquela guerra?
Assim, cavalarias em todo mundo saiam às centenas para desorientar e derrubar as naves inimigas que iam batendo umas nas outras como moscas que tivessem bebido uma forte água ardente. E justamente por este plano ter algum sucesso, os invasores se viram inclinados a diminuir o envio de naves pequenas.
Bombardeios massivos passaram então, a destruir todas as cidades que eles consideravam como sendo relevantes focos de resistência. Até que sobrou apenas uma.
Dela saiu o último voluntário, encarregado de um plano desesperado e tendo como companhia não outro cavaleiro ou amazona, mas sim a cadela que ele havia criado em seu sítio desde filhote.
***
Com cinco minutos de cavalgada frenética em direção ao míssil o display no pulso de Altair já indicava que o sistema de busca do artefato principiava sinais de confusão e não conseguia mais reconhecer com exatidão o alvo.
Nina ia à frente, com o então mais avançado amplificador de sinal já feito, preso em suas costas; enquanto Altair levava na mochila seu embaralhador com uma antena tão longa que se não fossem aqueles dias infernais de guerra, quem o visse correndo daquele jeito poderia jurar que se tratava de um pescador saudoso pelo hobby.
O display piscava sem parar mostrando leituras muito otimistas para Altair, mas o rastro de fumaça deixado pelo míssil lá em cima indicava que este ainda se dirigia à cidade. Era preciso adentrar ainda mais as terras tomadas pelo inimigo para que o plano desse certo.
Drones dos extraterrestres rasgavam o céu e crivavam a terra poeirenta ao redor dos três velocistas. Nada que os últimos helicópteros tirados do museu (e devidamente reformados) não dessem conta de abater com um samaritano voo de auto sacrifício.
Asas derretendo e pedaços de pilotos de grande coração choviam atrás daqueles três; que a seu modo também voavam. Juntos numa corrida sem medo eles abriam um corte profundo na cara arrogante da morte enquanto voavam baixo, num rasante que ascendia a terra por onde passavam; ganhando terreno ao aproveitar cada pedra, cada árvore no caminho, como escudo.
Se obtivessem êxito, (ainda que morressem na tentativa) lhe fora garantida pelo presidente que receberiam como homenagem uma bela estátua no meio da cidade. Nada mais pueril para se ouvir naquele momento. Já que se falhassem, não sobraria nem aquela cidade, nem a próxima, nem a seguinte, nem nada num raio de 200 quilômetros para erguer qualquer coisa.
A máquina mortal tinha entrado no meio das nuvens, porém, mesmo sem qualquer equipamento ainda dava para saber que ela estava lá. Cada vez mais perto. O ronco de sua passagem em mach 3 podia ser ouvido até mesmo de dento dos bunkers na cidade. O que levava Altair a forçar Pinta a ir mais rápido do que a melhor volta que ela tivesse dado em seus tempos de glória no hipódromo.
De súbito, adiante na estrada, Nina cai arrastando o peito, atingida por um tiro que lhe arrancara uma das patas dianteiras na altura do cotovelo.
Altair então gira em 90º sobre a cela e estende o braço para pegar a amiga pela coleira. Se errasse e a border collie ficasse para trás, ganindo em campo aberto, a potência do sinal seria perdida, e junto com ela três milhões de vidas. Mas como sua fiel cabecinha canina bem tinha aprendido, um assovio de seu mestre era para ser levado a sério e mesmo que tivessem lhe tirado mais a outra perna ela continuaria como pudesse, a toda velocidade.
Ela tinha sido a melhor nos treinos. Então andar só nas patas traseiras não era nenhum problema para aquele serzinho determinado. Deixando para trás a perna arrancada a cadelinha prosseguiu. Com a língua para fora e pingando sangue ela foi adiante com uma expressão satisfeita de quem tinha certeza de ser uma boa menina.
