“Salve a princesa”, era a frase que fazia as vezes de despertador para mim. Uma voz grave de locutor, passando a credibilidade e confiança que vozes assim costumam passar. Naquele dia não foi diferente: acordei esbaforido. “Salve a princesa”, ele pedia, mas eu não podia fazer nada. Não conhecia ninguém da realeza.
Tomei um café da manhã nada reforçado e fui trabalhar. Tentei ignorar todas as loucuras que costumava encontrar nas ruas dos últimos anos para cá. Quase não consegui desviar, porém, do voo rasante de uma pequena harpia. O alvo principal da criatura, um grande verme que rastejava pelas ruas, não teve a mesma sorte.
No trabalho, minha vida era mais tranquila. Passava a maior parte do tempo catalogando livros — e lendo alguns quando possível. Foi naquela noite, entretanto, após terminar o expediente, que minha vida mudou para sempre.
Enquanto margeava a praça das aves carniceiras, acabei chamando a atenção indesejada da velha bruxa. Ela vivia alimentando os pássaros com pedaços de carne crua. Eu não imagino como conseguia aquele estranho alimento sangrento — e preferia não descobrir. Enquanto eu a observava, ela percebeu meu olhar e veio em minha direção, esbravejando palavras num idioma desconhecido. Eu fugi, mas ela parecia mais ágil que o corpo decrépito sugeria.
Corri rápido como alguém que dependia disso para continuar vivendo — o que pareceu ser o meu caso. Quando resolvi me certificar de que ela não me seguia, acabei esbarrando e derrubando uma mesa que um grupo de trolls usava para apoiar suas bebidas. Um deles ficou encharcado do que quer que seja que trolls costumam beber. Eles me cercaram com suas bocarras cheias de dentes cuspindo e grunhindo coisas apenas parcialmente compreensíveis. Eu pedi desculpas, mas não adiantou. Usei o fôlego que me restava para retomar meu ritmo de fuga.
Eles me seguiram da maneira que conseguiram: aos tropeços. Entrei numa viela mal iluminada e tentei me esconder atrás de umas caixas de lixo. Na escuridão do fundo da rua, dois olhos brilhantes me encaravam. Os trolls entraram na viela e me viram ali escondido. Eu não tive opção: corri em direção à escuridão, torcendo para os olhos serem mais agradáveis que meus perseguidores.
A viela terminava num muro alto, cheio de escombros. Os olhos observavam de um buraco no canto e pareciam me convidar a entrar. Os trolls esbravejavam que iam comer meu fígado com cebolas, ou algo assim. Resolvi me esgueirar pelo buraco. Era estreito e tinha uns vergalhões soltos. Ganhei novos arranhões, mas consegui entrar. Os trolls alcançaram o muro, mas finalmente começaram a avaliar o custo-benefício de me perseguir ou simplesmente resolveram voltar a beber.
Eu estava num terreno baldio e, embora escutasse ruídos assustadores, não encontrei os olhos brilhantes. Pretendia ficar quietinho ali por mais um tempo só para garantir que eles realmente haviam desistido. Foi então que a vi, surgindo das sombras da noite. Era linda, loira e tímida.
— O-oi — eu puxei conversa. — Qual o seu nome? — Não foi muito original, mas foi o melhor que pude elaborar naquela hora.
— Rebeca — sua voz saiu bastante áspera, como se há muito não fosse utilizada.
— O meu é Digo. Quer dizer, é Rodrigo. Digo é meu apelido.
— Legal — ela respondeu, daquela forma que de legal não tinha nada. Criou-se aquele momento frio como quando minha mãe abria a geladeira e ficava tentando lembrar o que pegar.
Demoramos alguns milênios olhando um para o outro sem dizer nada — talvez tivessem sido só uns longos minutos, não tenho certeza.
— Você também não é muito de conversa, né? — ela finalmente disse, fechando a geladeira metafórica.
— Percebeu? — sorri, sem graça. — Você mora onde?
— Nas sombras — ela respondeu, como se dissesse “no Centro”.
— Onde?
— Eu me escondo nas sombras. Não gosto muito de aparecer.
— E seus pais?
— Eles morreram queimados há vários anos.
— Caramba! Os meus também. Err… Quer dizer… não morreram queimados, mas um dia saíram e nunca mais voltaram. É parecido.
— É, sim.
— E por que vive nas sombras?
— Ninguém sabe que eu tô viva. Prefiro assim.
— Entendi. — Para que a geladeira continuasse fechada, tive que mudar de assunto bem rápido: — Sabe a bruxa da praça?
— Não.
— Ela tá sempre alimentando as aves carniceiras. — Percebi que ela se interessou na história e contei a minha aventura daquela noite.
— Não gostei desses trolls — ela me interrompeu, quando cheguei nessa parte.
— Foi por isso que me ajudou?
— Foi.
— Seus pais eram reis ou coisa assim? — eu perguntei, de repente.
— Não que eu saiba.
— Mas você, agora, é tipo uma filha das sombras, né?
— É. Tipo isso. — Ela sorriu, de canto de boca.
