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O relógio analógico descansado delicadamente entorno daquele frágil pulso pálido de riscos azulados marcava quinze para meia-noite quando o táxi vermelho estacionou no fim da rua muito escura e arborizada. O sibilo do vento, o farfalhar das árvores. A luz de um poste ao longe piscando melancolicamente, com espasmos frenéticos.
Lucy e Jude desceram com suas preciosidades resumidas a bagagens de mão e vacilaram por um momento diante do enorme sobrado em estilo vitoriano, de um rosa desbotado e janelas que pareciam fitar-lhes tristemente.
As primas, que vinham do interior do estado, haviam conseguido bolsas de estudo pagas com estágio na Universidade. Depois de muitas negativas ao telefone, o pensionato de Eleanor parecia-lhes até um pouco acolhedor, mesmo que tão sombrio.
Jude sentiu um arrepio percorrer-lhe a coluna ao empurrar o portão enferrujado onde podia-se ler em grandes letras adornadas que outrora foram douradas: PENNY LANE. Seu gemido era como uma navalha fria e fina perfurando-lhe os tímpanos. Ambas tremiam, tanto pelo ar gelado da noite quanto pelo receio que o lugar lhes passava.
Segundos após baterem na porta com aquele ferrolho pesado que lembrava uma coroa de louros, puderam ouvir, juntamente com estalos de madeira, o que pareciam chinelos sendo arrastados e sua direção.
-2-
Eleanor era uma mulher com não mais que quarenta anos e um coque acobreado acrescido da baixa estatura, completando sua aparência carrancuda, a envelhecendo mais que deveria. Ela abriu a porta e apenas ficou, com um semblante de questionamento.
_Somos Jude e Lucy, conversamos ontem ao telefone… –Disse Lucy.
_ Ah, sim! Entrem, por favor. Não as esperava tão tarde.
Após breves cumprimentos no enorme saguão, debaixo de um magnífico lustre de pedrarias, à meia luz –vinda de outra sala-, Eleanor as conduziu calmamente pelas salas, cozinha e banheiro de baixo. Explicou-lhes rapidamente acerca das três refeições que oferecia e sobre como prezava pela discrição de seus hóspedes.
Enfim subiram as escadas com corrimão de mogno muito antigo, oleoso. O cheiro do Óleo de Peroba fez Lucy lembrar do cantarolar doce da mãe, limpando os móveis em casa nas faxinas-de-fins-de-semana. Lá em cima o corredor de luzes vacilantes.
_Oito quartos aqui em cima, sendo duas suítes, todos ocupados. Dois banheiros coletivos no fim do corredor. Seu quarto será este, minha suíte é aquela –apontou para a porta diretamente à esquerda dos banheiros-, se precisarem, batam. Boa noite.
Virou-se e saiu arrastando os chinelos enquanto afastava-se no corredor de paredes com quadros de olhos fitantes e tapeçaria vermelha bordô.
-3-
Girar a maçaneta roliça como uma enorme laranja, empurrar a porta rangente, tatear o interruptor (sempre à esquerda da porta) e… Um enorme aposento pobremente mobiliado. Uma cama biliche, talvez o móvel mais novo em Penny Lane –que mais tarde as primas desmontariam em duas novamente-, uma penteadeira com espelho manchado, um antigo e bonito armário guarda-roupas e uma poltrona de adornos de madeira e estofado de um verde musgo já ruço. As paredes cor salmão descascadas ainda transmitiam aquele ar de empáfia de dias gloriosos, mesmo que ambas as duas janelas de veneziana apresentassem algumas tábuas quebradas. O cheiro era de mofo e poeira e o ambiente era, no todo, lúgrube. No entanto, depois de muitas horas e quilômetros longe de casa, sentiram-se acolhidas.
_Amanhã é sábado, teremos dois dias para pôr isso aqui em ordem. Por hora descansemos – Disse Jude, ao que Lucy concordou.
