EntreContos

Detox Literário.

Das Profundezas (Cícero Lopes)

 

Maria corria na mata, carregando a filha em seus braços, arrastando a vegetação com seu corpo e rasgando sua pele nos espinhos. A pequena Glória mantinha sua cabeça aninhada no seio da mãe, já não chorava, nem demonstrava medo. Tratava-se de uma corrida desesperada pela vida. Maria sentia o seu coração arrebentando, faltava-lhe ar, os pulmões queimavam, as pernas pesavam e as lágrimas caiam involuntárias, banhando seu rosto. Quando se virava podia ver seu perseguidor mais próximo, ele tinha a loucura desenhada na pálida face, era de quem ouvia os gritos e as ameaças de morte. Seu perseguidor era Jaconias.

 

Jaconias nunca foi totalmente são. Sempre lutou contra forças singulares, enraizada em suas entranhas, no seu íntimo. Desejos incomuns e violentos, pensamentos bizarros, momentos de confusão mental e desordem. Jaconias ouvia vozes. Ordens do mal. Demônios habitavam em seu corpo. Buscou a religião. Encontrou Maria. Um anjo em forma de mulher. A única que conseguia trazer-lhe a paz. Sua voz paciente lhe acalmava. Casaram-se. No quarto ano do matrímônio tiveram uma filha; Glória, que agora contava cinco anos.

No início foram anos de uma história tranquila e feliz. Uma vida de muitas bençãos e realizações. Os demônios continuavam lá; ordenando maldades; oferecendo desvios sórdidos; coisas ilícitas; prazeres lascivos; tentações diárias que Jaconias enfrentava agarrado em seu amuleto e escudo: Maria e com sua espada sagrada: Glória. Mas, aí…

Aconteceu a derrocada. Primeiro, perdeu o emprego. O segundo golpe foi ainda mais sentido e inesperado; Maria lhe traiu com um amigo. Os demônios se alvoroçaram, fizeram festa, teve ganas de matar a esposa, matar a própria filha e depois se matar. Ser um mártir a ser lembrado em seu círculo social. No terceiro movimento se viu de novo entregue ao vício, perdido na escuridão e sem a proteção da fé.

Maria o resgatou, sua voz calma, seu toque anestesiador. As coisas iam melhorar. O convite para um trabalho no extremo norte do país, foi aceito como uma oportunidade conveniente. Mudar de endereço, estado, recomeçar. Jaconias seguiu sozinho para a pequena cidade no interior do Pará, deixando a promessa. “Assim que estiver seguro eu chamo vocês”.

Ao fim de três meses, Maria desembarcou de uma balsa no improvisado portinho, onde Jaconias a esperava. Maria estranhou de pronto que o esposo, não demonstrou nenhum sentimento de carinho – que seria o esperado! Foi frio. Sequer abraçou a filha e nela, nem um beijo. Nada. Apontou o carro da empresa e seguiram por cerca de duas horas mata adentro, até chegar onde havia uma pequena vila. naquele padrão americano; casinhas de madeira com um gramado na frente.

Maria chegou de manhã e a noite daquele dia, fez a anfitriã, recebendo os vizinhos que vieram encenar uma recepção de boas vindas. Estavam presentes: o senhor Tiago, moreno de olhos fundos, magro e comprido, as costas arcadas, os movimentos lentos. Rachel esposa de Tiago é miúda, gordinha, excitada e glutona – já chegou atacando, com voracidade, a mesa com os salgados e os frios que Jaconias providenciou aos convidades. Outro casal, os mais jovens; Paulo e Ana, chamavam atenção pela forma que não se apartavam, entraram abraçados, sentaram no sofá de dois lugares e lá permaneceram de mãos dadas, unidas com força, como se um temesse perder o outro na sala diminuta. A proximidade deles não se refletia em carinho, não pareciam apaixonados, pareciam sim, dois seres que se uniram um para a proteção do outro. Ana tinha olheiras horrorosas de quem há muito não dormia. Maria notou que faltava em Paulo o dedo anelar da mão direita.

O terceiro casal era formado pelo Senhor Roberto e Hedonê. Os mais maduros, não por acaso Roberto era o principal acionista da mineradora Braço Forte e o seu Diretor executivo. Tinha um rídiculo tapa olho e trazia um sorriso estampado no rosto o tempo todo, mas não parecia natural, antes, aparentava uma carranca ou espamos involuntários dos músculos da face. Sua esposa, Hedonê era uma mulher muito bonita e de formas bem delineadas, mas era impossível não notar que usava peruca. Hedonê não demonstrava outra preocupação que não fosse se admirar em qualquer coisa que a refletisse.

O silêncio imperou durante toda a reunião. Não pareciam pessoas que dividiam o trabalho diário, as mulheres passariam por perfeitas desconhecidas umas das outras. Ninguém entabulava uma conversa. Nenhum assunto era jogado a mesa. Maria tentou se comunicar, mas as respostas vinham vagas e curtas. Tiago fumava um cigarro artesanal – “Foi feito por mim, desde o cultivo até o enrolar da seda! – informou. “Utilizo ervas nativas da região e que têm um efeito restaurador”. Riu. “Pode relaxar senhora, nenhuma das ervas utilizadas possui caracteristicas alucinógena ou dependência”! Talvez, tenha sido este, o ponto alto da prosa entre os presentes aquela noite. Fosse o que fosse o cigarro emanava um perfume bem desagradável. Roberto exibia seu sorriso artificial e Paulo, com cara de profundo tédio, ainda estava sentado com Ana no sofá; as mãos rígidas, entrelaçadas como fios de arame. Mesmo Jaconias, não parecia muito entusiasmado. A melancolia era a única nota presente. Pareciam todos uns autômato desconectados com o momento, como se cada um estivesse em outra realidade. A convivência parecia uma pena infligida. Enquanto servia os refrescos e os salgados, Maria pode perceber algo comum a todos, os olhos! Os olhos eram sem brilho, sem vida! Estariam todos doentes, pensou. E foi quando coincidentemente todos os olhos se voltaram para ela. O último a se virar foi Jaconias, ele a observou por um instante, sem expressão alguma e depois se voltou ao grupo dos homens. Maria sentiu um arrepio lhe subir da espinha até a nuca. Aproveitou e avisou que iria até o quarto ver como estava a pequena Glória.

No quarto a menina dormia tranquilamente.

 

Naquela mesma noite quando as visitas se foram, Maria e Jaconias se preparavam para dormir, era natural que ela esperasse do esposo um gesto de carinho e mais do que isso, esperava sexo. Ela se banhou e ficou a espera. Durante o dia quase não se falaram, porque logo que ele a deixou na casa nova, foi trabalhar. Durante a recepção aos vizinhos, eles se dividiram entre “fazer sala” aos maridos e esposas e não tiveram tempo de se falarem. Mas agora seria oportuno que finalmente atualizassem a conversa, os planos, as fofocas, o “papo furado” e claro: o tesão. Jaconias veio e deitou-se ao lado dela. Imediatamente virou-se para a parede sem nem um mísero “Boa noite”. Ela não aguentou e interpelou o marido: “Mas o que foi?” “O que está acontecendo?”

“Tenho sono”. Ele disse.

“Aconteceu algo?” – Insistiu ela.

Aí, ele se voltou e pela primeira vez naquele dia pareceu que finalmente, a enxergava. Abraçou-se a mulher e chorou copiosamente. Assustada, a mulher o envolveu em seus braços e como sempre fazia, o acalmou.

Quando Maria despertou, e despertou cedo, não encontrou mais seu marido na cama. Preparou o café da manhã para a filha e depois, como estava um belo dia de sol, resolveu sair pela vila, para conhecer os arredores.

Sentaram-se numa praça aprazível e Maria ocupou-se de um livro enquanto a filha fazia descobertas de pequenos insetos, besouros, largatas, borboletas, besouros em diferentes flores do jardim. Uma mulher acercou-se de Maria, sentando-se no banco imediatamente a frente do seu. Maria não pode deixar de notar que a mulher, beirando a sua idade, uns trinta anos, a encarava firmemente. Maria sorriu amistosa e a mulher interpretando o riso como uma permissão, sentou-se ao lado e disse sem nenhum preâmbulo: “Pegue sua filha e saia daqui”! “Vocês correm perigo!” Mais, não disse, levantou-se olhando para os lados como quem procura se certificar que não foi vista e seguiu como alguém que fugisse do inferno.

