Caros participantes, amigos e curiosos de sempre.
Sem dúvida alguma, uma epopéia! Um desafio que começou em 25 de agosto e termina hoje, dia 05 de novembro — mais de dois meses! Extenuante, sem dúvidas, mas fantástico sob todos os aspectos, especialmente por conta do alto nível técnico dos textos inscritos. Trinta e três participantes na fase inicial e dezoito na fase final. Inesquecível para dizer o mínimo. Melhor ainda foi ver que todos cumpriram a meta de leitura e avaliação. Se já podíamos nos orgulhar do comprometimento exemplar do nosso pessoal, desta vez tiramos nota dez: ninguém foi desclassificado.
Bom, vamos ao que interessa. Primeiramente às tabelas de autorias. Como bem lembramos, os contos foram divididos em dois grupos, conforme a ordem de remessa para o email da administração. Como resultado, tivemos os Grupos Meireles e Veríssimo, compostos da seguinte maneira:
Com a avaliação da primeira fase — participantes de um grupo atribuíram notas aos textos do grupo ao qual não pertenciam –, obtivemos as seguintes classificações:
Os nove contos que receberam as melhores notas dentro de cada grupo passaram à etapa final, reunidos no “Grupo Trevisan”. A avaliação nessa fase coube a todos os participantes, estendendo-se àqueles que leram todos os textos. Nessa oportunidade, os contos foram assim classificados:
Conforme o regulamento, a classificação final considerou as notas de ambas as fases — somando-se as médias e dividindo o resultado por dois. A ideia foi destacar os contos que, no geral, souberam instigar o leitor inicialmente e lidar com as expectativas geradas para a conclusão.
Como vencedor, o conto “Zona Sul“, de Gustavo Aquino, com média de 8,725:
“As mais vivas cores da madrugada assumiram expressões significantes de significados, a qualidade das coisas tornando-se superlativa. Uma tranquilidade sem sentido estabeleceu-se em sua consciência; o sorriso quase abstrato que agora resplandecia em seu rosto gordo parodiava o barulho do engatilhar das pistolas. Sentiu aquele estranho júbilo abrir-se em horizontes infinitos, sentiu a felicidade das tardes, dos risos, dos amigos, da paz que sempre buscou nas linhas marginais de sua curta existência periférica.”
Em segundo lugar, “Sacrificando Lobos“, de Rafael Sollberg, com média de 8,650:
“A porta é aberta e consigo sentir o ar gelado escapando. O veículo parece possuir sua própria atmosfera. O capitão atrás do volante solicita minha entrada, gesticulando como se fosse um astronauta arrogante. Mal sabe que estou mais para Alien do que para Sigourney Weaver. A encenação dura pouco. Olho nos olhos do rapaz e percebo a segurança habitual se encolher. Apesar da bolha metálica, ele está distante do ambiente mendaz de costume. No momento, é apenas mais uma criança com medo dos acasos. Fico tentada a gritar só pra ver se ele mija nas calças, mas creio que não seria muito profissional da minha parte.“
E, fechando o pódio, “Retratando um sonho“, de Felipe Moreira, média de 8,595:
“Decidi inesperadamente, como um soluço, dar a ela minha câmara fotográfica. Desejei-lhe felicidades e que um dia pudesse registrar de verdade seus melhores instantes. Anna pôs a máquina no rosto e fez que me fotografava. Permaneci olhando pra ela, entregue ao limite confuso da realidade enquanto fotografava-a na minha retina. O caminhão arrancou menosprezando meus sentimentos. E na distância que esticou-se, Anna disse que eu deveria trocar a câmara pela poesia. Guardei-me em silêncio, dominado por forças reprimidas que queriam dizer a ela com toda honestidade como eu odeio poesia.”
O resultado completo foi o seguinte:
Só lembrando, o campeão irá receber um exemplar de “Histórias Curtas”, de Rubem Fonseca.
Queremos aproveitar e agradecer mais uma vez a participação de todos — leitores e escritores que fazem do Entre Contos um lugar sem igual. Agradecemos especialmente à Maurem Kayna, à Bia Machado, à Anorkinda Neide e ao Fabio D’Oliveira, que leram, comentaram e avaliaram os contos mesmo não tendo tal obrigação. Parabenizamos também o Antônio Stegues Batista e o Pedro Viana, que encaminharam os textos complementares ainda que não classificados para a a fase final.
A partir de agora os comentários — inclusive os das fases de avaliação — estão liberados.
Até o próximo desafio!
Equipe EntreContos.
