EntreContos

Detox Literário.

O Cheiro Vermelho de Tinta (Fil Felix)

 

O JARDIM

 

Era seu segundo mês trabalhando no jardim da família Expedito: duas vezes por semana, religiosamente. Nesse período, Caio nunca vira o senhor ou a senhora Expedito, todos os pagamentos eram entregues por Pedro no final do dia. O casarão guardava um ar barroco, ornamentado e carregado, com seu enorme jardim cercando toda a residência, conectados por um caminho de lajes. Também nunca entrara, até então, na casa. Em meio às podas e regas, percebia o silêncio matador que havia lá, com seus vultos disformes correndo pelas janelas do segundo andar, onde provavelmente estariam os quartos. No térreo as janelas ficavam fechadas ou cobertas por pesadas cortinas de veludo. Pedro, quando contratou Caio, segredou que seus pais estavam bastante enfermos e de idade avançada, não levantavam da cama e eram assistenciados por enfermeiras durante dia e noite. E apesar de não comentar a idade, Pedro não aparentava possuir mais que 35 anos, um pouco mais velho que Caio. E mesmo sem ter visto nenhuma enfermeira entrando ou saindo do casarão, sua espontaneidade e o sotaque interiorano convenciam-no da história.

A casa possuía três andares, uma porta principal de madeira maciça, janelas longas e vidros grossos. A pintura, de um bege profundo, estava descascando. Caio pensou em oferecer-se como pintor, para poder impressionar a família e fazer valer a contratação. Mas logo viu que o jardim, abandonado há meses, já oferecia trabalho demais. O caminho de lajes, ligando o portão de ferro da rua à porta da casa, estava repleto de ervas daninhas e trevo. Os pequenos gatos e duendes que ladeavam o início do caminho, cobertos de lodo. Até mesmo as esculturas espalhadas pelo jardim estavam esverdeadas e sujas pelo tempo. Como as plantas eram sua paixão, Caio teve uma certa admiração pela desordem e um desejo ao colocar as mãos nos crótons e coléus que davam cor em meio ao verde de marantas e singônios.

Numa tarde Pedro saiu da casa, deixando a porta entreaberta. Caio podia ver, de relance, inúmeros quadros pendurados pela parede do hall de entrada. Pedro trazia uma fita vermelha numa mão e duas latas de coca-cola na outra, oferecendo uma ao jardineiro. “Caio, sei que está trabalhando nas roseiras agora, mas gostaria de te mostrar uma coisa”. Havia algo em seu olhar, algo lenhoso. Desde sempre Caio não conseguia se impor ou tomar a frente das situações. Fácil de se deixar levar, dizia sua mãe. Foi assim na infância e foi assim quando pensou em oferecer o serviço de pintura , mas não conseguiu. Sempre foi o garoto magro e vulnerável, protegido pela mãe. Mesmo aos trinta, ainda mantinha essa postura. “Claro, tudo bem…”, foi o que conseguiu responder. E assim entrou pela primeira vez no casarão, guiado pelo patrão.

 

A FITA

 

Caio ficou maravilhado com a quantidade de quadros espalhados pelas paredes. Molduras quadradas, retangulares e até ovais, de paisagens, naturezas mortas e retratos, que iam dos mais figurativos aos mais abstratos. Em comum, a maioria possuía uma forte paleta vermelha em sua composição. Ao perceber o espanto nos olhos do jardineiro, Pedro aproveitou para apresentar o ambiente. “A pintura é algo bastante importante em nossa família. Meus pais pintaram alguns desses quadros. Os pais deles pintaram outros. E por aí vai. Alguns são de minha autoria, também. Essa característica mágica que os seres humanos possuem, de captarem a essência de um momento, uma sensação”, deu um longo gole do refrigerante e apontou para um quadro representando um casal elegante, de mãos dadas e em volta de um jovem Pedro, os três com roupas antiquadas. Caio podia sentir que era Pedro ali. Não somente sua figura, mas de alguma maneira, de alguma forma relacional, também era ele. “O senhor deve gostar muito de Dorian Gray”, comentou. E numa gargalhada, Pedro não somente demonstrou a quebra da barreira entre eles, como também uma certa afinidade. “Que isso… Gosto muito dos retratos, mas nada tão mórbido. Mas foi por isso que o chamei aqui. Percebe o quanto é importante para mim? A visão, a imagem… E infelizmente, em breve deixarei de enxergar, de poder pintar ou admirar qualquer obra de arte. Ficarei cego. E conforme você está reformando o jardim, quero passar a tocar e sentir, mais que olhar. Entende?”.

Caio perdeu muito do que foi dito após a declaração de que seu patrão ficaria cego. Não conseguia imaginar como viveria ali, numa casa daquele tamanho, com tantos cômodos e os pais doentes. “Meu médico disse que preciso me acostumar a idéia, memorizar o espaço”. Entregou a fita vermelha nas mãos de Caio, segurando-as fortemente e, olhando fundo em seus olhos negros, revelou um desejo. “Quero que me venda, passarei a usar a fita de agora em diante”. Virou-se de costas para o jardineiro, fechou os olhos e permitiu que Caio se aproximasse, passando a fita em volta de sua cabeça, sentindo a pressão do nó.

