EntreContos

Detox Literário.

Vênus de Milo (Jowilton Amaral)

 

Plínio fitava curioso a velha dentro do caixão. Percebeu que a maquiagem conseguira esconder o grande hematoma do olho esquerdo e encobrir as várias escoriações causadas pelo trágico acidente, porém, a imagem do rosto ferido de sua avó já havia sido gravada, de forma indelével, na mente do garoto.  O atropelamento aconteceu bem em frente à residência em que viviam. O menino viu tudo da porta de casa. O aceno para ele, o atravessar de rua sem olhar para os lados — ato que ela, veementemente, sempre o alertara a nunca cometer — e o enorme ônibus azul que a atropelou. A frenagem estridente, o voo mortal, o baque estalado do rosto no asfalto, o ronco dos pulmões afogados de sangue… todas estas cenas assombrariam, pelo resto da vida, qualquer menino de nove anos de idade. No entanto, Plínio, com o correr dos anos, passou a lembrar da tragédia como uma saudade doce.  

Ao olhá-la, ele tentava entender a morte. Sua avó parecia dormir, a diferença era que a barriga não se mexia. Não subia e nem descia, estava parada, silenciosa. Os lábios fechados não emitiam o som assoviado de quando ela pegava no sono de boca aberta. Plínio teve vontade de balança-la, como fazia quando se levantava mais cedo do que ela, nos dias de domingo, excitado para ir encontrar os amigos e jogar futebol, no gramado do oitão da Igreja, depois das aulas da escola dominical. Acabou não fazendo, ficou com medo de tocar no corpo sem vida, imaginou que ele pudesse se esfarelar feito o cavaco chinês que o senhor que tocava triangulo vendia.

Não era a primeira vez que a morte se avizinhava do menino. Seus pais haviam morrido quando ele tinha menos de um ano de vida. O pai assassinara a mãe e depois se matara. Quando a polícia chegou, Plínio estava sentado, entre os cadáveres, sobre uma imensa poça de sangue. Ele brincava tranquilamente com seus bichinhos de pelúcia.

Sua avó paterna o criou desde então. O menino não lembrava dos pais, e não sabia a verdadeira estória de suas mortes. As vezes ele sonhava com um homem que aparecia em sua cama, se ajoelhava, e pedia desculpas, chorando copiosamente. Ele imaginava que podia ser seu pai.  Com a mãe nunca sonhara.

A Congregação estava repleta. Praticamente todos os membros compareceram ao velório. Plínio estava ao lado de Dona Sara, a ajudante de sua avó. Ele se sentia estranho, com receio de ficar aos cuidados daquela senhora de meia idade que tinha obsessão em dar-lhe banho, sobretudo quando dona Carmelita estava ausente. Eram banhos demorados. “Deixa eu lavar bem a cabecinha do seu pinto, meu querido.”. Ela dizia enquanto arregaçava e desarregaçava a pele da glande do menino. Iniciava com movimentos lentos e ia aumentando a velocidade aos poucos. “Você é um garotinho sujo, Plininho, você não lava direito esse pinto.”. E a mão dela cada vez mais célere, a voz mais esganiçada e as bochechas parecendo que iriam explodir de tão vermelhas. Os olhos esbugalhavam, a língua serpenteava entre os lábios sem batom e o banho terminava com o garoto sentindo uma quentura arrepiante emanar de dentro dele, seguido de um formigamento entorpecente que deixava suas pernas bambas. Então ela sussurrava: “Ah, Plininho, você é um menininho muito sujo, muito sujo.”. E o beijava na face lembrando-o que Dona Carmelita não precisava saber de nada daquilo. Nas primeiras vezes ele até que gostou da sensação que sentiu, mas começou a ficar desconfortável com a situação e um sentimento de raiva e medo o consumia todas as vezes que a mulher se aproximava dele.

Plínio nunca dissera nada sobre os banhos a sua avó. No entanto, descontava toda sua raiva na pequena Sofia, a filha de dona Sara, que tinha um ano a menos do que ele. Toda vez depois de um banho o menino arrumava um jeito de maltratar Sofia. Beliscava-a, mordia, dava pontapés, acusava ela das maiores barbaridades. Mas a menina parecia ter adoração ao garoto, quanto mais sofria, mais se apegava a Plínio.

— Dona Sara, será que ele vem? — Plínio perguntou.

— Ele quem, meu querido?

— O “cão imundo”.

— Quem?

— Meu avô.

— Acho que ele não vem. Eu nunca o conheci, só sei das coisas horríveis que dona Carmelita falava sobre ele. Mas não se preocupe, meu menino, se o pervertido não vier, eu te levo comigo, tomo conta de você. Antes de dormir, você tem que tomar um bom banho, claro. Se livrar desse cheiro de enterro.

Um calafrio subiu pelas costas do menino. Ele tinha certeza que ela inventaria alguma desculpa para lhe dar banho. Teve vontade de chorar, coisa que ainda não conseguira fazer. Tudo sucedeu tão rápido que ele se via dentro de um filme. Um filme triste e aterrorizante. Que não era ele que estava ali em pé, de frente para uma caixa de madeira marrom que guardava uma velha morta. Que sua avozinha não havia partido de verdade. Tinha esperança que de uma hora para outra Dona Carmelita iria se levantar e chama-lo para irem para casa, dizendo que não foi nada, que fora só um susto e que ela estava bem.