Nesse mesmo dia, a tarde a pequena vila se alvoroçou com a notícia da morte de Ana. Suícidio clássico; pulsos cortados na banheira. Paulo, o marido, a encontrou sem vida, mergulhada numa piscina de sangue.

Na primeira oportunidade, Maria inquiriu Jaconias sobre o que estava acontecendo. Por que as pessoas agiam feito zumbis? Incluindo ele mesmo! “É a água que vocês bebem, aqui”? “Hoje, uma mulher me aconselhou, na verdade, quase ordenou que eu saísse daqui, junto com nossa filha”. “E agora essa outra comete suícidio”. “Pelo amor, Jacon, o que está se passando”?

“Quer ir embora”? “Vá”! Gritou Jaconias e depois completou baixinho, quase num soluço: “Vá antes que seja tarde”!

 

Na trilha em que corria, à medida que Maria se aprofundava mais na mata, de muito estreita e pouco definida, se tornava impossível o continuar da fuga. Estava bloqueada pela vegetação. Voltar não era uma opção. “Eu vou arrancar suas tripas”! Ameaçou uma vez mais, Jaconias.

 

A ignorância é o preço da felicidade e Maria quebrou a regra de ouro. Seguiu Jaconias quando este saiu de madrugada e viu que ele encontrou Roberto e os outros que estiveram presentes na reunião de recepção: Hedonê; Tiago, Rachel e Paulo. Usando dois carros eles se dirigiram em direção ao morro. Maria, movida por um sentimento estúpido, acordou a criança, pegou o carro na garagem e os seguiu. O grupo desembarcou num local descampado e se reuniram frente a uma pequena caverna. Glória rendida ao sono, dormia no banco de trás, Maria parou o carro a uma distância segura e foi a pé, ver de perto o que acontecia. Estavam todos nus, e o bizarro… O corpo de Ana estava estendido no chão a frente do grupo. Ela era o conteúdo do pacote que Maria avistou retirarem do carro. Horrorizada, pensou em voltar ao carro, pegar a filha e correr a toda velocidade, para longe daquela gente louca. A curiosidade vibrou mais forte e a fez se aproximar escondida.

Tiago conduzia o ritual.

“Aqui, diante desta cruz invertida nos te chamamos! Com as lágrimas colhidas de uma mãe! Com as escrituras dos demônios. Nós te chamamos com o nosso sangue” …

E se flagelam com punhais, deixando escorrer o sangue sobre as próprias cabeças.

“Nós te chamamos com o punhal ainda úmido das carnes de um animal peçonhento”. “Nós te oferecemos a nossa irmã”!

E incendeiam o corpo de Ana.

“Venha até nós Dibbuk”!

O interior da caverna libera uma fumaça volumosa, trazida por um sopro de vento forte. Uma repentina onda de frio faz Maria se arrepiar toda. Das profundezas da caverna uma língua de fogo se insinua sobre o bando. Eles levitam como se fossem erguidos por uma corda invisível. O sacerdote Tiago grita: “Te chamamos pela agonia dos mortais”! “Em nome dos velhos mestres”! “Das trevas te invocamos”! “Para as trevas nos conduza”!

Uma voz poderosa, brutal como o berro de um animal desconhecido ecoa, trazendo medo e aflição. No fogo se forma uma face monstruosa, diferente de tudo o que o olho humano já viu.

Completamente aterrorizada, Maria não consegue evitar e solta um grito de proteção. E então, foi como se o tempo parasse, escorresse lento e o grão de areia da ampulheta demorasse mais a cair. Maria não conseguia se mover, presa àquele pesadelo, com medo, com frio, a bexiga afrouxando e deixando a urina fluir.

A língua de fogo encontra o esconderijo e o demônio personificado em chamas, abre sua bocarra sobre a mulher e a cobre inteira. Impulsivamente, Maria aperta o crucifixo que trazia numa corrente. O fogo sobrenatural não lhe queimou, mas a dor que provocou foi como se abrissem todas as feridas da alma e apresentassem de uma só vez, as angústias de uma vida inteira.

Nesse intervalo, os outros se recuperaram da surpresa inicial e se lançaram à intrusa. Maria, também se levanta e começa a correr. A Fumaça e o fogo regressam a caverna, num espamo, num átimo.

Maria entra no carro, está descontrolada e não consegue ligar o veículo. Os bruxos batem no carro com violência, estão transformados, os olhos injetados, vermelhos, flamejantes, as bocas retorcidas deixando escapar uma baba viscosa, os narizes escorrendo sangue. Agem de forma irracional; Rachel chega a bater com a cabeça no vidro lateral do carro; Paulo sobe no capô e chuta o vidros da frente. A criança acorda e começa chorar e gritar. Finalmente o carro é ligado e Maria arranca, derrubando alguns, quase atropelando outros, ela dispara. Logo percebe que atrás dela, os outros carros vêm se aproximando. Dirige a mais de cem, a menina ainda grita desarvoradamente e Maria se volta para tentar acalmá-la. “Mamãe está aqui, meu amor!” “Mamãe está aqui”! Essa breve virada de cabeça é suficiente para que não visse a curva se aproximando. Tenta reduzir a velocidade e aí, se perde; bate numa mureta à esquerda e em seguida bate a direita, o carro dá um salto e escapa capotando numa pequena ribanceira. Maria perde os sentidos.

 

O ritual foi uma iniciativa de Tiago, um estudioso das ciências ocultas. Fariam um acordo com Dibbuk; almas em troca de prosperidade para o grupo.

Os negócios estavam ruins, a mina esgotada. Roberto convocou Tiago, para anunciar que todos seriam demitidos. “Você é o primeiro saber por uma questão de consideração” “É o meu funcionário mais graduado, o pioneiro, o primeiro a chegar nesse caos de mundo”! “O cara que construiu toda essa estrutura”. “Lhe devo muito”! Roberto avisou: “A situação está tão precária que nem posso garantir o pagamento das indenizações”. Foi quando, Tiago o convenceu a tentar um acordo com Dibbuk. Os nativos contavam em suas lendas a história de um demônio, trazido pelos franceses, invocado pelos portugueses no século XVIII, nas Gerais e depois, perseguido até o norte, pelos Jesuítas que o capturaram e o encerraram numa caverna, bem ali, próxima das minas.

Arregimentaram tropas, tramaram e libertaram Dibbuk. O prêmio veio com a descoberta de uma grande reserva de ouro, a contrapartida inaugural foi o olho de Roberto; o cabelo de Henodê; o dedo anelar de Paulo; a sanidade de Ana; Rachel foi amaldiçoada com uma fome insaciável e Tiago teve seu pênis arrancado. Depois Dibbuk pediu sacrifícios maiores, almas que eram levadas à caverna para serem devoradas; doze vítimas entre nativos e funcionários sem vínculo familiar. Jaconias foi um dos que foram entregues, mas, surpreendentemente, voltou, segurando o próprio coração, pendente do peito aberto.

Para se libertar, Jaconias prometeu em sacrifício a vida da própria filha. “Você gozará de uma alma inocente, um anjo, diferente de todas que teve”!

Jaconias foi integrado ao bando e planejaram o próximo encontro, quando ofereceriam Glória, mas Ana suicidou-se e atrasou o plano deles.

 

Maria corria na mata. Carregava a filha em seus braços. Quanto mais se aprofundava mais parecia impossível continuar a fuga.

Maria se deixou cair, acariciava o cabelo da menina à espera do pior. Jaconias a encurralou, trazia um facão e suas roupas estavam muito ensanguentadas. Ele se aproximou lentamente. Maria fechou os olhos e apertou sua filha contra o peito, enquanto fazia uma oração.

Jaconias, então disse: “Eu os matei”! “Matei todos eles”! “Estamos livres, meu amor”! “Vamos embora”.

