EntreContos

Detox Literário.

O Aviador e o Javali (Juliana Calafange)

Quando eu era criança, meu pai vivia contando histórias de uma figura que morava em Pouso Alto, sua terra natal, no interior de Minas Gerais. Eu nunca tinha ido a Minas, não conhecia a cidade nem meus parentes mineiros ainda. É que meu pai se formou, veio pro Rio trabalhar, casou com minha mãe e eu nasci carioca.

Mas até onde minha memória alcança, papai falava dessa figura, um tal Aviador e seu javali de estimação. Papai contava que esse Aviador sempre trazia o javali amarrado numa coleira e na outra mão carregava uma mala. Ninguém sabia o que tinha dentro da mala e esse era o maior mistério do planeta, lá na cidade de Pouso Alto. As crianças viviam bolando planos pra tentar descobrir o que era, mas nunca ninguém conseguiu. Sempre que alguém se atrevia a chegar perto da mala, o Aviador botava o javali pra atacar. E todo mundo morria de medo do javali.

Na minha imaginação de menino, a cidade tinha esse nome por causa do Aviador, que era como se fosse um tipo de Imperador, o dono da cidade. Inventava que ele tinha vindo voando, num avião prateado, desde o outro lado do Atlântico, e que lá do alto tinha escolhido aquela cidade pra pousar, por isso chamar-se Pouso Alto. Pensava no Aviador como um homem imponente, forte, usando casaco de couro e óculos de piloto da 2ª Guerra. Achava que a mala que ele carregava era daquelas grandes, quadradonas e pesadas, igual a uma que meu avô materno tinha numa foto velha pendurada na parede do nosso apartamento em Copacabana. Eu completava a cena em minha mente com a bizarra figura de um grande javali, de presas enormes, atado pelo pescoço a uma corrente grossa, que o Aviador puxava bem junto ao corpo. Será que o javali tinha vindo com ele no avião? Ou será que ele tinha caçado o bicho no meio da selva pra ser seu animal de estimação?

Durante muitos anos, a figura do Aviador e seu javali habitaram meus sonhos, minha imaginação e até minhas brincadeiras. Eu gostava de fingir que era o Aviador. Vestia uma capa de chuva da mamãe, colocava os óculos escuros do papai, e saía puxando uma caixa de papelão amarrada num barbante. Era o meu javali.

Eu não sei por que nós nunca íamos a Minas visitar a família do meu pai. Ele evitava falar disso, só dizia que não tinha tempo. Com o passar dos anos comecei a desconfiar que ele tinha vindo morar no Rio por mais razões do que simplesmente trabalhar. De qualquer forma, entrei na puberdade sem conhecer Pouso Alto, nem o Aviador, nem minha família mineira.

O mito do Aviador e seu javali, porém, permanecia. Às vezes brincávamos, eu e papai, de ficar tentando adivinhar o que tinha dentro da mala: um mapa do tesouro? Uma bússola mágica? Um avião portátil e dobrável? Um corpo em pedacinhos? Joias roubadas na Europa? Pedaços de nuvem que o Aviador colheu no céu? Documentos em código Morse? As cartas de amor da namorada que mora do outro lado do Atlântico?

Mas sempre que eu pedia pra irmos conhecer Pouso Alto, papai dava uma desculpa, uma resposta evasiva. Mamãe olhava pra mim com pena. Acho que ela sabia o quanto eu queria conhecer o Aviador e o javali. Às vezes eu escutava uns pedaços de conversa dos dois, mamãe dizendo baixinho: “Mas o menino tem o direito de conhecer a família…” e meu pai: “Mas eu ainda não estou pronto…”.

 

 

Quando fiz quinze anos, meu pai disse que eu podia pedir de presente o que quisesse.

– Desde que não seja um carro zero! – brincou ele.

– Eu quero ir a Pouso Alto.

Silêncio. Papai franziu a testa e já ia negar meu presente, se mamãe não intercedesse:

– Você prometeu o que ele quisesse.

– E eu não pedi um carro zero! Podemos ir de ônibus mesmo…

Depois disso, lembro que meus pais se trancaram no quarto e conversaram por quase uma hora. Mas o fato é que duas semanas depois estávamos embarcando num ônibus pra Pouso Alto. Durante toda a viagem, eu só conseguia pensar no Aviador e no javali. É claro que estava feliz em conhecer meus primos e tios mineiros. Papai dizia que a cidade era linda, com muitas cachoeiras, e que grandes escritores e poetas já tinham morado lá. Eu imaginava o Aviador, voando e vendo tudo lá de cima no seu avião.

Quando finalmente chegamos, eu já estava quase explodindo de ansiedade. Lembro que até tropecei na hora de descer do ônibus e, afinal, a primeira coisa que eu vi de Pouso Alto foi o chão da rodoviária. Com a cara ainda dolorida, fui apresentado ao meu tio Hilário, que me olhou meio desconfiado por debaixo do chapéu de palha; e meus primos João e Lucas, que tinham mais ou menos a mesma idade que eu, só que eram mais altos. Os três tinham o semblante um pouco triste, ao contrário do que eu tinha imaginado. Será que não estavam felizes em me conhecer ou em rever o papai depois de tantos anos?

Pegamos as malas e saímos da pequena rodoviária a pé até a outra rua onde meu tio tinha estacionado a “perua”. O trajeto foi feito em silêncio. O tio e os primos de cabeça baixa. Seguimos na velha caminhonete, ouvindo só o som do motor do carro e de uma pedrinha ou outra que batia na lataria. Pouso Alto era uma cidade muito bonitinha, arrumadinha, parecia uma pintura. Cruzamos uma pontezinha, à direita tinha um campinho de futebol. Papai me olhou e passou a mão na minha cabeça.

– Já estamos chegando, filho.

A caminhonete parou num cruzamento. Estava passando um cortejo fúnebre. Era um cortejo pobre, mas muita gente o seguia, o padre da paróquia à frente. Meu tio tirou o chapéu e baixou a cabeça, em sinal de respeito. Os primos fizeram o mesmo. Olhei pra mamãe, agoniado, e ela fez sinal pra que eu ficasse em silêncio. Assim que o cortejo se foi, tio Hilário virou-se pro meu pai e disse:

– Sabe quem morreu? O Aviador.

Aquelas palavras gelaram meu coração e eu perdi o ar. Imediatamente comecei a suar frio, deu um baita nó na garganta. Meu tio seguiu com a caminhonete até sua casa, na verdade um pequeno sítio, também muito bonito e arrumadinho, como o resto da cidade. E eu quase sem ar, segurando o choro.

Tiramos as malas do carro e entramos na casa. Sem maiores conversas, tio Hilário nos apresentou sua esposa, tia Eulália, uma senhora gorducha e fofinha, que parecia uma daquelas fadas-madrinhas das histórias infantis. Ela nos sorriu com um carinho triste, mostrou nosso quarto, pediu desculpas pela falta de luxo. Como se quem morasse num apartamento de classe média na Siqueira Campos com Barata Ribeiro vivesse num luxo maior do que aquele sítio lindo.

Assim que ficamos sozinhos por um instante, segurei papai pelo braço.

– O Aviador morreu! Como? Eu nem tive tempo de conhecer ele!

– Você queria conhecer o Aviador?

– Claro, pai. É o meu maior sonho, sempre quis conhecer o Aviador e o javali. Foi por isso que eu pedi pra vir pra Pouso Alto…

– Meu filho, mas o Aviador não é ninguém especial…

– Como não? Você viu o tamanho do cortejo? Estão todos tristes… agora eu sei por quê.

– É porque todo mundo aqui gostava muito dele. Era uma figura histórica, digamos assim…

– Eu queria tanto ter conhecido ele…

– Vem cá, vou te mostrar uma coisa.

– O quê?

– Vou te mostrar uma foto do Aviador e do javali.

– Jura?

