EntreContos

Detox Literário.

O Que Vale é a Intenção (Marco Piscies)

Marianne guiava o povo francês na direção da Liberdade. Seus seios nus dançavam livres no ar cinzento, suas mãos carregavam a transformação: na direita a ideia, as três cores da revolução no tecido da bandeira, e na esquerda a execução, na forma do mosquete e da baioneta. O povo a seguia, homens e crianças hipnotizados por sua beleza, todos abrindo caminho entre os corpos mortos com armas em mãos. No céu, o azul do firmamento aos poucos ganhava território dentre as cinzas da guerra.

O enorme quadro de mais de dois metros de altura era uma das obras preferidas de Murilo. Ele a examinava de tão perto, que podia notar as pinceladas de Delacroix, feitas há quase duzentos anos. Podia jurar que ainda sentia a sugestão do cheiro do óleo sobre a tela.

“É o original, sem dúvidas”

“É claro que é”, falou a outra voz na sala.

“Como conseguiu?”

“Você quer a versão longa ou a versão curta?”

Murilo desgrudou os olhos do quadro pela primeira vez, desde que o viu. Analisou Luís Marino de cima a baixo em um segundo. O homem era alto e fazia questão de enfatizar a altura por elevar também o rosto. Murilo não gostava daquela sugestão de sorriso sempre-presente na boca do vendedor. Mas não estava ali para analisá-lo. Seu cliente só precisava saber se a obra era original ou não, e que a comprasse por um bom preço.

“A curta”

“Eu a roubei”

Murilo soltou uma risada nasal.

“Sabia que ia vir com alguma piadinha”

“Está me chamando de palhaço?”

“Não. Só gostaria de saber como que os curadores do Louvre ainda acham que têm a verdadeira, enquanto ela está aqui na minha frente, apoiada no chão de uma galeria privada”

“Ora, Murilo…”, e Luís andou de um lado para o outro, carregando o sorriso consigo. “Você mais do que ninguém deveria saber que toda profissão tem seus segredos”

O avaliador não insistiu no assunto. Não queria problemas. Estavam a sós naquela sala luxuosa, de carpete vermelho e cortinas de veludo. Cada parede exibia uma dúzia de peças roubadas de uma dúzia de lugares diferentes. Embora Luís fosse um cretino como esperado, dentre todos os contrabandistas de arte com quem já teve que interagir para seu cliente, ele era o mais sofisticado. Desde que não apertasse os botões errados, não teria com o que se preocupar.

“Quanto quer nela?”

“Duzentos e cinquenta”

Um momento importante. Murilo andou até a janela. Do lado de fora do prédio havia um luxuoso jardim português, com arbustos multicoloridos cortados em formas geométricas. Os pássaros piavam uma canção peculiar. Podia jurar que era repetitiva, como um arquivo de som corrompido, que se repetia constantemente.

“Você quer um quarto de bilhão?”

Luís Marino não respondeu, mas pelo reflexo no vidro da janela ele viu o homem encolher os ombros.

“Cem”, falou Murilo.

“Ora, vamos mesmo fazer essa dança?”

Trocaram olhares. Luís suspirou.

“Duzentos, então”

Enquanto pensava em uma contraproposta, o canto dos pássaros chamou a sua atenção novamente. Lá estava o mesmo tom, idêntico aos anteriores, como um bug de programação. Curioso, abriu a janela para tentar encontrar os pássaros.

“Não faça isso…”

Tarde demais. Murilo tentou projetar a cabeça para fora antes que Luís terminasse o aviso. Bateu com a testa na tela LED.

“Mas o que…”

“Ora, como achou que seriam as janelas do subsolo? Eu quis dar um tom melhor para o ambiente. O lugar não ficaria tão convidativo sem janelas, então distribuí algumas telas. Não acha que funcionou bem?”

“Eu não lembro de termos descido para o subsolo, no elevador.”

“Mas você lembra de pegarmos o elevador. O fato de ele ter subido ou descido, não vai lembrar mesmo. Acontece. Ninguém presta atenção em coisas pequenas como esta, quando está prestes a fazer uma negociação desta escala. Voltemos ao assunto. Fechamos em duzentos, então?”

Mas Murilo olhava para tudo agora com novos olhos. O lugar já não exalava a autenticidade de antes. Voltou à “Liberdade lidera o povo”. Muniu-se de lupa e aproximou o rosto novamente.

“Sério? Só por causa de uma telinha na janela?”

Ele não respondeu. A concentração era a chave ali. Revisou todos os pontos de referência de antes. Então, passou a analisar as falhas mais comuns na pintura, as assinaturas não-intencionais de Eugène Delacroix. Todo autor tinha as suas falhas de estimação.

“Ah sim, as falhas”, falou Luís, ao notar o que Murilo fazia. “A melhor maneira de identificar uma peça verdadeira. Procure à vontade, vai notar que estão todas aí”. Ele se aproximou, falando de mais perto. “Sabe, de certa forma o trabalho de quem copia é muito mais refinado do que o trabalho de quem cria. O criador está livre para cometer os deslizes que quiser. Cada movimento errôneo, cada tom de cor desbalanceado pode até mesmo adicionar no valor da obra. Mas quem copia não tem esse luxo. Além de não poder cometer erros, ele tem que mimetizar com perfeição os erros do original”. Luís estava muito próximo agora; sussurrava em seu ouvido. “Então, de certa forma, mesmo que esta seja uma cópia, não acha que deveria ter o mesmo valor? Huh? Talvez deveria até mesmo valer mais”

O avaliador se afastou da figura e do seu sorriso de meia-boca.

“Não se preocupe, Murilo. É o original”

“Já não tenho tanta certeza”

“Ai ai ai”, Luís voltou a caminhar pela sala, os passos abafados pelo carpete. “E de quanta certeza precisa? Não se pode ter cem por cento de certeza de nada”, e, como se acabasse de ter uma grande epifania, interrompeu o caminhar, como se alguém tivesse apertado o botão de pause. “Sabia que tudo o que passa nessa sua cabeça é uma ilusão? Nosso cérebro evoluiu para predizer o que vamos sentir antes de sentirmos. Você pode não notar a diferença pequena de tempo que leva para um sinal ser interpretado pelo seu olho e enviado para processamento, até ser transformado em informação. Mas a verdade é que antes disto tudo acontecer, o seu cérebro já decidiu o que ver e sentir baseado no que ele acha que você deveria estar vendo e sentindo”

O vendedor aproximou-se de novo, até a distância ficar incômoda.

“Então basta acreditar que vai ver uma coisa, e você a vê, entende? Tudo é uma ilusão. Então me diga logo o que vê e pare de perder o meu tempo”

“Eu realmente não me lembro do elevador… “

“Já conversamos sobre isso!”

“Não falo de estar confuso se o elevador subiu ou desceu. Já sei que estamos no subsolo. Falo de não lembrar de nada antes do elevador. Não lembro do que aconteceu antes desta conversa. Não lembro do que aconteceu antes… na minha vida”

Pela primeira vez, Luís desfez o sorriso. Começou a falar em voz alta para as paredes, como se dirigisse para uma equipe de filmagem.

