EntreContos

Detox Literário.

O Túmulo do Homem Invisível (Sebastian Caine)

A primeira vez que encontrei aquele homem, foi num banco do parque harmonia. ele estava dando miolos de pão para os pombos. Eu estava acostumado a dar minhas caminhadas matinais e sentar naquele mesmo banco. A presença do estranho não me intimidou. Sentei e fiquei algum tempo observando as aves até que resolvi iniciar uma conversa.

一 Lembro que na minha adolescência, eu atirava chumbinho nos pombos com uma carabina de pressão.

一 Que malvadeza!

一 Naquele tempo eu era o terror do bairro. Sabe como é, adolescente rebelde sem causa.

一 Desculpe dizer, mas é índole má.

一 Tinha, mas eu mudei. Cresci, virei um rapaz sério, responsável. E você?

一 Me chamo Moreira, é como todo mundo me chama.

Ao ouvir aquele nome, Raul teve uma leve lembrança do passado no educandário.

一 Sou o Raul. És de onde?

一 Do interior do estado, vim pra capital estudar no Educandário São Jorge.

一 Ah! Eu também estudei no Educandário São Jorge. Mas eu não lembro de você lá. Aliás, estou desconfiado que estou começando a ter Alzheimer.

一 Que idade tens?

一 Sessenta e nove.

一 Pode ser da idade que vai avançando e a pessoa vai perdendo as lembranças.

一 Não. Acho que é aquela doença. Outro dia, quando acordei, não me lembrava de nada, que dia era, que hora era, onde estava, quem eu era. Foi horrível, apesar de ter acontecido por alguns segundos. Outro dia, quando voltei de uma caminhada, não lembrava qual era a minha casa. Isso também foi por pouco tempo. Resolvi pintar o portão de vermelho para diferenciar das casas vizinhas. 

一 É uma ótima ideia.

一 Também achei, mas e se eu esquecer que o portão é vermelho?

一 A memória tá tão ruim assim?

一 Piorra cada vez mais. Tenho medo de não lembrar mais do meu passado, das pessoas que conheço, do meu filho, da minha falecida esposa, dos tempos que a gente namorava. Só lembranças boas.

一 E se você escrever as tuas memórias num livro?

一 Não adianta, mesmo que eu escreva, não vou lembrar daquilo.

一 É verdade.

****

Um dia acordei sem lembrar de nada, nem de mim. Sem nenhuma referência mental. Em poucos segundos, um vazio assustador. As imagens passavam como fantasmas e se desvaneciam como fumaça ao vento.Mas eu não falei nada para o meu filho. Em vez disso, anunciei:

一 Eu vou viajar

一 Pai, o senhor já não têm mais idade para viajar sozinho. Eu tenho o meu trabalho. Nem nas férias vou conseguir sair da cidade, ainda mais agora que estão construindo o novo prédio da firma.

一 Não importa, vou sozinho. Pessoas mais velha do que eu estão viajando desacompanhadas e aproveitando a aposentadoria. Ainda tenho forças  e raciocínio pra me virar sozinho longe de casa. Tenho saúde pra dar e vender.

一 Por que essa decisão agora?

一 Quero aproveitar enquanto tenho força e lucidez, é isso. Além disso, quero visitar um lugar especial que me trás recordações de alguém.

一 Da mamãe?

一 Não. Da Luciana Colini. Lembra que eu falei dela?

一 Aquela sua namorada francesa?

一 Não, Luciana era italiana. Passou algum tempo no Brasil, parece que o pai dela era cônsul, ou algo parecido, um diplomata italiano. Por isso ela fala o portugues fluentemente. Eu estava de férias, passando alguns dias em Roma quando a conheci num restaurante. Éramos jovens, eu com 28 anos, ela com 26 e naqueles trinta dias nos amamos selvagemente. Infelizmente tive que voltar para o Brasil. Ela prometeu que viria me procurar. escrevi cartas, ela respondia e um dia parou de escrever. A última carta que escrevi foi devolvida porque o remetente não morava mais no endereço.  Hoje eu fico me perguntando, onde eu estaria se tivesse casado com ela? Provavelmente na Itália.

一 Então é por isso que o senhor quer ir à Itália? Mas pai, já se passaram mais de quarenta anos. Não tem lógica o senhor procurar a Juliana agora.

一 Não estou pensando nisso, apenas quero voltar aos lugares que estive, recordar os bons tempos. Eu também estive na Itália com Georgina. Passamos a lua-de-mel em Toscana.

一 E o senhor não pode recordar os bons tempos aqui em casa?

一 Não diga besteira, Diogo.