— Então você é a Princesa das Sombras — eu falei, empolgado.
— Sou nada — ela respondeu, com um sorriso tímido.
— É, sim. Vou te chamar assim agora.
Ela apenas assentiu, sem graça, e tratou de mudar de assunto:
— Conta mais sobre os bichos estranhos.
— Não viu nenhum ainda?
Ela negou e eu passei várias horas contando histórias para ela. Falei das harpias que comem vermes, do dragão no banheiro, das naves espaciais musicais e dos fantasmas da biblioteca. O interesse em seus olhos alimentava minha empolgação mais que o clímax de um bom livro. Conversamos até quase amanhecer. Antes que os primeiros raios da aurora nos atingissem, nos despedimos, combinando de nos reencontrar na noite seguinte.
Nem dormi. Passei em casa apenas para me arrumar. Quando terminou o expediente, fiz o caminho mais longo, evitando a praça da bruxa e o bar dos trolls. Entrei no terreno pelo buraco, procurei a princesa, mas não a encontrei. Ainda estava claro, ela apareceria a qualquer momento.
Foi a espera mais longa da minha vida. O medo dela não vir, de nunca mais revê-la, me consumiu como as traças aos livros, só que muito mais rápido. Em cada minuto de espera, parecia que uma estrela nascia, se desenvolvia, explodia em supernova e transformava-se numa pequena anã branca. Antes que o universo inteiro entrasse em colapso, porém, ela apareceu.
Corri e a abracei muito forte. A gente nem tinha intimidade para isso, mas ela aceitou e sorriu, iluminando as sombras que começavam a sobrevoar ao nosso redor.
Contei novas histórias que passei o dia lembrando e incrementando. Ela adorava. Estávamos gargalhando quando ouvimos os gritos e rosnados do outro lado do muro:
— Ei, moleque. É hoje que você vai nos pagar. — Eram os trolls. Um deles colocou a cabeça por cima do muro e apontou uma lanterna em nossa direção.
— Olha que sorte, galera. Ele tá com uma namoradinha. — Sorriu por detrás de sua bocarra cheia de dentes pontiagudos. — Vamos fazer um lanchinho gostoso hoje.
— Princesa — cochichei no seu ouvido —, é hora de sumir nas sombras.
— Eu não consigo — ela respondeu, tensa.
O primeiro troll pulou e outros dois surgiram logo depois. Um deles carregava um grande tacape de madeira. Apontou a luz para a princesa, fez uma careta e disse:
— Caramba, ela é feia que nem o capeta.
— Mas é gostosinha — outro respondeu, aproximando-se e puxando uma mecha de seu cabelo. — Dá pro gasto.
— Tira a mão de mim — ela gritou, empurrando o braço dele.
— Isso, solta ela — eu esbravejei.
Começaram a rir e rosnar.
— Ele acha que vai proteger a namoradinha. Segura ele, que vou comer ela na frente dele.
— Deixa um pouco pra gente — outro zombou.
Eles seguraram meus braços. “Salve a princesa”, eu ouvi novamente aquela voz rouca. Só que eu não era forte o suficiente para me soltar.
Mas a princesa era. Enquanto o troll tentava devorá-la, ela conseguiu dar uma bela mordida, arrancando-lhe um naco da orelha. Ele urrou de dor e esbravejou um punhado de palavras feias.
Seus amigos acabaram se distraindo e afrouxaram a pegada. Consegui me desvencilhar, agarrei uma pedra pontuda no chão e, usando uma força que não imaginei que tivesse, acertei o joelho do troll que segurava o tacape. Ele caiu urrando de dor. Peguei a arma dele e acertei a cara feia do outro. Enquanto este tombava no chão, ergui o porrete mais uma vez e desci com toda força naquele que estava de joelhos.
Minha visão começou a ficar turva, meio nublada. Removi o tacape pingando de sangue do que restou da cabeça do troll e esmaguei a do outro que tentava se levantar. Esses dois nunca mais incomodariam ninguém.
Parti para cima do líder, que procurava a princesa. Ela havia finalmente conseguido desaparecer nas sombras. Pensei em deixá-lo fugir, mas ela nunca estaria segura com um monstro assim à solta. Ele sacou uma arma de fogo de trás da bermuda e atirou algumas vezes. Minha visão ficou ainda mais turva, mas não senti dor. Eu me tornei invencível. Era capaz de tudo. Ergui o tacape e afundei na cabeça dele uma, duas, três, várias vezes. Subia e descia a arma e o sangue lambuzava meu rosto.
Então, tudo ficou escuro.
***
Acordei amarrado numa cama, com um monte de tubos e fios presos a mim. Um homem de jaleco e óculos estava sentado ao meu lado, segurando uma prancheta e me olhando distraidamente.
— Olá, Rodrigo. Eu sou o Dr. Mozart. — E, depois de uma longa pausa, perguntou: — Você sabe por que está aqui?
— Porque tomei uns tiros — respondi, com a voz melosa.