— Vamos esperar um pouquinho mais… quem sabe meu vô aparece e me leva com ele — Plínio falou num fio de voz.

O garoto sempre fora uma criança suave e tranquila. Para o gosto de sua avó, quieta até demais. Muitas vezes ela o pegava perdido em pensamentos, com o olhar distante, muito parecido com os modos do pai dele, o que a deixava muito apreensiva. Por baixo do manto de docilidade e contemplações, o menino escondia uma faceta de crueldade e frieza assustadoras, pouco conhecida por sua avó. Dona Carmelita apenas desconfiava que alguma coisa nada comum adormecia dentro de seu neto, algo poderoso e ruim, certamente oriunda da herança genética do “cão imundo” do seu ex-marido. “Naquela família, Plininho, ninguém presta! ”. Ela costumava dizer após três ou quatro cálices de licor de jenipapo, que o neto era terminantemente proibido de chegar perto.

A escuridão engolia de mansinho o bosque do campo-santo, quando finalmente deram por encerrada a espera. O avô do menino não apareceu naquele dia e em nenhum outro dia durante a vida de Plínio.

O garoto caminhou cabisbaixo em direção ao portão de saída. Sua vontade era fugir dali o mais rápido possível, não conseguiria passar uma noite sequer aos cuidados daquela mulher. Se ela quisesse banhá-lo mais uma vez ele enfiaria uma faca bem fundo dos olhos dela, muitas e muitas vezes, ou, quem sabe, a esperasse dormir e a acordasse com um banho de água fervendo em cima de sua cara de ovelha. Era assim que Carmelita a chamava ás escondidas, quando ela e seu neto estavam a sós. O garoto gostava do apelido, achava muita graça naquilo. Talvez a pele do rosto dela derretesse com a água quente feito os pelos dos filhinhos da Pompéia, a gata angorá de Sofia. O menino abriu um sorriso ao vislumbrar a imagem.  

Com o passar do tempo dona Sara ficou definitivamente com a guarda de Plínio. Nenhum parente mais próximo foi encontrado para se responsabilizar pelo garoto. Os banhos abusivos continuaram por um longo tempo até o dia que Plínio, já com treze anos, e quase um metro e oitenta de altura, a esbofeteou e ameaçou com uma faca. Plínio suspeitava que Dona Sara fazia a mesma coisa com a filha, mas, nunca teve certeza. Eles jamais tocaram no assunto. Nem mesmo depois de casados.

A mãe de Sofia nunca mais se atreveu a encostar no menino. Rapidamente arrumou uma outra criança para cuidar e dar banho. Plínio muitas vezes se perguntou como que uma mulher tão religiosa, que só falava em Jesus e que vivia de bíblia na mão podia agir de uma forma tão má. Tentou falar com Deus, conversar com ele, perguntar coisas que o afligiam. Orava fervorosamente, como havia aprendido com o pastor. Nunca obteve uma resposta. Acabou concluindo que Deus não existia de verdade e cada pessoa inventava o Deus que me melhor lhe conviesse E teve a certeza que quem mais usava seu nome eram os dissimulados, para mascararem a maldade que ardia em suas almas, Depois deste dia ele nunca mais frequentou a congregação e o assunto Deus não mais fazia parte de seus pensamentos.

.

 

Plínio e Sofia cresceram juntos, numa relação doentia de violência e obsessão. A menina fazia de tudo para chamar a atenção do rapaz, que crescera “bonito feito um príncipe”. Era assim que ela o descrevia para as amigas de colégio. E Plínio não perdia a oportunidade de feri-la, fosse com palavras, fosse fisicamente. Os joguinhos sexuais entre eles começaram quando ele tinha quinze e ela catorze. Sofia também desabrochara formosamente. O que deixava Plínio assustado. Ele não queria que ela tocasse em suas partes íntimas. As lembranças das mãos de dona Sara ainda povoavam os pesadelos do rapaz. Mas Sofia não perdia a chance de acaricia-lo, principalmente durante a noite, quando Plínio dormia. Ela entrava furtivamente no quarto do irmão postiço e começava a masturba-lo e a chupa-lo.  Plínio acordava sobressaltado, e para deleite da menina, ele a cobria de socos, pontapés e xingamentos. Nunca chegaram a transar efetivamente nesta época. Sofia só queria ser agredida, saciava-se com aquilo. E Plínio gostava de maltratar, de ver nos olhos da garota a união delirante de sofrimento e prazer.

Plínio tornou-se um adulto reprimido e violento e Sofia uma devassa submissa. Plínio formou-se em pedagogia. Gostava de ficar perto de crianças. Algumas vezes as observava no banheiro. Fazia questão de levar os pequenos para fazerem suas necessidades fisiológicas, tirar-lhes o short e ajuda-los a urinar. Sempre com muito cuidado, sem chamar a atenção dos outros professores e muito menos dos pais. Nem Sofia sabia desta tara.

