Quando as estrelas não tinham nome a gente as chamava por apelidos que criávamos para cada uma delas. Era um tempo em que tudo era mais fácil. Aquela caixinha de areia que ficava no quintal da sua casa para nós era como um deserto que escondia muitas aventuras durante o dia e era um ótimo observatório de estrelas durante a noite.
Naquele tempo parecia que elas se multiplicavam bem diante dos nossos olhos. A cada dia parecia surgir uma nova. Um ponto brilhante esperando um nome. O céu se colocava a nossa disposição como um quadro negro para que escrevêssemos o novo nome daqueles pequenos pontos cintilantes. Tínhamos a mesma idade, mas você sempre pareceu muito mais sábio, talvez fosse o jeito com que me contava suas histórias. Que agora sobre a ótica da maturidade vejo que eram uma mistura de sonho com realidade como as melhores histórias sempre são.
Quando desenhávamos no ar os apelidos que criávamos se fechasse os olhos nesse momento conseguia ver as letras coloridas se formando no ar para logo depois evaporar ir ao encontro da estrela. Era a nossa rotina. Até que o caminho dos adultos nos obrigou a enfrentar uma separação. Minha mãe aceitou uma proposta de emprego em outro lugar e toda a família teve que ir junto.
Nossa despedida foi doce como a inocência da infância. Não entendi como uma despedida, talvez por causa disso naquele momento não derramei nenhuma lágrima, ao contrario de você. Levava as lembranças comigo e isso fez a estrada naquela noite se tornar um pouco mais iluminada. Nunca vou esquecer do momento em que lhe vi da janela do carro. Você acenava com a sua pá de brinquedo favorita. Era como se pedisse para que nunca esquecesse das nossas aventuras alegres.
Foram somente um tempo depois da minha mudança de cidade, quando entrei para a série das crianças maiores, que descobrir que as estrelas tinham nome, que obviamente não era nenhum dos que criavamos, e que o cinza da cidade poderia as engolir facilmente. Era como se durante o dia fosse sugada um pouco da cor cinzenta dos prédios e do sorriso das pessoas para de noite formar a capa que impedia o brilho das estrelas de chegar até os moradores.
Todos andavam com o rosto fechado e com pressa para chegarem em algum lugar. Todos pareciam mal reparar em mim, que era apenas mais uma menininha entre tantas. Minha mãe sempre segurava firme a minha mão. Tinha medo que me perdesse entre aquela multidão de rostos sem expressão.
As vezes nos fins de semana íamos visitar parentes e durante esses momentos aproveitava para lhe ver. Devido a correria da rotina as visitas foram diminuindo de freqüência e cada vez que lhe via sentia que tínhamos perdido muito tempo. A caixinha de areia, o balanço de pneu e o escorregador começaram a se mostrar sem graça. Era a vez da sua irmã mais nova e os amiguinhos se divertirem com eles. O tempo foi seguindo o seu curso como um rio que corre em um profundo silêncio, como se quisesse não ser notado.
Durante os momentos que estávamos juntos, ao contrario de quando éramos crianças, falávamos mais sobre o futuro do que sobre o presente. Sobre que profissões queríamos ter, sobre viagens e outros sonhos.Mas a nossa paixão pelas estrelas continuava. Você tinha ganhado uma luneta de presente para que pudesse as observar melhor.
-Ouvi dizer que é possível colocar o seu nome em uma estrela. Tem que comprar ela antes ou algo assim.- você falou um pouco depois de ter observado uma constelação.
-Se tivesse dinheiro compraria.
-Sinto saudade do tempo em que a gente acreditava que todas as estrelas eram nossas e que poderíamos colocar o nome que a gente quisesse sem precisar pagar nada.
Também sentia muita falta, mas o tempo não para de correr por causa da saudade do passado.
A metamorfose foi ocorrendo lentamente, sem que percebesse me tornei um daqueles rostos sempre com pressa no meio da multidão. Ao invés de criar asas criei raízes que foram pouco a pouco me prendendo na rotina. Durante um intervalo e outro sentia saudade do passado, que cada vez parecia apenas um sonho distante. Muitos anos se passaram e nossos caminhos se cruzaram e descruzaram muitas vezes, porém no momento não vamos relembrar esses fatos. A primeira estrela já está quase aparecendo no céu.
