EntreContos

Detox Literário.

Capitão Ventania (Gustavo Araujo)

Levou um pouco de tempo, mas um dia eu finalmente entendi porque meu pai insistia tanto para que eu e o Marquinhos ouvíssemos as aventuras do Capitão Ventania no rádio. Ele vivia dizendo que era a coisa mais legal do mundo, que era super emocionante, que a gente só precisava soltar a imaginação… Mas nós, claro, não dávamos a mínima bola, afinal, o que os pais sabem de heróis de quadrinhos?

Tínhamos muitos gibis do Capitão Ventania, o Homem Mais Rápido do Mundo. Desde que eu era pequeno, o Marquinhos lia tudo para mim. Era impossível que as histórias do rádio fossem tão boas quanto aquelas que meu irmão me contava. Mas então, num fim de tarde qualquer, aconteceu. Acho que estávamos cansados, não sei… Só sei que meu pai chegou com aquele jeito manso dele, como quem não quer nada, e quando percebemos estávamos ouvindo “As Aventuras do Capitão Ventania, com oferecimento da Rede de Docerias Osmar Melo“. E foi mesmo emocionante. O jeito que o homem narrava, a música por trás mexendo com os nossos nervos, a empolgação, os perigos, dava para imaginar tudinho. E no fim, vinha a famosa frase dita pelo nosso herói: “Podem contar sempre comigo, pessoal!

Um dia, de tão empolgado, o Marquinhos fez para nós uns raios igual ao do uniforme do Capitão Ventania. Disse que iria colocar nas nossas camisas, assim, secretamente, e que em breve iria arranjar uns foguetes portáteis, desses que a gente pode colocar nos patins. Inspirados pelo nosso herói, seríamos uma nova dupla de combatentes do crime, prontos a ajudar a população e a prender os bandidos.

Talvez nosso pai não aprovasse. Sempre preocupado comigo e com o meu irmão, podia ficar assustado vendo dois meninos saindo pela janela com foguetes nos pés. Mas acho que no fundo ele ficaria orgulhoso. A gente estaria em todos os jornais, heróis de verdade ajudando a população e fazendo justiça. Se tivéssemos sorte, disse o Marquinhos, talvez ele mesmo se juntasse a nós. Numa dessas valia a pena fazer um raio para ele também.

***

Outra coisa que preciso confessar é que nunca gostei de sopa. E quando foi a minha vez de vir para o hospital, parecia que só tinha isso. Todo dia, toda noite. Quer dizer, na hora do almoço às vezes aparecia arroz com batata e uma carninha, mas na janta, sinto informar, era só aquela coisa aguada com dois ou três pedaços de cenoura perdidos no prato. A moça que trazia a tigela até que parecia simpática, mas depois de tantos dias já não dava mais para ficar feliz quando ela chegava.

Meu pai, à noite, até que tentava me animar, mas era muito difícil. A comida não tinha gosto de nada. Ele dizia para eu tomar porque precisava ficar forte. Eu até que tentava, mas depois de três ou quatro colheradas, ficava impossível. Teve uma vez que eu quase vomitei. Foi horrível.

Eu tinha pena do meu pai. Ele trabalhava o dia todo e à noite vinha ficar comigo. Era muito cansativo para ele. Às vezes eu penso que era bom ele não ter mais que se preocupar com o Marquinhos. Só que depois eu me arrependia desse pensamento. Não era uma coisa legal.

Não sei direito o que meu pai fazia para ganhar dinheiro. Se não me engano era alguma coisa que tinha a ver com ônibus. Não, ele não era motorista de ônibus e nem cobrador. Acho que ajudava os cobradores a chegar nos ônibus, ou organizava os horários. Mas o certo é  que ele vivia cansado. Apesar de tentar disfarçar, dava para perceber pela voz dele. Na verdade, ficou pior depois que o Marquinhos foi embora. Mas ainda assim ele conseguia brincar comigo no hospital depois que vinha do trabalho.

Ele arrumava a cama ao lado da minha — na verdade era um sofá que ele tirava o encosto para fazer de cama — ajeitava a mesinha na minha frente e a gente começava. Ah, sim, esqueci de dizer que eram carrinhos. Tinha caminhão, trenzinho e ônibus também. A gente brincava de cidadezinha. Volta e meia um carro ou um ônibus ficava preso no trilho do trem. As pessoas ficavam desesperadas. A gente fazia as vozes de todo mundo! E também os barulhos. Mas então, como eu ia dizendo, o carro ficava preso nos trilhos e um acidente era inevitável. Mas claro, no fim, ele aparecia à toda velocidade. Sim, o Capitão Ventania. Ele vinha e salvava todo mundo bem na hora! O maior herói de todos os tempos! Podem contar sempre comigo, pessoal!