Aos vinte e cinco anos, Plínio se casou com Sofia. O que foi um verdadeiro escândalo familiar. Mudaram-se para uma casa em um bairro afastado da cidade. Dona Sara adoeceu logo em seguida e morreu. Plínio não compareceu ao enterro.

Depois de casados as fantasias ficaram cada vez mais bizarras. Nem o nascimento do filho deles fez com que diminuíssem o ímpeto de buscar prazer das formas mais infames possíveis. Contratavam garotas e garotos de programas e ficavam um fim de semana inteiro em orgias sadomasoquistas. Mas, o que mais lhe davam deleite eram as brincadeiras com gatos ou cachorros que recolhiam na rua. Enquanto Plínio os torturava e os esquartejava, Sofia se masturbava enlouquecidamente vendo a cena. Aquilo a excitava de uma forma única. Era aquilo que ela queria para ela.

— Você vai fazer isso comigo, não vai, meu amor?

— Vou sim, sua puta! — Plínio dizia e mostrava a faca ensanguentada para ela, que esticava a língua tentando lamber a lâmina, enquanto arreganhava as pernas e batia em sua boceta violentamente com um chicote.

— Vou te cortar todinha, vadia de merda!

— AHHHHH, FILHO DA PUTA! — Sofia gritava num gozo tão intenso que a fazia perder a consciência por vários minutos.

Numa certa manhã de segunda-feira a campainha da casa de Plínio e Sofia foi tocada, mas, ninguém atendeu. A polícia arrebentou a porta e encontrou um menino de pouco mais de um ano brincando sozinho em cima de uma poça de sangue ao lado do corpo esquartejado de uma mulher e de um homem com um tiro na cabeça.

 

“… Serrei suas duas mãos que eram diamantes e quando

rezava pareciam conchas de marfim.

Serrei suas duas pernas, os seus dois bracinhos, você

ficou sendo

A Vênus de Milo do meu jardim…”. Rogério Skylab.

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18 comentários em “Vênus de Milo (Jowilton Amaral)

  1. Paulo Luís
    21 de dezembro de 2018

    Olá, Praxiteles, boa sorte no desafio. Eis minhas Considerações sobre seu texto.

    Enredo: Uma criança, enquanto observa o corpo morto da avó dentro do ataúde, revive lembranças. Em seguida a trajetória de sua personalidade toma dimensões psicopatológicas.

    Gramática: O que percebi foram estes pequenos problemas de acentuação, como nestes vocábulos seguintes, onde faltaram os acentos graves. “chama-lo” “chupa-lo”. No mais, sem problema mais graves.

    Tema: Um conto psicopatológico. Sem travas na linguagem e tampouco no conteúdo. Uma narrativa repleta de imagens fortes, alucinantes. A pedofilia, o sadomasoquismo. Mas uma narrativa cheia de suposições e subjetividades. O tema em si não fundamenta os porquês que coadunem com as personagens, passando certa gratuidade das situações. Mas ao que se propôs, acredito o ter feito bem.

  2. Fabio D'Oliveira
    21 de dezembro de 2018

    Vênus de Milo – Praxiteles

    Nesse desafio, irei avaliar cada texto de forma cruel, expondo os defeitos sem pudor. Mas não se preocupe: serei completamente justo na hora de decidir o vencedor do embate. Meu gosto pessoal? Jogarei fora neste certame.

    – Resumo: A vida de Plínio foi putaria pura. E maldade. Órfão, criado pela avó por uma parte da infância, ele cresceu num ambiente onde foi abusado e abusou. Cresceu violento e sua amada, Sofia, cresceu submissa. Entre jogos sexuais e perversos, incluindo a morte de animais, os dois vão levando a vida. O interessante, no final, é perceber que o caminho que Plínio percorreu foi parecido com dos seus pais: quando criança, foi encontrado por entre os corpos deles, depois de presenciar o pai matando a mãe e tirando a própria vida depois. E ele fez a mesma coisa, deixando para trás uma criança. Será que seguirá o mesmo caminho? Esse é o fim.

    É um conto problemático. A forma como você escreve é um tanto imatura, cometendo erros básicos, como esquecer alguns assentos e confundir palavras, como “estória” com “história” (o primeiro representa algo fictício, enquanto o segundo representa a realidade, algo que realmente aconteceu; como a narrativa se remete à realidade dos personagens, a palavra usada deveria ser “história”; sem falar que, claro, atualmente, não existe diferenciação no termo “história”, ela podendo ser aplicada em qualquer situação, diferente de “estória”; ou seja, use sempre “história” que estará sempre certo). A condução da história também é ruim, dando espaço para personagens pouco desenvolvidos, como Sofia e Dona Sara, enquanto poderia se focar unicamente no Plínio. Mesmo assim, a história pedia muito mais linhas para ser desenvolvido de forma decente. Acompanhamos a vida de Plínio, tudo acontecendo de forma tão rápida, tão fria, que acabamos a leitura agradecendo seu fim. Não é um conto bom, tampouco agradável.