— Por isso também. — Ele leu as anotações, fixou o olhar em mim por alguns segundos e, finalmente, prosseguiu: — Por que matou aquelas pessoas?
— Eram trolls. Eles iam comer a princesa.
— Princesa?
— Quer dizer, Rebeca. Esse é o nome dela. Era uma brincadeira nossa. Não é uma princesa de verdade.
— Entendi: não era uma princesa de verdade. Sabe onde ela mora? O nome completo?
— Não. A gente se encontrava no terreno baldio.
— Você disse que aqueles jovens eram o quê? — o médico perguntou, anotando algo.
— Trolls. Eles queriam comer a gente.
— Rodrigo — ele fez aquela longa pausa, como se estivesse pensando e revisando as palavras na mente antes e dizê-las: —, aqueles jovens não eram… ãh… trolls. Eram pessoas como eu ou você.
— Ma-mas… — eu gaguejei e não consegui dizer mais nada. Milhares de argumentos muito convincentes passavam na minha cabeça, mas a parte do cérebro que transformava isso em palavras desistiu de funcionar.
— Você foi diagnosticado com esquizofrenia. É uma doença que faz com que tenha uma percepção… ãh… diferenciada a realidade. Há quanto tempo vê coisas estranhas?
Eu queria argumentar, provar que ele estava errado, mas aquela parte do cérebro resolveu trabalhar sozinha:
— Desde que meus pais me abandonaram.
— Entendo. Infelizmente não há cura para essa doença. Receitarei uns remédios que irão reduzir os efeitos. — Ele meu olhou novamente por um longo tempo por detrás daquelas lentes grossas. — Não se preocupe. Você não será preso pelos assassinatos. Farei um laudo que o deixará aqui no hospital até… ãh… até melhorar. — “até morrer”, imaginei que ele queria dizer.
Algumas noites mais tarde, acordei com uma batida na janela. Uma pessoa me olhava através do vidro espesso. A luz era fraca, mas pude reparar que tinha o rosto desfigurado por queimaduras. A fina mecha de cabelos dourados e o sorriso tímido me fizeram reconhecê-la. Assim era a real Princesa das Sombras.
Eu não conseguia ouvi-la, mas sabia o que estava dizendo: “Obrigada”. Observamo-nos por longos minutos de cumplicidade, com aquela geladeira bem fechada.
Aquele foi nosso último encontro. Os médicos nunca acreditaram em mim, mas o que me manteve aquecido por todos os anos desde então foi a certeza de que eu, afinal, salvei a princesa.
Resumo: Em um mundo inicialmente fantástico, rapaz atormentado por uma voz divide seus dias entre o trabalho com livros e a fuga de criaturas que o perseguem. Conhece uma menina nas sombras e inicia um flerte que se transforma em um relacionamento promissor, não fosse o ataque desferido por criaturas violentas e sedentas por sangue, que tentam jantar o casal. Num ato de coragem, ele salva a crush de ser devorada, eliminando todas as feras e é atingido por tiros. Acorda num hospital e descobrimos que o protagonista sofre de esquizofrenia e assassinou três seres humanos, na verdade. Ao final, ‘reencontra’ sua musa e, mesmo louco, termina feliz, como um bom maluco-beleza.
Impressões Pessoais: O conto está bem narrado e possui boas passagens, com destaque para as ótimas descrições. O autor coloca o leitor ao lado do protagonista, dando voz e sentimento para a loucura da personagem e colocando quem lê a história bem no centro de uma insana realidade, porém crível devido a qualidade da escrita.
Parabéns pelo trabalho e boa sorte no Desafio!
Abr@x,
Paz e Bem!
Olá, Noob?
Tudo bem?
O conto que você nos trouxe é muito bem trabalhado. A história é conduzida de forma excelente; prende a atenção do leitor, tem uma reviravolta inimaginável e nem um pouco forçada. A leitura flui muito bem.
Tem uma pegada juvenil bastante característica, outra coisa que me agradou nessa narrativa. Personagens bastante plausíveis e que atraem a empatia do leitor.
Achei difícil achar um defeito nesse conto.
Enfim. Parabéns pelo conto!
Caro senhor Noob Saibot
Resumo:
Tomada 1: rapaz encontra garota (das sombras) enquanto foge de alguns trolls. Contam histórias pessoais um para o outro. Fogem de trolls que os perseguem, brigam com eles e ele, o rapaz, acaba por matar alguns deles (trolls).
Tomada 2: rapaz está em hospital bastante ferido. Recupera-se e descobrimos que ele é esquizofrênico, que matou alguns rapazes que lhe pareceram trolls para salvar a vida da princesa (das sombras).
Tomada 3: rapaz recebe a visita (?) da princesa salva por ele na noite em que brigou com os trolls.
Resumo: os remédios contra a esquizofrenia ainda não apresentavam resultados convincentes.
Comentários: conto que te conduz por um mundo distópico (por conta de parecer exasperar a realidade transformando pessoas ruins em trolls, bruxos e tal), fantástico com arquétipos comuns associados ao mal. Bom de ler e de ouvir ser lido.