– Bom, deixa eu ver se o Hilário ainda tem isso guardado. Pode ser que ele tenha jogado fora…

Fiquei indignado só com a hipótese de a foto de uma pessoa tão ilustre, uma figura histórica, poder ter sido jogada fora. Mas meu coração mantinha a esperança de que fosse finalmente conhecê-lo. Pelo menos por fotografia. Iria, enfim, poder comparar a realidade com a imagem que eu tinha desde criança.

– Por que você nunca quis vir até aqui, pai?

– É complicado, filho. Eu e seu avô nunca nos demos muito bem. Isso acabou afetando a família toda. Um dia ele pediu que eu fosse embora. Isso me doeu muito e eu nunca mais quis voltar.

– Mas o vô não já morreu?

– Pois é, filho… é complicado…

Confesso que senti pena do papai.

– Melhor a gente ir logo ver o negócio da foto do Aviador, né, pai?

– É melhor, filho.

Meu pai falou com o tio Hilário, que falou com a tia Eulália, que pediu pro João, que mandou o Lucas ir buscar uma caixa que estava em cima do armário do quartinho de costura. Ele voltou com a tal caixa e colocou em cima da mesa da cozinha. Formou-se uma roda em torno da mesa, papai, mamãe, Lucas, João, o tio e a tia, que remexia na caixa à procura da foto.

Finalmente, saiu lá de dentro, um pouco empoeirada, a tal fotografia. Tia Eulália deu a foto pro tio, que assoprou a poeira e deu a foto pro meu pai. Papai olhou pra foto e sorriu. Então ele deu a foto pra mim.

Minha maior surpresa foi deparar com aquela imagem tão completamente diferente do que eu tinha idealizado a vida toda.

– Mas esse é o Aviador?

– É sim, meu filho.

– Mas… e o javali?

Meu pai, meus tios e meus primos caíram na risada.

– Javali é o nome do cachorro!

A fotografia, em preto e branco, mostrava a imagem de um mendigo muito magro, vestido com um casacão de brim sujo e surrado, na cabeça um velho par de óculos de mergulho. Segurava na mão uma valise pequena, também surrada e toda remendada. Na outra mão tinha uma corda amarrada no pescoço de um franzino cachorro vira-latas, com a língua de fora.

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69 comentários em “O Aviador e o Javali (Juliana Calafange)

  1. Bia Machado
    23 de junho de 2017

    Gostei do texto. Beira a ternura, tem gostinho de infância mesmo. E a surpresa do texto, puxa, que surpresa boa essa, de “desconstruir” a foto! Eu estava esperando uma foto tal e qual a imagem do desafio, rs. Dá pra dizer que é uma história sem grandes pretensões, de tão leve, como quando a gente termina com um sorriso, pelo que lemos e pelo que desperta em nós. Gostei, tanto das personagens quanto do conto em si. Algumas coisas a arrumar, mas nada que tenha me incomodado durante a leitura. Te agradeço pela oportunidade de ler o seu conto. 😉

  2. Lee Rodrigues
    23 de junho de 2017

    O texto ultrapassa o limiar de seu significado, nesse desafio, li outros contos que conseguiram isso com sucesso, a diferença é que o seu fez da simplicidade da narrativa algo palpável, despretensioso.

    Não ouve uma supremacia textual, mas uma relação gostosa, entre texto e leitor, na construção dos sentidos.

     Vestia uma capa de chuva da mamãe, colocava os óculos escuros do papai, e saía puxando uma caixa de papelão amarrada num barbante. Era o meu javali.

    Difícil não fazer um link com nossas próprias experiências. O desenvolvimento segue assim, com os elementos estruturais sincronizados para abater o leitor. E eu me rendi desde as primeiras linhas. ❤

    Apenas a titulo de dica:

    “Para” é a forma mais correta de escrita, utilizada tanto na linguagem escrita quanto na falada. Já a palavra “pra” é uma maneira informal da mesma preposição, mais utilizada na linguagem falada ou em textos que permitam a descontração no uso da palavra.

    (se o pessoal já falou, por favor, perdoe a repetição)

  3. Daniel Reis
    23 de junho de 2017

    (Prezado Autor: antes dos comentários, alerto que minha análise deve se restringir aos pontos que, na minha percepção, podem ser mais trabalhados, sem intenção de passar uma crítica literária, mas uma impressão de leitor. Espero que essas observações possam ajudá-lo a se aprimorar, assim com a leitura de seu conto também me ajudou. Um grande abraço).

    O Aviador e o Javali (João Ribeiro de Barros

    ADEQUAÇÃO AO TEMA: incomum, a imagem está no gênese da história, mas não existe efetivamente a não ser na imaginação do narrador.

    ASPECTOS TÉCNICOS: gostei muito, muito mesmo, dessa história – em primeiro lugar, pelo aspecto coloquial, pela ambientação de causo e de memória afetiva. A escrita é segura, agradável, natural, simples. Como é difícil escrever assim!

    EFEITO: o plot twist de que Javali é um cachorro, e que o mendigo é molambento, para quem esperava a imagem fiel do desafio, é surpreendente. Parabéns, autor!

  4. Pedro Luna
    23 de junho de 2017

    Hahaha, o final foi inusitado. Estava achando muito chato a insistência do menino com esse tal aviador, meio forçada, mas depois percebi que o final não teria o mesmo impacto sem essa artimanha de lembrar o leitor a todo tempo da figura poderosa do aviador e do javali, para depois desconstruir. Achei criativo, embora perto de outras tramas do desafio, não marque tanto. Mas achei honesto (contradição, pois o conto é uma pegadinha) e bem escrito. Bom conto.

  5. Wilson Barros
    22 de junho de 2017

    Um conto de um humor sutil, uma aventura… é bastante compreensível que o pai não quisesse levar o menino na cidade, já que vivia inventando coisas de lá. De qualquer modo, a viagem, o encontro com o tio, os primos, tudo foi muito bem realizado e descrito. Um ótimo entretenimento, parabéns.

  6. Thiago de Melo
    22 de junho de 2017

    Amigo João Ribeiro,
    Achei o seu conto interessante. A simplicidade do acontecimento ganhou uma dimensão imensa na cabeça do pobre menino. Ele já havia imaginado um monte de coisas para, quando entrou em contato com a realidade, perceber que na imaginação dele as coisas eram muito mais interessantes (acho que sofro do mesmo problema desse menino com relação a diversos assuntos).
    Gostei do conto, achei que no início ficou um pouco descritivo e a história demorou um pouco a acontecer, mas gostei. Achei, contudo, que ficou meio forçado o pai dizer pra mãe que o menino “ainda não está pronto”, quando na verdade o problema era apenas entre o pai e o avô do menino. Achei que essa foi uma ponta que ficou meio solta, ou mal amarrada.
    De todo modo, o confronto entre imaginação e realidade ao final do conto foi muito legal. Um abraço.

    • João Ribeiro de Barros
      22 de junho de 2017

      Caro Thiago, obrigado pelo seu comentário. Acho que vc fez alguma confusão, porque no conto, quem diz que ainda não está pronto é o pai do menino: ‘mamãe dizendo baixinho: “Mas o menino tem o direito de conhecer a família…” e meu pai: “Mas EU ainda não estou pronto…”.’
      Na verdade, o conto é todo sobre essa mania que nós todos temos de fazer as coisas parecerem “maiores” do que elas são na verdade. Que bom que vc gostou. Abraço grande!

      • Thiago de Melo
        23 de junho de 2017

        Olá, João,

        Você tem razão. Eu me equivoquei nesse ponto.
        Desculpe pelo lapso! Um abraço

  7. Felipe Moreira
    21 de junho de 2017

    Fui surpreendido pelo final. Essa desmistificação é muito bem aplicada no conto. Todos ele nadava pela fantasia alimentada pelo menino, até que ao chegar na cidade, fatos e problemas familiares vinham abrindo cortinas diante dos olhos dele. Todo o conto foi bem trabalho quando eu esperava mais um genérico do desafio-imagem.

