Mas um maço de folhas que vai parar no cesto de lixo, escrever sobre qualquer coisa nesses dias quentes e abafados de março parece uma missão quase impossível. Eu levanto e me preparo outra xicara de café, preciso urgentemente de uma janela embaçada pela chuva fina, ou uma melodia tristonha, alguma história triste como pano de fundo, ruas molhadas , amores clichés, citações de filmes antigos, a torta de maçã que minha avó preparava aos domingos, aquela vez que você se mandou com o cara que limpava nossa piscina, mesmo sendo uma historinha sórdida , essa crônica precisa sair, talvez os leitores nem se de conta que foi baseada em fatos reais, que seja, a verdade é que nos escritores vivemos para contar historias, bem pagos ou não as vezes somos nos nas historias que contamos. Aquele cara tinha idade de ser seu filho, mas na verdade era apenas o filho de uma das suas amigas do clube do livro, aquele clube que você se referia com desprezo, mas todas as quintas lá ia você se encontrar com outras senhoras de respeito para comentar suas leituras e tomarem chá, todas elas muito respeitadas, meninas de família vindas de boas famílias cristãs, com seus vestidos cintados e abaixo do joelho, cabelos muito bem arrumados e maquiagem discreta, todas sob a boa aprovação de seus bons maridos, bons homens respeitados pais de família, também vindos de boa educação, com seus empregos bem remunerados e suas belas famílias muito bem fotografadas no porta retrato da estante da sala.
A crônica precisa de uma revisão, há vários erros bobos que deixou passar. Como o “mais” comentado pelo Cilas, mas tem palavras sem acentos (nós), entre outras questões de digitação (vírgulas com espaço). Por ser curta e fácil de revisar, não deveria aparecer tanto assim. Algumas escolhas mais estéticas achei estranho, como o texto ser num bloco só com três frases extremamente longas, não dando muito tempo do leitor absorver as ideias (ou as críticas) envolvidas.
Em relação ao enredo, é algo simples e bacana, levantar o abandono amoroso e por alguém mais novo, podendo se estender e discutir essas questões (muitas vezes de cunho preconceituoso) que é a diferença de idade, as diferenças sociais e a vida de status, só merece um acabamento melhor.
Faltou um “i” logo na primeira palavra, “mas” mesmo assim, continuei a ler. Simples e despretensioso.