EntreContos

Detox Literário.

Joãozinho Pitbull e a Mulher que Engoliu o Sol (Cirineu Pereira)

 

Pré luta

Nunca conheci meu pai. Um dia minha mãe trouxe um homem para casa.

Os assassinatos começaram oito meses antes e, por seis deles, após três vítimas, eu sabia apenas o que a televisão mostrava. Eram todos homens, entre 27 e 53 anos. A morte do ator foi a gota d’água, a imprensa queria a cabeça de alguém, se não a do assassino, do secretário de segurança pública que, por sua vez, antes decapitaria Antônio Almeida Álvares, o meu superior. E foi assim, contrariado e sob pressão, que o delegado tirou o caso de Rubens, o detetive mais renomado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, e incubiu-o a mim.

Agora, juntamente com dois colegas, aguardo Álvares. Diógenes, o menor deles, após conferir as horas, abre uma das gavetas da escrivaninha do chefe, retira dali o controle remoto, liga a TV, comuta os canais e ajusta o volume. Bruce Buffer sobe ao octógono, mas ainda não toma o microfone. Apesar de praticar o jiu-jitsu, nunca tive saco para os históricos, comentários e especulações analíticas que antecedem as lutas.

 

Primeiro Round – O gigolô

Num outro dia o homem me trouxe um caminhãozinho de madeira e almoçou conosco.

O primeiro, encontrado sem vida por uma garota de programa no próprio apartamento, era branco, 35 anos, nariz e mandíbula fraturados, clavícula deslocada, rosto desfigurado por socos e pontapés. Causa mortis: estrangulamento. De acordo com o depoimento de Selena, a que encontrou o corpo, Audrey e Jenifer, também prostitutas, Marco Antônio Ribas era cafetão e, tal qual meu padrasto há muito desaparecido, costumava molestar suas mulheres, logo, não me recriminei pelo prazer daquela notícia.

Luta chata. Num e noutro sentido, o brasileiro circunda repetidamente o adversário, suas raras investidas por alto são respondidas com chutes baixos até o soar do gongo.

 

Intervalo

Mais alguns dias e o homem veio morar definitivamente conosco.

 

Segundo Round – O escrivão

Uma noite o homem não voltou para dormir. Apareceu no fim de tarde do dia seguinte. Pisou no caminhãozinho de madeira e empurrou minha mãe. Estava bêbado, mas então eu ainda não sabia o que era estar bêbado.

Dois dias após eu assumir o caso, mataram o Antunes. Encontrado boiando na piscina do próprio condomínio, o escrivão costumava nadar pela manhã, antes de ir à delegacia. Para surpresa geral, a autópsia não encontrara água nos pulmões. Apesar de não ter sido espancado, Antunes também fora morto por estrangulamento.

Finalmente Pitbull consegue levar a luta para o solo, porém o adversário fecha bem a guarda. O árbitro reinicia a luta em pé e outra vez os lutadores se limitam a se estudar.

 

Intervalo

Certa manhã, de ressaca, o homem não se levantou para trabalhar. Acordou na hora do almoço, mas saiu sem comer.

 

Terceiro Round – O galã

Ao voltar à noite, o homem revirou as panelas no fogão. Xingou minha mãe, quebrou algumas coisas na cozinha e voltou a sair levando a tevê em que ela costumava ver a novela.

O público voltara-se contra a cantora de funk que denunciou o namorado por estupro. Vítima de estrangulamento, o corpo, igualmente mutilado do galã de telenovela e queridinho das telespectadoras em geral, Jorge Hilton, de 27 anos, foi encontrado ao lado do carro, numa rodovia de pouco trânsito.

Álvares está demorando, mas, entredidos pela programação, nenhum de nós parece se importar. Já no terceiro assalto, a luta, que começara morna, ganha ritmo, porém não intensidade. Após desvincilhar-se de uma montada de Joãozinho Pitbull, Takashi Hudo pena sob a meia guarda de seu antagonista. Enquanto Diógenes e Edson se empolgam com cada nova tentativa de passagem de guarda do brasileiro, em silêncio, eu, e provavelmente todos os não tupiniquins do mundo, torcemos para o nipo-americano.

 

Intervalo

Daquela vez o homem não se demorou, voltou com uma caixa de sapatos e a guardou no quarto, sobre o velho guarda roupas.

Com o caso do estrangulador, ganhei também um pretexto para procurar um antigo contato na Delegacia da Mulher. Descobri o telefone da Menina que engoliu o sol, liguei e marcamos num café. Adriana formou-se em psicologia e serviço social.

– Júlio! – Virei-me e foi como se o dia abruptamente rompesse a noite. Ela sorriu meu nome e se abriu para o abraço como se se tivessem passado não anos, mas apenas dias desde a formatura no colégio militar.

Pragmática como sempre, não fez nenhuma menção ao passado, sequer perguntou sobre mim, mas foi diretamente ao ponto:

– Pois então, o Rubens já me procurou sobre isso antes de você e aparentemente eu não fui lá de grande valia…

Passei a seguir alguns suspeitos que, segundo os arquivos de Adriana, molestavam mulheres.

 

Quarto Round – O crente

Certa tarde, enquanto ambos trabalhavam, eu coloquei uma cadeira sobre a cama e alcancei a caixa de sapatos. Um revólver, pesado e preto como os dos mafiosos da televisão que agora mamãe e eu assistíamos na vizinha. Guardei-o de volta.

A quarta vítima, José Gomes Leocádio, 53 anos, evangélico, foi encontrado por transeuntes nas primeiras horas de uma manhã de segunda-feira, numa viela do seu próprio bairro. Mesmos sintomas, mesma causa mortis do gigolô, do escrivão e do ator. Detalhe adicional: a bicicleta até então utilizada pelo morto, aparentemente arremessada por diversas vezes contra o pavimento, foi encontrada destroçada ao lado do corpo. Segundo testemunho de vizinhos e filha maior de idade, o homem espancava regularmente a mãe. A viúva negou.