    Muito bem feito, com o ponto mais alto a revelação na foto em que Javali era apenas o nome do cachorro. Isso remonta, eu acho, a história de muita gente que tenha bebido de histórias narradas por parentes mais velhos, até deparar-se com o tom real do que aquilo de fato representa. Nesse ponto, o conto é espetacular. Está de parabéns.

  8. Matheus Pacheco
    20 de junho de 2017

    Javali era o nome do cachorro, olha, isso me fez rir, inexplicavelmente, sem brincadeira.
    Um conto triste, bem triste mas bonito, com todo o suspense e o drama de uma coisa corriqueira.
    Excelente conto e um abração ao escritor.

    • João Ribeiro de Barros
      20 de junho de 2017

      Obrigado pelo comentário, Matheus. Eu decidi escrever esse conto porque quando pensei nessa ideia (o Javali é o cachorro) também dei risada. Então foi um conto que tive prazer em escrever. Que bom que vc gostou. Abração!

  9. Fil Felix
    20 de junho de 2017

    Um conto que trabalha com o simples. Nada é exagerado (além da imaginação do garoto), tudo muito calmo, bem caminhado, personagens bem construídos, frases bem escritas. Um conto redondinho, escrito por alguém que sabe do que tá fazendo. Adorei a ideia de trabalhar a imagem-tema como uma figura mitológica de uma cidadezinha. Quem já visitou ou mora em cidadezinha sabe que sempre tem “aquele morador”. E utilizar disso pra subverter o tema, foi muito bom. Me lembrou os livros infanto-juvenis da Vagalume, com uma narrativa tranquila e fluida, com situações palpáveis. Um conto muito bom.

  10. Raian Moreira
    20 de junho de 2017

    Começar o conto com memorias…uma técnica batida, mas que rende bons frutos. Eu mesmo escrevi dessa maneira. Seu conto tem muitos sentimentos envolvidos, mil tretas mano. O titulo não me despertou curiosidade. O texto está bem escrito, não vi nenhum erro gramatical que vale a pena apontar. Sua maneira de escrever é simples, tornando seu conto democrático.
    Boa sorte no desafio.

  11. Fabio Baptista
    19 de junho de 2017

    O texto está bem escrito, sem nenhuma falha gramatical (apesar que nessa altura do campeonato talvez eu já não seja um revisor dos mais confiáveis rsrs). Talvez eu tivesse colocado algumas vírgulas para quebrar frases um pouco mais longas, mas aí acho que é mais questão de gosto do que de certo ou errado.

    A trama é bastante simples, mas bem amarrada e consegue trabalhar bem com a criação de expectativa, embora tenha cometido certos exageros para gerar esse efeito. A curiosidade do menino, a ponto de tropeçar na rodoviária, soou um pouco forçada, bem como a comoção pela morte do aviador (cheguei a pensar que era o avô). Chegar bem no dia que o cara morreu ficou meio Deus-Ex.

    O final, totalmente anti-clímax, é muito bem construído, embora não tenha agradado em cheio meu gosto: prefiro os anti-clímax que geram um efeito nostálgico ou de “a vida passa muito rápido ” ou de “a vida é muito besta”. Esse gerou um “putz… era só isso”.

    Conto muito bom, no geral.

    Abraço!

  12. Sabrina Dalbelo
    18 de junho de 2017

    Olá autor(a),

    O pessoal comentou bastante sobre esse conto no post do desafio, né!?
    Mas ele é uma graça mesmo. E é muito bem escrito.
    Eu andei lendo tanta coisa enrolada ou com termos rebuscadíssimos por aqui, que vi como um bálsamo topar com um narrativa leve e bem-humorada como a tua.
    Eu entendi a ideia de criar a expectativa de curiosidade no leitor, sob o ponto de vista do menino, para conhecer a tal figura do aviador.
    Foi uma boa sacada, com um final bem enlaçado com o resto.
    Alguns elementos, no meu entender, foram desnecessários: a questão de desentendimento do pai do menino com o avô; o semblante dos primos; a curiosidade incansável do menino, a ponto de ele passar dias pensando, brincando e até sonhando em conhecer alguém de quem sabia apenas histórias. Mas tudo bem, a narrativa é amarradinha.
    Leitura muito agradável e fluida. Palavras boas de se ler.
    Parabéns!

  13. Iris Franco
    16 de junho de 2017

    Eu achei o conto sensacional!

    O jeito de escrever é simples, o que torna acessível para diversos públicos. Isso é muito legal porque percebo que poucas pessoas tem este dom, como Raul Seixas (fazer do rock um ritmo palatável em um país que a maioria gosta de outras músicas é realmente um dom), Monteiro (que fez o país usar chinelos) e Jose Mauro (que faz pessoas chorarem por causa de um pé de laranja).

    E também tem um “quê” de Cervantes.

    Mas ainda tem este jogo com as expectativas do leitor.

    Como li em alguns comentários, não achei absurdo o pai esconder o motivo de não querer voltar para o filho. Dramas familiares são complexos e achei bem pertinente a colocação no texto.

    A única coisa que me irritou um pouco foi um trecho com diminutivos, mas isso com certeza não tirou a beleza do texto.

    Um texto que fala sobre a natureza humana e lembra como a imaginação faz a vida mais bonita.

    Gostei muito!

    • Iris Franco
      16 de junho de 2017

      Ps: desculpa aí pela frase ambígua. Relendo ficou engraçado! E é por isso que não falo do português alheio…kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  14. Andreza Araujo
    15 de junho de 2017

    Oi, amigo(a) autor(a)! O ponto alto do texto pra mim é o desenvolvimento dos personagens, a gente torce junto com eles, fica na ansiedade pro protagonista conhecer a tal cidade e o aviador com seu javali.

    Interessante notar que a imagem-tema do desafio está presente apenas na cabeça do personagem, ela não existe na realidade, pois se tratava de um cachorro. Achei genial.

    Pontos negativos (mas nem tanto!): achei um cadinho exagerado o drama sobre a volta do pai para a cidade. Eu entendi o que foi proposto, e não conhecemos o passado do pai com o avô para enxergar com mais clareza, mas fiquei me perguntando por que o pai não contou logo ao filho qual era a razão de não querer voltar para a cidade.

    Outra coisa, no início do texto há muita repetição das palavras “aviador” e “javali”, poderia trocar algumas por “homem” e “animal de estimação” ou apenas fazer outro tipo de referência. Bom texto, bem narrado, simples e ao mesmo tempo criativo.

  15. Wender Lemes
    14 de junho de 2017

    Olá! Para organizar melhor, dividirei minha avaliação entre aspectos técnicos (ortografia, organização, estética), aspectos subjetivos (criatividade, apelo emocional) e minha compreensão geral sobre o conto. Tentarei comentar sem conferir antes a opinião dos colegas, mantendo meu feedback o mais natural possível. Peço desculpas prévias se acabar “chovendo no molhado” em algum ponto.

    ****

    Aspectos técnicos: as ideias estão bem organizadas, desde a angústia do garoto para conhecer suas origens mineiras até a decepção final ao descobrir que sua imaginação o havia ludibriado. O tema está bem representado aqui, não como foco, mas como pano de fundo. Da parte ortográfica, o conto está muito bem revisado.

    Aspectos subjetivos: a tensão sobre o passado do pai nos acompanha durante toda a narrativa, assim como a expectativa pelo encontro com o Aviador. Neste caso, não há apenas um anticlímax final, mas dois. A construção emocional dos personagens, que ficou boa, só coopera para que a decepção final seja ainda maior.

    Compreensão geral: imagino que a intenção era realmente nos imergir no choque de realidade do garoto. Confesso que funcionou até demais comigo. Quando comecei a superar o vácuo da história do avô, veio a desconstrução da lenda do Aviador. Acho que deixei o conto com um pouco mais de amargura do que o esperado. Não deixa de ser um bom trabalho.