-4-
Os dias transcorriam normalmente, já em quase um mês de aula pela manhã e trabalhando à tarde. Andavam sentindo-se cansadas, exaustas na verdade. Ambas tinham um dia cheio. Em pé antes das sete da manhã, seu café já as esperava na sala de jantar, sempre posto com muita pompa. Tal qual o jantar, servido às oito horas da noite. Tigelas e baixelas e talheres. Castiçais quando todos os hóspedes jantavam juntos.
A respeito desses, além das primas haviam cinco homens e duas mulheres, sendo um casal. Todos adultos-trabalhadores-atarefados. Pessoas solitárias. Faziam pouco barulho, talvez um móvel rangendo ou o encanamento acusando no banheiro. Pela manhã seus horários eram diferentes, mas no jantar viam-se quase sempre. Algumas perguntas de formalidades, cumprimentos.
Certa noite, em meio aos já familiares estalos de madeira de casa antiga e aos chiados dos chinelos de Eleanor, ouviram também vozes, muitas delas. Pareciam alegres, festejantes. Cochicharam algo sobre isso. Estavam tão cansadas, céus! Pareciam bêbadas ou dopadas. A noite, as vozes e sua conversa eram como flashs desconexos. Fragmentos de sonhos surreais. Lucy sentia-se molhada e fria… era o suor. E Jude pensava que certamente todo aquele mofo e cheiro de naftalina impregnados no sobrado –apesar de suas constantes faxinas- haviam afetado sua bronquite. Estava sendo uma noite de dias difícieis.
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Pela manhã, a noite mal dormida refletia em sua aparência. A cor das moças, que antes era de um pálido alvo e delicado, como uma porcelana inspiradora de amores, agora beirava um tom colérico, completando as olheiras cinzentas de olhos apagados e ocos. Os ossos, agora pontiagudos em todas as partes de seus frágeis corpos, acentuavam uma cabeleira espigosa e mal tratada. Até mesmo seus lábios pareciam ressequidos, como um simples talho mal feito em couro seco.
Discutiram rapidamente acerca dos acontecimentos da madrugada e desceram para o café. Mas não havia café. A mesa estava vazia, assim como a cozinha e o quarto de Eleanor. Estranharam, foi como um mau pressentimento. Aquela angústia enjoada e queimando a boca do estômado. Lucy não aguentou. Jorrou uma golfada esverdeada, dolorida. Tão logo a prima vomitou, Jude, atordoada, ficou tonta e sem ar.
Lutando contra seus próprios problemas de ordem psicológica e fisiológica, assustadas, bateram na primeira porta depois da suíte de Eleanor. Muitas vezes e nada. Assim como na segunda e na terceira, até o fim do corredor. Já estavam apavoradas quando resolveram forçar uma das portas. Não foi preciso, pois não estava trancada. O que viram foi um enorme quarto vazio, cheirando a mofo, o que justifica o fedor que se espalhava por tudo. Todos os outros quartos estavam nas mesmas condições, sem sinal de que alguém os habitasse há anos.
Desesperaram-se e correram para a rua, prontas para bater na porta do vizinho quando repararam algo anexado ao portão. Era uma placa com informações sobre um leilão que ocorreria em breve. O leilão de Penny Lane. Logo abaixo havia uma página de jornal plastificada datada de quatro anos antes. Uma foto de primeira página do imponente sobrado com um artigo intitulado CEIA EM PANNY LANE:
“Os moradores da Alameda do Pássaro Livre acordaram na manhã de ontem, 9/9/2009, com a estarrecedora notícia de que Eleanor Pimenta, 40 anos, envenenou sete hóspedes de seu pensionato no sobrado Penny Lane. Inclusive, jantando a mesma refeição. Os peritos não informaram o que foi utilizado, mas apesar de a quantidade encontrada nos restos de comida analisados ser fatal, testes nos corpos das vítimas acusaram níveis que levam a crer que Eleanor já os envenenava há vários dias (…).”