A maioria das paredes internas da delegacia é metade composta de vidro e, através de uma delas eu vejo o setor de atendimento ao público. Dois atendentes e, conforme a rotina, uma legião de pessoas aguardando para registrar boletins de ocorrência por meio de um sistema  obsoleto e burocrático.

Takashi Hudo, após safar-se de um armlock, desfere um chute alto, acertando em cheio o peito de Johnny Disgrace, apelido conferido pela imprensa internacional em alusão à crueldade e aos golpes sujos constantemente utilizados por João Maria dos Santos, manauara, 28 anos, invicto a 22 lutas, 16 por nocaute, 2 derrotas por desclassificação.

Diógenes, Edson e os telespectadores que na repartição ao lado assistem a luta em outra tela balançam junto com Joãozinho Pitbull. Estão todos atônitos, após livrar-se do estrangulamento com uma cotovelada maciça no rim de seu oponente, Takashi Hudo parece finalmente ter encontrado seu jogo. Em pé, o japonês, além de chutar bem, revela-se um exímio pugilista. A cara de cachorro do Pitbull está toda ensaguentada e, enquanto os rostos dos meus pares Diógenes e Edson e, inclusive do detetive Rubens, estão ensombreados, o meu brilha, mas não por muito tempo. Através da vidraça, vislumbro-os, os olhos do meu eterno adversário fixos na tevê, enquanto a mão repousa sobre as dela. Maldito!

 

Intervalo

Acordo suado na cama de Adriana – há anos não durmo ao lado de mulher nenhuma -, em seu sono pesado, ela de certo não ouviu os meus sussurros noturnos. O mesmo pesadelo, o velho bêbado, de costas para mim, torcendo-lhe o pulso, queimando o braço dela com a ponta do cigarro. Acordo sempre ao ouvir o estampido. Levanto-me para ir ao banheiro e me dou conta de não estar nu ou em trajes íntimos, mas de haver dormido vestindo camisa, calça e sapatos.

 

Quinto Round – O nocaute

Às vezes ele usava a arma para intimidá-la, metia-lhe o cano pela garganta e, enquanto eu me mijava, ela sentia náuseas.

Urinei na rua e, ao fechar as calças, avaliei minha aparência. Fui até o carro estacionado num beco escuro, além de um revólver apreendido, busquei uma flanela no porta luvas. Amanheceu enquanto remanejava os corpos na calçada. A um lado, estrangulado, o que antes eu seguia e que estava prestes a ser assalto. Ao lado desse, o assaltante, morto com um tiro entre os olhos. Limpei o sangue dos sapatos. Não havia manchas na roupa. Liguei para a delegacia. Sentei ao volante e repassei a história a ser contada.

Rapidamente a câmera corta para o campeão, pois mesmo para policiais, a expressão desfalecida do japônes, desmaiado antes de se render ao ser estrangulado num triângulo de pernas, não é uma visão em nada agradável. Aqui e na tela, o público urra alucinado.

 

Pós luta

Àlvares chega para ouvir a minha história e, ao menos aqui, o público se cala.

O corpo, juntamente com a arma, ela enterrou na latrina que, com uma pá, eu ajudei a fechar.

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39 comentários em “Joãozinho Pitbull e a Mulher que Engoliu o Sol (Cirineu Pereira)

  1. Givago Domingues Thimoti
    19 de dezembro de 2018

    Olá, Detestável Detetive!

    Tudo bem?

    Esse é um conto ousado! Percebe-se claramente que é um texto quebrado em três narrativas. Confesso que não curti muito isso, mais por não estar tão acostumado com esse tipo de narrativa do que por falta de qualidade ou talento.

    Na minha humilde opinião, essa estratégia tira o foco de um dos principais objetivos do gênero policial, que é descobrir, junto com o detetive, quem é o assassino. Como a fluidez do conto é um tanto prejudicada por essa quebra narrativa, tornou um tanto confusa a minha compreensão.

    Acho que um ponto positivo que vale destaque nesse conto é mostrar a origem do personagem principal. Claro, seguiu a cartilha do gênero (um homem com um passado sombrio), mas foi uma mudança interessante mostrar que ele presenciou episódios de abuso por parte de seu padrasto.

    Talvez ele que seja o assassino serial, no final das contas.

    Enfim, é um bom conto devido à inovação!

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Givago, as quebras são propositais e as trocas de cena trazem a intenção de incitar ansiedade no leitor. Naturalmente eu tinha ciência de que esse esforço de concentração e a necessidade de retroceder na leitura para garantir o entendimento não agradaria a todos, assumi o risco. Lamento que você não tenha curtido, porém aparentemente outros leitores curtiram bastante. Muito obrigado pelo seu feedback. P.S. Para outros leitores ficou evidente que Júlio é o assassino serial.

  2. Fheluany Nogueira
    19 de dezembro de 2018

    Não achei Detestável esse Detetive — um justiceiro, muito bem construído, que conquistou a empatia do leitor, apesar da impunidade. Conto do gênero policial, caracterizado, pela presença do crime (“Os assassinatos começaram oito meses antes”), da investigação, feita pelo protagonista-narrador (“o delegado tirou o caso de Rubens (…) e incumbiu-o a mim”) e da revelação do malfeitor: o próprio detetive (“Limpei o sangue dos sapatos (…) Liguei para a delegacia (…) e repassei a história a ser contada (…) O corpo, juntamente com a arma, ela enterrou na latrina que, com uma pá, eu ajudei a fechar”). O(a) autor(a) preocupa-se com a verossimilhança e traz, à tona sentimentos de medo, mistério, curiosidade, espanto e inquietação, bem dosados; apesar de certa previsibilidade do final, pelas inúmeras dicas espalhadas.

