A nave seguia na direção não desejada.
Frank estava sentado com o queixo apoiado nas costas das mãos. Pela centésima vez em 5 minutos, xingou o maldito Anatoly.
O miserável desligou o controle automático e fizera aquilo. Esperara a tripulação dormir pra fazer a manobra impensável. Mas agora, ele mesmo não veria o fruto de sua imprudência.
Olhou para o corpo do astronauta russo, caído à dois metros dali. “Filho da puta! “
A velocidade da nave agora aumentava assustadoramente. Não adiantava acordá-los.
Frank sentou na poltrona do piloto, afivelando bem o cinto. Tentou relaxar e ser positivo. Iria onde nenhum humano foi antes e, com um pouco… bastante sorte, e ajuda do ser divino que renegara para se tornar cientista, sairia ileso desta, direto para figurar entre os maiores da humanidade.
A velocidade da astronave agora era indizível. Barulhos e luzes piscavam por todos os painéis enquanto ela sacudia violentamente. Um caleidoscópio de luzes e radiação brilhou atingindo a nave de frente, como se tentasse impedi-la de seguir o rumo inevitável adiante.
Agora, ouvia-se incontáveis pancadas atingindo o casco por fora, como se a nave fosse um tanque aliado alvejado por milhares de projéteis em pleno território chinês, na Última Guerra.
Ele tentou focar no pensamento positivo, mas a força sobre ele colava seu cérebro na caixa craniana e lhe sugava os sentidos, tomando lhe qualquer pensamento que não fosse se manter vivo. Enquanto isso, sem se importar, a nave continuava acelerando, cruzando o horizonte de eventos.
Gosto de contos curtos e sem solução fácil. A atmosfera cativa, mas ficou um tanto aberto demais ao fim, diminuindo um pouco o impacto (contos enxutos praticamente exigem isso). Adendo: nem todos os cientistas renegam o divino, conheço alguns que possuem suas crenças e se mantém equilibrados no que acreditam, em ambos os lados. É bom ver mais veias, teias e malhas de FC por aqui.
Obrigado pelo comentario Brian,
A ideia era deixar em aberto de propósito. Oleitor imagina o que acontece no final. Talvez tenha ficado aberto demais realmente. O lance dos cinetistas, concordo com vc, mas foi uma particularidade apenas de nosso protagonista. Grande abraço!
Oi Rafael, seu conto é bem interessante, mas me parece que é o começo de um livro ou de um conto longo. Sozinho assim não faz muito sentido. Continue a estória, ficaria ótima, fiquei curiosa em saber mais…
Obrigado pelo comentário Priscila. A ideia é deixar essa curiosidade mesmo rsrs. Deixar pontas em aberto para o leitor criar a história em sua cabeça. Grande abraço!