Ao ler não acreditavam em seus olhos. Sentiram vertigem, náuseas e sufocamento. Também uma pressão muito grande na cabeça.
-6-
Correram, ambas em silêncio. Correram para frente e além. Além de onde pudessem enxergar. Correram sem chorar ou sentir. Simplesmente correram para esquecer.
Quando se deram conta estavam sentadas debaixo de uma enorme árvore, descansadas. Mornas e em paz. Não sentiam mais dores, enjoos ou medo. Estavam bem. Muitas horas ou meses ou sonhos depois, Jude olhou para Lucy e em um entendimento mútuo souberam que não havia nada com o que se preocupar. Deveriam voltar, afinal, era hora do jantar.
Ótimo conto. É um dos meus favoritos. Boa sorte!
Ao longo do texto pensei que não conhecia realmente as meninas. Mas, sei lá, não senti muita falta disso. Acho que o texto estava mais voltado para a expressão do sentimento de solidão do que qualquer outra coisa (o que fez com que eu me perguntasse o motivo de ter duas protagonistas).
Sabia para onde a história estava caminhando, ainda assim, senti certo arrepio no fim. Talvez pela descrição detalhada do jornal, ou, quem sabe, porque achei perturbador a vovó se envenenar junto com seus hóspedes.
Enfim, me me senti entretido.
Bom conto.
Muito bem escrito e, por isso mesmo, uma leitura agradabilíssima. A ideia também é bacana, mas acho que poderia ter sido melhor desenvolvida. Parabéns!
Sou fã dos Beatles, tenho até tatuagens da banda. Enfim, quanto ao conto, achei pouco profundo, com personagens que não chamam atenção, meio mecânicos. Mas gostei do final. Parabéns.
Gostei bastante da ideia geral e do final.
Não gostei da forma que você escolheu.
Está bem escrito e é bonito.
Parabéns.
Gostei bastante da ideia do conto, mas poderia ter sido melhor desenvolvida, criando uma personalidade ou uma vida aos personagens, poderia ter se aprofundado um pouco mais nesse ponto. O final para mim esta bom.
Boa sorte!
O final me agradou: como as garotas se resignam a passar a eternidade numa pensão, jantando com figuras ao mesmo tempo distantes e familiares, todos mortos (também me lembrou um pouco Os outros). Talvez a eternidade seja mais ou menos assim. Achei o enredo um pouco previsível, e o fato de ser um desafio temático sempre atrapalha, porque já mergulhamos num texto inscrito como um dos caça-fantasmas daquele filme dos anos 80. O conto traz um certo apelo nas descrições, às vezes com imagens inesperadas e boas, originais, mas que uma articulação esquisita nas frases acaba prejudicando (a primeira frase do conto, por exemplo, um tanto comprida demais e sem pontuação, meio embaralhada).
Gostei muito da história. Precisa de mais uma revisão, há alguns erros de português. Amei a descrição dos cenários, e como as cores são importantes neles. No final ficou para meu questionamento, não tive certeza se isso ou aquilo, mas se essa foi a intenção, ótimo, foi alcançada.
Eu li esse conto antes do Natal e não consegui definir a minha critica na época. Hoje retornei a ele e continuo sem saber o que dizer.
Pelo efeito que causou em mim, considero um bom texto. Tudo que já foi dito merece ser refletido pela autora, porém destaco que a narrativa tem muita qualidade, justamente por não entregar tudo de mão beijada e isso é um grande diferencial.
O texto tem o seu valor, mas não me agradou. Faltou profundidade aos personagens e eu me perdi um pouco nas motivações das entidades.
Particularmente, não me agradou.
Odeio admitir assim, mas eu gosto de cenários clichês (apenas cenários, reafirmo), por isso não torci o nariz desde o início para seu conto. No entanto, com uma história fraca e personagens pouco desenvolvidos, devo admitir que não gostei do texto em geral, desculpe-me. Quantos aos nomes estrangeiros anteriormente criticados, digo “toca aí, brô!”, adoro usar nomes de outras línguas, ainda mais quando são contextualizados como o seu, apesar de muitos não gostarem disso.
