Não havia passado muito da meia-noite quando Marieta acordou. Os lençóis estavam ensopados e no local onde antes o marido adormecera ao seu lado havia uma poça. Marieta acendeu seu abajur e a poça era um impregnado negro contrastando com o alvo de sua roupa de cama levemente estampado de flores miúdas. Ela abafou um grito com as mãos. As crianças dormiam no cômodo adjacente e um alvoroço agora não resolveria. Restava recapitular os ocorridos recentes antes de tomar qualquer atitude precoce.
Naquela noite, tudo ocorrera como no costume de Madureira. O marido saíra do trabalho, desembarcara do trem as seis e vinte e sete, caminhara até em casa e antes que o âncora anunciasse o jornal ele já estava com as pernas para em frente a tevê. As crianças brincavam na sala aos pés do pai e só levantariam quando ela anunciasse o jantar, ao que todos correriam para lavar as mãos.
Já na mesa, Pedro reclamou das batatas, Joca raspou o prato e Mariana recusou a sobremesa, mas ajudaria com a louça. O marido a agradeceu de primeiro com um aceno de cabeça, depois com um beijo, antes de sair com seu copo de bebida na mão. Marieta estava deixando escapar algo, mas não lembrava o quê.
Levantou da cama, abriu a porta devagar e caminhou pelo corredor até a sala de jantar. Durante a refeição falaram sobre as notas escolares, discutiram o custo da passagem e o marido reclamou da rotina do trabalho e do chefe, Ernesto, que como sempre, o atarefava demais em comparação com os demais empregados. Ergueu os punhos em riste, como na semana passada e esbravejou:
– Um dia, Marieta… um dia, eu…
Ele ameaçava, mas nunca concluía. E ela ria, pois coração mais mole nunca vira. Mesmo, na madrugada, esforçando-se para lembrar, encostada a soleira ela riu dele. A gosma negra estava presa entre seus dedos. Mas aquilo não lhe causava asco. Estranhamente, ela parecia se familiarizar com aquilo, precisava saber o que acontecera em tão pouco tempo. Ela então teve um estalo. Algo tão óbvio como uma charada infantil. Voltou pelo corredor buscando velocidade sem ranger a madeira do piso antigo.
O marido fora mais cedo para o trabalho aquele dia. As contas eram muitas, seu Ernesto pagava pouco e como subterfúgio o marido arranjara um biscate, com um amigo de infância da Baixada, apelidado de Carniça, como testador de novas substâncias para um grupo farmacêutico que pagava bem. No dia, ele combinara de passar no tal laboratório para recolher o material de amostra ao qual ele serviria de cobaia.
– Você num confia em mim, Marieta?
O sorriso amarelo do Carniça era de arrepiar a espinha. Ele viu o bico que ela fez, assim que fez a proposta para o marido:
– Não vou metê o João em roubada, não.
“Diabos! Se isso não era uma roubada, era o que então?”, pensava ela, enquanto caminhava em direção ao final do corredor em busca do frasco, que o marido segurava na mão quando ela entrou na sala com a louça seca para colocar na cristaleira no fim da noite.
– É esse o tal material?
– É, dissera ele enfiando o frasco novamente no bolso e tomando outro gole do Gim puro. Tempo suficiente para ela gravar alguns detalhes, como a cor do rótulo, da tampa e o tamanho do pequeno frasco âmbar.
Após arrumar a cozinha, Marieta tomava uma ducha morna e se arrumava para deitar, mas sabia que João fazia a barba a noite, depois de terminar seu drinque, deixar seu copo na pia e tomar um banho quente. Então faria sentido procurar pelo frasco no banheiro, onde provavelmente ele teria ministrado a tal solução, fosse o que fosse, sem ser perturbado, indagado ou inibido. Quando Marieta chegou ao banheiro o copo sobre a pia ainda estava pela metade com água. Abriu o espelho, mas o frasco não estava lá. Correu os olhos pelo cômodo. Talvez não fosse via oral, e a água estivesse ali por coincidência, o que de fato era verdade.
Perto da área do box, entre os xampus e os cremes, lá estava o frasco de João. Ela o apanhou rapidamente e pôs-se a ler o conteúdo. Para seu espanto maior, o rótulo estava escrito a mão e havia uma simples palavra: Emplasto. Rodou a tampa e o conteúdo exalava um odor comum e o resíduo no fundo branco da tampa a fez se lembrar do lençol em sua cama, todo manchado. Tudo bem, pensou ela. Isso explica a mancha, mas onde, diabos, estaria João? Sofrera alguma reação e estava caído no quintal? Que nada! Ela o ouviria abrir qualquer uma das portas, inclusive a do quarto, pois sutileza, não era uma qualidade de João. Não havia rastro dele e isso deixava Marieta em pandarecos. Então ela encarou o frasco mais uma vez, numa esperança débil de responder aos seus próprios medos e encontrou, não uma resposta, mas um caminho. Uma sequência numérica precedida de outros números entre parênteses revelou-se um contato telefônico. Ela ligaria, pois precisava de respostas, assim como as temia.