 

O ESPINHO

 

A terapia de Pedro envolvia habituar-se à cegueira e também a residência e ao próprio jardim, em que Caio teve um importante papel, levando ao patrão flores, folhas e demais objetos que encontrava pelo lugar, para que ele pudesse pegar, sentir e, principalmente, cheirar. Todas as vezes que passava pela porta do casarão, ele observava um quadro muito abstrato e curioso, repleto de círculos e semi-círculos vermelhos. Decidiu que perguntaria a respeito dele, logo após entregar o ramo das roseiras que podara. Pedro, sentado na poltrona em frente ao grande retrato da família, vendado e sereno, percebeu o cheiro da flor antes mesmo de Caio a entregar. “Ah, nossas rosas. Inconfundíveis. Sabe, Caio… certa vez li que somos pegos pelo olfato. Nossos instintos, nossos fetiches… Para além do órgão sexual, o desejo parte do cheiro”. E Caio, como de costume, ouvia mais do que falava. As palavras entalavam em sua garganta, raspando. E naquela tarde de primavera, com o sol tranquilo lá fora, o aroma das flores junto ao odor leve de tinta a óleo e mofo nas paredes, ele queria mesmo era descobrir qual a fragrância, que perfume tinha Pedro.

“Venha, deixa eu tocar as flores”. Pedro levou-as ao nariz, abrindo um sorriso e, sem perceber, cortou a mão nos espinhos e emitiu um som passageiro de dor. “Desculpa, senhor… deveria ter arrancado os espinhos antes, não imaginava que…”, Caio pegou o lenço que levava no bolso e enrolou a mão de Pedro. “Não se preocupe… Acho que a dor faz parte de qualquer adaptação. Diz, meu sangue é vermelho como as rosas?”. Um tanto constrangido, Caio riu e lembrou de umas das histórias que ouvia da mãe. “Reza a lenda que as rosas surgiram das lágrimas da deusa Afrodite, quando chorou a morte do seu amante Adônis, sendo tingidas de vermelho com sangue”.

Uma gota caiu do teto sobre o rosto de Caio. Um líquido espesso e viscoso, vermelho. Ele passou a mão no rosto e, ao olhar pra cima, percebeu que havia uma grande mancha escura no teto. “Senhor, acho que derrubaram alguma coisa lá em cima, que está vazando”. Mas Pedro sequer esboçou alguma preocupação. “Estou resolvendo isso”. Era incrível, pensava Caio, como a serenidade dele o conquistava. “Aproveitando sua história sobre as rosas, me permita compartilhar um conhecimento meu”. Pedro levantou e dirigiu-se ao hall de entrada, parando em frente ao quadro que Caio queria comentar. Seu coração, inclusive, acelerou. “Este é um dos meus quadros preferidos, puramente abstrato”, ele começou. “Sim, não tem figuras nem nada, isso eu lembro da escola”, Caio respondeu. Ambos de frente à moldura. “E digo mais, a falta de figuras nos força a visualizar o todo, a buscar lá dentro de nós por algum significado, algum porquê, encontrar uma forma à essas linhas, círculos e cores que explodem na tela. Pintei em homenagem a nossa antiga cozinheira, que descanse em paz, que amava estampas de bolinhas. Ela amava usar colorau em tudo. ‘Vermelho’, que em muitas línguas significa a própria cor. A intensidade, vida e morte. Um mundo numa palavra, num pigmento. Mesmo sem ver, posso sentí-lo”. Ao voltar o rosto para a sala, Caio percebeu que a pingueira no teto estava mais forte, formando uma poça horrenda no chão.

 

O QUADRO

 

No último dia da primavera, uma quinta-feira, também foi o último dia em que Caio trabalhou no jardim da família Expedito. Havia uma magia em torno de Pedro, um homem das artes, culto e delicado, pela qual Caio se viu muito afetado. Como gostaria de ouvir a história por detrás de cada quadro do casarão. Mas não se achava à altura, nunca se considerou bom o suficiente e sempre preferiu a companhia das plantas à dos humanos. Mas naquela última quinta-feira, até mesmo suas mais íntimas companheiras lhe traíram. E o vermelho, que numa ponta é vibrante como o sangue da vida, também descobriu que na outra é opaco como o coágulo da morte.

O jardim estava quase pronto. As esculturas mais uma vez se distinguiam do verde, o caminho de lages se destacava e hortênsias azuis floresciam. Olhou para o casarão, o caminhar dos vultos no segundo andar, das enfermeiras certamente. Mas ao adentrar o jardim, porém, percebeu que algo mudara. A grama, que deveria ser firme, mas macia, transformou-se em algo pastoso, praticamente pantanoso. Teria sido o calor?, pensou. As estátuas de gatos e duendes que ladeavam o caminho soltavam uma tinta escura dos olhos. E as rosas, que na última terça estavam vistosas, murcharam. Conforme se aproximava da casa, o jardim como um todo se desgrenhava, morria. Apavorado, as lágrimas correram sobre o rosto. O trabalho de toda uma estação estava diluindo, com a morte encontrando todo aquele verde. Observou que um dos galhos de um limoeiro, ao quebrar, expeliu um líquido rubro em vez de seiva.