Colheu a criança do abraço apertado da mãe e a confortou em seus braços, Maria abriu os olhos e depois o seguiu.

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21 comentários em “Das Profundezas (Cícero Lopes)

  1. Leandro Soares Barreiros
    15 de junho de 2019

    Resumo: Mulher se casa com um homem mentalmente perturbado e tem com ele uma filha. Diante de uma proposta de emprego e da amargura de uma suposta traição da mulher, o homem vai para uma cidade distante prometendo levar a família pouco depois. Lá, entra para um culto e promete a filha como sacrifício humano.

    Protagonista: Maria – Nota: 1 de 2.

    Senti que Maria era, antes de tudo, alguém para sofrer os acontecimentos da história. Sabemos muito pouco sobre ela e não aprendemos muito durante a narrativa. O pouco que conheci não foi o bastante para criar empatia.

    Antagonista: Jaconias –Nota: 2 de 2.

    Com Jaconias foi o contrário. Senti um bom desenvolvimento do personagem, que se apresentou como alguém muito mais interessante do que nossa heroína, inclusive completando um arco inteiro de redenção. Se tivesse disponibilizado cinco pontos para o antagonista, daria cinco pontos aqui.

    Mudança de Valor – Nota 2 de 3.

    Chamo de mudança de valor a existência de conflito na narrativa, quando as coisas vão bem, algo deve acontecer para que elas comecem a ir mal. Quando vão mal, algo deve acontecer para que melhorem um pouco. Acredito que são essas mudanças que criam tensão em histórias.

    E a mudança de valor aqui foi bem realizada. As coisas iam mal para Jaconias, mas conheceu Maria. Temos aqui uma mudança do negativo para o positivo. Pouco depois, contudo, ele é traído, ou se sente traído. Voltamos para o negativo. Ele busca um novo emprego e promete trazer a família, positivo, mas quando chegam lá ele age de maneira estranha, negtivo… e por aí vai.

    As transformações de valores só não são tão impactantes por não conhecermos tão bem Maria. Mesmo assim, está bem feito.

    O que a história queria, o que a história fez: 1,5 de 3.

    A história investe na curiosidade do leitor diante do mistério. Mais do que isso, utiliza a estratégia de iniciar a história no meio da ação, utilizando uma forma de flashback para explicar como chegamos ali. É uma estratégia válida e, de início, funcionou comigo.

    A coisa começa a desandar quando não há um aprofundamento de Maria ao longo da narrativa. Mais grave ainda é o fato do autor ter abandonado sua estratégia inicial (uso da ação para aprender, do flashback para explicar) próximo ao final da história, recorrendo a uma exposição direta do que se passava:

    “O ritual foi uma iniciativa de Tiago, um estudioso das ciências ocultas. Fariam um acordo com Dibbuk; almas em troca de prosperidade para o grupo.
    Os negócios estavam ruins, a mina esgotada. Roberto convocou Tiago, para anunciar que todos seriam demitidos. “Você é o primeiro saber por uma questão de consideração” “É o meu funcionário mais graduado, o pioneiro, o primeiro a chegar nesse caos de mundo”! “O cara que construiu toda essa estrutura”. “Lhe devo muito”! Roberto avisou: “A situação está tão precária que nem posso garantir o pagamento das indenizações”. Foi quando, Tiago o convenceu a tentar um acordo com Dibbuk. Os nativos contavam em suas lendas a história de um demônio, trazido pelos franceses, invocado pelos portugueses no século XVIII, nas Gerais e depois, perseguido até o norte, pelos Jesuítas que o capturaram e o encerraram numa caverna, bem ali, próxima das minas.
    Arregimentaram tropas, tramaram e libertaram Dibbuk. O prêmio veio com a descoberta de uma grande reserva de ouro, a contrapartida inaugural foi o olho de Roberto; o cabelo de Henodê; o dedo anelar de Paulo; a sanidade de Ana; Rachel foi amaldiçoada com uma fome insaciável e Tiago teve seu pênis arrancado. Depois Dibbuk pediu sacrifícios maiores, almas que eram levadas à caverna para serem devoradas; doze vítimas entre nativos e funcionários sem vínculo familiar. Jaconias foi um dos que foram entregues, mas, surpreendentemente, voltou, segurando o próprio coração, pendente do peito aberto.
    Para se libertar, Jaconias prometeu em sacrifício a vida da própria filha. “Você gozará de uma alma inocente, um anjo, diferente de todas que teve”!
    Jaconias foi integrado ao bando e planejaram o próximo encontro, quando ofereceriam Glória, mas Ana suicidou-se e atrasou o plano deles.”

    Isso é uma quebra enorme da narrativa, e parece mais uma nota que o autor poderia utilizar para escrever a história, do que propriamente a história em si. Talvez o espaço estivesse chegando ao fim e o escritor se preocupou demais em explicar o que se passava. Neste caso, acredito que a falta de informação funcionaria melhor do que a informação em excesso. Essas palavras extras poderiam ser utilizadas em Maria.

    Síntese:
    Um conto de extremos. Alguns personagens muito bem trabalhados, outros nem tanto. Algumas passagens muito bem lapidadas, outras feitas com um pouco mais de pressa.
    Nota: 3,3

  2. Fil Felix
    15 de junho de 2019

    Um homem deixa a família para tentar a vida numa outra cidade. Quando as coisas estão melhores, chama a esposa e a filha. Maria começa a perceber que as coisas na cidade não sao tão boas assim e que o grupo de sócios da empresa escondem algo, acabando por descobrir uma seita.

    Gostei bastante do conto até a sua metade. Traz aquele típico suspense de que há algo de errado na cidade, que as “casinhas americanas “, com seu gramado verde e jantares com os vizinhos, escondem algo. O livro Mulheres Perfeitas, que curto bastante, retrata isso ao mostrar uma cidade com esposas artificiais. Então fiquei na expectativa de descobrir esse mistério. Do meio ao fim, com a evocação do demônio e muitas explicações do porque os sócios faziam aquilo, acabei perdendo um pouco do impacto e também do suspense. Há um quê de Lovecraft, que muitos gostam. De qualquer forma tudo é bem narrado e faz criar essa tensão.

  3. Marco Aurélio Saraiva
    14 de junho de 2019

    Jaconias supera os próprios demônios da loucura e da psicopatia e se casa com Maria, que traz luz ao seu mundo. Infelizmente as coisas dão errado e, para livrar a mente dos pensamentos sombrios que tem, Jaconias descobre uma oportunidade de trabalho no interior do país, e a abraça. Meses depois sua família o segue e descobre que ele está envolvido em rituais de bruxaria, e sua filha seria o sacrifício final. Jaconias, no fim, arrepende-se e acaba com o grupo de bruxos, enfim unindo-se com a sua família.
    Muitos elementos de terror estão aí: rituais satânicos; um personagem que sempre foi atormentado pelo demônio (quase como um escolhido); uma espiral negativa; pessoas se comportando de maneira estranha para acobertar um culto de bruxaria. Não há nada de inovador. Assim como outros contos aqui, este me parece como uma história que eu já li diversas outras vezes. Ainda assim é um conto que prende o leitor pelo ritmo frenético de leitura e em como os acontecimentos vêm uns após os outros em repetida sucessão.

    A leitura, porém, parece mais a leitura de um roteiro de filme de cinema. Não há muita preocupação com a ambientação ou a descrição dos cenários. A história é uma grande correria para contar um enredo grande em duas mil e quinhentas palavras. Além disso, há muitos problemas com a pontuação, muitos erros de digitação e confusão no tempo verbal da narrativa. Isso tudo torna a leitura um tanto travada e enfadonha, mesmo que, como eu citei acima, instigue curiosidade.

    Acho que o que falta aqui é mais profundidade em Maria e Jaconias. Mais tempo – e, consequentemente, mais espaço. O leitor precisa conhecer as motivações de Jaconias; precisa entender de onde veio a traição de Maria, e como ela resolveu permanecer na mesma família. Como não há espaço para o desenvolvimento dos personagens, a história é inteiramente focada no desenrolar do enredo e da trama principal, que é a de um ritual satânico muito rapidamente explicado nos últimos parágrafos. Como não há nada de novo, o conto decepciona um pouco. Diferente de Stephen King (que consegue contar uma história clichê e sem originalidade com maestria e que acaba atraindo mais o leitor pelos personagens do que pela história em si) você focou seus esforços na história e deixou de lado o que me parecia mais interessante aqui: os personagens.