“Está acabado por hoje. Puta merda falhamos de novo”

Tudo o que aconteceu a seguir veio em sucessão tão rápida, que Murilo não teve reação. Ficou ali parado, assistindo uma equipe entrar na sala, Luís retirar o terno e revelar uma fiação por baixo das roupas. Estava em um estúdio. As paredes se moveram e revelaram um ambiente cinza por trás, onde uma equipe monitorava toda a conversa.

“SÉRIO que você me coloca um canto de pássaros com loop de cinco segundos? CINCO SEGUNDOS?”

O funcionário responsável pelos efeitos sonoros ouvia a bronca do vendedor de cabeça baixa. Estupefato demais para falar, Murilo manteve o silêncio. Ainda processava o que via. A equipe andava de um lado para o outro e ninguém parecia dar-lhe atenção. Notou um homem familiar deitado em uma cama hospitalar em um canto do estúdio. Uma equipe médica monitorava os seus sinais vitais. Aproximando-se, viu-se deitado na cama, desacordado, com uma variedade de eletrodos pontilhando a pele.

Dois homens o seguraram pelos braços e o conduziram na direção de uma porta de metal.

“Mas que merda está acontecendo?”, ele conseguiu falar, finalmente.

Os homens que o carregavam pararam. Luís parecia espantado.

“Ora ora, temos um questionador hoje. É raro, sabe. A maioria fica em estado de choque e só se recupera alguns minutos depois.”

“Você vai explicar o que está acontecendo, ou não?”, falou Murilo, ofegante.

“Intenção!” falou Luís com ênfase. Até então estava irritadiço, mas agora parecia satisfeito em poder explicar-lhe o que acontecia. “Intenção foi a maldita tecnologia que nos pegou. Antes era mais fácil. Bastava criar um clone e o torturar até que ele transferisse o dinheiro. O clone tinha todas as assinaturas biológicas necessárias para a autenticação, e restaurávamos a memória apenas o suficiente para que se lembrasse também das senhas. Depois, acordávamos o original e o mandávamos de volta para casa, com alguns milhões a menos que ele não sabia como tinha perdido. Não precisávamos matar ninguém! Ao menos não alguém com CPF”

“Aquele homem é o meu clone?”

“Não seja idiota. Você é o clone! O problema é que agora os babacas criaram uma maneira de ler a maldita intenção. Não basta fazer a transferência. Se você não tiver a intenção de nos pagar, o alarme é acionado mesmo assim. Agora temos que convencê-lo. Isso adicionou dias ao processo.”

“Eu sou um…”

“Clone? Sim, mas agora você está se repetindo. Tenho mais o que fazer. Boa sorte”

Luís o dispensou com um gesto. Os homens voltaram a arrastá-lo até a porta.

“Então é isso? Você vai me matar?”, falou Murilo — se é que aquele era mesmo o seu nome. “Aquela porta é o seu matadouro?”

“Não, obviamente. Clones são caros. Antes matávamos por que um bastava, mas você é o quinto que não convenço. Tivemos que inventar uma forma de ganhar dinheiro com vocês. E a solução estava no…”, Luís fez um gesto no ar, como se rufasse tambores invisíveis. “ENTRETENIMENTO!”.

Os homens abriram a porta de metal, que chiou um som agudo, e jogaram-no lá dentro. Antes que a porta se fechasse, Murilo pôde ver Luís movendo as mãos em um aceno debochado, novamente com o sorriso no rosto.

A sala onde fora descartado era um cômodo amplo, que seguia a mesma temática da galeria privada — que agora ele sabia ser apenas um cenário. Era o mesmo tom vermelho no carpete, e o mesmo dia ensolarado na janela. Os pássaros, porém, já não cantavam mais. Com uma esperança vã, Murilo esticou o braço para fora da janela, ainda querendo acreditar que sentiria a brisa da tarde. Sua mão encontrou a resistência da tela LED.

Havia sofás para todos os lados. Mesas e cadeiras também. Estantes vazias. O teto estava repleto de câmeras, que cobriam cada ângulo possível. Estava em um reality show.

“Deve ser um show bastante privado”, falou um clone seu, que ele não havia notado, sentado no chão, abraçando os joelhos. “Você sabe, tendo em vista que tudo o que ele faz aqui é um tanto ilegal, e nos não somos zés-ninguém. Às vezes eu me pergunto se algumas pessoas que nos assistem por estas câmeras nos conhecem”. O clone soltou uma risada com a ironia, exatamente como ele riria na mesma situação. Era como ver um espelho ganhar vida. “Maldito Luís, nunca imaginei que iria tão longe”

Murilo sentou-se em um sofá próximo a ele mesmo. Olhou as câmeras. Ainda tentava entender como analisava uma obra de arte minutos atrás, e agora ele era a peça observada.

“Minha teoria é que eles apostam quando vamos desistir”, falou ele mesmo ao seu lado. “Quando vamos aceitar que não temos passado, que não somos nada, apenas peças descartáveis”

“Você viu outros antes de mim?”

“Três. Acho que fui o primeiro. Os outros… eles não aguentaram muito tempo. Não duvido que as pessoas apostem na forma com que vamos nos matar, também. Cada um antes de você usou um método diferente”

Seguiu-se um hiato desesperador. Murilo não tinha passado, e nenhuma forma de sair dali para construir um futuro.

“Você se lembra de quando era criança?”, falou o clone. “Lembra de quando seu pai te deixou nadar sozinho pela primeira vez sem boia, mas você só notou depois de um tempo e, quando notou, começou a se afogar?”

“Não.”

“Eu lembro. E lembro de outras coisas. De tudo, na verdade. Eles me trocaram. Eu sou o original, tenho certeza. Não sei como aconteceu, mas eles se enganaram, só que não quiseram me ouvir quando gritei.”

Murilo ouviu em silêncio. A história da natação não era tão estranha assim. Talvez se lembrasse daquilo. É, lembrava-se! Conseguia até mesmo recordar do lugar, e do clima, e do céu claro naquela tarde de verão.

Lembrou-se de muitas outras coisas depois daquilo. Ficou sentado ali, ao seu lado, criando um passado para si, até a porta ser aberta outra vez, e mais um reflexo ser lançado para dentro da sala.

Sobre Fabio Baptista

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29 comentários em “O Que Vale é a Intenção (Marco Piscies)

  1. Pedro Paulo
    1 de junho de 2024
    Avatar de Pedro Paulo

    RESUMO: Murilo é vítima de uma nova forma de roubo.
    COMENTÁRIO: A minha quinta leitura e a que mais me impressionou. A escrita é econômica e competente, não se dedica muito a embelezar o texto, sem significar perda de boas escolhas para descrições que contribuem muito para ambientar a história, mas, ao mesmo tempo, o maior espaço é preenchido por diálogo e informação quanto às ações de cada personagem. A princípio, sugere-se que o tema roubo seja contemplado a partir da tela que acompanha o conto ser roubada e todos os méritos do conto garantem essa abordagem como razoável para o tema enquanto se tem uma ótima leitura. Foi essa conquista o que fez da reviravolta algo tão marcante. O verdadeiro contexto da conversa dos dois homens se impôs de forma acelerada e surpreendente, chocando tanto o personagem quanto o leitor. E assim, a abordagem do tema se tornou não meramente presencial, mas o próprio epicentro da narrativa, elevando o conto entre as diferentes aproximações temáticas que tenho lido até então. Para além disso, destaco a excelente escolha narrativa de ter escolhido encerrar o conto com o personagem confinada, acrescentando a morbidez da situação e sugerindo algo inquietante quanto à identidade, o que remonta à breve reflexão tecida pelo ladrão sobre cópias, minutos antes.
    Eu não assisti, mas acabei de me recordar que no ano passado foi lançado um filme com uma trama centrada nas possibilidades absurdas da clonagem, do famoso David Cronenberg, “Piscina Infinita” . Enfim, excelente conto! 