O texto me causou um misto de “gostar” e de “não-gostar”. A descrição de certas passagens me pareceu um pouco demasiada, mas nada muito grave. Talvez seja impressão minha apenas. Entretanto, gostei da história, e o fim me deu o “toque final” que eu esperava.
Desta maneira, parabenizo a autora pelo texto.
Olá. Acho que você devia prestar mais atenção e se preocupar mais com seus personagens. Minha impressão foi de que você foi contando o enredo e dando nomes beatlescos às pessoas pela bacanisse disso em si, mas aí as pessoas só tem mesmo nome, não achei persona em nenhuma delas.
Imagina se você tivesse escrito passagens em que elas conversam entre si sobre as pessoas e o lugar, passagens em que elas jantam com todo mundo e a gente conhece um pouco mais de cada inquilino, odeia alguém, acha alguém misterioso, fica curioso com fulano, gosta de beltrano, e no fim todo morreram e tudo… não seria bem mais impactante do que ler “sete pessoas morreram, duas delas se chamavam Jude e Lucy”? A segunda foi mais ou menos como me senti lendo.
Acho que você sacrificou a vida dos seus personagens em prol de colocar referências. Descreveu todo mundo como “pessoas solitárias” apenas, pra casar com a música, mas aí não fez mais nada. Eu acho personagens importantes demais pra achar isso ok. Na minha cabeça ficou flutuando uma versão desse texto mais desenvolvida, com todas essas referências, mas que não acaba nelas, que vai além e deixa isso só como um detalhe bacana pros fã de beatles.
A escrita mostra promessa, mas acho que você se distraiu com essa ideia d’Os Besouros e a obra sofreu com isso. Espero ajudar, abraços
Olá Caio,
Absorvo sim suas críticas e consigo entender sua visão. Já vi aqui no blog muitos falarem em desenvolver mais, também para criar-se maiores laços com as personagens; no entanto, eu não sinto necessidade disso… não sei explicar-lhe.
Pretendia escrever um conto breve, não gosto de me estender enquanto escrevo. Também detesto escrever diálogos. Não os vejo necessários e tentei reduzi-los ao máximo. Gosto de descrição, de “frases compridas que fazem rodeios”.
Quando leio gosto sim de aproximação com a personagem, mas há casos e casos, aqui não foi essa minha intenção. Talvez um dia, quem sabe, eu acorde querendo escrever um livro de “cabo a rabo”, e aí sim haverá espaço para esse envolvimento maior, essas cenas do cotidiano, rotineiras; mas por enquanto minha visão de conto é essa: pretendi somente contar.
Em detalhe às referências aos Besouros, foram somente isso mesmo: referências. Não era para focar nisso, talvez o senhor o tenha feito por conhecê-los. Mas é assim que acontece e deve acontecer, absorve-se o que há de significativo para si; ainda é melhor que nada 😉
Agradeço sua considerações.
1 – Após ler uma série de observações sobre os comentários por mim postados neste concurso e suas respectivas respostas (infelizmente) concluí que fui tomado de certa pobreza de espírito.
2 – Em certos momentos nem fui técnico, muito menos humilde. Peço perdão a este escritor pelo comentário até maldoso por mim desferido.
3 – Sendo assim, apenas me resta ser breve: apesar de alguns detalhes, como os nomes empregados (sou nacionalista).
4 – Um bom texto e não somente seu esforço é louvável, agradeço pela lição a qual o (a) escritor (a) e Cacia Leal me deram; como aguardo e deposito esperança em sua próxima criação.
É o espírito natalino, só pode (disse a atéia rsrs).