Ouviu o barulho do trinco do quarto dos meninos e com o frasco em mãos ela voltou para o quarto, onde a cama ainda estava levemente iluminada pelo abajur. Marieta temia encontrar um dos filhos no corredor e ter de dar uma explicação. Ouviu um deles avançar pelo banheiro. Urinar. Na certa, um dos meninos, dada a força do jato sobre a porcelana. Joca tomara três copos cheios de refresco, no jantar. Percebeu então um papel, no chão, ao lado de onde ates estivera seu marido e antes que a poça, que agora transpassava o colchão e começava a molhar o piso, chegasse a tocar a superfície do papel ela o apanhou. Nele havia uma mensagem simples em letras garrafais e vermelhas: PARA EMERGÊNCIAS., seguido pelo mesmo número de telefone. Não havia escapatória. Discou uma vez e esperou a linha chamar e foi apenas um toque antes de uma voz feminina responder do outro lado:
– Identificação, por favor?
Marieta congelou. A mulher repetiu. Pausadamente, numa voz fria demais para ser algum tipo de amante a espera de uma ligação e assim Marieta sentiu as esperanças esvaírem por entre suas pernas em forma de incontinência.
– … onde…, respirou fundo, … onde está meu marido?, mas a voz saiu quase como um sussurro.
– Desculpe Senhora. Poderia repetir, por favor?
– Onde está o meu João?!
E repetiu a pergunta mais umas duas vezes em desespero, procurando não falar alto demais. Joca poderia ainda estar no corredor.
– Acalme-se, Senhora. É a esposa de João Silva? A senhora, pode, por favor explicar o que aconteceu?
– É justamente o que eu esperava que você me fizesse.
A moça esperou um pouco então continuou:
– Houve alguma reação inesperada ao medicamento? – a voz do outro lado começava a se alterar e ficar aflita. – Sudorese? Tremor?
Marieta ficou em silêncio e por um momento entre as duas houve apenas a respiração pesada de uma, que segurava o choro desesperado, sem saber como responder para a voz feminina que o marido desaparecera e a da outra que não sabia como confortar o desespero pelo telefone. Até que o silêncio foi cortado por uma voz masculina carregada em um sotaque meramente estrangeiro:
– Escute, ‘Señora’! Houve, algum tipo de evanescimento na parte aplicada?
– Total! – respondeu Marieta e pôs-se a chorar.
– Santo Deus! – disse a mulher do outro lado largando o telefone. Marieta ouvia tudo e já começava a supor que não haveria solução.
– Acalme-se, Verônica. Diga a ela que estamos a caminho. Que ela não chame a polícia de forma alguma.
Nesse momento, a moça tentava em vão chamar Marieta de volta para a linha, mas ela já estava fora do ar. Não havia solução. O telefone caiu no chão e lá ficou com a esperança. Marieta se arrastou pelo quarto, para o lado onde o marido deitara pela última vez ao seu lado. O pijama dele ainda estava sobre o colchão, sujo pelo emplasto e ela se sentou junto a poça. Sobre ao que ela imaginava ser o resto de seu marido. Amaldiçoando Carniça pelo fim de seus dias. Desejando ter sido ele o evanescido.
Os homens de branco destrancaram a porta da sala e encontraram-na em estado de choque perto do chão, com o rosto e os braços apoiados sobre o colchão. Eles usavam mascaras, luvas e macacões anti-infecciosos. Tomaram-na nos braços e ela não se recorda de uma única palavra ministrada pelos homens sobre o que de fato acontecera com o marido, nem sobre o que iria ser feito dela, ou como seria sua vida dali para frente. Ao ser levada para o carro, pode pensar num momento nos filhos, mas apenas pode ver a casa em chamas se afastar de sua retina paralisada, enquanto o carro se avançava pela rua. Sua alma não tinha força para bater contra o vidro. Madureira foi ficando pequena aos olhos de Marieta, até virar pó.
Marieta ficou seis meses no hospital até recuperar a consciência e se dar conta de que metade da face havia desaparecido, assim como parte dos braços, dos dedos, dos seios e por totalidade a voz. Para quem pergunta, a irmã, com quem ela vive hoje, explica que João sempre ameaçava, mas que ninguém imaginava que seria capaz de colocar fogo na casa com os filhos e a esposa dentro, e que ela teve sorte de sobreviver. Quando ela gesticula em desaprovação dos fatos relatados pela irmã, esta a acalma entregando-lhe um pequeno frasco âmbar do emplasto antissinais vazio e explica os olhos marejados de Marieta:
– Pobre Marieta. É a única coisa que a acalma. Não estranha, não, mas é que ainda é forte pra ela.