  2. Thales Soares
    1 de junho de 2024
    Avatar de Thales Soares

    Este conto possui uma ideia muito interessante! Vou primeiro relatar qual foi a lembrança que tive enquanto eu lia, e depois direi minha opinião a respeito do enredo.

    O autor mostra-se muito habilidoso com o gênero ficção científica, e não sei se usou como referência a história que vou citar agora, mas surgiu em minha mente uma edição da Marvel, do Quarteto Fantástico, da mega saga Guerras Secretas, que foi sobre a invasão dos Skrulls. Nessa edição, os Skrulls queriam bolar uma forma de fazer com que sua camuflagem fosse completamente indetectável. Eles sabiam que a única mente brilhante o suficiente para resolver esse problema era a de Reed Richard, o Homem Elástico. Então, pelo que eu me lembre, eles pegaram uma amostra de sangue do quarteto fantástico e clonaram eles, fazendo toda uma simulação, semelhante a desse conto, para que o Reed Richard criasse para eles a fórmula perfeita. Só que vários experimentos deram errados, normalmente porque o clone percebia toda a armação. Então eles tentaram diversas vezes, sempre tentando usar esse truque de enganar a mente do clone, para que ele pensasse que a situação era real, para assim atingir o propósito desejado por eles.

    Todo esse plot eu acho muito interessante, e aqui neste conto ficou muito bem aplicado! A escrita deste conto prende bastante o leitor, e é muito bem feita, mostrando que o autor aqui é alguém muito habilidoso. Agora quero falar a respeito do enredo:

    Tudo começa com Murilo (o clone, mas ele ainda não sabe disso) em uma galeria privada, avaliando o quadro que o Luís Marino (farsante) afirma ser o original roubado do Louvre. Aí eles começam a discutir o preço do quadro, e a negociação se inicia. Só que Murilo fica desconfiado ao perceber que a janela que ele tentou abrir é, na verdade, uma tela LED, e ele começa achar isso estranho pra caralho. Aquela estranheza faz ele questionar a autenticidade da pintura e da situação em que se encontra. O que dá uma zoada no plano também é o canto do pássaro que se repete em loop. Então Murilo percebe que não se lembra de nada antes do elevador e começa a questionar sua própria realidade. Essa parte da história é bastante interessante, pois o leitor fica tão confuso quanto o protagonista, pensando “Que porra tá acontecendo aqui?”, e para mim o mistério criado em torno de toda essa situação excêntrica funciona, e tem até um gostinho de Black Mirror, da Netflix.

    Então Luís fica de saco cheio e revela que Murilo é um clone criado para obter informações e realizar transações financeiras ilegais. A versão original de Murilo está em uma cama de hospital, e Luís explica que a intenção de Murilo é crucial para o sucesso do plano, e aí vem o motivo do título do conto. Então Murilo é levado para uma sala diferente, revelando que toda a situação era uma montagem em um estúdio, semelhante ao plano dos Skrulls do Quarteto Fantástico. Ele agora está em um ambiente monitorado por câmeras, junto com outros clones, participando de um tipo de reality show bizarro.

    Por fim, Murilo encontra um clone anterior que compartilha suas teorias sobre o propósito do show e a manipulação psicológica que estão sofrendo. O clone diz ser o original e lembra de memórias que Murilo também começa a lembrar, criando uma confusão sobre sua própria identidade. O que me parece aqui é que os dois são clones mesmo, mas eles tentam enganar a si mesmos, para evitar pensar a respeito da insignificância da vida deles. Isso me lembrou um pouco de alguns questionamentos existenciais presentes nos episódios de Rick and Morty.

    E aí a história acaba.

    Eu gostei como o conto explora uma mistura doida entre roubo, clonagem e manipulação mental. Tudo foi muito bem aplicado, e as referências utilizadas para a construção da história foram bem bacanas. A história em si foi muito boa… mas para mim faltou alguma coisa. Talvez um final mais elaborado, não sei. Uma parte da minha mente queria ver um pouco mais de inovação, ou algo que me surpreendesse… pois, apesar de estar tudo bem aplicado, como conheço muitas histórias de ficção científica, nada me pareceu saltar aos olhos, ou fazer com que eu realmente me surpreendesse. No entanto, a leitura foi bem divertida, e o autor está de parabéns!

  3. Amanda Gomez
    27 de maio de 2024
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Um conto muito criativo e inteligente. 

    Primeiro eu achei que fosse um conto de época, retratando a Franca da revolução, depois achei que seria um conto sobre roubo de obras de arte bem tradicional, estilo filme americano e de repente estamos diante de um conto que mistura elementos de sci-fi com.. policial? Não

     sei bem.

    Uma ótima receita de bolo. 

    Escrita competente, muito boa mesmo, vc se sente tão perdido com o rumo que vai levar quanto o personagem clone. 

    Quando as coisas são reveladas e os personagem do background aparecem é muito massa, tudo se desfazendo, as explicações sendo feitas, todos prontos para o próximo. 

    A empatia que sentimos de imediato pelas copias, cada uma dentro da sua própria confusão, convicção ou falta dela. Quando o clone diz lembrar de uma cena e por isso acredita ser o verdadeiro e o outro imediatamente toma essa historia para si e começa a criar varias outras é uma cena muito boa. 

    Parabéns pelo trabalho. 

  4. Renato Silva
    26 de maio de 2024
    Avatar de Renato Silva

    Olá, tudo bem?

    Conto bastante interessante sobre um homem tentando comprar uma obra de arte no mercado negro, mas que descobre ser vítima de um esquema onde o próprio é apenas um clone do comprador original. Saiu de um tipo de história sobre o submundo do roubo e comércio de obras de arte para um thriller com elementos de ficção científica.

    Gostei da condução do conto, mas achei estranha essa coisa de usar o clone, depois limpar sua mente e depois não entendi bem o que acontece com eles, quando não são assassinados. Ficam confinados e usados para algum tipo de “circo”? Mas pelo que entendi, a maioria deles comete suicídio, pois dali não tem para onde ir, certo?

    Boa sorte.

  5. Thiago Amaral
    25 de maio de 2024
    Avatar de Thiago Amaral

    Oi, Delacroix!

    O seu conto foi pra mim o mais surpreendentedo do certame até agora! (Ainda faltam alguns)

    O primeiro parágrafo me fez acreditar que era um conto experimental descrevendo sobre o tema do quadro! hahahaha

    Logo depois, vem a primeira surpresa. Dei risada e continuei lendo interessado. A parte da venda do quadro não me estava tão interessante, mas senti expectativa quanto ao que aconteceria.

    Você escreveu os diálogos e descrições muito bem. Me deu a impressão que sabia o que estava fazendo e que o melhor estava por vir.