    Assim: qual o ponto importante do texto? Toda a perversão de Plínio, toda sua maldade, não é? Você poderia ter dado foco nisso e ignorado muitas coisas. O leitor não precisava saber que Dona Sara logo encontrou outra criança para abusar. Poderia ter descrito a cena que Plínio mata os filhos de Pompéia. Poderia ter mostrado sua perversão. Isso causaria aversão de verdade por parte do leitor sensível. Acredito que o intuito foi esse: chocar, bagunçar. Acho ótimo, qualquer proposta é ótima, mas deve ser bem aplicada. As cenas e as ideias podem ter incomodado o leitor com mais sensibilidade e fragilidade, mas para o leitor duro, mais sério, foi uma tentativa pífia e triste de causar algum espanto. É como assistir um filme de terror que tenta ser 120 Dias de Sodoma, mas é, na verdade, Corrente do Mal, hahaha.

    Acredito, firmemente, que o insucesso se deu pela inexperiência (ou falta de crescimento na arte da escrita). Existe um corte na narrativa, que causa um grande tropeço na leitura, que também denuncia essa falta de perícia. É na parte onde Plínio desiste de Deus e, logo em seguida, há um corte, como se o ato tivesse acabado, e já parte para a relação de dele com Sofia. Antes, não houve nenhum corte ou ato, mesmo tendo espaços que seria bom fazer isso, mas você fez naquele momento por qual motivo? Talvez não soube como emendar os dois assuntos, tão diferentes, mas nem tanto assim. Sabe o que ficaria bom? Descrever as investidas de Sofia e a rejeição por parte de Plínio. Ressaltar um certo medo da relação sexual, pelo abuso sofrido e por causa de Deus. E, depois de decidir que não acreditava mais em Deus, Plínio, num ato de rebeldia, poderia ter pego Sofia de jeito, enquanto sua mãe dormia no quarto ao lado. Poderia ter descrito o início da relação sexual deles, na parte da penetração, claro, de forma bem melhor. Você deixou escapar inúmeras chances de fazer algo muito bom.

    Precisa tomar mais cuidado no desenvolvimento da história. Precisa tomar MUITO mais cuidado na lapidação do conto, prestar atenção nas pontuações e acentos, coisas básicas (recuso-me a acreditar que exista um escritor bom de verdade que não domine nem o básico de sua língua nativa, sei que tem revisores e afins, mas isso é praticamente uma obrigação do autor e reflete sua maturação na arte da escrita). Continue escrevendo e não leve esse comentário para o pessoal. Espero que não rejeite as ideias que levantei, pois você tem potencial e pode, no futuro, escrever muito bem. Basta ter vontade e maturidade para evoluir.

  3. Paula Giannini
    19 de dezembro de 2018

    Olá autor(a),
    Tudo bem?

    Resumo
    Em um ciclo de horror, Plínio é abusado e abusa, até chegar ao extremo do assassinato.

    Meu ponto de vista
    O conto não faz concessões nem de linguagem, tampouco de temática, ao abordar uma premissa forte e real.

    A narrativa opta por uma espécie de ciclo que evoca causa e consequência. O menino é abusado, por isso abusa, o pai mata sua mãe, ele faz o mesmo com a mãe de seu filho.

    A parte alta do trabalho, para mim, está na crueza com que o autor aborda o tema. Não a pirotecnia da linguagem que se propõe a utilizar, mas na atmosfera criada para narrar a saga de seu protagonista, sua perversão e seu drama, transformando-o em um personagem extremamente crível, ao mostrar ao leitor os dois lados da moeda de forma bastante intensa.

    Parabéns por seu trabalho.
    Desejo sorte no campeonato.

    Beijos
    Paula Giannini

  4. Ricardo Gnecco Falco
    16 de dezembro de 2018

    Resumo: Filho adotivo (que testemunhou o assassinato da mãe realizado pelo próprio pai) de uma senhora pervertida (que ficou com sua guarda definitiva após morte violenta de sua avó, em um atropelamento, quando ainda criança) cresce sendo abusado sexualmente por sua mãe adotiva e, também, por sua irmã de criação, com quem se casa aos 25 anos de idade e estabelece a continuação de um relacionamento violento e doentio, mesmo após terem um filho juntos, que só termina com a repetição do ocorrido quando o protagonista era ainda um bebê; ou seja, ele assassina a esposa na frente do filhinho do casal.

    Impressões Pessoais: uma história edificante e muito bem escrita, que eleva o astral do leitor e o faz acreditar na beleza da vida e na força do amor, ressaltando a nobreza e a bondade que habita o coração dos Seres Humanos. Foi muito gostoso ler esta história e fechar meu domingo de forma tão leve e gratificante. SQN… 😦

    Tecnicamente, está muito bem escrita. Parabéns pela participação e boa sorte no Desafio!

    Abrax,

    Paz e Bem!

  5. Virgílio Gabriel
    16 de dezembro de 2018

    Bom, o conto narra a história de duas crianças que sofreram abusos sexuais. E não só isso, também passaram por traumas do mais diversos, como a morte de familiares. Ambas jamais conseguiram se recuperar, e enquanto cresciam, se tornaram as pessoas doentias que as faziam mal. No fim, ambos morrem ao lado de uma outra criança, dando a entender que seria um ciclo sem fim, pois esta igualmente cresceria com transtornos.