No fim acho que estou onde gostaria de está. Quem olha para nós ver apenas dois idosos olhando as estrelas enquanto conversam, não sabem a importância desse momento e o quanto ele foi esperado. E o quanto é precioso o fato de finalmente ter calma para apreciá-lo.
A velhice, ainda mais quando é vivida com quem amamos, é como uma segunda infância. É como voltar ao inicio da nossa época mais feliz. Regressar para a fase em que as estrelas não tinham nome e por causa disso a gente as chamava por apelidos.
Olá!
Tudo bem?
O conto tem uma boa carga dramática, entretanto, é falho. Possui muitos erros gramaticais; faltam vírgulas, acentos. Uma revisão poderia sanar esses problemas facilmente, tornando a leitura mais fluída.
Quanto ao tema, é clichê. Mas, vamos combinar? Que clichê gostoso, não?
Nostalgia da infância é o quê há!
PS: Autor(a), invista em seu talento. Vi muitos erros gramaticais, porém, vi também várias construções bonitas. Trabalhe com isso e seu conto melhorará muito!
Duas pessoas se separam quando crianças. Agora, idosos, meditam sobre aquele tempo e sobre as estrelas.
É daqueles contos dramáticos, emocionantes, que fazem sucesso por aqui. Há um toque de tristeza nostálgica, que eu atribuiria ao Fábio, a não ser por errinhos que certamente o teriam feito quebrar a parede. As frases valorizam o conto, como “letras coloridas para evaporar ao encontro das estrelas”. Em um conto curto, encontrei erros:
Contrario>>contrário
As vezes>>às vezes
Pareciam mal reparar>>mal pareciam reparar
Frequência>> não existe mais trema
Quem olha para nós ver>> vê
O conto é muito bonito, romântico, existencial. Parabéns.
O conto tematiza o ciclo da vida, em primeira pessoa, sob um olhar saudosista, sensível e empático. A protagonista-narradora, em tom de conversa direta, recorda ao marido os prazeres da infância e juventude, usando as estrelas como referência. Relembram histórias e memórias de vida, conheciam-se desde criança, e “muitos anos se passaram e nossos caminhos se cruzaram e descruzaram muitas vezes”.
Enfim, a narrativa poderia se resumir, com palavras do texto: “dois idosos olhando as estrelas enquanto conversam”. Uma comum e comovente história de amor que retrata dramas, conquistas, alegrias e tristezas, as maneiras de buscar a felicidade, uma trama sem conflitos.
De certa forma, o conto me lembrou dois filmes: “Ao entardecer” que traz a vida de duas grandes amigas nos tempos da juventude e da velhice (aqui, troca-se as amigas pelo casal) e “Diário de uma Paixão”, que apresenta um casal, em uma clínica geriátrica e ele conta para ela, que sofre.
A narrativa é madura, consciente, vagando por tristes sensações e condições impostas pela vida, cuja inquietude é construída num clima que, sem chegar ao trágico, traz uma indisfarçável nostalgia, um sutil sentimento do transitório, do escorrer do tempo, com uma sensibilidade impressionante com a qual se enroupa um trabalho cheio de sutilezas e de lirismo. A imagem das estrelas é explorada de forma cativante, emotiva, desde o título. A graduação dos fatos serve para provocar sentimentos crescentes, sem se prender a detalhes descritivos ou narrativas de cenas impactantes e, sim, à dinâmica extensiva do texto, em geral, com imagens invocadas, um olhar lírico sobre a realidade.
A leitura é leve e tranquila; o final não chega a ser surpreendente, mas é muito satisfatório. Leitura de ritmo meio lento, porém agradável e envolvente. A dica vai para a construção frasal, que traz alguns equívocos: “que lhe vi da janela do carro”, “para lhe ver” (Ver é verbo transitivo direto, exige complemento sem preposição. Por isso, não aceita os pronomes átonos lhe, lhes como complemento); “que descobri(r) que as estrelas tinham nome”, “onde gostaria de está” (estar), “Quem olha para nós ver (vê) apenas” (digitação?); “As vezes nos fins de semana íamos visitar” (crase e pontuação); “Tem que comprar ela (comprá-la) antes ou algo assim; “que (as) pudesse as observar melhor” – a conjunção atrai o pronome átono.
Parabéns pelo trabalho. Beijos.
Olá, autor(A),
Tudo bem?