Tamanha determinação lhe fez levantar a cabeça o suficiente para que Altair pudesse pegá-la e com um abraço prendê-la para que agora realmente juntos os três pudessem atravessar o campo com obstáculos que nem o mais robusto tanque daria conta de transpor. As três corajosas figuras agora seguiam invisíveis dentro das trincheiras, frustrando a artilharia automática projetada e colocada naquele terreno tomado apenas para abater inimigos no céu. Estas mesmas armas, guardadas por soldados robôs haviam até ontem derrubado o último jato que ainda fumegava espatifado na mata.
Mas, num tranco repentino, Altair pende para trás. O tiro de um sniper no alto de um pinheiro à frente lhe havia acertado o rosto e removido todo o crânio do alto do pescoço; deixando-o com os braços soltos a balançar e também cobrindo todo o restante do pelo branco de Nina com seu sangue.
Pinta, entretanto, continuava correndo. Mesmo sem ter quem a compelisse. E assim continuou por metros e metros, insistindo, ofegando, mesmo depois do primeiro e do segundo tiro no peito. Só foi cair depois que o terceiro projétil lhe arrancou a cabeça e a fez tombar para frente, lançando Nina vários metros à adiante. O suficiente para que dispositivo em suas costas ainda fosse capaz de realizar o objetivo principal de redirecionar em velocidade dobrada o míssil para a nave que o havia lançado.
E para lá ele se voltou. Rumo àquela descomunal máquina de outro mundo, sobrevoando a cadeia de montanhas nevadas; cheia de tripulantes seguros de que dali, assistiriam num lugar privilegiado a derrota daqueles seres tão pequenos e primitivos que ainda precisavam da ajuda de animais para travarem suas guerras.
Sem ter tempo de reverter os motores ou de reabrir a fenda dimensional por onde veio, a nave recebeu em cheio a mesma bomba que 20 minutos atrás havia lançado.
Seus enormes destroços penderam do céu esmagando e deformando para sempre aquela parede milenar de rochas magmáticas cobertas por neve.
Cem anos depois, nem os nomes de João ou de José somados faziam frente à enorme quantidade de bebês que batizados com o nome de Altair. E não só o nome dele tinha ganho destaque: ao redor do globo, praças, ruas, avenidas e centros de proteção aos animais orgulhosamente mudavam seus nomes, em versões traduzidas ou não, para o das heroínas de quatro patas.
Outra centena de anos se passara e a humanidade já tinha aprendido a usar a tecnologia do povo invasor para se defender de possíveis novas investidas contra o planeta e; inclusive, sempre que lhe fosse conveniente, levar “democracia e liberdade” às outras raças pela galáxia. Sendo as naves mais velozes da frota as: Bravo Altair, a Perseverante Pinta, e a Fiel Nina.
Oiiii. Um conto sobre três heróis que se sacrificaram por um bem maior e são lembrados por muito tempo: um herói humano e duas heroínas de quatro patas. Altair, Nina e Pinta. Altair perece com o tiro de um sniper , os animais também perecem mas no fim a missão é cumprida e salvam a Terra através do movimento de redirecionamento do míssil. No fim a memória deles perdura pois heróis de verdade nunca morrem na memória de um povo grato. Achei interessante ter mostrado essa marca que eles deixaram na Terra mesmo depois do sacrifício. Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.
O conto narra a história de Altair, sua égua Pinta e sua cachorra Nina que têm a missão suicida de salvar o planeta contra o ataque de forças alienígenas.
Gostei do conto. A narrativa é ágil e tem um ótimo fôlego nos momentos de ação, deixando o clima tenso como num thriller de ação. A trama também é boa, mesmo com a morte de Altair, Pinta e Nina, o mundo foi salvo. Inclusive, a morte dos heróis fugiu do clichê das reviravoltas mirabolantes para salvar os mocinhos em contos neste estilo. Talvez alguém reclame sobre a morte dos animais, como se fosse uma tentativa forçada de causar emoção. Eu gostei, e foi bem verossímil pela realidade em que os personagens viviam. Boa sorte no desafio.
Olá escritor(a). Parabéns pelo seu conto.