    Apenas queria observar algumas expressões que vem do inglês e podem causar estranhamento no leitor brazuca: “sempre-presente” e “Desde que não apertasse os botões errados”. Eu não ligo, até acho legal misturar e criar novas expressões em português. Mas aviso você caso não tenha feito conscientemente.

    Logo mais na trama, a segunda surpresa: era tudo uma encenação.Mais uma vez, senti que era um conto experimental. “O que está acontecendo?”

    A ideia de estelionatários clonarem pessoas para roubá-las é muito boa. Tem potencial pra filmes e livros cheios de reflexões filosóficas e merece ser mais utilizada.

    Uma única coisa que me incomodou foram as explicações de Luís. Por que se dar ao trabalho de falar tudo, como um vilão de quadrinhos, senão pro leitor ficar sabendo da trama? Achei irreal. O Luis (escritor) interpretou como sadismo por parte do personagem. Podemos dar essa justificativa, mas aí considero que deveria estar sugerido no texto, para não parecer bobo.

    O final, com os questionamentos de se um deles poderia ser o original e sobre memórias, tem potencial para ser maior e mais aprofundado. Poderia ser um conto ou livro só sobre isso: um reality de clones. Do jeito que ficou, parece que você limitou algo com bastante potencial para brilhar.

    Talvez, para dar mais nota, eu tenha sentido que faltou um pouco de emoção de alguma forma, descrições da angústia do protagonista, talvez. Queria ter me envolvido mais. Mas a narrativa e ideias estão dez! Curioso para ver outras criações suas.

    Demorei pra entender o título!

    Parabéns pela criatividade, obrigado pela contribuição e até mais!

  6. Cícero Robson
    20 de maio de 2024
    Avatar de Cícero Robson

    Oi, Delacroix!

    O seu conto é muito bom, bem escrito. Percebe-se o conhecimento e a segurança do escritor. A história me lembrou um pouco o filme “O último portal”, pois trata do roubo de uma obra única e os aspectos que envolvem a autenticidade dela.

    Quanto às “assinaturas não-intencionais” do artista, me fez lembrar do livro do historiador Carlo Ginzburg e o “paradigma indiciário”. Muito legal.

    Tem uma outra questão também, que dialoga com a questão do entretenimento e da reprodutibilidade técnica, abordada pelos frankfurtianos.

    Só o final que me deixou um pouco confuso. Mesmo assim, um conto muito bom de ler.

    Boa sorte!

  7. Luis Guilherme
    16 de maio de 2024
    Avatar de Luis Guilherme

    Olá, Delacroix. Tudo bem?

    Caramba, que contaço! Tem tudo que eu gosto: FC, plot twist, plot twist do plot twist, personagens cativantes, e uma história boa pra caramba, criativa e envolvente! Queria ter pensado em algo legal assim ahuahhuahua.

    A escrita é envolvente, é excelente. A leitura é prazerosa, flui com facilidade. Eu continuaria lendo o conto por horas, e até por isso gostaria que fosse uma história mais longa. Um livro no futuro, talvez? Não sei, por mais que eu tenha gostado, pensando bem essa me parece uma história de tiro curto, não sei como seria uma adaptação para livro, talvez estragasse. Sabe aqueles curta metragem que são otimos, mas quando viram longa, nao funcionam? Enfim, tô só viajando, vou voltar ao conto ahhahha.

    Obs: seu conto me deixou de bom humor, to comentando o conto cheio de risadas hahahaha.

    Sobre o enredo, eu amei. Eu achei que o tema fosse roubo de obra de arte, o que não é muito inovador. Porém, de repente, o primeiro plot twist: o tema não é roubo de obras de arte, e sim roubo de dinheiro usando clones. Eu simplesmente amei a ideia da intenção. Isso é super original e inteligente, baita sacada. Não me lembro de ter visto isso antes. Até aqui, foi a ideia mais original que vi no desafio todo, e só falta ler uns 7 contos, acho. Parabéns!

    Os personagens são cativantes, especialmente o Luís (heheheh Luises são foda). Ele é calculista e sádico., a ponto de deixar de lado profissionalismo para explicar tudo para a vítima, somente pra sentir prazer em vê-lo constatar o que aconteceu. O rapaz que é a vítima, esqueci o nome dele, também é muito bom. A cena final com ele interagindo com seus próprios clones também é muito boa, pois cada clone meio que tem um grau de desenvolvimento de personalidade, então interage em formas diferentes. Por exemplo, alguns ficam mudos com o choque, outros reagem, outros argumentam, alguns se suicidam, etc. E o safado do Luís usou esse aspecto pra lucrar também com o reality show, que é o segundo plot twist. Enfim, enredo primoroso, meu preferido do desafio até agora.

    Ah, tava esquecendo de dizer que também gostei da mudança na narrativa no meio do conto. Gosto muito de histórias onde o fluxo da narrativa é interrompido e nos deparamos com uma história totalmente diferente da original.
    Acho que é isso. Técnica impecável (quer dizer, notei 2 errinhos de revisão que não me vêm à mente agora, mas se voce quiser me avisa que procuro de novo, mas isso é insignificante no todo), ótimos personagens e diálogos, ótimo enredo e reviravoltas, ótimo título, tudo muito bom. Parabéns!

    Construçao de persinagens: 10,0
    Enredo: 10,0
    Ritmo: 10,0
    Técnica: 10,0
    Desfecho: 10,0

    Nota final: minha intenção é te dar um 10 hehehehe.

    Parabéns e boa sorte!

  8. Givago Thimoti
    14 de maio de 2024
    Avatar de Givago Thimoti

    O QUE VALE É A INTENÇÃO (DELACROIX)

    Bom dia, boa tarde, boa noite!

    Primeiramente, gostaria de parabenizar o autor (ou a autora) por ter participado do Desafio Viagem/Roubo – 2024! É sempre necessária muita coragem e disposição expor nosso trabalho ao crivo de outras pessoas, em especial, de outros autores, que tem a tendência de serem bem mais rigorosos do que leitores “comuns”. Dito isso, peço desculpas antecipadamente caso minha crítica não lhe pareça construtiva. Creio que o objetivo seja sempre contribuir com o desenvolvimento dos participantes enquanto escritores e é pensando nisso que escrevo meu comentário.

    No mais, inspirado pelo Marco Saraiva, também optei por adotar um estilo mais explícito de avaliação, deixando um pouco mais organizado quando comparado com o último desafio. E também peguei emprestado do que o Leo Jardim fazia antes, com categorias e estrelinhas, e também deixando no final um “trecho inspirado”, que é uma parte do conto que achei particularmente digno de destaque.

    Mesmo diante de tudo isso, as notas e os comentários podem desagradar, como percebi hoje, dia 29/04/24. Como já está no meio do desafio, e eu já avaliei alguns participantes, eu vou manter o estilo de avaliação, “anunciando” a nota e tecendo minha opinião do mesmo jeito. A diferença é que essa nota é provisória e sujeita a alterações. Obviamente isso se estende aos contos já avaliados.