****

Chegando em Roma, ficamos hospedados no Soho House Hotel. Ficamos dois dias descansando da viagem e depois fomos visitar a Basílica de São Lourenço e o Cemitério Monumental Verano, ao lado. Sempre gostei de cemitérios, de passar horas lendo as lápides, mas naquele dia não demoramos muito. Diogo estava impaciente e com pressa de chegar logo na Via Ápia. Um ônibus nos deixou no cruzamento da Via de Torrícula com a Via Appia Antica. Fomos a pé até o Mausoléu de Pompeo Magno, consul e general romano. Eu me lembrava do nome dele, quem era, lembrava que morreu assassinado aos 57 anos em Pelúsio, Egito, que seus restos mortais foram embalsamados e levados para Roma. Eu me lembrava de Luciana, de quando alugamos duas bicicletas para passear pela Via Ápia, lembrava de quando paramos diante daquelas ruínas e ela pegou-me pela mão e me levou para a parte de trás. Entramos por um buraco na parede  e ali dentro, transamos. Eu me lembrava de tudo isso e de repente, ali, sob o sol da Itália, aquele lapso de memória inundou minha cabeça, esqueci de tudo. Minhas lembranças desvaneceram, ruíram como um castelo de cartas.

Notei, adiante, na rua estreita, duas turistas que me olhavam, uma mulher jovem e outra mais velha. A mais jovem deu um leve empurrão na mais velha. Ela hesitou mas decidiu vir falar comigo. Parou na minha frente, sorriu.

一 Não está me reconhecendo?

Eu, com a cabeça vazia, não sabia nem onde estava e porque estava. Tive uma leve lembrança, não sei de onde, de estar pisando em restos mortais embalsamados.

一 Sou a Luciana Colini. Tivemos um breve relacionamento alguns anos atrás, aliás, bastante anos. Você voltou para o Brasil. Prometemos nos reencontrar.

A mulher falava mas eu não entendia o que estava dizendo, eu estava sem a capacidade de entender e lembrar, os neurônios das recordações trancaram suas portas. As nuvens na minha mente reavaliaram na fuligem das vidraças dos meus olhos, enrolaram-se e despencaram no vazio dos meus lábios.

Ela continuou: 一 Confesso que nunca te esqueci, Raul Moreira, e até desejei te procurar, mas para isso eu teria que renunciar a minha família, o meu emprego, a minha carreira.

Entro no vasto palácio da minha memória, tento ver no telão do vestíbulo um resumo das imagens do meu passado, mas elas estão borradas. Vislumbro apenas a certeza de que estou na Via Ápia, uma avenida de mausoléus, uma rua de mortos. Uma mulher estranha está falando comigo, não entendo o que diz, talvez eu tenha morrido e minha tumba esteja na beira deste mesmo caminho.

一 Teu filho conseguiu me encontrar e tramou com minha sobrinha, esse encontro. Ela sabia que eu queria  te ver mais uma vez, ainda mais agora. Eu não sabia que eles tinham planejado nos colocar juntos, bem aqui, na Via Ápia, de onde temos boas recordações.

Tento forçar e reativar as minhas memórias. Sinto que é urgente. Como um mineiro ansioso, escavo a superfície da mente em busca do metal precioso, a lembrança de alguém, mas a imagem está distante no tempo e espaço, difícil saber quem é, quem foi.

一 Mas nós não somos os mesmo. 一 diz a mulher. 一 Envelhecemos, não temos mais a beleza da juventude. Eu me casei, me divorciei. Agora estou com câncer e tenho poucas semanas de vida. Foi por isso que minha sobrinha concordou com teu filho, para nos encontrarmos mais uma vez, pela última e definitiva vez.

****

No banheiro, paro diante do espelho . Pelo menos tenho certeza de que estou diante de um espelho, porque os espelhos refletem aquilo que  tem diante de si. Mas é estranho. O rosto que eu vejo é do homem que dá miolos de pão para os pombos na praça.

Alguém me chama de pai.

一 Pai, deixa eu te enxugar.

Fim

Sobre Fabio Baptista

16 comentários em “O Túmulo do Homem Invisível (Sebastian Caine)

  1. claudiaangst
    8 de maio de 2024

    Oi, Sebastian, tudo bem?

    O conto aborda o(s) tema(s) proposto(s) pelo certame. O protagonista/narrador viaja com o filho para a Itália. Há também uma viagem ao passado, uma viagem pelo vale das lembranças. Além disso, pode-se dizer que a memória do homem está sendo roubada.

    Há algumas falhas de revisão que podem ser facilmente eliminadas:

    parque harmonia. ele […] > parque Harmonia. Ele […]

    Piorra > Piora

    trás recordações > traz recordações

    portugues > português

    consul > cônsul

    Ela hesitou mas decidiu > Ela hesitou, mas decidiu

    nem onde estava e porque estava. > nem onde estava e por que estava lá.

    bastante anos > bastantes anos

    A mulher falava mas eu não > A mulher falava, mas eu não

    o meu emprego > ao meu emprego (renunciar a alguma coisa)

    não somos os mesmo > não somos os mesmos

    que tem diante de si > que têm diante de si (o verbo TER na terceira pessoa do plural recebe acento circunflexo, ele tem, eles têm)

    A linguagem empregada no geral é simples e clara, mas tem os seus momentos de pura poesia:

    “As nuvens na minha mente reavaliaram na fuligem das vidraças dos meus olhos, enrolaram-se e despencaram no vazio dos meus lábios”.