Na realidade, a diferença entre os participantes é sempre apertada, conforme se vê nos desafios anteriores. Isso porque se refere às médias. O que faz a real distinção é a quantidade de pontos. Mesmo assim, dá para dizer que este desafio foi um dos mais disputados, talvez o de melhor nível técnico.
O que se pode afirmar com segurança é que o formato do certame permitiu aos autores ter um vislumbre do que significa escrever algo que transborda os limites de um conto, algo que tem uma sequência. Como criar expectativa no leitor? Como entregar a quem lê, num momento seguinte, aquilo que se prometeu inicialmente? Como manter a atenção? Responder a essas questões, no campo teórico já é difícil. Mais ainda é colocar essas premissas em prática. É como procurar o interruptor de luz num quarto escuro.
Por isso, parabenizo em especial os três primeiros colocados, que se destacaram justamente por saber trabalhar essas ideias, por manter o alto nível de interesse de seus textos em ambas as fases.
Quanto a meu conto, “Treze anos”, creio ter falhado em especial na primeira etapa, ao não instigar a curiosidade dos leitores de modo suficiente. Embora eu tenha conseguido melhorar na fase final, não foi o bastante para virar a balança. Mas não estou triste, não. Os textos que se classificaram à frente do meu mereceram a precedência.
Falando pela moderação, creio que a experiência de um desafio em duas etapas foi válida, porém bastante cansativa e com um quê de marasmo. Estamos sempre prontos para tentar regras diferentes, mas creio que este sistema não será repetido tão cedo.
Para o fim do ano e para fechar a próxima edição da antologia a ser impressa, vamos pensar em algo mais dinâmico, que favoreça a interação sem perder a qualidade e a transparência.
Obrigado mais uma vez a todos que enchem este espaço com vida inteligente. Estar entre vocês, a família Entre Contos, é motivo de enorme felicidade. Valeu!
Não posso deixar de parabenizar todos os participantes do concurso. Não tivemos nenhuma eliminação dessa vez, o que é fantástico. Os comentários que recebemos em nossos contos valem tanto, mais tanto que fica até difícil mensurar. Basta ler um conto meu nos primeiros desafios que participei e os mais recentes para ter um exemplo de como esse exercício funciona tão bem. Ser “obrigado” a ler contos tão bons e bonitos e analisá-los criticamente também não tem preço. Atualmente me pego analisando a técnica, trama, criatividade, emoção de livros e contos que leio mesmo fora dos desafios. Virou um vício 🙂
Parabéns especiais ao Gustavo Aquino pelo texto marcante, um primeiro lugar muito merecido, ao Rafael (sempre ele) e ao Felipe por completarem o pódio. Mais ainda: como bem reparou o Piscies abaixo, apenas 1,5 ponto separou o primeiro do 18°. Então, convenhamos que, embora o pódio tenha sido justo, qualquer posição ali é mero detalhe. Esse desafio teve, na verdade, um pódio com dezoito participantes!
Como é bom participar desse grupo de pessoas íntegras e talentosas!
Que venha o próximo desafio 🙂
Parabéns! Para quem? Para todos! Para os vencedores e perdedores, para os escritores e leitores, para os sonhadores e realistas. Parabéns!
Foi um desafio de alto nível. Poucos textos medíocres apareceram. De fato, foi uma luta para avaliar os contos de forma justa. Mas tudo valeu a pena, no final.
Parabéns a comunidade. Zona Sul foi um excelente conto. Pesado e realista.
Creio que esse desafio foi inspirador. Quem se garantiu, se garantiu, e quem ficou devendo, certamente viu inspiração para querer melhorar. Não dá pra brincar mais não, amigo.
Sobre o meu conto, apesar da divisão de opiniões, me agradou o fato de eu ter usado nele algumas ideias que quis usar em desafios passados e não consegui. Bom, agora elas já foram e fico feliz de me livrar delas. Queriam ganhar vida. Estavam me matando. rs
Abraços.
Parabéns aos ganhadores. Vocês mereceram. Pra quem não ganhou (como eu) é hora de ler os feedbacks e melhorar para os próximos.
Obrigado a todos que leram e opinaram
Parabéns, Gustavo Aquino, Rafael e Felipe!! Campeões dentre os campeões… porque todos os classificados são campões, visto a minúscula diferença de pontuação.