    Outra coisa que eu percebi que deu ruído até o momento também foram os critérios. Vamos lá, para tentar esclarecer: refleti bastante sobre o assunto e a minha conclusão é a seguinte: não consigo avaliar um texto literário como um conto, dentro desses critérios, sem considerá-los como um todo.  Afinal, uma técnica apurada pode beneficiar a história do mesmo jeito que o contrário pode ocorrer; um conto com a escrita não tão boa pode afetar a história, seu desenvolvimento e seu impacto e assim por diante.

    Por fim, é isso! Meu critério é esse e não sofrerá mais alteração. Creio que é o mais justo entre meu jeito de avaliar, a lisura do certame e o respeito e a consideração pelo autor/pela autora.

    AVALIAÇÃO + IMPRESSÕES INICIAIS

    + Tudo que você espera na história não vai ser desse jeito

    – Muita história para pouco espaço

    – (quando terminei a leitura na primeira vez) = acho que vou ter que ler de novo porque eu devo ter perdido algum detalhe.

    HISTÓRIA  (1,5/3) 

             “O Que Vale É A Intenção” é um conto que fala inicialmente sobre a história de um intermediário que compra obras de arte contrabandeadas no submundo do crime. Essa toada segue por pouco tempo. De repente descobrimos que Murilo, na realidade, é um clone e que Luís Marino não é um contrabandista, e sim um estelionatário, com uma vibe do vilão Mysterio do Homem-Aranha, com uma equipe cinematográfica que constrói um falso cenário…

             Depois disso, Murilo V (o quinto clone) é jogado numa espécie de masmorra estilo reality show dentro com outros clones e o Murilo original… E o conto termina aí, deixando muito aberto, quase abandonado.

             Acho que a história é muito grande para o espaço do desafio. Não sei se chegou perto dos 3.500, mas a sensação que tive é que a história poderia ser melhor desenvolvida. Talvez recontada de um jeito não tão linear (o que seria bem arriscado) ou abandonando talvez algum desses enredos…

             A sensação que tive no final, com todo o respeito, é a que são juntadas duas histórias diferentes numa só. E aí, embora ela tenha articulação entre si, não achei uma articulação tão bem-feita. Acho que faltou um pouco mais de detalhes que pudessem inserir o leitor dentro dessa narrativa, sabe? Não só uma explicação breve e irritada do vilão…

             Resumidamente, é uma história de ficção científica criativa, mas que faltou uma escolha melhor do que será abordado e um refino maior.

    TÉCNICA  (1/3)

             Eu achei a técnica um pouquinho abaixo da média. Tem algumas construções de frases que me soaram estranhas. Exemplo: Embora Luís fosse um cretino como esperado, dentre todos os contrabandistas de arte com quem já teve que interagir para seu cliente, ele era o mais sofisticado(…). Esse como esperado ficou meio deslocado na minha opinião. “Um quarto de bilhão”… tão não comum de expressar 250 milhões de reais…

             Também senti alguns erros gramaticais, mais de vírgula e pontuação. Por exemplo; “Puta merda falhamos de novo”… Puta merda! Falhamos de novo!… creio que seria o mais correto. Enfim, faltou uma revisão melhor nesse ponto.

             O que é uma pena, porque gostei bastante da descrição inicial sobre a famosa obra “A Liberdade Guia o Povo”.

             A técnica acho que poderia ter sido um pouco mais refinada. Foi uma leitura um pouco maçante com muita história, pouco detalhe.

    TEMA  (1 /1)

    Penso que o conto está adequado ao tema. Temos um suposto roubo da famosa obra “Liberdade guiando o Povo”, de Eugene Delacroix… Roubo de clones…   

    IMPACTO  (0,5/2)

             O impacto desse conto foi um tanto negativo. As reviravoltas são boas, sim, é uma história criativa, mas é como se fossem dois contos colados dentro de um só, com pouca articulação entre essas duas partes. Acho que o próprio personagem passa por essa dúvida e você, autor/autora, até mesmo expressou no conto: uma hora ele está ali, avaliando uma suposta obra de arte roubada. De repente, ele se descobre um clone, feito pelos próprios golpistas… E aí, ele é jogado numa cela reality show com outros clones da mesma pessoa…

    Então, foi uma leitura estranha, que provavelmente fez as rugas da minha testa se dobrarem como um sinal de interrogação “?”. E não foi um estranhamento legal, mas um estranhamento do tipo “ah, não, não tô lendo isso.”

    ORIGINALIDADE  (1/1)

             Eu seria um hipócrita senão falasse que esse conto não é original. Tem reality show de clone, uma maracutaia extorsiva mirabolante para pegar dinheiro, falsificação de uma obra de arte…

    Trecho interessante: Marianne guiava o povo francês na direção da Liberdade. Seus seios nus dançavam livres no ar cinzento, suas mãos carregavam a transformação: na direita a ideia, as três cores da revolução no tecido da bandeira, e na esquerda a execução, na forma do mosquete e da baioneta. O povo a seguia, homens e crianças hipnotizados por sua beleza, todos abrindo caminho entre os corpos mortos com armas em mãos. No céu, o azul do firmamento aos poucos ganhava território dentre as cinzas da guerra.

    Nota: 5

    • Delacroix
      29 de maio de 2024
      Avatar de Delacroix

      Aproveitando que estou passando por aqui para responder alguns comentários:
      Técnica 1/3 foi brincadeira, ein, Givago? Sério que tirou ponto por quê queria ponto de exclamação em um diálogo meu? E por que nunca conheceu alguém que falasse “meio bilhão” ou “um quarto de bilhão”? Na verdade, nem eu, mas o que impede do personagem falar assim? Viva as diferenças!🤣
      Vacilo isso aí.

  9. Jorge Santos
    13 de maio de 2024
    Avatar de Jorge Santos

    Olá. Achei o seu conto interessante, pelo menos conceptualmente. Anda à volta do conceito do original e do duplicado, conceito esse que também foi explorado no Homem Duplicado de Saramago. No caso do seu conto, a discussão surge em dois níveis: primeiro, existe um quadro roubado e a dúvida sobre a sua autenticidade. Achei esta primeira parte algo maçadora, mas eis que surge a reviravolta. Até o comprador é “falso”, bem como toda a cena da venda. A ideia é criativa e impactante, no final, nova reviravolta. Gostei da ideia, só esperava que a mesma fosse tratada com mais elegância. Porque só a ideia não basta se a linguagem não prender o leitor.

  10. claudiaangst
    4 de maio de 2024
    Avatar de claudiaangst

    Oi, Delacroix, tudo bem?

    O conto aborda o tema proposto pelo desafio. Há um roubo ou vários.

    Fiquei com a impressão de estar sendo conduzida por um corredor de narrativas sucessivas: primeiro, estamos no cenário da Revolução Francesa, depois acompanhamos a negociação de um quadro roubado, em seguida descobrimos que o enredo é outro, uma espécie de matrix, e assim acabamos em um reality com clones. Ou seja, não há somente uma história sendo narrada, mas um “conto-cebola”, cheio de camadas.

    Não encontrei falhas importantes de revisão. Apenas me incomodou a repetição da palavra “sugestão” com um intervalo de poucas linhas. Chatice minha, com certeza.

    O conto está bem escrito, prende a atenção, mas acredito que haja muito material para pouco espaço. Um daqueles textos com vocação para algo maior, um romance, talvez.