    A força do texto está na estrutura que pode ser considerada experimental. O que poderia ser um empecilho ao desenvolvimento do texto, acaba por surpreender. A divisão da narrativa corresponde às partes de uma luta UFC: pré-luta, do primeiro ao quinto rounds e o intervalo entre eles, pós-luta. Em cada parte, três narrativas se entrelaçam, cada uma seguindo linearmente, em paralelo: a infância do narrador, e os maltratos à mãe pelo seu homem; os assassinatos e a investigação e a luta assistida pela tevê na Delegacia.

    Assim, em uma construção onde a organização poderia, a princípio, parecer algo aleatório ou sem sentido, o entendimento da trama vai se elaborando não só através daquilo que o(a) autor(a) sugere, mas, de igual modo, através da trama que o próprio leitor inventa, a partir de suas próprias sensações durante a leitura. Alguns aspectos dessa técnica tornam-se complexos, pela forma como ditam o ritmo e pela atenção que fica dividida entre as tramas paralelas e o número grande de subdivisões intituladas, que mostram múltiplas perspectivas. A construção da tensão e o entender da motivação dos personagens acabam confusas, já que as dicas são bem sutis. Mas para quem já viu as oito temporadas de “Dexter”…

    Outro ponto que dificultou um pouco a leitura e interpretação foi o número de personagens com nomes e descrição (policiais, psicóloga, vítimas, lutadores de MMA). Alguns deles trazem curiosidade: Bruce Buffer, locutor norte-americano conhecido por anunciar eventos de artes marciais mistas; Patrício Freire, mais conhecido com Patrício Pitbull. O longo título é uma referência a esse lutador de MMA brasileiro e ao livro infantil, de Mayana Neiva – SOFIA – “Sofia é uma menina sonhadora mas, não podia imaginar que, ao engolir o Sol, uma série de acontecimentos malucos iriam transformá-la para sempre — que na trama corresponde a Adriana, que trabalhando na Delegacia da mulher, indicava as potencias vítimas perseguidas pelo detetive – justiceiro – psicopata, com trauma de infância, tomado por sentimento de injustiça e decidido a agir à margem da lei — a motivação para os crimes.

    No conjunto, texto bem escrito, personagens bem construídos e cenas claras deixam a leitura fluir, com as ressalvas acima. Estilo e temática se fundem apesar da pluralidade.

    Parabéns pelo texto criativo e habilidoso. Gostei do resultado final. Abraço.

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Fheluany, como é bom encontrar reconhecimento, não no nosso talento, mas nos nossos esforços! Afinal, talento é algo fortuito, mas esforço envolve suor, dedicação, vontade. Claro que esse conto demandaria muito mais esforço, trabalho e tempo, mas eis o que pude apresentar dentro do prazo proposto. Já há muito, ideias para enredos apenas não me motivam a escrever, ainda mais contos policiais, os quais considero deveras comerciais e clichês. Para mim, o tema, o enredo e a trama são apenas pretextos para o exercício da forma, da técnica e do estilo e estes sim precisam trazer um mínimo de originalidade. Enfim, de fato, o formato nem é totalmente original, creio que apenas desconhecido por muitos leitores. Abraço e muito obrigado por seu feedback.

  3. Gustavo Araujo
    19 de dezembro de 2018

    Resumo: três histórias que se entrelaçam: o garoto com um padrasto violento; o detetive que tenta resolver o crime de um serial killer; e a luta de jiu-jitsu.

    Impressões: um conto muito bem montado que consegue reproduzir com sucesso o clima pesado das boas novelas policiais. Temos aí o detetive sarcástico, castigado pela vida, com um passado nebuloso e cheio de culpa, que explica suas atitudes no presente. Consegui perceber certa influência de Chandler, o Raymond, na construção de Julio, com aquele ar cansado-de-violência-mas-que-guarda-esperança-de-um-futuro-melhor, típico de Marlowe. Confesso que estava com saudades desse clichê literário — por favor, perceba que isso é um elogio. O mais legal é que o(a) autor(a) conseguiu uma façanha, que é condensar uma boa história policial num espaço bastante limitado. Lembro do desafio noir, em como isso mostrou-se difícil para a maioria dos participantes… Outro aspecto positivo aqui é o título, sem dúvida um dos mais instigantes de todo o desafio. Enfim, gostei da narrativa e do modo como ela foi concebida, fugindo da linearidade, obrigando a uma atenção maior por parte do leitor. Parabéns e boa sorte no desafio!

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Gustavo, elogios pesam mais quando emitidos por alguém que realmente entende do riscado, mas me alivia a convicção de que você é um gentleman (rs). Sim, é um clichê e fugir dele demandaria muito mais esforço. Considerado o trabalho que me deu engendrar o formato, criar personagens originais provavelmente me causaria algum tipo de estafa (rs). Apenas leitores perspicazes como você entendem que o volume de informações é inerente à “condensação” da trama. Infelizmente, fui negligente no que tange ao título. Não que eu não o considere adequado, mas talvez porque ela, a mulher que engoliu o sol, ter sido personagem em minha vida, eu tenha esquecido de embasar melhor a metáfora. Em suma, alguém que engolisse o sol teria um rosto radiante e eu deixei de passar isso aos leitores. Abraço e obrigado por seu feedback.

  4. Catarina Cunha
    18 de dezembro de 2018

    O que processei disso tudo aí: 3 histórias, em tempos diferentes, evoluem simultaneamente. O detetive que investiga um assassino serial, um menino que assiste a mãe ser agredida e uma luta na TV. As 3 histórias, que na verdade é uma só, atingem o clímax ao mesmo tempo.

    Título: Sem duvida o melhor deste desafio.

    Melhor imagem: “Às vezes ele usava a arma para intimidá-la, metia-lhe o cano pela garganta e, enquanto eu me mijava, ela sentia náuseas.”