***

O problema começou com uma tosse que não parava mais. O pobre do Marquinhos não conseguia nem respirar direito. Então nosso pai levou ele para o hospital. Disseram que era um problema no sangue, que era muito difícil de resolver. O Marquinhos tinha doze anos. Na época eu fiquei na casa do Seu Lourenço e a da mulher dele, a dona Dalva. Ela me levava pela mão para a escola, todos os dias, e fazia sanduíche de presunto. Todos os dias. Mas até que era gostoso.

Acho que durou uns três meses ou mais. Meu pai vinha me ver e ia trabalhar, depois ficava no hospital à noite com o meu irmão. Até que um dia aconteceu, né? O Marquinhos não aguentou mais de tanto tossir. Meu pai disse que tentou dar um pouco do sangue dele para o Marquinhos, mas que não funcionou. Mas no fim, ele falou que era melhor desse jeito, que o Marquinhos ia ficar com a mamãe lá no céu, esperando a gente.

***

Eu tinha oito anos. Quer dizer, sete, mas era quase oito, quando tudo isso aconteceu com o meu irmão. Isso foi há uns dois anos.

Sabe quando a gente meio que espera que algumas coisas aconteçam na nossa vida? Então, depois que o Marquinhos foi embora eu só fiquei esperando a minha vez. Eu sabia, tinha certeza de que ia chegar. Por isso eu não me espantei muito quando meu pai me levou para o hospital. Não que eu tivesse começado a tossir sem parar também, nada disso. Era outra coisa, diferente. Ninguém quis me dizer nada, mas só de ir para o hospital já fiquei alerta. Tava na cara que não era algo simples.

Até me falaram, depois de muita insistência, que eram exames de rotina, que não era para eu me preocupar, mas claro que era mentira. Só podia ser aquilo, a mesma coisa que pegou o meu irmão. O negócio do sangue. Ninguém tinha coragem de me dizer, claro, né, porque ninguém gosta de dar notícia ruim. Claro que eu tentei falar com o meu pai sobre toda a situação, mas ele também disse que não era nada. E porque ele ficava triste quando falava no Marquinhos eu acabei desistindo de saber, torcendo, secretamente, pelo melhor.

***

Um dia, sem o menor aviso, as enfermeiras entraram no quarto, conversando alto, entre elas, parecendo que eu nem estava ali. Foi tudo muito rápido. Elas mexeram nos aparelhos, como que para ter certeza de que tudo estava funcionando direitinho e começaram a empurrar a cama. Provavelmente ajustaram o soro ou usaram algum remédio diferente, porque eu comecei a sentir uma dormência subindo pelas pernas, chegando até a cabeça, como que me sugando para um sono irresistível.

Ouvi o médico chegando de longe, meio esbaforido. Ele perguntava se eu estava pronto, se era a hora. Eu quis perguntar onde estava o meu pai, mas as palavras simplesmente se recusaram a sair da minha boca. Senti a mão quente de alguém da minha testa, alisando meus cabelos e dizendo para eu dormir.

Não sei quanto tempo passou, mas em minha cabeça surgiam imagens coloridas, clarões. De repente tudo ficava branco e voltava a se apagar. Ouvi sons de conversas, ruídos que lembravam talheres se batendo, bipes contínuos. Um cheiro de ferrugem apareceu do nada. Eu estava sonhando, pensei. Uma cena se formou na minha imaginação. Médicos, todos vestidos com avental, touca na cabeça, luvas e máscaras no rosto. Eles seguravam instrumentos compridos e pontudos e aquilo me deu um calafrio na espinha.

Em meio ao sonho, fiquei pensando se era assim que acontecia, se era por isso que o Marquinhos tinha passado antes de ir embora. Tentei acordar, erguer o pescoço, me mexer, mas parecia que tinham me engessado todo.

Então, aquela sensação de sono gigantesco veio de novo, que nem uma onda, e eu me senti afundar. A última imagem de que me lembro era de outra cama, do lado da minha, na sala de cirurgia. Nela tinha uma pessoa deitada. Era meu pai, eu tinha certeza. Cheio de tubos e fios, os olhos fechados. Como eu.

***

É estranho perceber a luz na escuridão. Assim, quando tudo está imensamente escuro e de repente surge uma luzinha, bem pequena lá longe. Aí ela vai ficando maior e maior, até que então tudo fica iluminado. Eu nunca tinha experimentado isso, essa sensação de ter os olhos inundados de vida.

Na hora em que o médico retirou o tampão, ele disse que era para eu me acostumar aos poucos, ir devagar, já que podia ficar tonto. Claro que o meu coração estava a mil por hora, parecendo que ia sair pela boca, mas de alguma forma eu consegui ficar calmo.