Desesperado, entrou sem bater no casarão e foi pego de surpresa por um forte cheiro de óleo. Não óleo de cozinha ou de fritura. Mas um óleo de tinta. Pedro continuava em sua poltrona, a fita vermelha nos olhos. “Senhor, algo estranho está acontecendo no jardim”, aproximou do patrão, segurando-o pelo braço, querendo levantá-lo. A goteira no teto se espalhara por toda a casa, sujando o piso e deixando pegadas. As paredes suavam, escorrendo a tintura da madeira. Os quadros, porém, permaneciam intactos. Pedro forçou Caio a ajoelhar-se diante da poltrona, colocando as mãos em seu rosto, sentindo sua pele, sua barba por fazer, seus poros dilatando. Aproximou seu rosto ao dele e, como foi durante a vida, Caio congelou e deixou o coração disparar. “Você é muito belo, Caio. Um retrato impressionista, eu diria. De longe, vejo tudo que deseja, mas com medo. De perto, vejo os porquês. E seu cheiro tem cor”. Pedro umedeceu os lábios com a língua e lambeu sua bochecha, um som áspero de atrito entre a língua e os pelos crescendo. “Tem gosto, também”.

O calor abafado do ambiente sufocou o jardineiro. O cheiro forte de tinta subindo pelas narinas, deixando-o tonto. Do teto caíram inúmeras gotas espessas de tinta, respingando pelos móveis e pelo corpo dos dois homens. Aos poucos Caio teve o rosto coberto pelo líquido escarlate. Inundado. O chão aos seus pés, como numa piscina amniótica, o engoliu. E foi como voltar ao útero da mãe Gaia, adubando o solo com seu próprio sangue. E na escuridão que cobriu sua consciência, o casarão e o jardim transformaram-se numa grande mancha, um borrão em sua história.

Não sabia quanto tempo havia passado, mas o mau cheiro permanecia nesse breu, quando ouviu um murmurar lá no fundo. Um eco em meio à escuridão. Uma conversa. Como se essas pessoas se aproximassem de Caio, como um rosto que te olha, distinguiu melhor os sons. “Consegue ver, Ricardo? Este é meu quadro preferido. Uma verdadeira beleza, pintada ao estilo impressionista, com pinceladas soltas, sem forma ou contorno fixos. Feita em homenagem ao nosso antigo jardineiro. Cada ponto que forma uma flor foi como uma lágrima que deixei cair. E vermelhas, como a excitação humana”. E caminhando pelo segundo andar, Caio observou o jardim pela última vez.

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18 comentários em “O Cheiro Vermelho de Tinta (Fil Felix)

  1. Pedro Paulo
    23 de dezembro de 2018

    RESUMO: O protagonista do conto é Caio, que cuida do jardim de um casarão onde a única pessoa que conhece é Pedro, que se apresenta como o filho dos donos idosos e enfermos e o paga regularmente. Eventualmente, Caio é convidado para entrar e descobre que seu empregador está ficando cego e que deseja ser vendado para se acostumar à cegueira antes que ela se concretize. Nessa primeira vez em que entra na casa, também entra em contato com as paredes cheias de quadros, que Pedro revela terem sido pintados por seus pais e pelo próprio. Uma amizade se inicia entre os dois, em que o silencioso Caio admira bastante o pintor vendado, até o dia em que, após finalizado o trabalho no jardim, o pobre jardineiro visualiza todo o seu trabalho se desfazer, as plantas morrendo, em uma súbita e surreal transformação. Dentro da casa, Pedro parece indiferente ao que está acontecendo e então “absorve” Caio, transformando o jardineiro em um dos seus quadros, confinando-o ao misterioso segundo andar, espaço de vultos.

    O CONTO: Este é um conto surpreendente, com um inquietante mistério muito bem desenvolvido por meio de descrições densas e acertadas e da interação entre dois personagens que ficam muito bem delimitados e só contribuem para o suspense crescente da trama. Dando mais materialidade a esta avaliação, basta nomear esses aspectos: em Caio temos o protagonista cuja característica mais destacada é a passividade, o que faz dele uma pessoa infeliz de tão fácil que é impressioná-la e, mais do que isso, faz dele uma pessoa vulnerável. Já em Pedro temos o carismático dono da casa, em que a primeira aparição já é por si só envolta em dúvida: pais enfermos e nenhuma enfermeira vista? Ainda assim, o próprio autor soube nos enganar com esse personagem, pois sua educação e delicadeza ao tratar com Caio faz dele uma pessoa confiável. O cenário, enfim, da enorme e envelhecida casa, constitui um clássico cenário para histórias de terror, em que a boa descrição empregada pelo autor contribuiu para fazer do ambiente essencial ao enredo.