    Parabéns e boa sorte.

  16. Evandro Furtado
    13 de junho de 2017

    Olá, autor. Sigamos com a avaliação. Trarei três aspectos que considero essenciais para o conto: Elementos de gênero (em que gênero literário o conto de encaixa e como ele trabalha/transgride/satiriza ele), Conteúdo (a história em si e como ela é construída) e Forma (a narrativa, a linguagem utilizada).

    EG: O autor tem uma capacidade para a ambientação fora do comum. O desenvolvimento da atmosfera é primoroso.

    C: O autor conta uma história leve, com personagens muito interessantes. Ele faz uso de um recurso genial: usa a imagem para enganar o leitor. Transpassa a ideia que o garoto tem. Quem lê tem a mesma visão. Isso é realmente genial.

    F: A capacidade do autor em desenvolver as coisas em um curto pedaço é invejável. Ele parece ter recursos ilimitados. Gostaria de dar alguns exemplos, para demonstrar a genialidade de um conto que, a primeira vista, parece simples, mas é realmente uma aula de escrita.

    “Ninguém sabia o que tinha dentro da mala e esse era o maior mistério do planeta, lá na cidade de Pouso Alto.” – nesse trecho o autor faz toda a ambientação de uma cidade pequena. A ideia de maior misterio do planeta lá em Pouso Alto mostra ao leitor: “Veja bem como funciona a mente desse pessoal do interior. Aquilo é o mundo deles, aquela é a vida deles. Aquilo que eles conhecem, que veem todos os dias, aquilo, pra eles, é tudo.

    “Às vezes brincávamos, eu e papai, de ficar tentando adivinhar o que tinha dentro da mala: um mapa do tesouro? Uma bússola mágica? Um avião portátil e dobrável? Um corpo em pedacinhos? Joias roubadas na Europa? Pedaços de nuvem que o Aviador colheu no céu? Documentos em código Morse? As cartas de amor da namorada que mora do outro lado do Atlântico?” – em um trecho simples, o autor traz anos de convivência entre pai e filho. Aqui, é possível ver a proximidade que ambos tem e a liberdade que tem em conversar. A cada dia, uma ideia diferente, motivada por acontecimentos diferentes. A conclusão de um avião portátil é diferente da de um corpo em pedacinhos que é diferente de pedaços de nuvem colhidos do céu. O leitor navega por todas essas possibilidades em um curto espaço. Exeplo típico de economia de meios.

    “Quando finalmente chegamos, eu já estava quase explodindo de ansiedade. Lembro que até tropecei na hora de descer do ônibus e, afinal, a primeira coisa que eu vi de Pouso Alto foi o chão da rodoviária. Com a cara ainda dolorida, fui apresentado ao meu tio Hilário” – o autor, além de tudo, tem um tino cômico. Ele conta uma piada, traz uma situação para lá de engraçada para introduzir o tio. Seu nome? Hilário! Hilário, de fato, caro autor. Não só isso constitui uma piada linguística pra lá de sofisticada, como contribui para a complexidade do próprio personagem.

    “Meu pai falou com o tio Hilário, que falou com a tia Eulália, que pediu pro João, que mandou o Lucas ir buscar uma caixa que estava em cima do armário do quartinho de costura. Ele voltou com a tal caixa e colocou em cima da mesa da cozinha. Formou-se uma roda em torno da mesa, papai, mamãe, Lucas, João, o tio e a tia, que remexia na caixa à procura da foto.” – nesse trecho o autor traz a ideia de união da família, remetendo, mais uma vez, à questão da família do interior. Isso, no entanto, não soa como estereótipo, muito pelo contrário. O autor evoca o imaginário tradicional, brincando com um pouco do folclore e trazendo figuras que se tornam empáticas ao leitor. Ao mesmo tempo, brinca com a ideia de circularidade com fulano que fala para ciclano que fala para beltrano. Isso torna a narrativa mais fluída e, no âmbito do enredo, torna a história mais interessante e mais vívida. Ao mesmo tempo, torna a ambientação muito mais complexa.

    Bem, fugi um pouco da avaliação comum, autor, mas senti que, nesse caso, precisava. Há uma genialidade presente aqui que precisava ser destacada.

    • João Ribeiro de Barros
      13 de junho de 2017

      Faz assim não, q eu fico besta! rsrs
      Tô brincando, Evandro. Fico imensamente grato pelo seu comentário. Nós sabemos que nunca vamos agradar a todos com o que escrevemos, mas quando leitores como você nos dão um retorno desses, a gente acredita que está no caminho certo. Muito obrigado!

  17. Cilas Medi
    13 de junho de 2017

    Uma graça de conto, com um final não esperado. Todo o tempo se sente a agonia pelo conhecimento do aviador e o possível javali. Um texto correto e bem arrumadinho, como cita o autor, na cidade e no sítio.

  18. Givago Domingues Thimoti
    13 de junho de 2017

    Adequação ao tema proposto: Positivo
    Criatividade: Fértil como a de uma criança
    Emoção: Curti muito o texto. Foi uma leitura fluída, sem arrastos.
    Enredo: Muito bem desenvolvido e bem ambientado. Eu consegui me sentir imerso no universo do interior de MG. O desfecho foi tão decepcionante para o personagem quanto para mim… Mas isso não é demérito nenhum. Eu curti a ironia do final do conto. (Givago, se decide!)
    Gramática: Não percebi nenhum erro.

  19. maziveblog
    13 de junho de 2017

    Este é o vigésimo primeiro conto que leio (não estou seguindo a ordem em que estão apresentados no site), e até agora é o melhor. Uma história bonita e engraçada. Uma escrita direta, que não recorre a “floreamentos” para disfarçar a falta do que contar. Parabéns ao autor.

  20. M. A. Thompson
    12 de junho de 2017

    Olá!

    Usarei o padrão de avaliação sugerido pelo EntreContos, assim garanto o mesmo critério para todos:

    * Adequação ao tema: total, muito bem feita, parabéns.

    * Qualidade da escrita (gramática, pontuação): nada que eu tenha percebido ou atrapalhasse a leitura.

    * Desenvolvimento de personagens, qualidade literária (figuras de linguagem, descrições, diálogos): excelente.

    * Enredo (coerência, criatividade): muito bom. Um genuíno conto brasileiro contemporâneo.

    De modo geral foi um excelente conto e valeu muito a leitura.

    Parabéns e boa sorte no Desafio!

  21. Marco Aurélio Saraiva
    12 de junho de 2017

    ===TRAMA===

    Me pegou desprevenido. O conto vem desde o início trabalhando uma historinha que me parecia BEM clichê e ingênua, mas aumentou o suspense ao redor da identidade do Aviador para, no final, revelar que ele era um mendigo famoso na cidade. Isso foi MUITO interessante, especialmente por que a imagem do desafio está, na verdade, na cabeça do personagem principal.

    Existem muitas figuras como o Aviador do conto – me arisco a dizer que muitas cidades tem a sua “figura caricata” de morador de rua. A minha, com certeza, tem. Geralmente são pessoas inocentes, que não fazem mal a ninguém, estão apenas vivendo as suas vidas e só querem a paz. Por isso, apesar de mendigos, fazem falta, e geram uma verdadeira procissão no seu enterro, e a tristeza nos semblantes de toda a família do pai do personagem.

    Gostei de como você criou todo o suspense: por quê o pai nunca o levava para Pouso Alto? Por quê havia tanto silêncio sobre a família dele lá? No final, descobrimos que a resposta era mais simples do que parecia: “problemas familiares”, pronto. E o leitor aqui, sempre pensando que era por causa do Aviador…

    Muito legal!

    ===TÉCNICA===

    Sofre um pouco. Você escreve de forma simples, o que não é demérito, mas as suas palavras são muito informais. São muitos “pra” e “pro”, além de muitos diminutivos como “campinho”, “arrumadinha”, “pontezinha”, etc.