Meu pai estava ali. Com aquela voz serena, a que eu tinha me acostumado há tanto tempo, me incentivando, mal disfarçando a própria ansiedade. “Vai, Pedrinho”, ele dizia. “Um mundo novo te espera, meu filho.”

No início estava tudo embaçado, eu não consegui focar imagem nenhuma. Mas logo as pessoas, o ambiente, as coisas, tudo foi ganhando forma. As cores, o que eram as cores? Não disfarcei o sorriso. Eu estava vendo tudo aquilo. De verdade, não na minha imaginação, não de uma maneira que eu tinha inventado na minha cabeça, com os meus dedos ou com os ouvidos, mas como realmente eram. Sim, tinha dado tudo certo.

Olhei minhas mãos, minhas pernas, a roupa que estava vestindo, a cama em que estava sentado. A cor dos lençóis, os quadros na parede, o médico ao meu lado. Era incrível.

À minha frente, um homem em pé me olhava com a expressão firme e um sorriso indisfarçável. Tinha os braços cruzados. No rosto trazia um tampão no olho direito.

Meu pai.

Abriu os braços e veio na minha direção.

Foi quando vi que ele usava uma camisa com um raio de papel colado no peito.

Meu herói. O Capitão Ventania.

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23 comentários em “Capitão Ventania (Gustavo Araujo)

  1. iolandinhapinheiro
    16 de junho de 2019

    Olá. Um conto muito bonito e cheio de referências de uma infância muito parecida com a minha, daí a identificação com o seu texto. Vc conta as coisas de uma maneira muito suave, deixando escapar a emoção aos poucos. Só quando o menino se operou foi que percebi que ele era cego, aí voltei ao início e identifiquei alguma pistas deste fato. Depois o homem faz uma cirurgia para a doação de córnea (acho) para o filho sobrevivente. Eu até me lembrei de um texto do Jorge Santos em que o pai cedia um dos olhos ao filho.

    Amigo, Gustavo, sempre é bom ler o que vc escreve, e, desta vez não foi diferente. Parabéns pelo lindo conto. Quando eu vi que seria infantil ou terror, pensei que o infantil deveria ser, obrigatoriamente, um conto para entreter crianças. O que não é o caso do seu. Que bom que o concurso deixou o leque aberto para outras interpretações da proposta.

    Um grande abraço.

    Iolanda.

  2. Gustavo Azure
    15 de junho de 2019

    RESUMO Um garoto cego adora ouvi os quadrinhos de seu super-herói favorito, até que seu pai lhe apresenta o programa no rádio. Seu irmão morre. Anos depois passa por uma cirurgia para conseguir enxergar.
    CONSIDERAÇÕES Existe uma sutileza bonita em como a história é contada, como o personagem se expressa e em como os acontecimentos são revelados, tudo sem artificialidade.
    NOTA 4,3

  3. Cirineu Pereira
    15 de junho de 2019

    Resumo
    Narrativa da rotina de um garoto deficiente visual, órfão de mãe e que vive com pai e irmão mais velho, até que, enfermo, esse também vem a falecer. Pai e irmão mais velho entretém o pequeno deficiente com as histórias de um herói infantil. O conto é arrematado com uma cirurgia após a qual o menino vê seu pai pela primeira vez, este então fantasiado como Capitão Ventania.

    Aplicação do idioma
    Sem erros aparentes. Bom domínio de idioma e vocabulário apropriado ao pretenso público alvo.

    Técnica
    Boa técnica narrativa, com boa aplicação de recursos e demasiado apelo dramático. Sem enlevos de estilo.

    Título
    Pobre, ainda que apropriado, não incita, por si só, a leitura do conto.

    Introdução
    Mediana. Não diria que soa incitante para o público alvo, o que exigiria mais criatividade, mas é tecnicamente correta.

    Enredo
    Bom enredo, considerado o público alvo. Pareceu-me fazer falta um ou outro diálogo, bem como a presença de eventos e elementos paralelos ao núcleo familiar. Tais ausências restringiu demais a narrativa.

    Conflito
    Bom conflito, porém com carga de dramaticidade mal dosada.

    Ritmo
    Deveras regular e linear, pendendo para o enfado.

    Clímax
    Desfecho bom em que algo é deixado para a interpretação do autor, porém particularmente aqui o conto despenca para o sentimentalismo e, provavelmente, o sentimentalismo em si não seja o mal, mas a forma explícita como ele é expresso é que adicione um quê de pieguice à história.

    Personagens
    Todos os personagens são muito bem delineados considerado o contexto e o público alvo.

    Tempo
    O tempo da narrativa é deveras linear e mal marcado.
    Espaço

    O espaço é mal descrito, mas aqui cabe um desconto, posto a condição especial do narrador protagonista.