    O prosseguir da trama é igualmente impactante. Primeiramente porque durante a leitura só somos capazes de constatar que “há algo de errado”, e então o final nos atinge em cheio, pois acontece tudo rapidamente e com uma descrição competente que nos imerge na mesma confusão na qual se encontra Caio, deixando tudo bastante tormentoso e caótico como o jardineiro estaria vendo e, mais do que isso, deixando a figura de Pedro no maior do seu inquietante, em que sua calma e delicadeza são assustadoras, não mais parte de um carisma. Para essa descrição, destaco o ponto em que escreveu sobre o barulho da língua de Pedro passando pela barba de Caio, pois é um momento em que a descrição sensorial faz do ato ainda mais chocante. A conclusão, enfim, faz valer a pena toda essa jornada surreal pela qual passamos, encerrando o conto dentro de uma premissa sobrenatural que é mesmo surpreendente. Parabéns!

    A DISPUTA: Como em todo confronto, devo deixar claro que ao votar, sempre tomo que cada conto traz a sua própria proposta, especialmente em um certame de tema livre. Dessa maneira, começo a minha decisão exaltando a alta qualidade de ambos os contos, a “Ceia” com o seu teor bem-humorado e o suspense do “Cheiro Vermelho”. Nesse sentido, resta avaliar a execução, em que ambos também se sucederam muito bem. O autor da “Ceia” soube se aproveitar do contexto para escrever algo bem engraçado e em “Cheiro Vermelho”, o modo como soube dar as informações contribuiu para deixar o leitor desprevenido para o que viria. Sendo assim, há duas formas diferentes de astúcia, cada uma presente em cada conto, fazendo dessa uma escolha particularmente difícil em que tenho que apelar para a subjetividade. Neste confronto, meu voto favorece “O Cheiro Vermelho de Tinta”, somente por achar uma tarefa mais desafiadora escrever em termos de suscitar suspense. Como esta deverá ser a última rodada, aproveito para parabeniza-los pela participação, como votantes e como contistas. Até mais!

  2. Gilson Raimundo
    22 de dezembro de 2018

    Caio foi contratado por Pedro para cuidar do jardim da sombria mansão da família Expedito. Quando entrou pela primeira vez na casa, ficou impressionado com as paredes cobertas por belos quadros pintados em sua maioria pelos membros daquela família, porém o que mais lhe surpreendeu foi a notícia que o patrão ficaria cego em breve. Os dois começaram uma série de exercícios para que Pedro se acostumasse com o ambiente.
    No fim da primavera, ao iniciar o serviço, Caio percebeu que todo seu esforço com as plantas havia sido perdido, elas estavam morrendo e ao invés de seiva, derramavam um líquido viscoso. Ele corre em busca de Pedro, mas acaba descobrindo que ele próprio é parte de uma pintura.

    1)texto muito bom, fácil de assimilar e com grande potencial
    2)ultimamente tenho lido vários contos divididos em capítulos, no início parecia bom, mas agora parece perda de tempo no andar da história (Não vai pesar na avaliação, mas fica a dica)
    3)O conto criou uma expectativa em relação às pinturas , que foi plenamente correspondida, parabéns por isto
    4)acho que por falta de tempo e limite de espaço o autor acelerou a transição do desenvolvimento para o arremate. A reviralvota foi ótima, apesar de ser jogada no colo do leitor de um modo ostensivo e repentino
    5)adentrou não é uma palavra usual na literatura, as vezes o autor de conto tenta usa-la para embelezar um trecho desnecessariamente, não se vê Harry Potter adentrando uma loja de varinhas, Tarzan nunca adentrou a floresta, os boêmios de Jorge Amado jamais adentraram um bordel.

    Boa sorte no desafio.

  3. Givago Domingues Thimoti
    22 de dezembro de 2018

    Olá!

    Tudo bem?

    O conto é bom. Tem uma técnica apurada por de trás do enredo. Tal técnica aparece nas construções bonitas, quase líricas, que o texto possuí. Pedro e Caio me pareceram um casal que me agradaria bastante em algum livro.

    Acredito que a única coisa que me desagradou foi o final. Confesso que me pareceu um tanto dissonante. Como se fosse a conclusão de um outro conto colado. Para mim, ficou um pouco confuso e prejudicou bastante o restante da narrativa.

    Enfim, parabéns pelo conto!

    Boa sorte!

  4. Paulo Luís
    21 de dezembro de 2018

    Olá, Rufus, boa sorte no desafio. Eis minhas Considerações sobre seu texto.
    Enredo: Jardineiro é contratado para cuidar do jardim de um casarão, ficando amigo e confidente do contratante, que o acompanha em sua estranha? (falsa) cegueira.

    Gramática: Sem grandes problemas, a leitura flui bem sem percalços, exceção a este acento grave no “i”, (sentí-lo) quando não é necessário.