    O final fica em aberto, o que sugere a possibilidade de uma continuação. Seria essa a ideia? Afinal, o que vale é a intenção.

    Boa sorte!

  11. Gustavo Araujo
    2 de maio de 2024
    Avatar de Gustavo Araujo

    O conto me parece um prólogo, o preparativo para a grande história que se desenrolará – mas que não chega a acontecer. Isso me causou certa frustração, vou confessar.

    O que lemos é a introdução a um mundo, bem delineada, com diálogos bacanas e ágeis e personagens interessantes. De fato, bem no início somos levados a pensar que a trama se desenrolará sob o ponto de vista de um grupo de ladrões de arte ou algo assim. Aliás, parêntese para a descrição do quadro de Delacroix e para as técnicas de falsificação – isso tudo ficou muito bom.

    Voltando à trama, logo percebemos que tudo aquilo é um cenário, que não existem ladrões ou roubo, e que não existe nem mesmo o especialista, o avaliador. O que nos é revelado é que tudo aquilo é um cenário e que as vítimas do engodo são nada menos do clones. Rapaz, nessa hora meu cérebro deu uma guinada violenta, já que nada tinha me preparado para isso. Ficou muito bom esse twist (embora se afastando completamente do tema do desafio). Melhor ainda foi o desespero que, lentamente, toma conta do nosso pobre protagonista. Quando ele se dá conta que é só uma cópia, que não tem passado e não terá futuro, isso realmente mexe com o leitor, já que a identificação com ele é inevitável. É nessas horas que a gente pensa: e se fosse comigo? E se eu fosse um clone? E se todos nós fôssemos clones ou marionetes dançando na caixa de brinquedos de alguma criança travessa?

    Exatamente esse tipo de dilema se plantou na minha mente, caro autor, e ali ficou por horas. E quando a outra versão de Murilo diz ter certeza de que ele próprio é o original, dando margem para que o clone se questione também, aí eu pensei “foi pro dez”, porque agora o negócio vai pegar fogo, o conto vai virar uma espécie de Matrix e a gente vai perceber que, enfim, somos todos controlados. Só que… Pois é… O conto acabou. E na melhor parte! Sem direito a catarse, sem indicativos do que poderia acontecer depois… Isso foi um balde de água fria – me deu a impressão de que você, caro autor, não soube como arrematar essa idéia tão boa. Bem, talvez possa desenvolver essa história mais para frente (#ficaadica). Essa ausência de final – bem, talvez eu esteja sendo egoísta, já que o final pode ser justamente esse – me frustrou bastante, você percebeu. Mais do que a fuga ao tema kk Mas é um ótimo primeiro capítulo, pode-se considerar. Deixo aqui minha torcida para que haja uma continuação que explore esses aspectos relacionados ao que nos torna humanos. Parabéns e boa sorte no desafio.

    • Luis Guilherme
      16 de maio de 2024
      Avatar de Luis Guilherme

      Fala, Gustavão! Cara, discordo que o conto fugiu do tema. O tema continuou sendo roubo, mas à partir do twist, ao invés de roubo de obra de arte, se tornou roubo de dinheiro puro e simples. Os ladrões precisavam convencer a vítima de que ele estava pagando o dinheiro pela obra, pois o governo parece ter criado um novo sistema de segurança onde apenas a senha não é mais suficiente. Agora, para ser possível a transferência, era necessário que a pessoa também tivesse a intenção de transferir. Ou seja, não adiantaria mais apenas clonar a vítima e torturar o clone para que ele fizesse a transferência usando a senha. Seria necessário que o clone tivesse a intenção de transferir o dinheiro (daí o título do conto). Assim, toda a mentira sobre a obra de arte era apenas um engodo para que a vítima tivesse a intenção de enviar o dinheiro, caindo num golpe e sendo roubada.

      Pelo menos foi meu entendimento, o autor pode me corrigir se eu estiver errado. Desculpa me meter, gostei muito do conto e vim ler os comentários hahahahah

      • Gustavo Araujo
        28 de maio de 2024
        Avatar de Gustavo Araujo

        É verdade, Luis. Não tinha atentado para esse detalhe. É que fiquei tão frustrado com o fim do conto (que para mim merece ir bem adiante) que acabei deixando essa questão de lado. Merece uma releitura. Valeu!

      • Delacroix
        29 de maio de 2024
        Avatar de Delacroix

        Tendo a não responder os comentários no meu conto pois, se me elogiam fico encabulado demais para agradecer, e se a pessoa não entendeu a minha intenção, vejo mais como uma falha minha do que do leitor. Mas, neste caso, com um leitor vindo ao meu socorro, só tenho a agradecer. Sim, a explicação do Luis está corretíssima!
        Uma pena que não tenha gostado do final, Gustavo. O seu comentário original, na verdade, me fez pensar muito sobre mudar o final (aliado ao comentário do Vladimir Ferrari, mais abaixo). Mas, depois de muito pensar, achei que esta era, mesmo, a essência do conto. Esta mudanca de paradigmas, a reflexão no final, fim abrupto e tudo.
        Por favor, não fique chateado comigo! hahahaha

  12. Queli
    27 de abril de 2024
    Avatar de Queli

    Apesar da história ser muito interessante, o autor falhou na pontuação, deixando o texto um tanto confuso em certas passagens.

    Uma coisa que me incomodou bastante foi o não uso do travessão nos diálogos.
    o uso de aspas sempre remete à ideia de pensamento, não falado.

    EXEMPLO:

    “Então é isso? Você vai me matar?”, falou Murilo — se é que aquele era mesmo o seu nome. “Aquela porta é o seu matadouro?”

    Apesar dessas “falhas”, a história foi muito bacana. Curti!

    • Delacroix
      29 de maio de 2024
      Avatar de Delacroix

      Olá Queli, obrigado pelo comentário e pela leitura. Fico feliz de ver que tenha curtido!
      Poderia citar alguns exemplos de pontuação confusa?
      Quanto as aspas em diálogos, isto é pratica bem comum no mercado. Se você se incomodou com aspas no lugar de travessões, prepare-se para a nova onda de autores contemporâneos que não estão usando marcação nenhuma para diálogos!

  13. Sidney Muniz
    25 de abril de 2024
    Avatar de Sidney Muniz

    Coroa: Caro autor, independente de nossa opinião faço um trocadilho com seu título dizendo que ainda que eu não tivesse gostado do seu conto, o que vale é a intenção.

    Cara: Coroa, você está de brincadeira, né? Você gostou desse conto mesmo?

    Coroa: Rapaz, não sei, eu comecei lendo e de cara vi que a aplicação das vírgulas não está ok, na verdade tem bastante falha nesse sentido.

    Exemplo:

    Ele a examinava de tão perto, que podia notar as pinceladas de Delacroix, feitas há quase duzentos anos.

    Cara: Sim, é disso que estou falando. Também não gosto desses diálogos entre aspas. Travessão é melhor.

    Coroa: Cara, isso é opção do autor, eu também torço o Nariz para isso, mas certo é que o autor tem um plot interessante nesse conto que nos faz viajar.

    Cara: nisso concordo, Coroa! É mesmo uma viagem esse conto.

    Coroa: Outro ponto muito interessante é o final aberto que nos faz criar teorias. Achei bem instigante.