  4. rsollberg
    14 de junho de 2019

    Das Profundezas (Stefano Reis)

    Resumo: A história de um família atormentada por um pai, que sofre com seus demônios, e embarca em uma jornada terrível em um local distante dominado por uma lenda.
    De inicio, fiquei com a sensação de estar de frente com um conto no melhor estilo “O iluminado do Stephen King”, uma mãe e uma filha atormentados por um pai esquizofrênico/adicto sobrevivendo em um lugar ermo dominado por uma maldição. Ocorre que, ultrapassada algumas linhas, as similaridades se dissipam. Logo sem seguida, diante do que parecia ser uma propaganda da sessão de descarrego, “perdeu o emprego, sua esposa traiu com um amigo, começou a beber”, pensei estar de frente de um terror psicológico onde o protagonista briga com seus demônios em uma batalha interna e externa. Mas ai, temos mais uma reviravolta e o que era algo de assombração individual vai para o suspense da coletividade, juntando-se ao lance do forasteiro adentrando no segredo de uma seita. E aqui, temos algo curioso, o autor opta por detalhar as características físicas dos personagens secundários, coisa que não faz com os protagonistas, o que aparece estranho e descasado, justificando-se apenas em razão do final. Daí para frente temos uma reunião de clichês, uma senhora que alerta os forasteiros, uma seita, conjuração, cruz invertida, uma lenda local, que só é explicada no final de forma abrupta, uma caverna, perseguição e uma última reviravolta.

    .
    Curti: A lenda tem uma história interessante, que poderia ter sido o ponto central de toda trama.
    Não curti: A reunião de clichês do gênero, mas todos pouco desenvolvidos; tormento, seita, demônio local, conjuração, oferenda, etc. Muitos personagens, pouco desenvolvimento. Na minha opinião, o final feliz foi uma quebra de clímax, ainda que considere o uso de elipses e mistério, creio que ficou muito sem uma explicação o fato dele simplesmente ter matado todo mundo.
    Apontamentos: Na parte técnica achei o texto bem escrito, com o ritmo forte e com boas construções de sentença que favorecem o suspense. Vale mencionar para revisão apenas que, há algumas palavras sem acento e um pequeno paralelismo passado/presente no ultimo terço da narrativa.

  5. Fabio Baptista
    13 de junho de 2019

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    RESUMO
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    Homem vai trabalhar em lugar afastado e pouco depois esposa e filha o acompanham.
    Nesse meio tempo, ele se envolveu com uma galera do mal e ofereceu a filha em sacrifício a um demônio.
    Um suicídio atrapalha os planos dos caras e dá tempo para o homem mudar de ideia e salvar a família.

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    ANOTAÇÕES AUXILIARES
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    – Mulher, com a filha no colo, foge de um perseguidor chamado Jaconias.
    – Jaconias era o marido, cara perturbado com quem Maria se casara (as reportagens do Cidade Alerta não se fazem sozinhas)
    – Maria lhe traiu com um amigo (o que eu falei sobre as reportagens do Cidade Alerta? )
    – Jaconias foi trabalhar numa região distante e combinou de chamar mulher e filha quando tudo estivesse bem (e o “amigo” lá perto da mulher…)
    – Ao chegar lá (até que foi rápido), Maria percebeu que Jaconias estava estranho, frio
    – Maria tem uma recepção de boas vindas não muito animada
    – Após a festa, Maria está cheia de amor pra dar (literalmente), mas Jaconias não que nada com nada
    – Alguém aconselha Maria a fugir dali
    – A mulher conta tudo ao marido zumbificado (ótima ideia!) e ele próprio a aconselha a ir embora
    – Hedonê (bada a ver com o texto, mas lembrei daquela empresa de pirâmi… digo… Marketing Multi Nível)
    – Maria segue o marido à noite e flagra um inusitado ritual, envolvendo o corpo de uma suícida.
    – Estavam evocando o demônio Dibbuk
    – “solta um grito de proteção”… meu, não consigo imaginar como seria um grito de proteção…
    – foi assim que a perseguição começou…
    – infodump sobre as motivações do ritual
    – Foi quando, Tiago o convenceu a tentar um acordo com Dibbuk (quem nunca? kkkkkk)
    – Na reviravolta final, Jaconias salva o dia (e a família)… Maria o segue como se nada tivesse acontecido.

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    TÉCNICA
    —————————

    A narrativa tem o mérito de ser bastante clara o tempo todo. Em nenhum momento senti a sensação de “peraí… que que tá acontecendo?”.
    Eu sugiro sempre narrar no tempo verbal do passado. Alguns problemas, principalmente com uso das vírgulas, listados abaixo.
    Acho que poderia tratar melhor a ambientação, o clima de isolamento num lugar muito afastado. Os diálogos também foram muito superficiais… naquela parte das boas vindas, um bom diálogo poderia ter feito toda diferença para MOSTRAR (e não CONTAR como foi feito) a estranheza da situação.

    – Maria corria na mata, carregando a filha em *seus* braços, arrastando a vegetação com *seu* corpo e rasgando *sua* pele nos espinhos. A pequena Glória mantinha *sua* cabeça
    >>> esse excesso de “seu/sua” deixa o texto um pouco pesado. Alguns desses podem ser limados

    – forças singulares, enraizada
    >>> enraizadas

    – convidades
    >>> convidados

    – Pode relaxar senhora
    >>> Pode relaxar, senhora

    – Talvez, tenha sido este, o ponto alto
    >>> Talvez tenha sido este o ponto alto

    – Mais, não disse, levantou-se
    >>> Mais, não disse. Levantou-se

    – Ameaçou uma vez mais, Jaconias
    >>> Ameaçou uma vez mais Jaconias
    ou:
    >>> Ameaçou, uma vez mais, Jaconias
    ou (minha preferida):
    >>> Jaconias ameaçou uma vez mais

    – Glória rendida ao sono, dormia no banco de trás
    >>> Glória, rendida ao sono, dormia no banco de trás

    – E incendeiam o corpo de Ana.
    – Maria não consegue evitar / Maria não conseguia se mover
    >>> algumas vezes o tempo verbal escorregou

    – Foi quando, Tiago o convenceu
    >>> Foi quando Tiago o convenceu

    – Jaconias, então disse
    >>> Jaconias então disse

    —————————
    TRAMA
    —————————
    Um terror que segue a linha de mudança de personalidade (embora Jaconias sempre teve um pé ali pro lado do capeta) e eventos macabros se passando num lugar isolado.
    Nada muito original, mas narrado com competência.

    O final deu uma desandada, com muita informação (a meu ver desnecessária) e a reviravolta do marido se tornando herói.

    —————————
    SALDO FINAL
    —————————
    Um bom entretenimento, mas sem um algo a mais para obter melhor pontuação, nem na técnica, nem na trama.

    NOTA: 3,5

  6. Daniel Reis
    13 de junho de 2019

    Resumo: Maria, com a filha, vai ao encontro do marido, Jaconias, que já era perturbado, e que ficou ainda mais ao ir trabalhar numa cidade no interior do Pará, numa mineradora. Nessa cidade, conhece os colegas do marido, todos bastante misteriosos. É avisada por uma mulher na praça para que fuja. Uma mulher aparece morta, e todos parecem zumbis. Quando o marido sai de madrugada, pega o carro (?) e o segue, descobrindo que eles realizam um ritual, com oferenda humana, a Dibbuk, na entrada de uma caverna. Era para terem mais lucro com a mina. Ela e a filha, que foi no banco de trás, são perseguidos, batem o carro e fogem pela floresta. O marido as persegue, mas ao encontrá-las, revela que matou todos os outros e eles estão livres.
    Premissa: horror clássico, com os elementos do estilo: uma cidade pequena, várias pessoas estranhas, ritual fantástico e perseguição.
    Técnica: o autor intercalou cenas da perseguição com a narrativa da história linear. Esse truque cinematográfico deu um charme especial à história, que ainda padeceu de alguns furos narrativos, como a falta de consistência do marido (era malvado, melhorou, depois piorou de novo e no final se redimiu.
    Voz Narrativa: a história é construída, já se vê, com antecedência, e a condução das ações é coerente com o estilo. Apenas o final redentor pareceu deslocado do clima geral da narrativa.