    O conto começou de forma lenta, e nos últimos parágrafos deu uma acelerada. Não sei se foi proposital essa desigualdade, mas até que ficou interessante. Conheço a música no Skylab, e o conto tem pouca semelhança com a história nela. Talvez apenas a idade do personagem e a mutilação – foi o que captei.

    É um bom conto, bom mesmo. Tem alguns errinhos de falta de revisão, mas nada demais. Acredito que o peso do final possa assustar alguns leitores, mas me agradou.

    Boa sorte.

  6. Matheus Pacheco
    11 de dezembro de 2018

    RESUMO: A história conta o relacionamento doentia que um casal que em sua infância era abusado pela mãe adotiva e que na adolescência desenvolveu uma paixão obsessiva e violenta que fazendo com que no final dessa trágica o menino Plinio repetisse os atos do pai.
    COMENTÁRIO: Olha, eu serie sincero, eu entendi que esse conto foi feito exclusivamente para chocar o leitor, com todo apelo a violência e ao sexo explicito mas precisa se esforçar mais. Outra coisa que me chamou a atenção foi que a idade dos personagens foram pouco condizentes a certos pensamentos e ações que decidiam ou ameaçavam. Um exemplo foi que a diferença de idade de Sophia e Plinio é de um ano. Plinio pensava em esfaquear Sarah com dois anos.
    Um bom conto amigão um abraço.

  7. Pedro Paulo
    9 de dezembro de 2018

    Acabou sendo que nessa rodada fui vinculado a este conto. Já tinha enviado minha avaliação, faltando só a decisão da disputa. A seguir:

    A DISPUTA: Para começar, estes são contos diferentes, mas que partilham a semelhança de se centrarem na progressão de suas protagonistas enquanto pessoas. Em Vênus, lemos sobre um crescimento que em verdade se trata de uma decadência, enquanto é o contrário em Alma. É preciso observar que o caso de Plínio está relacionado ao desenvolvimento de uma psicopatia sadomasoquista, enquanto em Alma se trata de uma confusão entre fantasia e realidade, pautada numa infância difícil.

    Dessa maneira, o que faz essa avaliação é entender a maneira como o crescimento das personagens prossegue no enredo, em que acho que o conto “Alma de Fada” se saiu melhor sucedido do que se lê em “Vênus de Milo”. Inclusive, é algo que pontuei nos comentários individuais de cada conto. Em Vênus, temos uma primeira parte que comove e choca, por esmiuçar as revelações que condicionam a personagem àquela situação, com a segunda parte da leitura sendo mais apressada, focando em momentos que achei não acrescentarem tanto à trama como seria se tivesse enfatizado outros. Já em Alma, o que notei foi um ritmo mais cadencioso, em que a autora aproveitou uma canção que serve tanto para estruturar o crescimento da protagonista como também para dar o ponto de partida da história.

    Portanto, meu voto para esta disputa favorece “Alma de Fada”, de Soul. Desejo muito boa sorte aos autores para os confrontos que virão!

  8. Ana Maria Monteiro
    7 de dezembro de 2018

    Observações: Um conto muito duro e muito autêntico. Quase adivinhei o desenrolar desde o início e o fim não poderia ser outro, mas a descrição é rica e vibrante. Precisa uma outra revisão por conta dumas pontuações trocadas e é tudo.
    Prémio “Herança indesejável”

  9. Davenir Viganon
    5 de dezembro de 2018

    Comentário-Rodada3-(“Vênus de Milo” x “Alma de Fada”)
    “Vênus de Milo”
    Plínio perdeu os pais com 1 ano, e a avó aos 9, e foi criado por Sara que o abusava sexualmente sistematicamente. Ele desenvolve taras de sexo e violência sadomasoquista coma esposa e irmã adotiva Sofia que culmina na mesma tragédia com que seus pais o deixaram.
    O conto não é para estômagos fracos e/ou cabeças cheias de moralismo. A narrativa é direta e seca o que combina bem com o peso do conteúdo. Mostrou algo que deveria ser de conhecimento comum, que a violência sexual é na maioria das vezes perpetuada por pessoas próximas e de confiança, principalmente em casa. O título ficou bem encaixado com a cena final, inclusive, adoro Rogério Skylab! Gostei bastante, e gostei mais que do outro conto neste confronto (levou meu voto!).

  10. iolandinhapinheiro
    5 de dezembro de 2018

    Véi! WTF! Resumo: menino perde a avó e fica a mercê de uma pedófila que é mãe de uma menina com quem o garoto vem a se casar. Neste conto ninguém é normal, e as vítimas são apenas os bichinhos torturados e assassinados pelo protagonista para satisfação da sua própria perversidade e deleite sexual da sua cúmplice.

    Um conto bem difícil de ler, por ser chocante demais, mas ainda assim a leitura tem muita fluidez e a gente tem vontade de saber onde saporra vai dar. Se houve algum deslize gramatical eu nem notei pois estava procurando meus olhos no chão porque eles haviam caído da cara diante de tanta bizarrice.

    No fim a gente não consegue entender se gostou ou não, mas tem certeza de que vai demorar a esquecer este texto. Diante deste festival , o rabo da Daisy Dulce tá parecendo filme de Sessão da Tarde, como diz a amiga Regina Caires – Misericórdia!