Há elementos característicos desses núcleos de interesse, com mistura de elementos não diretamente associados nas fantasias onde cada um dos personagens tem seu próprio território construtivo: a bruxa, a harpia, o troll, o verme, a princesa, o bibliotecário. Interessante.
Acredito que a história contada até esse ponto foi bem conduzida, com jeito e trato com bastante verossimilhança. Na Tomada 2, como coloquei acima, a história vira, sai da fantasia e se aloca, repentinamente, na vida real (dele, do rapaz), onde nada do que foi dito na Tomada 1 aconteceu realmente. Uma ilusão, uma fantasia doentia do rapaz. Um choque que faz o leitor voltar à realidade de haver nele, no rapaz, uma doença terrível.
O que era um conto torna-se uma crônica de um estado alterado do protagonista. É essa a história que está sendo contada. A fantasia, como tal, não existiu, era um delírio.
Esse tipo de construção me faz lembrar os contos maravilhosos que acabam, ao final, dizendo ao leitor: era um sonho. Não acredito que isso seja bom, ao contrário, é uma espécie de air-bag estourando bem na tua cara. Prefiro quando a fantasia flui. Onde a fantasia se exaure nela mesma. Uma história fantástica, como vinha sendo construída estava ótima, até virar o fruto de uma doença.
O conto está bem no que diz respeito à escrita e à construção da ideia. Apresenta pouquíssimos deslizes, um deles: “…que começavam a sobrevoar ao nosso redor…”. Ou sobrevoavam ou estavam ao nosso redor, não as duas coisas.
De resto tudo legal.
Acredito que a simplicidade de uma narrativa seja bastante relevante na construção de uma ideia que se transforma em texto. Aqui, no seu texto, não obstante ter sido muito legal haver traçado a construção distópica, acredito que a continuidade da ideia por esta via teria sido mais interessante, sem trilhar a ideia de que tudo não passou de uma alucinação.
Boa sorte no campeonato.
RESUMO: A história nos mostra dois mundos diferentes em duas partes distintas, a primeira parte é um mundo de fantasia, muito provavelmente ao estilo mágico-pós-apocalíptico ao estilo de RavenHeart. A segunda parte mostra a realidade, onde um menino esquisofrenico matou 3 pessoas na rua resultando em uma reviravolta onde não se sabe se a realidade é a parte da fantasia ou vice-versa.
COMENTÁRIO: Cara, é uma história que me pegou meio de surpresa, teve um desfecho um tanto quanto clichê mas ao mesmo tempo bom. Minha única crítica negativa ao conto é que eu detesto primeira pessoa em histórias desse tipo, de resto, de bom para cima.
Um abraço e um ótimo conto.
Rapaz acordar com a frase “salve a princesa” incomodando seus pensamentos e enquanto foge de um grupo de trolls, encontra uma garota misteriosa. Eles conversam para se conhecer, mas os monstrinhos insanos querem acabar novamente com o personagem principal. Logo ocorre uma batalha derradeira com os seres, em que ele começa a sentar a marretada neles e então do nada acorda em um hospital, dando a entender que ele é um esquizofrênico que sonhava ser um apaixonado salvador de princesas matador de trolls.
Bom, estava conseguindo me entreter com o conto até o momento em que o autor resolveu pregar a peça de que o cara era um louco no hospício sonhando que era matador de troll. Esse é um artifício bastante usado, a cada 10 contos que leio, pelo menos uns 3 ou 4 ou usam essa ferramente de mostrar que “nada daquilo era real”, seja por meio de uma pessoa acordando de um sonho, alguém de estava em coma ou, como este aqui, alguém que é “doido”. Acho que isso acaba tornando a narrativa muito batida, do tipo, “ah, era isso, ok”. Não nenhum desfecho sensacional.
Eu gostei da ambientação do conto, os elementos utilizados pelo autor como essa senhora que joga carne às aves, a descrição desses trolls simpáticos, seu grupo atacando sem piedade. Outro ponto interessante é a naturalidade em que ocorrem os diálogos, muito despretensiosos e naturais, assim como a facilidades que este autor tem em fazer o leitor acompanhar a sequencia de ações.
Basicamente conta a história de um esquizofrênico que vê o mundo repleto de criaturas fantasiosas. Ele vê pessoas comuns como seres fantásticos, além de ter outras visões diferentes.
O plot twist, infelizmente, é um pouco previsível e isso tirar um pouco o impacto do conto. Apesar disso, é uma história divertida que prende o leitor e o entretém. Há uma tentativa interessante de amarrar começo e fim com uma sentença. Apesar de não ter grande impacto, percebe-se o esforço.
RESUMO:
Rapaz imagina que esteja sendo perseguido por uma bruxa e para escapar acaba se atrapalhando e enfurecendo um bando de trolls. Na fuga encontra uma moça, que passa a chamar de Princesa das Sombras, pois ela vive escondida no breu. Os “trolls” aparecem e querem devorar o casal. O rapaz vira herói ao salvar a princesa, mas fica ferido. Ao acordar no hospital, descobre que foi diagnosticado como esquizofrênico e que os trolls e a princesa eram na verdade rapazes encrenqueiros e uma moça desfigurada por queimaduras. O que o consola é que ele enfim havia mesmo salvo a princesa.