TÍTULO: O Rasante
GÊNERO:
[ X ] Ficção Científica
RESUMO: A Terra foi invadida e o governo encontra um jeito de desorientar as naves alienígenas emitindo um sinal com uma certa frequência. Um homem e seus cães são a última esperança da humanidade.
ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA: Nada a comentar.
O QUE ACHEI DA HISTÓRIA:
Uma narrativa curta e honesta cujo foco são os momentos finais da luta entre o povo da terra e os invasores.
Não foi muito crível a corrida contra o míssil, poderia ter encontrado solução melhor.
Da mesma forma o conto parece incompleto, pois já inicia com a batalha em seus momentos finais. A cadela levando tiro e ainda correndo também não é crível.
Desejo sorte e torça por mim também. 🙂
Abçs.
Agradeço muito pelos apontamentos.
Admito que meu conto tem seus furos. E gostaria de tê-lo feito mil vezes melhor. ninguém merece uma leitura pouco convincente.
Sinto se ela lhe pareceu forçada. Fiz o meu melhor no prazo que tive.
Resumo: A terra é invadida por aliens que destroem todos os aparelhos eletrônicos. Cavaleiros são recrutados para uma missão suicida. Um dos voluntários encara as bombas e tiros com seu cavalo e sua cadela de estimação, depois de muita luta, ele consegue alcançar seu objetivo e salvar a terra.
Considerações: Ótima estória, parabéns! O enredo é muito bom, parece um trailer de um filme de ação, tem um ritmo bom e deixa a gente querendo chegar logo ao final. É uma estória que prende o leitor, dá prazer de ler. Estória destaca a coragem e a obstinação que toda criatura possui quando luta pela sobrevivência. Sem dúvida, um dos melhores textos que já li nesse certame. Vi poucos erros de revisão. Parabéns e boa sorte!
O rasante
Resumo: Um homem, um cão e seu cavalo. Protagonistas que se sacrificaram no intuito de proteger a nação de uma invasão alienígena. A tecnologia, agora aliada dos inimigos, não servira de nada para proteger a nação. O plano? Usar um campo eletromagnético que os mataria, porém, salvaria povos da destruição.
Ponto Forte: A relação existente entre homem e animal. O narrador conduz a história de forma simplificada, sem muitos elementos linguísticos confusos que costumam haver neste tipo de texto.
Ponto Fraco: Talvez criar um cenário que explicasse melhor o porquê de a radiação ser eficaz na destruição dos alienígenas (É apenas um ponto de vista ou de interpretação. Isto não prejudica a excelência do texto).
Comentário Geral: Narrativa é muito bem condensada. A simplicidade de palavras quando bem organizadas me encanta. Muito bom.
Agradeço pela avaliação, Fábio.
E sobre a falta de explicação de como o equipamento terráqueo funciona, foi falta de repertório meu mesmo. Usei uma solução que me parecia improvável e desesperada na situação em que os personagens se encontravam, mas não tive tempo hábil para estudar argumentos técnicos melhores pra explicar estas máquinas.
Fico feliz que tenho gostado e peço desculpas pela falha.
RESUMO: Num mundo devastado por uma invasão alienígena, um homem, um cavalo e uma cadela partem para uma missão suicida que, bem sucedida, salvara o planeta Terra das mãos dos algozes extraterrestres.
COMENTÁRIOS: O conto e bem interessante e sobretudo, original. A invasão e narrada de forma corrida, apenas para estabelecer a motivação da missão de Altair, Pinta e Nina. O cenário e muito bem descrito e o autor sabe dar tensão a trama. O que pareceria um final água com açúcar foi exatamente o oposto, vitorioso, porem, amargo, com a morte dos três protagonistas.