Os olhos sem as marcas do tempo concordam em unanimidade: coitada da Marieta.
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CONTO AVALIADO: O Frasco de Biscate
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Olá Tito Nofir; tudo bem?
O seu conto é o décimo terceiro trabalho da Série B que eu estou lendo e avaliando.
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O QUE ACHEI DO SEU TEXTO
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Gostei do mote da história, da forma com que os acontecimentos vão se sucedendo e do final ainda mais perturbador.
Gostei também da escrita, sem erros que fizessem a leitura empacar em algum momento, trazendo à história um ‘quê’ de realidade, mesmo que logicamente relate algo muito pouco provável de acontecer da maneira que aconteceu. Isso é um baita mérito para seu autor, pois passar veracidade em uma história fictícia é para poucos escritores!
Parabéns pelo bom trabalho e desejo-lhe sorte no Desafio!
Bem, pra finalizar… As regras do Certame exigem que eu faça um resuminho da história avaliada, para comprovar minha leitura. Então, vamos lá:
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RESUMO DA HISTÓRIA
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Esposo, pai e morador da zona norte do Rio, homem aceita fazer parte de um experimento de algum laboratório, passando uma loção misteriosa em seu corpo que o faz desaparecer. Quando sua esposa liga para o número contido no frasco para pedir socorro, acaba sendo levada por funcionários igualmente misteriosos, enquanto sua casa pega fogo com seus filhos dentro. Meses após o “acidente”, e sem partes do corpo (e sem a fala), se torna a única vítima viva daquele crime, que permanece e permanecerá desconhecido por toda a sociedade. (Nota: 4,2)
Categoria: FC (maravilha do absurdo)
Para ganhar dinheiro, João se submete a experimentar medicamentos experimentais para um laboratório de pesquisas. Sua mulher, Marieta, fica preocupada com isso. Depois de chegar em casa, ao final do expediente normal, tem uma rotina convencional com mulher e filhos, até a hora em que ela percebe que o marido usou o emplasto e não está mais ali. Procura por toda parte, encontrando apenas uma mancha no lençol. Procura daqui, procura de lá, e nada do homem. Achou o frasco, que guardou consigo, e depois um bilhete onde havia um telefone de contato para emergências. Ligou e avisou sobre o desaparecimento do marido. Imediatamente, colocaram em ação uma equipe de socorro, que ao chegar encontraram a mulher prostrada após ter encostado no líquido que deveria ter sido seu marido. Depois de seis meses no hospital, Marieta ficou com partes do corpo desaparecidas. E a narrativa que se criou foi que João havia enlouquecido e colocado fogo na casa, com as crianças dentro, a qual Marieta, sem fala, não consegue contestar.
PREMISSA: uma ideia muito bacana, ainda que não muito original, quanto ao conflito e o efeito. O protagonista que aceita fazer algo experimental em troca do dinheiro, e as consequências disso, estão em muitas narrativas similares como o Homem Invisível e outras.
TÉCNICA: apesar da premissa ser bastante utilizada, o autor soube dar um toque de originalidade com as descrições e situações enfrentadas pela Marieta.
EFEITO: uma história que não teve muitas subidas e descidas, sendo que eu considero o clímax o momento que ficamos sabendo que as crianças foram queimadas na casa. O final, ainda que satisfatório, me pareceu “explicado” demais. Boa sorte no desafio.
Resumo
Um homem decide participar de um experimento farmacêutico que não acaba muito bem.
Sensação
Mas pq não deixaram ela morrer queimada também??? T.T Poderiam muito a ter poupado de tanto sofrimento 😦
Execução
Adorei a maneira que a história foi contada, como Marieta refez os acontecimentos do dia, mesmo frente a uma cena tão assustadora como essa. Algum ruidinho em algumas passagens, uma pontuação ou outra, nada de muito. Não entendi, de fato, para que matar os filhos, se deixariam viva a esposa
Título
Confesso que não gostei, achei que não foi apropriado para o conto.
RESUMO: Marido se transforma em uma gosma na cama e mulher tenta se lembrar/desvendar o que pode ter ocorrido. Lembra-se então que o marido se envolveu numa “biscate” (diferente de se envolver com uma, como pensei que seria pelo título) que consistia em ser cobaia de um produto “científico”.
Ela liga para a empresa do produto e os caras aparecem, tacando fogo na casa (pelo menos entendi assim) e destruindo de vez a vida da mulher.
COMENTÁRIO: A escrita não faz meu estilo, achei muito travada, tive que voltar várias vezes alguns parágrafos para entender bem a situação. Senti os temas do desafio passando meio de raspão aí… o tal produto que faz desaparecer até entra aí no quesito FC e tal, mas é um elo muito fraco com o tema.
O problema da confusão é acentuado no final, que até agora não sei se entendi muito bem.