    Além disso, o texto me parece muito “infantil”. O garoto, com quinze anos, ainda fala “papai” e “mamãe”, e ainda age como uma criança de 8, curiosa toda vida com a lenda de uma viador que o pai lhe contou quando criança, recebendo cafunés do pai aqui e ali.

    De qualquer forma, sua escrita é limpa. Sem erros (ao menos, nenhum erro de digitação ou de português que eu tenha visto), e que o leitor acaba se acostumando rápido. Foi uma letura gostosa de fazer.

    ===SALDO===

    Positivo. A trama brilha pela simplicidade que surpreende, mas a técnica ainda precisa de um pouco mais de lapidação.

  22. Claudia Roberta Angst
    11 de junho de 2017

    Olá, autor, tudo bem?
    O título do conto é bastante simples e nos remete logo à imagem do certame.
    O tema proposto pelo desafio foi abordado de forma criativa e fora do quadrado. Gostei!
    No geral, o texto está bem escrito, com bom ritmo e a leitura fluiu sem entraves. Apenas notei uma falha de concordância verbal:
    – “a figura do Aviador e seu javali habitaram” > figura/ HABITOU
    A repetição de diminutivos em uma passagem acabou me incomodando um pouco, embora talvez o autor quisesse enfatizar a fofurice da cidade:
    (…) *pedrinha*ou outra que batia na lataria. Pouso Alto era uma cidade muito *bonitinha*, *arrumadinha*, parecia uma pintura. Cruzamos uma *pontezinha*, à direita tinha um *campinho* de futebol.
    Estou apostando que a autoria deste conto pertence a uma mulher. Só acho.
    O conto é gostoso de ler e o final acaba surpreendendo pela simplicidade da situação. A imaginação é que transformou o “aviador” em uma lenda. O cão com nome de Javali também me fez lembrar de Baleia em Vidas Secas (Graciliano Ramos). Cães com nomes de outros animais tornam-se bem peculiares. Ótima escolha.
    Boa sorte!

  23. Lucas F. Maziero (@lfmlucas)
    10 de junho de 2017

    Olha, gostei do conto em sua simplicidade. Pelo menos no meu entender, a imagem do desafio não precisa ser interpretada ao pé da letra, contendo todos os detalhes da imagem; portanto, a ideia está adequada ao tema.

    Está bem escrito. Narrado em primeira pessoa, foi correto usar verbos compostos em vez do simples pretérito mais-que-perfeito, pois ninguém fala “Inventava que ele viera voando…”, a não ser quando narrado em terceira pessoa.

    Só ficou um tanto ou quanto insustentável esse mistério que o pai do garoto manteve sobre o “aviador”, e sem motivo aparente em não dizer logo de uma vez que se tratava de um morador de rua com seu cachorro. Mas é um bom conto.

    Parabéns!

  24. Sick Mind
    7 de junho de 2017

    A cada conto que passa, leio os comentários e começo a desconfiar que não tenho mtos sentimentos, pois essa história passou por mim como se eu estivesse trocando de roupa, ou bebendo um copo d’agua, ou dando um arroto após comer demais.
    Mas além de minha insensibilidade, tenho que confessar que o texto está mto bem estruturado, mto bem escrito (tanto é que nem notei erro algum), a trama é bastante amarrada e faz lembrar vagamente o que acontece no interior. Digo vagamente, pois o estereotipo de cidade do interior se tornou uma noção mto ultrapassada, que seria mais bem-vinda com uma datação de décadas atrás.
    A idade do protagonista não condiz com a inocência dele, mas isso é mais uma conclusão pessoal do q uma constatação. Mas independente disso, o tema desse conto, que para mim pareceu algo como “a perda da inocência”, foi cumprido mto bem, só não me emocionou.

  25. Victor Finkler Lachowski
    7 de junho de 2017

    Um conto bem agradável, tem uma narrativa que mantem o suspense, diverte e instiga, a idealização do rapaz ser a foto tema foi bem colocada. Apenas não entendi os sobrinhos não ficarem felizes em ver o pai, já que o pia do protagonista é tio deles.
    Cheguei a pensar que o avô era o aviador, poderia ter sido um final mais interessante que o apresentado, mas entendi a intenção desse final.
    Foi bem criativo e simples, gostei bastante.
    Boa sorte no desafio e nos presentei com mais obras,
    Abraços.

  26. Jorge Santos
    7 de junho de 2017

    Conto bem escrito, que prende o leitor desde o início por desconhecermos a verdadeira identidade do aviador e as razões do pai para não regressar à terra natal. O conto peca pela necessidade imperiosa que o autor sentiu de se adequar ao tema proposto, mas o desfecho não desilude. Nota pessoal: vivo a 200 km da terra onde nasci. Há 42 anos o meu pai saiu da terra para vir viver para a minha cidade actual. Mas nunca nos passaria pela cabeça cortarmos com as nossas raízes, daí ter sentido ainda mais a vontade da personagem em conhecer as suas próprias raízes.

  27. Rubem Cabral
    7 de junho de 2017

    Olá, João.

    Resolvi adotar um padrão de avaliação. Como sugerido pelo EntreContos. Vamos lá:

    Adequação ao tema:
    O conto tem todos os elementos da imagem-tema: homem encasacado, mala, javali (ainda que somente na cabeça do garoto).

    Qualidade da escrita (gramática, pontuação):
    O conto está bem escrito, não notei erros para apontar.

    Desenvolvimento de personagens, qualidade literária (figuras de linguagem, descrições, diálogos):
    Os personagens foram bem desenvolvidos. O menino convence, assim como a família dele. Os diálogos estão bons. A escrita foi simples, mas funcionou bem. Há um parágrafo, somente, que me incomodou um tanto pelo excesso de diminutivos.

    Enredo (coerência, criatividade):
    Bom enredo, bem criativo também. Menino cria a imagem mitológica do Aviador, uma criatura quase sobre-humana, e tal imagem povoa seus sonhos durante a infância e adolescência. Curioso a família guardar segredo da identidade real do aviador ou do pq do pai se recusar a voltar a Pouso Alto.

    Abraços e boa sorte no desafio.

  28. Catarina
    5 de junho de 2017

    O INÍCIO e o título não despertam curiosidade. Mas a partir do 2º parágrafo o conto se agiganta. Brilhante a ideia da TRADUÇÃO DA IMAGEM ser imaginação do menino.
    Esse EFEITO de luzes e sombras ficou muito bom. Toda a nossa atenção voltada para o segredo da mala e o medo do pai retornar à Pouso Alto e… surpresa! Eu gostaria de ter escrito este conto. Invejinha…

    • João Ribeiro de Barros
      5 de junho de 2017

      Caríssima Catarina, eu que sempre tive “invejinha” dos contos que você escreve, como esse seu comentário fiquei todo “besta”… rs Grande abraço!

  29. Brian Oliveira Lancaster
    5 de junho de 2017

    EGO (Essência, Gosto, Organização)
    E: Texto bem singelo, com clima de história de interior. Melancólico e bastante cotidiano. Tem a piadinha no final que até se encaixa bem, mas destoa um pouquinho do clima de tristeza e incerteza que vinha se desenvolvendo.
    G: Achei que a revelação maior seria do garoto ser adotado, mas percebi que se tratava apenas de uma rusga familiar. Foi uma construção muito grande para uma revelação tão pequena. Mas a atmosfera geral casou de forma excelente ao contexto. Lembrou-me Central do Brasil e outros filmes do tipo. Acho que sei quem é o autor(a).
    O: O enredo transborda sentimentos. Não há grandes floreios, nem construções poéticas, mas a simplicidade foi o fator essencial que me fez gostar da história.