O que me incomodou no conto, entretanto, foi o tema. A meu ver, o fato de ter naves, invasão alienígena e menção a tecnologia mais avançada por si só não enquadram a trama como ficção cientifica. Eu diria que o tema seria mais uma aventura/drama. Ficcao Cientifica é um gênero da ficção , que normalmente lida com profundos conceitos ficcionais e imaginativos, relacionados ao futuro, ciência e tecnologia, e seus impactos e/ou consequências em uma determinada sociedade ou em seus indivíduos. Apesar da guerra narrada neste conto estar relacionada a essa premissa, ela e apenas o pano de fundo para a aventura dos três protagonistas e não o cerne principal. Basta dizer no conto que se trocássemos a invasão
alienígena por uma invasão nazista, que a seu tempo, de fato tinha tecnologia bem superior à de seus adversários, o conto poderia ser descrito da mesma forma e não haveria qualquer diferença no enredo. Ou seja, o elemento que deveria caracterizar a ficção cientifica não influencia em nada na história.
Os personagens são pouco desenvolvidos, mas eu como leitor, senti algum impacto da morte dos três, este sentimento poderia ser potencializado se o autor dedicasse mais algumas linhas ao desenvolvimento dos personagens e suas relações.
Quanto a gramática, uma ou outra coisa me fizeram tropeçar na leitura, mas uma revisão mais atenta solucionaria facilmente. O estilo de escrita e simples, mas elegante, tem belas passagens e mantem o leitor ligado na narrativa.
O conto e ligeiro na sua premissa, mas é bom, eu gostei. Entretanto, na minha opinião, sua premissa foi confundida com SCI- FI, mas de fato não o é, visto que o fato de haver alienígenas e tecnologia diferente (não aprofundada) não enquadra o enredo neste tema. Basta lembrar do primeiro filma dos Vingadores da Marvel (2012), onde há invasão alienígena, tecnologia futurística, mas não e um SCI- FI.
Um abraco.
RESUMO
Altair, sua égua, Pinta, e sua cadela, Nina, são a última esperança da humanidade.
Num mundo onde alienígenas cortaram toda e qualquer foma de energia, os humanos usam apenas armas analógicas e se locomovem usando cavalos para travar a batalha pela sua sobrevivência.
Descobre-se que é possível desorientar as naves inimigas usando um dispositivo que desvia sua orientação e Altair e suas duas amigas são os últimos voluntários.
Eles partem em disparada, mas são atacados. A cadela é atingida primeiro, mas Altair consegue pegá-la e levá=la nos braços. Depois, ele mesmo toma um tiro na cabeça, sobrando apenas a égua, que foi abatida em seguida. Mesmo assim, o plano foi concretizado e o dispositivo foi deixado no local esperado.
Com isso, uma bomba lançada pelos alienígenas voltou de onde partiu e atingiu sua própria base, destruindo-os e salvando os seres humanos, que se apossaram da tecnologia alienígena e a desenvolveram, tornando-se viajantes intergaláticos;
Como homenagem, crianças foram batizadas com os nomes de Altair, Pinta e Nina, e anos depois as naves mais rápidas da escolta terrestre foram também batizadas com seus nomes.
MINHA OPINIÃO
A técnica é perfeita, sem dúvidas. O ritmo da sua história tem a dose certa no momento certo. Na cena da cavalgada nos deixa praticamente correndo junto com Altair e suas pet-amigas para salvar os seres humanos.
Não encontrei erros e nada que travasse minha leitura.
Um bom sci-fi, mas, deixando o lado leitor falar, não me cativou muito. Acho que faltou mais trabalho sobre o Altair, Nina e Pinta para que eu pudesse realmente torcer por eles.
No mais, um ótimo trabalho!
Altair, Pinta e Nina, uma passagem diante da guerra.
Pinta é a locomoção de Altair que perde a vida tornando-se um herói nacional.
Resumo “O Rasante”: Altair é um cavalariço que faz parte da resistência terráquea diante da destruição iminente do planeta. Pinta, sua montaria, e Nina, sua fiel cachorra, partem com ele para uma missão suicida. As chances de sobrevivência são diminutas, porém o Bravo Altair, a Perseverante Pinta e a Fiel Nina, farão de tudo para atingirem os seus objetivos.
Considerações: É uma história linear de feitos de bravura. Não traz nada de arrebatador, embora conte com cenas de heroicos sacrifícios. A escrita do autor é segura e competente, porém desliza algumas vezes. Creio que um enredo melhor armado faria com que os leitores simpatizassem mais com a causa de Altair e o seu último e desesperado ato de heroísmo.