NOTA: 3,5
Resumo: Uma esposa preocupada se vê em um mistério ao acordar de madrugada e não encontrar seu marido. Aos poucos liga os pontos e tenta desvendar o imbróglio. Por fim, termina tendo que lidar com as consequências de todos os atos.
Antes de tudo creio que vale a pena parabenizar o autor pelo título bem escolhido.
Percebo cada vez mais um descuido dos escritores com a escolha do nome da obra. Aqui, temos um aproveitamento ótimo dessa ferramenta, sem revelar nada, mas instigando de imediato quem lê.
É um conto que se esmera para descrever as coisas mais banais do cotidiano de Marieta, buscando demonstrar como um fato novo de natureza especial pode contrastar com o ordinário. Como uma mulher consegue ser sacudida de sua vida mundana por um evento sem grandes explicações. Todo o conto tem um jeitão de causo, um twilight zone passado em Madureira. Nesse sentido, o preâmbulos descrito pelo autor ajudou a criar conexão com a personagem e entender sua angústia. Nos transportamos para a pele da personagem que se vê envolta nessa maluquice sem precedentes. O estilo da escrita ajudou muito a dar força para o conto, é daqueles que conseguimos ler prendendo a respiração debaixo d’água. Em pouco espaço, a personagem ganhou vida, contornos e profundidade.
Contudo, no que diz respeito ao “tema” em si, há uma mudança brusca de direção. Muita informação gratuita sem o devido preparo. Carniça aparece como muleta, o diálogo surge sem maiores explicações e caricatos. Não há desenvolvimento dos outros personagens da história, A irmã que não faz parte em nenhum momento da história, aparece no final do conto como uma muleta, para explicar para o leitor uma versão da história. Por um momento parece que pegaram uma peça Nelson Rodriguiana e tacaram um além da imaginação no meio. Sei lá.
De qualquer modo, o conto me divertiu, bem como o estilo do autor é facílimo de ser digerido.
O que entendi: Uma típica família suburbana é vítima de uma experiência científica escabrosa. O pai desaparece depois de usar um emplasto gosmento e a mãe tenta entender o ocorrido. Os misteriosos cientistas botam fogo na casa e culpam o desaparecido. Os filhos morrem na trama, mas a mãe sobrevive aos pedaços.
Técnica: Valorizo muito título e primeiro parágrafo. O que define se eu quero ou não continuar lendo. E este aqui está ótimo! O texto mantém o suspense até o fim. Coisa difícil.
Criatividade: FC com gostinho de crônica do cotidiano. Bom para variar de robôs, ciborgues e clones.
Impacto: Muito bom. Adoro ser surpreendida no final.
Destaque:” Ela ligaria, pois precisava de respostas, assim como as temia. “ ´Exatamente como me senti diante deste suspense.
Sugestão: cabe revisão. Exemplo: “ Percebeu então um papel, no chão, ao lado de onde ates estivera seu marido e antes que a poça, que agora transpassava o colchão e começava a molhar o piso, chegasse a tocar a superfície do papel ela o apanhou.” – Ficou esquisita esta frase.
Marieta é a mãe de uma família simples, dona de casa, esposa de João que traz o sustento para casa e que, por ser mal pago, resolve aceitar realizar o teste de um novo medicamento experimental. O teste vai mal, João vira uma gosma preta e Marieta é marcada para sempre pela experiência, tendo sido “salva” pelo laboratório que criou o medicamento.
A história é instigante. Você abre o conto a la Kafka, descrevendo uma situação absurda e sem explicação; tão absurda, na verdade, que a resposta óbvia parece muito inverossímil a princípio (a de que João virou uma gosma) e o leitor passa a querer ler o resto do texto para ver o que realmente aconteceu. Então passamos a realizar junto com Marieta, pouco a pouco, que de fato a resposta correta é a mais absurda e que aquilo é algo incrivelmente grotesco.
Seu conto é bom, impactante, bem escrito, apenas com algumas falhas de revisão como palavras faltando e vírgulas fora do lugar, mas coisa boba. Sua técnica é muito boa: traz uma leitura fluida e nos coloca bem na cabeça de Marieta.
Este é do tipo de conto que se preocupa mais com a situação do que com a explicação. Aprendi a gostar de contos assim; antigamente meu cérebro exigia explicações e enredos fechados, mas há certa beleza em simplesmente explorar uma situação inusitada e levá-la a extremos. Foi o que você fez.
Parabéns!
Resumo: Um homem, pra ganhar um dinheiro extra, serve de cobaia para testar um novo remédio, que o transforma em uma gosma negra. A mulher desesperada procura o fabricante do remédio que vai e queima a casa com as crianças dentro.
Olá, Tito, nossa cara, esse final com as crianças queimadas foi no mínimo desnecessário né não?