    Cara: Coroa, você acaba me convencendo. Outra coisa que não gostei muito foi da construção do primeiro parágrafo, e a leitura inicial me cansou, mas a partir desse plot que você falou o conto me prendeu bastante e para confessar, eu curti.

    Coroa: Pois é, a entrada do conto tem uma falha na narrativa para mim também, mas talvez seja gosto pessoal. A escrita precisa melhorar um pouco, mas nada que atrapalhe, é questão de prática mesmo.

    Cara: Talvez seja só o estilo dele ou dela, Coroa!

    Coroa: Cara, você tá mais calminho hoje.

    Cara: Coroa, estou mesmo, mas não enche meu saco, aproveita que estou de boa e você dá a nota desse conto.

    Coroa: bem, vamos lá, eu dou nota 8,5 para esse conto. Gostei bastante dele. Pode ser?

    Cara: Coroa, hoje tô relax! Nota dada!

  14. Mariana Carolo
    24 de abril de 2024
    Avatar de Mariana Carolo

    Começou a história e eu achei que seria algo no estilo “O pintassilgo”. Daí o conto dá uma virada e vai para “Não me abandone jamais”. Uma virada assim é difícil de dar certo, o que Eugene pincelou habilmente (tive que fazer um trocadilho besta). Admito que achei que ia gostar menos do que acabei gostando. História – 4,5/5

    A narrativa é segura, bem construída. Nada a reclamar. Narrativa 4/4

    A imagem é bem escolhida (uma versão desse quadro em movimento, na Bienal, foi uma das coisas mais legais que eu já vi). Saquei o título depois de ler ele de novo, após o conto. 1/1

    Muito bom!

  15. Priscila Pereira
    16 de abril de 2024
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Delacroix! Tudo bem?

    Vou deixar minhas impressões sobre seu conto, lembrando que é a minha opinião e não a verdade absoluta. (Obviamente)

    Muito bom! Fugiu do óbvio, começou enganando o leitor de que seria um conto sobre roubo de arte e terminou sendo de roubo de identidade, com clones e um reality show e tudo! Achei bem original o uso do tema!

    Os personagens são muito bons, bem desenvolvidos e por serem tão poucos, foi possível aprofundar bem. Tudo que o Luís fala sobre os “copiadores” faz muito mais sentido quando descobrimos a história toda…

    Esse negócio de clones e do quanto eles podem ser considerados pessoas, com alma, sentimentos, e essas coisas sempre dão boas histórias, porque não tem como a gente saber… Não ainda… E talvez, mesmo depois, não dê pra ter certeza… O desespero do clone que achava que podia ser o original foi bem explorado. Como deve ser descobrir que não é real?

    O conto está muito bem escrito, notei apenas um lapso de revisão, no mais está tudo muito fluído, fácil de ler e entender. Gostei bastante!

    Boa sorte no desafio!

    Até mais!

  16. Vladimir Ferrari
    15 de abril de 2024
    Avatar de Vladimir Ferrari

    Diz Stephen King que uma estória começa na mente do escritor e termina na mente do leitor. Eu guardarei com extremo carinho um trecho do texto que se inicia com a frase: “Sabe, de certa forma o trabalho de quem copia é muito mais refinado do que o trabalho de quem cria.” A viagem se processa na mente do leitor, numa cascata de de cenas interessantes. Alguns dos comentaristas podem avaliar que houve apenas sugestão de roubo e de viagem, mas é interessante a sua maneira de lidar com a mente do leitor, fazendo-o crer no que hora é avaliação de obra de arte, hora avaliação da própria existência.
    Recomendaria um cuidado especial em algumas partes do texto com a palavra “que”. Algumas repetições são desnecessárias. Particulamente, ficaria com o plot da revelação de que o roubo de informações financeiras deu errado, executaria sumariamente o clone e colocaria Luís Marinho cobrando os comparsas para retirar a “intenção” da próxima cópia. Sucesso no desafio.

    • Delacroix
      16 de abril de 2024
      Avatar de Delacroix

      Não entendi o motivo dos dois “dislikes” no seu comentário. A sua sugestão no final foi a melhor que recebi até agora. Concordo muitíssimo. Obrigado pelo comentário!

      • Vladimir Ferrari
        16 de abril de 2024
        Avatar de Vladimir Ferrari

        Talvez porque você entendeu como o que ela é, ou seja, “sugestão”. Alguns acham imposição. Li a respeito de “trocar ideias e crescer todos juntos”, mas nunca pretendo impor nada. Sugiro e se for do gosto, maravilha: argumentaremos a respeito. Mas se não foi interessante, descarte e jogue fora. Abraços. Findo o desafio, poderiamos trocar figurinhas a respeito do tema, quem sabe? Abraços.

  17. Mauro Dillmann
    13 de abril de 2024
    Avatar de Mauro Dillmann

    O conto é bem escrito, correto na língua portuguesa, revisado.

    O conto começa de um modo quase realista e, de repente, leva o leitor para outro lugar, tem uma virada totalmente ficcional, fala em clone, tela LED, reality, ganha um mundo paralelo, futurista.

    O enredo em si não me prendeu. Nota-se a opção por uma escrita mais alongada, desdobrada em palavras, aspecto que soou cansativo. Às vezes o leitor percebe que o conto pode ser enxugado. Exemplo: “interrompeu o caminhar, como se alguém tivesse apertado o botão de pause”. No meu entender, a passagem “como se alguém tivesse apertado o botão de pause” é totalmente dispensável.

    Traz a opção por construir personagem com pensamento racional, acompanhado de falas baseadas em possíveis cientificidades, como por exemplo: “Você pode não notar a diferença pequena de tempo que leva para um sinal ser interpretado pelo seu olho e enviado para processamento, até ser transformado em informação. Mas a verdade é que antes disto tudo acontecer, o seu cérebro já decidiu o que ver e sentir baseado no que ele acha que você deveria estar vendo e sentindo”. Enquanto leitor, lições morais ou explicações científicas, me cansam, ainda que definam características de determinado personagem.

    Considerando o tema “viagem”: de alguma forma, o conto contemplou porque o enredo é uma “viagem” total. Não identifiquei ‘roubo’ como sendo o tema do conto.

    Embora não tenha atendido minhas expectativas, creio que seja um conto que possa agradar outros leitores, mais acostumados com textos semelhantes.

    Parabéns!

  18. Antonio Stegues Batista
    13 de abril de 2024
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    O conto no gênero syfy aborda a ciência da genética com a clonagem humana, também o gênero Policia/Crime e entretenimento  com reality show, abordando o tema Roubo. O início é interessante, com o diálogo do avaliador e o vendedor de obras roubadas que, naturalmente vende a obra por um preço baixo. Também gostei da parte em que o avaliador descobre que é um clone, seu verdadeiro corpo está em outra sala, desacordado. Os bandidos usam o clone para extrair de sua memória as senhas dos bancos e roubar o dinheiro. O enredo até poderia ser bom, mas a ideia de torturar o clone e não o original, não me convenceu, me parece descabida porque seria mais barato, mais fácil, mais lógico, transferir a memória do homem para a tela do computador e não para o clone. A intenção foi boa. Mas o conto é assim e assim devo avaliar.