    Impacto: de enfiar a cara em uma porta de vidro. No começo pensei com meus valores pré-concebidos: “Caramba, mais uma historinha teen de detetive”. Delicioso engano. O conto é cru e com linguagem fácil, mas resguarda técnica apurada de manuseio do texto. Ousado sem ser escroto. O final aberto, mas nem tanto, foi bem articulado. Ótimo conto.

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Catarina, foi uma aposta, inclusive por ser minha estréia no Entrecontos e por não conhecer a maioria dos colegas. Felizmente, venci essa aposta. Meu texto teve a sorte de ser encontrado por leitores, em sua maioria, inteligentes e perspicazes como você. Muito obrigado.

  5. Fernando Cyrino.
    14 de dezembro de 2018

    Meu caro Detetive Detestável, cá estou eu às voltas com a sua interessante história. Um menino com vida complicada, cheia de abusos, um garoto sofrido que não conheceu o pai e que, ainda por cima, ganha um padrasto violento que, além de, bêbado, pisa no seu caminhão de brinquedo, agride a sua mãe e o amedronta de tal forma que termina por urinar nas calças. O menino que cresce e que se torna policial. O policial que se faz justiceiro, buscando punir (e sentindo prazer nisto) àqueles que, como o seu padrasto, também abusavam das mulheres.
    Uma história muito boa essa que você me traz. O uso da violência existente na luta, posta em flashes que se misturam à narrativa em si, trouxe um charme e qualidade maior à história. Ao mesmo tempo, Detetive Detestável, senti que a sua história ficou devendo no quesito revisão. Puxa, algo tão bacana e que está com vários detalhes necessitando pequenos consertos. Por favor, volte ao conto e faça os ajustes, a história, repito, muito legal, merece. Outra coisa, Detetive, é que achei que o título do seu conto ficou meio solto. Estou aqui dando asas à imaginação tentando entender por que a tal moça teria engolido o sol? Pitbull ainda vá lá que o cenário é de grande violência, mas esta eu perdi. Se tem sentido pelo menos sutil, por favor, me explique. Receba o meu abraço fraterno.

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Oi Fernando! Quanto à revisão, creio que estejas ainda mais surpreso (ou decepcionado) agora, afinal, já nos conhecemos e você sabe que sou obcecado por revisões. Não vou me justificar, por ora encontrei apenas um erro de digitação quando escrevi “assalto” ao invés de assaltado. Quando e se tiveres tempo, por favor, aponte demais erros. Imagine alguém que engolisse o sol, essa pessoa teria uma expressão radiante, não? Veja o que escrevi para o Gustavo. Não fui eficaz em justificar a metáfora, ainda que outros leitores tenham gostado tanto do título. Ah, lembra daquele meu conto “Depois daquela tarde” em que a história era dividida em horas, indo e voltando no tempo? Que bom que não lembras, ou terias sacado logo que esse também é meu (rs). Abraço e obrigado por seu feedback.

  6. Regina Ruth Rincon Caires
    12 de dezembro de 2018

    Resumo do Conto: Joãozinho Pitbull e a Mulher que Engoliu o Sol (Detestável Detetive)

    Uma história narrada (em pensamento) dentro do período de uma luta que está sendo transmitida, ao vivo. Júlio – narrador e personagem – relata o drama de vida, da sua vida. As fases são narradas com o mesmo ritmo de cada round do confronto que está sendo veiculado pela TV. Intervalos e rounds. Não conheceu o pai, a mãe arrumou um companheiro. De início, um cara pacífico e que foi, tristemente, mostrando as garras e o terror de um monstro. Júlio (adulto) é policial (detetive), trabalha na busca de um assassino em série. Procura uma antiga colega do colégio militar (a menina que engoliu o sol), que era psicóloga, para ajudar nas investigações. Passa a seguir uma lista de suspeitos apresentada por Adriana, todos molestadores de mulheres. Duas histórias de uma mesma vida em tempos diferentes. As mortes continuaram acontecendo, a lista foi seguida, o justiceiro (Júlio) aniquilava cada um dos criminosos. No desfecho, percebe-se que a o companheiro da mãe é morto (num outro tempo), mãe e filho enterram o corpo e a arma do crime, a arma com a qual o companheiro ameaçava a mãe.

    Quem foi Antunes?! Não entendi.

    Comentário/Avaliação do Conto: Joãozinho Pitbull e a Mulher que Engoliu o Sol (Detestável Detetive)

    Uma trama genial! Uma narração feita de forma brilhante quando o autor usa o tempo de uma luta para encaixar a história a ser contada. Parabéns ao autor, um recurso fenomenal! Muita criatividade! Confesso que, com a quantidade excessiva de nomes elencados no texto, fiquei um pouco confusa para assimilar alguns trechos. Foi necessário que eu retornasse em algumas passagens para saber quem era quem. Há alguns deslizes na escrita e na pontuação, nada que tenha comprometido a leitura. Interessante a crescente expectativa pelo desenrolar da história. Como leitora, separando uma narrativa da outra, fui construindo uma lógica que arrematou o texto. É um baita enredo, muito bom, narrativa inteligente.

    Portanto, diante da decisão que me cabe, tendo no páreo: “Joãozinho Pitbull e a Mulher que Engoliu o Sol” (Detestável Detetive) e “Voz” (João-Paulo Santos), o meu voto vai para “Joãozinho Pitbull e a Mulher que Engoliu o Sol” (Detestável Detetive).

    Boa sorte!

