EntreContos

Detox Literário.

Bolsa de Memórias/Regressão de Valores (Gustavo Andrade)

capa EntreContos

CAPITAL MORTO

dinheiro e auto-valor

banalizados, banalizantes.

não há surpresas.

homem que se joga

através do ar.

janela. Sexta-feira, tarde ensolarada.

é aniversário da criança que recebe

os primeiros respingos de sangue na cara.

morte

grito e

choro.

sui

dio (ploft),

mas faz diferença?

NINGUÉM É COMPLETO

O sangue que corre pelo especulador guloso de dinheiro é o mesmo que irriga o esfomeado que come crack pelos pulmões e pede esmolas. Exatamente o que bombeia aqueles mal-se-amados, enquanto ela se vira pro lado e o outro fuma o cigarro que será apagado sobre o carpete e sob o sapato, morto como quem o inspira e quem não sabe (se) amar.

A barba feita, “tchau, mais tarde eu te ligo”; “acho melhor não”, camisa social, elevador, trabalho. Ele não sabia que felicidade parecia muito com depressão.

PIRÂMIDE DE PROMESSAS FALSAS

Pode somar milhões em ativos e títulos, mas nunca que ele vai dar esmolas, como assim dar esmolas, como eu vou saber o que aquele craqueiro vai fazer com o meu dinheiro, isso é um absurdo, onde já se viu, o mundo está maluco, o mundo está muito maluco, eu estou meio maluco, eu não quero pensar sobre isso.

A cocaína que atravessa suas narinas concorda, concorda com tudo, nunca faz perguntas. A coca não bate, não fala “porra, seu incompetente”, não se divorcia de ninguém, que bom.

Não precisa ficar até às seis naquele prédio. Pode sair. E sai (pela janela só no fim do expediente).

Liga pr’aquela e fazem o melhor sexo da vida dele… o parâmetro não é muito alto: o pior sexo da vida dela. Amor e urgência se confundem em quem não confia.

INDIVIDUALISTAS SEM INDIVIDUALIDADE

Ela é muito linda, joga a aliança na cara dele. Ninguém traiu ninguém, ele é um incompetente, não presta pra nada, o pau dele é muito pequeno.

Ela quer outros homens, traiu sim, vadia, vadia, vadia. Ele odeia ela, eles sempre se amaram, o que está acontecendo?

Quer gritar mas é ela quem responde aos gritos “Amor não é comprar carro, porra!”, poxa, ele comprou porque amava, e não vice-versa. As pessoas não gostam de carros? Todo mundo gosta de carros, usam carros pela cidade toda. Ele gosta de carros, seu sogro gosta de carros. Seu sogro é um filho da puta.

A porta da sala bate e ela sai, automotiva, já que seu ex-marido auto-declarado “engenheiro de finanças” se recusou a sair de casa. Ele deu um tapa na cara dela, mas já não sabe se foi antes ou depois da gritaria. “Deve ter sido depois”, se engana. Aquela vadia, vadia, vadia sabia irritar. Ela merece apanhar, tomara que apanhe do filho da puta que comeu ela.

Ele se senta à frente da televisão, não assiste nada, ninguém gosta de televisão, ninguém gosta dessas cadeiras. Se quebram as cadeiras contra a televisão, se rasga o sofá e toda a casa (que se odeia), ele quer se matar.

Não.

Não é agora que ele morre: só depois, quando os cinco imóveis perdem todo o valor, quando os papeis de ações se tornam higiênicos, quando o chefe do seu sogro, Sr. Epaminondas ou qualquer merda dessas chega ao escritório gigante, vista para a avenida, vidro transparente por dentro e refletor por fora, e diz “Pois é, ———— , com esse rendimento você tá mais custando pra nós que trazendo”, tchau-tchau.

Ele dorme num hotel o resto da vida (três dias), até a demissão.