  19. Emanuel Maurin
    11 de abril de 2024
    Avatar de Emanuel Maurin

    O avaliador de um quadro descobriu que era clone. O pobre falhou e foi jogado numa sala com outros clones, que eram observados por câmaras (Big Clone) e ele começa a criar memorias sobre si mesmo. A história começa com a descrição de uma obra de arte, a descrição tá legal, mas achei que teve muita descrição num lugar que não traz tanta relevância a trama. Depois o autor apresenta Murilo como que se ele caísse de paraquedas no enredo e depois lançou um dialogo sem mostrar o cenário ou descrever os personagens: (“É o original, sem dúvidas”, “É claro que é”, falou a outra voz na sala. “Como conseguiu?)

    Quem é essa outra voz na sala? Essas falas precisam ser explicadas.

    A trama tá legal, tem reviravolta, a narrativa é fluida, mas a transição das cenas são um pouco abruptas. O conto tem coerência. Os diálogos são um pouco forçados. Os personagens não foram aprofundados.

  20. Kelly Hatanaka
    11 de abril de 2024
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Costumo avaliar os contos com base nos seguintes quesitos: Tema, valendo 1 ponto, Escrita, valendo 2, Enredo, valendo 3 e Impacto, valendo 4. Abaixo, meus comentários.

    Tema
    O conto atende ao tema. Uma quadrilha realiza roubos milionários convencendo clones a fechar negócios. Por conta da tecnologia que detecta a intenção, os clones devem ser persuadidos. Quando o processo falha, o clone é utilizado em um reality show. Além do roubo, propriamente dito, que é o objetivo final da quadrilha e que põe o conto em movimento, há a liberdade roubada dos clones, bem como a razão e a realidade.

    Escrita
    Excelente. Não encontrei erros, não que eu tenha procurado, os personagens são bem definidos, os diálogos, bem feitos. Muito bom de ler.

    Enredo
    O ponto forte. Às vezes, um plot twist faz com que eu, como leitora, me sinta traída, mas aqui tudo funciona. Comecei a ler achando que era uma história de roubo de arte, assunto que sempre me intrigou, pois não consigo entender porque alguém pagaria uma fortuna por uma peça roubada e famosa. Daí, de repente, não era nada disso. Gostei desse toque de ficção científica sobre a intenção. E, do nada, um reality show de clones. Gostei muito.

    Impacto
    A forma com que o conto foi conduzido já é impactante, pois nos leva da superfície às profundezas em cinco segundos. Gostei dos questionamentos filosóficos. Nós vemos o que queremos ver. Nós acreditamos no que queremos acreditar. O clone que persiste acredita ser o original e criou para sim um passado, que o novo clone assume para si. Me fez pensar que ele só persiste, que ele só não se entrega à loucura por causa deste passado, por conta desta ficção que ele criou para si mesmo.

    Parabéns e boa sorte no certame.

    Kelly

  21. Regina Ruth Rincon Caires
    10 de abril de 2024
    Avatar de Regina Ruth Rincon Caires

    Acredito que existe, na construção do texto, a intenção de mostrar uma “organização criminosa” que mantém o mercado clandestino de obras de arte. Luís Marino é quem cuida do “roubo” e da venda das peças, e para isso há uma galeria secreta. – “Estavam a sós naquela sala luxuosa, de carpete vermelho e cortinas de veludo. Cada parede exibia uma dúzia de peças roubadas de uma dúzia de lugares diferentes”. – Murilo é quem avalia a autenticidade, estabelece o valor a ser pago pelos compradores (seus clientes), chegando a um acordo com Luís. Acredito que, até aqui, consegui perceber o tema ROUBO.

    A partir do momento em que Murilo questiona a razão de não se lembrar de tudo que ocorreu antes da chegada dele até aquela sala, a história segue outro rumo. É mostrada a parte da clonagem do avaliador. Murilo não é Murilo, é cópia, não é autêntico. Luís e “alguns outros”, com certeza, trabalham em clonagem humana, “roubo” de identidade, “roubo” de habilidades. E aparece um entrelaçamento de vários clones de Murilo, alguns já descartados. E, no espaço para onde foi levado e onde ficaria guardado, um outro Murilo está sentado no chão, e garantindo que ele era o “original”. Então, os dois Murilos ficam conversando sobre o passado, cada um querendo saber das lembranças que guardaram, querendo construir o “verdadeiro” Murilo.

    Há teor de FC, confesso que não entendo quase nada sobre isso, mas me esforcei muito para analisar. E posso ter “viajado” na crítica. Pronto: se “viajei”, ajudei no cumprimento do tema! Brincadeira… Respeito muito quem tem competência para escrever qualquer texto sob esta perspectiva.  

    Gostei da menção ao quadro de Delacroix, como não conheço muito sobre pintores e pinturas, pesquisei e aprendi mais um pouquinho. Valeu…

    A escrita é firme. A leitura é fluente. Admiro o uso de aspas em lugar do travessão. Técnica trabalhosa. O desfecho é desalentador para o personagem, qual será o seu fim?

    Delacroix, parabéns pelo trabalho!

    Boa sorte no desafio!

    Abraço…

  22. Angelo Rodrigues
    10 de abril de 2024
    Avatar de Angelo Rodrigues

    Olá, Delacroix,
    O conto tem uma estrutura legal, não é inédita, mas tem um clima muito bom.
    Trata-se de uma tentativa de roubo de identidade por meio da clonagem da vítima, deixando nele – no clone – apenas uma memória suficiente para que dados privilegiados sejam roubados, com  uma possível transferência de dinheiro. Legal isso.
    Há, entretanto, algumas questões. Não há viagem. Não há efetivamente um roubo, dado que a personagem clonada não se revela capaz de passar aos “bandidos” as informações necessárias ao roubo. Tudo se passa num ambiente comum, cênico, em algum lugar não especificado pelo autor.
    Assim que comecei a ler o conto, que ia bem, notei uma certa implausibilidade no objeto escolhido. Roubar aquele quadro e tentar vendê-lo, creio, nem um clone acreditaria, por mais trouxa que fosse. A despeito de o conto ser bem legal, o autor, acredito, não fez uma boa escolha neste aspecto. Talvez algo mais plausível de ser roubado pudesse passar mais credibilidade. Não ao clone, que este poderia, talvez, aceitar qualquer coisa que lhe fosse passada, mas ao leitor, que, de cara, desacredita do texto que lê. Tal escolha me fez saber algo ainda irrevelado pelo autor. Não era plausível que aquilo que lia fosse real. Havia algo além.
    Mas, creio, não seja esse o ponto chave do conto, e sim o fato de o conto, por longo tempo se mover em direção a um golpe financeiro e, de repente, conforme o texto vai ganhando robustez, toda a questão se vira em direção ao nível de consciência dos possíveis clones – ou não. Não fica claro, dado que um deles jura que é a figura principal, não o clone.
    Houve uma mudança de eixo bastante significativa. Eu não saberia dizer exatamente sobre o core do conto, se é roubo, se é consciência reminiscente dos robôs. Se tivesse de optar, ficaria com essa última, dado que, das duas, é a mais factível, ao menos no texto.
    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.

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Publicado às 9 de abril de 2024 por em Viagem / Roubo e marcado .