Dentro da gaveta da cabeceira de sua cama havia um caderno, um lápis…
Desde que os sonhos esquisitos transformaram-se em pesadelos recorrentes, Bruno tratou de pesquisar na internet sobre formas de tentar entender o que estava acontecendo. Dentre várias sugestões, interessou-se pelo método de análise das imagens vislumbradas dormindo através da escrita.
Separou um caderno velho e sem uso do meio das bagunças de seu quarto, apontou o lápis com um antigo estilete e deixou tudo prontinho para um rápido acesso após o próximo pesadelo. Bastaria abrir a gaveta da cômoda e anotar tudo o que conseguisse lembrar.
Seria tiro e queda.
Aliás, segundo descobrira em sua pesquisa, quanto mais rápido tomasse nota, sem prender-se a detalhes, mais material conseguiria para analisar e, consequentemente, maiores seriam as chances de compreender o que aquelas inconscientes mensagens queriam lhe dizer.
Entretanto, ao se predispor a anotar e analisar as terríveis imagens sonhadas, Bruno coincidentemente passou a esquecê-las no exato momento em que despertava, encharcado de suor e num torpor respiratório sufocante.
Bruno só conseguia manter vivo em sua memória o sentimento; a claustrofóbica sensação de desespero profundo que lhe apossava o corpo e a alma por inteiro, e que se mantinha por vários instantes após acordar.
Mas, nenhuma imagem; nenhuma cena.
Nem uma vaga lembrança. Sabia que era algo assombroso; assustador. Contudo, no instante em que esgazeava os olhos e saltava da cama como Drácula a levantar do caixão, sentia tudo esvair-se de sua mente.
Atormentada mente.
Depois, passava. Escovava os dentes, tomava banho, café; ia para o trabalho. Tudo normal. No entanto, a certeza de que acordaria da mesmíssima forma no dia seguinte começou também a minar parte de sua energia diária. Sabia que teria o mesmo sonho secreto e aterrorizante; as mesmas temíveis sensações.
E o mesmo repentino esquecimento.
Então, separou um caderno velho e sem uso do meio das bagunças de seu quarto, apontou o lápis com um antigo estilete e deixou tudo prontinho para um rápido acesso após o próximo pesadelo. Bastaria abrir a gaveta da cômoda e anotar tudo o que conseguisse lembrar.
Seria tiro e queda.
Pois, dentro da gaveta da cabeceira de sua cama havia um caderno, um lápis…
E um antigo estilete.
Sei lá…um CD de música que fica recomeçando assim que termina…
Gostei bastante,mas fiquei na duvida se entendi.
Essa coisa de deixar algumas pontas soltas para dar assas a imaginação do leitor e bem legal,mas se usada em excesso pode deixar a desejar.
Não sei se e esta certo o que entendi sobre o conto,mas se for a ideia e muito boa.
Boa Sorte!
Sei lá, mas fiquei em dúvida se realmente entendi. Acho que o autor poderia esclarecer um pouco mais o que se passa. Eu entendi que ele havia se matado, suicídio, por causa da ênfase no estilete. E que, talvez, a causa tenha sido algum pesadelo. No entanto, acho que merecia uma releitura por parte do autor e um trabalho mais profundo no detalhes da obra.
Olá. Acho que existem jeitos mais interessantes de se contar essa história. Dava pra ser bem mais instigante do que é, na minha opinião. Me passou um pouco de acomodação por parte do autor, em não desenvolver, não criar mais em torno da ideia, sei lá. Eu entendi o final de um jeito meio besta na primeira leitura (não me julgue, mas achei que tinha uma alma presa ao canivete e o Bruno via pelos ‘olhos’ do canivete nos sonhos, aí ao colocar na gaveta os sonhos viraram escuro e claustrofobia, haha), aí vi os comentários e li de novo e entendi melhor, mas sei lá, minha sensação é de que podia ser mais, que o esforço criativo parou muito cedo.
Desenvolvimento é bom… quando a gente vê um texto curto podemos até agradecer no contexto do concurso, porque tem muito pra ler, mas no fim do desafio os textos que eu pelo menos vou levar comigo são os que foram devidamente trabalhados e pensados. Talvez não seja nada do que eu disse, mas foi a minha impressão, e é tudo que eu posso dar com meu comentário, afinal. Espero que ajude um pouquinho que seja, abraços
Gostei da ideia, apesar de estar em dúvida se entendi ou não. Também pensei que o fantasma fosse o pesadelo ou agisse a partir dele. Depois pensei em algo mais banal, pensei que o fantasma fosse o Bruno, e que o tormento final do suicida se repetia indefinidamente. Bom, não sei se compreendi direito o funcionamento do conto, não sei se posso avaliar sua eficácia. De qualquer forma, me agradou bastante a narração.