Resumo
Texto poético e lindo falando de uma vida de saudade e nostalgia, e, do merecido reencontro no final.
Meu ponto de vista
Ótima prosa poética, com uma história leve e linda. Interessante notar como o autor se utiliza do ato de se olhar as estrelas para narrar sua trama. há aqui muitas metáforas para a premissa do amor que observa o céu e por ele é, de certa forma, observado de volta. As estrelas que vemos hoje já estão mortas há milênios, o céu que vejo daqui é o mesmo que aquele que amo vê deu um lugar distante, o infinito estará sempre lá, diante de nossa finitude humana.
A bela história de amizade que se transforma em amor é doce e digna de um belo curta-metragem. Ficaria lindo.
Parabéns ao(a) escritor(a).
Boa sorte no campeonato.
Beijos
Paula Giannini
Resumo do Conto: “Quando as Estrelas Não Tinham Nome” (Luneta)
Acabei de ler um relato, uma crônica sobre como o tempo, implacavelmente, vai apagando a inocência da infância. A doçura, o encanto de olhar as estrelas sem compromisso, sem pressa, o saborear da boa companhia, do desinteresse. A gratuidade do bem querer. Não há nomes, as personagens são: eu e você. A troca do tempo de criar asas pelo tempo de criar raízes. O texto é um repensar da caminhada, próprio dos velhos.
Comentário/Avaliação do Conto: “Quando as Estrelas Não Tinham Nome” (Luneta)
É um texto carregado de emoção, um lamento de saudade da infância.
Há alguns deslizes em concordância, tempos verbais, o que me leva a crer que seja um companheirinho ou companheirinha desabrochando para a escrita. Há muita sensibilidade, há um desejo enorme de contar, requisitos essenciais para uma boa narrativa. A lapidação da escrita vem aos poucos, leva tempo. E pode ser que a gente fique buscando isso pela vida toda, como eu faço (e já faz muuuuuito tempo). Vamos lá, estamos juntos…
Portanto, diante da decisão que me cabe, tendo no páreo: “Quando as Estrelas Não Tinham Nome” (Luneta) e “Um Caso de Consciência” (William Faulkner), o meu voto vai para “Um Caso de Consciência” (William Faulkner).
Boa sorte!
Abraços…
Salve, Luneta,
Resumo: mulher conta (talvez sob forma de pura lembrança) ao seu interlocutor a trajetória de ambos, desde a infância até a velhice. O prisma é a história de ambos enquanto olhavam o céu e viam as estrelas, buscando um nome para elas. Tiveram idas e vindas, encontros e desencontros, até terminarem (?) a vida um ao lado do outro vendo as estrelas.
Comentários: conto com pegada lúdica, onde a protagonista relata a trajetória dela e de seu amor, da infância até a velhice. Um conto objetivo onde o escritor quer contar uma trajetória de vida e o faz. Despretensioso, e isso não é ruim.
Recomendaria, entretanto, uma pegada mais literária, um passeio um pouco mais profundo na alma dos personagens. Do cara que a inspirou a fazer tal relato pouco se sabe. O que pensava, o que sentia, o porquê de ser amado pela narradora. Quem era a narradora além de ser apenas a pessoa que conta uma história.
Se me cabe aqui recomendar algo, diria que esse é um ponto que fragiliza o texto, a falta de dar algum aprofundamento na alma dos personagens, dar a eles uma dimensão que seja capaz de fazê-los ser amados pelo leitor.
Teço abaixo alguns comentários que, compreenda-me, tentam dar ao escritor um senso de cuidado com aquilo que escreve. Que observe cada parágrafo, cada sentença, cada palavra, buscando a sua mais perfeita alocação possível dentro do contexto narrativo. Acredito que isso possa ajudar. Vamos, então:
— há problemas sérios com as construções de frases por conta das vírgulas (mais por ausência). “…para logo evaporar (,) ir ao encontro…”, por exemplo. Esse problema se repete bastante;
— há frases que precisam ser melhor elaboradas. Cito esta, que, embora não esteja errada, gera uma construção com ambiguidades: “Nossa despedida foi doce como a inocência da infância.” Construção curiosa. Compreendo que você quis dizer que “a inocência da infância” era doce, mas o verbo despedir parece insinuar que houve uma “despedida” ocorrida entre a “inocência” e a “infância”. Imagino: “Nossa despedida foi tão doce quanto (foi doce) a nossa infância”;
— há, como disse, construções que podem ser melhoradas. O uso do LHE e do O, por exemplo. “Nunca vou esquecer do momento em que LHE vi da janela do carro.” O verbo ver é transitivo direto, portanto não requer preposição, indicando O ao invés de LHE. Observação (entretanto) feita por Celso Luft: “Na linguagem falada o objeto direto o (a, os, as) aparece na variante lhe(s), por motivos de coerência estrutural (eu / me, …) e de clareza e audibilidade (…). Sintaxe ainda não aceita na linguagem culta formal.” Isso se repete algumas vezes;
— “Foram (Foi) um tempo depois, …, que descobri que as…”;
— “No fim (,) acho que estou onde gostaria de está (estar).”