    Valor agregado
    Uma história dramática, apelativa, não obstante a tentativa de se fazer o narrador protagonista soar ingênuo e carismático. Receita repetida à exaustão.

    Adequação ao Tema
    Conto adequado ao gênero infantil

  4. Gustavo Azure
    15 de junho de 2019

    RESUMO Uma breve história sobre um menino e o seu super-herói favorito. CONSIDERAÇÕES Existe uma sutileza bonita em como a história é contada, como o personagem se expressa e em como os acontecimentos são revelados, tudo sem artificialidade.
    NOTA 4,3

  5. Ana Carolina Machado
    15 de junho de 2019

    Oiiii. Um conto emocionante sobre dois irmãos(Marquinhos e Pedrinho),o pai deles e o super herói favorito deles o capitão ventania. No começo vemos uma certa relutância dos meninos para ouvirem as aventuras do herói na rádio, mas depois que escutam logo se apaixonam e passam a se imaginar como heróis. Na segunda parte vemos Pedrinho no hospital e logo depois sabemos que o irmão dele morreu. O que deixa ainda mais dramático o fato dele está no hospital e ficamos pensando no que o pai não estaria sentindo, pois ele tenta se manter forte pelo filho, o distraindo da dor.Por falar no pai no fim ele prova ser um herói de verdade ao doar uma de suas córneas para que o menino pudesse ver. E nesse momento temos a reviravolta de que o Pedrinho via tudo com os olhos da imaginação, talvez por isso ele fala no inicio que era o irmão que lia as histórias em quadrinho para ele. Uma narrativa bem emocionante , principalmente porque acompanhamos tudo pelo ponto de vista da criança e no final ele sempre terá no pai o herói que ele tanto procurou nos quadrinhos. Mas desde o começo o pai sempre foi um herói, pois enfrentou a perda de um dos filhos e ainda se manteve forte pelo outro. E gostei da imagem no inicio do conto, notei que no canto da imagem do gibi do capitão ventania tem até uma figurinha verde que diz que foi aprovado pelo juri entrecontos. Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.

  6. Estela Goulart
    14 de junho de 2019

    Resumo: história sobre um menino chamado Pedro que é fã do herói das Histórias em Quadrinhos do Capitão Ventania. Seu irmão, Marquinhos, costumava ler par ele as histórias e o pai sempre ansiava para que ouvissem no rádio. Um dia, Pedro é levado a uma cirurgia e descobrimos que ele era cego e volta a enxergar.

    Comentários da história: super criativa e cheia de uma emoção sutil e inocente infantil. Não esperava que o menino fosse cego e quando ele voltou a enxergar, reli todo o conto para que eu realmente falasse “nossa, fez muito sentido”. É uma boa história. Mas achei que faltou falar mais sobre o Capitão Ventania.

    Comentários da narrativa: gostei da progressão e do modo como o menino contava sua história. Sobre a gramática: nenhuma objeção, sem erros gramaticais.

  7. Priscila Pereira
    14 de junho de 2019

    Capitão Ventania (Pedrinho)

    Resumo: Um menino e seu irmão amavam um super herói de histórias em quadrinhos, eles brincavam que eram o super herói e imaginavam grandes aventuras até que o irmão mais velho morre. Depois de um tempo o protagonista é internado e teme estar morrendo também, mas depois de uma cirurgia ele começa a enxergar, aí descobrimos que ele era cego, seu pai doou um de seus olhos para que o filho pudesse ver, se tornando assim, um verdadeiro herói.

    Olá Autor(a), muito bom o seu conto!!! Pra mim a melhor parte foi o susto ao descobrir que o protagonista é cego, eu nem imaginava! Você conduziu a narrativa muito bem, depois reli e percebi que havia várias pistas. Um conto cheio de aventura, superação e amor, muito amor de um pai que dá uma parte de si mesmo pelo bem estar do filho. Parabéns! Um ótimo conto!

  8. Sarah
    14 de junho de 2019

    Um menino que é cego acaba perdendo o irmão com oito anos, anos depois ele vai para o hospital e após realizarem uma cirurgia ele consegue enxergar.
    Descobrimos que o pai do garoto doou um de seus olhos para ele.