    Abraços…

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Regina, muitíssimo obrigado por seu feedback. Foi uma aposta. O formato, o excesso de personagens, as quebras de cena, tudo visando criar ansiedade e exigir um esforço intelectual extra e mais, apostando que isso concederia à leitura um prazer adicional. Engendrar um formato assim exige esforço, trabalho e, talvez por isso, eu que sou obcecado pelos aspectos ortográficos e gramaticais tenha deixado passar tanto. “Há alguns deslizes na escrita e na pontuação”. Então, se puderes me indicar esses deslizes, lhe serei duplamente grato. Abraço.

      • Regina Ruth Rincon Caires
        26 de dezembro de 2018

        Olhe, eu cometo muitos deslizes de pontuação. Fui verificar as minhas anotações (faço isso quando AVALIO um texto), notei que grifei: entredito, desvincilhar-se, assistem a luta, se se tivessem passado não anos… Acho que foi isso. Se foi engano meu, por favor, peço desculpa.
        Abraços…

    • Cirineu Pereira
      27 de dezembro de 2018

      Regina, acrescente “incubir” (rs). Não vi problema com “se se tivessem passado não anos…”, outra forma seria “como se tivessem se passado não anos…”, mas não estou seguro. Aqui não cabem desculpas suas, mas meu muitíssimo obrigado!

  7. Antonio Stegues Batista
    11 de dezembro de 2018

    O conto é a história de um detetive que investiga alguns assassinatos, enquanto nas horas vagas, assiste luta-livre na televisão.

    É um texto com fatos entrelaçados, as lembranças do detetive quando criança, que teve um padrasto mau, as investigações dos crimes ocorridos na cidade e a narração da luta que o detetive assiste na televisão. O enredo não é nada novo, o detetive, por causa dos traumas da infância, se torna assassino, matando todos os homens maus. Os entrelaçamentos dos fatos atuais e passado, por vezes ficaram confusos. Creio que o entrelaçamento dessa forma prejudicou o texto, a compreensão. Se isso tivesse sido feito por meio de parágrafos, teria deixado o conto mais correto, a narração mais agradável, coerente e a leitura fluida. De qualquer forma, foi uma experiência interessante.

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Antonio, respeito sua opinião e preferências, no entanto, para mim, de clichê já bastaram o enredo e os personagens (rs). A dificuldade de assimilação, a necessidade de retornar a leitura para confirmação do entendimento, foi tudo proposital. Particularmente sinto um prazer a mais quando uma narrativa me desafia intelectualmente e, ciente de que não se pode agradar a todos, apostei que, em sua maioria, meu texto encontraria leitores que pensam da mesma forma. Que bom que ao menos tenha sido uma experiência interessante para você, espero humildemente que meu conto o incite a leitura de mais textos tidos como experimentais. Grande abraço e muito obrigado por seu feedback.

  8. Priscila Pereira
    6 de dezembro de 2018

    Um detetive está assistindo a uma luta na tv ao mesmo tempo em conta sobre seu padrasto que praticava violência doméstica e sobre seu caso atual, uma série de assassinatos. Descobrimos no decorrer da estória que os assassinatos são de homens que agrediam e/ou estupravam suas parceiras. No final, o detetive se revela como o próprio assassino em série.

    O conto vem em um formato diferenciado, todos os aspectos de uma luta. Cada round mostra três tempos da estória: o passado do detetive, os detalhes dos assassinatos e a própria luta. Muito interessante, embora um tantinho difícil de seguir no começo. O título, pra mim, foi muito forçado, ou eu perdi alguma coisa… O Joãozinho Pitbull é o lutador, mas a menina que engoliu o sol quase não aparece na estória, não faria falta alguma…
    Bem, eu achei interessante e bem elaborado, eu já imaginava que o narrador seria o assassino, mas isso não tira o mérito do conto, ao contrário, só dá mais vontade de ver até onde ele vai. Sugiro uma revisão detalhada, porque alguns erros de digitação passaram…
    Boa sorte!

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Oi Priscila! “O título, pra mim, foi muito forçado, ou eu perdi alguma coisa…” Mea culpa. Alguém que engolisse o sol teria um rosto, uma expressão radiante. Ainda que muitos leitores tenham entendido, eu falhei dando pouca ênfase a ela, O engendramento desse formato exigiu bastante esforço, então não me surpreende que erros tenham passado. Você sabe que sou obcecado por revisões, vou a elas. Abraço e muito obrigado por seu feedback.

  9. iolandinhapinheiro
    5 de dezembro de 2018

    Olá, autor! Sei que está louco para ler a minha opinião, mas, obedecendo às regras, vamos começar pelo resumo. Um conto com três focos narrativos, sendo a primeira história sobre o relacionamento da mãe com um canalha que no fim ela e o menino matam e enterram numa latrina, o segundo é sobre a investigação de uma série de crimes, e o terceiro sobre uma luta ( Dica – esta é a parte menos interessante).

    Desde a primeira vez que tentei ler esta disgrama, eu achei o texto atraente. O autor me fez lembrar os melhores trechos de Rubem Fonseca em A Grande Arte. Isso é um ponto muito positivo, considerando que o Rubem Fonseca é meu autor contemporâneo nacional preferido.

    A narrativa dividida em 3 histórias, todas elas tenho o personagem policial como narrador fica confusa até o pobre leitor descobrir as divisões, e ler seguido cada uma delas (a minha preferida é do companheiro da mãe).

    Fora a pontuação, não vi nenhum problema de gramática, só achei meio chato ficar acompanhando detalhes sobre luta, porque luta só é legal se vc está lá, perto do ringue, olhando. Na tv já fica chato, apesar da pipoca, num conto é uma droga (dando a dica de graça).

    Na narrativa do meio, sobre os crimes, o autor deixa várias pistas de quem é o assassino, na verdade o próprio investigador que havia virado um justiceiro contra homens que abusavam de mulheres por causa dos traumas que tivera com o padrasto, muitos anos antes. Última dica – evite colocar personagens demais, lá pelo quinto eu já nem ligava mais para quem era quem.