FIGURA PATERNA

“Olha, eu posso dar uma mão pra vocês”; “Não precisamos de ajuda, muito obrigado”; “Porra, ———— , cê não tem noção da sorte de minha filha querer casar contigo? Te enxerga, cabra”; “Eu já tenho um emprego e ela também”; “Olha, amigo, ou você aceita essa proposta ou pode ter certeza que não vai nem mais sentir o cheiro da sua ex-futura esposa. Ela quem tem emprego, caralho.”; “Sua filha não é independente, seu sapo enrugado?”; “Falou que cê é bom vendedor, vamos ver. Se for mesmo sobe rapidinho na hierarquia. É na Bovespa, teje grato”; “…” ; “Muito melhor que esse teu empreguinho bosteiro na concessionária”; “Boa noite, senhor, a gente já vai indo”; “Mas já? Passa teu telefone que semana que vem eu te ligo. Mês que vem. Não vou atrapalhar a lua-de-mel do meu dengo. E, ei, ————. Não confunde nosso papo com caridade. Vai ter que suar”; “Vou suar na sua filha, seu escroto”.

AMOR CONDICIONAL

Ele está convencido de que seus dedos serão queimados se digitar aquele último “8”, mas o faz. Liga para alguém que não está em sua lista de contatos.

— Fala.

— Vou me casar.

— Tá me convidando?

— Talvez. Mas só você.

— Eu levo quem eu quiser, garoto.

— Não, senhora. O casamento é meu. O senhor digníssimo seu marido não é bem-vindo.

— Por favor…

O orgulho, medroso, desliga o telefone antes de ouvir “filho, vocês têm que se entender”.

NERO/HITLER

Carinho expressado em:

Cê tá maluco? Como assim? (As labaredas crepitavam timidamente sobre a morte de tanta fantasia.)

Olha, garoto, a gente não atura esse tipo de coisa não. (A lenha de papel gemia, e todos impressos gritavam. Talvez fosse o hálito de álcool que aumentasse o fogo. Talvez fosse o ódio.)

É livro, pai! (O padastro o obrigava a chamá-lo sempre de pai, mesmo dividindo com ele tanto sangue quanto uma iguana com três latifúndios de soja.)

Livro? Isso de magia e maldade, acha que eu não sei? Tem um aí que até ensina magia negra, garoto, cê se acha espertão? (Tapa na cara, ameaça:) Quer enganar quem? Vai todo domingo pra igreja. Promete, moleque, senão te ponho junto ali.

UMA BREVE CONCLUSÃO SOBRE O INÍCIO

Todos sorriam na maternidade, menos dois: quem estava antes das pernas, e quem estava depois.

A primeira chorava de idade e desdém; o segundo chorava pois só faria aquilo bem (para sempre).

Há os fetos geridos no amor, e aqueles no tudo que é errado;

Há deficiente e retardado, o bem-aceito que só nasceu torto.

Ele era sobrevivente,

Mesmo que já nascido morto.

54 comentários em “Bolsa de Memórias/Regressão de Valores (Gustavo Andrade)

  1. wilson barros
    23 de fevereiro de 2015

    Um conto genuinamente contemporâneo, experimental, inovador. O poema inicial é muito bom. O autor não economizou nas metáforas poéticas, dos “dedos queimados”, da “cocaína que concorda”, e nas antíteses do poema final, que aliás, ainda é rimado. A apresentação em flashes autobiográficos é perfeita. A famosa “rasura” de Mallarmé está presente em cada frase. Uma obra de arte, plástica e musical, como poucas.

  2. Luan do Nascimento Corrêa
    23 de fevereiro de 2015

    O conto aspira ser culto e estilizado, mas tropeça na confusão de um texto mal planejado e executado. Por mais que eu aponte ofensividade e preconceito, o resquício de sentido é tão tênue que qualquer tentativa de extraí-lo é questionável.

    Assinado, “o bem-aceito que só nasceu torto”, gerido sim no amor e no qual nada é errado, senão sob as lentes de ignorantes.

  3. Pedro Luna
    23 de fevereiro de 2015

    Algumas passagens interessantes e estrutura diferente. Mas a mim não fez muito sentido. :/

  4. Lucas Almeida
    22 de fevereiro de 2015

    Um texto inteligente, crítico, moderno no formato, essa quebra dos padrões muito bem vista ultimamente. Porém, senti falta do tema em vários momentos do texto, acredito que se mantesse mais fiel a crítica todo o pecado nos momentos citados em seu texto. Boa sorte 🙂

  5. Leandro B.
    22 de fevereiro de 2015

    Oi, Escritor.
    Não tenho muito o que comentar sobre o seu trabalho. Devo admitir que não entendi nada. Nada mesmo :/

  6. Edivana
    22 de fevereiro de 2015

    O conto bem construído, com situações cativantes e críticas, difícil de não gostar, apesar de ser um conto meio disperso, bom, eu achei. Legal que faz a gente trabalhar em cima. Suicídio da humanidade, sempre. Abraços!