    Achei bem bonita essa construção que retrata a confusão da mente do personagem.

    O final é tenso, um tanto apressado e melancólico, mas realista. Não é um desfecho feliz, mas dentro do esperado.

    Boa sorte!

  2. Gustavo Araujo
    30 de abril de 2024

    Muitas histórias foram concebidas a respeito de pessoas com doenças generativas, Alzheimer inclusive. Dramas humanos sempre têm aquele potencial que, explorado adequadamente, levam a viagens fascinantes, seja pela jornada em si, seja pelos resultados. É essa a aposta que se vê neste conto curto: o homem que, prestes a perder aquilo que o torna uma pessoa – suas memórias – decide reencontrar um amor do passado antes que tudo se evapore.

    É uma premissa bem interessante, mas que, receio, não foi explorada em todo o seu potencial, mormente se considerarmos o limite generoso do desafio. As idéias, as boas idéias estão ali, mas apenas arranham a superfície, carecendo de um aprofundamento necessário. Apesar de toda a questão existencial envolvida, não há tempo para nos identificarmos com o protagonista Raul e nem de compreender o amor tardio dele por Luciana.

    Boa sacada, porém, foi narrar a história em primeira pessoa, o que pode servir como explicação para os lapsos de ortografia e para os buracos na trama – assumindo, claro, que foram intencionais.

    Do meu ponto de vista, contudo, esse pequeno romance de última hora teria ficado melhor se narrado em terceira pessoa, com um narrador não confiável. Creio que isso daria ao desenvolvimento uma insegurança bem vinda. Nesse aspecto, um maior passeio pela geografia romana também teria sido interessante, com Raul procurando por sua amada, por sua própria história, em locais como o Vaticano, o Coliseu, o Foro Romano, o Panteão de Marco Aurélio e assim por diante. Mas esse sou eu – leitor rabugento – pensando. Claro que o autor tem todo o direito de desenvolver a história a seu modo, mas é que a abundância de material bom, bem como a presença de uma premissa interessante (ainda que não inédita), terminam por levar a imaginação bem longe.

    Gostei, de todo modo, da maneira como o arco final toca o arco inicial. Eu sinceramente não esperava isso, esse encontro das duas personas do protagonista – o antigo e o novo, o desmemoriado e o cheio de vida. Ficou ótimo. No fim das contas, com Alzheimer ou não, é assim que nos vemos à medida que a idade chega, reencontrando nossos eus do passado e sopesando nossas próprias escolhas. Borges que o diga…

    Bom trabalho e boa sorte no desafio.

  3. Givago Thimoti
    28 de abril de 2024

    O Túmulo do Homem Invisível (Sebastian Caine )

    Bom dia, boa tarde, boa noite!

    Primeiramente, gostaria de parabenizar o autor (ou a autora) por ter participado do Desafio Viagem/Roubo – 2024! É sempre necessária muita coragem e disposição expor nosso trabalho ao crivo de outras pessoas, em especial, de outros autores, que tem a tendência de serem bem mais rigorosos do que leitores “comuns”. Dito isso, peço desculpas antecipadamente caso minha crítica não lhe pareça construtiva. Creio que o objetivo seja sempre contribuir com o desenvolvimento dos participantes enquanto escritores e é pensando nisso que escrevo meu comentário.

    No mais, inspirado pelo Marco Saraiva, também optei por adotar um estilo mais explícito de avaliação, deixando um pouco mais organizado quando comparado com o último desafio. E também peguei emprestado do que o Leo Jardim fazia antes, com categorias e estrelinhas, e também deixando no final um “trecho inspirado”, que é uma parte do conto que achei particularmente digno de destaque.

    Avaliação + Impressões iniciais

    Eu não gostei desse conto, com todo o respeito. 3.500 palavras para serem usadas, um bom tempo para ser escrito, revisado e enviado e o autor não aproveitou isso. A sensação que tive é a que eu li um rascunho feito no celular, feito nas coxas.

    TÉCNICA  (0,5/3)
    Acho que o primeiro parágrafo dá o tom do conto, nesse aspecto:

    “A primeira vez que encontrei aquele homem, foi num banco do parque harmonia. ele estava dando miolos de pão para os pombos. Eu estava acostumado a dar minhas caminhadas matinais e sentar naquele mesmo banco. A presença do estranho não me intimidou. Sentei e fiquei algum tempo observando as aves até que resolvi iniciar uma conversa.”