O conto está bem escrito e apresenta uma linguagem clara e divertida. O ritmo é ágil, típico de um enredo cheio de ação e aventura. Confesso que achei que seria uma história tediosa baseada no tema fantasia, mas o final me surpreendeu com certeza.
Achei o desfecho da narrativa muito bem trabalhado para uma fantasia que existia sim, mas só na cabeça do rapaz. Muito bem elaborada essa parte da trama.
Não encontrei lapsos de revisão ou entraves que dificultassem a leitura. Também não restaram pontas soltas.
Pressinto que este conto terá uma boa colocação no final desta copa. Boa sorte!
Um rapaz levanta com um despertador dizendo: “Salve a princesa”. Ele é esquizofrênico, e por isso vê bruxas, trolls e vários personagens fantasiosos no decorrer do dia. Uma dessas é uma “princesa”, que na verdade seria uma garota vítima de queimaduras. Ele a salva de um bando de marginais – que para ele seriam trolls -, os matando. No fim, termina no hospital, por ter sido baleado pelos “trolls” durante a briga, mas com a felicidade de ter conseguido finalmente salvar uma “princesa”.
No início, pensei que o Autor estava despretensioso demais. E vi muito talento sendo desperdiçado. Ocorre que a história foi se encaixando, e percebi que havia julgado mal. Apesar do conto não ter uma base que encanta, ele está muito bem feito. Há uma amarração do início com o fim (salvar a princesa), e tudo está muito bem feito. Encontrei um errinho apenas, mas algo banal por falta de revisão: “Ele meu olhou” – há um “u” sobrando.
No geral, um ótimo conto. Completo. A história em particular não me cativou, mas é evidente o talento e a qualidade do autor. Deve ficar bem colocado. Parabéns!
O herói fugindo de bruxas e trolls encontra a princesa das sombras e se apaixona. Os trolls os encontram e tentam devorá-la. Ele luta com os trolls e salva a princesa. No final, descobre-se que tudo era imaginação de uma mente esquizofrênica.
O conto é interessante, estilo Neil Gaiman, e flui agradavelmente. Creio que precisa apenas de um pouco mais de aprofundamento. Como uma história ligeira, funciona, mas creio que seja necessário inventar mais situações inusitadas, inéditas, originais na escrita. Por exemplo, o médico, poderia ser explorado, talvez fosse uma criatura mítica também. No final, os trolls poderiam surgir. O conto é bom, mas creio que faltam algumas coisas que não sejam comuns nas histórias de fantasia. No entanto, achei interessante a dúvida final, se tudo era verdade ou o protagonista era realmente louco. É o estilo da “Volta do Parafuso” de Henry James. Feitas essas sugestões, parabenizo por um conto bem conduzido. Há uma frase muito bela: “Em cada minuto de espera, parecia que uma estrela nascia, se desenvolvia, explodia em supernova e transformava-se numa pequena anã branca.” Se eu fosse gravar, começaria daí, ao som de “And I Love Her”
Erros
O medo dela não vir >> O medo de ela não vir
Ele meu olhou novamente>> Ele me olhou novamente
Resumo: Garoto foge de bruxa e de trolls e acaba encontrando uma menina, que julga ser princesa e juntos lutam contra os seres do Mal. No fim, tudo era produto de sua imaginação esquizofrênica.
Impressões: Achei o conto simpático. Uma espécie de fábula infanto-juvenil escrita de maneia até ingênua, mas bem estruturada. Constroem-se premissas e consequências, com uma espécie de “jornada de herói” permeando a narrativa. Temos aí o cavaleiro, a bruxa (que na verdade me pareceu dispensável na narrativa), e os trolls que querem destruí-lo. Adiante, ele, o herói, encontra a princesa das sombras (alguém que prefere passar-se despercebida, imersa nas penumbras), que embora em perigo se junta a ele para combater os inimigos sobrenaturais, revelando, ela também, coragem e determinação, afastando-se (positivamente) do estereótipo de fragilidade que costuma ser conferido a esse tipo de personagem.
Esse clima de sessão da tarde, com apelo forte pela fantasia (que depois se descobre mera imaginação, mero engano), ainda que atraia determinado público, revela-se, a meu ver, como ponto fraco do texto. Isso porque falta aos personagens um algo a mais. Tudo é muito raso, sem mergulhos psicológicos, sem espaço para divagações, problematizações ou conflitos internos. É um texto voltado para leitores em formação, certamente, mas que nem por isso poderia abrir mão de instigá-los, de lançar questionamentos desconfortáveis. A narrativa é plana, linear e, honestamente, entrega o final ainda pela metade. Mas este sou eu falando – um leitor rabugento de 45 anos… Talvez outros, com um pouco mais de boa vontade ou menos livros nas costas possam apreciar melhor a história.