    A sua sorte é que eu adoro Rubem Fonseca.

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Iolandinha, adorei seu feedback descolado (rs). Também amo Rubem Fonseca, não sei se é meu preferido, mas inegavelmente é uma grande influência. Pois então, as referências à luta, era esperado que agradassem mais ao público masculino, sabe como é, como não se pode agradar gregos e troianos, ou a gente assume certos riscos, ou contenta-se com o mediano. Quanto ao excesso de personagens, ou melhor, de nomes, outro risco propositadamente assumido. A ideia era mesmo ir minando o cérebro do leitor com jabes para provocá-lo, fazê-lo entrar na luta e reagir. Funcionou contigo, pois “disgrama” foi o melhor elogio que meu conto recebeu (hahahaha!). A minha sorte é que você, bem como a maioria dos colegas do Entrecontos, são inteligentes. Gostar de Rubem Fonseca, quando se é inteligente, brasileiro e leitor, é mera consequência. Beijo e obrigado por seu feedback.

      • iolandinhapinheiro
        24 de dezembro de 2018

        Olá, Cirineu. Relendo aqui o meu comentário no seu conto, percebi que me enrolei em várias frases. Perdoe-me se ficou confuso, é que muitos comentários eu os fiz de madrugada. Tenho hábitos estranhos de fazer coisas com sono. Não tente entender, nem eu entendo. Sim, eu gostei desta “disgrama” que vc escreveu, Vc tem um estilo (neste conto, pouco li seus além deste) que me encanta. E, como falei anteriormente, me lembra muito o do meu amado Rubem Fonseca. Parabéns por isso. Parabéns pelo sucesso no desafio. Quando falei que achei o sistema adotado no desafio ruim, é porque depende muito da sorte de pegar opositores fracos, digo isso porque peguei, justamente, e em sequência, os contos mais badalados do desafio, e só perdi para eles. Ademais num concurso na forma original, todos concorrem com todos, o que deixa os concorrentes com chances iguais. É isso.
        Feliz natal e boa noite.

  10. Ana Maria Monteiro
    4 de dezembro de 2018

    Observações: o conto está narrado de forma confusa e exigiu-me excesso de atenção para tentar compreender, mesmo assim sem grande êxito, confesso.
    Prémio “Nocauteou-me”

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Ana, assumi esse risco, sabia que aconteceria com alguns leitores. Lamento que tenha sido contigo. Obrigado pelo feedback.

  11. Davenir Viganon
    4 de dezembro de 2018

    Comentário-Rodada3-(“Joãozinho Pitbull e a mulher que engoliu o sol” x “Quando as estrelas não tinham nome”)
    “Joãozinho Pitbull e a mulher que engoliu o sol”
    História de mistério do detetive Júlio. Contanto 3 momentos intercalados: Lembranças da mãe prostituta espancada pelo cafetão na sua frente; uma luta monótona de MMA e a investigação de um assassino de abusadores de mulheres. O protagonista revela-se o assassino no fim do conto.
    Os nomes engraçados trazem simpatia, as lembranças trazem profundidade ao personagem e apesar da falta de diálogos o conto é bom e divertido, apesar das situações pesadas. O arremate é bom mas não chega a surpreender pela falta de outros personagens para colocarmos a culpa pelos assassinatos, mas ao menos não tirou um assassino da cartola, do nada. Gostei do conto e vou dar meu voto por essas qualidades!

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Davenir, muito obrigado pelo feedback. Abraço.

  12. Jowilton Amaral da Costa
    2 de dezembro de 2018

    Conto policial que se investiga assassinatos em séries de homens que maltratam mulheres.
    Eu achei um bom conto, bastante previsível, ainda assim, um bom conto.
    O clima criado pelo autor, meio Noir, é bom. Tem uma mulher “fatal”, que nesse caso é tratada como quem engoliu o sol, o que nos leva a imaginar que os dias nublados na vida amorosa do policial foi por causa dela, e tem um detetive problemático, que teve uma infância difícil vendo sua mãe ser espancada pelo padrasto bêbado. As variações entre o presente, o passado do narrador e os fatos ocorridos na investigação ficou bem arquitetada. No entanto, já no primeiro round, nos deparamos com informações que comprometem a trama, ao meu ver, deixando o conto previsível. Dá para sacar que quem mata os homens que maltratam mulheres é o próprio detetive, e isso enfraqueceu o conto, na minha opinião. Está bem escrito e só vi um erro onde está digitado “assalto”, no lugar de “assaltado”, já no fim do texto. Boa sorte no desafio.

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Jowilton, minha prioridade era mesmo o formato, a técnica, o estilo. A elucidação dos crimes tinha importância menor, o esforço intelectual resume-se antes ao acompanhamento da narrativa. Não era intenção escrever um conto policial clássico, muito pelo contrário, por isso optei pelo anti herói. Espero que a leitura lhe tenha sido prazerosa, mesmo fugindo as suas expectativas. Abraço e obrigado por seu feedback.

  13. Daniel Reis
    2 de dezembro de 2018

    Sinopse: Júlio é policial e está sendo designado para investigar um caso de assassinatos em série. Ao mesmo tempo, a narrativa paralela é da infância de abusos de um padrasto imprevisível e outra vertente, de uma luta que está sendo exibida na televisão da delegacia, de onde sai o Joãozinho Pitbull. De fundo, ainda há a história do relacionamento com a Menina que Engoliu o Sol, e a revelação da cena de crime montada.

    Comentários: achei o texto bastante ambicioso e inventivo, mas me senti burro. E isso, para quem lê, é um pecado mortal. O autor acaba prejudicado quando tenta criar tanto mistério que a história fica confusa. As narrativas paralelas também não explicam, só complicam, poderiam estar mais nítidas. No geral, um conto bom.