  7. Gustavo Araujo
    13 de junho de 2019

    Resumo: homem com problemas psicológicos, traído pela esposa, recebe oferta de emprego no extremo norte. Lá chegando, ele se junta a um grupo satanista, que sacrifica pessoas em troca de melhora nos negócios. A família dele, do homem, chega em seguida e ele, aparentemente, oferece a filha em sacrifício. Quando a esposa descobre, foge. Ele vem atrás e as encurrala, para, ao fim, dizer que matou os demais integrantes do grupo e que agora podem ir embora, livres.

    Impressões: é um bom enredo. Na verdade, não é muito fácil concatenar os fatos de uma história ampla, como se faz aqui. Contudo, achei que a primeira parte do conto não guarda muita relação com a segunda, já que o que importa é a relação dos satanistas com os sacrifícios – ou seja, o fato de Jaconias ter sido traído pela esposa no início mostra-se irrelevante, uma ponta solta. Outra coisa que me incomodou foi que o texto tem muitos erros de digitação, de concordância, de ortografia e de paralelismo, o que demonstra ou certo desleixo na hora de revisar (se é que foi revisado), ou que o autor ainda dá seus passos iniciais na escrita. Demais disso, o texto segue os velhos clichês do terror – ainda quero encontrar um conto que não tenha a expressão “um arrepio que subiu pela espinha” – o que é perdoável para alguém que se encontra no começo da arte de escrever, mas que, de qualquer forma, provoca mais enfado do que emoção. De todo modo, não quero deixar uma impressão negativa. Acho que há bastante potencial na escrita, bastando ao autor que dê vazão à criatividade, fugindo dos lugares-comuns. Espero que tenha uma boa experiência neste certame. Boa sorte no desafio.

  8. Catarina Cunha
    13 de junho de 2019

    O que entendi: Um cara meio desequilibrado tem a sorte de casar com uma boa mulher e ter uma filha. Mas é traído pela esposa e perde o emprego. Tudo se resolve quando ele consegue um emprego no Pará. Quando Maria chega com a filha descobre que os moradores da vila são meio zumbis adoradores de um capeta de caverna e o marido está possuído. No fim, como por encanto, o marido mata todos os zumbis e salva Maria e a filha.

    Técnica: Gostei do começo ser com o clímax, ação intensa.

    Criatividade: Lembra um pouco a trama de “Corra!”, principalmente a reunião de “boas vindas”. Mas achei interessante o sacrifício que cada morador da vila teve de fazer. Olho, dedo, cabelo, pênis, etc.

    Impacto: Positivo no começo, mas esse final abrupto não me convenceu. O cara estava correndo atrás da mulher sedento de sangue, ameaçando, babando possuído e, de repente, vira bonzinho. Não colou.

    Destaque:” E então, foi como se o tempo parasse, escorresse lento e o grão de areia da ampulheta demorasse mais a cair. “ – Boa imagem do tempo suspenso pelo medo.

    Sugestão: Fazer uma boa revisão e trabalhar melhor esse final. Algo que justifique essa transformação no cara.

  9. Tikkun Olam
    10 de junho de 2019

    Das Profundezas – Stefano Reis

    O início é o que cativa. O meio é o que sustenta. O final é o que surpreende. O título é o que resume. O estilo é o que ilumina. O tema é o que guia. E com esses elementos, junto com meu ego, analiso esse texto, humildemente. Não sou dono da verdade, apenas um leitor. Posso causar dor, posso causar alegria, como todo ser humano.

    – Resumo: Maria e Jaconias estão com o casamento em crise. Problemas financeiros, vícios e etc. O homem viaja em busca de recomeço e fica alguns meses fora. Quando consegue unir-se ao marido, Maria nota que seu comportamento mudou por completo. Agora, resta a ela descobrir o que aconteceu com Jaconias nesse período que ficou sozinho naquela estranha cidade.

    – Início: Interessante. Fiquei intrigado com o começo. Sim, de fato, gostei do parágrafo inicial. Muito bem construído e atraente: instigou minha curiosidade. Porém, devo admitir, os parágrafos que se seguiram não se mantiveram no mesmo nível.

    – Meio: Decepcionante. Tudo muito corrido, sem explicação sólida, sem narrativa atraente. Os personagens foram aparecendo, sem desenvolvimento, todos juntos e misturados, e ficamos mais perdidos que Maria, hahaha.

    – Final: Frágil. A proposta, em si, não é absurda. A execução que é ruim. Todo o ritual me pareceu interessante, apesar da falta de desenvolvimento dos personagens ter prejudicado meu envolvimento com a história. O pior de tudo foi o final: toda a narrativa em negrito dá a entender que o Jaconias está possesso atrás da mulher e filha. E quando a alcança, do nada, anuncia que matou todos os envolvidos no ritual e foge com eles. Não existe nenhuma explicação para isso ter acontecido. Era uma armadilha? Ele realmente quebrou o pacto? Esse final foi horrível, desculpe a sinceridade.

    – Título: Intrigante. Assim como o início, foi um dos fatores que me estimulou a começar a leitura sorrindo. É uma pena que tenha terminado quase chorando.

    – Estilo: Ruim. Sinceramente, o autor precisa melhorar bastante. Existem erros bobos de tempo verbal, frases mal construídas, sequências ruins, etc. A narrativa é afobada, sem cuidado, sem esmero… Meu conselho? Leia muito, escreva ainda mais. E consiga um bom leitor beta que te ajude a melhorar, uma pessoa sincera.

    – Tema: Adequado. Muito bem aplicado, terror puro. Ao menos, o autor sabe desenvolver o clima de horror de forma eficaz.

    – Conceito: Latão.

  10. Ricardo Gnecco Falco
    7 de junho de 2019

    Olá Stefano; tudo bem?
    O seu conto é o sétimo trabalho que eu estou lendo e avaliando.

    ————————————-
    O QUE ACHEI DO SEU TEXTO
    ————————————-

    Gostei da história e da descrição das várias personagens que permeiam a narrativa. A premissa do conto é boa e a geografia está bem destacada, funcionando quase como uma personagem oculta também. Gostei do clima de suspense que vai num crescendo até explodir com a revelação do culto diante da caverna. O sentimento de medo/pânico se fez bem presente na narrativa, principalmente no final, e trouxe para a leitura uma sensação típica das obras nesta temática (terror).

    Falando sobre o final, a história termina de uma forma bem inesperada; quase que ao contrário do que somos levados a acreditar que acontecerá. Parabéns pelo trabalho!

    Sobre os ponto negativos, creio que tenha faltado apenas uma boa revisão; pois muitos errinhos bobos passaram e apareceram durante a leitura, atenuando um pouco a boa experiência trazida pela premissa da história.

    E, fora os errinhos de Português e sintaxe, sobrou também no texto uma aresta a ser podada, no que tange a verossimilhança da narrativa: em que momento o esposo de Maria se vestiu, visto que foi descrito que o grupo de adoradores estava nu…? (E ele aprece com “as roupas” sujas de sangue quando alcança a esposa, na mata).

    Enfim… É isso! Mais uma vez parabéns pelo trabalho e boa sorte no Desafio! 🙂

    Bem, pra acabar… As regras do Certame exigem que eu faça um resuminho do trabalho avaliado, para comprovar minha leitura. Então vamos lá:

    ——————————
    RESUMO DA HISTÓRIA
    ——————————

    Esposa de trabalhador de uma mina de ouro no norte do país passa por maus bocados ao ir ao encontro do marido e lá descobrir que a empresa onde o mesmo trabalha fez um pacto com um demônio que, entre outras, deseja jantar a alma da filhinha (bebê) inocente do casal…

  11. Ricardo Gnecco Falco
    7 de junho de 2019

    Olá Stefano; tudo bem?
    O seu conto é o sétimo trabalho que eu estou lendo e avaliando.