Vejo, de qualquer forma, que há potencial no autor, especialmente no que se refere à concepção de histórias para o público adolescente. Creio que deveria investir nisso, nos conflitos inevitáveis que permeiam essa fase da vida. Quem já passou por isso ou quem está passando seguramente haverá de se identificar com uma narrativa assim. Repare, porém, que é essencial dotar seus personagens de ambiguidades.
Em todo caso, boa sorte no desafio!
Observações; Muito bem escrito, o autor/a domina perfeitamente a arte de escrever, neste texto nota-se que, quando o autor é realmente bom, o leitor não sente diferença qualitativa entre português PT ou BR. Situação rara que me proporcionou grande prazer.
Prémio “A doença esconde-se para melhor crescer”
Olá Autor.
Sinopse: homem está convencido de que na sua cidade vivem Trolls. Conhece uma jovem que vive nas sombras e a quem chama de princesa das sombras. Quando são atacados por Trolls ele mata os agressores.
Noob Saibot é uma personagem do Mortal Kombat que começou como sombra de um dos lutadores e que, depois, ganhou vida própria. Este conhecimento predispôs-me para o ambiente fantástico do conto. A vida, com a minha ligação à esquizofrenia por parte de parentes directos e vários amigos, sensibilizo-me para o final. O que fica pelo meio, a cena do confronto, creio não ter funcionado por falta de intensidade e por não ter criado a empatia necessária ao leitor.
A história de um garoto que costumava ouvir vozes, uma em especial disse-lhe para salvar uma princesa, certa vez. Depois disse teve um encontro com uma menina misteriosa que vivia nas sombras, os dois tiveram um conversa e no outro dia trataram de se encontrar novamente. Foram interrompidos por um grupo de…trolls que os atacaram, para defender a garota a qual ele acreditava ser a princesa, matou todos eles. No outro dia ele acorda preso em uma maca, era esquizofrênico, matou pessoas de verdade e ficaria internado a vida toda. Um tempo depois, pela janela ele vê a princesa como realmente é. Fica a questão ao leitor, era doidice ou sobrenatural?
————–
Olá, Noob. Comecei seu conto sem saber onde ele me levaria.. do nada começou a aparecer trolls, uma coisa de fantasia e parei pensando que tinha perdido algo. E então fui entendendo a história. Achei os diálogos fracos… eles deram uma quebrada no ritmo anterior, a conversa deles foi estranha também…sem liga. A personagem foi pouco trabalhada assim como o protagonista.Ainda assim a história seguiu sem maiores problemas. Acho que o que faltou para a imersão foi a ambientação, acho que se tivesse realmente criado mais descrições e apresentado mais esse mundo da mente dele poderia ter enganado o leitor com mais facilidade.
No geral um bom conto, parabéns!
A história de um homem esquizofrênico, que em certo dia salva uma garota das mãos de malfeitores. Na ocasião ele fingiu, ou imaginou que estava num mundo de fantasia, com harpias e trolls. Imaginou que tinha salvado uma princesa de monstros.
O texto é bem escrito, não encontrei erros. Narração, personagens e ambientação ficou tudo legal, porém, o argumento não traz grandes novidades, grandes surpresas. Achei fraco. Já que ele sofri de alucinações, o final não me impressionou, só podia ser esse mesmo.
Resumo:
Conto de um rapaz que vê trols, bruchas, harpias e o escambau à quatro… hehe, por fim ele conhece uma princesa e para salvá-la ele desce o pau nos trols… tipo isso, mas o que se descobre com o desenrolar da história é que ele sofre de esquizofrenia… Lembrei de “Uma mente Brilhante”, esse é um filmaço!
Análise:
O conto é legal, bem escrito e prende a atenção, mas o que mais gostei foi a forma pastelão da conversa dos personagens, ficou bonitinho.
Estou dando nota para o conto sem o pedido prévio de análise, caso venha a ser solicitado haverá o confronto das notas finais dos dois contos para escolha do vencedor do embate.
Critério nota de “1” a 5″
Título: 3 – Não gostei tanto do título, pois o conto trata muito mais do que de um encontro.
Construção dos Personagens: 4 – Foi bem executado, apresentou bem os personagens e soube trabalhar bem os diálogos dando um tom divertido.
Narrativa: 4 – É boa, mas os diálogos pastelões mudam o ritmo, mesmo que tenha ficado legal.
Gramática: 5 – Não vi nada de errado, está bem alinhado!
Originalidade: 2 – A ideia da Esquizofrenia não é algo novo em minha opinião, e nem a de matar alguém estando sobre a influência de alucinação ou algo do tipo, sabe. Como já disse em outros contos que comentei, queria algo novo.
História: 3 – A história é bem contada, mas não me convenceu, principalmente a forma como o médico após ele acordar já fala diretamente com ele que irá dar um laudo de incapacidade mental, acho que ele contou tudo muito rápido sem nenhum preparo e a aceitação do paciente também foi bem surreal.
Mas é um bom conto!
Total de pontos: 21 pts de 30
Boa sorte no desafio!