Resumo:
Em um mundo invadido por alienigenas, a última esperança humana recai sobre os ombros de um rapaz, sua cadela e um cavalo. Os três se lançam em um ataque suícida (agora sem o Will Smith) contra a nave suprema que mata todo mundo (aparentemente é a única), eles morrem, destroem a nave e salvam todo mundo.
Comentários:
O que mais me incomodou no texto e que ficou martelando minha cabeça horas depois de ter lido foi: era a única nave invadindo?
Provavelmente não era, mas você recortou o texto como se fosse. Foi só destruir essa nave que todos viveram felizes para sempre, dançando polca e chupando mixirica? Que tipo de invasores são esses?
O texto é um ataque suicida, cheio de ação sem limites, mas vou te confessar que não me empolgou o quanto deveria, pra morte deles não dei a mínima. Faltou alguma prepação para me fazer gostar dos personagens e me deixar de luto.
Gostei da parte da cadela explodindo, correndo em duas patas, a descrição foi muito boa e deu um arrepiozinho na espinha. Faltou mais desse impacto no texto pra dar um “e caralho” na nossa cabeça.
Resumo: A coisa de um mês atrás um pulso eletromagnético inutilizou praticamente todos os componentes eletrônicos presente no Planeta e também os que orbitavam ao seu redor; tratava-se de uma invasão alienígena.
O uso de cavalos se tornou a alternativa mais viável. Então naquele dia partiram Altair montado em sua égua Pinta e acompanhado da cadela Nina com o objetivo de rasgar as trincheiras inimigas com um artefato capaz de reverter os comandos das naves. Mas não era uma tarefa fácil, seguiam debaixo de um forte tiroteio disparados pelos drones inimigos e adiante na estrada, Nina caiu, atingida por um tiro que lhe arrancara uma das patas dianteiras. Apanhada por Altair, ela seguiu em sua missão. Mais adiante foi Altair que foi atingido por um tiro e toda sua cabeça foi arrancada do corpo, mas ele seguiu o galope com os braços soltos a balançar. Depois, foi Pinta, que atingida, não desistiu, independente do primeiro e do segundo tiro no peito, só caiu depois que um terceiro projétil lhe arrancou a cabeça e a fez tombar para frente, lançando Nina vários metros à adiante. O suficiente para que dispositivo em suas costas ainda fosse capaz de realizar o objetivo principal de redirecionar em velocidade dobrada o míssil para a nave que o havia lançado. E para lá ele se voltou, destruindo os hostis. Passados cem anos, os três ainda são lembrados e reconhecidos como heróis.
Considerações: O (a) autor (a) conta-nos uma façanha heroica. Atende ao tema Ficção Científica, estão lá os componentes já clássicos: a invasão alienígena e a brava resistência humana. Uma escrita clara e com elementos em sua composição que prendem a leitura e faz o leitor torcer pelos personagens, as teorias apresentadas são plausíveis, não perde tempo com palavras dispensáveis; não “enrola” o leitor serpenteando, então, considero um trabalho de boa qualidade. O único reparo, é que o conto não se encerra nele mesmo, parece se tratar de pedaço de uma coisa maior. Sinceramente, não sei se isso é defeito ou virtude, mas ficou esse ruído na minha cabeça.
Resumo: alienígenas invadem a Terra, anulando todos os equipamentos eletromagnéticos dos humanos. Com a captura de uma nave deles, cientistas descobrem um meio de neutralizar as naves invasoras. Para isso, porém, precisam de animais, para que possam se posicionar adequadamente para disparar contra elas. A guerra recrudesce. Quando há apenas uma cidade sobrando, o bravo Altair, montado em Pinta, tendo a cadela Nina a seu lado, consegue, mesmo com o sacrifício máximo, exterminar a grande nave dos alienígenas, tornando-se assim um herói para as novas gerações.