    Em primeiro lugar meus parabéns, sua história é linda, envolvente, tocante, emocionante.
    Adorei todas as partes dela, a relação do Pedrinho com o irmão, ou de ambos com o pai. Tudo que colocou na história encaixa muito bem, as histórias que eles ouviam no rádio ou que o irmão dele
    lia e o final do conto, ficou perfeito.
    A minha única dúvida é qual era o trabalho do pai do Pedrinho? Uma das melhores histórias que eu já li aqui no concurso.
    Também gostei do estilo de escrita, bem leve, fácil de ler. Confesso que demorei pra entender que o Pedrinho era cego.
    E amei o final do conto, mostrando que o pai dele era um herói para ele, foi magnífico.
    Dois pontos que me chamaram a atenção foram esse medo que ele desenvolveu de hospitais e a certeza dele que morreria como o irmão. E no final quando ele começa a ver tudo que está ao redor dele, principalmente a parte em que ele vê o pai, foi incrível.

  9. Antonio Stegues Batista
    12 de junho de 2019

    Uma bela história, um pai que faz de tudo por um filho. O pai herói. Tenho a impressão de que já li algo parecido, só que o herói era outro. De qualquer forma, um bom conto.

  10. Shay Soares
    2 de junho de 2019

    Um garoto conta sobre a morte do irmão e uma cirurgia pela qual passou.

    O conto tem uma trajetória muito bacana, a história vai se desenvolvendo de maneira natural e os elementos vão guiando o leitor pela jornada de Pedrinho.

    Eu me senti um pouco enganada pelo título e pela imagem rs esperava um conto muito mais de herói do que um drama hehe

    A introdução já começa em ação e desperta a curiosidade para saber por qual razão ele finalmente entendeu.

    Talvez pela expectativa que eu criei com o título e introdução o meu ânimo não conseguiu acompanhar a mudança do tom do conto (de aventura para drama) e acabei não sentindo o peso do que o personagem estava experienciando.

    O personagem ser cego, por alguma razão, gerou mais desconfiança do que surpresa.

    Senti o texto um tanto melancólico, acho que mesmo sendo um drama, por ser infantil/juvenil ele poderia ter mais passagens um pouco mais “descontraídas”, como a cena onde o Pedrinho descreve a brincadeira com carrinhos (entre ele e o pai).

  11. Paulo Luís
    2 de junho de 2019

    Olá, Pedrinho , boa sorte no desafio. Eis minhas impressões sobre seu conto.

    Resumo: Dois irmãos se divertem com seus heróis de infância, ora nas HQ, ora pelo rádio, mas ambos conviviam com o terrível mal de doenças, pelo que entendi, o mais velho sofria de leucemia, o qual recebeu uma transfusão de sangue do pai, mas que não foi suficiente para salvá-lo, vindo a falecer. O mais novo, entretanto parecia sofrer de um mal da visão, o qual foi preciso um transplante de córnea, talvez. Do qual o pai fez a doação, desta vez bem sucedida.

    Gramática: Não percebi nada de grave quanto à gramática.

    Tema/Enredo: O conto entabulou as duas temáticas do desafio, Terror/infantil. O enredo divide-se, entre a diversão infantil com seu herói, um certo Capitão Ventania, e o hospital, onde ambos são portadores de mal de saúde. Mas um tanto mal desenvolvido, as doenças, por exemplo, não ficam bem definidas da forma como foi colocada, o garoto mais novo só no final demonstra a cegueira da qual sofria. Mesmo instantes antes do transplante passa a sensação de que ele sofria do mesmo mal do irmão mais velho, leucemia. A ideia bem interessante, entretanto mal resolvida como enredo. No meu entender, claro.

  12. Sidney Muniz (@SidneyMuniz_)
    23 de maio de 2019

    Resumo: Capitão Ventania (Pedrinho)

    No texto o personagem é fissurado no herói Capitão Ventania, o conto tem aquela coisa de ir revelando fatos e dando cada vez mais a história, entregando-a para o leitor. Eram dois irmãos, um morreu, doente, o que lia as histórias para o outro que era impossibilitado de ler por ser deficiente visual, mas certo dia seu pai doa a córnea para ele, após o irmão dele morrer e ele finalmente enxerga. A história é doce, o melhor conto infanto ou infantil até aqui. Gostei bastante!
    Avaliação: (Para os contos da Série A-B não considerarei o título, as notas serão divididas por 5 para encontrarmos a média. Porém teremos uma ordem de peso para avaliação caso tenha empates… Categoria/ Enredo / Narrativa / Personagens / Gramática.

    Terror/infanto juvenil: de 1 a 5 – Nota 5 (Não é terror e nem infanto para mim, é uma tentativa de unir os dois, eu acho)

    Gramática – de 1 a 5 – Nota 5 (Sem problemas)

    Narrativa – de 1 a 5 – Nota 5 (Para um conto do gênero, perfeita)

    Enredo – de 1 a 5 – Nota 4 (O Enredo é muito bom, não sei se o pai ser o doador foi tão interessante, mas gostei muito)

    Personagens – de 1 a 5 – Nota 5 (Excelentes personagens, os melhores até aqui)

    Total: 15,0 / 5 = 4,8

  13. Elisa Ribeiro
    18 de maio de 2019

    Um narrador-personagem narra em primeira pessoa episódios de sua infância relacionados ao seu convívio com o irmão mais velho e o pai. O relato culmina com a revelação de um evento marcante somente esclarecido ao final da narrativa.