    Infelizmente, a primeira impressão é a que fica: o autor foi muito descuidado com o aspecto gramatical do conto. Faltou, claramente, uma revisão para limpar boa parte dos erros do conto. Não vou me debruçar muito sobre os erros gramaticais, destacando um por um, porque não é meu estilo. Mas fica minha recomendação ao autor/autora, que eu recebi do Jorge Santos, e que considero válida de ser repassada (já adianto que é meio duro): “Se o leitor investe o seu tempo a ler, o mesmo leitor espera, no mínimo, que o escritor tenha investido tempo na revisão do texto.” Pois bem, faltou esse esmero e cuidado do escritor.

    Técnica simples demais, infelizmente, mesmo com algumas construções bonitas.

    HISTÓRIA  (1/3)

    O Túmulo do homem invisível conta a história de Raul Moreira, um senhor de 69 anos que sofre com o mal de Alzheimer. Uma viagem para a Itália é arranjada pelo filho, para que o pai possa aproveitar uma última vez Roma.

    A história tem potencial, mas é extremamente prejudicada pela execução. Com alguma semelhança a memória afetada pelo Alzheimer, Túmulo do Homem Invisível é como se fosse uma colcha de retalhos. A primeira parte especialmente me pareceu um tanto desconexa do restante. E aí ela vai pulando, sem muita articulação entre as partes. Isso também prejudicou bastante.

    Por exemplo, num parágrafo, o filho fala que não tem como viajar, por motivos profissionais. Logo depois, Raul Moreira tá na Itália encontrando uma amante do passado…

    A história não desenvolve, não se aprofunda. Ela joga as coisas para o leitor, sem se envolver com o leitor. Luciana vai e vem. O filho vai e vem. Ninguém diz para o que veio. Faltou muito desenvolvimento.

    TEMA  (1/1)
    Adequado ao tema, a viagem está ali.

    IMPACTO  (0/2)

    Impacto baixíssimo: a história não conecta com o leitor.

    ORIGINALIDADE  (0/1)
    Confesso que foi difícil encontrar originalidade nesse conto. Infelizmente, a execução prejudicou demais a história

    Trecho-destaque: “ Entro no vasto palácio da minha memória, tento ver no telão do vestíbulo um resumo das imagens do meu passado, mas elas estão borradas. Vislumbro apenas a certeza de que estou na Via Ápia, uma avenida de mausoléus, uma rua de mortos. Uma mulher estranha está falando comigo, não entendo o que diz, talvez eu tenha morrido e minha tumba esteja na beira deste mesmo caminho”

    Infelizmente, embora esse trecho seja bonito, como todo o conto, ele é prejudicado pela escrita.

    Nota: 2,5

  4. Queli
    23 de abril de 2024

    triste e chocante…. Fiquei me imaginando na pele do Sr Moreira…. Parabéns! Gostei muito

    • Queli
      28 de abril de 2024

      Complementando.

      Dentro do tema. Original. Excelente escrita. Não teve uma reviravolta, mas ainda assim, um bom conto.

      Sugestão: após a viagem, quando ele se olhasse no espelho, poderia recordar (naqueles lampejos de memória), quem era a Luciana, e batesse um desespero por não ter conversado direito com ela, não ter dito tudo o que sentia. Daí, pensasse em desabafar com o homem da praça, que aliás, parecia muito com a imagem refletida, momento em que ele esquecia de novo de Luciano. O filho o chama.

      Como eu já disse, amei o conto! Parabéns!

  5. Thales Soares
    18 de abril de 2024

    Escrita:
    O conto é narrado de forma reflexiva, abordando temas como memória, identidade e a inevitabilidade da morte. As descrições são boas e a escrita é fluida, sem cansar o leitor com detalhes desnecessários. Aliás, essa questão de leveza do conto, inclusive o tamanho reduzido dele, foi um ponto positivo, pois eu li num instante, e nem percebi o tempo passar. Li duas vezes, inclusive. Outro belo destaque na parte da escrita vai para os diálogos, muito bem aplicados.

    Adequação ao Tema:
    O tema de “Viagem” foi bem abordado, não apenas no sentido literal, com a jornada do personagem até Roma, mas também no sentido metafórico, representando uma viagem através das memórias e do próprio entendimento de si. O “Roubo” também é explorado mostrando o roubo gradual da memória e da identidade do protagonista devido à sua condição de saúde.

    Entretenimento:
    Aqui, infelizmente, vou ter que analisar me balizando unicamente pelos meus gostos pessoais, pois é desta forma que estou analisando todos os contos deste desafio. E… por uma pura questão de gosto, eu não gostei muito deste conto. Ele é intensamente emotivo e contemplativo. Me pareceu um pouco melancólico demais para o meu gosto. O diálogo com a antiga namoradinha do véio no final foi bem interessante. No entanto, o final eu achei um pouco confuso (de forma proposital, devido à perspectiva do personagem narrador, que sofre da doença degenerativa do cérebro), tanto é que tive que voltar ao começo e reler. Por ser um conto curto, não foi uma tarefa difícil. Mas mesmo assim, não me agradou, apesar de eu reconhecer que é um bom conto.