Impressões: o conto é de temática infanto-juvenil, com uma pegada ágil e leve. No entanto, revela um autor que ainda dá os primeiros passos na arte da escrita. Isso fica evidente por conta da boa ideia que tem, mas também pela dificuldade em transpô-la para o papel. Quero dizer que há criatividade, mas ainda há problemas na execução. Não me refiro somente aos erros de digitação, gramática e ortografia, mas ao próprio enredo, que é uma mistura dos clichês do cinema porém com muitos furos e fatos sem explicação. A boa notícia é que essas falhas têm tudo para desaparecer na medida em que o autor se dedique a ler mais, a escrever mais, pois só a prática conduz ao aperfeiçoamento. Em breve, tenho certeza, estará escrevendo melhor, com mais profundidade e sem muletas cinematográficas. De qualquer forma, parabenizo-o pela coragem em participar deste certame, de expor-se e de revelar mesmo nas entrelinhas a vontade de progredir. Em maior ou menor grau, estamos todos neste barco. Boa sorte no desafio.
Agradeço muito por sua avaliação, Gustavo.
A trama que teci foi baseada numa cena que me peguei pensando meses atrás. Tinha a impressão de nunca ter visto algo assim num filme. Acho que por isso meu conto ficou com cara de “cinematográfico”.
Arrisquei colocar a ideia no papel e no fim ficou essa somatória de empenho com amadorismo.
Fiz o melhor que pude, mas como outros aqui também notaram: deixei um considerável número de pontas soltas.
Coisa que realmente pretendo diminuir com a prática da escrita e com revisões mais atentas.
Mais uma vez agradeço.
Forte abraço
Boa tarde, amigo. Tudo bem?
Conto número 39 (estou lendo em ordem de postagem)
Pra começar, devo dizer que não sei ainda quais contos devo ler, mas como quer ler todos, dessa vez, vou comentar todos do mesmo modo, como se fossem do meu grupo de leitura.
Vamos lá:
Resumo: o mundo é invadido por aliens, que destroem todo maquinario com um pulso eletromagnetico. Assim, a unica esperança da humanidade são homens montados a cavalo, que carregam uma tecnologia capaz de confundir as naves e faze-las se atacarem entre si. O mundo acaba sendo salvo pelo homem, mas especialmente por sua corajosa égua e cadelinha.
Comentário: boa história! Gostei.
O enredo não chega a ser nada inovador, uma vez que essa temática da invasão alienígena que é vencida por um herói corajoso já foi bastante trabalhada. Porém, aqui, você inclui um elemento novo, que acaba dando uma oxigenada, que é a introdução dos animais como heróis. Gostei da ideia.
O enredo é tão rápido quanto o galopar da Pinta, rsrs. De certa forma, o ritmo da narrativa acaba ajudando a transmitir a ideia de velocidade que a história exige. Parece realmente que eu, enquanto leitor, cavalgava junto com eles rumo ao desconhecido. Isso tornou a leitura rápida e leve, ou seja, agradável.
Outro ponto positivo foi a grande surpresa da morte do protagonista. Jamais imaginei que ele pudesse morrer, então quando ele toma um tiro na cabeça (aliás, boa descrição dessa cena), eu tive que reler pra ter certeza rsrs
E a partir daí, foi o ponto alto da história. A determinação dos animais de cumprir o sua missão, provavelmente motivados pelo amor que sentiam pelo dono. Gostei!
A morte do homem acaba tirando um pouco da previsibilidade desse tipo de história (ainda que a salvação na última hora seja um expediente comum nas histórias de invasão alienígena).
Enfim, bom trabalho. Parabéns e boa sorte!
Boa noite. Estou bem, e você?
Agradeço pela avaliação sincera. E peço desculpas se meu conto lhe causou algum desconforto por causa de certos clichès.
Mas fico muito contente que tenha gostado de outras partes. Fiz o que pude para ilustrar bem todo o percurso dos personagens e dar ritmo à jornada deles.