    ————————————-
    O QUE ACHEI DO SEU TEXTO
    ————————————-

    Gostei da história e da descrição das várias personagens que permeiam a narrativa. A premissa do conto é boa e a geografia está bem destacada, funcionando quase como uma personagem oculta também. Gostei do clima de suspense que vai num crescendo até explodir com a revelação do culto diante da caverna. O sentimento de medo/pânico se fez bem presente na narrativa, principalmente no final, e trouxe para a leitura uma sensação típica das obras nesta temática (terror).

    Falando sobre o final, a história termina de uma forma bem inesperada; quase que ao contrário do que somos levados a acreditar que acontecerá. Parabéns pelo trabalho!

    Sobre os ponto negativos, creio que tenha faltado apenas uma boa revisão; pois muitos errinhos bobos passaram e apareceram durante a leitura, atenuando um pouco a boa experiência trazida pela premissa da história.

    E, fora os errinhos de Português e sintaxe, sobrou também no texto uma aresta a ser podada, no que tange a verossimilhança da narrativa: em que momento o esposo de Maria se vestiu, visto que foi descrito que o grupo de adoradores estava nu…? (E ele aprece com “as roupas” sujas de sangue quando alcança a esposa, na mata).

    Enfim… É isso! Mais uma vez parabéns pelo trabalho e boa sorte no Desafio! 🙂

    Bem, pra acabar… As regras do Certame exigem que eu faça um resuminho do trabalho avaliado, para comprovar minha leitura. Então vamos lá:

    ——————————
    RESUMO DA HISTÓRIA
    ——————————

    Esposa e filha de trabalhador de uma mina de ouro no norte do país passa por maus bocados ao ir ao encontro do marido e lá descobrir que a empresa onde o mesmo trabalha fez um pacto com um demônio que, entre outras, deseja jantar a alma de sua filhinha inocente…

  12. Sidney Muniz (@SidneyMuniz_)
    1 de junho de 2019

    Resumo: Das Profundezas (Stefano Reis)

    Um conto onde um casal vive um relacionamento estranho, o marido com o tempo passa a participar de um ritual, após se sacrificado, ele vira um “zumbi”, mas no decorrer da história que já começa pelo final, ele perseguindo sua amada e sua filha, o “zumbi” na verdade tinha um plano para matar todos os outros e fugir com a família. Final feliz!

    num espamo, num átimo. – espasmo? Não entendi.

    Avaliação: (Para os contos da Série A-B não considerarei o título, as notas serão divididas por 5 para encontrarmos a média. Porém teremos uma ordem de peso para avaliação caso tenha empates… Categoria/ Enredo / Narrativa / Personagens / Gramática.

    Terror: de 1 a 5 – Nota: 3,5 (Bom)

    Gramática – de 1 a 5 – Nota 3,5 (Boa)

    Narrativa – de 1 a 5 – Nota 3,5 (Está na média, mas não é cativante)

    Enredo – de 1 a 5 – Nota 3 (Um enredo complexo, cheio de plots, mas também de algumas escolhas não tão agradáveis, enrola um pouco e ao final infelizmente me deixou desapontado, pois a tensão criada não justifica, ao menos para mim, entendi a intenção, mas não colou.)

    Personagens – de 1 a 5 – Nota 3,0 (Trabalhou até bem, mas foram muitos personagens e isso acaba deixando a desejar um pouco na construção deles)

    Total: 16,5 / 5 = 3,3

  13. Leo Jardim
    27 de maio de 2019

    🗒 Resumo: um homem que era possuído por um demônio se casa e tem uma filha, se acalmando. Depois de uma série de decepções, se muda para o interior do Pará e acaba se envolvendo com uma seita demoníaca que persegue a mulher e a filha. No fim, de uma forma não explicada, o marido se liberta da seita, matando a todos, e salva a família.

    📜 Trama (⭐⭐▫▫▫): a ideia por trás da trama é interessante, mas acredito que o autor cometeu algumas falhas no processo de contá-la. Destaquei duas:

    1) Era mesmo necessário descrever todos os participantes da festa? Foram muitos personagens apresentados com nome e detalhes. Muita informação em um curtíssimo espaço. Chama-se isso de infodump. O ideal nesses casos é fazer de forma gradual para não cansar. No caso dos personagens, em específico, só um ou dois são realmente importantes para a trama. Os demais poderiam só ter sido citados de leve, por exemplo: “tinha um cara com um tapa- olho e uma mulher bonita que aparentava usar peruca”. Só isso já era suficiente para causar o estranhamento e dar as peças necessárias para a trama (eles doavam partes de si para o demônio).

    Ainda sobre infodump, o narrador voltou a usar desse artifício no fim, quando explicou tudo o que acontecia na cidade. O ideal seria que essas informações vissem de maneira mais orgânica.

    2) A virada no final foi muito brusca. Foi muito abrupto o marido, de uma hora pra outra, resolver salvar a família que há bem pouco tempo estava perseguindo e ameaçando (nos textos em negrito). Foi daquelas reviravoltas que dão susto no leitor e não são bem desenvolvidas: como ele se libertou da seita? Por que ele perseguiu e ameaçou se não iria matá-las? As melhores reviravoltas e viradas de trama (plot twists) precisam ser inesperadas, mas qdo acontecem, precisam fazer sentido, com algumas pistas escondidas ao longo do texto.

    📝 Técnica (⭐⭐▫▫▫): o autor consegue descrever bem as cenas e os personagens, mas falhou na pontuação do texto, sua estruturação e em alguns termos verbais.

    ▪ No quarto ano do matrímônio *vírgula* tiveram uma filha *dois pontos* Glória, que agora contava cinco anos.

    ▪ No início *vírgula* foram anos de uma história tranquila e feliz

    ▪ O segundo golpe foi ainda mais sentido e inesperado *dois pontos* Maria lhe traiu 

    ▪ Maria estranhou de pronto que o esposo *sem vírgula* não demonstrou nenhum sentimento 

    ▪ *Naquele* padrão americano *dois pontos* casinhas de madeira 

    ▪ Maria chegou de manhã e *à* noite daquele dia *sem vírgula* fez a anfitriã

    ▪ providenciou aos *convidados*

    ▪ Outro casal, os mais jovens *dois pontos* Paulo e Ana *sem vírgula* chamavam atenção 

    ▪ Talvez, tenha sido este *sem vírgula* o ponto alto da prosa 

    ▪ Pareciam todos uns *autômatos* desconectados

    ▪ Maria *pôde* perceber algo comum a todos

    ▪ Mais, não disse (essa frase soou estranha, talvez ficasse melhor no português mais claro: “Não disse mais nada”)

    ▪ Nesse mesmo dia, *à* tarde *vírgula* a pequena vila se alvoroçou

    ▪ se tornava impossível *o* continuar da fuga (sobrou esse “o”)

    ▪ Usando dois carros *vírgula* eles se dirigiram 

    ▪ se *dirigiram* em *direção* ao morro (essas palavras tão próximas causam uma sonoridade ruim, melhor evitar)

    ▪ Glória *vírgula* rendida ao sono, dormia no banco de trás

    ▪ E *incendiaram* o corpo de Ana (o texto estava no passado)

    ▪ Venha até nós *vírgula* Dibbuk

    ▪ O interior da caverna *liberou* uma fumaça… (à partir daqui os verbos ficam no presente, mas o texto conta o passado)

    ▪ se *recuperaram* da surpresa inicial e se *lançaram* à intrusa. Maria, também se *levanta* e *começa* a correr (um exemplo do tempo verbal errante, ora no passado e ora no presente)

    ▪ A Fumaça e o fogo regressam *à* caverna

    ▪ Foi quando *sem vírgula* Tiago o convenceu

    🎯 Tema (⭐⭐): terror [✔]

    💡 Criatividade (⭐⭐▫): cultos demoníacos são comuns no gênero, mas o regionalismo trouxe um quê de personalidade ao texto.