    O final me fez pensar se os pais do menino também tinham a mesma vida louca que o filho teve e por isso acabaram se matando, e a história se repetiu com o filho.

    É isso. Boa sorte.

  11. Pedro Paulo
    4 de dezembro de 2018

    RESUMO: Para um resumo meio geral, compreende-se no conto a decadência de Plínio dentro do sadismo, um caminho que perpassa pelo abuso sexual infligidos pela sua cuidadora a uma relação simbiótica e violenta entre o rapaz e sua irmã de criação, misturando paixão e sadomasoquismo. Vemos o crescimento e o aprofundamento da psique perturbada de Plínio, que chega à fase adulta com a violência de sempre e uma tendência pedófila, que mantém em segredo. A violência do casal chega ao ápice no assassinato de Sofia e suicídio de Plínio, deixando apenas o filho deles em meio ao sangue, recobrando a própria situação do protagonista, que foi encontrado na mesma situação.

    Comentário: Olá, estou passando pelos contos com os quais fui pareado até agora. Li esse conto ainda durante a primeira rodada e o reli rapidamente agora para tecer este comentário. É uma leitura linear, centrada na progressão do fatos, que incorporam a crescente tendência violenta do protagonista. Elogio o autor pela maneira com a qual escreveu essa progressão, estruturando o enredo de modo a deixar muito bem demarcados os fatores contribuintes para a psique perturbada da personagem, especialmente na primeira parte.

    A cena que abre é o velório da vó, em que vemos Plínio ainda como uma criança. É nesse momento que ficamos sabendo do fim violento dos seus pais e dos abusos que sofre, demonstrados numa inquietante descrição do ato, que não julguei excessiva, sendo perturbadora na medida correta. Foi o momento certo para inserir essas informações, pois assim foi mais impactante e trágico o momento em que ele pede para esperar pelo avô e, é claro, finda sozinho, sob a guarda de Sara. Foi bem acertado acrescentar essa esperança infantil para a cena, pois deu um tom fatalista ao que sucede.

    Nesse primeiro trecho também temos lembranças que complementam a condição do protagonista, especialmente o relato do ocorrido com os seus pais e o que a avó falou sobre o seu avô e a herança de sua família. Com isso, ficamos com o senso de que o protagonista talvez fosse “amaldiçoado”.

    Muito bem, é a segunda parte do conto que penso que poderia ter sido melhor desenvolvida. Temos aí a sucessão de fatos que nos mostram o crescimento de Plínio como homem e no seu envolvimento com Sara. Se eu pudesse sugerir, diria que, por exemplo, seria interessante ver algum diálogo com Sara ou uma cena mais desenvolvida, em que ela não fosse apenas um acessório do sadismo crescente do personagem (ou que fosse, mas um acessório que não deixa de ser uma pessoa!). Ao mesmo tempo, acredito que soube “dosar” a tendência pedófila do protagonista, especialmente pelo fato de ocupar um espaço pequeno na narrativa, o que é coerente por ser algo que Plínio guarda como segredo. A transa sadomasoquista de ambos é ligeiramente detalhada e para mim teve um efeito mais cômico do que impactante ou demonstrativo da violência entre ambos.

    O final é surpreendente de um modo e previsível do outro. Como a leitura é linear, ficamos esperando chegar ao ápice fatal da violência, o que de fato acontece, como previsto. Por outro lado, o filho do casal acaba cumprindo um papel central na história, surpreendendo o leitor ao reafirmar a possibilidade de ser uma linhagem amaldiçoada. De todo modo, é um bom conto que acho que só poderia ter sido melhor desenvolvido, com cenas melhor escolhidas.

    Parabéns e boa sorte!

  12. Regina Ruth Rincon Caires
    2 de dezembro de 2018

    Resumo do Conto: VÊNUS DE MILO (Praxiteles)

    No velório, Plínio observa a avó Carmelita (no caixão). Guarda doces lembranças. Havia perdido os pais, tragicamente, quando ainda era bebê. Foi criado pela avó paterna. Nunca soube da verdade sobre a morte dos pais. A ajudante da avó, Dona Sara, durante todo o tempo, ficava a lhe molestar sexualmente. Plínio nunca falou sobre isso com a avó. Nem com a avó e nem com ninguém. Ele descontava a revolta em Sofia, filha de Dona Sara.

    Com a morte da avó, Dona Sara pegou a guarda de Plínio. O suplício continuou, os banhos abusivos se intensificaram. Depois de completar 13 anos, Plínio a esbofeteou e a ameaçou com uma faca. A mãe de Sofia nunca mais ousou abusar de Plínio. Passou a cuidar de outra criança.

    Tempos depois, Plínio e Sofia se casam, mesmo tendo uma relação doentia de violência e obsessão. Plínio era um adulto reprimido e violento. Sofia era uma devassa submissa. Dona Sara morreu. Os dois tiveram um filho. A relação tornou-se cada vez mais violenta, as fantasias ficaram excessivamente bizarras, sem qualquer limite ou sensatez.