Resumo:
O planeta é invadido por uma raça que começa por desligar toda a tecnologia. Resta apenas à humanidade usar um último recurso nesta luta: o espírito de sacrifício que aparece quando não há outra saída. Este conto narra a história de Altair que sai, com um cavalo e um cão e um aparelho que permite direccionar um míssil. Eles vão encontrar a morte mas conseguem ser bem sucedidos e tornam-se lendas.
Comentário:
Gostei do conto, se bem que tivesse encontrado alguns problemas na pontuação. Nada que dificultasse a leitura de um conto forte que vai sempre aumentando de intensidade. O autor foi hábil em manter a tensão até ao final onde não existe um happy ending. Parabéns.
Muito obrigado pela avaliação.
Desculpe pelos erros. Revisei, revisei e ainda ficaram uns piolhos pra catar.
Mas que bom que sentiu a tensão que quis passar.
Fico muito feliz que tenha gostado.
Gostei da ideia que você teve para escrever seu FC. Acho que poderia ter aproveitado melhor o número de palavras que você ainda tinha para desenvolver melhor a história, principalmente a ambientação, já que é uma realidade totalmente diferente da que conhecemos. Ou explicar melhor o motivo da guerra, o uso dos animais. Gostei do final. Parabéns.
Muito obrigado pela avaliação. 🙂
Eu sinto se lhe pareceu que escrevi pouco. Temi fazer algo longo e sem embalo. Nisso, acabei deixando lacunas. 😦
Desculpe.
Uma cidade sobrevive a um ataque alienígena de destruição maciça, com recursos a um engenho carregados por cachorros até o destino da execução.
🙂
Num cenário de invasão da terra e interrupção do funcionamento dos sinais eletrônicos, Altair, sua cachorrinha Nina e sua égua Pinta são os únicos que poderão alcançar a nave inimiga e salvar o que resta do planeta.
Gramática – Sugiro rever porque encontrei algumas vírgulas no lugar errado e alguns problemas de sintaxe. Por ex: “para confundir o computador dentro do perigo que vinha veloz e brilhante no céu anil.” Essa frase ficou bastante confusa, tive que reler umas 3 vezes.
Pontos fortes – O enredo é bom, essa mistura de alta tecnologia com a necessidade da ação humana mais elementar produziu um contraste interessante. A presença dos animais enquanto fiéis até o fim é um elemento que sempre incorpora emoção ao texto e garante mais conexão com o leitor. Outra coisa bacana é a presença do heroísmo, de pessoas com valores de altruísmo tão elevados a ponto de se doar. A literatura contemporânea, em geral, tem rechaçado isso, tende a valorizar os antiheróis, numa tentativa de contra revolução, mas acredite, não vai dar certo…As pessoas gostam de ler algo em que possam se espelhar. Por isso o enredo é bom.
A sua linguagem também é fluída e acessível, com exceção de algumas correções sintáticas como já disse lá em cima.
Pontos a melhorar –
– Frases como “Mas que meses eles teriam para adoecer se a humanidade perdesse aquela guerra?” são, na minha opinião, desnecessárias, explicativas demais, porque trata-se de uma narrativa curta e o leitor já consegue ter esse insight tendo em vista que o texto é sobre uma história de tudo ou nada.
– Adjetivos como “descomunal”, gigante, assustador… podem ser substituídos pela descrição, por características que levariam o leitor a perceber as coisas assim.
– O momento em que Nina foi atingida pode ser melhor explorado. Mesmo numa cachorrinha obstinada, uma ferida dessas provocaria um tombo, um solavanco, um grito de dor…do modo como você escreveu, pareceu que ela nem sequer interrompeu sua corrida.
– O ideal num conto é encerrar logo após o ápice. Então, penso eu que o último parágrafo é dispensável e você poderia migrar os nomes “Bravo Altair…” para o penúltimo.
Espero ter contribuído. Um abraço e parabéns.
Oi! Tudo bom?
Agradeço muito por cada apontamento.
1º Gostaria de colar aqui o momento em que a cadela Nina leva o tiro e os detalhes de seu sofrimento:
“De súbito, adiante na estrada, Nina cai arrastando o peito, atingida por um tiro que lhe arrancara uma das patas dianteiras na altura do cotovelo.