    🎭 Impacto (⭐⭐▫▫▫): a confusão de personagens, as informações em excesso e a virada esquisita no fim prejudicaram o impacto do texto neste leitor.

  14. Regina Ruth Rincon Caires
    20 de maio de 2019

    Das Profundezas (Stefano Reis)

    Resumo:

    Maria, casada com Jaconias, corre com a filha Glória junto ao peito, fugindo do lugar onde foram viver. A partir daí, a história vai sendo narrada num flashback entrecortado. Maria descobriu que, ali, as pessoas eram sacrificadas. Descobriu, também, que o marido fazia parte da “seita”. Quando percebe que não poderia mais fugir, sem forças, imagina que ela e a filha seriam mortas, mas o marido (que havia matado todos os outros perseguidores), mostra-se também como fugitivo, e, enfim, a família se salva.

    Comentário:

    Conto muito bem escrito, com estrutura perfeita, que usa o recurso do “flashback entrecortado” com muita propriedade. O suspense é muito bem retratado, acompanha a narrativa em dosagem correta, instiga e prende o leitor. O desfecho é surpreendente. O final ameniza a leitura, gera um conforto, consolida o texto. Um ótimo trabalho. Não percebi deslize de escrita. É uma criação sólida, competente. Um dos bons trabalhos desta Liga…

    Parabéns, Stefano Reis (House in the Night????)!

    Boa sorte no desafio!

    Abraços…

  15. Pedro Paulo
    11 de maio de 2019

    RESUMO: A primeira coisa que se lê é a fuga de Maria mata adentro, tentando salvar as vidas da filha e dela mesma. Correm de Jaconias. Depois de descobrirmos essa terrível situação, ficamos sabendo um pouco mais sobre a vida desta família, iniciando pelos problemas de Jaconias, parcialmente encerrados na persecução de uma religião, onde encontrou Maria, com quem se casou e teve Glória, filha deles. As coisas dão errado, no meio do adultério e desemprego, e então Jaconias consegue um emprego na região Norte, para onde se muda. A esposa e filha também seguem para lá meses mais tarde, para descobrir uma mudança radical do marido e uma estranheza assombrosa nos demais moradores. Tudo se explica quando os descobre metidos numa espécie de ritual demoníaco que foi cobrando um pouco de cada um e quase tudo de Jaconias, o que explica a perseguição que lemos no início. Ao fim, no entanto, descobre-se que Jaconias conseguiu fugir da promessa que fizera ao demônio e matou todos os seus colegas, assim salvando Maria e a filha.

    COMENTÁRIO: Existe um enredo típico neste conto, com alguns elementos principais, acho que três: passar-se numa região distante; ter um grupo de pessoas que equivalem à toda população do lugar e que toda ação inspira desconfiança; e o perigo parecer vir de uma pessoa próxima, de dentro da família. De certo modo, um filme recente que traz essas características é “Corra!” No entanto, enquanto em “Corra!” temos um subtexto, relacionado ao tema do racismo, este conto não se desenvolve com tanta originalidade e com este comentário quero também tocar em outros problemas.

    Primeiro, um ponto básico no qual eu não costumo me delongar, mas que aqui merece algum destaque, que são os erros deixados pela revisão. Falta acentuação em algumas ocasiões (“sentando-se no banco imediatamente a frente do seu” – faltou crase/”diante desta cruz nos te chamamos” – faltou acento agudo) e, em outros casos, vê-se problemas também de concordância, verbo conjugado no plural e o objeto no singular. O erro que mais impactou a leitura foi na narração do ritual dos moradores, como explicitado no trecho abaixo:

    “E se flagelam com punhais, deixando escorrer o sangue sobre as próprias cabeças.
    “Nós te chamamos com o punhal ainda úmido das carnes de um animal peçonhento”. “Nós te oferecemos a nossa irmã”!
    E incendeiam o corpo de Ana.”

    O conto, até então narrado no passado, passou para uma narração no tempo presente, o que persiste por algum tempo e acaba confundindo um pouco o leitor. Eu já escrevi um conto com esse problema durante toda a leitura, ironicamente no último desafio “terror” antes deste. As críticas acimas se encaminham a um único conselho: cuidado com a revisão.

    A outra parte desta crítica se encaminha à estrutura do enredo, demasiado expositivo ao situar os personagens. Acredito que no fim das contas, o contexto em que Jocanias e Maria se conheceram e casaram não importou muito a não ser para nos dizer que eles teriam uma ligação forte, algo que poderia ter sido mostrado de forma mais rápida e sucinta, da mesma forma que os problemas pelos quais passaram. O adultério mencionado, por exemplo, não pareceu influir muito mais em suas vidas a não ser como um problema para movê-los de um ponto a outro no enredo.

    O mesmo problema de exposição se dá quando nos é revelado o motivo pelo qual os moradores se associaram ao demônio e como ocorreu. O conto, então, passou a operar em três tempos: o da fuga, o da descoberta e o tempo passado em que o pacto se deu, contando até mesmo com um diálogo entre o chefe da mina e um dos trabalhadores quanto à necessidade do pacto. Só se faz um pacto com o demônio quando se precisa, então não havia motivo para narrar de forma tão detalhada como eles chegaram a isso, principalmente com os diálogos tendo sido: “a situação da ruim, precisamos fazer isso”, o que não inspira empatia pelos personagens. Todo esse trecho, embora tenha servido a explicar a natureza da situação, foi longo e mal situado no conto, pois interrompeu um momento de clímax em que Maria descobria o mistério. Em suma, foi um trecho anticlimático e que quebrou o ritmo da leitura. A fuga, ao mesmo tempo, embora uma legítima situação de risco, não me envolveu, justamente pela montagem da situação ser tão “típica” e pelo desenvolvimento ter sido tão desordenado, sem apelo emocional, mais puramente narrativo, do tipo: isso precisa acontecer para que aquilo aconteça.

    O final rompeu com o que o enredo montara, e não de uma forma surpreendente, mas incoerente. É claro que levo em conta que Jocanias demonstrara arrependimento em sofrimento ao ter a esposa ali, mas até então, ele a perseguia e gritava ameaças, e não para se explicar. Como a maioria do conto se desenrola na perspectiva de Maria, a súbita mudança de Jocanias para salvá-los (e para onde foi o demônio, afinal?) é algo que não se explica e se demonstra mais como inconsistência.

    Enfim, espero que eu tenha sucedido em apontar de forma bem argumentada os problemas que achei na minha leitura. Trata-se de um enredo típico cujo desenvolvimento não vai à originalidade e também não se faz num bom ritmo, além de problemas de revisão.

    Boa sorte!

  16. Paula Giannini
    11 de maio de 2019

    Olá EntreContista,

    Tudo bem?

    Resumo:

    Depois de se mudar a trabalho para o norte, um marido fica esquisito. Quando vai ao seu encontro, a mulher descobre uma espécie de seita satânica, da qual tenta escapar. O que, de fato, acontece como desfecho, porém com a inesperada ajuda do próprio marido.

    Meu ponto de vista:

    Com ares de filme, o conto traz uma trama cheia de acontecimentos e personagens. As situações, clássicas do gênero, são bem descritas e levaram a leitora a visualizar a trama e seu desenrolar, que, por algum motivo, lembrou-me da minha infância, quando meu pai era transferido como engenheiro para uns lugares meio ermos no interior do país. Lá não havia nada de macabro, mas, o clima, sei lá, algo me remeteu a isso.

    Achei o final um tantinho abrupto, com o elemento surpresa, a mudança de “personalidade do marido”, um pouco inesperada demais. Como sugestão, o(a) autor(a) poderia “plantar” pistas durante a narrativa, para que a leitora desconfiasse do que aconteceria em seguida. Leitores adoram desconfiar. Talvez, a pista tenha vindo na noite em que o marido chora, não sei.

    Outra sugestão que faço (aqui estamos todos para aprender) é quanto aos tempos verbais. O texto ora aparece no presente, ora no passado. É bom definir um deles em uma revisão.

    Lembro que essas são apenas as minhas impressões, nada que estrague a boa veia de contador(a) de histórias do(a) contista.