    Tema: Um conto a princípio despretensioso, onde seus primeiros movimentos parece tratarem-se de uma simples descrição ambiental, mas o enredo toma características macabras, mas um tanto confusa em virtude de algumas nuances das citações um tanto filosóficas? Históricas? Aliás, o que quer dizer, “Havia algo em seu olhar, algo lenhoso.” O que é um olhar lenhoso? A partir deste ponto da trama é feita uma tentativa de levar a trama para o mistério e o terror, no qual, a meu ver, faltou convicção. Principalmente para a insinuação de que o protagonista seria a próxima vítima.

  5. Evandro Furtado
    15 de dezembro de 2018

    A história de um jardineiro que trabalha em um jardim misterioso de uma casa misteriosa de um dono mais misterioso ainda.

    A grande vantagem desse conto é justamente a ausência de muita trama. A grande parte perpassa por um sentimento de reflexão por parte dos personagens. Tudo é muito simples. Mas então a coisa vai evoluindo e toma um caminho inesperado. Torna-se assustadora. Acho que ele virar um quadro abstrato, por si só, é aterrorizante. É ainda mais quando pensamos na cozinheira. Há um quê de Junji Ito por aqui.

  6. Ana Carolina Machado
    13 de dezembro de 2018

    Oiiii. Um conto de suspense sobre um jardineiro que trabalha no jardim de uma família misteriosa em que só tem contato com o filho chamado Pedro, pois segundo o mesmo o senhor e a senhora da família se encontram em uma idade já avançada e doentes. Mas o mistério que envolve a família não se resume somente ao casal que nunca aparece, ao entrar na casa Caio ver vários quadros em que as pinceladas que mais prevalecem são as da cor vermelha.Logo após falarem sobre os quadros Pedro revela que vai deixar de ver em breve e por conta disso pede para que Caio o vende com uma fita vermelha. Durante algum tempo Caio ajuda o patrão a se habituar com o espaço, sentir as coisas sem a visão, mas após a conversa sobre um quadro abstrato(feito em homenagem a uma cozinheira) Caio percebe que tem algo realmente vazando do teto chegando a formar uma poça. Um líquido viscoso e vermelho. No último dia dele cuidando do jardim as coisas ficam mais sinistras, tanto no jardim como dentro da casa que se encontra tomada pelas goteiras vermelhas e Caio se ver por fim preso em um dos quadros vermelhos do patrão. Achei o conto muito criativo e interessante, principalmente porque desde o primeiro momento sentimos que o Caio está correndo perigo e que tem algo sinistro com o Pedro e a casa, mesmo que a gente não saiba o que é. E o final foi criativo porque dá a ideia de que o Ricardo, o rapaz para quem o Pedro fala do quadro, será o próximo a ser emoldurado e tingido de vermelho. Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.

  7. Marco Aurélio Saraiva
    13 de dezembro de 2018

    Seu conto me lembra muito o filme “Mãe”, em uma das primeiras interpretações que tive dele, assim que saí do cinema. O seu conto pode ter outras interpretações mas, para mim, a que mais me impactou foi a do relacionamento entre o arista e a sua arte (como no filme mãe, o relacionamento entre Deus e sua Criação). Criar uma obra é mergulhar nela; tornar-se ela; ter um relacionamento duradouro e profundo com ela. De certa forma sua arte é você e, ainda, outra pessoa completamente diferente, a qual deve conhecer e destrinchar. Você fica “cego para o mundo”, como Pedro fica no conto, deixando Caio (uma de suas obras-primas) guiá-lo. Sua arte ganha vida, torna-se independente e, por fim, ganha o mundo. No seu conto, porém, o mundo é o segundo andar da mansão de Pedro.
    Em uma primeira camada, gostei muito de Pedro como uma figura quase mitológica, inexplicável como os mitos de Cthullu ou algo parecido. Um ser preso em um eterno ciclo, criando arte a partir das vidas das pessoas que suga para o seu lar. Em camadas mais profundas, porém, o seu conto ganha ainda mais brilho, como falei acima.

    É um conto profundo, belo, muito bem escrito e, com certeza, um dos melhores do certame. Parabéns!

  8. Leo Jardim
    7 de dezembro de 2018

    🗒 Resumo: um jardineiro trabalha nos jardins de uma mansão misteriosa. Seu patrão tem um gosto por quadros e coisas estranhas acontecem no interior da mansão. No fim, o jardineiro acaba sendo preso ele mesmo em um quadro.

    📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): é interessante, prende a atenção, mas acabou sendo um tanto previsível e com muitos clichês. Desde o início, sendo uma mansão misteriosa, o leitor já espera algo sobrenatural. Os acontecimentos vão, cada vez mais, dando fortes indícios, mas o que me incomodou foi que o protagonista não percebeu nenhum deles. Tudo ficou bem claro pra mim desde cedo. Quando ele mostrou o quadro e falou da cozinheira, eu já concluí, inclusive, que ele usava as pessoas de alguma forma para fazer os quadros. Enfim, nesse tipo de texto, a surpresa é fundamental e, neste, não houve esse elemento.