    Um conto com apelo infanto-juvenil e enredo de filme de sessão da tarde.

    Funcionou. A amizade entre os irmãos, a dedicação do pai, o arco dramático do narrador protagonista, o final feliz e simpático, tudo planejado para agradar o leitor.

    A linguagem está bem adequada, simples e direta, bem conforme com a idade do narrador-protagonista. Sugiro, entretanto, uma pequena revisão porque em alguns parágrafos restou uma repetição incômoda de palavras/estruturas que poderia ser aprimorada.

    O ponto alto do conto está na surpresinha guardada para o final.

    Parabéns pelo trabalho e sucesso no desafio e em tudo mais! Um abraço.

  14. Fernanda Caleffi Barbetta
    16 de maio de 2019

    Resumo
    Marquinhos costumava ler gibis do Capitão Ventania ao seu irmão, Pedrinho, cego. O pai apresentou a eles uma programação em uma rádio que narrava a história do herói, o que fez com que os meninos decidissem que um dia poderiam fazer como o Ventania e ajudar as pessoas. Marquinhos morre quando Pedrinho tem quase oito anos e o pai se preocupa em cuidar do menino. Um dia, o pai se submete a uma cirurgia de transplante de córnea para dar a visão ao filho.

    Comentário
    Bonito conto, com uma mensagem bonita de doação e amor. Parabéns. Gostei do fato de ter usado um herói, mas achei que ele acabou ficando meio esquecido em boa parte da história. Poderia ter sido mais bem utilizado. Não acredito que contar a história de forma não cronológica seja a melhor opção para um texto infantil. É só minha opinião.
    Na parte da cirurgia, houve uma quebra na coerência. Ele diz já estar sonhando e depois cita a vontade de dormir novamente sem ter acordado. Depois da leitura completa, nós descobrimos que, na verdade, ele não estava dormindo, mas a narração precisa fazer sentido sempre.
    Algumas sugestões na parte da gramática
    fez para nós uns raios igual ao (iguais aos) do uniforme do Capitão Ventania
    Numa dessas valia (valeria) a pena fazer um raio para ele também
    mas (vírgula) depois de tantos dias (vírgula) já não dava mais para ficar feliz quando ela chegava.
    Ele trabalhava o dia todo e (vírgula) à noite (vírgula) vinha ficar comigo.
    Se não me engano (vírgula) era alguma coisa que tinha a ver com ônibus.
    Volta e meia (vírgula) um carro ou um ônibus
    Na época (vírgula) eu fiquei na casa do Seu Lourenço e a (tirar o a) da mulher dele
    Mas (vírgula) no fim,
    E (vírgula) porque ele ficava triste quando falava no Marquinhos (vírgula) eu acabei desistindo de saber
    Repetição um pouco cansativa do “até que” na segunda parte.
    Com aquela voz serena, a que (à qual) eu tinha me acostumado há tanto tempo

  15. George Armado
    15 de maio de 2019

    Sinopse: um garoto e seu irmão Marquinhos são motivados pelo pai a conhecer as histórias do Capitão Ventania, um incrível super-herói que possui seu próprio programa de rádio e quadrinhos. As duas crianças se divertem e sonham em combater o crime assim como seu herói. Ao longo da história vamos descobrindo quem é o verdadeiro herói dessa história.

    Comentário: O conto é bem trágico, mas também emociona. O final é cativante e sem erros ortográficos aparentes, parabenizo ao autor.

    A Árvore que Divide o Mundo – NOTA: 1,0
    Amarga Travessia – NOTA: 5,0
    Aquilo – NOTA: 4,5
    Capitão Ventania – NOTA: 4,0
    Demasiado Humano – NOTA: 4,5
    Lobo Mau, A Garota da Capa Vermelha e os 3 Malvados – NOTA: 1,9
    Magnum Opus – NOTA: 4,0
    O Fim de Miss Bathory – NOTA: 5,0
    O Jardim da Infância – NOTA: 5,0
    O Ônibus, a Estrada e o Menino – NOTA: 3,5
    O Parque – NOTA: 1,0
    Penumbra – NOTA: 1,5
    Prisão de Carne – NOTA: 3,5
    Rato Rei – NOTA: 3,0
    Seus olhos – NOTA: 4,0
    Troca-troca Estelar – NOTA: 5,0
    Variante Amarela – NOTA: 1,0
    Vim, Vi e Perdi – NOTA: 1,0
    ——————————–
    Melhor técnica: Aquilo
    Conto mais criativo: Amarga Travessia
    Conto mais impactante: O Jardim da Infância
    Melhor conto: Troca-Troca Estelar
    ——————————–

  16. Luis Guilherme Banzi Florido
    15 de maio de 2019

    Bom diaaa! tudo bem?