Encontro nas Sombras – Noob Saibot
Nesse desafio, irei avaliar cada texto de forma cruel, expondo os defeitos sem pudor. Mas não se preocupe: serei completamente justo na hora de decidir o vencedor do embate. Meu gosto pessoal? Jogarei fora neste certame.
– Resumo: Rodrigo vive uma rotina um tanto diferencia. Além do trabalho, suas caminhadas nas ruas se torna uma verdadeira aventura, atravessando o caminho de inúmeras criaturas fantásticas, desde harpias até trolls. Porém, mesmo assim, sente que falta alguma coisa. Até que ele conhece a Princesa das Sombras e tudo muda. São apenas dois dias, mas são dois dias de pura alegria e conexão com ela. Até que ela precisa ser socorrida e ele, como um cavaleiro branco corre para salvar a princesa em perigo, ajuda-a. No final, temos a revelação que Rodrigo é esquizofrênico e tudo não passou de uma grande alucinação. Ele não salvou a princesa de trolls. Ele matou três pessoas e agora estava internado. Porém, nem tudo parece ser loucura, pois, num dia, acabou tendo um breve encontro com sua princesa, tendo certeza de que não era tão louco assim. Esse é o fim.
Que loucura, né? É tudo maluco nessa história, os personagens, o enredo, a ambientação, a narrativa, a lógica de tudo. Se o seu intuito foi fazer algo meio sem noção, conseguiu, com certeza! A escrita é boa, de fato, e a narração também poderia ser, mas o protagonista é tão genérico, tão sem graça, que fica difícil encará-la como boa. Sabe, entendi que ele era meio doido antes mesmo da metade do conto, mas você forçou a barra, tentando fazê-lo ter reações exageradas, agir de forma exagerada, viver de forma exagerada. Eu já suspeitava que o texto iria pender para esse caminho, pois não houve tentativa real de mascarar a loucura dele. Foi exposta demais, de forma extremamente forçada. Não entendi por qual motivo tentou criar suspense na parte da revelação. Acredito que qualquer leitor atencioso e experiente já estava preparado para tal descoberta.
O conto teria sido melhor se fosse todo de fantasia. Nada de colocar transtornos mentais no meio e afins. Como eu esperava por isso, talvez seria surpreendido, pois todas as pistas indicavam que ele era doido de verdade e vivia de ilusões. Se você quer surpreender o leitor, faça-o pensar que o que está acontecendo na história é uma coisa completamente diferente do que realmente está acontecendo. Nesse caso, seria bom dar verossimilhança para a fantasia, dar forma para ela. Fazer outros personagens se comunicando com o protagonista, etc. Do jeito que está, fica aparente que tem alguma coisa de errada. Um leitor com experiência já começa a se questionar. Você precisa tentar enganar os melhores, não os piores.
Outra coisa que me incomodou. Você já conviveu com um esquizofrênico? Cara, é aparente que o cara não é normal. Até quando a esquizofrenia é fraca. Já trabalhei e estudei com alguns e posso te dizer: todos percebem, mesmo antes do diagnóstico. É fácil notar que você não pensou muito sobre isso, pois a história tem o seguinte furo: não deixa claro se as pessoas, ou ele mesmo, sabiam que ele era esquizofrênico. Os pais dele sumiram, né? Foi por causa da esquizofrenia dele? E por que ele agia como se não soubesse disso? Foram embora sem avisá-lo? Um esquizofrênico, depois de avisado, geralmente sabe que é, não esquece simplesmente. Se for o caso de parar de tomar o remédio, é por causa de suas paranoias e geralmente vive num mundo paranóico. Não vive de forma despreocupada como Rodrigo. Um traço importante da esquizofrenia avançada e forte é a paranoia. Essa parte ficou muito obscura, revelando uma grande ponta solta.
Além disso, a conversa dele com o psiquiatra também revelou pontas soltas. Era a primeira vez que eles conversavam, né? Como o doutor o diagnosticou com esquizofrenia de primeira? Geralmente, a esquizofrenia é apenas diagnosticada depois de seis meses de sintomas contínuos. Ele poderia dizer que era uma suspeita, mas também tem o seguinte: eles nem conversaram antes. Como sabia que ele tinha esse transtorno? O médico também não parecia conhecer Rodrigo, pelo seu comportamento, indicando que não era um conhecido. Tudo isso me leva a acreditar que: ou você simplesmente achou que estaria tudo bem diagnosticá-lo do nada com esquizofrenia; ou não desenvolveu bem o cenário para mostrar que ele já sofria disso há muito tempo e que tinha parado de tomar seus remédios.
Tudo isso me leva a acreditar que você não pesquisou muito bem como funciona a mente de um esquizofrênico. Ele não vive de forma tranquila e despreocupada, como você construiu o início do texto. Se ele não realmente não havia sido diagnosticado, alguém tomaria conhecimento da situação e faria algo. Uma pessoa esquizofrênica num estado tão avançado não consegue viver bem em sociedade, sempre acontece algo. Ele viveu anos assim e somente naquele momento fez besteira? Ah, cara, não vou me alongar mais nisso, já deve estar cansado. A história não ficou crível, assim. Repito, por fim, o que disse antes: era melhor ter ficado na fantasia pura e pronto.