    📝 Técnica (⭐⭐⭐▫▫): é boa, a narração é fluida e as imagens são bem vívidas. Encontrei somente alguns pequenos problemas de pontuação:

    ▪ Numa tarde *vírgula* Pedro saiu da casa

    ▪ Desde sempre *vírgula* Caio não conseguia se impor

    ▪ E *vírgula* caminhando pelo segundo andar

    💡 Criatividade (⭐▫▫): o tema “mansão misteriosa” é sempre complicado, porque já foi exaustivamente abordado em várias mídias. Quando optamos por um tema já bastante utilizado assim, o ideal é fugir dos estereótipos e entregar algo que o leitor não espera. Infelizmente, não foi o que ocorreu aqui.

    🎭 Impacto (⭐⭐▫▫▫): o impacto de um conto se dá geralmente por emoção ou surpresa. Este era um conto de mistério, mas a ausência de surpresa no fim acabou diluindo o impacto. Também acabei ficando sem entender completamente o desfecho, como ocorreu de fato a parte em que o jardineiro ficou preso num quadro. A última frase, principalmente, eu reli e ainda não peguei todo o seu significado: as vítimas ficam presas no quadro, no segundo andar da casa e, então, por que viu o jardim pela últimas vez?

  9. rsollberg
    6 de dezembro de 2018

    Fala, Rufus.

    Storyline: Jardineiro discreto e tímido que é sugado para um mundo insólito pelo seu misterioso patrão.

    Antes de tudo, cumpre ressaltar que o titulo é muito bom e combina sobremaneira com o conto.

    No melhor estilo “além da imaginação” acompanhamos a trajetória do novo jardineiro frente ao insólito misterioso. As descrições foram muito bem realizadas, criando certa imersão tão necessária com essa história que pede sinestesia.

    Os personagens foram desenvolvidos de forma satisfatória dentro do limite, porém, não consegui sentir muita empatia por ambos.
    Curti muito o espaço dado ao leitor para encontrar as motivações e as explicações “lógicas”, ainda que o final tenha resolvido parte do mistério com uma relação de um trecho lá do começo, o tal alvoroço do segundo andar.

    Um conto bem legal, com uma pegada “sobrenatural” black mirror sensorial.
    Parabéns

  10. Ana Maria Monteiro
    5 de dezembro de 2018

    Observações: O título não se lê, cheira-se. É o meu título favorito. O conto vai além de muito bom embora, quando chegou a parte de “crótons e coléus que davam cor em meio ao verde de marantas e singônios.”, tive de interromper e ir para o Google.
    Prémio “Quando os sentidos se misturam”

  11. angst447
    4 de dezembro de 2018

    RESUMO: Caio é um rapaz simples que foi contratado pela família Expedito para cuidar do jardim abandonado da residência. Conhece Pedro, que revela ser filho de um casal de idosos enfermos e impressiona Caio ao dizer que está ficando cego. Pedro pede para ser vendado pois quer se acostumar aos poucos com a cegueira que virá. Começa a travar amizade com o jovem jardineiro e mostra a ele as pinturas expostas na parede, todas com o tom vermelho como destaque. Caio termina o seu serviço, mas logo em seguida percebe que tudo foi alterado por sangue… jardim e casa. Demora a descobrir que assim como a cozinheira, ficará aprisionado a uma tela, “homenageado” com flores rubras e macabras.

    Um conto de terror, eu diria. Rubro, intenso, cheio de paixão e sangue. Está bem escrito, só senti falta de uma crase e notei um acento a mais, mas nada muito relevante.
    O ritmo da narrativa é muito bom, pois o clima de suspense apressa a leitura. As imagens criadas a partir dos quadros, do jardim e da ambientação do casarão forçam o leitor a entrar em um mundo bastante particular.
    Personagens bem trabalhados, um bastante ingênuo, simples, ligado à terra (o jardineiro) e o outro muito misterioso, ligado a segredos, à condenação da cegueira. Ambos funcionam muito bem dentro desta trama cuidadosamente tecida pelo autor.
    Só não entendi muito bem o finalzinho, perdoe-me. A frase final: “E caminhando pelo segundo andar, Caio observou o jardim pela última vez.” passa a impressão de que ele está vagando como um fantasma pelo andar superior e vê o jardim que tanto ama pela janela. Ou estava ainda vivo? Porque já imaginei que sua alma estava aprisionada na tela. Li umas três vezes e não cheguei a uma conclusão, mas gostei de todas as possibilidades.
    Boa sorte nesta eletrizante Copa!

  12. Nathiely Feitosa
    2 de dezembro de 2018

    Olá, escritor!
    Eu gostaria de ser informal o bastante para soltar um grande e expressivo palavrão, bem nordestino, para expressar o quanto o seu conto é bom!!
    Destaquei na leitura alguns “pontos” (que eu sintetizo em palavras que representam o que eu sinto durante a leitura) e foram: suspense, lembranças e associações com outras obras (inclusive, associei de cara um quê de O Retrato de Dorian Grey), arte e um misto de belo e macabro.