    Conclusão:
    PONTOS POSITIVOS:
    – Escrita fluida e tranquila de se ler.
    – Aborda os dois temas de forma bem interessante.
    – Diálogos bem escritos.

    PONTOS NEGATIVOS:
    – Trama melancólica um pouco cansativa (para mim)
    – Personagens desinteressantes.
    – Final meio confuso.

  6. Vladimir Ferrari
    15 de abril de 2024

    Ou a narração desse conto é centrada em Alzheimer, ou seja, o narrador é o doente e tudo é desconectado de um fluxo narrativo e portanto variante, ou há erros de escrita graves. Não se troca algo em primeira pessoa para terceira pessoa abruptamente, como foi o caso. Se houve a intenção de forçar essa “ruptura”, ficou interessante e já agradeço pela dica.
    Há erros de revisão, mas não prejudicam a leitura. Conforme se “caminha” pela narrativa, percebe-se um conhecimento sobre o pano de fundo do local da ação, mas um certo desleixo com alguns aspectos da doença em si. Meu pai teve Alzheimer e conheço bem a evolução. Até acompanho perfis sobre o tema, pois já não sou um adolescente e conhecimento não ocupa espaço. As alucinações são comuns e por isso, afirmo o desleixo com uma premissa que, se for verdade essa primeira impressão, é muito interessante.
    Explico-me: na minha opinião se o autor/autora se preocupasse em descrever e decorar com mais nuances indicativos de uma alucinação narrativa, o conto seria muito legal.
    Registro um ponto em especial, que achei embromation literária, desnecessária: “As nuvens na minha mente reavaliaram na fuligem das vidraças dos meus olhos, enrolaram-se e despencaram no vazio dos meus lábios”
    Espero estar certo quanto ao pensamento inicial de uma narrativa do ponto de vista do doente. Se não, aproveitarei a ideia. Sucesso no desafio.

  7. Mauro Dillmannn
    12 de abril de 2024

    O conto começa em primeira pessoa e, de repente, surge um narrador em terceira pessoa apresentando o personagem Raul.

    Um narrador com Alzheimer consciente do seu esquecimento e lutando para garantir boas memórias do passado amoroso.  

    O conto está dividido em três momentos. Entre o primeiro e o terceiro, fica evidenciado que o personagem Raul era o jovem, depois já era o idoso. Tem uma articulação interessante na proposta do enredo.

    Careceu de revisão atenta. A segunda linha já começa com letra minúscula, o que traz a impressão de apressamento, falta de revisão: “…harmonia. ele estava…”. O início em minúscula aparece mais de uma vez. Em outra passagem, escreve: “Piorra” no lugar de ‘Piora”. Depois, falta de espaçamento entre uma frase e outra. Palavra ‘português’ sem acento. O pior de tudo, foi a personagem Luciana virar Juliana !

    Particularmente, o título, embora metafórico, é claro, parece não condizer muito.

    Por fim, o tema contemplado pelo conto não é viagem (viagem é apenas um elemento do enredo), mas a doença/o esquecimento.

    Parabéns!

  8. Antonio Stegues Batista
    12 de abril de 2024

    O conto é a história de um homem que vai perdendo a memória gradativamente. Antes que perca totalmente suas lembranças, ele decide visitar os lugares onde passou os melhores momentos da sua vida. escolhe a Via Appia Antica, a estrada mais conhecida da Itália que lhe trás boas lembranças. Lá, ou, ali, ele encontra uma antiga namorada que ele não reconhece, porque é um daqueles momentos em que as lembranças somem. Acredito que a primeira parte seja simbólica, quando ele conversa com sua versão desmemoriada e o final confirma isso. Na segunda parte, quando conta para o filho sua intenção, o filho tem então a ideia de procurar Luciana. Encontra uma sobrinha dela e os dois combinam um encontro entre os dois.                                              Mesmo não sendo original a ideia, o enredo é interessante. Recomendo fazer uma boa revisão antes de mandar para o concurso.

  9. Emanuel Maurin
    12 de abril de 2024

    Um senhor que se esquece, encontra um amigo de escola no parque, mas não se lembram um do outro. O senhor tem medo de ser Alzheimer e decide que viajaria pra Itália, onde teve um namoro. Lá esquece tudo. Encontra uma mulher que tá morrendo.

    Alzheimer, cuido de uma pessoa com esse problema que é bem triste, não sei se é por essa razão, mas gostei de seu conto.

    A escrita é simples e direta, tem alguns floreios, mas tem trechos trechos que perdem a clareza.

    O final achei um pouco fraco e pela primeira vez achei o título de um conto pesado. Fiquei analisando e cheguei a conclusão que uma pessoa com mal de Alzheimer não esta morta num corpo, porque prestando bastante atenção na pessoa, tem hora que ela tem lapsos de lembrança, quando sorri por exemplo. O que mais gostei na sua trama é que ela me fez refletir e isso vale muito.