  30. Afonso Elva
    1 de junho de 2017

    Belo conto! Entretém e passa rapidinho. Fiquei o tempo todo achando que o aviador era o pai do garoto, depois do funeral, achei que fosse o avô, hehe. A coisa do mendigo foi genial! Cidades do interior sempre tem umas figuras dessas, que geralmente dormem na única rodoviária da cidade. Bom trabalho
    Forte abraço

  31. Olisomar Pires
    1 de junho de 2017

    1. Tema : Adequação presente de forma inusitada.

    2. Criatividade: Boa. Memórias do personagem-narrador sobre episódio e figura da cidade natal de seu pai.

    3. Enredo: Partes muito bem ajustadas. leitura tranquila e fluida.

    O narrador ainda criança fantasia que o “aviador” da cidade de seu pai seria alguém diferente do que na realidade era.

    O interessante no texto é a aparente simplicidade da narrativa, lembrando os mestres da literatura nacional pelo tema cotidiano.

    4.Escrita: : Boa. Não notei erros.

    5. Impacto: alto.

  32. Fátima Heluany AntunesNogueira
    1 de junho de 2017

    Criatividade nota dez, colocar a imagem-tema como fruto da imaginação de uma criança ficou perfeito. A história demorou um pouquinho a deslanchar com algumas informações desnecessárias, palavras repetidas, mas depois veio com força e boa carga emocional, uma dose de suspense suficiente para manter o interesse e leitura agradável.

    As relações familiares foram bem trabalhadas e Pouso Alto recebeu sua homenagem, assim como as figuras populares tão comuns nas pequenas cidades. O final do texto, se não causou um impacto maior, ficou bem amarrado e “javali” ser nome do vira-latas, foi uma interessante sacada.

    A cena da família procurando a foto lembrou-me “Quadrilha” do também mineiro-carioca Drummond. O texto está bem escrito, apenas me incomodou um pouco o uso reiterado do coloquial ”pro(a)”, mas já que o narrador é um garoto, aceitável.

    É trabalho muito bom, será destacado, com certeza… Parabéns pela participação. Abraços.

  33. Eduardo Selga
    1 de junho de 2017

    O conto trabalha com a plurissignificação da palavra e com a imagem que o leitor forma para si da imagem proposta pelo desafio. Ou seja, a fotografia conduz a uma interpretação literal dos elementos aviador e javali (o primeiro é um homem; o segundo é um animal da família do porco). No entanto, inteligentemente, o(a) autor(a) rompeu com ambos, porém mantendo até o fim, no leitor, a interpretação mais imediata: Javali é um cachorro e o Aviador nunca conheceu um avião: era apenas um mendigo.

    Aqui entra a plurissignificação, fenômeno da linguagem particularmente importante na Língua Portuguesa, um idioma que abre tantas janelas ao poético e ao subjetivo. Se observarmos bem, “Aviador” sempre é grafado com inicial maiúscula no conto, indicando ser, para o menino e para a comunidade, alguém com uma característica muito própria dentre as outras pessoas. De substantivo comum a palavra passa a substantivo próprio, num processo de ressignificação. Ao mesmo tempo, o pai diz ao menino que o personagem em questão não é ninguém do ponto de vista social (“meu filho, mas o Aviador não é ninguém especial…”). “Aviador” é, para o pai, um nome próprio, designa aquele mendigo em detrimento de outros, mas, digamos assim, sem propriedades individuais. A individualização, portanto, para o a figura paterna, só cabe aos que merecem a cidadania, dentre os quais mendigos não se incluem. Ele usa um eufemismo para expressar isso: “era uma figura histórica, digamos assim…”. Pelo contexto da narrativa, o “histórica” significa “folclórica”, no sentido de aquilo que entra para a história, mas como mero apêndice, algo divertido e que, portanto, não merece ser tomado a sério.

    No caso da palavra “javali” a plurissignificação é mais evidente, e mexe mais de perto com a expectativa do leitor, sempre muito disposto a uma interpretação literal, numa sociedade em que, parafraseando Theodor Adorno ao escrever sobre a indústria cultural (por favor, não tomem isso por afetação academicista), as palavras significam menos e designam mais, num acentuado processo de petrificação.

    Em “javali”, assim como “Aviador”, há um movimento no sentido ascendente, na medida em que também deixa de ser genérico para individualizar um ser, no caso, um cachorro. A diferença está na quebra de expectativa. O “Aviador” ser um mendigo é surpreendente, mas ambas as categorias se dialogam, uma está dentro da outra, na medida em que Aviador (um homem) é nome de um homem, que não é aviador. Essa “matriosca” (aquele brinquedo russo que consiste em uma boneca dentro da outra) não acontece com “javali”, pois no conto é nome próprio de animal completamente distinto de um javali.

    Ressalte-se a escolha do ponto de vista narrativo. Acredito que se fosse em terceira pessoa, o efeito de “quebra” seria muito menor. Com o uso da primeira, o leitor consegue “entrar” nos sentimentos e pensamentos do protagonista com maior facilidade.

    • João Ribeiro de Barros
      1 de junho de 2017

      Caro Selga! Muito grato pelo seu comentário. Me fez pensar em perspectivas que ainda não tinha vislumbrado no conto. E só para constar, não tenho nada contra “academicismos”! Grande abraço!

  34. Antonio Stegues Batista
    31 de maio de 2017

    O conto inicia com algumas descrições longas e desnecessárias, de qualquer forma gera uma expectativa e cria um certo suspense. A narrativa é boa, sem problemas e cria imagens agradáveis da vida simples interiorana. O final surpreendeu e me deixou desapontado, os pais do rapaz pareciam esconder algo e esse algo não foi revelado e se não havia nada, essa parte ficou inútil.

  35. Iolandinha Pinheiro
    31 de maio de 2017

    O seu conto é muito fofo. Meio chatinho no começo mas depois deslanchou. O mistério sobre o aviador e o conflito do pai do narrador nos mantém interessados durante toda a trama. O conto é todo centrado em relações familiares e nas fantasias do menino sobre como seria Pouso Alto e sobre o enigmático aviador. O final é a melhor parte do conto, com as revelações que são feitas. Aqui no Ceará, pelas quebradas das propriedades rurais há muito cachorro com nome de Baleia, Piaba, Rompe-Ferro… Todos uns cãezinhos esquálidos como o do conto. Nunca, porém, vi nenhum com o nome de Javali, mas tá valendo. Parabéns. Abraços.

  36. Roselaine Hahn
    30 de maio de 2017

    Olá João, que bacana o seu conto, singelo, fluído, cativante. Gostei muito do final, engraçado e surpreendente, um pouquinho frustrada também, esperava alguma participação do pai no mistério do aviador, ou que o avô do menino fosse o próprio aviador, devido o climax criado, mas entendi que se tratava da imaginação do menino, apesar de que, na parte final da história, ele já estava bem crescidinho, destoou um pouco essa imaginação e a forma de tratamento dos pais: papai e mamãe. Para fins de ajudar e enriquecer a sua escrita, ficou explicadinho no início de que ele era carioca, achei desnecessário, você já mostrou durante o texto as referências à Copacabana e ao Rio, é melhor mostrar do que contar. Um belo conto com fôlego para figurar no topo aqui no Desafio. Abçs.

  37. Ricardo Gnecco Falco
    29 de maio de 2017

    Olá autor/autora! 🙂
    Obrigado por me presentear com a sua criação,
    permitindo-me ampliar meus horizontes literários e,
    assim, favorecendo meu próprio crescimento enquanto
    criativa criatura criadora! Gratidão! 😉
    Seguindo a sugestão de nosso Anfitrião, moderador e
    administrador deste Certame, avaliarei seu trabalho — e
    todos os demais — conforme o mesmo padrão, que segue
    abaixo, ao final.
    Desde já, desejo-lhe boa sorte no Desafio e um longo e
    próspero caminhar nesta prazerosa ‘labuta’ que é a arte
    da escrita!

    Grande abraço,

    Paz e Bem!