  7. Swylmar Ferreira
    21 de fevereiro de 2015

    O texto é objetivo, já a linguagem não é de fácil compreensão para o leitor. A narração predomina sobre o dialogo. A trama apresenta cronologia complexa, dificultando a narrativa.
    Boa sorte!

  8. Bia Machado
    20 de fevereiro de 2015

    Achei interessante e ágil. Mas me incomodou um pouco o estilo, me tirou do conforto, por eu não ter muita certeza se entendi bem. Mas gostei dessa sensação também, pra variar um pouquinho. Bom trabalho.~;)

  9. rsollberg
    20 de fevereiro de 2015

    Fiquei completamente perdido em algumas partes.
    Acho que não tenho capacidade cognitiva suficiente para entender esse texto em sua plenitude. Sendo assim, também não tenho muito o que comentar.

    Gosto deste tipo de escrita impulsiva e, por vezes, pouco inteligível. Não lembro de ter ficado tão desorientado assim antes, nem quando li as “Teorias Selvagens”.

    Gostei de algumas analogias, em especial essa: ” mesmo dividindo com ele tanto sangue quanto uma iguana com três latifúndios de soja.”

    Bem, é isso. Acho que preciso de algumas notas de rodapé!

    De qualquer modo, parabéns e boa sorte.

    • Gustavo de Andrade
      24 de fevereiro de 2015

      Pois, escrevi uns dois terços desse conto logo quando foi lançado o desafio. Quase abri mão dele pra escrever sobre um trio de caçadores índios, mas acabei por entregar este mesmo. As críticas serão levadas em conta na próxima escrita, valeu! 🙂

  10. Leonardo Jardim
    20 de fevereiro de 2015

    Prezado autor, optei por dividir minha avaliação nos seguintes critérios:

    ≋ Trama: (3/5) a estrutura narrativa é muito estranha e tem que se fazer um esforço para entender a trama, mas acho que consegui compreender. Não consegui encaixar, porém, todas as cenas. Acho que não sou muito inteligente :/

    ✍ Técnica: (4/5) muito boa, mas de difícil leitura. É daqueles contos que exigem leituras e releituras e certo trabalho de interpretação.

    ➵ Tema: (1/2) teve um pouco de ganância e talvez luxúria, mas não muito.

    ☀ Criatividade: (2/3) é criativo, principalmente pela forma.

    ☯ Emoção/Impacto: (2/5) a falta de compressão total atrapalhou bastante. Acho que infelizmente não faço parte do público-alvo.

    • Gustavo de Andrade
      24 de fevereiro de 2015

      Insisto que o problema da compreensão nunca é de quem lê, mas de quem escreve. Se não consegui passar a mensagem para um público amplo, devo cuidar da minha escrita para que não se aliene. Valeu, Leo!

  11. Eduardo Selga
    19 de fevereiro de 2015

    As narrativas tradicionais constroem uma grande corrente, tomando muito cuidado para unir elo por elo. É o que chamamos de coesão textual. Todos os elementos no seu devido lugar, certo? Claro que sim, se isso gerar efeito estético, que deve ser o objetivo do texto literário.

    Claro que não, se isso gerar efeito estético. O presente conto trabalha com a fragmentação textual, ou seja, elos da corrente não estão explicitados, formando um grande mosaico em que a grande personagem é a desumanização do homem, engolido pela “ordem” social capitalista, em que não se é um sujeito e sim peça utilizável e reutilizável para gerar coisas e lucros (“Ninguém traiu ninguém, ele é um incompetente, não presta pra nada […]”); em que o amor romântico (e sua expressão física, o sexo) é mofino, morfina e amofinado (“Quer gritar mas é ela quem responde aos gritos “Amor não é comprar carro, porra!”); em que o conhecimento é algo perigoso, que precisa ser dominado a poder de tapas na face e rédeas cheias de fé (“Livro? Isso de magia e maldade, acha que eu não sei? […] Quer enganar quem? Vai todo domingo pra igreja”); em que a melhor opção para viver a vida é a morte matada, a vida suicidada (“dinheiro e auto-valor / banalizados, banalizantes. / não há surpresas. / homem que se joga / através do ar.”).