— “Quem olha para nós ver (vê) apenas…”
Acredito que o cuidado com a escrita na narrativa deva ser fundamental para construção do texto, dando a ele fluência, não permitindo ao leitor ser tirado de sua concentração para observar detalhes vocabulares ou construtivo. Nisso a simplicidade ajuda, e bastante. Minhas observações são nesse sentido, onde menos é mais, onde a simplificação é tudo.
Boa sorte no campeonato.
Uma idosa conta suas lembranças, onde em companhia de se amiguinho, contemplavam as estrelas e lhes davam nomes. Uma mudança de cidade separou os amigos, mas não conseguiu destruir a amizade. A fase adulta foi marcada pela falta de tempo para apreciar as estrelas e o esfriamento dos sonhos. Não fica claro no texto, mas eu interpretei que os amigos se encontraram novamente só na velhice e puderam desfrutá-la juntos, enfim. Ainda observando as estrelas.
Um conto muito fofo, sem um enredo grandioso, mas com muita doçura e uma verve poética. Sugiro uma revisão detalhada, principalmente no final, talvez a pressa de postar tenha deixado passar alguns erros. No mais, é uma estória singela e meiga, sobre sonhos, amor, a verdadeira felicidade e como desfrutá-la. Gostei muito! Parabéns!
Observações: uma bela história de amor, revestida por palavras que a embelezam ainda mais.
Prémio “Recordar é viver”
Olá, autora (vc deve ser uma menina) boa noite. O conto que lembra muito o vencedor do desafio passado, é sobre uma forte ligação entre duas crianças que acabam se afastando por força das circunstâncias e os encontros possíveis só servem para mostrar o quanto eles mudaram e falam línguas diferentes. No final, na velhice, a narradora encontra um equilíbrio consigo mesma e no relacionamento com o amigo.
Um conto suave, doce, romântico e linear. Acho que aí está a falha, senti falta de algo que mexesse comigo: alguma terrível tragédia, ou uma grande felicidade para me fazer sentir a emoção que vc quisesse passar. O conto está correto e é uma joiazinha numa caixa de veludo, mas falta algo. Só encontrei uma “está” no lugar de “estar”, e probleminhas de pontuação.
É isso, amiga, boa sorte no desafio.
Comentário-Rodada3-(“Joãozinho Pitbull e a mulher que engoliu o sol” x “Quando as estrelas não tinham nome”)
“Quando as estrelas não tinham nome”
Pessoa, na velhice, relembra a infância com um amigo quando davam nomes para as estrelas e quando se separaram e levam uma vida adulta corrida. Achei o conto bonito, em forma de confissão e nostalgia, como se dirigido a alguém que estivesse ouvindo. Gostei dele ser curto, um pouco sem tempero, mas tem muitas qualidades mas em comparação ao outro conto, preferi dar o voto ao “Joãozinho”.
O conto narra a história de duas crianças, um menino e uma menina, muito amigas, mas que tiveram os encontros diminuídos, quando uma delas se muda para outra cidade. Porém, mesmo os encontro sendo cada vez mais casuais, preservaram o hábito de observarem estrelas juntos. E fizeram isso por toda a vida. O conto finaliza com os dois já velhinhos, as observando.
Acredito que o(a) autor(a) deveria já ter mencionado o sexo das crianças no início, nem que fosse de forma bem sutil, pois nos primeiros parágrafos pensei que fossem dois meninos.