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Daniel, obviamente, o fato de não apreciares nada tem a ver com sua capacidade intelectual. Entre agradar gregos e troianos, optei por ousar e tentar ir além do mediano. Foi uma aposta, assumi o risco de alguns não apreciarem o esforço intelectual e a atenção que a narrativa requer. Uma pena que não tenhas gostado tanto, mas estou satisfeito com os feedbacks em geral e inclusive o seu me é útil, Abraço e obrigado.

  14. Das Nuvens
    26 de novembro de 2018

    Caro Detestável Detetive,

    Resumo: Um relato entrelaçado com épocas diversas, onde a infância de um menino é trazida como parte de um combate que de fato ocorre na televisão.

    Comentários: confesso que tive que ler e reler o conto. Diversas vezes. Certamente por alguma deficiência minha.
    Notei uma profusão de nomes circulando pelo texto sem a necessária presença. A conferir:
    Antônio Almeida Álvares (Álvares); Rubens; Diógenes; Bruce Buffer (apresentador de MMA); Selena (prostituta); Audrey (prostituta); Jenifer (prostituta); Marco Antônio Ribas (cafetão); Joãozinho Pitbull (que também é João Maria dos Santos, que também é Johnny Disgrace); Jorge Hilton (jovem ator morto); Takashi Hudo (lutador de MMA); Júlio (o protagonista); Edson; Adriana e José Gomes Leocádio.
    Tudo isso em um texto relativamente pequeno. Os nomes me confundiram e eu tive que retomar a leitura quase todas as vezes em que encontrava mais um nome. Imaginava que tivesse relevância no texto, mas não tinha, era apenas mais um nome que buscava harmonizar o relato.
    Digo isso porque um texto como esse:
    “De acordo com o depoimento de Selena, a que encontrou o corpo, Audrey e Jenifer, também prostitutas, Marco Antônio Ribas era cafetão…”
    Poderia ser resumido a algo como: “As prostitutas que encontraram o corpo disseram que o cara morto era um cafetão…”, algo assim, sem relevo aos nomes, onde quatro nomes desapareceriam.
    O ritmo que foi dado busca produzir um clima de delegacia onde uma televisão ligada faz entrelaçar relatos. A luta não está necessariamente associada ao que acontece, funcionando apenas como um evento circunstancial à trama.

    Como disse logo na abertura dos meus comentários, fiquei confuso com o relato, mesmo depois de algumas atentas leituras.

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Das Nuvens, o esforço intelectual que a leitura requer, mesmo com releituras, é intencional. A dificuldade era esperada e, inclusive, apostou-se que seria prazeroso para a maioria dos leitores. Provável que também por outras razões o conto não lhe tenha atraído e quando isso acontece comigo costumo pensar que o esforço não vale a pena. Eu agradeço as sugestões, provável que me sejam úteis em outras ocasiões, mas aqui, como se diz, foi tudo de caso pensado. Você desaprova e eu respeito sua perspectiva. Abraço e obrigado por seu feedback.

  15. Sidney Muniz
    25 de novembro de 2018

    Resumo, detetive investiga um caso de assassinato e o autor(a) narra o mesmo em
    rounds. É um conto interessante que tenta dialogar entre os rounds e algumas lembranças ou melhor; revelações que o autor vai nos passando. O cenário é bem interessante, o da delegacia e como as coisas vão acontecendo, isso para mim é o mais legal, mass…

    O conto não me cativou pela forma como ele foi recortado e como tudo é muito substancial e pouco emocionante, e quando penso em rounds, penso em divisão, em emoção crescente, em um nocaute realmente e aqui não senti essas coisas, achei tudo muito superficial, e o drama dele com o padrasto poderia ser melhor distribuido de forma a nos emocionar mais, até mesmo a revelação no final para mim ficou meio espontânea demais.

    Talvez a culpa seja minha e eu não tenha captado sua ideia, mas não funcionou comigo.

    Estou dando nota para o conto sem o pedido prévio de análise, caso venha a ser solicitado haverá o confronto das notas finais dos dois contos para escolha do vencedor do embate.

    Critério nota de “1” a 5″

    Título: 5 – Um título muito interessante, mesmo que longo é bem atrativo ao meu ver!

    Construção dos Personagens: 3 Não me convenceu o bastante, principalmente por terem muitos personagens em um texto relativamente curto, talvez isso tenha sido o fator prejudicial nesse caso, mas o que posso dizer é que não me passaram uma personalidade formada e busco isso nos textos.

    Narrativa: 3 – Também achei que a forma como foi narrado não correspondeu as expectativas de quando me deparei com um texto narrado em rounds, pensei que viria coisa boa, mas não me convenceu mesmo.

    Gramática: 5 – Gostei, não achei problemas.

    Originalidade: 4 – Mesmo não gostando tenho que admitir que é original, mas a execução…

    História: 2 – Uma boa história que carece “ao meu ver” de uma lapdação para conquistar o sucesso almejado. Acho que com um pouco mais de trabalho tem tudo para ficar ótimo!

    Não é um conto ótimo em minha opinião, mas tenho que reconhecer que se você o lapida mais um pouco poderia ganhar de mim uma nota ainda melhor, porém tenho certeza que muitos irão gostar do trabalho.

    Total de pontos: 22 pts de 30

    Boa sorte no desafio!

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Sidney, “Talvez a culpa seja minha e eu não tenha captado sua ideia, mas não funcionou comigo.” Não há culpa aqui, sob a pena de ser apenas mediano, o escritor deve correr o risco de não agradar a todos, eu corri esse risco conscientemente e lamento que meu conto não lhe tenha agradado. Você errou sobre o “sucesso almejado” (de fato, a aceitação excedeu minhas expectativas), mas acertou ao afirmar que “porém tenho certeza que muitos irão gostar do trabalho”, contrapostas, essas afirmações me parecem contraditórias. Li seu conto e isto, somado aos seus comentários no grupo, deixou claro que temos visões bem distintas sobre o que um conto deve incitar no leitor. Respeito sua visão, no entanto, não me surpreende que meu texto não lhe tenha entusiasmado. Felizmente, há público para todos. Abraço e obrigado por seu feedback.