    A fragmentação do conto é a fragmentação da vida pós-moderna, mercantilizada. Assim sendo, o texto é profundamente coeso, mas não nele mesmo: para além, seus elos se juntam à realidade empírica. O enredo sai da dimensão ficcional e encontra o homem de carne e osso, “Mesmo que já nascido morto”.

    Sempre insisto nos comentários sobre a necessidade de o autor trabalhar linguisticamente o conto, uma vez que estamos tratando de arte feita a partir de palavras. E o artefato demanda trabalho. Neste conto temos um ótimo exemplo disso. Temos, por exemplo, mescla de gêneros textuais quando o texto se abre com um poema e segue em prosa; há linhas representando prováveis palavrões, o vazio da palavra não dita; negritos em pontos estratégicos; discurso indireto livre. No “capítulo” “INDIVIDUALISTAS SEM INDIVIDUALIDADE” temos um caso de repetição de palavra que é muito bem-vinda por expressar, no contexto, a neurastenia, a obsessão por TER. Essa palavra é CARRO.

    Belíssimo.

    • Gustavo de Andrade
      24 de fevereiro de 2015

      Eduardo, os comentários seus que tive em contos meus (este e (Relevâncias Desventurosas aos Envolvidos)) sempre me lembram daquela epifania que se tem logo antes de escrever as primeiras palavras, quando se confecciona a trama e os personagens, o argumento do que você quer escrever. E acho isso sensacional. Só venho temendo me perder na arquitetura e esquecer do material de construção.
      Sua leitura sobre meu texto é sensível e motivadora, agradeço 😉

  12. Gustavo de Andrade
    19 de fevereiro de 2015

    PADASTRO

  13. Jowilton Amaral da Costa
    18 de fevereiro de 2015

    digo, “mas”, não captei …

  14. Jowilton Amaral da Costa
    18 de fevereiro de 2015

    kkkkkkkkkkkkk, comentar o quê? Se não entendi bulhufas. Desculpe minha ignorância mais não captei o fio da meada, se é que havia algum. Tem até desenho de rostinho no meio do conto. É, definitivamente não me agradou sua técnica neste conto. Mesmo assim, boa sorte.

    • Gustavo de Andrade
      24 de fevereiro de 2015

      Valeu, Jowilton! Me empenharei em entregar um conto mais concreto e menos, talvez, elitizado ou alienado.

  15. Andre Luiz
    18 de fevereiro de 2015

    Olá, caro Escritor de livros queimados!
    Seu conto dividiu minhas opiniões, principalmente após debatê-lo com uma amiga também participante deste desafio. Então tentarei explicar o que causou tudo isso. Ao mesmo tempo que a imagem inicial é muito boa, chamativa e cativante, além de um estilo telegráfico que caiu muito bem, com metáforas bem construídas; sinto que a mudança de narração, subtítulos e personagens, bem como a falta de um cenário bem descrito, causam uma espécie de confusão literária que pode, na maioria dos casos, gerar lentidão e incompreensão por parte do leitor. Mesmo assim, a liricidade que acompanha o texto vale a pena, e o excesso de sugestão que também permeia a trama novamente dificulta tudo. O poema no final também é muito bom e completa a trama com “chave de ouro”. Espero que você tenha entendido minha opinião, e sinto que você tem um futuro brilhante na narração, apenas necessitando ser lapidado. Parabéns!

  16. Cácia Leal
    18 de fevereiro de 2015

    Não gostei. No início até me pareceu legal a história: a confusão mental do cara e tudo o mais… mas aquela conclusão… cara, é discriminação!!!!!! Você quer dizer que quem nasceu deficiente (termo politicamente incorreto, porque a pessoa com deficiência pode ser muito mais eficiente que você) não nasceu do amor????? Ou o “retardado” (outro linguajar de quem não aceita as diferenças entre as pessoas, que utiliza esse termo com medo de ter menos capacidade que aquele que nasceu com problemas mentais)… este também não nasceu do amor???? O “bem-aceito que só nasceu torto”… cara, o que é o torto pra você? O “deficiente” ou o “retardado”???? Você pode ter nascido “torto” também e nem sabe ainda.