    Um dia, “a polícia arrebentou a porta e encontrou um menino de pouco mais de um ano brincando sozinho em cima de uma poça de sangue ao lado do corpo esquartejado de uma mulher e de um homem com um tiro na cabeça. “
    A história se repete. A cena final é exatamente a mesma em que Plínio foi resgatado, lá atrás, com a morte dos pais.

    Comentário/Avaliação do conto: VÊNUS DE MILO (Praxiteles)

    Um texto que apresenta todos os elementos característicos do conto: introdução (apresentação) – situa o leitor no tempo e no espaço e são apresentados os personagens; o desenvolvimento – quando a trama começa a rolar e o leitor fica “maquinando” o que virá; o clímax – leva o leitor ao momento mais sobrecarregado da narrativa, quando bate o desassossego; e o desfecho – que amarra (ou não) todas as pontas do que foi contado.

    VÊNUS DE MILO é uma narrativa que segue, fielmente, todos esses passos. O autor tem muita criatividade, construiu um enredo intrigante, bem costurado. A temática é atual a qualquer tempo, leva o leitor a uma reflexão sobre dores que são engolidas. Conflitos reais e silenciosos.

    Se há erros, não os percebi.

    O título faz menção ao esquartejamento e amputações feitas no corpo de Sofia, conforme letra de “Motosserra” (Rogério Skylab).

    “… Serrei suas duas mãos que eram diamantes e quando
    rezava pareciam conchas de marfim.
    Serrei suas duas pernas, os seus dois bracinhos, você
    ficou sendo
    A Vênus de Milo do meu jardim…”.

    Portanto, diante da decisão que me cabe, tendo no páreo: TEATRO DAS VOZES (Demiurgo) e VÊNUS DE MILO (Praxiteles), o meu voto vai para VÊNUS DE MILO (Praxiteles).

    Boa sorte!

    Abraços…

  13. Wilson Barros
    26 de novembro de 2018

    Avó do menino morre e ele é criado por uma mulher que abusa sexualmente dele e provavelmente da filha até os treze anos. Eles se casam e se matam em uma de suas inúmeras orgias.
    Escrita fluente, efeito conseguido através das lembranças de infância, como em muitas obras clássicas. Sexo ao estilo inverso Sérgio Faraco, no delicioso conto “Irene” – aqui o menino não quer. O conto trata dos efeitos do abuso sexual em duas crianças, que crescem “numa relação doentia de violência e obsessão”. A menina tende ao sadomasoquismo e o menino à pedofilia. Cenas fortes de sadomasoquismo. O conjunto todo é estilo “A Vênus de Peles”, de Leopold von Sacher-Masoch ou “A Filosofia da Alcova”, de Sade, ou das imitações modernas – entretanto trata mais profundamente o aspecto psicológico. O conto é bom, mas sugiro revisar o texto, realmente há muitos erros gramaticais que dificultam a imersão.
    Erros
    trágico acidente, porém >> trágico acidente. Porém
    como uma saudade doce >> com uma saudade doce
    balança-la >> balançá-la
    triangulo >> triângulo
    O menino não lembrava dos pais >> O menino não se lembrava dos pais
    As vezes ele sonhava >> Às vezes ele sonhava
    encostar no menino >> encostar-se ao menino
    Depois deste dia >> Depois daquele dia
    chama-lo >> chamá-lo
    acaricia-lo >> acariciá-lo
    ajuda-los >> ajudá-los
    para mascararem a maldade >> para mascarar a maldade (fica melhor)

  14. Gustavo Araujo
    26 de novembro de 2018

    Resumo: a história de um menino que é abusado pela ajudante da avó e que depois replica o comportamento psicopata com a própria esposa; no final, acaba repetindo a história dos próprios pais, matando a mulher e a si mesmo.

    Impressões: O conto começou muito bem, com o velório da avó e as impressões da criança junto ao caixão. Melhorou ainda mais quando se revelou que o menino era vítima de abuso sexual por parte da ajudante da avó. Isso elevou minhas expectativas quanto ao texto, mas o que se seguiu ficou muito aquém do que poderia ter sido. Isso porque o autor abriu mão do “mostrar” e passou para o “contar”. Em vez de descrever cenas que fizessem o leitor deduzir o comportamento doentio de Plínio, optou por entregar tudo de mão beijada. De fato, o ritmo lento e adequado à atmosfera opressiva dos primeiros parágrafos dá lugar a uma sucessão acelerada de fatos que levam o leitor lá adiante, com direito a bizarrices típicas de filme B – onomatopeias incluídas. Enfim, a história que prometia muito descambou para uma sandice despropositada, aparentemente com o intuito único de chocar, naufragando no quesito empatia. Mentes perturbadas costumam dar ótimos contos, como Hannibal e Ripley, só para citar como exemplo. No entanto, é preciso narrar os acontecimentos de forma parcimoniosa, sem atropelos, deixando o leitor sentir a agonia das vítimas, identificando-se com elas. Não foi o caso aqui. Uma pena, porque o conto começou realmente muito bem.