Sua imaginação é bem fértil, o enredo achei simples demais pra FC, mas tá valendo, o aspecto de cotidiano no conto ficou bem legal em contraste com esse final. Algumas errinhos de revisão junto com palavras refinadas demais para o resto do conto causaram uma estranheza e esse final, ainda não me conformei… pq não tiraram as crianças e queimaram a mulher que sabia de toda a história… poxa, maior vacilo… Enfim, desejo sorte!
Mulher acorda no meio da noite e se depara com a transformação do marido que dormia ao seu lado em uma gosma negra. Ao reconstituir os acontecimentos do dia, a mulher descobre que a transformação do marido decorreu de sua participação como cobaia no teste de um emplastro como biscate e acaba sofrendo também as consequências do experimento.
Gostei demais do título do seu conto e estava ansiosa por lê-lo. O argumento, mistura de suspense com comédia, me agradou, mas o desenvolvimento do enredo e, sobretudo, o desfecho, me deixaram um pouco frustrada.
O conto começa bem apresentando a situação insólita do desaparecimento do sujeito logo no primeiro parágrafo e uma ambientação realista e envolvente. Evolui na elucidação do mistério de forma criativa e em ritmo compatível com o início da narrativa, mas a partir da ligação da mulher para o número de emergência, a narrativa meio que se acelera e perde o colorido dos detalhes que antes haviam me cativado.
Notei algumas coisinhas que passaram na revisão, nada comprometedor.
No geral, um bom conto, mas prejudicado, talvez, pela necessidade de entregar no prazo, antes do amadurecimento de um desfecho à altura da ideia e da atmosfera do conto, tão saborosa nos primeiros parágrafos.
Desejo sorte no desafio e em tudo mais, amigo/a entrecontista. Abraço.
*postado pela moderação. O comentário original foi postado no conto “O círculo não é um zero”.
RESUMO: Ao acordar certa noite, Marieta verifica que ao invés do marido, ao seu lado na cama encontra-se uma poça escura, enquanto que João, aparentemente sumiu. Reavaliando os eventos passados, conclui que o marido fora integralmente diluído pelo conteúdo experimental do frasco a cujos efeitos João se submetera como cobaia remunerada.
TÍTULO E INTRODUÇÃO: O título é bastante atrativo dentro do contexto para o qual o conto foi escrito, porém torna-se menos incitante fora deste. Em contrapartida, a introdução, por abordar direta e imediatamente o conflito, é bastante eficaz. Nota: 8
PERSONAGENS: Personagens estereotipados, ainda que bem delineados, não possuem traços de individualidade, ou seja, são facilmente esquecíveis. Nota: 7
TEMPO E ESPAÇO: Tempo e espaço bem trabalhados, este menos que aquele. Tal qual os personagens, o lar de Marieta e João não é retratado com traços de peculiaridade. Nota: 7
ENREDO CONFLITO E CLÍMAX: Enredo muito bom, não obstante a pressa e superficialidade narrativa do desfecho. O conflito, apresentado já na abertura, atinge seu clímax pouco a pós a primeira metade do conto, é suplantado por outro, ou seja, a ação criminosa da companhia farmacêutica, e tudo é deixado sem solução, ao menos sob a perspectiva da protagonista. Nota: 8
TÉCNICA E APLICAÇÃO DO IDIOMA: Apesar de estranhar a linguagem, seja por o autor aparentemente desconhecer o uso da crase, pelos problemas de pontuação, repetições de palavras como “ela” e “marido”, e construções duvidosas, encantou-me a técnica narrativa, conciliando o presente com a análise retroativa dos fatos pela protagonista. Também o final mereceria um pouco mais, provavelmente um elemento novo e mais surpreendente que o “jeitinho” com que a companhia farmacêutica resolve o problema. Nota: 7
VALOR AGREGADO: O conto proporciona reflexões éticas e sociais ao avaliarmos a ação da companhia farmacêutica na história, além de remeter ao preço que as pessoas têm pago ao investir na aparência estética. Nota: 8
ADEQUAÇÃO À TEMÁTICA: Apesar de ter um quê de comédia, de terror e bizarrice, com os efeitos exagerados do tal “emplasto”, pode sim ser classificado como um conto de ficção científica, ainda que a ciência ou tecnologia não sejam devidamente abordadas. Nota: 7
Marieta acorda no meio da noite e percebe que o marido não está mais ao seu lado, somente uma mancha negra sobre o colchão. Ela começa a procurá-lo pela casa, telefona para a empresa que ele servia de cobaia e descobre que o marido se transformou naquele líquido.
Um conto leve de ficção, com ar de episódio de Arquivo X (que adoro). De maneira geral eu gostei da trama, interessante a ideia do marido ter praticamente derretido, além de abordar toda essa questão de conspiração e testes farmacêuticos. So acho que entrega muito cedo o suspense, fica meio na cara que o marido é a mancha desde o início. O final também ficou bom, gostei da casa ter sido destruída e também de Marieta ter tido reação ao ser exposta ao medicamento, da um fôlego a mais ao conto, que poderia ter acabado na descoberta.