    Resumo: história de garotinho cego (uau, me pegou nessa) que conta sua trajetória, com a morte do irmão (leucemia?), e a surpreendente revelação de sua cegueira, já na cura. No fim, um tocante momento em que ele percebe que o pai é seu herói.

    Comentário:

    Muito bom conto! Tem uma dose emocional legal, prende a atenção, super bem escrito e de leitura fácil.

    Começando pelo começo, caprichou na imagem! Deu pra ver que se dedicou, cuidando até desses detalhes.

    Gostei bastante da leitura do conto. A leitura flui bem e é leve e caprichosa. O personagem do protagonista é bem construído, e você consegue manter muito bem o segredo da cegueira dele até o momento crucial. Isso é difícil!

    Existiam dicas durante o conto, que só dei atenção quando soube que ele era cego (por exemplo, o fato do irmão ler pra ele as histórias). Além desse segredo principal, você me pegou várias vezes com pequenas mentirinhas na história, hahah. Por exemplo, me levou a crer que os meninos tinham se jogado da janela, e depois me fez pensar que o pai ia morrer pra doar um órgão vital pro menino.

    Parabéns pela capacidade de conduzir o pensamento do leitor, isso acaba gerando boas surpresas.

    O final é emocionante! A descoberta do mundo pela visão, e a percepção do pai como o herói, foram mesmo tocantes.

    Parabéns e boa sorte!

  17. Davenir Viganon
    13 de maio de 2019

    Garoto que vive com pai e irmão (Marquinhos), são fãs do herói do rádio Capitão Ventania. Então o protagonista fica doente e seu pai luta para ajudá-lo pois ainda sofre pela perda anterior da esposa e do irmão. Então o menino passa por uma cirurgia e sobrevive.
    Achei dramático demais para ser infantil. O conto é competente em trazer a perspectiva infantil de um tema delicado como a doença e a perda de membros da família, mas não achei a linguagem bem encaixada para um público infantil, mas lendo como adulto, o conto é muito bom, não há dúvida, mesmo que os contos de drama não caiam tão bem no meu gosto pessoal. No fim das contas eu fecho o balanço de forma positiva, pois apesar de tudo temos uma boa história e está bem contada.
    [Comentário: Davenir Viganon]

  18. Evandro Furtado
    10 de maio de 2019

    A história de um menino que é fã de um personagem de história em quadrinhos. Ele perde o irmão para uma doença misteriosa. No final, descobrimos que ele é cego e seu pai faz um transplante de olho.

    Há pontos positivos e negativos aqui. Em relação à narrativa, na maior parte o desenvolvimento é perfeito. Segue uma estética bem característica do gênero e parece que é realmente uma criança contando a história. O único alerta que eu faria seria em relação à escolha de vocabulário. Em alguns momentos, há algumas palavras complexas demais, e isso quebra o sentimento passado. A história é bastante cativante e impactante. Só acho que o desenvolvimento para o final falhou um pouco. Há uma pequena dica lá no começo de que o garoto não enxerga, mas depois isso é esquecido e só volta no final. Se fosse permeado pelo texto, o impacto final teria sido maior. Ainda assim, é impossível não derreter com a frase final.

  19. C. G. Lopes
    10 de maio de 2019

    RESUMO:
    O narrador é um menino de oito anos, irmão do Marquinhos de 12 e que têm um pai, muito bacana que divide com eles a admiração pelo Capitão Ventania, herói dos quadrinhos e da rádio. Vive aparentemente uma infância feliz, mas ninguém é feliz para sempre. A mãe já descansava em outro plano e agora Marquinhos começou a tossir. A tossir tanto que teve que ir para o hospital e nunca mais voltou. Não passa muito tempo e agora o menino também está no hospital e tem a certeza que vai repetir a mesma história do irmão: vai morrer. O pai nunca o abandona, mesmo cansado do trabalho e da dura rotina ele está sempre à cabeceira, dando carinho, brincando, sendo pai. É quando temos o início de um novo tratamento, aparentemente uma cirurgia que lhe traz a cura e quando acorda a primeira pessoa que vê é seu pai com o símbolo do capitão ventania no peito.

    CONSIDERAÇÕES:
    Mais uma história edificadora, inspiradora. Dessas que levantam a moral e nos fazem acreditar que sempre haverá esperança, heróis de verdade e motivação para lutar. Não sei se a leitura foi rápida demais, se estava implicito, mas eu não tive certeza se o menino realmente foi curado. Me dê um retorno.