  10. Priscila Pereira
    11 de abril de 2024

    Olá, Sebastian! Tudo bem?

    Vou deixar minhas impressões sobre seu conto, lembrando que é a minha opinião e não a verdade absoluta. (Obviamente)

    Seu conto é bem tocante! Fica aquela questão, a viagem aconteceu mesmo ou o coitado do Raul estava viajando na maionese? Tadinho…

    A questão da doença deve ser muito difícil você descobrir que pode ter pouco tempo de sanidade, e que depois disso ainda estará vivo, mas sem domínio algum de sua mente… Deve ser aterrorizante…

    E você não conseguiu chegar nesse nível de terror… O senhorzinho, mesmo sendo relativamente novo para a demência, parece bem conformado já . Ele parece mais querer preservar as memórias do que tomar medidas práticas para viver da melhor maneira no pouco tempo que lhe resta…

    Bem, a escrita é simples e direta, cumpre o seu propósito (que é contar a história), e tem algumas partes profundas e até poéticas. Mas a revisão deixou a desejar. Logo na primeira frase vemos uma letra minúscula depois do ponto. E tem outras coisinhas mais que precisam ser revisadas. Nada que atrapalhe a leitura, mas é sempre bom (principalmente em concursos) mandar o texto muito bem lapidado.

    Gostei do começo e do final se conectando, mostrando que ele já estava bem pior do que imaginávamos, (por isso mesmo desconfio que a viagem nunca aconteceu de verdade) e gostei muito do título, primeiro achei que não tinha nada a ver, depois entendi que a doença primeiro deixou ele invisível e depois foi seu túmulo, mesmo que o corpo ainda estivesse vivo… Muito bom!

    Então, Sebastian, eu gostei do conto, gostei da história, mas a revisão deixou a desejar.

    Boa sorte no desafio!

    Até mais!

  11. Marco Saraiva
    10 de abril de 2024

    Em primeiro lugar: durante este desafio eu não terei acesso a um teclado brasileiro, então os meus comentários serão desprovidos da maioria dos acentos. Perdão pela dor nos olhos!
    Em segundo lugar: resolvi adotar um estilo mais explícito de avaliação, pegando emprestado do que o Leo Jardim fazia antes, com categorias e estrelinhas, e também deixando no final um “trecho inspirado”, que é uma parte do conto que achei particularmente bela ou marcante.

    —————————

    Avaliação

    Entendi a intencao do conto, mas faltou tecnica para passar a emocao que ele pede. Contos sobre alzheimer sempre apelam muito para o lado emocional, e este ainda adiciona uma outra pessoa com cancer para martelar ainda mais o coracao do leitor, mas a verdade eh que entre a narrativa apressada e a escolha de palavras, o texto ficou raso e sem emocao. Como eu digo em textos parecidos: este conto eh um diamante bruto, que ainda precisa de um pouco de lapidacao. Talvez mais paciencia com a narrativa, mais atencao nos momentos emocionantes, maior riqueza de detalhes.

    Um detalhe estranho na leitura foi que, em certo momento, esta escrito que “um dia acordei sem lembrar de nada, nem de mim”, mas no mesmo paragrafo o conto mostra Raul conversando normalmente com o filho e recordando-se do amor da sua mocidade. Ora, ele acordou esquecido de si mesmo, ou nao?

    TÉCNICA ●◌◌ (1/3)
    A escrita nao eh gritante em suas falhas, mas precisa melhorar, especialmente no ritmo da narrativa. Contos que querem fisgar o leitor pela emocao precisam de espaco para trabalhar o sentimento e criar empatia. Tambem senti falta de revisao, ja que notei uma serie de erros de digitacao.

    HISTÓRIA ●●◌ (2/3)
    Acho que a historia eh boa. Como falei, a ideia do conto eh interessante, apenas precisa ser melhor executada. O fato de Raul querer visitar a Italia antes que tudo se va eh emocionante, me lembra “brilho eterno de uma mente sem lembrancas”. Uma corrida contra o tempo, uma ultima tentativa de agarrar as memorias que fogem. Alem disso, a sugestao de que a primeira parte do conto seja Raul falando consigo mesmo eh muito boa, assim como fica “no ar” se o miolo do conto acontece dentro de sua mente ou se foi real.

    TEMA ●◌ (1/2)
    O tema esta presente mas eh secundario. O real tema do conto eh a luta de Raul contra o Alzheimer. A viagem tem seu papel, mas nao eh o principal.

    IMPACTO ◌ (0/1)
    Este eh o tipo de conto que tem tudo para ser impactante, basta trabalhar bem o drama.

    ORIGINALIDADE ◒ (0.5/1)
    Contos sobre o drama do Alzheimer estao espalhados as dezenas por ai, ainda mais no EC, que parece ter um ima para este tema. Mas gostei de como voce deixa algumas coisas em aberto e abre o conto para varias interpretacoes.