O conto é sensível, bonito e leve – pelo menos até perto do fim -. Diria que antes dos parágrafos finais, no meu ver, vinha como um dos favoritos no certame. Ocorre que, infelizmente, senti uma pressa louca do concorrente para terminar. Erros de pontuação e gramática surgiram (gostaria de “estar”, e não “está”). E aquela suavidade deu lugar ao desespero.
Aconselho que o(a) autor(a) reveja esse conto e trabalhe mais nele, pois tem muita margem para ser explorada. Esse hiato entre a menina estar em outra cidade, e do nada aparecer velhinha do lado do amigo – ou marido -, me incomodou. Até porque, o desafio permitia o uso de muito mais palavras, que poderiam dar mais corpo para o final.
Estou com uma pulga atrás da orelha em quem votar, vou pensar a respeito. Mas antecipo que se estender esse conto, retornarei para lê-lo, pois amei a suavidade e a sensibilidade depreendida nele. Parabéns.
Minha querida Violeta Herzog, que argumento singelo você me arrumou. Uma senhora já depois de haver caminhado pelos muitos anos da sua a existência, já em idade avançada, a relembrar, a partir da brincadeira de quintal com seu melhor amigo (e amante da vida toda) de nomear estrelas, vai repassando a trajetória dos encontros e desencontros com o amigo (amado) vida afora. Agora, ela já velha, diante do seu amor com quem viveu todos esses encontros e desencontros ao longo da existência, constata que esse retorno ao brinquedo tão querido é como se a levasse novamente para uma segunda infância, o que pode ser sentido aqui também como um retorno não somente à inocência infantil, mas por que não, também à entrada na inocência da senilidade, do não se dar conta de mais nada em volta. Da presença ausente de quem já tem a cabeça distante de tudo.
Porém, amiga, preciso lhe dizer que passei por várias dificuldades com a sua história. Não preciso nem lhe falar delas. Estão aí e são muitos os pontos a requererem uma nova e mais atenta revisão. Teve horas em que cheguei a pensar: como se põe a perder uma história tão gostosa? Caso tenha dificuldades com a gramática, com a acentuação, com a pontuação, não hesite em pedir ajuda. Em solicitar a alguém que lhe revise a narrativa. Seu conto, mais que pede, exige tal cuidado. Para terminar, quero relembrar aqui algo bem bonito na sua história. Trata-se de uma frase que me chamou a atenção pela beleza da poesia nela presente: Ao invés de criar asas criei raízes que foram pouco a pouco me prendendo na rotina. Receba o meu abraço fraterno.
Resumo:
Mais um conto de romance… Eita povo apaixonado, ou seria melhor; apaixonante… O conto fala da história de um casal, que dava apelidos para as estrelas quando passaram a infância juntos e depois de adultos se perderam com a correria da vida, o cotidiano comum que nos tira do eixo, mas o destino fez com que seus passos se cruzassem novamente e no fim eles estão juntos, aguardando a noite e conversando sobre tudo, com a calma necessária para serem felizes.
Gramática:
Quando as estrelas não tinham nome a gente as chamava por apelidos que criávamos para cada uma delas. Era um tempo em que tudo era mais fácil. Aquela caixinha de areia que ficava no quintal da sua casa para nós era como um deserto que escondia muitas aventuras durante o dia e era um ótimo observatório de estrelas durante a noite – repetição de “era” 4 X no primeiro parágrafo.
Repetição de “parecia”
Quando desenhávamos no ar os apelidos que criávamos se fechasse os olhos nesse momento conseguia ver as letras coloridas se formando no ar para logo depois evaporar ir ao encontro da estrela… Essa parte ficou bastante confusa, seja pela pontuação equivocada e pela “incoerência” gerada pela falha na construção do trecho.
ao contrario de você – contrário
das nossas aventuras alegres. – Ficaria melhor: alegres aventuras.
Foram somente um tempo depois da minha mudança de cidade, quando entrei para a série das crianças maiores, que descobrir que as estrelas tinham nome – dois erros de gramática nesse trecho: “foi somente” “que descobri”
ao contrario de quando éramos crianças – ao contrário
No fim acho que estou onde gostaria de está. – “estar”
Quem olha para nós ver apenas – vê
É como voltar ao inicio – “início”
Critério nota de “1” a 5″
Título: 5 – Um excelente título…
Construção dos Personagens: 5 – Não há como reclamar da construção dos personagens, o narrador é muito eficiente nisso, até pela carga de nostalgia que as linhas carregam.