Tudo bem, mesmo que se tenha “pisado em alguns calos” entendo o sentimento de competição e fiquei sinceramente curiosa quanto ao senhor 😉
Parabenizo, também, pela hombridade em reconhecer aqui sua falha.
Meu pedido ainda está em pé, gostaria de ler algo seu.
Pô… O conto prometeu tanto no começo e depois desandou, confesso que foi desanimador!
Se a idéia fosse melhor trabalhada, poderia ter rendido uma baita história!
Gostei da idéia e lamento por não ter sido melhor aproveitada, espero que o autor venda pensar no caso.
Parabéns e boa sorte!
Venha a* Odeio esse celular!
Muito bom! É soturno, discreto e nunca abrange o tema diretamente, o que é ótimo!
Primeiro achei que seria longo, que os números tinham haver (à ver, nunca tenho certeza) com o relógio da primeira frase e que haveriam 12 números… Mas não havia. Não entendi se a numeração teve algum tipo de significado.
Acho que o excerto número 4 estava meio confuso. Deu para pegar a ideia geral, mas nada específico. Esse sendo o momento da morte delas (pelo que entendi), o mais importante, deveria estar mais claro.
E mais tarde: Elas voltam no tempo e o jornal é do presente daquele tempo antigo ou elas avançam no tempo e o jornal é do tempo delas?
Acho que essas foram minhas dúvidas e observações.
Apesar delas, adorei seu estilo! Estou ansiosa para ler mais!
Olá Bellatriz,
Esqueça a numeração, sei que fui infeliz aqui T_T rsrsrsrs’
Quanto ao quatro, sim!, é o momento em que elas morrem e sim!, a intenção é a confusão. Na verdade gosto muito disso mesmo enquanto leitora. Deixar em aberto, com incertezas e questionamentos, principalmente. Adorei que tenhas absorvido isso 🙂
O jornal é de quatro anos antes e está anexado ao portão para “contar” sobre Penny Lane, devido ao leilão. Elas não voltam no tempo e durante todo o conto -até morrerem, lógico- são as únicas vivas 😉
Fico muitíssimo feliz que tenhas gostado e também estou ansiosa para maiores trocas como essa. Muito obrigada! 🙂
Gostei da ambientação, da ideia do enredo, e do twist final. Falha uma revisão (I know, parece que estou a bater no ceguinho, sorry), e a prossecução pode ser melhorada, de modo a manter mais o suspense. Atenção às frases demasiado longos, que dispersam a atenção do leitor. Logo a primeira, por exemplo, não é aconselhável ser o primeiro contecto do leitor pela sua longevidade.
O conto tem uma boa ambientação. O enredo me despertou o interesse e a leitura fluiu, com pequenas “quebras” de fluidez nos trechos em que uma revisão se faz necessária. Gostei bastante do final. Gostei das referências aos Beatles, uma das minhas bandas preferidas. Agora estou com a música “Penny Lane” na cabeça, rs… 😉
A idéia é muito boa. O twist do final me lembrou o filme “Os Outros”, de modo que, no geral, eu apreciei a leitura. Gostei também das lacunas deixadas para que o leitor preenchesse. por exemplo, quando foi, exatamente, que as meninas morreram? Ora, cada um que descubra, rs. Bacana mesmo.
Agora, como a autora mesmo percebeu e os colegas apontaram, o texto carece de revisão. Há muitos erros – erros bobos, na verdade – que travam a leitura e prejudicam a fluidez. Por isso, a ideia é escrever e deixar o texto “dormir”. Só depois revisá-lo e, enfim, enviá-lo. Ou seja, nada como uma boa noite de sono para nos afastar de nossos vícios.
Por fim, sugiro à autora que relaxe. Absorva as críticas construtivas e ignore aquelas despidas de qualquer fundamento. Não vale a pena tentar explicar o que é azul a quem é cego.
Boa, anfitrião! 😉
Imagine aqui um “joinha”!
. 🙂 .