    Trecho inspirado

    “Entro no vasto palácio da minha memória, tento ver no telão do vestíbulo um resumo das imagens do meu passado, mas elas estão borradas. Vislumbro apenas a certeza de que estou na Via Ápia, uma avenida de mausoléus, uma rua de mortos.”

  12. Regina Ruth Rincon Caires
    8 de abril de 2024

    Acredito que este seja um texto de difícil interpretação. Ao longo do desafio, para ele, podemos esperar análises surpreendentes. Eu gosto disso. É bom observar que o autor constrói uma ideia, mas, a partir da publicação, o texto é do leitor. E a imaginação é prodigiosa, graças…

    Eu entendi como factual, como verdade, tudo o que foi narrado na primeira parte e na quarta. Acredito que o narrador personagem estava “presente” nestas divisões. As duas frações intermediárias, queria estar enganada, acredito que seja totalmente dedicada a uma viagem que a Doença de Alzheimer ocasiona no paciente. Será que houve a conversa com o filho sobre a viagem? Será que houve a viagem? O narrador personagem inicia a segunda parte dizendo: “Um dia acordei sem lembrar de nada, nem de mim. Sem nenhuma referência mental. Em poucos segundos, um vazio assustador. As imagens passavam como fantasmas e se desvaneciam como fumaça ao vento”… Será que ele combinaria uma viagem com o filho neste grau de esquecimento? E a conversa com o filho sobre Luciana/Juliana, houve? E Georgina? Seria Georgina a mãe de Diogo? Será que a viagem ocorreu? Pode ser que não, mas a descrição é tão real, o percurso percorrido é tão pertinente (Via Appia Antica até o Mausoléu de Pompeo Magno), que chega a ser visual para o leitor. Confesso que queria muito que fosse real.

    A história é muito tocante. Acredito que Raul Moreira (que aparece pela primeira vez) seja o jovem e o velho que se encontram na praça. E o rosto do velho do pombo que ele vê no espelho, seja a segunda vez da lucidez.  O conto tem muito de poesia, fiquei enternecida com a passagem em que ele diz que pintou o portão de vermelho para diferenciar a casa de morada das outras casas da rua. Parece uma conversa corriqueira, mas há muito de significativo no ato, significado triste. E pensar em escrever suas memórias num livro?! Bah…

    Outras frases muito bonitas na narrativa são:

    “As nuvens na minha mente reavaliaram na fuligem das vidraças dos meus olhos, enrolaram-se e despencaram no vazio dos meus lábios”.

    “Como um mineiro ansioso, escavo a superfície da mente em busca do metal precioso, a lembrança de alguém,”…

    Há alguns deslizes na escrita (plural, verbo/advérbio, crase), e também na digitação. Não sei se compreendi mal, mas acredito que a carta foi devolvida em virtude de o “destinatário” não mais residir no endereço anotado.

    O desfecho é emocionante. Como a Doença de Alzheimer reduz uma pessoa idosa a viver a fragilidade de um bebê! É muito doloroso o enfrentamento desse mal, mas é igualmente gigante a nobreza de carinho que há no trato do filho com o pai. Não posso negar que terminei a leitura com o “célebre” nó na garganta.

    Se não assimilei o que você quis externar, peço desculpa. Gostei muito do seu conto.

    Parabéns pelo trabalho, Sebastian Caine (Raul Moreira)!

    Boa sorte no desafio!

  13. Kelly Hatanaka
    8 de abril de 2024

    Costumo avaliar os contos com base nos seguintes quesitos: Tema, valendo 1 ponto, Escrita, valendo 2, Enredo, valendo 3 e Impacto, valendo 4. Abaixo, meus comentários.

    Tema
    Conto dentro do tema. Um homem sofrendo de Alzheimer viaja para Roma para recordar um caso de amor antes que suas memórias o abandonem de vez.

    Escrita
    Muito bonita e correta. Só senti que, em alguns momentos, a narrativa corria um pouco, tornava-se um tantinho explicativa demais. Acho que havia espaço para desenvolver esta história com mais calma, com uma lentidão que o enredo talvez pedisse.

    Enredo
    Um homem, temendo perder todas as memórias, vai à Roma para recordar um antigo amor. Seu filho encontra a senhora e, junto com sua sobrinha, arma um encontro entre os dois. Só que, segundos antes de encontrá-la, suas recordações colapsam. Achei muito triste este momento, em que eles se encontram e, ao mesmo tempo, estão tão distantes.

    Impacto
    Gostei muito, achei uma história muito bonita e comovente. Só, como disse acima, achei que a narrativa correu um pouco. O impacto poderia ter sido maior, se o leitor tivesse tido mais tempo para se angustiar, para sentir o amor entre os personagens, para sentir a nostalgia e o medo da perda.

    Parabéns e boa sorte!

  14. Sidney Muniz
    7 de abril de 2024

    Cara: Aí, Coroa, quem é esse que escreveu esse conto?

    Coroa: Não sei, oras.