Boa tarde, amigo. Tudo bem?
Conto número 38 (estou lendo em ordem de postagem)
Pra começar, devo dizer que não sei ainda quais contos devo ler, mas como quer ler todos, dessa vez, vou comentar todos do mesmo modo, como se fossem do meu grupo de leitura.
Vamos lá:
Resumo: mulher acorda durante a noite e nota a ausência do marido, que deixou apenas um liquido negro na cama. lembra que ele tomou um remedio experimental, e percebe que o remedio fez ele sumir.
Comentário:
Um conto bastante curioso. Logo de cara, somos apresentados a um mistério: o sumiço do marido, que não deixa pistas além do líquido negro viscoso. A esposa, então, busca recuperar as memorias do dia pra desvendar o mistério.
Fiquei bastante curioso. Fui lendo com todo o interesse para saber o que teria acontecido com o homem. Porém, apesar de existir uma explicação (o medicamento misterioso que tomou), achei que tudo ficou no ar, e acabei me decepcionando um pouco.
Tenho a impressão de que existia espaço para desenvolver melhor o mistério. Por exemplo: o que era aquilo que ele tomou? Quem eram as pessoas que estavam por trás? Qual era o interesse deles?
Todas essas questões ficaram em aberto, deixando um gostinho de quero mais.
O fim, porém, achei muito bom. Fiquei meio apavorado de saber que a casa foi queimada com os filhos dentro. Que terrível! A coitada da mulher ficou como louca, e o marido como assassino. Que maluco!
Mas aí, novamente, entra a questão dos buracos na história. Pq a mulher foi salva, e os filhos queimados? Não teria sido mais simples que eles queimassem ela junto na casa?
Como você construiu um mistério muito bom, a expectativa do leitor é na mesma proporção, isso é natural rsrs.
Por fim, acho que o conto merecia uma revisão melhor. Existem palavras sobrando, como se tivessem sido digitadas numa versão anterior da frase, e sobrado após as alterações. A pontuação, especialmente as vírgulas, também merece um cuidado maior.
De qualquer forma, bom trabalho. Parabéns e boa sorte!
Caro(a) escritor(a)…
Resumo: João é cobaia de uma substância e desaparece. Marieta também é afetada. Acorda tempos depois sem poder falar e defender João da acusação de por fogo na casa com ela e os filhos dentro.
Técnica: Um conto de ficção científica muito bem escrito. Linguagem correta, narrativa leve, leitura tranquila. Sem erros de ortografia ou construção.
Avaliação: A não linearidade singular da narrativa é o que me prende. Começa com ela não encontrando João e fazendo o percurso desde o início, recolhendo de suas memórias os acontecimentos da noite, até voltar para o quarto (lugar de referência) e terminar com a tragédia final. Um ótimo conto.
Boa sorte no desafio.
Resumo: mulher acorda e ao seu lado, em vez do marido, vê uma mancha no colchão. Lembra-se que ele passara por uma experiência médica, convidado por um amigo. Depois de analisar as próprias memórias da noite anterior, e também os objetos deixados pela casa pelo desaparecido, encontra um telefone. Ligando, dá-se conta de que o marido se desintegrou. O pessoal responsável pelo produto vai resgatá-la, mas no fim acaba tacando fogo na casa e a mulher termina no hospital, sozinha, sem marido, sem filhos, sem voz.
Impressões: ótimo conto. Tem uma atmosfera de suspense muito bem construída, que nos coloca lado a lado com Marieta, a mulher que busca o marido pela reconstrução de memória da noite anterior. Passo a passo a narrativa nos faz acompanhá-la, permitindo-nos descobrir, gota a gota o que aconteceu com o pobre do João. Claro, para um leitor mais atento, já dá para desconfiar que a mancha é o que restou dele, desde o início do conto, mas isso não impede a leitura no melhor estilo angustiante — ao contrário, queremos confirmar essa desconfiança o mais rápido possível, o que torna a narrativa urgente, um page turner.
Gostei da escrita simples, sem floreios. É ágil, favorecendo a fluidez, adequando-se muito bem à proposta. Todavia, se tenho alguma crítica, ela se refere ao fato de que essa rapidez estendeu-se em demasia até o final. Quero dizer que o fim, o arremate do conto, com Marieta indo para o hospital, a casa incendiada e os filhos mortos, ficou muito apressado, corrido demais. E olha que ainda havia bastante espaço para que isso fosse melhor desenvolvido.
Em todo caso, a impressão geral foi bastante positiva. De todos os contos deste grupo este é, na minha opinião, um dos melhores. Parabenizo o(a) autor(a) e desejo boa sorte no desafio.