  16. Marco Aurélio Saraiva
    24 de novembro de 2018

    Tenho sentimentos conflitantes quanto ao seu conto. Os nomes que você usou – uma mistura de nomes brasileiros e americanos – não agradou muito. A escrita é emaranhada e confusa: você narra três linhas temporais em parágrafos intercalados e tudo fica confuso na cabeça do leitor. Não há indícios entre o fim de uma linha narrativa e o início da próxima.

    Apesar disso, porém, se o leitor conseguir decifrar a sua escrita e passar por todas as barreiras de entendimento que você mesmo gera no texto, revela-se uma história interessante. Porém continuo vendo uma série de falhas: não entendi muito o paralelo entre a luta UFC e a história contada, por exemplo. Talvez o estrangeiro japonês representasse o pai dele, uma pessoa estranha e que perde no final… mas ele torcia PELO CARA, o que é estranho. E mesmo assim essa alusão é muito fraca e distante. Pensei que talvez João Pitbull fosse o seu “alter ego” lutando para sair e o estrangeiro japonês fosse ele mesmo lutando para permanecer sob o comando de seu corpo. Mas essa também é uma ligação que me soa como “forçação de barra”. Por fim, também não entendi que diabos é a mulher que engoliu o sol. Imagino que tenha que ler novamente o seu conto para pescar essas coisas mas, sinceramente, a escrita é tão confusa que dá preguiça!

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Marco, talvez você devesse ler o feedback de seus colegas. Vários deles acharam as dificuldades incitantes e tiveram prazer em empregar o esforço intelectual exigido pela narrativa. Talvez eles dissessem que a escrita é complexa, intricada, porém não confusa. Provável que o conto tenha lhe desagradado por outras razões mais, pois quando isso não acontece e a leitura desperta nosso interesse,a gente vence a preguiça intelectual. No entanto, não há nada de condenável nisso, você deve ter suas preferências, eu as respeito e lamento por meu conto não ter ido de encontro a elas. Eu tinha plena ciência de que o conto não agradaria a todos, mas prefiro sempre correr esses risco. Em literatura, preferirei sempre a possibilidade do excepcional, por menor que seja, à certeza do mediano. Abraço e obrigado por seu feedback.

  17. Ana Carolina Machado
    23 de novembro de 2018

    Oiiii. Vários crimes sem solução e que parecem terem ligações ocorrem. As vítimas tinham histórico de praticarem algum tipo de violência contra as mulheres e quando a vítima é um ator que tinha sido acusado de estupro pela namorada todos cobram uma solução devido a pressão da mídia. Enquanto é falado das vítimas e de como todas tinham marca de estrangulamento é narrada também uma luta que acompanham pela televisão, em uma divisão semelhante das lutas livres(com intervalo, pré-luta e rounds) é feita uma volta ao passado do protagonista falando do seu padrasto violento que chegou a levar uma arma para casa e que intimidava mulher e enteado. No fim é mostrado(pelo que eu entendi) que fim levou o padrasto violento, que acabou sendo enterrado junto com arma que ele comprou e a conclusão da luta. Um conto muito interessante que mescla fatos do passado e do presente, e que é estruturada no estilo das lutas livres. Na história é possível notar por meio das lembranças do passado que a violência doméstica foi crescendo aos poucos, o padrasto chegou querendo parecer bom levou até o caminhão de brinquedo(mesmo que logo depois ele mesmo pisou) e aos poucos foi mostrando quem realmente era. O momento que trouxe a arma naquela caixa de papelão foi o momento em que ficou claro que aquela situação tendia a piorar ainda mais, que aquelas intimidações poderiam logo virar uma tragédia. A divisão ficou bem legal. E pelo que entendi era como se ele visse em que cada homem que praticava violência contra as mulheres a figura do padrasto que tanto maltratou eles, a figura do inimigo dele que sempre apareceria em outro rosto. Parabéns pelo conto. Abraços.

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Ana, não obstante eu tenha optado por contar a história de forma nada convencional, você entendeu tudo direitinho. Espero que a leitura tenha lhe proporcionado prazer. Abraço e obrigado por seu feedback.

  18. Paulo Luís
    23 de novembro de 2018

    Olá, detestável Detetive, boa sorte no desafio. Eis minhas impressões sobre seu trabalho.

    Enredo: Um investigador de polícia é incumbido para desvendar uma série de crimes, cujo assassino têm vínculos com suas lembranças de criança e o amante, espancador de sua mãe. Com um enredo simulando uma luta livre na TV.

    Gramática: Muito bem aplicada sem erros aparentes.

    Tema: Um conto um tanto enigmático. Um investigador busca um assassino, supostamente justiceiro, e ao mesmo tempo busca pelo opressor de sua mãe de quem guarda traumáticas lembranças de infância? Um tanto complicada a trama, não entendi com que intuito tanto enigma. Mas enfim uma trama muito bem urdida. O desfecho não melhorou em nada o entendimento, ele mata o amante da mãe, (padrasto?) Ou fica em simples suposição? De qualquer forma um bom conto. Bem trabalhado, acredito que em boa parte a incompreensão ficou por minha conta mesmo.

    • Cirineu Pereira
      24 de dezembro de 2018

      Paulo, com base no parecer de outros colegas, suponho que sim, que em boa parte a incompreensão tenha sido por sua conta, mas creio que não há nada de condenável nisso e que isso se deva apenas a uma questão de familiaridade com construções desse tipo. Abraço e obrigado por seu feedback.

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Publicado às 20 de novembro de 2018 por em Copa Entrecontos e marcado .
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