WHITECHAPEL, LONDRES
1888
Ainda estou morando nessa pensão sórdida, mas é por pouco tempo. Achei que poderia ter um bom emprego em Londres, mas as coisas não saíram como eu esperava. Pretendo ir logo embora daqui, assim que o doutor Melvin pagar o que me deve. Londres é uma cidade suja, sombria e úmida. Tem dias que o nevoeiro cobre a cidade e as ruas são tomadas pelo cheiro de peixes podres, que vem do Tâmisa. Detesto esse bairro miserável, onde só vivem bêbados, artistas fracassados, velhos decrépitos e meretrizes.
Essas mulheres de vida fácil me incomodam mais do que o resto da humanidade, caindo em pedaços. Resolvi acabar com aquelas que me insultaram, por que fui obrigada a passar pela calçada fedorenta, no meio delas, mortas-vivas, bruxas que sugam a vitalidade dos homens para prolongar a juventude. Cortei a garganta de uma delas, a outra, abri sua barriga e coloquei as tripas sobre os ombros, como um colar. Retalhei o rosto de outra e cortei seus mamilos. Continuei matando, mas elas são como moscas sobre o lixo, mata-se umas logo aparecem outras.
A polícia está tonta, sem pistas e as notícias nos jornais só falam das minhas obras humanitárias, pois eu as ajudei a deixar aquela vida de doenças e pecados. Me chamam de Jack, o estripador. Eles acham que Jack é um homem!
Meu nome é Jaqueline, Jaqueline Bórgia, Jack, para os íntimos…
Quem diria …o estripador é uma mulher! E da família dos sanguinários Bórgias. Deve ser neta da Lucrécia. Parabéns pela conexão. Gostei.
Muito bom.
Antonio! A sua ideia é muito interessante. O Estripador ser uma mulher! E vc escreve muito bem, a leitura flui com gosto. Porém, senti falta de um pouco mais de desenvolvimento no seu conto, algum acontecimento talvez, q vc descrevesse, não sei, afinal Jack sendo mulher abre portas pra uma infinidade de caminhos e eu fiquei com gosto de quero mais. Também fiquei na dúvida: o texto é uma carta? Algum diário desvendado séculos depois por exploradores? Talvez vc devesse dar uma pista sobre isso, seria instigante. Em “mata-se umas logo aparecem outras” falta uma vírgula ou um “e” ali no meio… Sugiro que vc reescreva o conto, desenvolvendo mais essa sua ideia, q dá muito pano pra manga! Parabéns!
Olá, Juliana! A ideia é essa mesma, de apresentar Jack, o Estripador como sendo uma mulher, já que sua identidade nunca foi descoberta. O texto seria parte de um diário de Jaqueline Bórgia,” encontrado anos depois em sua residencia, após sua morte.” Realmente, dá para reescrever o conto e acrescentar muito mais fatos horripilantes cometido pela mulher.
Oi Antônio, então Jack era uma mulher? Muito interessante!!
Olá, Priscila! O conto é baseado em fatos reais e essa hipótese foi levantada, não pela polícia na época, mas por historiadores.Como enfermeira, Jaqueline tinha algum conhecimento de anatomia e cirurgia. Era descendente dos Bórgias, aqueles do cinema, uma família de criminosos.
Muito legal, eu gostei bastante!!!
Você poderia continuar a história…