Marido participa de experimentos de um laboratório, para ajudar no orçamento doméstico. A mulher acorda no meio da noite e nota que na sua cama havia apenas uma mancha marrom. Procura pelo marido, não o encontra, mas percebe que, no frasco do medicamento usado, havia um número de telefone para o qual ela liga. Ela é resgatada à força, incendeiam a casa com os filhos dentro, sugerindo que foram atitudes da empresa, para encobrir o fracasso. Depois de certo tempo, a protagonista está no hospital, sem partes do corpo e sem poder falar, cuidada pela irmã que acredita que o cunhado desaparecido é o culpado de tudo.
A narrativa está encaixada no gênero proposto ao tratar de um experimento científico em humanos. Misturar o fantástico com conceitos de ciência é algo intrigante, mesmo quando resulta em fracasso. O título me induziu a pensar que se tratasse de um conto sabrinesco, por causa do duplo sentido da palavra “biscate”. Então fui surpreendida pela história de FC, com ares de humor negro, por exemplo, nos trechos do incêndio e provável morte das crianças ou, no final, a irmã mostrando o frasco da experiência para acalmar a mulher que tudo perdeu. São atrocidades narradas com naturalidade impactante.
Leitura fácil, bom ritmo, o discurso narrativo é despretensioso, não há reviravoltas, a ambientação é bem construída.
Parabéns pelo trabalho. Sorte na Rodada. Abraço.
Resumo
Marieta acorda e, ao invés de encontrar o marido deitado ao seu lado, encontra uma poça de um liquido negro sobre a cama. Tentando entender o que seria aquilo e o que poderia ter acontecido para aquela gosma estar ali no lugar do marido, Marieta começa a relembrar o dia anterior e a repassar em sua cabeça tudo o que aconteceu. Até que se lembra que o marido havia aceitado um biscate como testador de novas substâncias para um grupo farmacêutico. Foi procurar um frasco que o marido havia mostrado a ela e o encontrou, vazio. Depois, achou uma carta que possuía o mesmo telefone impresso no frasco. Ligou e informou sobre o sumiço do esposo. A equipe farmacêutica foi até a casa de Marieta, a levou ao hospital e colocou fogo na casa para encobrir as provas do experimento. Por ter entrado em contato com a gosma negra, Marieta perdeu partes do seu corpo, assim como a voz, que desapareceram como o marido. No final, todos acharam que o marido havia posto fogo na casa e sumido.
Comentário
O título me fez imaginar que seria uma história completamente diferente, o que não é exatamente um problema. Entendo que a intenção foi fazer parecer que seria um texto erótico. A ideia do conto é boa, muito boa, mas acho que poderia ter sido melhor desenvolvida. Em muitas situações, senti falta de coerência, falta de sentido, além de um certo exagero nas ações e emoções. Também não entendi muito bem o final…
Sugestões gramaticais:
e um alvoroço agora não resolveria (como o texto está no passado, sugiro trocar “agora” por “naquele momento”). Mesma coisa no caso de trocar na “semana passada” por “na semana anterior”.
as(às) seis e vinte e sete
pernas para em frente a tevê (?)
Fiquei incomodada com alteração de tempos verbais neste trecho: “Naquela noite, tudo ocorrera como no costume de Madureira. O marido saíra do trabalho, desembarcara do trem as seis e vinte e sete, caminhara até em casa e antes que o âncora anunciasse o jornal ele já estava com as pernas para em frente a tevê. As crianças brincavam na sala aos pés do pai e só levantariam quando ela anunciasse o jantar, ao que todos correriam para lavar as mãos. Já na mesa, Pedro reclamou das batatas, Joca raspou o prato e Mariana recusou a sobremesa, mas ajudaria com a louça. O marido a agradeceu de primeiro com um aceno de cabeça, depois com um beijo, antes de sair com seu copo de bebida na mão. Marieta estava deixando escapar algo, mas não lembrava o quê. “
encostada a (à) soleira
a barba a (à) noite
escrito a (à) mão
sentou junto a (à) poça
ates (antes)
Ao ser levada para o carro, pode (pôde) pensar num momento nos filhos, mas apenas pode (pôde) ver a casa em chamas
explica os (aos) olhos marejados
O Frasco de Biscate (Tito Nofir)
Resumo:
A triste história de João, Marieta e filhos. Atormentado pela exigência do chefe (Ernesto), e com salário insuficiente, João procura um biscate para complementar a renda. Torna-se cobaia, testador de novos remédios. Ao ingerir uma poção, desaparece. Tornou-se um unguento, um emplasto (emplastro). Marieta fica desesperada com o sumiço do marido, encontra o número para o qual deveria ligar em caso de emergência. Aparecem os encarregados do laboratório, todos com vestimentas de máxima proteção, levam Marieta, colocam fogo na casa (onde dormem os filhos de Marieta e João). Percebe-se risco intenso de contaminação. Ela fica em estado de choque, é internada por meses até recuperar a memória. Mas há sequelas gravíssimas. Perdeu parte da face, das mãos, dos seios e perdeu completamente a voz. O caso foi divulgado como um incêndio provocado por João, que sempre ameaçava queimar a casa com a família dentro. E que Marieta teve sorte de sobreviver à tragédia. A irmã de Marieta é a encarregada de contar e sustentar a versão dada pelo laboratório.