Gostei. Cinco segundos depois que li o texto tive um rearranjo na cabela e pensei: “ei, espera, é isso mesmo que está acontecendo?!”
As peças estão ali. Saltava da cama como Drácula do caixão, um parágrafo enfatiza sua “perturbada mente”, o ciclo se repetindo, o uso do estilete para apontar o lápis, a ênfase no velho estilete que, arrisco, está relacionado a sua morte…
Só me incomodou um pouco a pesquisa na internet para interpretar os sonhos… Isso bloqueia um pouco a idéia de se tratar de uma alma penada. Talvez se ele lembrasse que já lera algo a respeito os leitores fossem mais facilmente encaminhados para a conclusão.
Bom conto. Gostei mesmo. Parabéns.
———————————————— *SPOILER* ——————————————————–
Eu acho que eu entendi.
Ele era o fantasma que assombrava a ele mesmo certo? Os pesadelos que ele tinha eram com a morte dele.
Achei bem bolado, bem desenvolvido. Mas por ser tão curto, não me relacionei com o personagem. É uma pena.
Mas muito bom mesmo!
Parabéns!
Bingo!
😉
Acabo de ler o conto e corri para os comentários para saber se era isso mesmo rs
Desculpe a minha ignorância, mas eu realmente não consegui captar a ideia central do texto.
Já tinha lido esse conto antes aqui e achei que já havia comentado..rs. Como texto tá bonzão, mas no sentido de conto participante de um desafio temático, vai ficar devendo.
Conto curto, simples, narração boa, mas faltou o elemento fantasma (mesmo que o tal personagem estivesse morto, ficaria inverossímil um fantasma se preocupar com os sonhos, ir para o trabalho, etc.)
Nossa, amei! Sério!!! Está perfeito do jeito que está… Mas, cadê o fantasma? Por isso, está fora da minha listinha, embora seja um excelente conto!
Também fiquei com “Feitiço do Tempo” na lembrança – o mesmo dia (no caso, noite) se repetindo sem parar – até que Bill Murray (aqui, Bruno) resolve dar cabo de tudo. Bacana. Gostei da ideia e do desenvolvimento. No entanto, acho que o autor poderia ter ousado mais, quem sabe explorando melhor os pesadelos, talvez relacionando-os com aspectos do cotidiano do protagonista. Uma sugestão, apenas. De todo modo, ainda que curto, um bom conto.
Eu gostei.
Rápido, direto, deixa muita coisa pro leitor por no lugar. Gosto disso.
O problema é a questão do tema do desafio.
Gostei da narrativa, gostei mesmo. Mas que final foi esse, Gus? Bem, eu não gosto de chegar ao final de um conto sem entender esse final. E olha que aceito numa boa finais diferentes da minha expectativa, mas fiquei triste por não ter entendido esse, já que gostei do texto todo. Claro, é uma falha minha, então ainda assim te parabenizo! 😉
Aliás, esse pseudônimo me pareceu um anagrama de outro que vi por aqui, em certo desafio de um mês qualquer anterior, rs… =P
Um quase-micro conto em tom retórico e provocativo, abusando e obrigando o leitor a (se) meter na trama, confirmando (como) no ditado que o mais importante é o prazer proporcionado!
Parabéns pela obra!
#maisumpralistinha! 😀
Texto rápido, gostei da leitura, mas de fato, tal como frisado por outra pessoa, parece que fugiu ao tema proposto… De qualquer maneira, parabenizo o autor pelo escrito.
Atenção a algumas falhas em relação a colocação de vírgulas.
O pesadelo seria o fantasma, colocando a personagem num ciclo, que só com o estilete seria quebrado? Temo não ter compreendido o sentido e mensagem do conto. Talvez um melhor desenvolvimento dêsse uma ajuda ao leitor.
O sentimento que afecta a personagem, contudo, encontra-se bem descrito.
“Groundhog Day”. Gostei do conto, uma ideia muito ousada. No entanto, me pareceu fugir um pouco da proposta do mês. Em conto caso, o autor está de parabéns!
O pesadelo era o fantasma que sumia toda manhã? Que assombrava durante o sono e depois desaparecia deixando apenas uma sensação estranha?
Gosto de contos curtos que chocam o leitor com a proposta é-o-que-temos-pra-hoje-se-vire. A leitura foi rápida e prazerosa. Boa sorte.
Quando o texto começa a crescer, acaba. Caro escritor, poderia ter escrito mais: a idéia é boa… E boa sorte te desejo.
Também acho que ficou mais ideias na sua cabeça do que no papel. É um conto para ser (bem) desenvolvido. Hum… não encontrei o fantasma.
Boa Sorte!
Não entendi a proposta do final do conto, mas boa sorte!
Interessante. Não sei se entendi bem, mas se for o que entendi, é uma ideia bem legal.
Parabéns e boa sorte!