Os principais erros já foram apontados e esclarecidos. Revisão é necessária, mas chata, eu sei. Gostei da narrativa, bem ambientada, sem precisar de muitas explicações. A divisão não chegou a me incomodar. Apreciei particularmente o último parágrafo. Boa sorte!
É um bom conto e tem uma ambientação bem bacana!
Só que em alguns erros que merecem ser revistos. Vejamos:
– No lugar de “arrastados e sua direção”, o correto seria “arrastados EM sua direção”;
– Errada a colocação de “a envelhecendo”, já que a próclise se impõe neste caso, por conta da vírgula;
– Não se deve usar “underline” (“_”) para diálogos, mas sim travessão (“-“);
– Note que está errada a expressão “mesmo que ambas as duas janelas”, já que ambas e duas é a mesma coisa, ficando redundante e incoerente (essa doeu quando li)!
Tem uns errinhos de pontuação e espaçamento, mas nada que mereça ser destacado. Outros erros já foram apontados pela própria autora.
Espero ter ajudado.
E parabéns pelo texto!
Só que em = Só que há
Olá Ana,
Suas considerações são realmente valiosas quanto aos erros grotescos (underline e próclise), admito também que tenho uma séria compulsão por vírgulas e travessões em meio de frases, ficando, inclusive, em dúvida muitas vezes quanto à pontuação.
No entanto, no caso de “ambas as duas janelas”, eu sempre tive certeza que a palavras “ambos” servia para dois ou mais. Sendo assim, poderia haver três ou quatro janelas e eu colocaria “ambas as três janelas”. Portanto, a meu entender não ficou redundante.
Porém, fiquei intrigada e consultei meu Luft, o que dizia:
“ambos: Os dois, um e outro”;
Como não tá morto quem peleia, recorri à internet e o que encontrei no site Dicionário Informal foi:
“O significado etimológico original de ‘ambos’ é ‘todas as coisas’. ‘Ambidestro’, por exemplo, é quem usa todas as mãos com a mesma facilidade. Como, porém, só temos duas mãos, o termo passou a ser associado a ‘duas coisas’, ‘dois elementos’.”
Apesar de em outros sites os resultados referirem-se somente a “dois”, fiquei satisfeita com a resposta acima 🙂
Enfim, muitíssimo obrigada, realmente enriquecedoras suas observações.
Eu ainda não abandonei meu bom e velho livro de português e sou um tanto conservadorista quanto à internet. Rsrsrs! Mas desde que me entendo por gente aprendi que ambos é igual a dois e nunca vi um só livro na minha vida toda que falasse o contrário! Posso estar errada, mas verificando a etimologia da palavra ambos, temos que esta vem do latim “ambi”, que significa dois…
Beijos!!! E realmente alguns erros passam batidos…. Duas cabeças funcionam melhor que uma! 😉; )
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Esta bem escrito, mas tem algumas coisas que não gostei.
Onde fica tal lugar? Brasil? Estados Unidos? Um país imaginário?
Quando ocorre os fatos? Antes ou depois de 9/9/2009?
Fiquei perdido…
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E é dever do autor nos guiar por esta jornada que ele nos convidou! Ele não precisa nos dar todas as respostas durante todo o tempo; mas, como caminhar onde e quando eu não sei?!
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Outra coisa que também não gostei é que temos nomes próprios tão lindos em nossa língua mãe que usar Jude e Lucy chega ser afrontoso…
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Finalmente, estas divisões… Não se faziam necessário…
Enfim, não gostei… Boa sorte, vai precisar (e muita)… Antes mesmo do jantar!
Olá Sr. Miranda,
-1-
O conto é ambientado em um lugar fechado, denominado Penny Lane, e em duas ocasiões com cenas externas, Alameda do Pássaro Livre. Visto isso, não há necessidade de maiores localizações.
” Logo abaixo havia uma página de jornal plastificada datada de ‘quatro anos antes’.” A resposta à sua pergunta está explicitada no texto.