    As imagens se formam com perfeição e a sua habilidade descritiva é impecável, sem modéstia. Gosto do clima de tensão durante todo o conto e a forma como você estrutura o texto, a divisão em “atos”. Não tenho uma variedade de gostos literários muito grande, mas com certeza você me inspirou a ler mais coisas do tipo.
    Seu texto é maravilhoso! O final não poderia ser menos instigante, angustiante e, eu diria até, sufocante.
    Parabéns pelo conto incrível!
    Abraços!

  13. Felipe Rodrigues
    1 de dezembro de 2018

    O tal jardineiro é contratado e logo percebe um clima esquisito na casa de seus patrões.Não conhece o casal dono da casa, mas somente o rapaz que lhe paga, Pedro. Aos poucos os dois vão desenvolvendo uma relação de curiosidade, há o lance da venda nos olhos e da explicação sobre os quadros. No teto existe uma infiltração, sem procedência e contínua. Ao fim das contas o jardineiro torna-se totalmente envolvido por Pedro e ambos acabam ficando íntimos, até que em uma transa de tintas, musgo e escuridão, Pedro manda o rapaz para dentro do quadro, numa espécie de coleção de seres vivos nos quadros da mansão-museu.

    Esse texto me lembrou o clipe do REM, Losing my religion, e muito disso se deve à sensibilidade como foi escrito e o esmero do autor em aguçar os sentidos de quem o lê, observo isso em uma descrição como “levando ao patrão flores, folhas e demais objetos…”, entre outros trechos.

    É nisto que está o mérito do texto, na relação que gradualmente vai tornando Pedro e Caio mais próximos, trazendo também o suspense quando se levanta suspeitas sobre isso, mas é um suspense que prende nem tanto pelas pistas deixadas pelo caminho, mas pela configuração de um romance entre a dupla, um caso inusitado e que impulsiona a trama.

    Atrelado a isso, a história, que se revela no final é bastante bonita, mas macabra, e também trata de deixar a leitura sem um apoio, o espectador flutuando pelas sutilezas e estranhezas do cenário – me lembrou o filme Casa de Cera, mas deixa pra lá – que completa de forma dramática as lacunas de dois personagens não-aprsentados por completo propositalmente ao leitor.

  14. Priscila Pereira
    27 de novembro de 2018

    Caio, um jardineiro, gentil e sem iniciativa, começou a trabalhar para a Família Expedito. Pedro, o dono da casa fez amizade com ele e mostrou os vários quadros da casa, todos na tonalidade do vermelho. Pedro diz que está ficando cego e que precisa de ajuda para se adaptar. Caio nota coisas estranhas acontecendo no jardim e na casa. Caio vira um dos quadros expostos na casa e passa a “viver” no segundo andar.

    Que conto sinistro!Está bem escrito, sem erros. A estória é muito interessante e os personagens são bem estruturados. Esse ar surreal do conto tirou um pouco do impacto pra mim, porque não tenho certeza do que aconteceu. Num primeiro momento, achei que o Pedro tinha matado o Caio, e todos os outros, os vultos do segundo andar. Provavelmente foi isso mesmo, mas o que explica então como Caio viu o jardim e a casa? Pode ser que Pedro tenha o matado antes e tudo fosse a visão dele já morto… essas questões mal resolvidas não deixam de ser interessantes….
    Bem, um ótimo conto, muito bem desenvolvido e instigante! Parabéns!

  15. Sidney Muniz
    26 de novembro de 2018

    Um conto de um nível de narrativa muito satisfatório!

    Resumo: Trata-se de um conto que fala de um Jardineiro que trabalha na casa de um pintor e este, seduz o jardineiro com palavras e alma, aparentemente encantado com o jardineiro o patrão não engana somente a ele, mas também ao meu eu leitor, fazendo com que eu acredite no que está na minha frente esquecendo de observar as artimanhas da sedução e o porquê dessa sedução. Um conto que tem um fim diferente do esperado e talvez, somente talvez isso seja o ponto fraco desse trabalho que tinha tudo para ser excelente!

    Estou dando nota para o conto sem o pedido prévio de análise, caso venha a ser solicitado haverá o confronto das notas finais dos dois contos para escolha do vencedor do embate.

    Critério nota de “1” a 5″

    Título: 5 – Um título excelente, dá vontade de ler!

    Construção dos Personagens: 5 – Muito boa, nos faz estar na história como telespectadores.

    Narrativa: 5 – Como disse a narrativa é tão sublime que levou meu eu leitor a participar da tensão desse conto, esperando por um final, querendo que acontecesse, e isso pelo teor do conto é muito difícil de se fazer com a doçura que o autor conseguiu imprimir com sua narrativa.

    Gramática: 5 – Sem ressalvas, excelente, aprendi muito aqui!

    Originalidade: 5 – Aqui temos um caso extremamente original, um conto que brinca com o leitor, com o personagem com quem procura algo diferente, escrito com uma veia poética linda.