  20. Fheluany Nogueira
    9 de maio de 2019

    O narrador-protagonista usa o herói de quadrinhos, para contar a bem triste vivência de sua família: morte da mãe e do irmão mais velho e como o pai fez, para ele, uma doação de órgão. O destaque é para o relacionamento dele com o pai, o seu Capitão Ventania. Ele busca entender como superar os problemas que parecem nunca ter fim. Mas, ao final, há uma mensagem de superação para os problemas diários envoltos no obstáculo central a ser superado, que vem de forma mansa, sem surpresas e com certa previsibilidade.

    A história é leve, é emocionante, prende o leitor, bem escrita. Acredito que, se o conto usasse o foco narrativo de terceira pessoa, a narrativa ficaria mais clara, e mesmo um menino de dez anos, saberia expor com mais detalhes o que estava acontecendo: ficou confuso os trechos da cirurgia e da recuperação do menino? Qual era a doença ou deficiência dele? Qual foi o órgão doado pelo pai? O ponto de vista pareceu-me de uma criança menor, mesmo se cega.

    Vocabulário e estilo estão bem adaptados ao assunto, no entanto, não há um fio muito forte de narrativa, as coisas simplesmente acontecem. Não vi um conflito bem definido.

    Apesar disto, a leitura é fluente, o ritmo é bom e a estrutura funciona. Parabéns pelo trabalho sensível. Bom desafio. Um abraço.

  21. neusafontolan
    6 de maio de 2019

    Um pai herói.
    Muito legal, gostei
    Parabéns

  22. Emanuel Maurin
    5 de maio de 2019

    Pedrinho, paz e bem.
    O conto fala sobre a dificuldade de um pai viúvo em cuidar dos filhos que amam o Capitão Ventania, personagem de quadrinhos. E o pai convence as crianças a ouvirem na rádio um episódio do Capitão Ventania. Uma doença leva o pai a deixar um filho com um casal de amigos e passa a pousar no hospital ao lado de um dos filhos. O Pai doa o sangue para tentar salvar a vida do filho, mas o menino falece. O outro filho também tem a mesma doença, é internado e passa pelo mesmo procedimento que o finado irmão enfrentou, só que desta vez o sangue do pai salva sua vida.
    Não notei erros de gramática em seu conto. A história é triste e mostra o sofrimento de uma criança quando fica internada. A escrita é clara e flui com bastante delicadeza.
    Boa sorte!

  23. angst447
    2 de maio de 2019

    RESUMO:
    O menino Pedrinho gosta de ouvir histórias que o irmão conta e, depois da insistência do pai, é apresentado ao Capitão Ventania. Escuta as aventuras do herói pelo rádio e ele e o irmão se apegam ao personagem. Marquinhos fica seriamente doente (leucemia?) e depois de um tempo internado no hospital, falece. Tempos depois, o próprio Pedrinho também se encontra em um quarto de hospital, tomando a sopa rala. Desconfia de estar com a mesma doença do irmão ou algo ainda pior. O pai não sai do seu lado, nem mesmo na sala de cirurgia. No final, o leitor descobre que Pedrinho não enxergava nada e depois de receber um transplante de córneas, passa a descobrir um novo mundo. O pai tinha sido o doador e seu herói mais querido, o verdadeiro Capitão Ventania.

    AVALIAÇÃO:
    Conto infantil ou infanto-juvenil. Enredo simples, com momentos bem dramáticos, envolvente, que prende a atenção do leitor.
    Não encontrei falhas de revisão, a não ser: >[…]fez para nós uns raios igual ao do > fez para nós uns raios IGUAIS ao do … (ou se fosse o caso, colocaria uma vírgula depois de RAIOS). Eu também empregaria as vírgulas de uma forma diferente.
    O autor foi habilidoso ao omitir o fato de que Pedrinho não era capaz de enxergar. No entanto, fica aqui a minha dúvida: o pai (enquanto ser vivente e operante) poderia mesmo ser o doador de córnea?Pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde (mas não encontrei nada que dissesse algo sobre doador vivo de córnea). E apenas a vista de olho foi restaurada? E por que o irmão não pôde ser o doador então? A doença danificou as córneas?
    A construção do personagem Pedrinho está muito bem elaborada e é impossível não se apaixonar pelo garotinho. A ligação entre os irmãos também encantada, assim como a dedicação do pai-herói.
    Conclusão após a leitura: histórias com heróis de verdade (no caso, o pai) sempre me encantam.

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Publicado às 1 de maio de 2019 por em Liga 2019 - Rodada 2, Série A e marcado .
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