-2-
Com o perdão da palavra, não entendi porr@ nenhuma do que o senhor quis dizer. Sinceramente, um texto nunca é ruim, depende do leitor interpretá-lo e sentí-lo, acima de tudo. Se o senhor não soube onde, como e quando “caminhar”, é o senhor que não tem capacidade ou sensibilidade para absorvê-lo (ele, este texto singular).
-3-
Quanto aos nomes… Bom, eu poderia simplesmente dizer que o autor pode colocar “Motherfuck da Silva” se quiser. No entanto, há algumas simbologias em meu texto. Tanto os nomes das personagens, do sobrado e da alameda, quanto a data do jornal e algumas outras “coisas soltas” no texto, fazem alusão ao Beatles. Meu texto, meus devaneios 😉
-4-
Meus textos são escritos para posteriormente serem incrementados e desenvolvidos, assim as subdivisões se justificam. No entanto, admito que ficou péssimo aqui.
Enfim, sou nova aqui e apesar de ter lido vários textos, não sei identificá-los, portanto gostaria muitíssimo que o senhor me indicasse um dos seus.
Att,
Gunther, descobri porque você está tão amago com este blog: você é um péssimo perdedor!!!! Não sabe receber uma crítica negativa e por isso está depreciando todos os contos por aqui. Descobri, acidentalmente, lendo os contos do último desafio, que seu texto não recebeu nenhuma pontuação! Querido, se você não se deu bem no último desafio, a solução não é tentar abalar a autoestima de tantas pessoas que escrevem tão bem neste blog. Você precisa apenas treinar mais, escrever mais… O sucesso vem de 99% de transpiração e 1% de criação! E pelos comentários que você tem feito por aqui, se percebe porque você não está conseguindo agradar o público-leitor, pelo menos com relação a contos.
A história foi bem interessante de ler, mas sem nenhum sobressalto. Gostei muito do final. O que o texto me passou foi que todos estavam vivos e depois todos foram mortos. Presos à cena no crime. Não vejo necessidade de explicações para o ato de Eleanor, mas acredito que a história poderia ser melhor desenvolvida. Essa sua ideia sobre a desnutrição que li em resposta ao Marcellus, é bastante interessante.
Boa Sorte!
Gerou um pouco de tensão e… Só. Penso que uma ambientação da narrativa de forma não subdividida possa agregar mais unidade e peso ao conto. Não entendi muito bem a necessidade de divisão das partes retratadas. Contudo, o texto está bem escrito e dialoga, mesmo que num tipo de “flerte”, com o terror.
Parabéns e boa sorte!
. 😉 .
O conto começou bem, uma promessa de ótimo suspense. Mas pouco depois tornou-se claro que as duas seriam as aparições da história.
O final, apesar de ter o crédito do envenenamento coletivo, foi um pouco abrupto.
As principais correções, a própria autora já postou. É isso. Boa sorte!
Costumo dizer que o autor dá a ideia e o leitor a interpreta à sua maneira. Em minha ideia do conto, as primas estão vivas até a noite da ceia descrita, falecendo durante a madrugada de “festejos” e delírios e pela manhã já são espectros. Portanto as verdadeiras aparições seriam a dona e os outros hóspedes de Penny Lane.
Detalhe de que o jornal data de quatro anos antes delas chegarem. Elas poderiam ter sido envenenadas durante a trama, por fantasmas. Ou morrido de desnutrição -se considerarmos que fantasmas não cozinham-, visto que a única refeição que faziam fora do pensionato era o almoço…
Algumas vezes essas “coisas” surgem tarde de mais em nossas mentes 😦
De qualquer maneira, muito obrigada 🙂
Correções:
*Penny Lane, e não Panny;
*Beliche, e não biliche;
*Lúgubre, e não lúgrube;
*Havia (cinco homens), e não haviam (cinco homens);
*Difíceis, e não difícieis.
Penso que seja isso.