    Parabéns por escrever.

    Beijos

    Paula Giannini

  17. Antonio Stegues Batista
    9 de maio de 2019

    DAS PROFUNDESAS- é a história de Maria e Jaconias. Ele começa a trabalhar num outro estado e depois leva Maria e a filha par morar com ele. Quando Maria chega, percebe que ele está mudado. Os colegas dele são muito estranhos. Certa noite, Maria resolve seguir o marido. Jaconias se encontra com os colegas numa caverna, para oferecer mulher de um deles, que se suicidou, a um demônio em troca de prosperidade. Maria é descoberta e eles saem atrás dela. Jaconias a alcança e diz que havia matado todos eles. Pega a criança e volta para casa. Maria o segue.

    Achei muito bom o enredo, as descrições dos personagens, os diálogos, as frases bem construídas, a narração mesclada em tempo passado e presente. Tudo muito bom, porém, o final abrupto foi decepcionante. Trouxe frustração e dúvidas. Se Jaconias era ruim das ideias desde que nasceu, inclusive prometeu sacrificar a filha, como ele ficou bom de repente a ponto de matar seus companheiros para salvar Maria e a criança? Deveria haver uma explicação lógica, como um milagre, intervenção divina, ou mesmo alienígena, para curá-lo da loucura. Ficou estranho ele dizer que iria estripar Maria e no momento seguinte, afirmar que havia matado os companheiros, agarrar a criança e voltar para casa, como se tudo estivesse bem. A não ser que ele estivesse fingindo, mentido para sacrificar a criança depois. Talvez a história seja mais longa e faltou espaço, o que torna um final frustrante, porque deixou dúvidas.
    Boa sorte no próximo tema.

  18. Fernando Cyrino.
    9 de maio de 2019

    O homem que sofria com os demônios casa-se com Maria que tem o dom de acalmá-lo e arrefecer os capetas que o atribulam. Só que mantem os diabos sob controle até o momento em que a vida começa a desandar. A esposa o trai, perde o emprego… Vai para o norte trabalhar em uma mina e depois de um tempo chama a mulher e a filha de cinco anos para se juntarem a ele. Lá chegada ela se dá conta de que todos parecem zumbis. A mina vai mal financeiramente e resolveram oferecer sacrifícios, casa fez maiores para um demônio em troca de prosperidade. O último sacrifício a ser feito era da inocente e pequena Glória. Maria foge e quando seu marido, que ela achava estar dominado pelos infernos chega, é para salvá-la, eis que ele havia morto todos o grupo. Ufa. Você começa a nos contar a história já pelo seu final, com Maria correndo pela mata. O encerramento também me trouxe uma surpresa. Pegou bem o relato inicial já conter o final da história. Isto aumentou o interesse pela história. No mais, o enredo não foi capaz de prender-me encantando-me. O final denotou criatividade, ficou legal o fecho que você deu à sua história. Ai, meu Deus, aqui temos grandes problemas. Comecei mesmo a anotar alguns pontos a serem verificados por você, mas vi que eram demais e parei. Olhe, você talvez tenha tido pouco tempo para revisar seu conto. Quem sabe, tenha ficado tudo para a última hora e aí não houve tempo hábil para fazer os acertos. Por favor, seu conto merece, revise bem tudo que enviou. Tem muita coisa pedindo para ser acertada. Exemplos: Fez a anfitriã, ao invés de foi a anfitriã; Espamos; Convidades… Pois é, uma história que merecia mais cuidados da sua parte. Achei que o conto poderia ter oferecido bem mais. Receba o meu abraço fraterno. Fernando.

  19. neusafontolan
    8 de maio de 2019

    Uau. Que virada no final!
    Parabéns pelo conto.

  20. Rubem Cabral
    7 de maio de 2019

    Olá, Stefano.

    Resumo da história: Jaconias e Maria são um casal. Jaconias tem um histórico de problemas emocionais e de vício, porém Maria, com sua doçura e fé, “levantou” o rapaz. Casaram-se, tiveram uma filha e foram felizes por um tempo, até que Jaconias ficou desempregado e começou a afundar outra vez. A oportunidade de trabalho num canto remoto do Brasil prometia melhoras, contudo. Ao visitar o marido, Maria descobre outras pessoas com comportamentos estranhos. Ao espionar o grupo, Maria vem a saber de um culto demoníaco e é então perseguida pelo grupo. Ao finalmente ser alcançada pelo marido, para seu alívio, Maria nota que o marido em verdade estava protegendo-a (e a filha tbm) dos outros adoradores de Dibbuk.

    Prós: história ambientada no Brasil, contada com boa clareza e sem fazer uso de muitos clichês.

    Contras: variação temporal (narração no presente e no passado, sem justificativa temporal), alguns erros de português, um certo moralismo implícito na história.

  21. Angelo Rodrigues
    5 de maio de 2019

    Resumo:
    [Terror com viés de negócios falidos, mal insabido, embora judaico, e final feliz]
    Jaconias, um sujeito meio esquisito, a começar pelo nome, que mais parece “já comias”, toma chifres da mulher, vai trabalhar nos perdidos confins do Pará, chama a mulher para estar com ele, ela descobre que o pessoal de lá é da pesada e coisa e tal, de caso medonho com um tal de Dibbuk. Ela descobre tudo e foge, o marido a persegue e a encontra, revela que matou todo mundo que a queria morta, a ela e à filha Glorinha. O medo passou, e agora eles estão de boas, porque está tudo beleza, graças a Deus.

    Comentários:
    Caro Stefano Reis,
    O que o conto apresenta não é novidade, o enredo é conhecido: o monstro na caverna, o sacrifício humano como recompensa a algum ganho pecuniário, grupos de fanáticos e por aí vai. Isso não chega a ser problema quando a trama, embora antiga, é bem conduzida, que foi o que aconteceu aqui, ao menos em parte.
    Sugiro ao prezado contista que reveja uma série de inconsistências, que vão desde vírgulas mal colocadas até erros de grafia de algumas palavras. Mas isso não é um problema que não se o possa resolver com alguma paciência.
    Alerto para uma questão simples, embora decisiva na profundidade da narrativa. A filha Glória é posta no conto apenas para se tornar um troféu de sacrifício ao final do conto. Ela atravessa a narrativa sem nenhum protagonismo. Ora é criança demais, ora dorme, ora desaparece no decorrer do texto. Haveria de ser dado a ela o protagonismo que justificasse o seu sacrifício ao final, talvez uma voz, uma vontade, enfim, algo que a tornasse real aos olhos do leitor.
    Outra coisa. Jaconias é dado como um sujeito meio doido, depois vira corno, como se essa forma de narrar o devesse conduzir a uma vida demoníaca. Acho que Jaconias não merecia isso, ao contrário, a passividade dele, a sua bonomia, e, sua posterior virada a se tornar demoníaco, daria mais autenticidade ao conto. Da maneira como foi colocado, a surpresa se frustrou, e ser um sujeito do mal não se constituiu em surpresa.
    A escolha dos nomes. Não entendi o motivo de Dibbuk – isso, exato este nome – se tornar o grande vilão da história. Dibbuk pertence ao folclore judaico, um espírito que busca abrigo e refúgio em corpos de pessoas ainda vivas, é um ente que se apodera dos corpos das pessoas. Não acredito que essa subversão, transformando-o em um ente de cavernas e tal, traga verossimilhança ao conto, ao contrário. Isso não ajudou, particularmente àqueles que previamente o conhecem. Ficou deslocado.
    Tenho visto aqui, e este é o sétimo conto que leio, uma profusão de saídas religiosas para os contos, onde, ao final, os protagonistas se escoram em rezas ou grupos religiosos. Com toda tranquilidade, se me é permitido, acho que a religião em contos de terror, devem aparecer como parte do terror e não como solução a ele, ou mesmo fazendo parte do conflito e não como lenitivo para sofrimentos.
    Mas isso é apenas uma opinião.
    Bem, parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.

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Publicado às 1 de maio de 2019 por em Liga 2019 - Rodada 2, Série B e marcado .
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