Narrativa: 3 – O que me incomodou foi a confusão entre presente e passado na narrativa, os tempos verbais vez ou outra se misturavam e isso tirou um pouco da qualidade da narrativa, entretanto a força que o autor(a) tem em imprimir o “doce” no conto é bem cativante.
Gramática: 1 – Infelizmente para um texto tão curto a revisão foi a quem do trabalho e isso prejudicou bastante, deixando dois ou três trechos incoerentes e em outras partes diminuiu o fluxo da narrativa e com isso prejudicou também a coesão textual.
Originalidade: 3 – É mais um romance, o que é mais bacana aqui é a história de colocarem apelidos nas estrelas e a forma como o texto tem esse espetáculo de luzes como fundo, da pra imaginar um encontro no topo de uma colina sob o véu da noite.
História: 2 – é um bom texto e uma história bonita, mas não o bastante para o que estou procurando no desafio.
Total de pontos: 19 pts de 30
Boa sorte no desafio!
Fala, luneta.
Storyline: Divagações da protagonista sobre o passado, em um tom saudosista,mostrando sua transformação no que parece ser um relato para o companheiro.
Curti o tom do conto. O ritmo é bom, ágil e possui algumas passagens legais.
A falta de revisão prejudicou um pouco a fluidez. Verbos, concordância e acentos. “as vezes”. “contrario” “onde queria está”
A história é singela, não traz nada de novo ou uma nova perspectiva sobre o assunto. O saudosismo permeia o conto todo, mostrando a evolução da personagem e sua relação como o “você”.
O lance da compra das estrelas deu um novo ar pro conto, situou o leitor e deixou mais moderno. Os diálogos foram protocolares, sem carga dramática, sem idiossincrasia de personagem…
..
A trama não tem nada de rocambolesco, genial ou experimental, vence pela simplicidade. E, apesar de não ter gostado tanto, esse é o meu vencedor da segunda rodada.
Boa sorte
O conto percorre a relação entre duas pessoas – provavelmente um homem e uma mulher – ao longo dos anos, tendo a paixão compartilhada entre os dois por observar as estrelas como o fio condutor. Nesse sentido, a trajetória do casal se inicia ainda durante a infância, quando são obrigados a afastar um do outro pelas circunstâncias da vida, até que encontram novamente e envelhecem juntos.
É uma história simples, sem grandes reviravoltas ou um clímax. Parece mais uma carta, ainda assim é bastante interessante.
Sinopse
Quando as Estrelas Não Tinham Nome narra o relacionamento entre dois vizinhos, uma menina (a narradora) e um menino, desde a infância, até a velhice. Já na infância a menina muda-se para a cidade grande, onde as estrelas parecem não ter o mesmo brilho, e os encontros entre eles passam a ser mais raros. Já não se reconhecem como antes, os interesses mudaram e mesmo ela teria se deixado influenciar pelos hábitos apressados da metrópole, no entanto, apesar de nunca declarado, o laço afetivo entre eles não se dilui. Por fim, se reencontram na velhice, agora dispondo do tempo e da maturidade necessários para apreciar sua amizade ou amor platônico (o autor não deixa claro).
Análise
Uma narrativa lírica, repleta de nostalgia, mas sem qualquer amargor. A retórica de estilo questionável quanto às melhores técnicas literárias, bem como uma série de erros de ortografia e gramática, apesar de indesejáveis, encontram certa sintonia com o perfil inocente da personagem narradora. Em contraposição à abertura que anuncia um conto cheio de poesia, o parágrafo que arremata o conto é absolutamente dispensável, pois impõe ao leitor uma conclusão própria, uma lição de moral, o que, ao meu ver, não se deve à arrogância ou pretensão do autor, mas provavelmente a sua ingenuidade e inexperiência literárias. Provavelmente, e de forma paradoxal, suas maiores virtudes e maiores pecados.
O conto é a história de duas crianças que observam estrelas e dão nomes a elas. Ao ficarem adultas elas se encontram para observar as estrelas e refletir sobre a vida.
A escrita é simples e direta, sem grandes floreios, a leitura fluida. O enredo é bom, mas achei que faltaram sentimentos mais fortes nas reflexões do personagem/narrador. O impacto do conto, na questão de emoções, foi suave e o final não trouxe nada contundente.