Comentário:
É um texto sobre ficção científica, bem estruturado e com enredo coerente. Há certo aceleramento na narrativa, tudo é contado aos montes, no mesmo ritmo do desespero que a situação comporta. E, ao final da leitura, há necessidade de refletir para captar todo o sentido da história. É uma narrativa célere, para ser lida num único fôlego. Requer revisão detalhada de pontuação, de digitação e, principalmente, do uso de crase.
Parabéns, Tito Nofir!
Boa sorte no desafio!
Abraços…
O Frasco de Biscate
Resumo:
Família sem recursos. O marido ganhar um extra testando produtos de um laboratório tipo se-der-errado-a-gente-incendeia-tudo-e-se-manda. Ele usa um produto antissinais e desaparece completamente. A mulher acaba vítima, em parte, do mesmo produto e fica sem algumas partes do corpo. A irmã, que cuida dela, a ameaça com aquele frasco do produto que fez seu marido desaparecer, então ela se acalma.
Comentários:
Caro Tito Nofir,
Conto que busca um viés de ficção científica.
Narrado com tranquilidade, o conto vai avançando na direção de uma crítica social. Passa pela ganância dos laboratórios químicos, pela pobreza em que tudo é justificável para se obter algum dinheiro, até chegar ao crime de morte por aquele mesmo laboratório.
O conto tem apenas cerca de 1600 palavras e, creio, dentro do espaço proposto pelo síndico, poderia ter sido mais bem explorado com a inserção de elementos que o tornassem mais interessante. Não é mal ser pequeno, mas não é bom deixar de fora elementos que poderiam ajudar a melhorar a trama. Tudo se deu de forma muito retilínea quando mais informações ao leitor poderia ajudar a criar mais interesse.
Notei algumas falhas de escrita que poderiam ser facilmente ajustadas. Reporto uma, apenas:
“…ele já estava com as pernas para em frente a tevê.”
Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.
RESUMO:
Marieta acorda e se depara com uma poça negra no lugar do marido. Procura por João e se lembra que ele havia se sujeitado como cobaia de um produto. Procura pelo frasco do experimento e lê o rótulo. Encontra um número para o qual liga e percebe que ocorre alvoroço com a notificação do sumiço do marido. Homens de branco surgem e a levam dali…A casa pega fogo, com os filhos do casal ainda ali, e Marieta se vê internada em um hospital, sendo cuidada pela irmã, que conta aos outros que João havia cumprido com as ameaças e incendiado a casa com a família dentro. Marieta perdeu parte do corpo (que atribuem a queimaduras) e não pode mais falar. A irmã acredita que ela se acalme ao receber o frasco com o produto experimental – um cosmético antissinais – mas na verdade, ele foi o causador de tudo. Os olhos sem sinais do tempo (os beneficiados pelo produto) se solidarizam com o sofrimento de Marieta.
AVALIAÇÃO:
Pelo tema tratado, considero o tema abordado como FC.
O título e a imagem sugerem um perfume usado por uma biscate (mulher sem valores morais), mas na verdade, trata-se de um frasco utilizado durante o exercício de um biscate (bico, trabalho temporário, informal). Achei bem criativo isso.
O enredo prende a atenção, pois o leitor quer saber o que aconteceu afinal com João. Embora, o final deixe a questão em aberto, podemos supor que o moço foi vítima de efeitos colaterais nada agradáveis de um produto ainda em fase experimental. O suspense criado foi bem acertado, facilitando muito a fluidez de leitura.
Pequenas falhas de revisão:
– as seis e vinte e sete > às seis e vinte e sete
– caminhara até em casa >
– com as pernas para em frente a tevê > com as pernas para CIMA em frente À tevê.
– encostada a soleira > encostada À soleira
– fazia a barba a noite > fazia a barba À noite
– ao lado de onde ates > ao lado de onde ANTES
– amante a espera > amante À espera
– sentou junto a poça > sentou junto À poça
– Sobre ao que ela > sobre O que ela
– usavam mascaras > usavam MÁSCARAS
– pode pensar > PÔDE (pretérito do verbo PODER recebe acento circunflexo (^)
– pode ver > PÔDE ver
– o carro se avançava pela rua > o carro AVANÇAVA pela rua
Há ainda alguns pequenos enganos quanto à pontuação e palavras repetidas ao longo do texto. Considerei excessivo o emprego de adjetivos, sobretudo no início do conto.
No mais, gostei do clima de suspense e da possibilidade de várias interpretações que o(a) autor(a) nos propiciou.
Parabéns pela sua participação no certame. Boa sorte!