    História: 4 – Bem, só não dou cinco pois final me desagradou, gostei do romance, gostei do simples, e quando o autor(a) optou pelo diferente do caminho trilhado pelo leitor, isso me deixou no vácuo… Sei lá, achei desnecessário o final, o romance por si só seria fantástico pela forma que o conduziu.

    Um conto excelente! Meus aplausos!

    Total de pontos: 29 pts de 30

  16. Catarina Cunha
    22 de novembro de 2018

    O que processei disso tudo aí: Um jardineiro simplório e submisso é presa fácil para uma família de artistas plásticos devoradores de cores, cheiros e seres vivos; que compõem inusitados ingredientes de suas obras.

    Título: Muito forte. Remete imediatamente ao sangue, sem perder o impacto do simbolismo artístico da tinta.

    Melhor imagem: “O chão aos seus pés, como numa piscina amniótica, o engoliu.”

    Impacto: Relativo. A construção é de técnica apurada e a premissa assustadora. Venho de uma família de artistas e percebo no conto a intensidade do mundo plástico. Senti um botão solto, ou que eu não encontrei a casa onde abotoar: Os vultos circulando no segundo andar ficaram meio perdidos no meu inconsciente. Bom conto. Difícil decisão.

  17. Amanda Gomez
    21 de novembro de 2018

    Caio, um guri ” fácil de se deixar levar” vai trabalhar na casa de Pedro um homem misterioso que vive com os pais enfermos em um casarão. Caio é jardineiro e curioso, sua sensibilidade chama a atenção… caio pode ter uma quedinha pelo patrão. Pedro vai ficar cego e pede ajuda de caio para se habituar, os dois ficam mais próximos, mas não rola sacanagem. Certo dia, Caio sem entender vê seu trabalho de meses no jardim desmanchar diante dos seus olhos, tinta vermelha sangue escorre por todos os lados dentro e fora do casarão. Desesperado procura Pedro que parece não se abater. Caio é fisgado, levado a inconsciência, sua cor agora é vermelho sangue, abstracto e solitário. Um quadro na parede.

    ********
    Olá, Rufus!

    Gostei bastante do seu conto, você vai construindo aos poucos a história, uma ambientação muito boa com descrições que ajudaram muito na imersão. Gostei de Caio, desconfiei de Pedro, nesse quesito meio que já sabia mais ou menos o que ia rolar, ou seja, Caio ia se ferrar. rs

    Gostei da forma como conduziu os acontecimentos, embora algumas questões ficaram em aberto e não entendi, como quem são as pessoas lá em cima? há o sobrenatural na história além, claro, do surreal? Os personagens são bem desenvolvidos a voz de Pedro é bem marcante o personagem como um todo é. O texto me lembrou a Casa de cera nesse final. Fiquei com pena de caio vendo o jardim se desmanchar, tadinho.

    Parabéns!

  18. Das Nuvens
    21 de novembro de 2018

    Olá, Rufus.

    Resumo:
    Um conto de mistério e horror passado numa casa sinistra com um jardim também. Um sujeito que vai se tornar cego seduz um jardineiro bonitão numa trama aparentemente homoerótica entre o filho do dono da casa, Pedro, e o jardineiro Caio, meio ingênuo.

    Comentários:
    Começando pelo final, acho que justo este ficou um pouco confuso. Esperava que a casa tivesse engolido Caio, e que Pedro (ou a casa) o tivesse transformado em uma pintura abstrata e não impressionista (acho que as gotas de sangue caídas sobre a tela haveriam de gerar uma pintura pontilhista, mas tudo bem).
    Confesso que não entendi o surgimento do personagem Ricardo, que entra ao final apenas para confundir. Talvez não seja relevante a sua presença.
    “Consegue ver, Ricardo?”. Quem diz essa frase? Caio? Não me pareceu claro, dado que entendi que justo o jardineiro Caio havia se transformado em um quadro. Entendi errado?
    “Caio observou o jardim pela última vez.” Então Caio não era o quadro. Era Pedro? Mas quem era o pintor? A casa?
    Acho que o desenvolvimento da trama indicando que a casa tinha poderes, que gerava manchas que se transmutavam em pinturas é bem legal. Parece um conto que poderia estar numa coletânea antiga junto de Algemon Blackwood, Alice e Claude Askew e algo de Stoker, mas o final comprometeu, dado que me pareceu inespecífico.
    Valeu. Imagino que precise ser trabalhado mais um pouco com sucessivas leituras e refinamento, algo como o ajuste da frase (que chegou a ficar engraçada) “Quero que me venda, passarei a usar a fita de agora em diante.”
    Pedro queria ser vendido? Não, não queria, ele queria apenas que Caio pusesse nele uma venda, por óbvio, em seus olhos.
    Um conto com clima, cheio de arquétipos cênicos que caracterizam o segmento clássico do horror-terror-suspense (seja lá o rumo que se queira dar ao texto).

    Boa sorte no desafio.

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Informação

Publicado às 20 de novembro de 2018 por em Copa Entrecontos e marcado .
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