  17. Carlos Henrique Fernandes Gomes
    18 de fevereiro de 2015

    Como você deu conta de tudo isso em mil palavras? Gostei da formatação e divisão ousadas. O texto flui bem, apesar de complexo, é bem situado. Os títulos mostram bem o assunto. O diálogo com o (futuro) sogro é bem posicionado dentro da formatação. Inteligente e trabalhoso (pelo menos para mim).

  18. alexandre Cthulhu
    17 de fevereiro de 2015

    nao achei que estivesse a ler um “Conto”, mas sim estratos de pensamentos sobre pecados e coisas que nos atormentam no dia a dia.
    Contudo, gostei de algumas frases
    Continue!

  19. Maurem Kayna (@mauremk)
    16 de fevereiro de 2015

    o vai e vem no tempo exige mais do leitor que uma narrativa linear e isso me agrada. Por pura questão de gosto, incomodaram-me os subttítulos. A figura geral do fracasso, do amargo e da vida subjugada ao sistema (moral-financeiro) ficam como sensação da leitura, mas as situações são um pouco soltas demais. O bastante para não caracterizar com clareza nem o(s) pecado nem o protagonista.

  20. Pétrya Bischoff
    16 de fevereiro de 2015

    Bueno, li duas vezes o texto e chego à conclusão de que não sei se entendi. Temo julgar errado pq algo em mim diz que ele é mais que minha atual capacidade de interpretá-lo. Não gosto dessa formatação nem dos recortes, minha leitura fica muito travada, no entanto, entendo que são pequenos flashes. O todo da estória é bem simples, mas a maneira que o autor conduziu o desenrolar prende o leitor, e muito. Intriga, até. A escrita não me agradou tanto, penso que poderia ter sido bem mais clara, visto que a própria formatação já complica o entendimento. Mas, ainda assim, algo me diz que é um bom conto. Boa sorte.

  21. Alexandre Leite
    16 de fevereiro de 2015

    Por ter optado por uma construção original, a narrativa ficou fragilizada em alguns momentos. No entanto, o texto é louvável pela coragem de usar uma estrutura ousada.

  22. williansmarc
    16 de fevereiro de 2015

    Olá, autor(a). Primeiro, segue abaixo os meus critérios:

    Trama: Qualidade da narrativa em si.
    Ortografia/Revisão: Erros de português, falhas de digitação, etc.
    Técnica: Habilidade de escrita do autor(a), ou seja, capacidade de fazer bons diálogos, descrições, cenários, etc.
    Impacto: Efeito surpresa ao fim do texto.
    Inovação: Capacidade de sair do clichê e fazer algo novo.

    A Nota Geral será atribuída através da média dessas cinco notas.

    Segue abaixo as notas para o conto exposto:
    Trama: 7
    Ortografia/Revisão: 10
    Técnica: 8
    Impacto: 6
    Inovação: 7

    Minha opinião: Apesar de não ter compreendido totalmente o conto, achei interessante a forma de escrita usada pelo autor(a). As frases curtas deram um ritmo ágil e os negritos e sublinhados foram bem aproveitados.

    Enfim, tenho muito a aprender com esse tipo de conto.

    Não achei falhas de revisão.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  23. Ricardo Gnecco Falco
    16 de fevereiro de 2015

    Perdoe o sObindo… 😉

  24. Ricardo Gnecco Falco
    16 de fevereiro de 2015

    Um conto-tsunami. Interessante, porém solto demais para mim. Deve ter quem se amarre. Deve ter quem amarre. Deve ter quem junte todos estes retalhos (como na figura que ilustra as palavras acima) e forme uma história. Linear? Nem é preciso ser, mas uma(s) história(s). Por outro lado, a obra ficou parecendo aqueles monitores de Bolsas de Valores, com linhas piscando e gráficos sobindo e descendo, repletos de alternância.
    Taí, um bom título alternativo para esta obra. Alternância.
    Pra mim não deu, mas valeu a viagem!
    Boa sorte!
    Paz e Bem!

  25. Virginia Ossovski
    15 de fevereiro de 2015

    Apreciei em parte a forma diferente de contar a história. Achei conto como um todo um pouco frio e distante, mas deve ter sido a intenção do autor. De qualquer forma, a história foi bem contada e ficou fácil de entender, assim como as reflexões do escritor sobre o protagonista. Sucesso no desafio !