Altair então gira em 90º sobre a cela e estende o braço para pegar a amiga pela coleira. Se errasse e a border collie ficasse para trás, ganindo em campo aberto, a potência do sinal seria perdida, e junto com ela três milhões de vidas. Mas como sua fiel cabecinha canina bem tinha aprendido, um assovio de seu mestre era para ser levado a sério e mesmo que tivessem lhe tirado mais a outra perna ela continuaria como pudesse, a toda velocidade.”
Realmente, esqueci que ao receber um tiro na perna um grito seria a primeira reação imaginável. Obrigado por apontar isso.
Contudo, escrevi sobre ela caindo e esfregando o peito. Pois corria muito quando foi alvejada.
E ela chora. Ela continuou indo o melhor que poderia naquela condição, mas ganindo de dor.
2º É! Vendo pelo seu ponto de vista eu gastei palavras à toa. Peço desculpas por este defeito no texto.
3º Sim, foi uma descrição paupérrima só escrever que a nave era “descomunal”. Eu deveria ter mostrado e não só contado.
4º Sobre o último parágrafo… sinto que falhei com ele. 😦
Gostaria de ter deixado claro que a humanidade superou um inimigo mortal para que anos depois acabasse se tornando a versão terráquea deste.
Esta última parte da história era pra ser uma decepção pela humanidade não evoluir de dentro pra fora depois de sua história ganhar mais um capítulo protagonizado por mártires.
RESUMO: O conto fala sobre uma invasão extraterrestre e forças terrestres utilizadas para combater o inimigo.
Altair, o protagonista, Altair, sai em seu cavalo chamado Pinta e na companhia de sua cadela border collie Nina, transportando o equipamento capaz de destruir a nave alvo. O equipamento que carregava era altamente radioativo e, devido à situação caótica causada pela invasão alienígena, nenhum dos três sobreviveram. No entanto, conseguiram atingir o alvo e destruir a nave invasora. Devido ao ato heroico, Altair se torna um nome mais popular que João ou José.
CONSIDERAÇÕES: Trata-se de um conto FC. Leitura fácil, mas não chega a prender a atenção. Não encontrei nenhum elemento que prendesse minha atenção querendo saber como acabaria. Uma pena.
Olá.
Uma invasão no planeta causou uma guerra contra um povo invasor.
“O mais rápido que podiam os três correram para fora dos limites da cidade na tentativa de conseguir se aproximar o suficiente para confundir o computador dentro do perigo que vinha veloz e brilhante no céu anil.” Aproximar o suficiente de quem?
“Um mês atrás um pulso eletromagnético havia inutilizado praticamente todos os componentes eletrônicos presente no Planeta e também os que orbitavam ao seu redor.” Qual planeta?
“Nesse ínterim, as poucas e pequenas naves capturadas puderam fornecer informações precisas sobre seus pontos fortes e fracos.” De onde são essas naves?
Não encontrei erros de gramática. Seu conto não explica nada e difícil até de fazer uma resenha. As argumentações são mal explicadas e não senti emoção ao ler. Dei esses exemplos acima para que entenda meu ponto de vista. A narrativa é amarrada e não flui.
Caro(a) escritor(a)…
Resumo: Altair salva o Planeta de invasores alienígenas juntamente com Pinta e Nina.
Frases bem construídas, sem erros. Narrativa leve, fluída, pontual.
Salvo a ‘água ardente’, porque eu acredito que seja erro de digitação, a escrita é primorosa. Gostei de como ela me conduz ao final, de como o uso das palavras marcam o compasso sempre crescente até o voluntário fazer-se herói junto de seu ‘Rocinante’ e de sua fiel, companheira e destemida cadela. Eu vi Dom Quixote aí, com a lança a procura dos dragões, lutando para salvar sua amada Dulcineia de Toboso. Despretensioso, foi ganhando meu coração aos poucos, alargando meu sorriso até o final, tão singelo e marcante. Foi um prazer ler seu conto. Parabéns!
Boa sorte no desafio.