Resumo do conto: ENCONTRO NAS SOMBRAS (Noob Saibot)
Rodrigo (Digo) é o personagem central do conto narrado em 1ª pessoa. De início, a trama leva o leitor para um mundo imaginário, em outro tempo, uma ficção. Percebe-se que Rodrigo descreve seres que não são do mundo real. Conta que acorda ao som de uma voz que funciona como um despertador. Depois que acorda e toma café, segue para o trabalho de catalogador de livros, encontrando no caminho muitas aves carnívoras e bruxa que alimenta esses pássaros. Quando sai do trabalho, naquele dia, toma um rumo diferente e encontra pessoas estranhas. Sem intenção, inflama a ira dos “trolls” que estavam bebericando em um bar. Eles, alucinados, saem em perseguição de Rodrigo que se esconde numa rua sem saída, e fica encostado em um muro até descobrir uma passagem. Entra num terreno baldio. Os “trolls” desistem da perseguição e voltam ao bar. No terreno, Rodrigo encontra Rebeca, que passa a chamar de “princesa”. Conversam até que o dia amanhece. Combinam novo encontro, ali mesmo. Depois, Rodrigo passa pela casa dele e volta ao trabalho. Sem dormir. À tarde, faz o mesmo trajeto, desviando da bruxa e dos “trolls”. Fica um bom tempo no terreno baldio à espera da “princesa”. Ela chega. E logo aparecem os “trolls”. Irados, animalescos, começam a insultar, a desrespeitar Rebeca. Rodrigo fica descontrolado. A “princesa” se salva. Começa uma luta desenfreada. Um dos “trolls” deixa cair o tacape e Rodrigo, munido desta arma, mata dois dos “inimigos”. Quando vai matar o terceiro, o “inimigo” saca um revólver e atira em Rodrigo. Assim mesmo ele esmaga a cabeça do inimigo. Depois tudo escurece.
Quando acorda, está amarrado em uma cama de hospital, com um médico a lhe indagar por que havia matado aquelas pessoas. Tenta se justificar e, então, o leitor descobre que Rodrigo sofre de esquizofrenia, que havia passado por mais uma de inúmeras crises. O médico dia que ele não será preso, que um laudo impedirá que ele vá para a cadeia, mas fica claro que seguirá em tratamento e em controle constante, num hospital psiquiátrico. É o que acontece. Rodrigo continua vendo a sua “princesa das sombras” pela vidraça, e essa visão passa a ser a razão da sua vida. Apenas os médicos não acreditam na existência da princesa.
Comentário do conto: ENCONTRO NAS SOMBRAS (Noob Saibot)
Confesso que pesquisei muito para compreender o significado do pseudônimo. E aprendi que o misterioso Noob Saibot, o ninja das sombras, antes de se tornar um dos vilões do jogo já foi um dos seus heróis. O personagem possui uma história trágica, um nome polêmico e passou por várias mudanças para se tornar único e não apenas mais um ninja genérico e colorido.
Quanto aos “trolls”, aprendi que são criaturas antropomórficas do folclore escandinavo. São descritos como gigantes horrendos, como ogros, ou ainda como pequenas criaturas semelhantes a “goblins”, que geralmente vivem em cavernas ou grutas subterrâneas. Na literatura nórdica, os “trolls” aparecem com várias formas, normalmente com orelhas e nariz enormes e, quando são expostos à luz solar, se transformam em pedras.
Trama perfeita. O final muda totalmente a direção dos pensamentos. Interessante quando a esquizofrenia do personagem é revelada. Parece que tudo se organiza na cabeça do leitor, tudo se acomoda.
Avaliação: ENCONTRO NAS SOMBRAS (Noob Saibot)
Texto magnificamente escrito, narrativa fluente, sem deslizes. Narrativa de muita criatividade, bem fundamentada.
O texto possui a estrutura completa de um conto. É um “contar” sem qualquer reflexão, sem aprofundamento.
Não encontrei qualquer erro, percebo que o autor tem “estrada” na escrita.
Parabéns!
Boa sorte!
O conto, que tem um narrador em primeira pessoa, conta a história de Rodrigo que ouve uma voz que diz “Salva a Princesa”. Rodrigo descreve um mundo fantástico que tem harpias, bruxas e trolls, Rodrigo conhece Rebeca e descobre que ela é a princesa das sombras. Rodrigo salva a princesa de ser comida por trolls. No final do conto, Rodrigo acorda em um hospital e um médico o comunica que ele é esquizofrênico e que todo aquele mundo fantástico era um delírio, mas Rodrigo, vê ainda a princesa e constata que conseguiu salvá-la. A descrição do mundo fantástico é bonita e criativa e é o que o conto tem de melhor, já a constatação da possível esquizofrenia é um pouco brusca e afasta um pouco o leitor. A dúvida quanto o que é ou não real é um tema muito bacana e por si só já vale o conto que tem muitas boas ideias e é prazeroso de ler.