  26. Gustavo Araujo
    14 de fevereiro de 2015

    Apesar da forma pouco convencional de narrar — misturando a ordem dos acontecimentos e mandando às favas a linearidade — parece-me bastante claro que o autor deste texto se propõe a tecer comentários contra o grande capital, tendo por mote a avareza ou, quem sabe, a vaidade. O protagonista é alguém que sucumbe às imposições sociais, que tem um emprego que odeia, que se casou com uma mulher de quem não gosta e que o trai; no fim, teme até mesmo pelo nascimento do filho. De fato, as linhas estão impregnadas de forte crítica social. O texto tem uma vitalidade marcante e mesmo pessoas que não comungam do viés ideológico que o permeia podem percebê-la. Por outro lado, não se pode negar que o conto poderá provocar certo desconforto, tanto pela inovativa maneira de narrar como também pelas ideias defendidas pelo personagem principal. É essa, talvez, a maior qualidade que um texto literário pode almejar: provocar, não deixar ninguém indiferente. O leitor tanto pode se apaixonar como pode odiar o texto. Ficará, em todo caso, a matutar. Um grande diferencial, certamente.

    Apesar de todas essas qualidades, falta ao conto algo que considero imprescindível: emoção. Em que pesem a inovação e a maneira corajosa como as ideias são apresentadas, pareceu-me que o autor preocupou-se demais em defender certo posicionamento ideológico — o texto, dependendo do leitor, pode ser entendido como panfletário –, relegando a segundo plano o caráter emotivo que, na minha opinião, deveria prevalecer.

    De qualquer maneira, parabéns pelo trabalho. Não posso deixar de admirá-lo.

    • Gustavo de Andrade
      24 de fevereiro de 2015

      Falhei na clareza: de fato, o fim é o início, uma reflexão sobre o nascimento do protagonista, não de seu filho. D:

  27. Gilson Raimundo
    14 de fevereiro de 2015

    Para mim ficou um pouco confuso. Varias paradas durante o texto, o uso de bruscas mudanças de narrativa não permitiu a fácil assimilação do texto, enfim não sou psicologo nem catedrático, sou apenas um leitor que gosta de um bom livro durante uma viagem de ônibus….

  28. Sidney Muniz
    13 de fevereiro de 2015

    Não, até tentei, mas no fim não gostei não.

    A proposta é bem ousada, fato, mas não me agradou pelo conjunto da obra.

    Ainda assim devo ressaltar que há qualidade por aqui, muita por sinal, só não curti a estrutura do conto, e tampouco a forma como o enredo foi trabalhado e distribuído aos olhos do leitor.

    Penso que essa formatação não me atraiu mesmo.

    Trama (1-10)=7
    Técnica (1-10)=7
    Narrativa (1-10)=7
    Personagens (1-10)=6,5
    Inovação e ou forma de abordar o tema (1-5)= 5 pela ousadia.
    Título (1-5)=3 Não gostei muito não. A imagem é boa!

  29. Thata Pereira
    12 de fevereiro de 2015

    Estou me sentindo bem estranha após ler esse conto. Não entendi rs’ Eu li ele inteiro como se fosse uma música, pois o ritmo causou isso em mim, mas chegando ao fim tornou-se cansativo. A partir de então perdeu-se mais ainda o sentido. Estou curiosa pelos outros comentários, para que possam me dar uma luz.

    Boa sorte!!

  30. Anorkinda Neide
    12 de fevereiro de 2015

    É o que costuma se falar…o mote é clichê, mas apresentando algo novo, o conto flui e supera expectativas e faz sorrir ao leitor..hehehe

    Não sei se explicita realmente algum pecado, já que o foco é na vida desgraçada do protagonista, vou reler pra ver isso direitinho.
    Mas parabenizo o autor pq há uma obra de arte aqui.

    Abraço

  31. Rodrigo Forte
    11 de fevereiro de 2015

    Assim como o conto Autoavaliação de Lucian, mais uma vez não consegui entender direito a ideia por tras de tudo. Talvez seja o conto mais genial que exista aqui, mas eu simplesmente não consegui encontrar nada que chamasse a minha atenção. Fiquei ainda mais confuso com coisas (aparentemente) randômicas sendo negritadas, e não sabia se havia algum significado nelas ou não.

  32. Rodrigues
    11 de fevereiro de 2015

    Gostei muito deste conto. A narrativa meio azucrinada, as relações íntimas tão bem delineadas e um certo torpor de sentimentos que exala pelos corpos. Acho que dos que lia até agora, foi o que melhor captou os pecados, aliás, a forma como os pecados estão impregnados em nosso cotidiano, nessas passagens com que qualquer um pode vir a se identificar, muito ou pouco. Achei muito bom.