  15. rsollberg
    23 de novembro de 2018

    Como sugestão de leitura, se e que posso fazê-lo, recomendo: Mémorias de minha putas tristes do Gabo, a Casa dos Budas Ditosos do J.Ubaldo Ribeiro e Pornopopéia do Reinaldo Moraes.

  16. rsollberg
    23 de novembro de 2018

    Fala. Praxiletes!

    Storyline: História de um garoto que sofreu uma série de abusos na infância e acabou sendo bastante afetado, sugerindo uma possível ligação da causa e consequência, com um loop no final.

    O que mais curti no conto foi a ousadia. O autor não teve qualquer pudor em atacar alguns assuntos mais delicados e criar uma atmosfera sombria..Não teve lição, nem julgamentos. Apenas uma sugestão de causa e efeito, que não é incomum nesse tipo de perfil psicológico.

    Creio que o espaço ficou curto para um conto desta natureza. A linguagem muito direta dando muito mais ênfase para as ações do que para a carga psicológica da história. Nesse sentido, em alguns momentos as passagens pareceram violência gratuita. Talvez um fluxo de consciência do personagem fosse muito mais chocante e apetitoso para o leitor do que simplesmente a narração crua de um episódio. No audiovisual ficaria perfeito. O
    O final com um “loop” funcionou bem, assim como a citação do mestre Skylab”

    Na parte técnica, no que diz respeito aos apontamentos, vi apenas a omissão de alguns acentos e uma repetição grande de pronomes; “ele”, ela”, que em um revisão podem ser suprimidos em muitos casos.

    Parabéns e boa sorte

  17. Felipe Rodrigues
    21 de novembro de 2018

    O conto é sobre uma herança de desgraças passada de uma geração para a outra. Plínio, menino achado entre os corpos mortos dos pais, acaba sendo abandonado aos cuidados de Dona Sara, uma pedófila, logo após a morte de sua avó, que era uma espécie de tutora. Ele cresce entre abusos e desconta Sofia, com quem acaba se casando posteriormente. Visto que os dois tem a cabeça perturbada, começa um jogo de devassidão e loucura entre o casal, eles utilizam milhares de coisas para obter prazer, desde crianças até animais de rua, passando por putos, putas, entre outras coisas. Ao final, após uma noite de orgias e ódio, os dois são encontrados mortos e, da mesma forma que aconteceu com Plínio, seu filho com Sofia é encontrado no meio dos dois defuntos jogados.

    O conto causou um grande impacto, ao final, fiquei bastante impressionado com as imagens que criei através das descrições do autor, sempre jogando pesado. Temos aí uma história que começa com uma morte e, depois, aliado à pedófila, à Sofia ninfo-sado-masoquista, ao próprio Plínio pedófilo, entre outras coisas, essa história parece se exceder em um primeiro momento no que se refere ao peso, ao horror, mas ao final não é isso que acontece de verdade, pois parece uma fábula gore sobre o quanto a violência, as feridas que não são curadas, acabam tornando-se chagas hereditárias que multiplicam-se em gerações posteriores, quem dirá que esse nascido ao final no meio dos corpos não será também um perturbado? Ficará ele também aos cuidados de um monstro ou encontrará salvação? Esse final que deixa essa impressão dúbia, esperança x destino trágico novamente, foi bastante interessante.

  18. Sidney Muniz
    21 de novembro de 2018

    Resumo:

    Um conto também com ares de romance que falada vida conturbada de Plínio, desde a tragédia quando ainda criança que causou uma série de eventos que aliados a outros traumas de infância e a uma vida de dissabores o tornou exatamente o homem que se que seu pai fora um dia. Mais que isso, como uma maldição os eventos se repetiram em sua vida de uma maneira natural, como uma cadeia e isso aparentemente era cíclico, pois a ideia que o texto nos dá é que acontecerá o mesmo com seu filho.

    Análise:

    Bem,falemos do conto:

    Eu gostei principalmente da escrita do autor(a). Me lembrou muito a Iolanda Pinheiro, porém a ausência de palavras de seu vocabulário cotidiano, que a influenciam, me deixa dúvidas a esse respeito. Então pode não ser ela. Mas a escrita é de fato primorosa, principalmente a narrativa.

    Quanto ao enredo em si,ele é simples, porém bem trabalhado e organizado. Eu esperava algo mais que uma maldição, esse evento se repetindo não me agradou,mas não tira o brilho e qualidade do autor(a).

    Notas de 1 a 5

    Título: 5 – Perfeito e muito alinhado a imagem

    Construção dos Personagens: 5 (não há como negar que foi muito bem feito)

    Narrativa: outro 5

    Gramática – 5

    História – 3 O fato de me parecer uma espécie de maldição,bem como pode ser apenas coisa de linhagem me deixou frustrado, senti falta de algo.

    Originalidade – 3 – Bom, é uma história que se assemelha a muitas que já li, tem um pouco de cada coisa e isso não é a originalidade que esperava, sabe, não causou aquele impacto que estou buscando.

    Ainda assim digo que foi uma leitura nota 10_agradável! Texto em algumas partes bem tenso.Parabéns de verdade!

    Sua nota é 26 de 30

    Agora vou ler seu concorrente!

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Informação

Publicado às 20 de novembro de 2018 por em Copa Entrecontos e marcado .
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