    *************************************************
    Avaliação da Obra:

    – GRAMÁTICA
    Está bem escrito. Só fiquei mesmo meio que ‘de mal’ com essa construção aqui: “…a figura do Aviador e seu javali habitaram meus sonhos…”. Não sei nem se daria, em tese (não sou gramático), para utilizar o verbo nesta conjugação, mas registro aqui somente porque me soou estranho, mesmo…

    – CRIATIVIDADE
    É uma história com uma premissa bem simples, mas que funcionou no todo. Acho que foi o único conto que transformou o javali em cachorro. Já vi javali (ficou engraçado isso, né? “já vi javali”…) em forma de assado, javali falante, javali justiceiro, javali M.I.B., java(li) programa de computador, até javali-Lula… Mas este aqui ficou bem legal, pois era um javali imaginário, fruto da cabeça de uma criança.

    – ADEQUAÇÃO AO TEMA PROPOSTO
    100%. Pelo menos na cabeça da criança, temos exatamente a foto do Certame.

    – EMOÇÃO
    Mediana. O trabalho emociona pela temática saudosista. Toca o coração dos leitores (só dos que possuem coração) por remeter à inocência. E a perda da mesma.

    – ENREDO
    A história nos conta e nos prepara para um esperado encontro com uma personagem intrigante que vivia na cidade natal do pai do protagonista que, após anos de expectativa (e por isso mesmo de criativas confabulações), acaba por conhecer (e nos mostrar) a realidade como ela é (e sempre foi) de verdade.

    *************************************************

  38. Neusa Maria Fontolan
    28 de maio de 2017

    Lindo conto. Vejam só como é fértil a imaginação de uma criança. O menino gostava tanto da história que o pai contava que formou em sua cabeça, uma versão só dele, e acreditava nela.
    Gostei mesmo
    Parabéns
    Sucesso no desafio.

  39. Gustavo Castro Araujo
    27 de maio de 2017

    O pessoal estava atribuindo esse conto a mim, lá no grupo de autores do FB, então eu tive que vir aqui conferir, rs Fiquei contente porque além de bem escrito é um conto simples, direto, fluido, mas que passa uma mensagem poderosa. Relações familiares sempre resultam em ótimos textos – claro, desde que o autor saiba utilizar os elementos – especialmente quando se foca nas impressões refletidas nas crianças. Aqui, temos um narrador já adulto, mas que relembra fatos ocorridos há muito tempo, quando a maturidade ainda se encontrava longe (se é que algum dia chega). É por tratar dessa passagem, quando as máscaras caem, quando se perde o fôlego por transitar entre dois mundos, que o conto se destaca. Há sentimento sem pieguice, há profundidade nos personagens e há, mais importante, esse apelo, esse poder de levar o leitor aos dias em que era possível acreditar-se em qualquer lenda. Evocar a infância é algo sublime, que poucos autores conseguem sem parecer forçado. Creio, caro amigo, que você obteve o êxito necessário. Não que o texto seja perfeito – pessoalmente, achei o final um tantinho abaixo da expectativa criada – mas os pontos positivos dão o tom. Parabéns pelo trabalho.

    • João Ribeiro de Barros
      28 de maio de 2017

      Caro Gustavo! Esse comentário vindo de você, me deixa muito satisfeito. Tenho anotado aqui todas as críticas para, se possível, melhorar o conto no futuro. Mas esses seus elogios (e os de outros colegas) me mostram que estou no caminho certo. Muito obrigado!

  40. Anorkinda Neide
    27 de maio de 2017

    Muito bonito, muito emocionante… ❤
    No meu pequeno entendimento, acho q o texto está perfeito.
    Logo percebi que o aviador era um mendigo, nao me pergunte pq, acho q porque aqui em Porto Alegre temos ou tínhamos qd eu era mais jovem, umas figuras emblemáticas pelas ruas, com nomes, apelidos, folclore e lendas.
    Mas nunca pensei q o javali fosse um cuzquinho hahua mas foi falta de pensar mesmo, pq era óbvio.
    Dá uma dó no coração a hora do cortejo, tb logo vi q era o aviador, só q nao me pareceu crível tantas pessoas no cortejo, mas cidade do interior eu nao tenho nenhuma experiência, quem sabe é assim mesmo.
    Adorei a cena da família procurando a foto, passa pra um passa pra outro, um procura, um pega e tal.. achei tao 'familia'. \o/
    E a tristeza do fim da infância, ali para aquele menino.. triste triste.. não tenho como não se identificar.. como se vc dissese e vc leitor, qual foi o momento revelador, desfazedor de sonhos q levou embora a sua infância?
    Tocante…
    Parabéns mil vezes.
    Abração

    • Anorkinda Neide
      27 de maio de 2017

      tao empolgada q nem sei escrever mais: ‘não tenho como não se identificar..’, essa pérola vai ficar ate registrada aqui, nao vou nem corrigir hahahha

      • João Ribeiro de Barros
        27 de maio de 2017

        Que legal seu comentário, Anorkinda! “Eu se amarrei!” rsrs
        Abração!

  41. Evelyn Postali
    27 de maio de 2017

    Oi, João Ribeiro de Barros,
    Gramática – Eu, sinceramente, me envolvi com a história e não reparei em erros. Então, por isso, peço desculpas. Fico devendo, mas tenho certeza de que são irrelevantes.
    Criatividade – Dizem que as crianças e os velhos são os únicos capazes de se surpreender do que é extremamente simples ou banal. É neles que reside a visão mais desnuda do mundo ou a fantasia. Talvez pela inocência ou pela sapiência, não se sabe ao certo, e creio que apenas vivendo com consciência se deva saber. Tem algo de muito singelo e sensível nessa história.
    Adequação ao tema proposto – Totalmente adequado ao tema.
    Emoção – Vale uma caixinha de lenços. Por favor, mande pelo correio porque a crise está dura. Passo o endereço depois, por mensagem, quando você se identificar.
    Enredo – Começo, meio e fim entrelaçados e cortados pelo cortejo do aviador, sem direito a saber o que aconteceu com o Javali. Para mim, está perfeito. Coerente. Totalmente centrado.
    Parabéns pelo conto!
    Boa sorte no desafio.
    Abraços!

    • João Ribeiro de Barros
      27 de maio de 2017

      Obrigado, Evelyn. Vindo de alguém sensível como vc, me honra ainda mais! Abraços!

  42. Luis Guilherme
    27 de maio de 2017

    Oieeeeee! Tudo bão cocê meu caro?.

    Descurpa aí se eu digitá td errado, sou uma negação com celular.

    Vamos ao conto: gostei!

    Primeiro, a linguagem ta excelente, a leitura flui super bem, é interessante e prazerosa e me prendeu ate o fim. Gera bastante curiosidade. Eu nao sabia exatamente o que esperar, que rumo a história seguiria, mas intuí que iria bem, e o final nao decepcionou.

    Achei o desfecho simples e perfeito. Toda a expectativa gerada ao longo do conto é compensada de forma simples. E de escritor pra escritor, isso é difícil pakas hehehe.

    Enfim, belíssimo trabalho, parabéns e boa sorte!

    • João Ribeiro de Barros
      27 de maio de 2017

      Valeu, Luis! Abração!