Felizardos somos nós, leitores, que absorvemos para também escrever e nos misturamos nestas emoções. Obrigada EC, obrigada, gurizada! E vamo que vamo \o/
Ufa! Enfim, concluído! Parabéns aos vencedores, merecidamente no pódio, parabéns a todos que se empenharam, de uma forma ou de outra. Muito bom não ter desclassificados por não terminar de comentar e que continuem com cada vez mais histórias bacanas pra gente ler, rs. Os contos aqui estão de primeira, qualidade maravilhosa!
O dia seguinte ao término do desafio sempre me traz uma sensação de ressaca (menos a parte do gosto de cabo de guarda-chuva na boca… não que eu já tenha experimentado um cabo de guarda-chuva ou qualquer coisa similar, mas, enfim… é o que dizem por aí).
Um cansaço e uma certa melancolia contemplativa (não, não fumei nada… hoje), que me faz pensar nos rumos que toma a vida, nas coisas que fazemos ligados no piloto automático e nas coisas que fazemos sem nem saber o porquê, na matemática da amizade (sim, roubei isso de “A Montanha Mágica”), na aleatoriedade que parece ser inerente à existência humana. Nada mais cotidiano.
E também, o lado bom da ressaca, aquele sorriso de canto de boca ao lembrar da bebedeira (literária aqui no caso), das risadas com os amigos, da honra que foi ter participado de uma festa grandiosa, na companhia de tão nobres confrades.
Às vezes, chego a pensar: “nunca mais… nunca mais vou participar desses desafios, eles tomam tempo demais, me deixam esgotado, fiquei em 5º lugar, sou um escritor em decadência, não vou conseguir escrever mais nada que preste, estou condenado ao fracasso e ao eterno anonimato”.
Mas a verdade é que sei que amanhã mesmo, ou talvez até hoje à tarde, já estarei ansioso pela próxima bebedeira.
Saúde!
E que Deus abençoe todos nós.
Saúde!
Como já disseram por aqui, é na comunidade do Facebook que a magia acontece. Mas não poderia deixar de parabenizar os vencedores nesta página específica (sempre tenho um preferido entre eles, e dessa vez não foi diferente). Mereceram!
Parabéns, amigos! Todos aplicados e elevando o nível de produção criativa. Orgulho de fazer parte disso aqui.
Feliz pela minha classificação, embora sinta um certo tremor de paredes esmurradas. Foi sem querer que peguei o seu quarto lugar, Fabio Baptista!
Agora, vamos agilizar. Não aguento as fases de marasmo. Quero mais comentários, mais interação, mais e mais.
Abraços a todos. 🙂
Felicitações sinceras ao Gustavo Aquino, Rafael Sollberg e Felipe Moreira pelo pódio! Parabéns também a toda a galera restante, pelo empenho e garra de sempre, fazendo desse desafio um dos mais disputados da história do EC.
Cumprimentos especiais a Catarina Cunha, pelo ótimo “Um quilo de tomates”: foi uma surpresa muito bacana saber quem era a autora. Se me permite dizer, você é uma ótima cronista e tem um senso de humor bem afiado, haha. Divertido notar pelos comentários que muita gente achou que “porrinha” era jogo de cartas.
Abraços a todos. E que o próximo desafio seja mais rápido. Aliás, que tal um desafio relâmpago, Gustavo? Anuncia o tema, uma semana para enviar os textos, 1 dia de prazo para ler cada três contos enviados, etc. Um desafio “Ligeirinho”.
Já foi sugerido (várias vezes) de minicontos, que são fáceis de ler.
Eu sugeriria contos normais, com até 2000 palavras, por exemplo.
Parabéns aos reis do cotidiano. Provaram que o cotidiano não tem rotina!
Cara, foi o desafio que mais me prendeu e mais me deixou ansioso. HAJA CORAÇÃO!
Olha que bizarro: a diferença de pontuação do primeiro lugar para o 18º lugar foi de apenas 1,5. Isso mostra o nível da galera por aqui.
Tenho até medo de participar de novos desafios ao lado de gigantes como vocês! Parabéns ao Gustavo Aquino, que me fez ficar pensando até agora em Peruíbe, Poeta, Fumaça e Janjão.
Sacrificando lobos e Retratando um Sonho me pegaram de surpresa. Foram bem diferentes do que eu estava lendo durante o desafio! Parabéns ao Felipe Moreira e Rafael Sollberg… e a todos !
Parabéns pessoal! Mesmo depois de alguns desafios sem participar, não me esqueci do quanto é gostoso o clima por aqui. E adorei conhecer o estilo daqueles que apareceram depois que eu sumi.
Vou tentar dar uma escapada do meu cotidiano mais vezes para estar aqui com vocês e parabéns aos vencedores!
😉