    Cara: Cara, ele já começou escondendo o corpo, vai ser suepense?

    Coroa: Tem que ler, Cara.

    Cara: Ok, vamos ler então.

    Coroa: Encontrei esse erro aqui: 一 Piorra cada vez mais. Tenho medo de não lembrar mais do meu passado, das pessoas que conheço, do meu filho, da minha falecida esposa, dos tempos que a gente namorava. Só lembranças boas.

    Cara: hum… Será se ele não é francês?

    Coroa: Mas foi somente esse erro, Cara!

    Cara: Sim. mas é um conto meio clichê, né?

    Coroa: Você reclama demais, é um bom texto.

    Cara: Sei que é. Bom sim, mas tem falhas!

    Coroa: Até eu falho na hora H, Cara.

    Cara: Não estou falando de coisas comuns, Coroa. Estou falando que esse conto tem pressa, ele vende uma ideia e clichê e ao invés de explorar mais nuances que poderia, ele caminha justamente para o óbvio.

    Coroa: merda. Tenho que concordar com você, seu argumento é válido. Mas ele merece uma nota 7 pela escrita?

    Cara: Eu dou um 5, pois se perdeu demais no propósito.

    Coroa: Você é muito exigente, Cara!

    Cara: Mas não estamos aqui para dizer a verdade?

    Coroa: Pode ser, mas podemos ser mais burocráticos.

    Cara: Não falar a real, isso que você quer dizer?

    Coroa: Ser educados, pomba!

    Cara: Ser educado segundo minha mãe é dizer a verdade.

    Coroa: Dizer o que pensa nem sempre é conveniente.

    Cara: Pode até ser, mas prefiro dizer o que penso.

    Coroa: Então o que vai ser?

    Cara: Infelizmente para esse conto, nota 5,5. Faltou algo! A ideia é boa, mas ele se desfaz na prerrogativa de ser preguiçoso e de não aproveitar um pouco mais do limite de palavras para se desenvolver melhor. Fato é que a pessoa sabe escrever. Não sei como é o tempo dela, mas temos mais tempo, então valeria a pena esperar.

    Coroa: Não sei porque ainda comento contos com você.

    Cara: É óbvio, um diz o que o outro não diria. Simples assim!

    Coroa: Você é um idiota!

    Cara: Sim. Já tem mais conto para lermos?

  15. Angelo Rodrigues
    7 de abril de 2024

    Olá, Sebastian

    Um ótimo conto, um pouco triste quando fala de alguém que começa a esquecer de si mesmo. É a vida.

    Interessante. Os três contos postados até agora têm forte ligação com a Itália.

    O autor faz uma escolha curiosa. Estabelece trechos estanques – separados por quatro asteriscos – que parecem indicar uma mudança na linha narrativa.

    Na primeira parte, temos um passante que conversa com um homem sentado. Estabelece com ele uma curiosa e rápida intimidade. No decorrer da leitura, tive a impressão de que esse primeiro texto não tem uma relação direta com a doença proposta, mas que o protagonista conversa consigo mesmo, num traço de atemporalidade entre os dois, que talvez sejam um só. Fiquei com esse pensamento.

    Ainda nesse trecho, também não compreendi por que o texto começa com “A primeira vez que encontrei aquele homem…”, dado que não há a segunda vez. Ou algo que indique uma segunda referência a ele, o homem sentado.

    Na segunda parte, quando o protagonista decide viajar, parece que a doença do se acentuou profundamente, ao se perceber perdido. São duas doenças, imaginei. Numa delas ele fala com uma imagem criada, na segunda parece que ele entra no auto esquecimento. Então viaja com o filho, que, sem que saibamos, trama com a sobrinha da antiga paixão do pai.

    Na terceira parte, já na Itália, dá-se a completa derrocada do pai, que, desmemoriado, não consegue reconhecer a mulher que justificou a tal viagem. Bem doloroso isso. Ele estava ali, bem diante dela, que morria, e não conseguiu se lembrar dos momentos bons que passaram juntos na juventude. É dor pra caramba.

    A quarta parte, bem pequena, revela o conteúdo da primeira. Ele é o mesmo homem com o qual havia dialogado no banco do jardim. Não tenho bom faro para o que havia com ele, mas acho que o senhor do conto sofria de duas coisas distintas, salvo engano. Não se reconhecer e fantasiar conversas com pessoas solidamente inexistentes. Interessante.

    Se posso interferir, diria que o conto poderia crescer um pouco mais na direção de prescindir de “partes”, trabalhando o texto a partir de uma linearidade suave que fosse explicando o conteúdo poético dos fatos, trabalhando uma condução não estanque, como acabou acontecendo. Havia espaço para isso, dado que o conto não chega a ter duas mil palavras.

    Um bom conto, sem dúvida.

    Parabéns pelo trabalho e boa sorte no certame.

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Informação

Publicado em 6 de abril de 2024 por em Viagem / Roubo.