  33. mariasantino1
    10 de fevereiro de 2015

    Cara! Para! Sério que esse texto tem 1000 palavras?

    Gostei bastante do que você fez aqui. Usou muito bem o espaço e acabou ocupando o terceiro espaço entre os melhores contos da minha lista. Gostei, sobretudo da ausência de explicações, só palavras chave presa a contextos que por si só criam imagens na mente. Puxa! Que inveja! Gostei de toda narrativa (narrar, a forma de contar algo é que torna esse algo especial). Parei um bom tempo mastigando algumas construções como essas: “O sangue que corre pelo especulador guloso de dinheiro é o mesmo que irriga o esfomeado que come crack pelos pulmões e pede esmolas. … Não é agora que ele morre: só depois, quando os cinco imóveis perdem todo o valor, quando os papeis (PAPÉIS) de ações se tornam higiênicos,” Muito bem demarcado a ganância, e você deu um ar especial casando com a desilusão. Mas, como uma leitora chata, não gostei da passagem do padrasto, poderia ter outras coisas ali para firmar a relação, mas fora isso eu adorei.
    Parabéns e desejo boa sorte.

    • mariasantino1
      10 de fevereiro de 2015

      Voltei para destacar as rimas casuais e propositais. Foi bom ler seu conto.
      Abraço!

      • mariasantino1
        23 de fevereiro de 2015

        Oi! Passando rapidinho só pra dizer que foram detalhes pequenos, e por isso seu texto não permaneceu no 3º lugar da minha lista. Até logo!

  34. Gustavo Aquino dos Reis
    9 de fevereiro de 2015

    Conto de rápido impacto. Gostei, mas me confundiu um pouco.

    Sucesso

  35. JC Lemos
    9 de fevereiro de 2015

    Sobre a técnica.
    É que técnica! Gostei bastante do que vi aqui. Frenética, fluente e que rende. Parece que li mais de mil palavras aqui. Haha

    Sobre o enredo.
    Muito bom, casou muito bem com a narrativa acelerada, aflorando as emoções e as loucuras da personagem. Ficou muito bom!

    Parabéns e boa sorte!

  36. Tiago Volpato
    8 de fevereiro de 2015

    Bem legal. Um texto bem diferente, diria até poético.
    Ficou um clima bem enérgico, sob o efeito de cocaína, acho que essa foi a sua intenção. Muito bom!

  37. Thales Soares
    8 de fevereiro de 2015

    Me desculpem a ignorância, mas que modalidade de texto é essa? Não me pareceu uma narração… talvez um poema, não sei, não sou muito entendido do assunto. Mas isso pouca importa. O que importa é a avaliação que farei de seu conto agora… que na verdade, eu não faço a minima ideia de como farei isso, pois não fui capaz de absorver ou sequer compreender o que li. Desculpe, esse conto não é para mim. Na minha percepção, de pessoa simples e pouco culta, eu achei totalmente sem pé nem cabeça.

  38. Alan Machado de Almeida
    8 de fevereiro de 2015

    Parabéns pelo texto original. Me lembrou falas de teatro o modo como ele decorre.

  39. Mariana Gomes
    7 de fevereiro de 2015

    Chorando aqui 😢
    Esse conto é lindamente escrito. Poético. E a estética/estrutura apenas contribui para o conto transmitir exatamente o que quer. Parabéns e boa sorte!

  40. Luis F. T.
    7 de fevereiro de 2015

    Gostei bastante da abordagem mostrando pequenos trechos da vida do personagem. Achei bem engenhosa a forma como o conto foi montado. Uma vida envolta em pequenas tragédias do dia a dia, com que todos podem se relacionar. Interessantíssimo. Parabéns!

  41. Fabio Baptista
    6 de fevereiro de 2015

    Olha, esse é daqueles contos que fico meio sem saber direito o que comentar.

    Normalmente essa sensação me é gerada pelos contos da Pétrya e do Eduardo.

    Enfim, seja quem for o autor, devo dizer que gostei da leitura. É uma viagem bem agradável, evoca sentimentos, desconcerta o leitor de um jeito bom, tem uma acidez que eu aprecio em alguns momentos.