  43. Paula Giannini - palcodapalavrablog
    26 de maio de 2017

    Olá, João,
    Tudo bem?
    História delicada e emocionante sobre a maneira como uma criança enxerga o mundo. Mais que isso, como imagina e fantasia, criando ilusões sobre tudo que um adulto (especialmente quando querido) lhe conta.
    Gostei muito de sua narrativa na primeira pessoa, aproximando o leitor do protagonista de forma muito terna. Dá para enxergar a criança contando sobre suas impressões do mundo, divagando sobre os motivos do afastamento do pai e sua família, e, sobretudo, do tão esperado encontro com o tal homem do Javali.
    A expectativa criada com a ansiedade do menino em encontrar o homem do Javali, faz com que o leitor também desenvolva tal ansiedade, criando empatia. Cheguei a imaginar que homem era o avô, depois o próprio pai, no momento da revelação da foto.
    A história do mendigo com seu cão, contada assim pelo pai e em toda a cidade, cria sobre este uma atmosfera de mistério, tornando a figura quase uma lenda urbana.
    O cão se chamar Javali, também foi uma bela tirada. Uma carta na manga, a dar um colorido a mais na trama.
    Não sei se o menino devesse ter 15 anos, mas a maturidade das crianças varia e este pode ser um rapazote mais inocente. Eu sugeriria 12. (Mas essa é só a minha opinião).
    Um belo texto.
    Parabéns e boa sorte no desafio.

  44. Leo Jardim
    25 de maio de 2017

    O Aviador e o Javali (João Ribeiro de Barros)

    Minhas impressões de cada aspecto do conto:

    📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): é simples e linear, mas tem começo, meio e fim. O final é um pouco anticlimático, mas o autor optou pela ironia da situação. Criou, por todo o conto, uma imagem que, no fim, era outra.

    📝 Técnica (⭐⭐⭐▫▫): uma narração simples em primeira pessoa sem grandes atrativos linguísticos, mas eficiente, sem erros. No primeiro parágrafo achei muito repetitivo o uso de “javali”. Meus textos geralmente são cheios de repetições e não consigo enxergá-las numa revisão, então costumo passá-los sempre no Repetition Detector (http://www.repetition-detector.com/?p=online).

    💡 Criatividade (⭐⭐▫): não é um texto que preza por grandes novidades, mas também não é clichê.

    🎯 Tema (⭐⭐): a imaginação do menino é a imagem-tema.

    🎭 Impacto (⭐⭐⭐▫▫): não é uma grande reviravolta, mas o final irônico me agradou.

  45. Jowilton Amaral da Costa
    25 de maio de 2017

    Achei um bom conto. Confesso que quando o aviador morreu e o conflito que estava sendo gerado, com relação ao mistério do pai não querer voltar para a cidade em que nasceu, não tinha nada a ver com o aviador fiquei meio frustrado, mas, a conclusão me fez mudar de opinião e entendi que o que autor quis passar foi como a imaginação de uma criança pode fazer de uma simples história algo muito maior e mais interessante que a realidade. Boa sorte.

  46. Vitor De Lerbo
    25 de maio de 2017

    Uma história singela, com um final que gera surpresa e riso.

    O enredo poderia ter sido um pouco mais enriquecido se tivéssemos mais informações sobre outros temas além do aviador e do javali, como a própria briga do pai do protagonista com seu avô, por exemplo. Entendo que a história retrata o período de infância do protagonista, mas a repetição de seu desejo aparece em quase todos os parágrafos, e ele praticamente só fala disso.

    De qualquer forma, o texto está muito bem escrito e é agradável de se ler.

    Boa sorte!

  47. Ana Monteiro
    23 de maio de 2017

    Olá João. Que delícia de se ler. Maravilhosa visita (revisitação no meu caso, que tinha em casa um quadro que até hoje alimenta a minha fantasia) ao imaginário infantil. Um conto que se lê na perfeição, sem paragens nem tropeços inconvenientes. Não conheço a terra de que fala – nem nenhuma outra, pois nunca aí estive – mas não senti a menor necessidade, porque a história igualmente se me desenhou na imaginação. E um final maravilhoso e pleno de sensibilidade a deixar um sorriso nos lábios e o travo dum momento bem passado. Desculpe não apontar falhas nem ajudá-lo a ser melhor. Fiquei rendida. Parabéns!

    • João Ribeiro de Barros
      23 de maio de 2017

      Caríssima Ana, fiquei emocionado com seu comentário. Quem bom que foi essa experiência tão prazerosa pra você, ainda mais que estás tão longe… Muito obrigado por suas palavras! Abraço!

  48. Milton Meier Junior
    23 de maio de 2017

    Muito legal o conto! Uma história singela, emotiva e que leva o leitor a relembrar os bons tempos da infância, de qualquer infância. Uma linguagem simples, fluente e muito bem escrita. Parabéns!

  49. elisa ribeiro
    21 de maio de 2017

    Olá João. Sua narrativa simples me cativou. Há um mistério que despertou e manteve meu interesse ao longo de toda a narrativa. O final me surpreendeu, mérito seu que soube manipular a a trama fazendo com que eu pensasse que o aviador tinha alguma conexão com a família do menino. Também achei bacana o final ressaltar a distinção entre uma memória fantasiosa infantil e a realidade sem glamour. A observação que faço é de que a idade de quinze anos não me pareceu muito compatível com o comportamento do garoto na segunda parte. Uns dez anos talvez ficasse mais compatível. Boa sorte no desafio! Abraço.

  50. João Ribeiro de Barros
    21 de maio de 2017

    Priscila! Então acho que não me fiz entender com o conto. Eu não pensei em estereótipos de mineiros. Pensei em uma família simples, que mora num pequeno sítio numa cidade de pouco mais de 6 mil habitantes, no interior do Brasil. Podia ser em qualquer interior do Brasil. Minha família é do Sul e lá temos os mesmos “tipos” nas cidades do interior. “Perua” é só um sinônimo para caminhonete. E em muitas cidades, até no Rio de Janeiro, temos mendigos “famosos”. Sem falar que a história se passa num tempo passado, então, realmente me desculpe se pareceu estereótipo, não foi minha intenção. Mas aceito se vc me convidar pra conhecer Pouso Alto e seus moradores de perto!!! Grande abraço!

    • Priscila Pereira
      21 de maio de 2017

      João, como eu já disse, você não tem culpa de nada, eu que vi muitas semelhaças incômodas, é um elogio até, você acabou acertando em cheio… por isso perguntei se vc conhecia a cidade…
      Na verdade eu moro em Passa Quatro, pertinho de Pouso Alto se quiser conhecer sinta-se convidado.

      • João Ribeiro de Barros
        21 de maio de 2017

        Obrigado, Priscila! Aceitarei o convite! Grande abraço!

  51. Gilson Raimundo
    21 de maio de 2017

    Muito bom o desfecho. Realmente me enganou. O conto preza pelo mistério apesar dos rodeios iniciais ele me fez querer descobrir mais sobre os fatos, a grande dúvida era o que levou o rapaz a sair de casa e o rompimento com a família, quase não lembrei do aviador e seu javali. Fantasiei um final e fui surpreendido. Um texto bem simples porém criativo, ganhou méritos por sair do comum.

  52. Priscila Pereira
    21 de maio de 2017

    Oi João, primeiramente quero perguntar, você conhece Pouso Alto?? Kkk Eu moro pertinho e não gostei muito do modo como você nos retratou… mas tudo bem, sem ressentimentos.
    Então, o texto é muito interessante, um cotidiano bem feito, fugiu do fantástico, terror e suspense que temos visto. Gostei bastante de comparar a versão imaginada pelo protagonista com a realidade, ficou muito bem humorada. Boa sorte!

    • João Ribeiro de Barros
      21 de maio de 2017

      Priscila, confesso que não conheço a cidade. Conheço muitas cidades mineiras, mas escolhi Pouso Alto pelo nome, e pelas imagens e informações que colhi na internet. Mas, por favor, me diga por que vc não gostou do que eu escrevi sobre a cidade. É importante que eu saiba! Abs!

      • Priscila Pereira
        21 de maio de 2017

        Kkkkk não foi o que você falou sobre a cidade e sim como estereotipou todos os mineiros do interior, os nomes, os chapéus de palha, a perua, a esposa fofinha, até os mendigos “famosos” . Veja bem, não é uma critica verdadeira e sim um despeito bem humorado de uma mineirinha de interior.

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Publicado às 20 de maio de 2017 por em Imagem - 2017 e marcado .
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