    Porém, minha mente reacionária racional fica implorando por achar ao menos um fiapo de enredo a ser seguido. Às vezes isso atrapalha um bocado nas leituras desse tipo de conto. Não foi o caso aqui… no final acabei ficando com a sensação de “gostei!!!”.

    Veredito: Gostei! 😀

  42. Brian Oliveira Lancaster
    6 de fevereiro de 2015

    Meu sistema: EGUA.

    Essência: Um pouco confusa, mas percebi seus meandros. Nota 7,00.

    Gosto: Este texto me causou um misto de sensações. Entendi a proposta de furo jornalístico em tom de crônica minimalista, mas foi difícil compreender certas passagens. Com certeza é criativo, mas geralmente esses dois adjetivos brigam na literatura: criatividade vs enredo. E faltou uma motivação mais cativante em minha opinião. A estética venceu com um soco no supercílio do enredo, caído ao chão, sem forças para prosseguir. Nota 6,00.

    Unidade: Tirando as licenças poéticas, notei uma escrita cuidadosa. Nota 9,00.

    Adequação: Sério. Esforcei-me para entender. Mas ainda fiquei boiando. Nota 6,00.

    Média: 7,0.

  43. Ledi Spenassatto
    6 de fevereiro de 2015

    Putz! Que legal viajar em um texto de memórias. Um texto que em algum tempo, em alguma época, fez, vai fazer um contexto com alguma situação vivida, acredito que por quase todos nós.
    Viajei, dei voltas e mais voltas, cruzei ruas, levantei voo até as nuvens, aterrizei e, ainda, estava embutida nos seus escritos. Simplesmente Bárbaro.
    Abraços!
    Leda.

  44. rubemcabral
    6 de fevereiro de 2015

    Eita, que conto doido! Gostei! Tem uma energia nas linhas e entrelinhas, tem um lance experimental ao destacar algumas palavras e trechos com negrito, tem alguma poesia diluída na mistura também. Fora que tem ira, luxúria e sabe Deus o que mais.

  45. Pedro Coelho
    6 de fevereiro de 2015

    Texto diferente, criativo quanto a abordagem.Mas no tema, no enredo, narra uma estoria desgastada de tanto que foi usada na literatura, televisão e cinema. Mas a abordagem meio modernista deixou o texto mais interessante. Vai bem só por romper o padrão estético dos contos em geral. A abordagem dos pecados no cotidiano e no decorrer da vida também foi uma boa ideia Mas a estoria,personagens e principalmente o tom pessimista são comuns e não funcionaram. Mais do mesmo em outro formato.

  46. Sonia
    6 de fevereiro de 2015

    Portugues- fica difícil de contestar um discurso indireto livre, cheio de termos próprios de uma classe social, regionalismos ou gírias, afinal, é o jeito como o personagem fala. Considerando que é um texto delirante, está bem escrito.

    “ O sangue que corre pelo especulador guloso de dinheiro é o mesmo que irriga o esfomeado que come crack pelos pulmões e pede esmolas. “ – como assim? O especulador e o esfomeado são a mesma pessoa?
    O pecado é o suicídio e o homem eu que pula da janela pensa todas essas coisas em seu delírio?

    Clareza – acho que este trecho pede alguma informação: Figura paterna.
    O personagem é homem e fala da figura paterna se referindo ao pai da esposa – já /Nero Hitler parece se referir ao pai dele mesmo. O que entendi é que o sujeito se identificava tanto com o dinheiro que não sabia viver sem e que era um incompetente para ganhar o seu próprio e gerir seu próprio negocio. E tenta justificar botando a culpa na mãe (desdém).

    O texto transpira angústia. Boa sorte.

  47. Claudia Roberta Angst
    6 de fevereiro de 2015

    Uma viagem pecaminosa na mente de um sujeito atormentado. Não sei se concordo com a pontuação empregada, mas considero que tenha sido um recurso do autor para aproximar a narrativa do fluxo de pensamento do protagonista.
    Há uma desordem proposital de acontecimentos. O final pareceu-me um pouco deslocado demais, mas esta é minha visão, contaminada pela subjetividade, essa intrometida.
    Gostei, me perdi, mas gostei. Denso, conto arriscado e bem conectado com as emoções. Boa sorte!

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Informação

Publicado às 6 de fevereiro de 2015 por em Pecados e marcado .